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                        imperfeita concretização da
                        ideia, se encontra a um grau
                        de distância da verdade, da
                        qual é uma mera imitação.
                        Portanto, a arte, imitando a
                        coisa,             encontra-se                       a        dois
                        graus de distância da verdade
                        e é a imitação de uma
                        imitação. »
      Platão
427 a. C. - 347 a. C.   Giovanni Lombardo: A Estética da Antiguidade Clássica; Lisboa; Editorial
                        Estampa; 2003; p. 72
Embora a questão acerca da natureza da arte remonte aos tempos de Platão, é na
segunda metade do século XX que a questão se torna acutilante.
Até então, todos sabiam distinguir
um objecto comum de uma obra de
arte, porque estas exibiam um
conjunto de propriedades de forma
e conteúdo que as tornavam
reconhecíveis.




                          Rembrandt
                       Descida da Cruz
                                  1633
A arte abstracta, por exemplo, não seria admissível como arte.




                                                                 Piet Mondrian
                                                                 Composição nº 8
                                                                 1939 - 1942
A modernidade questionou o
conceito de obra de arte e
desafiou a crítica a fixar os
limites que distinguem um
objecto artístico de um
objecto vulgar.




           Marcel Duchamp
                    A Fonte
                       1917
O crítico de arte Harold Rosenberg usou a expressão objecto
ansioso (The Anxious Object, 1964) para designar estes objectos que
exigem uma classificação que os integre ou exclua do conceito de
obra de arte.




  Constantin Brancusi
  Bird in Space
  1923 - 1940
Cy Twombly
Sem Título
1970
Robert Morris
Sem Título; 1991
Solomon R. Guggenheim Museum, Panza Collection
Ad Reinhardt
Abstract Painting; 1960-66
Solomon Guggenheim Museum
Nova Iorque
Picasso
Cabeça de Touro; 1942
Museu Picasso; Paris
Agnolo Bronzino
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                                                   c. 1545
                          Galleria degli Uffizi, Florença




Piero Manzoni
Merda d'artista nº. 066, 1961
Alexander Calder
                                                         1898 - 1976




Yellow Among Reds (mobile)
1966

                             Catálogo da Kool-Roomz
                                          US$ 90 em
                                 www.koolroomz.net
Clive Bell (1881- 1964) publicou em 1914 uma obra
intitulada Art, em que desenvolvia as suas teorias
procurando captar a essência da arte.

 Tem de haver uma qualidade sem a qual não pode haver
 obra de arte. Possuindo-a, ainda que em grau mínimo,
 nenhuma obra é completamente desprovida de valor. Que
 qualidade é esta? (…) Parece-me que há uma única resposta
 possível: a forma significante. (…) Uma particular
 combinação de linhas e cores, certas formas e relações entre
 formas [que] despertam as nossas emoções estéticas.



 Citado em Carmo d’Orey: O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; Dinalivro; 2007; p. 30




Esta definição permite defender uma teoria do belo e traçar uma linha separadora entre arte
e não-arte. Ao defender que toda a arte, de todas as épocas tem um denominador comum –
a forma significante -, os objectos que a não possuem não são arte.
A arte, como a lógica do conceito evidencia, não tem um conjunto de
propriedades necessárias e suficientes; é por isso que uma teoria da
arte é logicamente impossível, e não apenas factualmente difícil de
constituir. A teoria estética tenta definir o que não pode ser definido na
acepção exigida.


(…) a teoria estética é uma tentativa logicamente vã de definir o que
não pode ser definido (…)


O problema com que devemos começar não é “O que é a arte?”, mas
“Que tipo de conceito é a arte”?

                       Morris Weitz (1916 – 1981)
Outros autores, como George Dickie, desenvolvem
teorias institucionais, destacando as qualidades não
observáveis nas obras de arte.


«A tese central (…) é a de que tal como as pessoas e
os objectos podem adquirir determinados estatutos,
                                                            George Dickie
por exemplo, professor jubilado ou monumento
                                                               n. 1926
nacional, apenas porque existem instituições capazes
de os outorgar, também os objectos podem adquirir
o estatuto de obra de arte, no âmbito da instituição
mundo-da-arte.

