SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Baixar para ler offline
O uso de Biopesticidas na
agricultura
Engenharia Agrícola
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
25 pag.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA
DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS ESTUDANTÍS E REGISTO ACADÉMICO
DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO: Engª. AGRÍCOLA
SEMESTRE: II
NÍVEL: II - 2015
DISCIPLINA
Proteção vegetal II
TEMA:
Uso de biopesticidas na agricultura
ESTUDANTE
Ângelo Pedro Muchanga 2014123
Chókwè, Outubro de 2015
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Índice:
I. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1
1.2. Objectivos:................................................................................................................. 2
1.2.1. Geral ....................................................................................................................... 2
1.2.2. Específicos.............................................................................................................. 2
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3
2.1. Marcos históricos do controle biológico de doenças de plantas no Brasil................ 3
2.2. A problemática da agricultura convencional............................................................. 4
2.3. Principais agentes de controlo biológico................................................................... 4
2.4. Pragas ........................................................................................................................ 7
2.4.1. Ácaros..................................................................................................................... 7
2.4.2. Moscas brancas....................................................................................................... 8
2.4.3. Afídios .................................................................................................................... 9
2.4.4. Escaravelho da batateira....................................................................................... 11
2.4.5. Larvas mineiras..................................................................................................... 12
2.4.6. Nóctuas................................................................................................................. 13
2.4.7. Lagartas da couve ................................................................................................. 14
2.5. Doenças ................................................................................................................... 15
2.5.1 Míldios................................................................................................................... 15
2.5.2 Oídios .................................................................................................................... 15
2.5.3 Nemátodos............................................................................................................. 16
2.6. Vantagens e desvantagens do uso de agentes de controlo biológico (ACB)........... 18
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Lista de Abreviaturas
MPB - O modo de produção biológico, que é um sistema de produção que evita ou
quase exclui o uso de pesticidas orgânicos de síntese, pelo que a proteção contra os
inimigos das culturas baseia-se em métodos alternativos visando o equilíbrio do
ecossistema agrário.
ACB – Agentes do controlo biológico
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
1
I. INTRODUÇÃO
O uso intensivo de agrotóxicos para o controle de doenças, pragas e plantas
invasoras na agricultura, tem, reconhecidamente, promovido diversos problemas de
ordem ambiental, como a contaminação dos alimentos, do solo, da água e dos animais; a
intoxicação de agricultores; a resistência de peptógenos, de pragas e de plantas
invasoras a certos princípios ativos dos agrotóxicos; o surgimento de doenças
iatrogénicas (as que ocorrem devido ao uso de agrotóxicos); o desequilíbrio biológico,
alterando a reciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; a eliminação de organismos
benéficos e a redução da biodiversidade entre outros. Por outro lado, a proteção de
plantas por meio do uso de agrotóxicos, apresenta características atraentes, como a
simplicidade, a previsibilidade e a necessidade de pouco entendimento dos processos
básicos do agroecossistema para a sua aplicação. Para o sucesso com a aplicação de um
fungicida de amplo espectro é importante o conhecimento de como aplicar o produto,
sendo necessária pouca informação sobre a ecologia e a fisiologia de espécies,
interações biológicas, ecologia de sistemas entre outras (BETTIOL & GHINI, 2003).
Doença numa visão de controlo biológico é mais que uma íntima interação peptógeno x
hospedeiro x ambiente. Nesta relação também participam microrganismos não
patogénicos, presentes no sítio de infeção, tendo efeitos positivos ou negativos na
actividade do peptógeno ou hospedeiro. (COOK & BAKER, 1983).
De acordo com os autores acima citados o conceito clássico de controlo biológico é:
“controle de um microrganismo por outro microrganismo”. Outra definição ou conceito
mais amplo é a redução da densidade de inoculo ou das actividades determinantes da
doença provocado por um peptógeno ou parasita, nos seus estados de actividade ou
dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da
manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de
um ou mais antagonista.
Os biopesticidas são produtos que contenham como ingrediente activo um
microrganismo ou extraídos a partir de um organismo vivo por procedimentos que não
alteram a sua composição química. Podem consistir em todo ou parte do extraído,
concentrando-se ou não a substância, adicionada ou não de adjuvantes (LINAN, 2001).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
2
1.2. Objectivos:
1.2.1. Geral
 Abordar uso de biopesticidas na agricultura
1.2.2. Específicos
 Descrever os principais agentes de controlo biológico;
 Mencionar os meios de proteção contra Pragas e Doenças;
 Mencionar as vantagens e desvantagens do uso de biopesticidas.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
3
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Marcos históricos do controle biológico de doenças de plantas no Brasil
A história do controle biológico de doenças no Brasil é relativamente recente e marcada
por interrupções. De uma forma resumida os principais acontecimentos foram:
1987 – Primeiro produto comercial disponibilizado – Trichoderma viride - para o
controle de Phytophthora cactorum em macieira, disponibilizado pelo Centro Nacional
de Pesquisa de Fruteiras de Clima Temperado, da EMBRAPA e desenvolvido por Rosa
Maria Valdebenito-Sanhueza;
1991 – Publicação do primeiro livro intitulado “Controle Biológico de Doenças de
Plantas”, editado por Wagner Bettiol e publicado pelo então Centro Nacional de
Pesquisa de Defesa da Agricultura, da Embrapa, actual Embrapa Meio Ambiente;
1992 – Criada a primeira disciplina sobre “Controlo biológico de doenças de plantas”
no curso de pós-graduação em Proteção de Plantas, na UNESP/Botucatu por Wagner
Bettiol; Controle biológico de doenças de plantas no Brasil.
2000 - Produção de Tricovab à base de Trichoderma stromaticum para o controle da
vassoura-de-bruxa do cacaueiro pelo CEPEC/CEPLAC em Ilhéus, BA;
2008 – Registro do primeiro fungicida biológico comercial contendo um antagonista
para o controle de doenças de plantas – Trichodermil (Trichoderma harzianum), pela
Itaforte Bioprodutos Ltda;
2009 – Mais de 20 marcas comerciais de produtos contendo agentes de controlo
biológico de fitopatógenos estão disponíveis para os agricultores.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
4
2.2. A problemática da agricultura convencional
O crescimento da população mundial e, por consequência, o aumento da necessidade
alimentícia, causaram há aproximadamente 30 anos o início da revolução verde, que
tinha como única prioridade o aumento da quantidade de alimentos a qualquer custo.
Desde então, realmente tem sido possível ver no mundo uma mudança extraordinária na
tecnologia agropecuária e, sem dúvida, um aumento na produção. Mas ao mesmo tempo
também começaram a aparecer efeitos negativos que não haviam sido calculados
(BRECHELT, 2004).
2.3. Principais agentes de controlo biológico
A seguir são listados e descritos alguns microrganismos utilizados em controlo
biológico, segundo MELLO (1998) & ROBBS (1991):
Ampelomyces quisqualis
Relatado como razoavelmente eficiente como parasita de espécies de oídio,
principalmente em estufas, onde é possível manipular o ambiente, tornando-o mais
húmido e com pequena variação de temperatura.
Bacillus spp.
A espécie mais estudada é o Bacillus subtilis. Este gênero pertence ao grupo das
bactérias quimiorganotróficas, gram positivas, cuja característica é a produção de
endósporos resistentes ao calor. O maior reservatório de Bacillus é o solo, habitando
também ambientes extremos, como desertos e geleiras. Sua ação antagonista não é
específica, atuando tanto sobre patógenos foliares, como radiculares. Além de
antibióticos, algumas espécies de Bacillus promovem o crescimento de plantas, pela
produção de fito hormônios e pela produção de sideróforos.
Gliocladium spp.
Microparasita facultativo, habitante natural do solo, tem sido observado parasitando
inúmeros fungos como Botrytis spp., Eutypa armeniaceae, Ceratocystis fimbriata, e
Fusarium spp. Sutton (1994), concluiu que a competição por substrato é o principal
mecanismo de ação deste antagonista, além da ação de antibiose.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
5
Peniophora gigantea
É um basidiomiceto comum em madeira e cerne de coníferas, em regiões temperadas.
Atuando como invasor primário de ferimentos, competindo por espaço e nutrientes com
Heterobasidium (Fomes) annosus, agente da podridão radicular de coníferas. Este é um
exemplo clássico de sucesso do controlo biológico, com registro aprovado nos E.U.A.
pela agência de proteção ambiental. Aplicado na parte aérea, se difunde por toda a
planta e se irradia nas raízes das árvores próximas.
Pseudomonas putida e P. Fluorescens
São as eubactérias mais estudadas em controlo biológico, habitando o solo e também o
filoplano. Entretanto, é na rizosfera que são antagonistas eficientes competindo por
nutrientes. As Pseudomonas são favorecidas por alta humidade, crescendo numa ampla
faixa de temperatura. Além de actuarem como perspectivas do uso do controle biológico
contra doenças florestais antagonistas, também tem ação de promover o crescimento das
plantas. Estas são chamadas de Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas
(RPCP), assim como outros gêneros.
O principal mecanismo de ação deste grupo de bactérias é a produção de metabólitos
antibióticos e sideróforos, que são compostos de baixo peso molecular, com a
capacidade de aprisionar o Ferro disponível na rizosfera, e deste modo, podem inibir o
desenvolvimento de microrganismos sensíveis à supressão do ferro. Os principais
problemas na utilização destas bactérias no controle biológico são a sensibilidade à
radiação e a dessecação, no caso de patógenos aéreos. Em doenças radiculares, os
problemas estão relacionados principalmente com o pH do solo.
Streptomyces spp.
São bactérias gram-positivas, actinomicetales, que formam micélio e esporos. São
encontradas em águas, no solo, onde são dominantes, e também colonizam restos de
culturas. Produzem de antibióticos, enzimas e inibidores enzimáticos, com aplicação na
medicina, agricultura e veterinária. Uma característica destes actinomicetos é a
resistência à seca, sendo favorecidos pelo pH alcalino ou neutro e tolerante às condições
de acidez. Um dos problemas no uso destes microrganismos é o difícil isolamento e o
crescimento lento em meio de cultura.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
6
Trichoderma spp.
É um deuteromiceto que produz abundantes conídios em conidióforos que emergem
diretamente das hifas. É um fungo de solos orgânicos, vivendo saprofiticamente ou
parasitando outros fungos. É um antagonista eficaz no controle de inúmeros fungos fito
patogénicos. Várias espécies tem sido utilizadas em biocontrolo, entretanto,
Trichoderma harzianum é a espécie mais bem estudada. Elas têm sido utilizadas tanto
para patógenos radiculares, como, Rhizoctonia solani, Fusarium spp., Armillaria spp.,
como da parte aérea, como, Venturia spp., Botrytis spp, etc. O modo de ação é variado,
podendo ser por parasitismo, antibiose e competição.
Verticillium lecanii
É um fungo deuteromiceto apresentando-se como Turribiella sp. Na sua forma sexual.
É um fungo hiperparasita de ferrugens, requerendo alta humidade relativa (95-100%)
para seu crescimento sobre as pústulas de ferrugem. Temperaturas entre 15 e 18º C são
ideais para seu desenvolvimento, bem como, altas intensidades de luz favorecem o
parasitismo.
Entretanto, o fungo é extremamente sensível à irradiação ultravioleta. Estas
características inviabilizam ou dificultam o seu uso como antagonista, pois as condições
ambientais do patógeno não são favoráveis às de V. lecanii. Além disso, ele apresenta
um crescimento micelial muito lento e com baixa produção de conídios em meio de
cultura. Efeitos adversos possíveis atribuídos ao uso de agentes microbianos de controlo
são alergenicidade, toxicidade, perda de efetividade, patogenicidade e deslocamento
competitivo.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
7
2.4. Pragas
2.4.1. Ácaros
Os ácaros do género Tetranychus constituem um grupo de espécies de grande
importância económica em diversas culturas hortícolas. Entre este grupo, o aranhiço
amarelo Tetranychus urticae Koch (e em menor escala o aranhiço-vermelho
Panonychus ulmi (Koch)) é considerado um dos ácaros de maior importância em todo o
mundo dado que ataca várias culturas, nas quais desenvolve um elevado número de
gerações, devido à elevada fertilidade e elevado potencial reprodutivo que possui.
Dotado de uma armadura bucal picadora sugadora, o aranhiço-amarelo alimenta-se
perfurando o mesofilo das folhas, das quais extrai os sucos celulares, causando a
redução da superfície fotossinteticamente activa, levando ao enfraquecimento da planta.
Como consequência dos ataques deste fitófago, as folhas adquirem um tom bronzeado
característico.
Elevadas temperaturas e humidades relativas, associadas à monocultura
intensiva, são factores favoráveis ao desenvolvimento desta praga.
A proteção das culturas contra o aranhiço-amarelo no MPB, consiste na utilização de
predadores naturais (sejam eles endémicos ou introduzidos) dos quais se destacam os
ácaros predadores da família Phytoseiidae Phytoseiulus persimilis e Neoseiulus
