O documento discute quatro casos clínicos de pacientes com dor articular de longa duração. Todos os casos apresentam diminuição do espaço articular, presença de hipertrofia óssea e são compatíveis com o diagnóstico de osteoartrite. O documento também fornece detalhes sobre a fisiopatologia, fatores de risco, sinais e sintomas, exames auxiliares e opções de tratamento para osteoartrite.
2. CASO CLÍNICO 1
M.J.D,65 anos refere que há 1 ano vem apresentando
um pouco de desconforto e rigidez na virilha, nádega,
coxa a direita ao acordar pela manhã. As dores ficam
mais fortes quando o paciente está em movimento e
melhoram quando em descanso. Há 3 meses até em
descanso não há alívio da dor.
3. EXAME FÍSICO DO CASO 1
Dor aos movimentos de rotação
interna e externa , flexão e extensão
dos quadris.
4. RX DO CASO 11-DIMINUIÇÃO DO ESPAÇO ARTICULAR 2 E 3 -
PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS
5. CASO CLÍNICO 2
Nome do paciente: J.A.F. Idade: 63 anos, Gênero: Masculino
Profissão atual: Aposentado
Profissão anterior/outras atividades: Borracheiro, aos finais de
semana auxilia na barraca de feira dos filhos
6. CASO CLÍNICO 2
HPMA: Após os 50 anos começou a sentir desconforto esporádico no
joelho direito após as jornadas de trabalho na borracharia, mas nunca
procurou orientação médica.
Notou que as atividades de abaixar-se e esticar os joelhos
completamente causavam dor, e quando acordava sentia dificuldade
para a movimentação articular.
Quando se aposentou, procurou o ambulatório de seu bairro para
realizar exames de rotina e declarou a queixa em joelhos para o
médico.
7. EXAME FÍSICO CASO CLÍNICO 2
Arco de movimento (ADM) encontra-se
diminuído moderadamente a direita, com
crepitação presente.
10. CASO CLÍNICO 3
M.S.O.S. 66ª, Dor nas mãos há 1 ano e meio, que no início da
doença era mais intensa ao acordar e diminuía ao longo do dia,
porém com a progressão da doença a dor tem ocorrido o dia todo;
Rigidez nas articulações das mãos de menos de 1 hora
Inchaço nos dedos;
Dificuldade para realizar movimentos simples, como pegar um objeto
ou escrever, por exemplo;
Formigamento das mãos, mesmo em repouso.
11. EXAME CASO CLÍNICO 3
Verificada a formação de nódulos nas articulações,
como o nódulo de Heberden, que é formado na
articulação Interfalangeana distal, e o nódulo de
Bouchard, que é formado na articulação
interfalangeana proximal.
Dor a palpação das Interfalangeanas distais e
Interfalangeanas proximais.
12.
13.
14. CASO CLÍNICO 4
A.M.C. 75 a, masc, com dor na coluna lombar há 1 ano que piora
com o movimento de flexo-extensão da mesma.
Apresenta dificuldade para movimentar a região devido à dor.
Sensação de formigamento ou de dormência nas pernas.
16. O QUE ESSES CASOS TEM EM
COMUM?
Faixa de idade
Dor com características
predominantemente mecânicas
Diminuição do espaço articular
Presença de Hipertrofia óssea
17. DIAGNÓSTICO
Os termos osteoartrose ou
osteoartrite (OA) são
empregados como
sinônimos de artrose.
19. DEFINIÇÃO
Osteartrite ou artrose não é um processo apenas
de desgaste da cartilagem e sim de remodelação
anormal da cartilagem e osso subcondral
impulsionada por uma série de mediadores
inflamatórios
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21. “O processo de doença não afeta apenas a cartilagem
articular e o osso subcondral, mas envolve toda a
articulação incluindo ligamentos,cápsula, membrana
sinovial e músculos periarticulares.
CONCEITO ATUAL
22. DE MODO MAIS SIMPLES:
“ A osteoartrose é uma insuficiência qualitativa e
quantitativa da cartilagem articular associada a
alterações típicas do osso subcondral e
consequente danos das demais estruturas
articulares “
23. EPIDEMIOLOGIA
É a doença articular mais frequente
Uma das maiores causas de afastamento do trabalho.
Alto custo social e econômico.
Mais frequente nas mulheres após a menopausa.
Prevalência geral no Brasil:4,1%(média de idae de 36
anos);após 55 anos aumenta para 15,8%
25. ETIOPATOGENIA
Condrócitos têm papel-chave no equilíbrio entre a
produção e a degradação da matriz
cartilaginosa;produzem os elementos da Matriz extra-
celular , mas também são responsáveis pela produção das
enzimas proteolíticas que a quebram,as
metaloproteinases.
