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Trabalho
Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em
que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza.
Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as
forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de
apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse
movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua
própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a
seu próprio domínio. Não se trata aqui das primeiras formas instintivas, animais, de trabalho. O
estado em que o trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de
trabalho deixou para o fundo dos tempos primitivos o estado em que o trabalho humano não se
desfez ainda de sua primeira forma instintiva. Pressupomos o trabalho numa forma em que
pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão,
e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas
colmeias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu
o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um
resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente. Ele
não apenas efetua uma transformação da forma da matéria natural; realiza, ao mesmo tempo, na
matéria natural seu objetivo, que ele sabe que determina, como lei, a espécie e o modo de sua
atividade e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato isolado.
Além do esforço dos órgãos que trabalham, é exigida a vontade orientada a um fim, que se
manifesta como atenção durante todo o tempo de trabalho, e isso tanto mais quanto menos esse
trabalho, pelo próprio conteúdo e pela espécie e modo de sua execução, atrai o trabalhador,
portanto, quanto menos ele o aproveita, como jogo de suas próprias forças físicas e espirituais.
Os elementos simples do processo de trabalho são a atividade orientada a um fim ou o
trabalho mesmo, seu objeto e seus meios.
MARX, K. O Capital: Crítica da economia política. 1ª vol. São Paulo: Editora Nova Cultura Ltada, 1992. p. 297-298.
Emprego e Trabalho
A maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como se fossem a mesma
coisa, não são. Apesar de estarem ligadas, essas palavras possuem significados diferentes. O
trabalho é mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem
começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor, desde o momento que o homem
começou a fazer utensílios e ferramentas. Por outro lado, o emprego é algo recente na história da
humanidade. O emprego é um conceito que surgiu por volta da Revolução Industrial, é uma
relação entre homens que vendem sua força de trabalho por algum valor, alguma remuneração, e
homens que compram essa força de trabalho pagando algo em troca, algo como um salário.
Trabalho: De acordo com a definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX, trabalho
é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do
dispêndio de capacidades físicas e mentais. Emprego:
É a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o
trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de
produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção.
Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural e com o estágio
evolutivo de cada sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada. Como lembra
Peter Drucker, o trabalho é tão antigo quanto o ser humano. No ocidente, a dignidade do trabalho
foi falsamente louvada por muito tempo. O segundo texto grego mais antigo, cerca de cem anos
mais novo que os poemas épicos de Homero, é um poema de Hesíodo (800 a.C.), intitulado "Os
Trabalhos e os Dias", que canta o trabalho de um agricultor. Porém, tanto no ocidente como no
oriente esses gestos de louvor eram puramente simbólicos. Nem Hesíodo, nem Virgílio, nem
ninguém da época, estudou de fato o que um agricultor faz e, menos ainda, como faz. O trabalho
não merecia a atenção de pessoas educadas, abastadas ou com autoridade. Trabalho era o que
os escravos faziam. Mas o trabalho é mais do que um instrumento criador de riqueza (posição
dos economistas clássicos). Além do valor intrínseco, serve também para expressar muito da
essência do ser humano (o homo faber). O trabalho está intimamente relacionada à
personalidade. (Quando dizemos que fulano é um carpinteiro, um médico ou um mecânico,
estamos, de certa forma, definindo um ser a partir do trabalho que ele exerce).
No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver (acepção bíblica).
A necessidade de comer de se abrigar, etc. era que determinava a necessidade de trabalhar. O
avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe progressos ao trabalho. O
advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a
Revolução Industrial viria a afetar também não só o valor e as formas de trabalho, como sua
organização e até o aparecimento de políticas sociais. A necessidade de organizar o trabalho,
principalmente quando envolve muitas pessoas e ou muitos instrumentos e muitos processos,
criou a idéia do "emprego". Nos tempos primitivos, da Babilônia, do Egito, de Israel, etc., havia o
trabalho escravo e o trabalho livre; havia até o trabalho de artesãos e o trabalho de um rudimento
de ciência, mas não havia o emprego, tal como nós o compreendemos atualmente.
