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Revisão por pares:
Como funciona (?) e nossas pesquisas no tema
Palestra apresentada na disciplina “CIN5034 - Editoração Científica, Curso de Biblioteconomia da UFSC, em 07/06/2013
Tema da palestra: Avaliação dos pares – direitos e deveres
Vinícius M. Kern, kern@cin.ufsc.br
Marta Denisczwicz, marta.denisczwicz@gmail.com
Grupo de pesquisa: Informação, Tecnologia e Sociedade
ROTEIRO
• O que é
• Modalidades
• História
• Falhas (e virtudes)
• Nossas pesquisas
Estes slides em
http://www.slideshare.
net/vmkern
Peer Review
O QUE É
• Principal mecanismo de controle de qualidade na maioria das
disciplinas científicas (BORNMANN, 2011)
• Instrumento mais eficaz para fazer a seleção crítica (BORNMANN,
2011)
• O julgamento é realizado pelos pares a partir de critérios de avaliação
determinados internamente pela própria comunidade científica
(DAVYT GARCÍA; VELHO, 2000)
• Define os rumos que a ciência deve seguir (DAVYT GARCÍA; VELHO,
2000)
2
Modalidades de Peer Review
Editorial : usada para selecionar artigos
para publicação
Cega, duplo-cega, aberta...
De fomento: “a revisão por pares para fins de financiamento da
pesquisa originou-se nas agências de fomento, estabelecendo uma relação
da comunidade científica com os organismos do Estado” (DAVYT GARCÍA;
VELHO, 2000)
De docência
De desenvolvimento de software (XP - extreme programming)
...
3
História da peer review
Primeiras revistas (journals) em 1665
Peer review usada desde 1731 na Royal Society of
Edinburgh’s Medical Essays and Observations (NIELSEN, 2009)
… mas não que seja usada por todos desde então…
4
História da peer review
Questão de poder: na prática, a peer review passou a ser a regra para
avaliar artigos e propostas de pesquisa em torno de 1950 (NIELSEN, 2009).
... mas não foi fácil: no fomento à pesquisa, os burocratas não acharam
maravilhoso ceder seu poder de veto e dádiva para comitês de pares.
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Caso Einstein, o velho rabugento... (NIELSEN, 2009)
Publicou ~300 artigos de 1901 a 1955. Quantos revisados por pares?
R: Aparentemente 1 (Physical Review – submetido em 1936, rejeitado).
A indignação do gênio com o editor:
Dear Sir,
We (Mr. Rosen and I) had sent you our manuscript for publication and had not authorized you
to show it to specialists before it is printed. I see no reason to address the in any case
erroneous comments of your anonymous expert. On the basis of this incident I prefer to
publish the paper elsewhere.
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P.S. Mr. Rosen, who has left for the Soviet Union,
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afinal foi publicado no Journal of the Franklin Institute, com
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confiabilidade da revisão recíproca anônima de propostas de mestrado. Liinc em Revista 9(1),
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• Kern, V. M., Possamai, O., Selig, P. M., Pacheco, R. C. dos S., Souza, G. de C. de, Rautenberg,
S., & Lemos, R. T. da S. (2009). Growing a peer review culture among graduate students In A.
Tatnall & A. Jones (Eds.), Education and Technology for a Better World (IFIP Advan., Vol. 302,
pp. 388–397). Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg.
• Kern, V. M., Pacheco, R. C. dos S., Saraiva, L. M. & Pernigotti, J. M. (2007). Peer review in
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Mendes Neto & F. V. Brasileiro. (Eds.), Advances in computer supported learning, p. 45-65.
Hershey, PA (EUA): Idea Group Publishing.
• Kern, V. M., Saraiva, L. M., & Pacheco, R. C. dos S. (2003). Peer review in education:
promoting collaboration, written expression, critical thinking, and professional responsibility.
Education and Information Technologies, 8(1), 37–46.