Quando fatores mecânicos,induzindo o aumento da
expressão de citocinas inflamatórias,e biológicos atuam
rompendo esse equilíbrio,com predomínio da
destruição,surge a osteoartrose ou osteoartrite.
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28. FISIOPATOLOGIA
O melhor conhecimento da
fisiopatologia inflamatória da OA
provavelmente determinará novas
abordagens para retardar
alterações destrutivas na
articulação e evitar o
comprometimento funcional
permanente.
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29. PONTOS-CHAVE
As três principais estruturas envolvidas na evolução e progressão da
O A são cartilagem, osso subcondral e membrana sinovial
A estimulação de condrócitos pode perturbar o equilíbrio entre a
síntese e a degradação da cartilagem , levando a O A
O aumento da produção de mediadores inflamatórios e enzimas
proteolíticas conduz à degeneração da cartilagem na O A.
32. CARTILAGEM NORMAL
A composição e a complexa organização estrutural
entre o colágeno e os proteoglicanos garantem as
propriedades inerentes à cartilagem articular, como
resistência, elasticidade e compressibilidade,
necessárias para dissipar e amortecer as forças,
além de reduzir a fricção, sem muito gasto de
energia, a qual as articulações diartrodiais estão
sujeitas
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36. CONDRÓCITOS
São responsáveis pela síntese e degradação de todos os componentes da
cartilagem, mantendo um estado de equilíbrio entre eles. Na O A o
metabolismo estará negativo pois os mecanismos envolvidos na degradação
são predominantes.
39. CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA
A osteoartrose caracteriza-se por dor e
disfunção articular. Em estágios mais
avançados da doença , também envolve
rigidez articular, atrofia muscular e
deformidade dos membros.
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43. PATOLOGIA
As alterações patológicas presentes nas
articulações com osteoartrite incluem a
degradação da cartilagem articular, o
espessamento do osso subcondral, a
formação de osteófitos, graus variáveis de
inflamação sinovial, degeneração de
ligamentos no joelho, meniscos e hipertrofia
da cápsula articular.
53. ANAMNESE
Dor em uma ou poucas articulações
Rigidez matinal com menos de 30 minutos de duração
Crepitação por perda da cartilagem ou irregularidades
nas superfícies articulares
Limitação do movimento
61. LABORATÓRIO
NormalExame geral de urina
NegativoFator reumatóide
Cor palha e viscosidade
adequada, o número de
leucócitos < 2.000
Líquido sinovial
Normal
Velocidade de
hemossedimentação
62. RADIOLOGIA
No início da doença não se observam anormalidades. Com
seu desenvolvimento, observam-se:
Diminuição do espaço intra-articular
Esclerose subcondral (eburnação)
Osteófitos;
Erosão e anquilose óssea (pseudocistos ósseos).
70. TRATAMENTO
Os objetivos a atingir com o tratamento são:
1.Aliviar a dor
2.Manter a funcionalidade articular
3.Educar o paciente e sua familia
4.Alterar o proceso da doença e suas
consequencias
72. TRATAMENTO FÍSICO
Diminuição de peso
Realizar programas de exercícios:
Fortalecimento,alongamento,aeróbicos e equilibrio; 3 a
5x por semana,sessões d epelo menos 30
minutos.Orientar sobre os mesmos durante a
consulta(dificuldade de acesso à fisioterapia)
Terapia ocupacional
73. TRATAMENTO FÍSICO-ÓRTESES
Mais utilizadas:
-joelheiras (simples,apoio patelar,articulada)
-Imobilizador de punho e polegar para rizartrose (muito eficiente)
PALMILHAS: Alterações dos arcos-apoio metatársico,arco
longitudinal,contato total.
Cunha medial para retro-pé para joelhos valgus,altura habitual de 8
mm
Cunha lateral para retro-pé para joelhos varos ,altura habitual de 8
mm
76. AÇÃO LENTA
Glicosamina
Condroitina
Diacereína
Extratos
insaponificados de
soja e abacate
Ácido hialurõnico
Cloroquina
Necessitam mais
estudos
Sintomáticos Modificadores de doença
77. TRATAMENTO CIRÚRGICO
As técnicas cirúrgicas
empregadas na osteoartrite são
artrodese, artroplastias,
osteotomias, desbridamento
articular, liberação de nervos
periféricos, etc.
78. CONCLUSÃO
Osteoartrite NÃO é sinônimo de
“envelhecimento”.
Freqüentemente, o paciente com osteoartrite
procura primeiro o clínico geral. Por isso, é
importante conhecê-la.
Se houver dúvidas ou complicações, deve-se
consultar o reumatologista.