Na Antiguidade, não existia a noção de emprego. A relação trabalhista que existia entre as
pessoas era a relação escravizador-escravo. Podemos tomar as três civilizações mais influentes
de sua época e que influenciaram o Ocidente com sociedades escravistas, a epípcia, a grega e a
romana. Nessa época, todo o trabalho era feito por escravos. Havia artesãos, mas estes não
tinham patrões definidos, tinham clientes que pagavam por seus serviços. Os artesãos poderiam
ser comparados aos profissionais liberais de hoje, já que trabalhavam por conta própria sem ter
patrões. Para os artesãos não existe a relação empregador-empregado, portanto não podemos
falar que o artesão tinha um emprego, apesar de ter uma profissão.
Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época
era a relação senhor-servo. A servidão é diferente da escavidão, já que os servos são
ligeiramente mais livres que os escravos. Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir
para onde quisesse, desde que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de terras. Na servidão,
o servo não trabalha para receber uma remuneração, mas para ter o direito de morar nas terras
do seu senhor. Também não existe qualquer vínculo contratual entre os dois, mesmo porque
senhor e servo eram analfabetos.
Na Idade Moderna as coisas começam a mudar. Nessa época, existiam várias empresas
familiares que vendiam uma pequena produção artesanal, todos os membros da família
trabalhavam juntos para vender produtos nos mercados; não podemos falar de emprego nesse
caso. Além das empresas familiares, havia oficinas com muitos aprendizes que recebiam moradia
e alimentação em troca e, ocasionalmente, alguns trocados. É por essa época que começa a se
esboçar o conceito de emprego.
Com o advento da Revolução Industrial, êxodo rural, concentração dos meios de produção,
a maior parte da população não tinha nem ferramentas para trabalhar como artesãos. Sendo
assim, restava às pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa época que a
noção de emprego toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade
Contemporânea.
Discorremos sobre o trabalho e as relações trabalhistas tendo em vista os quatro períodos
históricos, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea para que ficasse
visível a lógica da divisão da História em quatro períodos. Cada período histórico é marcado por
uma organização sócio-político-econômico-cultural própria. Temos motivos para crer que esse fim
de século XX é o início de um período de transição de onde passaremos da idade contemporânea
para uma Idade pós-Contemporânea. As mudanças que vêm ocorrendo graças à tecnologia,
principalmente a tecnologia da computação-telecomunicação, estão modificando as relações
econômicas entre empresas, empregados, governos, países, línguas, culturas e sociedades.
Essas mudanças parecem estar caminhando para uma situação tão diferente da existente no final
da Segunda Guerra Mundial, que podemos dizer que um novo período da História está se
esboçando.
O trabalho é essencial para o funcionamento das sociedades. O trabalho é responsável
pela produção de alimentos e outros produtos de consumo da sociedade. Sendo assim, sempre
existirá o trabalho. O conceito, a classificação eo valor atribuído ao trabalho são sempre questões
culturais. Cada sociedade cria um conceito próprio, divide o trabalho em certas categorias e
atribui-lhe um determinado valor. Quando essas condições se alteram, o trabalho também se
altera, seja pela forma como se realiza (manual, mecânico, elétrico, eletrônico, etc.), seja pelos
instrumentos-padrão que utiliza e assim por diante. Da mesma forma, a sociedade e seus
agentes também variam na forma como organizam, interpretam e valorizam o trabalho.
A forma como uma sociedade decide quem vai organizar o trabalho e quem o realizará; e a
forma como o produto, a riqueza, produzida pelo trabalho é distribuída entre os membros da
sociedade, determina as divisões de classes sociais. O trabalho é, talvez, o principal fator que
determina a sociedade, suas estruturas e funcionamento; o inverso também é verdadeiro. Assim,
enquanto existir uma sociedade, existirá trabalho, pois aquela não pode existir sem esta (o
mesmo pode não ser verdadeiro em relação ao emprego).
Fica claro que compreender o trabalho e o emprego é importante em qualquer ocasião e
época; mas é mais importante ainda entender o trabalho quando a sociedade está em um
processo de mudança, de revolução; pois o trabalho certamente será influenciado e influenciará
as mudanças e a sociedade. Faremos um estudo sobre o que está ocorrendo com o trabalho e os
empregos nesta revolução, que, supomos, seja inevitável, que se se vislumbra com o advento da
sociedade da informação.