californicus, não descurando o importante papel desempenhado por coccinelídeos,
crisopídeos e antocorídeos, importantes predadores generalistas com eficácia
comprovada na limitação natural de diversos insectos em diversas culturas, (MOURÃO,
2007).
Principais culturas atacadas: abóbora, cenoura, feijão-verde, melão, morango,
pepino, pimento e tomate. (MOURÃO, 2007)
Produtos de origem natural, podem desempenhar um papel complementar ao dos
ácaros fitoseídeos na protecção contra este importante fitófago designadamente o
organismo entomopatogénico Beauveria bassiana (Balls) Vuill. (TAMAI et al., 1999)
além de extractos vegetais (POTENZA et al., 2006) (quadro 1).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
8
Quadro 1 - Proteção das culturas contra o aranhiço-amarelo no modo de produção
biológico.
Meios de Proteção Nota
Ácaros
fitoseídeos
Phytoseiulus
persimilis
Neoseiulus
californicus
P. persimilis possui hábitos alimentares específicos, sendo
efectiva a elevadas densidades do fitófago, pelo que na sua
ausência, tende a abandonar o hospedeiro. Introdução de
fitoseídeos após os primeiros sinais de ocorrência do
fitófago. Na cultura do tomateiro, a eficácia da luta
biológica pode ser dificultada devido à elevada vilosidade
das folhas desta planta
Outros
Artrópodes
Chrysoperla carnea,
Orius laevigatus
O. majusculus
Coccinela
setempunctata
Feltiella acarisuga
Espécies com elevada mobilidade e polifagia, cuja
ocorrência nas imediações das culturas deve ser
potenciada.
Fonte: adaptado de MCMURTRY & CROFT (1997), NERVO et al. (2004), RODRIGUES (2005).
2.4.2. Moscas brancas
Das cerca de 1200 espécies identificadas até à presente data, as moscas brancas das
estufas Trialeurodes vaprorariorum (West.) e Bemisia tabaci (Genn.) e a mosca branca
da couve Aleyrodes proltella são consideradas de interesse económico nos países do
mediterrâneo sul, tanto em horticultura protegida como ao ar livre.
Nas últimas duas décadas, T. vaprorariorum e B. tabaci converteram-se num dos
grupos de pragas de maior importância económica, tanto pelo amplo leque de culturas
que atacam como pela magnitude de prejuízos causados (CABELLO et al., 1996).
Os prejuízos causados pelas moscas brancas são de dois tipos: directo e
indirecto. Os prejuízos directos resultam das picadas de alimentação das ninfas e
adultos, uma vez que se alimentam sugando a seiva do hospedeiro, reduzindo por
conseguinte o vigor da planta, a qualidade do produto e a quantidade do mesmo. Os
prejuízos indirectos resultam da excreção de uma substância açucarada que cobre as
folhas e serve de substrato para o desenvolvimento de fungos saprófitas, como
fumagina, reduzindo desta forma a área fotossinteticamente activa da planta, com
consequências ao nível da qualidade e quantidade da produção (CARDONA et al.,
2005).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
9
No MPB a proteção contra estas moscas brancas baseia-se na utilização de predadores e
parasitóides naturais, de organismos entomopatogénicos e de insecticidas de origem
natural (Quadro 1.2), não descurando a importância de que se reveste a criação de
infraestruturas ecológicas para a valorização das espécies endémicas, cuja ação não
deve ser negligenciada (MOURÃO, 2007).
Quadro 1.2 - Proteção das culturas contra as moscas brancas no modo de produção biológico
Meios de Protecção Nota
Predadores
(ácaros fitoseídeos)
Ambly
seius swirskii
Neoseiulus
cucumeris
Estas espécies possuem hábitos alimentares
generalistas, são efectivas a baixas densidades do
fitófago e, na sua ausência, tendem a permanecer no
hospedeiro, alimentando-se de pólen, meladas e
exsudados da planta.
Predadores
(insectos)
Macrolophus
caliginosus
Dicyphus hesperus
Orius insidiosus
M. caliginosus consome imaturos e adultos de moscas
branca. A sua introdução deve ocorrer cedo, uma vez
que este auxiliar estabelece-se muito lentamente na
cultura.
Chrysoperla carnea Alimenta-se de imaturos e adultos de mosca branca
Parasitóides
Eretmocerus
eremicus
E. mundus
Atacam ninfas do 2º e 3º instar. As ninfas de mosca
branca parasitadas por Eretmocerus adquirem um tom
amarelado e um aspecto inchado aquando da
emergência. E. mundus mostra preferência por B.tabaci.
Encarsia formosa
E. nigricephalla
E. nigricephalla ataca ninfas do 2º instar. Próximo da
emergência, a ninfa de mosca branca parasitada, torna-
se amarelada com um ponto negro no extremo da pupa.
Fonte: adaptado de CABELLO et al. (1996), GILLESPIE & MCGREGOR (2000), CARDONA (2005),
URBANEJA et al., (2007).
2.4.3. Afídios
Os afídios são pequenos insectos, com 1 a 4 mm, pertencentes à superfamília
Aphidoidea. Conhecem-se cerca de 4000 espécies de afídios das quais 250 são
consideradas de importância económica na agricultura. São insectos picadores
sugadores que causam prejuízos directos e indirectos nas plantas atacadas. Os afídios
estão dotados de uma armadura bucal picadora-sugadora, através da qual sugam a seiva
das plantas debilitando-as e, consequentemente, interferem no seu rendimento. Como
consequência de fortes ataques dos afídios, formam-se meladas à superfície das folhas,
que constituem uma importante fonte de desenvolvimento de fungos como a fumagina,
reduzindo consideravelmente a área fotossinteticamente activa. O facto de possuírem
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
10
uma armadura bucal picadora sugadora torna-os vectores de viroses, na maioria das
vezes prejudiciais às plantas (ILHARCO, 1992).
Entre as diversas espécies de afídios consideradas de importância económica em
horticultura, Myzus persicae, Aphis gossipi, Macrosiphum euphorbiae e Aphis fabae são
consideradas por diversos autores como as que apresentam maior número de
hospedeiros. Algumas espécies, para além de terem como hospedeiros diversas espécies
hortícolas, são também importantes pragas em fruticultura, como o piolho-verde-
dopessegueiro M. persicae. No entanto, muitas outras espécies apresentam diferentes
graus de especificidade como os seus hospedeiros (ILHARCO, 1992).
Aida de acordo com o autor acima citado, na natureza existem inúmeros predadores e
parasitóides naturais de afídios que, dada a sua elevada mobilidade, desempenham um
papel crucial na limitação natural destes inimigos das culturas. Entre os principais
auxiliares, referem-se algumas espécies de predadores pertencentes às famílias
Anthocoridae, Cecidomyiidae, Coccinelidae, Chrysopidae e syrphidae e de parasitóides
das famílias Aphidiidae e Aphelinidae (quadro 1.3). TALEBI et al., (2006) referem os
parasitóides Aphidius colemani A. Matricariae como bons candidatos na limitação
natural do afídio A. Gossipi. Por sua vez, VALÉRIO et al., (1999) em trabalhos
realizados em Portugal, consideraram Lysiphlebus fabarum, L. testaceipes e Trioxys
angelicae, como os parasitóides primários de respectivamente A. gossypii, M. persicae e
de M. euphorbiae.
Principais culturas atacadas: alface, abóbora, brássicas, batata, feijão-verde,
melão, pepino, morango, Fava, pimento e tomate, (MOURÃO, 2005).
Quadro 1.3 - Proteção das culturas contra os afídios no modo de produção biológico.
Meios de Proteção Nota
Predadores
(insectos)
Orius sp.,
Aphidoletes aphidimyza,
Coccinela setempunctata,
Scymus sp.,
Chrysoperla carnea
A presença de vegetação espontânea na
proximidade das culturas aumenta
consideravelmente as populações de predadores e
parasitóides.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
11
Parasitóides
Aphidius colemani,
Aphidius ervi,
Aphidius matricarie,
Lysiphlebus fabarum,
Lysiphlebus testaceipes e
Trioxys angelicae
Largadas de Aphidius colemani, Chrysoperla
carnea em pepino e de Aphidoletes aphidimyza
tomate, permitem excelentes resultados na proteção
biológica contra afídios
Insecticidas
Azadiractina
Piretrinas
Na presença de fortes infestações e ausência de
auxiliares de origem selvagem ou introduzidos,
tratar com produtos à base de azadiractina, ou
piretrinas naturais. Os melhores resultados são
obtidos quando se alternam as referidas substâncias
activas.
Fonte: adaptado de VALÉRIO et al., (1999; 2005), NERVO et al., (2004a,b), TALEBI et al., (2006).
2.4.4. Escaravelho da batateira
O escaravelho-da-batateira Leptinotarsa decemlineata, constitui a principal praga
associada a esta cultura, cuja ação pode levar à destruição total da folhagem. Tanto os
adultos como as larvas alimentam-se da folhagem da batateira. No entanto, são os
estádios larvares que apresentam maior voracidade, chegando a causar destruições totais
ou parciais das plantas atacada, com consequências directas ao nível da produção. O
período crítico de desfoliação, corresponde à fase imediatamente antes e após a floração
da cultura, onde os prejuízos poderão ser significativos (STRAND et al., 1992).
O recurso a agentes de proteção biológica para o controlo do escaravelho da batateira,
apresenta vantagens e desvantagens. Os produtos à base de microrganismos ou de
extractos vegetais, apresentam como principais vantagens: a especificidade na sua
actuação, o respeito pelo ambiente e a menor tendência para o desenvolvimento de
resistências a estes produtos. Por sua vez, as principais barreiras que se encontram à
utilização de produtos formulados à base de microrganismos e de extractos vegetais são:
uma eficácia geralmente menor que a dos produtos sintéticos, ação retardada sobre o
organismo visado, dificuldade de produção a nível comercial e necessidade de resolver
problemas técnicos como a sensibilidade a factores ambientais que apresentam a
maioria destes produtos (FERNANDEZ & JUNCOSA, 2002).
No MPB o combate ao escaravelho da batateira torna-se bastante complexo, uma vez
que não existem inimigos naturais (predadores, parasitoides e organismos
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
12
entomopatogénicos) em quantidade suficiente para levarem a cabo a limitação natural
deste fitófago (STIVERS, 1999; KUEPER, 2003), (Quadro 1.4).
Principais culturas atacadas: Batateira, beringela, tomate e pimento.
Quadro 1.4 - Proteção das culturas contra escaravelho-da-batateira no modo de
produção biológico.
Meios de Proteção Nota
Predadores
naturais
(insectos)
Ligus pratensis
Insecticidas
Azadiractina
Rotenona
Piretrinas
As aplicações devem ser orientadas para as
fases larvares L1 e L2 logo na primeira
geração, de forma a evitar ataques tardios e a
reduzir o número de adultos hibernantes do
ano seguinte
Práticas culturais
Sementeiras temporãs
Dificultam o normal desenvolvimento do
ciclo biológico da praga
Rotações De quatro ou mais anos
Fonte: adaptado de STIVERS (1999), BASEDOW (2002), FERNANDEZ & JUNCOSA (2002),
KUEPER (2003), BOITEAU (2005).
2.4.5. Larvas mineiras
As espécies do género Liriomyza são pequenas moscas cujas larvas minam as folhas das
plantas, por isso são chamadas “larvas mineiras das folhas”. As larvas alimentam-se do
mesofilo foliar provocando diminuições na colheita.
Os adultos também causam estragos nas plantas devido às suas perfurações para
alimentação e/ou postura feitas pelas fêmeas sobre a superfície vegetal (GONÇALVES
& ANUNCIADA, 1999). De acordo com os mesmos autores em Portugal, as espécies
com maior impacto nas culturas hortícolas são a Liriomyza trifolii e a L. huidobrensis.
Na proteção contra as larvas mineiras, deve prestar-se especial atenção à eliminação de
infestantes hospedeiras destas pragas e, ao mesmo tempo potenciar hospedeiros dos
respetivos auxiliares. A limitação natural a partir de populações selvagens de auxiliares
ocorre com frequência. No entanto, quando os níveis populacionais da praga são
elevados, o recurso à largada dos parasitóides Dacnusa sibirica e Diglyphus isaea
constitui a alternativa mais viável (MOURÃO, 2005) (Quadro 1.5).
As mineiras desenvolvem-se em vários hospedeiros, evidenciando desta forma uma
elevada polifagia.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
13
Principais culturas atacadas: alface, cenoura, feijão, pepino, melão, tomate e
pimento.
Quadro 1.5 - Proteção das culturas contra moscas-mineiras no modo de produção
biológico.
Meios de Proteção Nota
Parasitóides
(parasitóides)
Dacnusa sibirica
Diglyphus isaea
Avaliar frequentemente o parasitismo provocado
por populações selvagens de parasitóides. A
proteção biológica contra as moscas mineiras
através de largadas de parasitóides deve
contemplar uma mistura de D. sibrica e D. isaea.
Esta última espécie é bastante efectiva a elevadas
densidades de mineiras, bem como durante o
período de verão.
Insecticidas
Azadiractina,
Piretrinas, sais de
potássio.
Práticas culturais
Rotação das
culturas
Promover rotações com culturas não hospedeiras
da praga
Fonte: adaptado de GONÇALVES & ANUNCIADA, (1999), NERVO et al. (2004), GONÇALVES
(2006).
2.4.6. Nóctuas
Os noctuídeos (Lepidoptera: Noctuidae) constituem pragas de importância económica
em diversas culturas, entre as quais se destacam Helicoverpa armigera, Chrysodeixis
chalcites e Autographa gamma em culturas como o tomate e o pepino.
Esta importância é devida essencialmente a três características: elevada polifagia,
tendência gregária e existem algumas espécies que têm um comportamento migratório.
Existem diversos inimigos naturais de H. armigera, dos quais se destacam dois
parasitóides de ovos: Trichogramma rhenana, e Telenomus spp. E dois parasitóides de
larvas: Hyposoter didymator e Apanteles Kazak (MEIERROSE et al., 1985) e o
predador de ovos e pequenas lagartas a Chrysoperla carnea (MIRANDA, 2001)
(quadro 1.6).
Quadro 1.6 - Proteção das culturas contra noctuídeos no modo de produção biológico.
Meios de Proteção Nota
Insectos
Parasitóides
Hyposoter didymator
Trichogramma sp.
Parasitóide de larvas.
Parasitóide de ovos.
Insectos predadores Chrysoperla carnea Predador de ovos e pequenas lagartas.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
14
Microrganismos B. thuringiensis
Os insecticidas devem ser aplicados no início da
infestação de forma a evitar uma segunda geração.
Utilização de
feromonas
Para determinação as curvas de voo e dos inícios
de infestação.
Práticas culturais Rotação de culturas
Fonte: adaptado de CABELLO et al., (1996).
2.4.7. Lagartas da couve
As lagartas das couves Pieris brassicae y Pieris rapae são insectos oportunistas
associados às brássicas em geral e às couves em particular. Ambas as espécies são
bastante frequentes, no entanto, a primeira é a mais abundante e a que pode causar
prejuízos mais elevados (GARCIA, 1998).
Os principais estragos causados por P. brassicae verificam-se nas folhas mais externas,
enquanto P. rapae tende a ocupar as folhas mais centrais. Em situações de fortes
ataques as folhas podem ficar reduzidas às nervuras principais. Ambas as espécies
apresentam duas gerações anuais sendo a primeira no início da Primavera e a segunda