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Seleção de um indicador: coeficiente de correlação
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13
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14
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entre -0,500 e 0,202, com 9 valores positivos e 3
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de artigos: o ICC (2,1) variou entre -0,254 e 0,540,
com 5 valores positivos, um zero e 4 negativos
Estudos mencionados por Weller (2002, p. 186-187)
apontam valores de ICC no intervalo [-0,15; 0,84].
15
Resultados
Revisores em formação apresentam índices
inferiores aos apontados por Weller (2002) e
por Bornmann (2011);
Predominância de valores superiores de ICC
nos certames profissionais em relação aos
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16
Discussão / conclusão
Dentre as 12 medidas de ICC encontradas na
revisão de propostas de mestrado em Ciência da
Informação, 9 são positivas, compatíveis com as
medidas encontradas no levantamento de Weller
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Os índices são inferiores aos apontados por
Weller (2002) e por Bornmann (2011), no
entanto, trata-se de uma medida pontual – para
um certame de revisão por pares.
17
Discussão / conclusão
Os resultados são preliminares. As próximas
etapas da pesquisa incluem a construção de
indicadores de confiabilidade longitudinais,
tanto para os processos acadêmicos discutidos
aqui quanto para outros fóruns, como revistas
científicas.
18
Referências
BORNMANN, L. Scientific peer review. ARIST, v. 45, n. 1, p. 199-245, 2011.
DAVYT GARCÍA, A.; VELHO, L. A Avaliação da Ciência e a Revisão por Pares: passado e presente. Como
será o Futuro?. História, Ciência, Saúde – Manguinhos, v. 7, n. 1, p. 93-116, mar./jun. 2000.
JENNINGS, C. G. Quality and value: The true purpose of peer review. What you can't measure, you
can't manage: the need for quantitative indicators in peer review (Nature Peer Review Debate).
Nature, 2006.
NIELSEN, Michael. Three myths about scientific peer review (blog post). January 8, 2009.
http://michaelnielsen.org/blog/three-myths-about-scientific-peer-review/
What you can't measure, you can't manage: the need for quantitative indicators in peer review
(Nature Peer Review Debate). Nature, 2006.
SMITH, A. J. The task of the referee. Computer, v. 23, n. 4, p. 65–71, 1990
SHROUT, P. E.; FLEISS, J. L. Intraclass correlations: Use in assessing rater reliability. Psychol. Bull., v. 86,
n. 2, p. 420-428, 1979.
WELLER, A. C. Editorial peer review: Its strengths and weaknesses. Second printing (ASIST monograph
series). Medford, New Jersey (EUA): Information Today, Inc. 2002. 342 p.
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Revisão por pares: Como funciona (?) e nossas pesquisas no tema

  • 1. Revisão por pares: Como funciona (?) e nossas pesquisas no tema Palestra apresentada na disciplina “CIN5034 - Editoração Científica, Curso de Biblioteconomia da UFSC, em 07/06/2013 Tema da palestra: Avaliação dos pares – direitos e deveres Vinícius M. Kern, kern@cin.ufsc.br Marta Denisczwicz, marta.denisczwicz@gmail.com Grupo de pesquisa: Informação, Tecnologia e Sociedade ROTEIRO • O que é • Modalidades • História • Falhas (e virtudes) • Nossas pesquisas Estes slides em http://www.slideshare. net/vmkern
  • 2. Peer Review O QUE É • Principal mecanismo de controle de qualidade na maioria das disciplinas científicas (BORNMANN, 2011) • Instrumento mais eficaz para fazer a seleção crítica (BORNMANN, 2011) • O julgamento é realizado pelos pares a partir de critérios de avaliação determinados internamente pela própria comunidade científica (DAVYT GARCÍA; VELHO, 2000) • Define os rumos que a ciência deve seguir (DAVYT GARCÍA; VELHO, 2000) 2