Disponível em: http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/projetos/fim-dos-empregos/empregoEtrabalho.htm,
acesso em: 22/03/2015.

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Trabalho enquanto categoria sociológica

  • 1. Trabalho Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a seu próprio domínio. Não se trata aqui das primeiras formas instintivas, animais, de trabalho. O estado em que o trabalhador se apresenta no mercado como vendedor de sua própria força de trabalho deixou para o fundo dos tempos primitivos o estado em que o trabalho humano não se desfez ainda de sua primeira forma instintiva. Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente. Ele não apenas efetua uma transformação da forma da matéria natural; realiza, ao mesmo tempo, na matéria natural seu objetivo, que ele sabe que determina, como lei, a espécie e o modo de sua atividade e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato isolado. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é exigida a vontade orientada a um fim, que se manifesta como atenção durante todo o tempo de trabalho, e isso tanto mais quanto menos esse trabalho, pelo próprio conteúdo e pela espécie e modo de sua execução, atrai o trabalhador, portanto, quanto menos ele o aproveita, como jogo de suas próprias forças físicas e espirituais. Os elementos simples do processo de trabalho são a atividade orientada a um fim ou o trabalho mesmo, seu objeto e seus meios. MARX, K. O Capital: Crítica da economia política. 1ª vol. São Paulo: Editora Nova Cultura Ltada, 1992. p. 297-298.
  • 2. Emprego e Trabalho A maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como se fossem a mesma coisa, não são. Apesar de estarem ligadas, essas palavras possuem significados diferentes. O trabalho é mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor, desde o momento que o homem começou a fazer utensílios e ferramentas. Por outro lado, o emprego é algo recente na história da humanidade. O emprego é um conceito que surgiu por volta da Revolução Industrial, é uma relação entre homens que vendem sua força de trabalho por algum valor, alguma remuneração, e homens que compram essa força de trabalho pagando algo em troca, algo como um salário. Trabalho: De acordo com a definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX, trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades físicas e mentais. Emprego: É a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. É uma espécie de contrato no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de outros, que não são possuidores do meio de produção. Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural e com o estágio evolutivo de cada sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada. Como lembra Peter Drucker, o trabalho é tão antigo quanto o ser humano. No ocidente, a dignidade do trabalho foi falsamente louvada por muito tempo. O segundo texto grego mais antigo, cerca de cem anos mais novo que os poemas épicos de Homero, é um poema de Hesíodo (800 a.C.), intitulado "Os Trabalhos e os Dias", que canta o trabalho de um agricultor. Porém, tanto no ocidente como no oriente esses gestos de louvor eram puramente simbólicos. Nem Hesíodo, nem Virgílio, nem ninguém da época, estudou de fato o que um agricultor faz e, menos ainda, como faz. O trabalho não merecia a atenção de pessoas educadas, abastadas ou com autoridade. Trabalho era o que os escravos faziam. Mas o trabalho é mais do que um instrumento criador de riqueza (posição dos economistas clássicos). Além do valor intrínseco, serve também para expressar muito da essência do ser humano (o homo faber). O trabalho está intimamente relacionada à personalidade. (Quando dizemos que fulano é um carpinteiro, um médico ou um mecânico, estamos, de certa forma, definindo um ser a partir do trabalho que ele exerce). No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver (acepção bíblica). A necessidade de comer de se abrigar, etc. era que determinava a necessidade de trabalhar. O avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe progressos ao trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a Revolução Industrial viria a afetar também não só o valor e as formas de trabalho, como sua organização e até o aparecimento de políticas sociais. A necessidade de organizar o trabalho, principalmente quando envolve muitas pessoas e ou muitos instrumentos e muitos processos,