em pleno Verão (GARCIA, 1998). Na proteção contra os pierídeos, podem ser
utilizados vários parasitóides dos quais se destacam Hyposoter didymator, Telenomus
laeviceps, Aplanetes glomeratus e Pteromalus puparum (GARCIA, 1998; MIRANDA,
2001) (quadro 1.7).
Principais culturas atacadas: crucíferas em geral e couves em particular.
Quadro 1.7 - Proteção das culturas contra lagartas-das-couves no modo de produção
biológico.
Meios de Proteção Nota
Insectos parasitóides
Hyposoter didymator,
Telenomus laeviceps,
Aplanetes glomeratus
Pteromalus puparum
Parasitóides de larvas.
Práticas culturais Consociação com trevo
Fonte: adaptado de GARCIA (1998), MIRANDA (2001), PINNA et al. (2004).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
15
2.5. Doenças
2.5.1 Míldios
Os míldios são causados por diversos fungos pertencentes a diferentes os géneros, entre
os quais se destacam Phytophthora, Pseudoperonospora, Peronospora e Bremia. São
parasitas obrigatórios muito especializados, que podem causar perdas totais de produção
num curto espaço de tempo, principalmente em situações de elevada humidade relativa,
presença de água livre no hospedeiro e temperaturas amenas condições estas
consideradas as mais favoráveis para o desenvolvimento das principais espécies de
míldio que atacam as culturas hortícolas (MOURÃO, 2007).
Quadro 2 - Temperaturas óptimas para o desenvolvimento de vários tipos de míldio.
Cultura (agente patogénico)
Intervalo de
temperaturas
Observações
Batata e tomate (Phytophthora infestans) 18 – 22ºC Fica inactivo a 30 ºC.
Cucurbitáceas (Pseudoperonosora
cubensis)
18 - 23ºC Fica inactivo a 37 ºC
Alface (Bremia lactucae) 12 - 20ºC
Sintomas manifestam-se primeiro
nas folhas basais.
Cebola (Peronospora destrucor) 10 - 12ºC
25 ºC podem evitar a esporulação
na noite seguinte.
Pimento (Phytophthora capsici) 26 - 32ºC
Bastante tolerante a temperaturas
elevadas.
Fonte: adaptado de: BOVEY (1979); AGRIOS (1979), BLANCARD et al., (1991); STEVENSON
(1993).
A proteção contra os míldios realiza-se mediante a aplicação de fungicidas cúpricos,
pela utilização de variedades ou cultivares menos sensíveis ou resistentes e pela
adopção de práticas culturais que dificultem o desenvolvimento do agente patogénico
(MOURÃO, 2007).
2.5.2 Oídios
Os oídios constituem um grupo muito homogéneo, são ectoparasitas obrigatórios e
todos apresentam um aspecto muito parecido. O micélio pode aparecer primeiro na
página inferior das folhas e adopta um aspecto de manchas esbranquiçadas ou
acinzentadas.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
16
A proteção contra os oídios realiza-se mediante a aplicação de fungicidas à base de
enxofre. Nas épocas mais críticas para o desenvolvimento do oídio, as aplicações devem
ser realizadas a intervalos de 10 dias. Outra forma de minimizar o impacto desta doença,
consiste na utilização de variedades ou cultivares menos sensíveis ou resistentes e pela
adopção de práticas culturais que dificultem o desenvolvimento do agente patogénico
(MOURÃO, 2007), (quadro 2.1).
Principais culturas atacadas: abóbora, melão, pepino - E. cichoracearum,
feijão - E. poligoni, morango - O. fragareae, pimento e tomate - L. taurica.
Quadro 2.1 - Proteção das culturas contra oídios.
Meios de Proteção Nota
Fungicidas
Fungicidas
Formulações líquidas, pó
molhável ou pó polvilhável
Bicarbonado de sódio Na cultura do pimento
Permanganato de potássio Misturado com enxofre
Sais de potássio
Qualidade das plantas Optar por variedades resistentes
Práticas culturais
Evitar humidade excessiva
Rotação das culturas
Arejamento das culturas em estufa
Evitar regas por aspersão Sobretudo ao final do dia
Fonte: adaptado de BOVEY (1979), AGRIOS (1979), STEVENSON (1993), PINA et al., (2004),
NERVO et al., (2004a,b).
2.5.3 Nemátodos
São pequenos vermes não segmentados, geralmente com menos de 1 mm de
comprimento, com corpo fusiforme, e na sua maioria de vida livre. Podem atacar órgãos
Subterrâneos (raízes, rizomas tubérculos ou bolbos) e órgãos aéreos (caules, folhas,
flores e sementes).
Em geral, os sintomas dos ataques de nemátodos são inespecíficos e similares
aos causados por outras doenças do solo ou carências nutricionais. Tais sintomas
caracterizam-se por um atraso no desenvolvimento inicial da cultura, cloroses, fraco
vigor das plantas, menor tamanho dos frutos e senescência precoce (VERDEJO &
LUCAS, 2005).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
17
Quadro 2.2 - Principais nemátodos associados a espécies hortícolas.
Espécie Cultura hospedeira
Meloidogyne
arenaria
Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate
M. incógnita Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate
M. javanica Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate
M. hapla Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate
Globodera pallida Batata, tomate, beringela
G. rostochiensis Batata
Heterodera carotae Cenoura
Ditylenchus dipsaci Cebola
Adaptado de; AGRIOS (1978); BLANCAR et al., 1991); ROWE (Ed) (1993); MIRANDA (2001);
No MPB a proteção contra os nemátodos começa com as medidas preventivas, que têm
por finalidade evitar plantações em solos onde estes organismos existam em
quantidades suficientes para causarem prejuízos. Quando os nemátodos se encontram
presentes num determinado local, as práticas a utilizar incluem a preparação do terreno,
a solarização, a utilização de variedades ou cultivares resistentes e a rotação e culturas.
Em pós-plantação as medidas a utilizar são do tipo paliativo uma vez que não existem
produtos curativos. Tais medidas incluem o recurso a agentes de proteção biológica
como bactérias e fungos nematófagos (VERDEJO & LUCAS, 2005) (quadro 2.3).
Quadro 2.3 - Proteção das culturas contra nemátodos no modo de produção biológico.
Meios de Proteção Nota
Organismos
entomopatogénicos
Pochonia chlamydosporia Para nemátodos do quisto da batateira
Práticas culturais Solarização
Recomenda-se a reutilização de plástico
usado na cobertura das estufas
As rotações culturais
Plantação de brássicas
A plantação de brássicas em locais atacados
por nemátodos, permite um bom controlo da
praga.
Fonte: adaptado de GEEP (2007), VERDEJO & LUCAS (2005).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
18
2.6. Vantagens e desvantagens do uso de agentes de controlo biológico (ACB)
Segundo BOYETCHKO et al., (1998); GLASS, (1995); POWELL & JUTSUM, (1993);
LUMSDEN et al., (1995); STRILING, (1991), os produtos de microrganismos têm as
seguintes vantagens principais:
 A especificidade da sua ação
 Amigo do ambiente
 Agentes patogénicos tendem a desenvolver uma menor resistência aos produtos
químicos microbianos
De acordo com os mesmos autores as principais barreiras que os produtos com base em
microrganismos possuem são:
A eficácia de controlo geralmente menos de produtos químicos
 Ação geralmente não imediato
 Dificuldades produção comercial
 A necessidade de resolver questões técnicas, tais como a sensibilidade a fatores
ambientais (temperatura, UV, humidade) que apresentam a maioria destes produtos
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
19
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Andrea Brechelt, (2004). O Manejo Ecológico de Pragas e Doenças;
 Baker, K.F. & Cook, R.J, (1983): Biological Control of Plant Pathogens. San
Francisco. W. Freeman;
 Bakker, P; Glandorf, D; Viebahn, M; Ouwens, T; Smit, E; Leeflang, P; Wernars, K.;
Thomashow, L; Thomas-Oates, J; Loon, L. van, (2002): Effects of Pseudomonas
putida modified to produce phenazine-1-carboxylic acid and 2,4-
diacetylphloroglucinol on the microflora of field grown wheat. Antonie van
Leeuwenhoek. Amsterdam;
 Basedow, T. (2002). Uso de insecticidas en agricultura de algunos países del
mundo, métodos para reducir su uso y realizar una protección de cultivos más
favorable para el ambiente. Natura 10, 50-58.
 Bettiol, W & Ghini, R, (2003): Proteção de plantas em sistemas agrícolas
alternativos. In: Campanhola, C. & Bettiol, W. (Eds.) Métodos alternativos de
controlo fitossanitário. Jaguariúna. Embrapa Meio Ambiente.
 Blancard, D; Lecoq, H. & Pitrat M., (1991). Maladies des cucurbitacées. Ed. Revue
Horticole - INRA. 301 p.
 Boiteau, G. (2005). Evaluer les solutions en matière de lutte contre le doryphore et
de fertilité azotée en production biologique de pommes de terre. CABC-Centre
d‟agriculture biologique do Canada.
 Bovey, R. (1979). La defense des plantes cultivées. Ed. Payot Lausane, 864p.
 Boyetchko, S; Pedersen, E; Punja, Z; Reddy M. (1998). Formulations of
Biopesticides. Hall F.R. & Barry J.W. Editores En Methods in Biotechnology.,vol
5.: 487-508. Humana Press, Totowa, NJ.
 Cabello, T; Carricondo, I. & Belda, J. E. (1996). Biologia y control de las espécies
de mosca blanca Trialeurodes vaporariorum (Gen.) y Bemisia tabaci (West.) en
cultivos
 Cardona C., Rodriguez I.V., Bueno J.M. & Tapia X. (2005). Biologia y manejo de la
mosca blanca Trialeurodes vaporariorum en habichuela y fríjol. CIAT- Centro
Internacional de Agricultura 49 p.
 Cook, R.J. & Baker, K.F. The Nature and Practice of Biological Control of Plant
Pathogens. St. Paul. APS. (1983).
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
20
 De Liñán, C. (2001). Vademécum de productos fitosanitarios y nutricionales.
Ediciones Agrotécnicas S.L., Madrid. 670 pp.
 Debach, P. (1968). Control biologico de las plagas de insetos y malas hierbas.
Editora Continental, S.A., México. 927p.
 Fernandez, C. & Juncosa, R. (2002). Biopesticidas: la agricultura del futuro
Phytoma 141: 14-19.
 Gepp, V. (2007). Curso de fitopatología. Universidad de la Repubalica, Dep.
Fitopatología. URL: http://www.pv.fagro.edu.uy/fitopato/cursos/fitopato/index.html
(Acedido a 25/10/15).
 Gillespie, D.R. and McGregor R.R. (2000). The function of plant feeding in the
omnivorous predator Dicyphus hesperus: water places limits on predation.
Ecological Entomology 25: 380-386.
 Glass, D. J. (1995). Biotic effects of soil microbial amendments. Rechcigl, J.E. (Ed.)
En: Soil amendments. Impacts on Biotic Systems. Lewis Publishers, CRC Press,
Inc.
 Gonçalves, M.A. & Anunciada M.L. (1999). Desenvolvimento de Diglyphus spp.
(Hym.: Eulophidae) em Liriomyza trifolii (Dip.: Agromyzidae). Actas do V
Encontro Nacional de Protecção Integrada - A prática da protecção integrada no
limiar do milénio, 331- 338.
 Ilharco F.A. 1992. Equilíbrio biológico de afídeos. Ed. Fundação Calouste
Gulbenkian, 279 p. Jacas J., Caballero P. & Avilla J. (Eds.) (2005). El ontrol
biológico de nemátodos fitoparásitos.
 Isabel de Maria Mourão, (2007). Manual de hortícola no modo de produção
biológica
 Kueper, G. (2003). Colorado potato beetle: organic control options. ATTRA-
Appropriate Technology Transfer for Rural Areas. http://www.attra.ncat.org/attra-
pub/PDF/copotbeetl.pdf.
 Lumsden, R. D., Lewis, J. A., Fravel, D. R. (1995). Formulation and delivery of
biocontrol agents for use against soilborne plant pathogens. Hall F.R. & Barry J.W.
(Eds.) En: Biorational Pest Control Agents. Formulation and delivery. American
Chemical Society, Washington, DC.
 McMurtry J. A. & Croft B. A. (1997): Life-Styles of phytoseiid mites and their roles
in biological control. Annu. Rev. Entomol. 42: 291-321
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
21
 Melo, I.S. DE. Agentes microbianos de controlo de fungos fitopatogêncos. In:
Controle biológico. Vol. I. MELO, I.S. DE e AZEVEDO, J.L. DE. (Eds.)
Jaguariúna, SP, Embrapa-CNPMA.(1998). 264p.
 Miranda, C. (Coord.) (2001). Manual de Protecção Integrada de culturas
hortícolas. Ed. Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste)
 Nervo G., Strazzanti L., Soave I, Campanelli G. & Ferro, F. (2004a). La
coltivazione biológica del peperone. PhytoMagazine.
 Potenza M.R., Gomes, R.C.O., Jocys, T., Takematsu, A.P. & Ramos, A.C.O.
(2006). Avaliaçao de produtos naturais para o controle do ácaro rajado
Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em casa de vegetação. Arq. Inst.
Biol., São Paulo
 Powell, K. A., Jutsum, A. R. (1993). Technical and commercial aspects of
biocontrol products. Elsevier Applied Science Publishers, 37: 315-321
 Robbs, C. Bactérias como agentes de controlo biológico de fitopatógenos. In:
Controle biológico de doenças de plantas. Bettiol, W. (Org.) Jaguariúna: Embrapa-
Cnpda, (1991). 338p. (Embrapa-Cnpda. Documentos, 15).
 Rowe R.C. 1993 (Ed.). Potato Health Management. APS Press, 178 p.
 Stevenson W.R. (1993). Management of early blight and late blight. In: Rowe R.C.,
1993 (Ed,). Potato Health Management, 141-147.
 STIRLING, G.R. (1991). Biological control of plant parasitic nematodes: progress,
problems, and prospects. CAB International, Wallingford, Oxon, 282 pp
 Stivers L. (1999). Crop Profile: Potatoes in New Cork. NSF Center for Integrated
Pest Management. URL:
http://www.ipmcenters.org/cropprofiles/docs/nypotatoes.html. (Acedido a
25/10/15).
 Stivers L. (1999). Crop Profile: Potatoes in New Cork. NSF Center for Integrated
Pest Management. URL:
http://www.ipmcenters.org/cropprofiles/docs/nypotatoes.html. (Acedido a
25/10/15).
 Strand L.L.; Rude P.A.; Clark J. K. (1992). Integrated Pest Management for
Potatoes in the western United States. University of California, Oakland,
California, 167 p.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015
Elaborado Por: Muchanga
Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II
22
 Talebi A. A., Zamani A.A., Fathipour Y. Baniameri V. Kheradmand K. & Haghani
M. (2006). Host stage preference by Aphidius colemani and Aphidius matricariae
(Hymenoptera: Aphidiidae) as parasitoids of Aphis gossipi (Hemiptera: Aphididae)
on greenhouse cucumber. IOBC/wrps Bull., 29 (4): 173-177.
 Tamai M.A., Alves S.B. & Neves P.J. 1999. Patogenicidade de Beauveria Bassiana
(Bals.) Vuill. Ao ácaro Tetranychus urticae Koch. Sci. agric. 56 (2): 285-288.
 Urbaneja A., Sánchez E. & Stansly P.A. (2007). Life history of Eretmocerus
mundus, a parasitoid of Bemisia tabaci, on tomato and sweet pepper. BioControl,
52: 25-39.
 Verdejo-Lucas S. (2005). El control biológico de nemátodos fitoparásitos. In: Jacas
et al. (Eds.), 2005. El control biologic de plagas y enfermedades, Universitat Jaume
I y Universidad Pública de Navarra, 153-166.
 Vlério E., Cecílio A., Ilharco F.A. (1999). Dinâmica das populações de afídeos
Homoptera Aphidoidea) e seus parasitóides (Hymenoptera Aphidiidae) em cultura
protegida de pimento. Suplemento nº 6 ao Boletim da SPEN, 79-84.
 Yela-García J. L, (1998). Orden Lepidoptera. In: De Liñan C., Entomología
agroforestal - insectos y ácaros que dañam montes, cultivos y jardines, 703-880.
Document shared on www.docsity.com
Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mod.cf.066.expetativas
Mod.cf.066.expetativasMod.cf.066.expetativas
Mod.cf.066.expetativasSónia Romano
 
