2. O que é arte?
“As Meninas”, de Velázquez Goya, Saturno devorando os seus filhos
3. O que é arte?
Arte é a capacidade do Homem de realizar obras com a intenção
de exprimir ideias ou emoções de ordem estética
“As Meninas”, de Velázquez Goya, Saturno devorando os seus filhos
4. O que é arte?
Arte é a capacidade do Homem de realizar obras com a intenção
de exprimir ideias ou emoções de ordem estética
Obra de arte como veículo de comunicação
“As Meninas”, de Velázquez Goya, Saturno devorando os seus filhos
5. Arte História
Os fuzilamentos do 3 deMaio”, de Goya “A Liberdade guiando o povo”, de Delacroix
6. Arte História
Os fuzilamentos do 3 deMaio”, de Goya “A Liberdade guiando o povo”, de Delacroix
A arte reflete: - Obras por encomenda
- os problemas e os desejos num - artista com liberdade,
determinado contexto mas inserido num certo
- Os materiais, as técnicas, os estilos, … contexto
7. 1. A criação artística
“O Romantismo marca uma rutura completa com as ideias do
passado clássico. Ele proclamou a proeminência do indivíduo e da
sua personalidade. (…) Esta exaltação do individualismo conduziu
o artista ao isolamento e a atitudes “exageradas”, dando
nascimento ao mito do “artista maldito”.
A necessidade de cultivar a diferença, afirmando a sua
personalidade, modifica o seu estatuto na sociedade e coloca em
questão a sua estabilidade material. O pintor trabalha cada vez
menos sob encomenda, porque ele quer ter o controlo aobsoluto
sobre as suas criações.
Jacques Debicki e outros, Histoire de l’Art, Peinture, Sculpture, Architecture
Que transformações se registaram na criação artística durante o século XIX?
8. 1. A criação artística
Que transformações se registaram na criação artística durante o século XIX?
9. 1. A criação artística
“O Homem entesourou objetos de natureza muito variada desde tempos
imemoráveis, pelas muitas funções que estes podiam cumprir e pelo valor que
assumiam aos seus olhos: material, mágico, religioso, afetivo, documental e
até possivelmente estético. (…).
Contudo, a verdadeira especialização artística destas coleções foi um produto
do Humanismo e do Renascimento (…); já no século XVII todos os monarcas
mais importantes possuíam macrocoleções de pintura (…).
Estas coleções, ecléticas ou especializadas, conduziram, nalguns casos, à
elaboração de uma sistematização e à redação de catálogos que floresceram
nos séculos XVII e XVIII.
Foi neste último século que se começou a distinguir o catálogo produzido por
académicos do elaborado por simples entendidos da arte. Este facto coincidiu
com o nascimento dos museus, a maioria deles formada a partir de coleções
reais.
Fernando Marias, Teoria del Arte
Explica o aparecimento dos museus, tendo em conta o contexto da época.
10. 1. A criação artística
Explica o aparecimento dos museus, tendo em conta o contexto da época.