                            Carmo d’Orey: Ob. Cit.; p. 20
Em 1958, num congresso de filosofia
                                               realizado em Veneza, Umberto Eco
                                               apresenta pela primeira vez       os
                                               pressupostos para a sua concepção de
                                               obra aberta:

                                               O desenvolvimento da sensibilidade
                                               contemporânea acentuou (…) a pouco e
                                               pouco, a aspiração a um tipo de obra de
                                               arte que, cada vez mais consciente das
                                               várias perspectivas de «leitura», se
                                               apresenta como estímulo para uma livre
                                               interpretação orientada apenas nos seus
                                               traços essenciais.

   Umberto Eco                                 no quadro da sensibilidade corrente, esta
     n. 1932                                   tendência para a abertura da obra é
                                               acompanhada por uma evolução análoga
                                               da lógica e das ciências que substituíram
                                               os modos unívocos pelos modos
                                               plurivalentes.
O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159
Em 1978, Nelson Goodman publica um livro intitulado Ways of
Worldmaking, onde explicita as teorias que já vinha ensaindo
desde há alguns anos:
A literatura da estética está atafulhada com tentativas
desesperadas para responder à questão «O que é arte?» Esta
questão, muitas vezes irremediavelmente confundida com a
questão «O que é boa arte?» (…) O que distingue aquilo que é
daquilo que não é uma obra de arte? O facto de um artista lhe
chamar uma obra de arte? O facto de estar exposto num
museu ou numa galeria? Nenhuma destas respostas faz                         Nelson Goodman
prevalecer qualquer convicção.                                                (1906-1998)
Como observei no início, parte da dificuldade reside em perguntar a questão errada - em
não conseguir reconhecer que uma coisa pode funcionar como obra de arte em certos
momentos e não noutros. Nos casos cruciais, a verdadeira questão não é «Quais os
objectos que são (permanentemente) obras de arte?» mas «Quando é que um objecto é
uma obra de arte?» - ou mais brevemente, como no meu título, «Quando é arte?».
A minha resposta é que exactamente como um objecto pode ser um símbolo - por
exemplo, uma amostra - em certos momentos e em certas circunstâncias e não noutras,
assim um objecto pode ser uma obra de arte em certos momentos e não noutros. Na
realidade, exactamente por funcionar, e enquanto funcionar, de determinado modo
como um símbolo, um objecto torna-se uma obra de arte.
                         Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995; pp. 103
Bibliografia comentada: como obra de consulta imprescindível deve indicar-se a recente
colectânea editada pela Dinalivro sob a orientação de Carmo d’Orey (O Que É a Arte? A
Perspectiva Analítica; Lisboa; 2007), a mais importante estudiosa portuguesa desta
temática e que redige uma esclarecedora introdução antes de apresentar uma colectânea
de textos de Clive Bell, Morris Weitz , George Dickie ou Nelson Goodman, entre outros.
Todavia, a obra fundamental da autora é a sua tese de doutoramento, editada pela
Fundação Calouste Gulbenkian, (A Exemplificação na Arte. Um Estudo sobre Nelson
Goodman; Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a
Tecnologia / Ministério da Ciência e Tecnologia; 1999) essencial para os que desejarem
aprofundar o tema, nomeadamente o capítulo III. Nelson Goodman, cujas teses originais
e estimulantes propiciam uma leitura agradável, tem dois livros editados no nosso país:
Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995 e Linguagens da Arte. Uma Abordagem
a uma Teoria dos Símbolos; Lisboa; Gradiva; 2006. O texto citado de Umberto Eco foi
republicado numa compilação recente: O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da
Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159. Útil é o pequeno livro, já clássico, de
Alexandre Melo: Arte; Lisboa; Quimera; 3ª edição; 2001. De entre os muitos ensaios
clássicos acerca desta questão da estética e da definição da obra de arte, uma leitura de
alguns excertos do ensaio de Martin Heidegger pode ajudar a esclarecer alguns tópicos
da questão, nomeadamente no que respeita à natureza simbólica do objecto artístico (A
Origem da Obra de Arte, Lisboa; Edições 70, 1989). O último título saído no mercado
nacional é da autoria de um conhecido autor e prova que o assunto continua a suscitar
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Bizâncio; 2007.