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animal
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animalModo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animal
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animalRaquelTorres202470
 
Exercicio resolvido pitagoras
Exercicio resolvido pitagorasExercicio resolvido pitagoras
Exercicio resolvido pitagorasjbonottof
 
Lamina trichodermil1306
Lamina trichodermil1306Lamina trichodermil1306
Lamina trichodermil1306Neapo
 

Mais procurados (20)

biológica
biológicabiológica
biológica
 
Mod.cf.066.expetativas
Mod.cf.066.expetativasMod.cf.066.expetativas
Mod.cf.066.expetativas
 
1 4 1
1 4 11 4 1
1 4 1
 
culturas
culturasculturas
culturas
 
1 7
1 71 7
1 7
 
6
66
6
 
M1
M1M1
M1
 
Agrigeral
AgrigeralAgrigeral
Agrigeral
 
Agrotoxicos
AgrotoxicosAgrotoxicos
Agrotoxicos
 
apresentacao_curso_MPB_FNF
apresentacao_curso_MPB_FNFapresentacao_curso_MPB_FNF
apresentacao_curso_MPB_FNF
 
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animal
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animalModo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animal
Modo de Produção Biológico de animais e de produtos de origem animal
 
4
44
4
 
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
 
Manual.biohorta.coimbra
Manual.biohorta.coimbraManual.biohorta.coimbra
Manual.biohorta.coimbra
 
1 protecao culturas
1 protecao culturas1 protecao culturas
1 protecao culturas
 
Exercicio resolvido pitagoras
Exercicio resolvido pitagorasExercicio resolvido pitagoras
Exercicio resolvido pitagoras
 
Palestra menten agosto 2012
Palestra menten agosto 2012Palestra menten agosto 2012
Palestra menten agosto 2012
 
Diferencas entre ag convencional e mpb
Diferencas entre ag convencional e mpbDiferencas entre ag convencional e mpb
Diferencas entre ag convencional e mpb
 
Lamina trichodermil1306
Lamina trichodermil1306Lamina trichodermil1306
Lamina trichodermil1306
 
I.2 meios de protecao das culturas
I.2 meios de protecao das culturasI.2 meios de protecao das culturas
I.2 meios de protecao das culturas
 

Semelhante a Docsity o-uso-de-biopesticidas-na-agricultura

Cartilha sobre Trichoderma
Cartilha sobre TrichodermaCartilha sobre Trichoderma
Cartilha sobre TrichodermaBMP2015
 
Contaminação microbiológica pós-colheita
Contaminação microbiológica pós-colheitaContaminação microbiológica pós-colheita
Contaminação microbiológica pós-colheitaRural Pecuária
 
Apostila entomologia
Apostila entomologiaApostila entomologia
Apostila entomologiaJean Marcel
 
I.4 Agricultura Biologica.pptx
I.4 Agricultura Biologica.pptxI.4 Agricultura Biologica.pptx
I.4 Agricultura Biologica.pptxJudite Silva
 
Perigos no processamento de alimentos
Perigos no processamento de alimentosPerigos no processamento de alimentos
Perigos no processamento de alimentosPriscilla Macêdo
 
Perigos durante o processamento de alimentos
Perigos durante o processamento de alimentosPerigos durante o processamento de alimentos
Perigos durante o processamento de alimentosPriscilla Macêdo
 
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCitros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCarlos Alberto Monteiro
 
Intoxicação
IntoxicaçãoIntoxicação
Intoxicaçãonutecs
 
Biopesticidas: alternativa segura e rentável
Biopesticidas: alternativa segura e rentávelBiopesticidas: alternativa segura e rentável
Biopesticidas: alternativa segura e rentávelMatheusNeves64
 
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Leriaagro
 
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Leriaagro
 
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃO
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃODOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃO
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃORural Pecuária
 
controle biológico ppt.ppt
controle biológico ppt.pptcontrole biológico ppt.ppt
controle biológico ppt.ppt090320
 
Trabalho escrito problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...
Trabalho escrito  problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...Trabalho escrito  problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...
Trabalho escrito problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...Maria Paredes
 
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2Maurício de Oliveira
 
Trabalho de Biotecnologia
Trabalho de BiotecnologiaTrabalho de Biotecnologia
Trabalho de BiotecnologiaMarcos Politelo
 
