O documento descreve o Modelo Transteórico de Mudança Comportamental, incluindo seus principais conceitos como estágios de mudança e processos. O modelo sugere que as mudanças bem-sucedidas dependem da aplicação das estratégias certas nos estágios corretos de motivação para mudança. O documento também discute a aplicação desse modelo em intervenções nutricionais.
2. Modelo Transteórico (MTT)
• Foi construído por James Prochaska, em 1979, por meio da
análise comparativa de mais de 29 teorias e modelos dos
principais enfoques psicoterápicos, tendo como foco o
processo de mudança;
• No transcorrer do estudo, os resultados mostravam que
todas as teorias apresentavam limitações e nenhuma delas
explicava detalhadamente o processo de motivação para
mudança de comportamento nas pessoas.
3. Modelo Transteórico
• Diante desta análise, Proschaska denominou de
“transteórico” o modelo que ali nascia;
• O principal pressuposto deste modelo, é o fato de que
as auto mudanças bem sucedidas dependem da
aplicação das estratégias certas (processos) na hora
certa (estágios).
4. Modelo Transteórico
• O grande ganho do MTT é a mudança intencional, o que
significa que é o indivíduo quem opta em realizar a mudança
de determinado comportamento;
• Enquanto outras abordagens se concentram nas influências
sociais ou biológicas do comportamento, este modelo está
fundamentado na premissa de que a mudança
comportamental acontece ao longo de um processo
permeado por diversos níveis de motivação para mudança.
5. Somos o que fazemos, mas somos,
principalmente, o que fazemos para mudar o
que somos.
Eduardo Galeano
6. Processo de Mudança
• É um conceito essencial do MTT e nos
possibilita o entendimento de como a
mudança de comportamento ocorre;
• Inclui diferentes dimensões (estágios
motivacionais), que devem ser consideradas
em conjunto para que possam ser mais bem
compreendidas.
7. Processo de Mudança
• Os estágios são considerados flutuantes;
ou seja, é possível que o indivíduo retorne
a um estágio anterior e consiga transpô-lo
novamente.
8. Processo de Mudança
• Szupszynski e Oliveira (2008) relatam que
os estágios de mudança correspondem à
atividades, que podem modificar os
afetos, pensamentos, comportamentos ou
relacionamentos relativos ao
comportamento-problema.
9. Processo de Mudança
• Dessa forma, qualquer atividade que
ajude na modificação do comportamento
é um processo de mudança.
10. Mudanças
• A possibilidade de mudanças cresce com a
utilização de recursos ambientais, sociais
e familiares.
12. Pré Contemplação
• O indivíduo não acredita na necessidade
de mudar seu comportamento, não
existindo motivação para tal.
• Normalmente há resistência por parte do
cliente; que por vezes foi encaminhado
para o acompanhamento pela família.
13. Pré-Contemplação
• As estratégias devem contribuir para uma conscientização
quanto a problemas, bem como suas potenciais soluções,
lidar com emoções e permitir observar impactos positivos
das mudanças.
• O profissional deverá evitar o confronto, sem faltar com
sinceridade, muitas vezes traduzindo para o cliente a fala
dele, afim de que haja uma sensibilização.
14. Contemplação
• O sentimento mais prevalente é a
ambivalência.
• Ainda que perceba prejuízos de seu
comportamento, o paciente defende-se
minimizando-os.
15. Contemplação
• Observamos que neste estágio as
estratégias da entrevista motivacional são
particularmente úteis.
Dica importante! Veja sobre entrevista
motivacional no caso Joana.
Dica importante! Veja sobre entrevista
motivacional no caso Joana.
16. Preparação
• Há uma melhor conscientização do problema e o indivíduo
constrói um plano cuidadoso de ações orientadas para a
mudança.
• Nessa etapa, não há, necessariamente, ações ocorrendo
concomitantemente, visto que as pessoas no estágio de
preparação não precisam ter sua ambivalência
completamente resolvida.
• Nesse estágio, pode-se instituir um número de pequenas
mudanças comportamentais, como, por exemplo,
quantificar o número de cigarros que fuma em um dia, ou
contabilizar as calorias que ingere nas refeições, o que não
exclui a possibilidade da existência da ambivalência interna.
17. Preparação
• O papel do profissional é auxiliar a
elaboração de estratégias de
enfrentamento de realidade, identificar e
trabalhar pensamentos negativos,
fortalecendo a autossuficiência.
19. Ação
• O profissional oferece todo o suporte
necessário, buscando envolver o núcleo
familiar e a rede social mais próxima (sejam
amigos ou companheiros de grupos
terapêuticos).