  • 3. Modalidades de Peer Review Editorial : usada para selecionar artigos para publicação Cega, duplo-cega, aberta... De fomento: “a revisão por pares para fins de financiamento da pesquisa originou-se nas agências de fomento, estabelecendo uma relação da comunidade científica com os organismos do Estado” (DAVYT GARCÍA; VELHO, 2000) De docência De desenvolvimento de software (XP - extreme programming) ... 3
  • 4. História da peer review Primeiras revistas (journals) em 1665 Peer review usada desde 1731 na Royal Society of Edinburgh’s Medical Essays and Observations (NIELSEN, 2009) … mas não que seja usada por todos desde então… 4
  • 5. História da peer review Questão de poder: na prática, a peer review passou a ser a regra para avaliar artigos e propostas de pesquisa em torno de 1950 (NIELSEN, 2009). ... mas não foi fácil: no fomento à pesquisa, os burocratas não acharam maravilhoso ceder seu poder de veto e dádiva para comitês de pares. 5
  • 6. História da peer review Caso Einstein, o velho rabugento... (NIELSEN, 2009) Publicou ~300 artigos de 1901 a 1955. Quantos revisados por pares? R: Aparentemente 1 (Physical Review – submetido em 1936, rejeitado). A indignação do gênio com o editor: Dear Sir, We (Mr. Rosen and I) had sent you our manuscript for publication and had not authorized you to show it to specialists before it is printed. I see no reason to address the in any case erroneous comments of your anonymous expert. On the basis of this incident I prefer to publish the paper elsewhere. Respectfully, P.S. Mr. Rosen, who has left for the Soviet Union, has authorized me to represent him in this matter. * Depois disso, nunca mais submeteu à Physical Review. O artigo afinal foi publicado no Journal of the Franklin Institute, com conclusões dramaticamente alteradas (coincidentemente ou não). 6
  • 7. Falhas da peer review Confiabilidade: avaliadores pouco concordam Validade, generalizabilidade e potenciais vieses Faltam indicadores quantitativos de gestão Formação precária de pareceristas Ineficácia para detectar fraude, plágio, baixa qualidade ou erro. 7
  • 8. Falhas da peer review Questões éticas sérias, incluindo o conflito de interesses... Indústria farmacêutica e as conclusões “compradas” Círculos de amigos (backscratching) 8
  • 9. Nossas pesquisas em peer review Projeto Par - desde 1997 • Revisão por pares na aprendizagem. Anônima, dupla-cega. 1000+ alunos. • Algumas publicações • Denisczwicz, M. &; Kern, V. M. (2013). Indicadores de gestão na revisão por pares: confiabilidade da revisão recíproca anônima de propostas de mestrado. Liinc em Revista 9(1), 283-295. • Kern, V. M., Possamai, O., Selig, P. M., Pacheco, R. C. dos S., Souza, G. de C. de, Rautenberg, S., & Lemos, R. T. da S. (2009). Growing a peer review culture among graduate students In A. Tatnall & A. Jones (Eds.), Education and Technology for a Better World (IFIP Advan., Vol. 302, pp. 388–397). Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg. • Kern, V. M., Pacheco, R. C. dos S., Saraiva, L. M. & Pernigotti, J. M. (2007). Peer review in Computer Science education: Requirements for continuous, large scale application. In F. M. Mendes Neto & F. V. Brasileiro. (Eds.), Advances in computer supported learning, p. 45-65. Hershey, PA (EUA): Idea Group Publishing. • Kern, V. M., Saraiva, L. M., & Pacheco, R. C. dos S. (2003). Peer review in education: promoting collaboration, written expression, critical thinking, and professional responsibility. Education and Information Technologies, 8(1), 37–46. 9