1750 – Galeria de Pintura do
- Emancipação do artista Palácio do Luxemburgo, Paris
relativamente à encomenda (Luís XV)
- Aparecimento de um 1759 – Museu Britânico
mercado privado
1793 – abertura do Museu do
- local de exibição da obra do Louvre
artista
1808 – Museu Real de
Amesterdão
1819 – Museu do Prado
1824 – National Gallery
1870 – Metropolitan, Nova
Iorque
11. 1. A criação artística
Alexandre Cabanel, O nascimento de Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo
Vénus,1863, óleo sobre tela, 130x225 cm sobre tela, 130x190 cm
Semelhanças:
12. 1. A criação artística
Alexandre Cabanel, O nascimento de Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo
Vénus,1863, óleo sobre tela, 130x225 cm sobre tela, 130x190 cm
Semelhanças:
-Tema: nu feminino
- data
- técnica
13. 1. A criação artística
Alexandre Cabanel, O nascimento de Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo
Vénus,1863, óleo sobre tela, 130x225 cm sobre tela, 130x190 cm
Diferenças:
14. 1. A criação artística
Alexandre Cabanel, O nascimento de Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo
Vénus,1863, óleo sobre tela, 130x225 cm sobre tela, 130x190 cm
Diferenças:
-Técnica de execução
- tratamento das formas, da cor e da luz
- diferente expressividade e intencionalidade
15. 1. A criação artística
Alexandre Cabanel, O nascimento de Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo
Vénus,1863, óleo sobre tela, 130x225 cm sobre tela, 130x190 cm
- Pintor académico
Inovador e revolucionário
- Obra feita sob encomenda de
Napoleão III
16. 1. A criação artística
Inovador e revolucionário
-Não obedecem aos gostos de
quem encomenda obras
- procuram valorizar as suas obras
no mercado:
Édouard Manet, Olímpia, 1863, óleo - mestria
sobre tela, 130x190 cm
- estilo pessoal
A arte torna-se mais individualizada, em constante inovação, impondo
ruturas com a tradição e o academismo
17. 2. As linguagens da arte
“A arte é tão pouco a “linguagem-mãe da Humanidade”, inesquecível e
insubtituível, como qualquer outra forma de expressão; também ela é um
mero “idioma”, com valor limitado. (…) É realmente uma linguagem, um modo
de falar, falado e compreendido por muitos, isto é, um veículo de expressão,
cuja utilidade se baseia no valor dos meios de compreensão convencionais,
aceites sem resistência.
Uma comunicação, que só se torna compreensível quando se submete a uma
esquematização e convenção e sai da esfera da significação privada e
pessoal para entrar na das relações entre as pessoas, tem de contar sempre
com o facto de que os conteúdos a comunicar perderão parte do seu sentido
original. Toda a história de arte pode ser encarada como uma representação
teatral de uma luta ininterrupta contra a desintegração dos conteúdos. “
Arnold Hauser, A Arte e a Sociedade
Identifica a arte como um idioma.
18. 2. As linguagens da arte
Identifica a arte como um idioma.
- As obras de arte “falam”;
- são objetos de comunicação: exprimem ideias, sentimentos, emoções,
estados de espírito, preocupações, ou simples sensações estéticas
- podem lhe ser atribuídos diferentes significados e conteúdos
(subjetividade)
- a linguagem da arte é complexa e rica
- a arte possui várias linguagens, tantas quantas as áreas artísticas
19. 2. As linguagens da arte
Arte de construir objetos
A linguagem da arquitetura tridimensionais habitáveis, onde
o Homem penetra e circula
Leitura global da obra:
- forma (projeto): materiais e técnicas
construtivas, leitura morfológica dos Pluralidade de valores:
espaços e dos elementos decorativos e a
composição arquitetónica (articulação -Espaciais
dos elementos e integração na - técnicos
paisagem) – o estilo
- económicos
- função, enquadrada numa tipologia
(igreja) e modalidade (religiosa) - sociais
- significado ou capacidade de expressão - funcionais
e significação das suas formas - decorativos
(reconstrução do pensamento da época)
20. 2. As linguagens da arte
Planta da Basílica de S. Pedro
Corte longitudinal do Panteão de Perspectiva axonométrica da Igreja
Roma de Santa Sofia, Constantinopla
21. 2. As linguagens da arte
Tridmensionalidade
A linguagem da escultura +
Incidência da luz
Leitura da obra:
- Materiais e técnicas de
trabalho; duas técnicas-base:
-Técnica do talhe ou
cinzelado (feito com o
martelo e o cinzel sobre
materiais duros; técnica
subtrativa) – grande
domínio técnico
22. 2. As linguagens da arte
Tridmensionalidade
A linguagem da escultura +
Incidência da luz
Leitura da obra:
- Materiais e técnicas de trabalho; duas
técnicas-base:
-Técnica do talhe ou cinzelado (feito com
