7. Conhecimento
É o pensamento que
resulta da relação
que se estabelece
entre o sujeito que
conhece e o objeto a
ser conhecido
Pode designar o ato de
conhecer, enquanto relação
que se estabelece entre a
consciência que conhece e o
mundo conhecido
Sujeito(consciência que conhece) +
Objeto (mundo a ser conhecido) =
relação estabelecida (conhecimento)
8. A apreensão do conhecimento não se dá de maneira
mecânica e uniforme, ela é produzida, também, na
reflexão, no questionamento sobre o que se quer
conhecer. Podendo ser obtido através da racionalidade
ou da intuição.
A intuição é um pensamento que se faz presente sem
que tenhamos controle sobre ele e ela pode ser dividida
em três formas:
9. Intuição sensível: é o conhecimento imediato que nos é
dado pelos órgãos dos sentidos: sentimos que faz calor;
vemos que a blusa é vermelha: ouvimos o som de um
instrumento.
Intuição inventiva: é a do sábio, do cientista, quando
repentinamente descobrem uma nova hipótese, um
tema original. Também na vida diária enfrentamos
situações que exigem soluções criativas, verdadeiras
invenções súbitas.
Intuição intelectual: é a que se esforça por captar
diretamente a essência do objeto. Por exemplo a
descoberta de Descartes do cogito (eu pensante)
enquanto primeira verdade indubitável.
10. O primeiro princípio encontrado por Descartes com caráter de
indubitabilidade (verdadeiro) é a ideia de Cogito, de eu
pensante: mesmo que todos os seus conhecimentos sejam
duvidosos ou errados, mesmo que não consiga ter certeza de
nada e que todos os pensamentos sejam errados, não pode
duvidar de que está a pensar e que, como tal é uma coisa
pensante (res cogitans): se pensa (quer o faça com correção ou
com erro), então é ou existe (cogito ergo sum) enquanto tal,
enquanto ser pensante.
11. A teoria do conhecimento é uma disciplina filosófica que
investiga quais são os problemas decorrentes da relação
entre sujeito e objeto do conhecimento, bem como as
condições do conhecimento verdadeiro.
12. Todo conhecimento coloca o problema da verdade. Pois quando
conhecemos, sempre nos perguntamos se o enunciado
corresponde ou não à realidade.
Comecemos distinguindo verdade e realidade. Na linguagem
cotidiana, frequentemente os dois conceitos são confundidos. Se
nos referimos a um colar, a um quadro, a um dente, só podemos
afirmar que são reais e não verdadeiros ou falsos. Se dizemos que
o colar ou o dente são falsos, devemos reconhecer que o “falso”
colar é uma verdadeira bijuteria e o dente um verdadeiro dente
postiço.
Isso porque a falsidade ou veracidade não estão na coisa
mesma, mas no juízo, e portanto no valor da nossa afirmação. Há
verdade ou não dependendo de como a coisa aparece para o
sujeito que conhece. Por isso dizemos que algo é verdadeiro
quando é o que parece ser.
13. Na época medieval a resposta vigente consistia em
afirmar que através da fé o homem iluminava seu
intelecto e auxiliado por Deus percebia a verdade
revelada.
A filosofia moderna teve seu inicio quando filósofos
contestaram a forma medieval de conceber a
verdade, e postaram no centro da discussão a questão
do conhecimento.
14. Isso nos remete para a discussão a respeito do critério
da verdade. Qual o sinal que permite reconhecer a
verdade e distingui-la do erro? Não pretendemos
analisar passo a passo as discordâncias dos autores a
respeito do assunto, devido à complexidade e à
necessidade de aprofundamento da questão. Bastam
nos algumas pistas.
15. Para Descartes, o critério da verdade é a evidência.
Evidente é toda ideia clara e distinta, que se impõe
imediatamente e por si só ao espírito, Trata-se de uma
evidência resultante da intuição intelectual.
Para Nietzsche é verdadeiro tudo o que contribui para
fomentar a vida da espécie e falso tudo o que é
obstáculo ao seu desenvolvimento.
16. Para o pragmatismo (William James, Dewey, Peirce), a
prática é o critério da verdade. Nesse caso, a verdade de
uma proposição se estabelece a partir de seus efeitos,
dos resultados práticos.
Nos dois últimos casos (Nietzsche e pragmatismo), o
critério da verdade deixa de ser um valor racional e
adquire um valor de existência, que pode ser
sintetizado na frase de Saint Éxupery: “A verdade para
o homem é o que faz dele um homem”.
17. A capacidade humana para conhecer, para saber que
conhece e para saber o que sabe que conhece. A
consciência é um conhecimento (das coisas e de si) e
um conhecimento desse conhecimento (reflexão).
Modalidades de consciência:
①A consciência psicológica : o Eu;
②Do ponto de vista ético e moral: a Pessoa;
③Do ponto de vista político: o Cidadão;
④Do ponto de vista da teoria do conhecimento: o
Sujeito.
18. consciência passiva: aquela na qual temos uma vaga
e uma confusa percepção de nós mesmos e do que se
passa à nossa volta, como no devaneio, no momento
que precede o sono ou o despertar, na anestesia e,
sobretudo, quando somos muito crianças ou muito
idosos;
consciência vivida, mas não reflexiva: é nossa
consciência efetiva, que tem a peculiaridade de ser
egocêntrica, isto é, de perceber os outros e as coisas
apenas a partir de nossos sentimentos com relação a
eles, como, por exemplo, a criança que bate numa
mesa ao tropeçar nela, julgando que a mesa “fez de
propósito” para machucá-la.
19. consciência ativa e reflexiva: aquela que reconhece a
diferença entre o interior e o exterior, entre si e os
outros, entre si e as coisas. Esse grau de consciência é o
que permite a existência da consciência em suas quatro
modalidades, isto é, eu, pessoa, cidadão e sujeito.