  • 3. criou a idéia do "emprego". Nos tempos primitivos, da Babilônia, do Egito, de Israel, etc., havia o trabalho escravo e o trabalho livre; havia até o trabalho de artesãos e o trabalho de um rudimento de ciência, mas não havia o emprego, tal como nós o compreendemos atualmente. Na Antiguidade, não existia a noção de emprego. A relação trabalhista que existia entre as pessoas era a relação escravizador-escravo. Podemos tomar as três civilizações mais influentes de sua época e que influenciaram o Ocidente com sociedades escravistas, a epípcia, a grega e a romana. Nessa época, todo o trabalho era feito por escravos. Havia artesãos, mas estes não tinham patrões definidos, tinham clientes que pagavam por seus serviços. Os artesãos poderiam ser comparados aos profissionais liberais de hoje, já que trabalhavam por conta própria sem ter patrões. Para os artesãos não existe a relação empregador-empregado, portanto não podemos falar que o artesão tinha um emprego, apesar de ter uma profissão. Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação senhor-servo. A servidão é diferente da escavidão, já que os servos são ligeiramente mais livres que os escravos. Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de terras. Na servidão, o servo não trabalha para receber uma remuneração, mas para ter o direito de morar nas terras do seu senhor. Também não existe qualquer vínculo contratual entre os dois, mesmo porque senhor e servo eram analfabetos. Na Idade Moderna as coisas começam a mudar. Nessa época, existiam várias empresas familiares que vendiam uma pequena produção artesanal, todos os membros da família trabalhavam juntos para vender produtos nos mercados; não podemos falar de emprego nesse caso. Além das empresas familiares, havia oficinas com muitos aprendizes que recebiam moradia e alimentação em troca e, ocasionalmente, alguns trocados. É por essa época que começa a se esboçar o conceito de emprego. Com o advento da Revolução Industrial, êxodo rural, concentração dos meios de produção, a maior parte da população não tinha nem ferramentas para trabalhar como artesãos. Sendo assim, restava às pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa época que a noção de emprego toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade Contemporânea. Discorremos sobre o trabalho e as relações trabalhistas tendo em vista os quatro períodos históricos, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea para que ficasse visível a lógica da divisão da História em quatro períodos. Cada período histórico é marcado por uma organização sócio-político-econômico-cultural própria. Temos motivos para crer que esse fim de século XX é o início de um período de transição de onde passaremos da idade contemporânea para uma Idade pós-Contemporânea. As mudanças que vêm ocorrendo graças à tecnologia, principalmente a tecnologia da computação-telecomunicação, estão modificando as relações econômicas entre empresas, empregados, governos, países, línguas, culturas e sociedades.
  • 4. Essas mudanças parecem estar caminhando para uma situação tão diferente da existente no final da Segunda Guerra Mundial, que podemos dizer que um novo período da História está se esboçando. O trabalho é essencial para o funcionamento das sociedades. O trabalho é responsável pela produção de alimentos e outros produtos de consumo da sociedade. Sendo assim, sempre existirá o trabalho. O conceito, a classificação eo valor atribuído ao trabalho são sempre questões culturais. Cada sociedade cria um conceito próprio, divide o trabalho em certas categorias e atribui-lhe um determinado valor. Quando essas condições se alteram, o trabalho também se altera, seja pela forma como se realiza (manual, mecânico, elétrico, eletrônico, etc.), seja pelos instrumentos-padrão que utiliza e assim por diante. Da mesma forma, a sociedade e seus agentes também variam na forma como organizam, interpretam e valorizam o trabalho. A forma como uma sociedade decide quem vai organizar o trabalho e quem o realizará; e a forma como o produto, a riqueza, produzida pelo trabalho é distribuída entre os membros da sociedade, determina as divisões de classes sociais. O trabalho é, talvez, o principal fator que determina a sociedade, suas estruturas e funcionamento; o inverso também é verdadeiro. Assim, enquanto existir uma sociedade, existirá trabalho, pois aquela não pode existir sem esta (o mesmo pode não ser verdadeiro em relação ao emprego). Fica claro que compreender o trabalho e o emprego é importante em qualquer ocasião e época; mas é mais importante ainda entender o trabalho quando a sociedade está em um processo de mudança, de revolução; pois o trabalho certamente será influenciado e influenciará as mudanças e a sociedade. Faremos um estudo sobre o que está ocorrendo com o trabalho e os empregos nesta revolução, que, supomos, seja inevitável, que se se vislumbra com o advento da sociedade da informação. Disponível em: http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/projetos/fim-dos-empregos/empregoEtrabalho.htm, acesso em: 22/03/2015.