o martelo e o conzel sobre materiais
duros; técnica subtrativa) – grande
domínio técnico
- técnica do modelado (trabalho sobre
materiais brandos – argila, cera, gesso –
com a mão ou com utensílios; técnica
aditiva) – permite emendas e
reconversões
23. 2. As linguagens da arte
Tridmensionalidade
A linguagem da escultura +
Incidência da luz
Leitura da obra:
- Materiais e técnicas de trabalho; duas técnicas-base:
-Técnica do talhe ou cinzelado (feito com o martelo e o conzel
sobre materiais duros; técnica subtrativa) – grande domínio técnico
- técnica do modelado (trabalho sobre materiais brandos – argila,
cera, gesso – com a mão ou com utensílios; técnica aditiva) –
permite emendas e reconversões
- Composição escultória (repouso/movimento)
- tipologia (estatuária, relevo)
- tema, conteúdo, motivo, função ou significado
- expressividade
- intencionalidade
24. 2. As linguagens da arte
- Cor
- Bidimensionalidade
A linguagem da pintura
- perspetiva
Leitura da obra:
-Aspetos materiais: suporte(papel, madeira, tela, …), tipo de tintas e
técnicas de aplicação (fresco, têmpera, óleo, aguarela, paste, …),
colagens, …
- Leitura das formas: linha, cor e volume
- tema e seus conteúdos (figurativa/abstrata; religiosos, mitológicos,
retratos, paisagens, …)
- composição (estrutura ordenadora dos elementos materiais e formais e
seu significação), a “sintaxe da linguagem”
25. Casos práticos
Three Tales, Steve Reich (Música). Beryl Korot (vídeo)
A obra Tree Tales de Steve Reich representa um modelo comunicacional de
fácil apreensão pelo ouvinte médio, ao adoptar:
-Uma linguagem musical próxima da música Pop/Rock, com a
acessibilidade característica das obras dos minimalistas, de que Steve Reich
é um dos principais representantes.
-A junção da componente vídeo à musical, num registo multimédia
apelativo, entre a linguagem do video-clip e do documentário.
- A utilização de temáticas de conteúdo apreensível, didáctico e de carácter
social e politicamente relevante para a caracterização da história do século
XX (veja-se o caso da clonagem, no conto que recomendamos).
26. Casos práticos
Lichtung II, Emmanuel Nunes. Ensemble Intercontemporain.
Direcção Jonathan Nott.
A obra Lichtung II de Emmanuel Nunes serve para exemplificar uma
linguagem mais hermética, característica da herança avantgarde do
século XX. Esta obra pode ilustrar:
- A utilização de uma linguagem musical altamente complexa, quer
em termos concepcionais, quer em termos auditivos, que nos
transporta para novas dimensões auditivas, que desafia as nossas
noções convencionais e a nossa capacidade de entendimento – como
é apanágio de muita da produção artística, desde o século XX.
27. Casos práticos
-A utilização da electrónica “ao vivo” na manipulação, modificação e
emissão dos sons produzidos pelos instrumentos acústicos, através de
um programa computacional concebido pelo próprio compositor.
Trata-se também aqui da continuidade lógica das práticas
composicionais que remontam à segunda metade do século XX, após
o advento dos meios electrónicos, neste caso, utilizando os meios do
Ircam (Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique),
uma das principais instituições dedicadas à pesquisa, criação e
divulgação musical contemporâneas.
- A preocupação já não apenas com os parâmetros convencionais da
música (melodia, ritmo, harmonia, timbre, etc.) mas também com a
questão da espacialização do som. A disposição dos 12 instrumentos
acústicos e dos 13 altifalantes, bem como a gestão electrónica da
emissão do som, são elementos absolutamente intrínsecos à
concepção da obra, criando um espaço sonoro que deverá ser
adaptado em função das características do espaço físico.
28. Casos práticos
La Fura dels Baus.
A revisitação contemporânea do D. Quixote (versão ópera) ilustra de forma
exemplar as propostas performativas dos La Fura dels Baus.
Grupo eclético que reúne profissionais da diversas áreas artísticas e que propõe
uma dimensão performativa particular, baseada na procura de novas formas de
expressão e de relação com o público, a saber:
-Utilização de espaços anti-convencionais;
-Utilização de uma série de recursos cénicos que podem incluir a música, o
circo, a pirotecnia, o movimento, o uso de materiais naturais e industriais e a
utilização das novas tecnologias;
-Utilização de uma linguagem visual própria através do vídeo e de outros
recursos à imagem e à incorporação de actores que na sua versatilidade
dominam quer a expressão dramática quer o movimento;
- Exploração de situações limite na busca de novas linguagens e linhas de
expressão artística.