21. Manutenção
A mudança nunca é concretizada com a
ação. Sem um forte compromisso no estágio
de manutenção, a pessoa poderá ter
recaídas, mais comumente encontradas nos
estágios de pré-contemplação e
contemplação.
25. Estágio Características
Pré
contemplação
Não pretendo modificar tal comportamento
Contemplação Tenho pensado em modificar tal comportamento,
mas não sei como
Preparação Estou procurando informações para saber como
modificar meu comportamento
Ação Estou fazendo algo para modificar meu
comportamento
Manutenção Estou conseguindo manter a mudança do meu
comportamento
Avaliação do estágio
26. • Percebemos o quanto é importante que o
paciente opte em mudar aspectos em sua
vida.
• Cabe-nos algumas reflexões agora. Como
podemos, enquanto profissionais de
saúde, auxiliar tais pacientes?
27. O MTT nas intervenções
nutricionais
Para refletirmos...
28. Principais considerações para uma intervenção nutricional embasada nos estágios
de mudança de comportamento
Foco Estágio de mudança
Pré-ação Ação
Abordagem - Aumento da consciência
- Importância de uma dieta
saudável
- Sabor dos alimentos
- Reconhecimento da
cidadania
- Detalhes e práticas cotidianas
(receitas)
- Estimulo da autoconfiança e
do autocontrole
- Aprofundar conceitos de
nutrição
Intervenções a partir do Modelo
Transteórico
Prochaska et al, 1996; De Graaf et al, 1997; Horwath, 1999; Toral & Slater, 2007
29. • Os profissionais de saúde devem
auxiliar seus pacientes, para que haja
mudança de hábito de vida, visando
uma melhora no autocuidado.
• É possível sistematizar essa ajuda e
assim oferecer ao paciente um olhar
integral e efetivo
Não deixe de ver a apresentação
sobre autocuidado no caso Joana!
Não deixe de ver a apresentação
sobre autocuidado no caso Joana!
30. O papel do profissional da saúde
• Proporcionar uma escuta acolhedora, que
auxilie o paciente a compreender sua
necessidade de mudança;
• Possibilitar que as mudanças sejam
discutidas e acolhidas, compreendendo que
esse processo pode trazer sentimentos
ambíguos e alterações emocionais.
31. • AMADEURA, G. Estágio de mudança: Proschaska e DiClemente, 1986.
• ARMITAGE, C.J. & CONNER, M. Efficacy of a minimal intervention to reduce fat intake. Social Science
& Medicine, vol. 52, no. 10, p. 1517-24, 2001.
• CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde Apoio ao autocuidado. In: Autocuidado apoiado: manual do
profissional da saúde. Organização Ana Maria Cavalcanti e Angela Cristina Lucas de Oliveira. Curitiba:
Secretaria Municipal de Saúde, 2012. Disponível em:
http://apsredes.org/site2012/wp-content/uploads/2012/11/manual_auto-cuidado_curitiba.pdf
• DE GRAAF, C.; et al. Stages of dietary change among nationally-representative samples of adults in
the European Union. Eur J Clin Nutr., v. 51, Supl. 2, p. S47-S56, 997.
• FRENN, M.; MALIN, S.; BANSAL, N.K. Stage-based interventions for low-fat diet with middle school
students. Journal of Pediatric Nursing, 2003; vol. 18, nº 1, p. 36-45.
• GREENE, G.W; ROSSI, S.R. Stages of change reducing dietary fat intake over 18 months. Journal of
the American Dietetic Association, vol. 18, n. 5, p. 529-534, 1998.
• HORWATH, C.C. Nutrition Research Reviews, Applying the transteoretical model to eating behaviour
change: challenges and opportunities. V. 12, p. 281-317, 1999.
• HOY et al. Implementing a Low-Fat Eating Plan in the Women’s Intervention Nutrition Study.
Journal of the American Dietetic Association, v. 109, p.688-696, 2009
• PROCHASKA, J. O. & DICLEMENTE, C. (1992). Stages of change in the modification of problem
behaviors. In M. Hersen & W. Miller (Orgs.), Progress in behavior modification (pp. 184-214).
Sycamore: Sycamore Press.
• SZUPSZYNSKI, K. P. D. R; OLIVEIRA. S. O modelo transteórico no tratamento da dependência
química. In: Psicologia Teoria e Prática, São Paulo, vol. 10, núm. 1, 2008, pp. 162-173.
• TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do Modelo Transteórico no Comportamento Alimentar. Revista
Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n. 6, p. 1641-1650, 2007.
Referências Bibliográficas
32. Este trabalho está licenciado sob uma licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Compartilha
Igual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/