  • 10. Pesquisa - MEDIDAS LONGITUDINAIS DE CONFIABILIDADE EM SÉRIES DE CERTAMES REVISÃO POR PARES • Críticas ao processo • Falta de indicadores de qualidade • Formação precária de pareceristas A pesquisa... Seleção de um indicador: coeficiente de correlação intraclasse ICC(2,1), que considera que os pareceristas são selecionados a partir de uma população maior, e cada parecerista avalia cada proposta (SHROUT; FLEISS, 1979). 10
  • 11. Processo de revisão por pares: propostas de mestrado (n=12) Anônima, recíproca (9 a 11 revisões/proposta), com diretrizes. 7 pontos de avaliação em escala Likert-6 Escala de 1 (discordo totalmente) a 6 (concordo totalmente) Itens de avaliação: Problema e objetivos Fundamentação Abordagem metodológica Resultados esperados e conclusões Referências Linguagem e estilo Formatos 11
  • 12. 12
  • 13. Para dispor de algum termo de comparação... Conduzimos outro processo em artigos (n=11, 2 rev/aluno ou 4/artigo) de duplas em disciplina de PG de programa interdisciplinar (mestr./dout.) Coletamos índices de confiabilidade nos metaestudos de Weller (2002) e de Bornmann (2011). 13
  • 14. Resultados Esperávamos: ICC de mestrandos em CI < ICC de profissionais no fomento e publicação Não esperávamos: ICCs CI frequentemente < ICCs de pós-graduandos interdisciplinares 14
  • 15. Resultados Mestrado em Ciência da Informação: o ICC (2,1) variou entre -0,500 e 0,202, com 9 valores positivos e 3 negativos; Programa de pós-graduação revisões multidisciplinares de artigos: o ICC (2,1) variou entre -0,254 e 0,540, com 5 valores positivos, um zero e 4 negativos Estudos mencionados por Weller (2002, p. 186-187) apontam valores de ICC no intervalo [-0,15; 0,84]. 15
  • 16. Resultados Revisores em formação apresentam índices inferiores aos apontados por Weller (2002) e por Bornmann (2011); Predominância de valores superiores de ICC nos certames profissionais em relação aos certames estudantis. 16
  • 17. Discussão / conclusão Dentre as 12 medidas de ICC encontradas na revisão de propostas de mestrado em Ciência da Informação, 9 são positivas, compatíveis com as medidas encontradas no levantamento de Weller (2002). Os índices são inferiores aos apontados por Weller (2002) e por Bornmann (2011), no entanto, trata-se de uma medida pontual – para um certame de revisão por pares. 17
  • 18. Discussão / conclusão Os resultados são preliminares. As próximas etapas da pesquisa incluem a construção de indicadores de confiabilidade longitudinais, tanto para os processos acadêmicos discutidos aqui quanto para outros fóruns, como revistas científicas. 18
  • 19. Referências BORNMANN, L. Scientific peer review. ARIST, v. 45, n. 1, p. 199-245, 2011. DAVYT GARCÍA, A.; VELHO, L. A Avaliação da Ciência e a Revisão por Pares: passado e presente. Como será o Futuro?. História, Ciência, Saúde – Manguinhos, v. 7, n. 1, p. 93-116, mar./jun. 2000. JENNINGS, C. G. Quality and value: The true purpose of peer review. What you can't measure, you can't manage: the need for quantitative indicators in peer review (Nature Peer Review Debate). Nature, 2006. NIELSEN, Michael. Three myths about scientific peer review (blog post). January 8, 2009. http://michaelnielsen.org/blog/three-myths-about-scientific-peer-review/ What you can't measure, you can't manage: the need for quantitative indicators in peer review (Nature Peer Review Debate). Nature, 2006. SMITH, A. J. The task of the referee. Computer, v. 23, n. 4, p. 65–71, 1990 SHROUT, P. E.; FLEISS, J. L. Intraclass correlations: Use in assessing rater reliability. Psychol. Bull., v. 86, n. 2, p. 420-428, 1979. WELLER, A. C. Editorial peer review: Its strengths and weaknesses. Second printing (ASIST monograph series). Medford, New Jersey (EUA): Information Today, Inc. 2002. 342 p. 19