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O que é arte? Teorias da arte de Clive Bell, Morris Weitz, George Dickie e Nelson Goodman

  • 2. Jackson Pollock: Lavender Mist (nº 1); 1950; National Gallery of Art; Washigton D. C
  • 3. Yves Klein Blue Monochrome 1961 The Museum of Modern Art New York.
  • 4. Kasimir Malevich Quadrado Branco sobre Fundo Branco 1918 The Museum of Modern Art, New York Marcel Duchamp L.H.O.O.Q.; 1919 Readymade de «Box in a Valise» The Philadelphia Museum of Art
  • 5. «A verdade está na ideia, não na coisa, já que a coisa, imperfeita concretização da ideia, se encontra a um grau de distância da verdade, da qual é uma mera imitação. Portanto, a arte, imitando a coisa, encontra-se a dois graus de distância da verdade e é a imitação de uma imitação. » Platão 427 a. C. - 347 a. C. Giovanni Lombardo: A Estética da Antiguidade Clássica; Lisboa; Editorial Estampa; 2003; p. 72
  • 6. Embora a questão acerca da natureza da arte remonte aos tempos de Platão, é na segunda metade do século XX que a questão se torna acutilante.
  • 7. Até então, todos sabiam distinguir um objecto comum de uma obra de arte, porque estas exibiam um conjunto de propriedades de forma e conteúdo que as tornavam reconhecíveis. Rembrandt Descida da Cruz 1633
  • 8. A arte abstracta, por exemplo, não seria admissível como arte. Piet Mondrian Composição nº 8 1939 - 1942
  • 9. A modernidade questionou o conceito de obra de arte e desafiou a crítica a fixar os limites que distinguem um objecto artístico de um objecto vulgar. Marcel Duchamp A Fonte 1917
  • 10. O crítico de arte Harold Rosenberg usou a expressão objecto ansioso (The Anxious Object, 1964) para designar estes objectos que exigem uma classificação que os integre ou exclua do conceito de obra de arte. Constantin Brancusi Bird in Space 1923 - 1940
  • 12. Robert Morris Sem Título; 1991 Solomon R. Guggenheim Museum, Panza Collection
  • 13. Ad Reinhardt Abstract Painting; 1960-66 Solomon Guggenheim Museum Nova Iorque
  • 14. Picasso Cabeça de Touro; 1942 Museu Picasso; Paris
  • 15. Agnolo Bronzino Eleanora di Toledo e Ferdinando de Medici c. 1545 Galleria degli Uffizi, Florença Piero Manzoni Merda d'artista nº. 066, 1961
  • 16. Alexander Calder 1898 - 1976 Yellow Among Reds (mobile) 1966 Catálogo da Kool-Roomz US$ 90 em www.koolroomz.net
  • 17. Clive Bell (1881- 1964) publicou em 1914 uma obra intitulada Art, em que desenvolvia as suas teorias procurando captar a essência da arte. Tem de haver uma qualidade sem a qual não pode haver obra de arte. Possuindo-a, ainda que em grau mínimo, nenhuma obra é completamente desprovida de valor. Que qualidade é esta? (…) Parece-me que há uma única resposta possível: a forma significante. (…) Uma particular combinação de linhas e cores, certas formas e relações entre formas [que] despertam as nossas emoções estéticas. Citado em Carmo d’Orey: O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; Dinalivro; 2007; p. 30 Esta definição permite defender uma teoria do belo e traçar uma linha separadora entre arte e não-arte. Ao defender que toda a arte, de todas as épocas tem um denominador comum – a forma significante -, os objectos que a não possuem não são arte.
  • 18. A arte, como a lógica do conceito evidencia, não tem um conjunto de propriedades necessárias e suficientes; é por isso que uma teoria da arte é logicamente impossível, e não apenas factualmente difícil de constituir. A teoria estética tenta definir o que não pode ser definido na acepção exigida. (…) a teoria estética é uma tentativa logicamente vã de definir o que não pode ser definido (…) O problema com que devemos começar não é “O que é a arte?”, mas “Que tipo de conceito é a arte”? Morris Weitz (1916 – 1981)
  • 19. Outros autores, como George Dickie, desenvolvem teorias institucionais, destacando as qualidades não observáveis nas obras de arte. «A tese central (…) é a de que tal como as pessoas e os objectos podem adquirir determinados estatutos, George Dickie por exemplo, professor jubilado ou monumento n. 1926 nacional, apenas porque existem instituições capazes de os outorgar, também os objectos podem adquirir o estatuto de obra de arte, no âmbito da instituição mundo-da-arte. Carmo d’Orey: Ob. Cit.; p. 20