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdfLUCIENECRISTALDOALBU
 

Semelhante a Docsity o-uso-de-biopesticidas-na-agricultura (20)

Cartilha sobre Trichoderma
Cartilha sobre TrichodermaCartilha sobre Trichoderma
Cartilha sobre Trichoderma
 
Contaminação microbiológica pós-colheita
Contaminação microbiológica pós-colheitaContaminação microbiológica pós-colheita
Contaminação microbiológica pós-colheita
 
Apostila entomologia
Apostila entomologiaApostila entomologia
Apostila entomologia
 
I.4 Agricultura Biologica.pptx
I.4 Agricultura Biologica.pptxI.4 Agricultura Biologica.pptx
I.4 Agricultura Biologica.pptx
 
Perigos no processamento de alimentos
Perigos no processamento de alimentosPerigos no processamento de alimentos
Perigos no processamento de alimentos
 
Perigos durante o processamento de alimentos
Perigos durante o processamento de alimentosPerigos durante o processamento de alimentos
Perigos durante o processamento de alimentos
 
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCitros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
 
Intoxicação
IntoxicaçãoIntoxicação
Intoxicação
 
Biopesticidas: alternativa segura e rentável
Biopesticidas: alternativa segura e rentávelBiopesticidas: alternativa segura e rentável
Biopesticidas: alternativa segura e rentável
 
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
 
Livrobiocontrole
LivrobiocontroleLivrobiocontrole
Livrobiocontrole
 
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
Livrobiocontrole 130513195442-phpapp02
 
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃO
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃODOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃO
DOENÇAS PÓS-COLHEITA: UM ENTRAVE NA COMERCIALIZAÇÃO
 
Apostilaproctecnalim 2015
Apostilaproctecnalim 2015Apostilaproctecnalim 2015
Apostilaproctecnalim 2015
 
controle biológico ppt.ppt
controle biológico ppt.pptcontrole biológico ppt.ppt
controle biológico ppt.ppt
 
Trabalho escrito problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...
Trabalho escrito  problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...Trabalho escrito  problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...
Trabalho escrito problemática-do-uso-de-biocidas-e-de-métodos-alternativos-n...
 
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2
Cartilha do-agricultor-micotoxinas-2
 
Trabalho de Biotecnologia
Trabalho de BiotecnologiaTrabalho de Biotecnologia
Trabalho de Biotecnologia
 
Controle Biológico dos Pulgões do Trigo
Controle Biológico dos Pulgões do TrigoControle Biológico dos Pulgões do Trigo
Controle Biológico dos Pulgões do Trigo
 
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf
53-Texto do Artigo-160-1-10-20171020.pdf
 

Mais de Amillima

Ficha de trabalho_nº1
Ficha de trabalho_nº1Ficha de trabalho_nº1
Ficha de trabalho_nº1Amillima
 
Ficha de trabalho_4
Ficha de trabalho_4Ficha de trabalho_4
Ficha de trabalho_4Amillima
 
Ficha de trabalho_5
Ficha de trabalho_5Ficha de trabalho_5
Ficha de trabalho_5Amillima
 
Pdf especialidade-flores compress
Pdf especialidade-flores compressPdf especialidade-flores compress
Pdf especialidade-flores compressAmillima
 
Pdf flores-e-seus-significados compress
Pdf flores-e-seus-significados compressPdf flores-e-seus-significados compress
Pdf flores-e-seus-significados compressAmillima
 
Hgpa6 resumo 5ano
Hgpa6 resumo 5anoHgpa6 resumo 5ano
Hgpa6 resumo 5anoAmillima
 
Poda de árvores frutíferas
Poda  de árvores frutíferasPoda  de árvores frutíferas
Poda de árvores frutíferasAmillima
 
Ficha 1 ppt
Ficha 1  pptFicha 1  ppt
Ficha 1 pptAmillima
 
Livro finalistas 1
Livro finalistas 1Livro finalistas 1
Livro finalistas 1Amillima
 
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gico
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gicoApostila de-raciocc3adnio-lc3b3gico
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gicoAmillima
 
Raiz%20quadrada
Raiz%20quadradaRaiz%20quadrada
Raiz%20quadradaAmillima
 

Mais de Amillima (11)

Ficha de trabalho_nº1
Ficha de trabalho_nº1Ficha de trabalho_nº1
Ficha de trabalho_nº1
 
Ficha de trabalho_4
Ficha de trabalho_4Ficha de trabalho_4
Ficha de trabalho_4
 
Ficha de trabalho_5
Ficha de trabalho_5Ficha de trabalho_5
Ficha de trabalho_5
 
Pdf especialidade-flores compress
Pdf especialidade-flores compressPdf especialidade-flores compress
Pdf especialidade-flores compress
 
Pdf flores-e-seus-significados compress
Pdf flores-e-seus-significados compressPdf flores-e-seus-significados compress
Pdf flores-e-seus-significados compress
 
Hgpa6 resumo 5ano
Hgpa6 resumo 5anoHgpa6 resumo 5ano
Hgpa6 resumo 5ano
 
Poda de árvores frutíferas
Poda  de árvores frutíferasPoda  de árvores frutíferas
Poda de árvores frutíferas
 
Ficha 1 ppt
Ficha 1  pptFicha 1  ppt
Ficha 1 ppt
 
Livro finalistas 1
Livro finalistas 1Livro finalistas 1
Livro finalistas 1
 
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gico
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gicoApostila de-raciocc3adnio-lc3b3gico
Apostila de-raciocc3adnio-lc3b3gico
 
Raiz%20quadrada
Raiz%20quadradaRaiz%20quadrada
Raiz%20quadrada
 

Último

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxkellyneamaral
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 

Último (20)

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docxBloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 

