2. DADOS BIOGRÁFICOS
Nasceu no Porto no dia 25 de Julho
de 1952
Formou-se na Escola Superior de
Belas Artes, no Porto
1974-1979: iniciou a sua carreira
colaborando no atelier de Álvaro
Siza Vieira.
Em 1980 termina a licenciatura e
inicia a actividade como profissional
liberal
A partir de 1981, inicia a carreira
académica, primeiro como
assistente, depois como professor
convidado, em várias escolas do
país e do estrangeiro.
3. PRINCIPAIS PRÉMIOS
1992 - Prémio Secil de
Arquitectura: 1º. Prémio para a
construção de auditório e
biblioteca infantil da Biblioteca
Pública Municipal do Porto
1998 - 1º. Prémio I Bienal Ibero-
Americana com a Pousada de Santa
Maria do Bouro.
Prémio Pessoa/98.
4. PRINCIPAIS PRÉMIOS
2004 - Prémio Secil de
Arquitectura: 1º. Prémio para a
construção do Estádio Municipal
de Braga
2011 - Prémio Pritzker
2011 - Prémio Secil de
Arquitectura: 1º. Prémio para
a construção da Casa das
Histórias Paula Rego
5. PRINCIPAIS PRÉMIOS
2011 - Prémio Pritzker
O Prémio Pritzker foi criado em
1979 pela Fundação Hyatt,
gerida pela família Pritzker,
sendo muitas vezes chamado
de "o Nobel da arquitetura“
É atribuído anualmente ao
arquiteto, ainda em vida, que
melhor cumpra os princípios
enunciados por Vitrúvio:
solidez, beleza e
funcionalidade.
7. CARACTERÍSTICAS DA SUA
OBRA ARQUITECTÓNICA
Racionalismo
compositivo
Simplicidade
estrutural
Linguagem modernista
e minimalista
Plantas livres Paredes brancas
Textura dos
materiais
Respeito pela
tradição construtiva
Inserção na
realidade local
9. ESTÁDIO DE BRAGA
Cliente: Câmara Municipal de Braga
Data do Projecto de Arquitectura:
Janeiro 2000
Data da Construção: Jan. 2002 / Dez.
2003
Local: Monte Crasto, Parque Norte, Braga
10. A CONCEPÇÃO DO PROJECTO
“Eduardo Souto de Moura lutou pela ideia de um estádio agarrado ao
espaço da antiga pedreira; para tal desenvolveu uma tipologia diferente:
duas bancadas longitudinais paralelas, vendo num dos topos a rocha, no
outro uma abertura sobre o vale e a luz (…). Cobriu-o “levemente” usando
os cabos que lhe rigidificam as bancadas – uma, escorada no que restou da
montanha, a outra, enorme, erguida à nossa chegada”
Manual Graça Dias, Expresso, 2005-01-22
11.
12.
13. É um projeto de linhas
arquitetónicas inovadoras,
próprias de um estádio com 30
mil lugares de capacidade e
apenas duas bancadas laterais.
Os topos do estádio são
constituídos pelo anfiteatro
rupestre da encosta do monte.
15. A cobertura tem como referência
"as pontes construídas pela
civilização Inca", no Perú, de modo
a iluminar a relva com luz natural,
preservando assim a qualidade
natural do relvado.
16.
17. PALAVRAS DE SOUTO DE MOURA NUMA
ENTREVISTA A JOSÉ MATEUS
JM: Visitou outros estádios de futebol?
ESM: Comecei a visitar estádios por
razões técnicas: em Sevilha vi dois, em
Itália vi o estádio que me parecia mais
bonito, o de Bari, do Renzo Piano, que tem
fortes influências no de Braga. (...) Claro
que também estudei futebol e comecei a ir
ao futebol com cronómetros a medir o
tempo de evacuação dos estádios, pois
tem de se poder sair em sete minutos. (...)
18. PALAVRAS DE SOUTO DE MOURA NUMA
ENTREVISTA A JOSÉ MATEUS
JM: Muita gente deve ter a ideia de que Souto de Moura faz uns
desenhos extraordinários e depois sai um estádio daqueles.
Sabemos que as coisas não são bem assim: trabalha-se muito e
os resultados vão evoluindo, aos poucos, e com os esforços de
uma equipa pluridisciplinar extensa…
ESM: Eu sou, ou era, um arquitecto de escalas pequenas, fazia
muitos projectos de casas, e depois apareceu esta oportunidade.
(...) Braga foi uma oportunidade única, agarrei-a com os dentes
todos. (...) Eu mudei a minha maneira de viver, quero dizer, os
tempos eram apertados, a informação faltava... há pessoas que
vão para retiros, outras preferem momentos de reflexão junto
aos monges na Índia ou no Tibete. Eu fui para o estádio do
Braga. Fiz um gabinete só de estrangeiros — não é que eu tenha
algo contra os portugueses, mas era preciso trabalhar dia e noite
e isso é mais fácil para um japonês que vem trabalhar para o
Porto. Havia uma grande intensidade, as pessoas só viviam para
aquele projecto. Começamos a viajar e era informação, cinema,
televisão, Suíça, UEFA, FIFA, regulamentos, segurança, etc. (...)
E o projecto foi alterado inúmeras vezes durante a obra. (...)
19. JM: A minha percepção do estádio é que,
sendo desenhado com o sítio, não constrói
com ele uma ideia de harmonia...
ESM: Não é nada amável, ele compete com
o sítio, mas isso é um tema que eu gosto
imenso: a expressão 'natureza e artefacto’ é
uma frase bastante batida mas vêem-se as
energias naturais e de como elas se
contrapõem à arquitectura, quer em termos
de paisagem e silhuetas quer em termos
físicos. Mal foi aprovado que o estádio iria ser
feito como eu sugeria, fui a Epidauros, na
Grécia, porque o tema era aquele. Eu não
fazia a mínima ideia do que era a relação
com a paisagem, como se faziam os cenários
de filtragem... Não há arquitectura aberta,
mas há filtros. Há os bosques, que para além
de garantirem a acústica criavam um primeiro
limite e davam um ambiente, e há a
paisagem com a silhueta ao fundo. Coisas
que os gregos faziam muito bem. E fui a
Corinto, ver o canal. Foi nesses sítios e nas
visitas que fiz aos estádios que fui
encontrando as sugestões para Braga.
20.
21. ESM: Há algumas semanas, o estádio foi tema de um Congresso da Ordem
dos Engenheiros em Braga. Eu fiz uma apresentação mas falei em termos de
engenharia pois não sei explicar a arquitectura do estádio sem falar da maneira
como trabalhei com os engenheiros. (...). O Presidente da Câmara concluiu:
'Gostava de dizer uma coisa: isto é uma loucura completa e eu sou louco
porque aderi a outro louco que é aquele senhor que está ali com barba, mas só
queria dizer que, se fosse hoje, eu repetia tudo desde o início’.