A intuição e a dedução são as duas operações da razão. A intuição capta ideias de forma direta, enquanto a dedução estabelece conexões entre intuições para descobrir novas verdades. As ideias possuem realidade formal na mente e realidade objetiva no conteúdo representado. Descartes classifica ideias em três tipos: inatas (colocadas por Deus), adventícias (produzidas pelos sentidos) e factícias (produzidas pela imaginação).

1. OPERAÇÕES DA RAZÃO:
A INTUIÇÃO E A DEDUÇÃO são as duas operações da razão. A intuição é uma
operação puramente intelectual, donde é excluída qualquer intervenção, quer da
memória, quer da imaginação. A INTUIÇÂO é um acto simples da razão – o que salta
aos olhos - pelo qual a mente capta de forma directa e imediata as evidências, as
naturezas simples (ideias claras e distintas). A DEDUÇÃO permite estabelecer um
encadeamento de intuições, consistindo em ver que um conhecimento é
consequência de outros e, assim, descobrir novas verdades.
NOÇÃO DE IDEIA:
A "ideia" possui uma realidade formal (modo do meu eu) e uma realidade objectiva
(conteúdo representativo). Por exemplo, a ideia de Ser Perfeito (ideia inata, clara e
distinta) tem como realidade objectiva ser uma substância infinita, eterna, imutável,
independente, omnipotente, omnisciente, o que significa que a sua realidade
objectiva ultrapassa a realidade formal do eu pensante.
TIPOS DE IDEIAS:
É de ter presente que Descartes classifica as ideias em três tipos:
1) inatas: ideias claras e distintas que residem na nossa razão, objectos da intuição
evidente, não sendo produzidas nem pelos sentidos nem pela imaginação, pois
foram colocadas em nós pelo Ser Perfeito ("sementes de verdade). Exemplos, as
ideias de Deus, alma, etc.
2) adventícias: são produzidas pelos sentidos e referem-se às qualidades sensíveis
das coisas. Exemplos, as ideias de verde, grande, etc.
3) factícias: produzidas pela nossa imaginação com base em dados provenientes dos
sentidos. Exemplo, a ideia de sereia.