  • 20. Em 1958, num congresso de filosofia realizado em Veneza, Umberto Eco apresenta pela primeira vez os pressupostos para a sua concepção de obra aberta: O desenvolvimento da sensibilidade contemporânea acentuou (…) a pouco e pouco, a aspiração a um tipo de obra de arte que, cada vez mais consciente das várias perspectivas de «leitura», se apresenta como estímulo para uma livre interpretação orientada apenas nos seus traços essenciais. Umberto Eco no quadro da sensibilidade corrente, esta n. 1932 tendência para a abertura da obra é acompanhada por uma evolução análoga da lógica e das ciências que substituíram os modos unívocos pelos modos plurivalentes. O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159
  • 21. Em 1978, Nelson Goodman publica um livro intitulado Ways of Worldmaking, onde explicita as teorias que já vinha ensaindo desde há alguns anos: A literatura da estética está atafulhada com tentativas desesperadas para responder à questão «O que é arte?» Esta questão, muitas vezes irremediavelmente confundida com a questão «O que é boa arte?» (…) O que distingue aquilo que é daquilo que não é uma obra de arte? O facto de um artista lhe chamar uma obra de arte? O facto de estar exposto num museu ou numa galeria? Nenhuma destas respostas faz Nelson Goodman prevalecer qualquer convicção. (1906-1998) Como observei no início, parte da dificuldade reside em perguntar a questão errada - em não conseguir reconhecer que uma coisa pode funcionar como obra de arte em certos momentos e não noutros. Nos casos cruciais, a verdadeira questão não é «Quais os objectos que são (permanentemente) obras de arte?» mas «Quando é que um objecto é uma obra de arte?» - ou mais brevemente, como no meu título, «Quando é arte?». A minha resposta é que exactamente como um objecto pode ser um símbolo - por exemplo, uma amostra - em certos momentos e em certas circunstâncias e não noutras, assim um objecto pode ser uma obra de arte em certos momentos e não noutros. Na realidade, exactamente por funcionar, e enquanto funcionar, de determinado modo como um símbolo, um objecto torna-se uma obra de arte. Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995; pp. 103
  • 22. Bibliografia comentada: como obra de consulta imprescindível deve indicar-se a recente colectânea editada pela Dinalivro sob a orientação de Carmo d’Orey (O Que É a Arte? A Perspectiva Analítica; Lisboa; 2007), a mais importante estudiosa portuguesa desta temática e que redige uma esclarecedora introdução antes de apresentar uma colectânea de textos de Clive Bell, Morris Weitz , George Dickie ou Nelson Goodman, entre outros. Todavia, a obra fundamental da autora é a sua tese de doutoramento, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian, (A Exemplificação na Arte. Um Estudo sobre Nelson Goodman; Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a Tecnologia / Ministério da Ciência e Tecnologia; 1999) essencial para os que desejarem aprofundar o tema, nomeadamente o capítulo III. Nelson Goodman, cujas teses originais e estimulantes propiciam uma leitura agradável, tem dois livros editados no nosso país: Modos de Fazer Mundos; Porto; Edições ASA; 1995 e Linguagens da Arte. Uma Abordagem a uma Teoria dos Símbolos; Lisboa; Gradiva; 2006. O texto citado de Umberto Eco foi republicado numa compilação recente: O Problema da Obra Aberta; in «A Definição da Arte»; Lisboa; Edições 70; 2006; pp. 153 – 159. Útil é o pequeno livro, já clássico, de Alexandre Melo: Arte; Lisboa; Quimera; 3ª edição; 2001. De entre os muitos ensaios clássicos acerca desta questão da estética e da definição da obra de arte, uma leitura de alguns excertos do ensaio de Martin Heidegger pode ajudar a esclarecer alguns tópicos da questão, nomeadamente no que respeita à natureza simbólica do objecto artístico (A Origem da Obra de Arte, Lisboa; Edições 70, 1989). O último título saído no mercado nacional é da autoria de um conhecido autor e prova que o assunto continua a suscitar interesse. Trata-se da excelente síntese de Nigel Warburton: O Que É Arte?; Lisboa; Bizâncio; 2007.