Docsity o-uso-de-biopesticidas-na-agricultura

  • 1. O uso de Biopesticidas na agricultura Engenharia Agrícola Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) 25 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 2. INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS ESTUDANTÍS E REGISTO ACADÉMICO DIVISÃO DE AGRICULTURA CURSO: Engª. AGRÍCOLA SEMESTRE: II NÍVEL: II - 2015 DISCIPLINA Proteção vegetal II TEMA: Uso de biopesticidas na agricultura ESTUDANTE Ângelo Pedro Muchanga 2014123 Chókwè, Outubro de 2015 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 3. Índice: I. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1 1.2. Objectivos:................................................................................................................. 2 1.2.1. Geral ....................................................................................................................... 2 1.2.2. Específicos.............................................................................................................. 2 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3 2.1. Marcos históricos do controle biológico de doenças de plantas no Brasil................ 3 2.2. A problemática da agricultura convencional............................................................. 4 2.3. Principais agentes de controlo biológico................................................................... 4 2.4. Pragas ........................................................................................................................ 7 2.4.1. Ácaros..................................................................................................................... 7 2.4.2. Moscas brancas....................................................................................................... 8 2.4.3. Afídios .................................................................................................................... 9 2.4.4. Escaravelho da batateira....................................................................................... 11 2.4.5. Larvas mineiras..................................................................................................... 12 2.4.6. Nóctuas................................................................................................................. 13 2.4.7. Lagartas da couve ................................................................................................. 14 2.5. Doenças ................................................................................................................... 15 2.5.1 Míldios................................................................................................................... 15 2.5.2 Oídios .................................................................................................................... 15 2.5.3 Nemátodos............................................................................................................. 16 2.6. Vantagens e desvantagens do uso de agentes de controlo biológico (ACB)........... 18 III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 4. Lista de Abreviaturas MPB - O modo de produção biológico, que é um sistema de produção que evita ou quase exclui o uso de pesticidas orgânicos de síntese, pelo que a proteção contra os inimigos das culturas baseia-se em métodos alternativos visando o equilíbrio do ecossistema agrário. ACB – Agentes do controlo biológico Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 5. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 1 I. INTRODUÇÃO O uso intensivo de agrotóxicos para o controle de doenças, pragas e plantas invasoras na agricultura, tem, reconhecidamente, promovido diversos problemas de ordem ambiental, como a contaminação dos alimentos, do solo, da água e dos animais; a intoxicação de agricultores; a resistência de peptógenos, de pragas e de plantas invasoras a certos princípios ativos dos agrotóxicos; o surgimento de doenças iatrogénicas (as que ocorrem devido ao uso de agrotóxicos); o desequilíbrio biológico, alterando a reciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; a eliminação de organismos benéficos e a redução da biodiversidade entre outros. Por outro lado, a proteção de plantas por meio do uso de agrotóxicos, apresenta características atraentes, como a simplicidade, a previsibilidade e a necessidade de pouco entendimento dos processos básicos do agroecossistema para a sua aplicação. Para o sucesso com a aplicação de um fungicida de amplo espectro é importante o conhecimento de como aplicar o produto, sendo necessária pouca informação sobre a ecologia e a fisiologia de espécies, interações biológicas, ecologia de sistemas entre outras (BETTIOL & GHINI, 2003). Doença numa visão de controlo biológico é mais que uma íntima interação peptógeno x hospedeiro x ambiente. Nesta relação também participam microrganismos não patogénicos, presentes no sítio de infeção, tendo efeitos positivos ou negativos na actividade do peptógeno ou hospedeiro. (COOK & BAKER, 1983). De acordo com os autores acima citados o conceito clássico de controlo biológico é: “controle de um microrganismo por outro microrganismo”. Outra definição ou conceito mais amplo é a redução da densidade de inoculo ou das actividades determinantes da doença provocado por um peptógeno ou parasita, nos seus estados de actividade ou dormência, por um ou mais organismos, realizado naturalmente ou através da manipulação do ambiente, hospedeiro ou antagonista, ou pela introdução em massa de um ou mais antagonista. Os biopesticidas são produtos que contenham como ingrediente activo um microrganismo ou extraídos a partir de um organismo vivo por procedimentos que não alteram a sua composição química. Podem consistir em todo ou parte do extraído, concentrando-se ou não a substância, adicionada ou não de adjuvantes (LINAN, 2001). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 6. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 2 1.2. Objectivos: 1.2.1. Geral  Abordar uso de biopesticidas na agricultura 1.2.2. Específicos  Descrever os principais agentes de controlo biológico;  Mencionar os meios de proteção contra Pragas e Doenças;  Mencionar as vantagens e desvantagens do uso de biopesticidas. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 7. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Marcos históricos do controle biológico de doenças de plantas no Brasil A história do controle biológico de doenças no Brasil é relativamente recente e marcada por interrupções. De uma forma resumida os principais acontecimentos foram: 1987 – Primeiro produto comercial disponibilizado – Trichoderma viride - para o controle de Phytophthora cactorum em macieira, disponibilizado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Fruteiras de Clima Temperado, da EMBRAPA e desenvolvido por Rosa Maria Valdebenito-Sanhueza; 1991 – Publicação do primeiro livro intitulado “Controle Biológico de Doenças de Plantas”, editado por Wagner Bettiol e publicado pelo então Centro Nacional de Pesquisa de Defesa da Agricultura, da Embrapa, actual Embrapa Meio Ambiente; 1992 – Criada a primeira disciplina sobre “Controlo biológico de doenças de plantas” no curso de pós-graduação em Proteção de Plantas, na UNESP/Botucatu por Wagner Bettiol; Controle biológico de doenças de plantas no Brasil. 2000 - Produção de Tricovab à base de Trichoderma stromaticum para o controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro pelo CEPEC/CEPLAC em Ilhéus, BA; 2008 – Registro do primeiro fungicida biológico comercial contendo um antagonista para o controle de doenças de plantas – Trichodermil (Trichoderma harzianum), pela Itaforte Bioprodutos Ltda; 2009 – Mais de 20 marcas comerciais de produtos contendo agentes de controlo biológico de fitopatógenos estão disponíveis para os agricultores. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 8. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 4 2.2. A problemática da agricultura convencional O crescimento da população mundial e, por consequência, o aumento da necessidade alimentícia, causaram há aproximadamente 30 anos o início da revolução verde, que tinha como única prioridade o aumento da quantidade de alimentos a qualquer custo. Desde então, realmente tem sido possível ver no mundo uma mudança extraordinária na tecnologia agropecuária e, sem dúvida, um aumento na produção. Mas ao mesmo tempo também começaram a aparecer efeitos negativos que não haviam sido calculados (BRECHELT, 2004). 2.3. Principais agentes de controlo biológico A seguir são listados e descritos alguns microrganismos utilizados em controlo biológico, segundo MELLO (1998) & ROBBS (1991): Ampelomyces quisqualis Relatado como razoavelmente eficiente como parasita de espécies de oídio, principalmente em estufas, onde é possível manipular o ambiente, tornando-o mais húmido e com pequena variação de temperatura. Bacillus spp. A espécie mais estudada é o Bacillus subtilis. Este gênero pertence ao grupo das bactérias quimiorganotróficas, gram positivas, cuja característica é a produção de endósporos resistentes ao calor. O maior reservatório de Bacillus é o solo, habitando também ambientes extremos, como desertos e geleiras. Sua ação antagonista não é específica, atuando tanto sobre patógenos foliares, como radiculares. Além de antibióticos, algumas espécies de Bacillus promovem o crescimento de plantas, pela produção de fito hormônios e pela produção de sideróforos. Gliocladium spp. Microparasita facultativo, habitante natural do solo, tem sido observado parasitando inúmeros fungos como Botrytis spp., Eutypa armeniaceae, Ceratocystis fimbriata, e Fusarium spp. Sutton (1994), concluiu que a competição por substrato é o principal mecanismo de ação deste antagonista, além da ação de antibiose. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 9. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 5 Peniophora gigantea É um basidiomiceto comum em madeira e cerne de coníferas, em regiões temperadas. Atuando como invasor primário de ferimentos, competindo por espaço e nutrientes com Heterobasidium (Fomes) annosus, agente da podridão radicular de coníferas. Este é um exemplo clássico de sucesso do controlo biológico, com registro aprovado nos E.U.A. pela agência de proteção ambiental. Aplicado na parte aérea, se difunde por toda a planta e se irradia nas raízes das árvores próximas. Pseudomonas putida e P. Fluorescens São as eubactérias mais estudadas em controlo biológico, habitando o solo e também o filoplano. Entretanto, é na rizosfera que são antagonistas eficientes competindo por nutrientes. As Pseudomonas são favorecidas por alta humidade, crescendo numa ampla faixa de temperatura. Além de actuarem como perspectivas do uso do controle biológico contra doenças florestais antagonistas, também tem ação de promover o crescimento das plantas. Estas são chamadas de Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas (RPCP), assim como outros gêneros. O principal mecanismo de ação deste grupo de bactérias é a produção de metabólitos antibióticos e sideróforos, que são compostos de baixo peso molecular, com a capacidade de aprisionar o Ferro disponível na rizosfera, e deste modo, podem inibir o desenvolvimento de microrganismos sensíveis à supressão do ferro. Os principais problemas na utilização destas bactérias no controle biológico são a sensibilidade à radiação e a dessecação, no caso de patógenos aéreos. Em doenças radiculares, os problemas estão relacionados principalmente com o pH do solo. Streptomyces spp. São bactérias gram-positivas, actinomicetales, que formam micélio e esporos. São encontradas em águas, no solo, onde são dominantes, e também colonizam restos de culturas. Produzem de antibióticos, enzimas e inibidores enzimáticos, com aplicação na medicina, agricultura e veterinária. Uma característica destes actinomicetos é a resistência à seca, sendo favorecidos pelo pH alcalino ou neutro e tolerante às condições de acidez. Um dos problemas no uso destes microrganismos é o difícil isolamento e o crescimento lento em meio de cultura. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 10. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 6 Trichoderma spp. É um deuteromiceto que produz abundantes conídios em conidióforos que emergem diretamente das hifas. É um fungo de solos orgânicos, vivendo saprofiticamente ou parasitando outros fungos. É um antagonista eficaz no controle de inúmeros fungos fito patogénicos. Várias espécies tem sido utilizadas em biocontrolo, entretanto, Trichoderma harzianum é a espécie mais bem estudada. Elas têm sido utilizadas tanto para patógenos radiculares, como, Rhizoctonia solani, Fusarium spp., Armillaria spp., como da parte aérea, como, Venturia spp., Botrytis spp, etc. O modo de ação é variado, podendo ser por parasitismo, antibiose e competição. Verticillium lecanii É um fungo deuteromiceto apresentando-se como Turribiella sp. Na sua forma sexual. É um fungo hiperparasita de ferrugens, requerendo alta humidade relativa (95-100%) para seu crescimento sobre as pústulas de ferrugem. Temperaturas entre 15 e 18º C são ideais para seu desenvolvimento, bem como, altas intensidades de luz favorecem o parasitismo. Entretanto, o fungo é extremamente sensível à irradiação ultravioleta. Estas características inviabilizam ou dificultam o seu uso como antagonista, pois as condições ambientais do patógeno não são favoráveis às de V. lecanii. Além disso, ele apresenta um crescimento micelial muito lento e com baixa produção de conídios em meio de cultura. Efeitos adversos possíveis atribuídos ao uso de agentes microbianos de controlo são alergenicidade, toxicidade, perda de efetividade, patogenicidade e deslocamento competitivo. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 11. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 7 2.4. Pragas 2.4.1. Ácaros Os ácaros do género Tetranychus constituem um grupo de espécies de grande importância económica em diversas culturas hortícolas. Entre este grupo, o aranhiço amarelo Tetranychus urticae Koch (e em menor escala o aranhiço-vermelho Panonychus ulmi (Koch)) é considerado um dos ácaros de maior importância em todo o mundo dado que ataca várias culturas, nas quais desenvolve um elevado número de gerações, devido à elevada fertilidade e elevado potencial reprodutivo que possui. Dotado de uma armadura bucal picadora sugadora, o aranhiço-amarelo alimenta-se perfurando o mesofilo das folhas, das quais extrai os sucos celulares, causando a redução da superfície fotossinteticamente activa, levando ao enfraquecimento da planta. Como consequência dos ataques deste fitófago, as folhas adquirem um tom bronzeado característico. Elevadas temperaturas e humidades relativas, associadas à monocultura intensiva, são factores favoráveis ao desenvolvimento desta praga. A proteção das culturas contra o aranhiço-amarelo no MPB, consiste na utilização de predadores naturais (sejam eles endémicos ou introduzidos) dos quais se destacam os ácaros predadores da família Phytoseiidae Phytoseiulus persimilis e Neoseiulus californicus, não descurando o importante papel desempenhado por coccinelídeos, crisopídeos e antocorídeos, importantes predadores generalistas com eficácia comprovada na limitação natural de diversos insectos em diversas culturas, (MOURÃO, 2007). Principais culturas atacadas: abóbora, cenoura, feijão-verde, melão, morango, pepino, pimento e tomate. (MOURÃO, 2007) Produtos de origem natural, podem desempenhar um papel complementar ao dos ácaros fitoseídeos na protecção contra este importante fitófago designadamente o organismo entomopatogénico Beauveria bassiana (Balls) Vuill. (TAMAI et al., 1999) além de extractos vegetais (POTENZA et al., 2006) (quadro 1). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 12. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 8 Quadro 1 - Proteção das culturas contra o aranhiço-amarelo no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Ácaros fitoseídeos Phytoseiulus persimilis Neoseiulus californicus P. persimilis possui hábitos alimentares específicos, sendo efectiva a elevadas densidades do fitófago, pelo que na sua ausência, tende a abandonar o hospedeiro. Introdução de fitoseídeos após os primeiros sinais de ocorrência do fitófago. Na cultura do tomateiro, a eficácia da luta biológica pode ser dificultada devido à elevada vilosidade das folhas desta planta Outros Artrópodes Chrysoperla carnea, Orius laevigatus O. majusculus Coccinela setempunctata Feltiella acarisuga Espécies com elevada mobilidade e polifagia, cuja ocorrência nas imediações das culturas deve ser potenciada. Fonte: adaptado de MCMURTRY & CROFT (1997), NERVO et al. (2004), RODRIGUES (2005). 2.4.2. Moscas brancas Das cerca de 1200 espécies identificadas até à presente data, as moscas brancas das estufas Trialeurodes vaprorariorum (West.) e Bemisia tabaci (Genn.) e a mosca branca da couve Aleyrodes proltella são consideradas de interesse económico nos países do mediterrâneo sul, tanto em horticultura protegida como ao ar livre. Nas últimas duas décadas, T. vaprorariorum e B. tabaci converteram-se num dos grupos de pragas de maior importância económica, tanto pelo amplo leque de culturas que atacam como pela magnitude de prejuízos causados (CABELLO et al., 1996). Os prejuízos causados pelas moscas brancas são de dois tipos: directo e indirecto. Os prejuízos directos resultam das picadas de alimentação das ninfas e adultos, uma vez que se alimentam sugando a seiva do hospedeiro, reduzindo por conseguinte o vigor da planta, a qualidade do produto e a quantidade do mesmo. Os prejuízos indirectos resultam da excreção de uma substância açucarada que cobre as folhas e serve de substrato para o desenvolvimento de fungos saprófitas, como fumagina, reduzindo desta forma a área fotossinteticamente activa da planta, com consequências ao nível da qualidade e quantidade da produção (CARDONA et al., 2005). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 13. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 9 No MPB a proteção contra estas moscas brancas baseia-se na utilização de predadores e parasitóides naturais, de organismos entomopatogénicos e de insecticidas de origem natural (Quadro 1.2), não descurando a importância de que se reveste a criação de infraestruturas ecológicas para a valorização das espécies endémicas, cuja ação não deve ser negligenciada (MOURÃO, 2007). Quadro 1.2 - Proteção das culturas contra as moscas brancas no modo de produção biológico Meios de Protecção Nota Predadores (ácaros fitoseídeos) Ambly seius swirskii Neoseiulus cucumeris Estas espécies possuem hábitos alimentares generalistas, são efectivas a baixas densidades do fitófago e, na sua ausência, tendem a permanecer no hospedeiro, alimentando-se de pólen, meladas e exsudados da planta. Predadores (insectos) Macrolophus caliginosus Dicyphus hesperus Orius insidiosus M. caliginosus consome imaturos e adultos de moscas branca. A sua introdução deve ocorrer cedo, uma vez que este auxiliar estabelece-se muito lentamente na cultura. Chrysoperla carnea Alimenta-se de imaturos e adultos de mosca branca Parasitóides Eretmocerus eremicus E. mundus Atacam ninfas do 2º e 3º instar. As ninfas de mosca branca parasitadas por Eretmocerus adquirem um tom amarelado e um aspecto inchado aquando da emergência. E. mundus mostra preferência por B.tabaci. Encarsia formosa E. nigricephalla E. nigricephalla ataca ninfas do 2º instar. Próximo da emergência, a ninfa de mosca branca parasitada, torna- se amarelada com um ponto negro no extremo da pupa. Fonte: adaptado de CABELLO et al. (1996), GILLESPIE & MCGREGOR (2000), CARDONA (2005), URBANEJA et al., (2007). 2.4.3. Afídios Os afídios são pequenos insectos, com 1 a 4 mm, pertencentes à superfamília Aphidoidea. Conhecem-se cerca de 4000 espécies de afídios das quais 250 são consideradas de importância económica na agricultura. São insectos picadores sugadores que causam prejuízos directos e indirectos nas plantas atacadas. Os afídios estão dotados de uma armadura bucal picadora-sugadora, através da qual sugam a seiva das plantas debilitando-as e, consequentemente, interferem no seu rendimento. Como consequência de fortes ataques dos afídios, formam-se meladas à superfície das folhas, que constituem uma importante fonte de desenvolvimento de fungos como a fumagina, reduzindo consideravelmente a área fotossinteticamente activa. O facto de possuírem Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 14. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 10 uma armadura bucal picadora sugadora torna-os vectores de viroses, na maioria das vezes prejudiciais às plantas (ILHARCO, 1992). Entre as diversas espécies de afídios consideradas de importância económica em horticultura, Myzus persicae, Aphis gossipi, Macrosiphum euphorbiae e Aphis fabae são consideradas por diversos autores como as que apresentam maior número de hospedeiros. Algumas espécies, para além de terem como hospedeiros diversas espécies hortícolas, são também importantes pragas em fruticultura, como o piolho-verde- dopessegueiro M. persicae. No entanto, muitas outras espécies apresentam diferentes graus de especificidade como os seus hospedeiros (ILHARCO, 1992). Aida de acordo com o autor acima citado, na natureza existem inúmeros predadores e parasitóides naturais de afídios que, dada a sua elevada mobilidade, desempenham um papel crucial na limitação natural destes inimigos das culturas. Entre os principais auxiliares, referem-se algumas espécies de predadores pertencentes às famílias Anthocoridae, Cecidomyiidae, Coccinelidae, Chrysopidae e syrphidae e de parasitóides das famílias Aphidiidae e Aphelinidae (quadro 1.3). TALEBI et al., (2006) referem os parasitóides Aphidius colemani A. Matricariae como bons candidatos na limitação natural do afídio A. Gossipi. Por sua vez, VALÉRIO et al., (1999) em trabalhos realizados em Portugal, consideraram Lysiphlebus fabarum, L. testaceipes e Trioxys angelicae, como os parasitóides primários de respectivamente A. gossypii, M. persicae e de M. euphorbiae. Principais culturas atacadas: alface, abóbora, brássicas, batata, feijão-verde, melão, pepino, morango, Fava, pimento e tomate, (MOURÃO, 2005). Quadro 1.3 - Proteção das culturas contra os afídios no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Predadores (insectos) Orius sp., Aphidoletes aphidimyza, Coccinela setempunctata, Scymus sp., Chrysoperla carnea A presença de vegetação espontânea na proximidade das culturas aumenta consideravelmente as populações de predadores e parasitóides. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 15. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 11 Parasitóides Aphidius colemani, Aphidius ervi, Aphidius matricarie, Lysiphlebus fabarum, Lysiphlebus testaceipes e Trioxys angelicae Largadas de Aphidius colemani, Chrysoperla carnea em pepino e de Aphidoletes aphidimyza tomate, permitem excelentes resultados na proteção biológica contra afídios Insecticidas Azadiractina Piretrinas Na presença de fortes infestações e ausência de auxiliares de origem selvagem ou introduzidos, tratar com produtos à base de azadiractina, ou piretrinas naturais. Os melhores resultados são obtidos quando se alternam as referidas substâncias activas. Fonte: adaptado de VALÉRIO et al., (1999; 2005), NERVO et al., (2004a,b), TALEBI et al., (2006). 2.4.4. Escaravelho da batateira O escaravelho-da-batateira Leptinotarsa decemlineata, constitui a principal praga associada a esta cultura, cuja ação pode levar à destruição total da folhagem. Tanto os adultos como as larvas alimentam-se da folhagem da batateira. No entanto, são os estádios larvares que apresentam maior voracidade, chegando a causar destruições totais ou parciais das plantas atacada, com consequências directas ao nível da produção. O período crítico de desfoliação, corresponde à fase imediatamente antes e após a floração da cultura, onde os prejuízos poderão ser significativos (STRAND et al., 1992). O recurso a agentes de proteção biológica para o controlo do escaravelho da batateira, apresenta vantagens e desvantagens. Os produtos à base de microrganismos ou de extractos vegetais, apresentam como principais vantagens: a especificidade na sua actuação, o respeito pelo ambiente e a menor tendência para o desenvolvimento de resistências a estes produtos. Por sua vez, as principais barreiras que se encontram à utilização de produtos formulados à base de microrganismos e de extractos vegetais são: uma eficácia geralmente menor que a dos produtos sintéticos, ação retardada sobre o organismo visado, dificuldade de produção a nível comercial e necessidade de resolver problemas técnicos como a sensibilidade a factores ambientais que apresentam a maioria destes produtos (FERNANDEZ & JUNCOSA, 2002). No MPB o combate ao escaravelho da batateira torna-se bastante complexo, uma vez que não existem inimigos naturais (predadores, parasitoides e organismos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 16. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 12 entomopatogénicos) em quantidade suficiente para levarem a cabo a limitação natural deste fitófago (STIVERS, 1999; KUEPER, 2003), (Quadro 1.4). Principais culturas atacadas: Batateira, beringela, tomate e pimento. Quadro 1.4 - Proteção das culturas contra escaravelho-da-batateira no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Predadores naturais (insectos) Ligus pratensis Insecticidas Azadiractina Rotenona Piretrinas As aplicações devem ser orientadas para as fases larvares L1 e L2 logo na primeira geração, de forma a evitar ataques tardios e a reduzir o número de adultos hibernantes do ano seguinte Práticas culturais Sementeiras temporãs Dificultam o normal desenvolvimento do ciclo biológico da praga Rotações De quatro ou mais anos Fonte: adaptado de STIVERS (1999), BASEDOW (2002), FERNANDEZ & JUNCOSA (2002), KUEPER (2003), BOITEAU (2005). 2.4.5. Larvas mineiras As espécies do género Liriomyza são pequenas moscas cujas larvas minam as folhas das plantas, por isso são chamadas “larvas mineiras das folhas”. As larvas alimentam-se do mesofilo foliar provocando diminuições na colheita. Os adultos também causam estragos nas plantas devido às suas perfurações para alimentação e/ou postura feitas pelas fêmeas sobre a superfície vegetal (GONÇALVES & ANUNCIADA, 1999). De acordo com os mesmos autores em Portugal, as espécies com maior impacto nas culturas hortícolas são a Liriomyza trifolii e a L. huidobrensis. Na proteção contra as larvas mineiras, deve prestar-se especial atenção à eliminação de infestantes hospedeiras destas pragas e, ao mesmo tempo potenciar hospedeiros dos respetivos auxiliares. A limitação natural a partir de populações selvagens de auxiliares ocorre com frequência. No entanto, quando os níveis populacionais da praga são elevados, o recurso à largada dos parasitóides Dacnusa sibirica e Diglyphus isaea constitui a alternativa mais viável (MOURÃO, 2005) (Quadro 1.5). As mineiras desenvolvem-se em vários hospedeiros, evidenciando desta forma uma elevada polifagia. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 17. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 13 Principais culturas atacadas: alface, cenoura, feijão, pepino, melão, tomate e pimento. Quadro 1.5 - Proteção das culturas contra moscas-mineiras no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Parasitóides (parasitóides) Dacnusa sibirica Diglyphus isaea Avaliar frequentemente o parasitismo provocado por populações selvagens de parasitóides. A proteção biológica contra as moscas mineiras através de largadas de parasitóides deve contemplar uma mistura de D. sibrica e D. isaea. Esta última espécie é bastante efectiva a elevadas densidades de mineiras, bem como durante o período de verão. Insecticidas Azadiractina, Piretrinas, sais de potássio. Práticas culturais Rotação das culturas Promover rotações com culturas não hospedeiras da praga Fonte: adaptado de GONÇALVES & ANUNCIADA, (1999), NERVO et al. (2004), GONÇALVES (2006). 2.4.6. Nóctuas Os noctuídeos (Lepidoptera: Noctuidae) constituem pragas de importância económica em diversas culturas, entre as quais se destacam Helicoverpa armigera, Chrysodeixis chalcites e Autographa gamma em culturas como o tomate e o pepino. Esta importância é devida essencialmente a três características: elevada polifagia, tendência gregária e existem algumas espécies que têm um comportamento migratório. Existem diversos inimigos naturais de H. armigera, dos quais se destacam dois parasitóides de ovos: Trichogramma rhenana, e Telenomus spp. E dois parasitóides de larvas: Hyposoter didymator e Apanteles Kazak (MEIERROSE et al., 1985) e o predador de ovos e pequenas lagartas a Chrysoperla carnea (MIRANDA, 2001) (quadro 1.6). Quadro 1.6 - Proteção das culturas contra noctuídeos no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Insectos Parasitóides Hyposoter didymator Trichogramma sp. Parasitóide de larvas. Parasitóide de ovos. Insectos predadores Chrysoperla carnea Predador de ovos e pequenas lagartas. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 18. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 14 Microrganismos B. thuringiensis Os insecticidas devem ser aplicados no início da infestação de forma a evitar uma segunda geração. Utilização de feromonas Para determinação as curvas de voo e dos inícios de infestação. Práticas culturais Rotação de culturas Fonte: adaptado de CABELLO et al., (1996). 2.4.7. Lagartas da couve As lagartas das couves Pieris brassicae y Pieris rapae são insectos oportunistas associados às brássicas em geral e às couves em particular. Ambas as espécies são bastante frequentes, no entanto, a primeira é a mais abundante e a que pode causar prejuízos mais elevados (GARCIA, 1998). Os principais estragos causados por P. brassicae verificam-se nas folhas mais externas, enquanto P. rapae tende a ocupar as folhas mais centrais. Em situações de fortes ataques as folhas podem ficar reduzidas às nervuras principais. Ambas as espécies apresentam duas gerações anuais sendo a primeira no início da Primavera e a segunda em pleno Verão (GARCIA, 1998). Na proteção contra os pierídeos, podem ser utilizados vários parasitóides dos quais se destacam Hyposoter didymator, Telenomus laeviceps, Aplanetes glomeratus e Pteromalus puparum (GARCIA, 1998; MIRANDA, 2001) (quadro 1.7). Principais culturas atacadas: crucíferas em geral e couves em particular. Quadro 1.7 - Proteção das culturas contra lagartas-das-couves no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Insectos parasitóides Hyposoter didymator, Telenomus laeviceps, Aplanetes glomeratus Pteromalus puparum Parasitóides de larvas. Práticas culturais Consociação com trevo Fonte: adaptado de GARCIA (1998), MIRANDA (2001), PINNA et al. (2004). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 19. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 15 2.5. Doenças 2.5.1 Míldios Os míldios são causados por diversos fungos pertencentes a diferentes os géneros, entre os quais se destacam Phytophthora, Pseudoperonospora, Peronospora e Bremia. São parasitas obrigatórios muito especializados, que podem causar perdas totais de produção num curto espaço de tempo, principalmente em situações de elevada humidade relativa, presença de água livre no hospedeiro e temperaturas amenas condições estas consideradas as mais favoráveis para o desenvolvimento das principais espécies de míldio que atacam as culturas hortícolas (MOURÃO, 2007). Quadro 2 - Temperaturas óptimas para o desenvolvimento de vários tipos de míldio. Cultura (agente patogénico) Intervalo de temperaturas Observações Batata e tomate (Phytophthora infestans) 18 – 22ºC Fica inactivo a 30 ºC. Cucurbitáceas (Pseudoperonosora cubensis) 18 - 23ºC Fica inactivo a 37 ºC Alface (Bremia lactucae) 12 - 20ºC Sintomas manifestam-se primeiro nas folhas basais. Cebola (Peronospora destrucor) 10 - 12ºC 25 ºC podem evitar a esporulação na noite seguinte. Pimento (Phytophthora capsici) 26 - 32ºC Bastante tolerante a temperaturas elevadas. Fonte: adaptado de: BOVEY (1979); AGRIOS (1979), BLANCARD et al., (1991); STEVENSON (1993). A proteção contra os míldios realiza-se mediante a aplicação de fungicidas cúpricos, pela utilização de variedades ou cultivares menos sensíveis ou resistentes e pela adopção de práticas culturais que dificultem o desenvolvimento do agente patogénico (MOURÃO, 2007). 2.5.2 Oídios Os oídios constituem um grupo muito homogéneo, são ectoparasitas obrigatórios e todos apresentam um aspecto muito parecido. O micélio pode aparecer primeiro na página inferior das folhas e adopta um aspecto de manchas esbranquiçadas ou acinzentadas. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 20. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 16 A proteção contra os oídios realiza-se mediante a aplicação de fungicidas à base de enxofre. Nas épocas mais críticas para o desenvolvimento do oídio, as aplicações devem ser realizadas a intervalos de 10 dias. Outra forma de minimizar o impacto desta doença, consiste na utilização de variedades ou cultivares menos sensíveis ou resistentes e pela adopção de práticas culturais que dificultem o desenvolvimento do agente patogénico (MOURÃO, 2007), (quadro 2.1). Principais culturas atacadas: abóbora, melão, pepino - E. cichoracearum, feijão - E. poligoni, morango - O. fragareae, pimento e tomate - L. taurica. Quadro 2.1 - Proteção das culturas contra oídios. Meios de Proteção Nota Fungicidas Fungicidas Formulações líquidas, pó molhável ou pó polvilhável Bicarbonado de sódio Na cultura do pimento Permanganato de potássio Misturado com enxofre Sais de potássio Qualidade das plantas Optar por variedades resistentes Práticas culturais Evitar humidade excessiva Rotação das culturas Arejamento das culturas em estufa Evitar regas por aspersão Sobretudo ao final do dia Fonte: adaptado de BOVEY (1979), AGRIOS (1979), STEVENSON (1993), PINA et al., (2004), NERVO et al., (2004a,b). 2.5.3 Nemátodos São pequenos vermes não segmentados, geralmente com menos de 1 mm de comprimento, com corpo fusiforme, e na sua maioria de vida livre. Podem atacar órgãos Subterrâneos (raízes, rizomas tubérculos ou bolbos) e órgãos aéreos (caules, folhas, flores e sementes). Em geral, os sintomas dos ataques de nemátodos são inespecíficos e similares aos causados por outras doenças do solo ou carências nutricionais. Tais sintomas caracterizam-se por um atraso no desenvolvimento inicial da cultura, cloroses, fraco vigor das plantas, menor tamanho dos frutos e senescência precoce (VERDEJO & LUCAS, 2005). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 21. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 17 Quadro 2.2 - Principais nemátodos associados a espécies hortícolas. Espécie Cultura hospedeira Meloidogyne arenaria Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate M. incógnita Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate M. javanica Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate M. hapla Alface, cenoura, feijão, morango, melão, pepino, pimento, pimento, tomate Globodera pallida Batata, tomate, beringela G. rostochiensis Batata Heterodera carotae Cenoura Ditylenchus dipsaci Cebola Adaptado de; AGRIOS (1978); BLANCAR et al., 1991); ROWE (Ed) (1993); MIRANDA (2001); No MPB a proteção contra os nemátodos começa com as medidas preventivas, que têm por finalidade evitar plantações em solos onde estes organismos existam em quantidades suficientes para causarem prejuízos. Quando os nemátodos se encontram presentes num determinado local, as práticas a utilizar incluem a preparação do terreno, a solarização, a utilização de variedades ou cultivares resistentes e a rotação e culturas. Em pós-plantação as medidas a utilizar são do tipo paliativo uma vez que não existem produtos curativos. Tais medidas incluem o recurso a agentes de proteção biológica como bactérias e fungos nematófagos (VERDEJO & LUCAS, 2005) (quadro 2.3). Quadro 2.3 - Proteção das culturas contra nemátodos no modo de produção biológico. Meios de Proteção Nota Organismos entomopatogénicos Pochonia chlamydosporia Para nemátodos do quisto da batateira Práticas culturais Solarização Recomenda-se a reutilização de plástico usado na cobertura das estufas As rotações culturais Plantação de brássicas A plantação de brássicas em locais atacados por nemátodos, permite um bom controlo da praga. Fonte: adaptado de GEEP (2007), VERDEJO & LUCAS (2005). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 22. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 18 2.6. Vantagens e desvantagens do uso de agentes de controlo biológico (ACB) Segundo BOYETCHKO et al., (1998); GLASS, (1995); POWELL & JUTSUM, (1993); LUMSDEN et al., (1995); STRILING, (1991), os produtos de microrganismos têm as seguintes vantagens principais:  A especificidade da sua ação  Amigo do ambiente  Agentes patogénicos tendem a desenvolver uma menor resistência aos produtos químicos microbianos De acordo com os mesmos autores as principais barreiras que os produtos com base em microrganismos possuem são: A eficácia de controlo geralmente menos de produtos químicos  Ação geralmente não imediato  Dificuldades produção comercial  A necessidade de resolver questões técnicas, tais como a sensibilidade a fatores ambientais (temperatura, UV, humidade) que apresentam a maioria destes produtos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 23. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 19 III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  Andrea Brechelt, (2004). O Manejo Ecológico de Pragas e Doenças;  Baker, K.F. & Cook, R.J, (1983): Biological Control of Plant Pathogens. San Francisco. W. Freeman;  Bakker, P; Glandorf, D; Viebahn, M; Ouwens, T; Smit, E; Leeflang, P; Wernars, K.; Thomashow, L; Thomas-Oates, J; Loon, L. van, (2002): Effects of Pseudomonas putida modified to produce phenazine-1-carboxylic acid and 2,4- diacetylphloroglucinol on the microflora of field grown wheat. Antonie van Leeuwenhoek. Amsterdam;  Basedow, T. (2002). Uso de insecticidas en agricultura de algunos países del mundo, métodos para reducir su uso y realizar una protección de cultivos más favorable para el ambiente. Natura 10, 50-58.  Bettiol, W & Ghini, R, (2003): Proteção de plantas em sistemas agrícolas alternativos. In: Campanhola, C. & Bettiol, W. (Eds.) Métodos alternativos de controlo fitossanitário. Jaguariúna. Embrapa Meio Ambiente.  Blancard, D; Lecoq, H. & Pitrat M., (1991). Maladies des cucurbitacées. Ed. Revue Horticole - INRA. 301 p.  Boiteau, G. (2005). Evaluer les solutions en matière de lutte contre le doryphore et de fertilité azotée en production biologique de pommes de terre. CABC-Centre d‟agriculture biologique do Canada.  Bovey, R. (1979). La defense des plantes cultivées. Ed. Payot Lausane, 864p.  Boyetchko, S; Pedersen, E; Punja, Z; Reddy M. (1998). Formulations of Biopesticides. Hall F.R. & Barry J.W. Editores En Methods in Biotechnology.,vol 5.: 487-508. Humana Press, Totowa, NJ.  Cabello, T; Carricondo, I. & Belda, J. E. (1996). Biologia y control de las espécies de mosca blanca Trialeurodes vaporariorum (Gen.) y Bemisia tabaci (West.) en cultivos  Cardona C., Rodriguez I.V., Bueno J.M. & Tapia X. (2005). Biologia y manejo de la mosca blanca Trialeurodes vaporariorum en habichuela y fríjol. CIAT- Centro Internacional de Agricultura 49 p.  Cook, R.J. & Baker, K.F. The Nature and Practice of Biological Control of Plant Pathogens. St. Paul. APS. (1983). Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 24. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 20  De Liñán, C. (2001). Vademécum de productos fitosanitarios y nutricionales. Ediciones Agrotécnicas S.L., Madrid. 670 pp.  Debach, P. (1968). Control biologico de las plagas de insetos y malas hierbas. Editora Continental, S.A., México. 927p.  Fernandez, C. & Juncosa, R. (2002). Biopesticidas: la agricultura del futuro Phytoma 141: 14-19.  Gepp, V. (2007). Curso de fitopatología. Universidad de la Repubalica, Dep. Fitopatología. URL: http://www.pv.fagro.edu.uy/fitopato/cursos/fitopato/index.html (Acedido a 25/10/15).  Gillespie, D.R. and McGregor R.R. (2000). The function of plant feeding in the omnivorous predator Dicyphus hesperus: water places limits on predation. Ecological Entomology 25: 380-386.  Glass, D. J. (1995). Biotic effects of soil microbial amendments. Rechcigl, J.E. (Ed.) En: Soil amendments. Impacts on Biotic Systems. Lewis Publishers, CRC Press, Inc.  Gonçalves, M.A. & Anunciada M.L. (1999). Desenvolvimento de Diglyphus spp. (Hym.: Eulophidae) em Liriomyza trifolii (Dip.: Agromyzidae). Actas do V Encontro Nacional de Protecção Integrada - A prática da protecção integrada no limiar do milénio, 331- 338.  Ilharco F.A. 1992. Equilíbrio biológico de afídeos. Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 279 p. Jacas J., Caballero P. & Avilla J. (Eds.) (2005). El ontrol biológico de nemátodos fitoparásitos.  Isabel de Maria Mourão, (2007). Manual de hortícola no modo de produção biológica  Kueper, G. (2003). Colorado potato beetle: organic control options. ATTRA- Appropriate Technology Transfer for Rural Areas. http://www.attra.ncat.org/attra- pub/PDF/copotbeetl.pdf.  Lumsden, R. D., Lewis, J. A., Fravel, D. R. (1995). Formulation and delivery of biocontrol agents for use against soilborne plant pathogens. Hall F.R. & Barry J.W. (Eds.) En: Biorational Pest Control Agents. Formulation and delivery. American Chemical Society, Washington, DC.  McMurtry J. A. & Croft B. A. (1997): Life-Styles of phytoseiid mites and their roles in biological control. Annu. Rev. Entomol. 42: 291-321 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 25. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 21  Melo, I.S. DE. Agentes microbianos de controlo de fungos fitopatogêncos. In: Controle biológico. Vol. I. MELO, I.S. DE e AZEVEDO, J.L. DE. (Eds.) Jaguariúna, SP, Embrapa-CNPMA.(1998). 264p.  Miranda, C. (Coord.) (2001). Manual de Protecção Integrada de culturas hortícolas. Ed. Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste)  Nervo G., Strazzanti L., Soave I, Campanelli G. & Ferro, F. (2004a). La coltivazione biológica del peperone. PhytoMagazine.  Potenza M.R., Gomes, R.C.O., Jocys, T., Takematsu, A.P. & Ramos, A.C.O. (2006). Avaliaçao de produtos naturais para o controle do ácaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em casa de vegetação. Arq. Inst. Biol., São Paulo  Powell, K. A., Jutsum, A. R. (1993). Technical and commercial aspects of biocontrol products. Elsevier Applied Science Publishers, 37: 315-321  Robbs, C. Bactérias como agentes de controlo biológico de fitopatógenos. In: Controle biológico de doenças de plantas. Bettiol, W. (Org.) Jaguariúna: Embrapa- Cnpda, (1991). 338p. (Embrapa-Cnpda. Documentos, 15).  Rowe R.C. 1993 (Ed.). Potato Health Management. APS Press, 178 p.  Stevenson W.R. (1993). Management of early blight and late blight. In: Rowe R.C., 1993 (Ed,). Potato Health Management, 141-147.  STIRLING, G.R. (1991). Biological control of plant parasitic nematodes: progress, problems, and prospects. CAB International, Wallingford, Oxon, 282 pp  Stivers L. (1999). Crop Profile: Potatoes in New Cork. NSF Center for Integrated Pest Management. URL: http://www.ipmcenters.org/cropprofiles/docs/nypotatoes.html. (Acedido a 25/10/15).  Stivers L. (1999). Crop Profile: Potatoes in New Cork. NSF Center for Integrated Pest Management. URL: http://www.ipmcenters.org/cropprofiles/docs/nypotatoes.html. (Acedido a 25/10/15).  Strand L.L.; Rude P.A.; Clark J. K. (1992). Integrated Pest Management for Potatoes in the western United States. University of California, Oakland, California, 167 p. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)
  • 26. Uso de biopesticidas na agricultura ISPG-2015 Elaborado Por: Muchanga Engenharia Agrícola, Nível II – 2015, Proteção Vegetal II 22  Talebi A. A., Zamani A.A., Fathipour Y. Baniameri V. Kheradmand K. & Haghani M. (2006). Host stage preference by Aphidius colemani and Aphidius matricariae (Hymenoptera: Aphidiidae) as parasitoids of Aphis gossipi (Hemiptera: Aphididae) on greenhouse cucumber. IOBC/wrps Bull., 29 (4): 173-177.  Tamai M.A., Alves S.B. & Neves P.J. 1999. Patogenicidade de Beauveria Bassiana (Bals.) Vuill. Ao ácaro Tetranychus urticae Koch. Sci. agric. 56 (2): 285-288.  Urbaneja A., Sánchez E. & Stansly P.A. (2007). Life history of Eretmocerus mundus, a parasitoid of Bemisia tabaci, on tomato and sweet pepper. BioControl, 52: 25-39.  Verdejo-Lucas S. (2005). El control biológico de nemátodos fitoparásitos. In: Jacas et al. (Eds.), 2005. El control biologic de plagas y enfermedades, Universitat Jaume I y Universidad Pública de Navarra, 153-166.  Vlério E., Cecílio A., Ilharco F.A. (1999). Dinâmica das populações de afídeos Homoptera Aphidoidea) e seus parasitóides (Hymenoptera Aphidiidae) em cultura protegida de pimento. Suplemento nº 6 ao Boletim da SPEN, 79-84.  Yela-García J. L, (1998). Orden Lepidoptera. In: De Liñan C., Entomología agroforestal - insectos y ácaros que dañam montes, cultivos y jardines, 703-880. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: avlis-amil (paula.lima10@gmail.com)