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entre o desencanto e amargura e a irreverênciaentre o desencanto e amargura e a irreverência
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morte.morte.
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fuga mas como afirmação das potências dafuga mas como afirmação das potências da
imaginação e da poesia.imaginação e da poesia.
PRINCIPAIS TEMAS
 O COTIDIANO - todos os seus matizes - oO COTIDIANO - todos os seus matizes - o
simples, o insignificante, mas ao mesmo tempo osimples, o insignificante, mas ao mesmo tempo o
belo e o sublime.belo e o sublime.
 O AMOR - desencanto e frustração, masO AMOR - desencanto e frustração, mas
também o prazer. A questão do desejo e seustambém o prazer. A questão do desejo e seus
revezes sempre vêm à tona. A beleza feminina, arevezes sempre vêm à tona. A beleza feminina, a
sensualidade.sensualidade.
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 A PRÓPRIA POESIA - em exercíciosA PRÓPRIA POESIA - em exercícios
metalinguísticos o poeta reflete sobre seu ofíciometalinguísticos o poeta reflete sobre seu ofício
revelando-nos o profundo entranhamento entrerevelando-nos o profundo entranhamento entre
poesia e vida.poesia e vida.
REFLEXÃO EXISTENCIAL - como poeta doREFLEXÃO EXISTENCIAL - como poeta do
século XX, Manuel Bandeira pensa o homemséculo XX, Manuel Bandeira pensa o homem
moderno, seu ceticismo, seus medos, suasmoderno, seu ceticismo, seus medos, suas
esperanças. Sua poética é marcada, nesse campo,esperanças. Sua poética é marcada, nesse campo,
por uma extrema lucidez que não aborta opor uma extrema lucidez que não aborta o
humanismo e a fraterna solidariedade.humanismo e a fraterna solidariedade.
PRINCIPAIS TEMAS
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do coloquial em poesia.do coloquial em poesia.
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seguro e sempre renovado da linguagem comoseguro e sempre renovado da linguagem como
imperativo máximo do fazer poético.imperativo máximo do fazer poético.
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 Tematização do cotidiano, do corriqueiro,Tematização do cotidiano, do corriqueiro,
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como tema poético.como tema poético.
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máximo com o mínimo de palavras. Aliarmáximo com o mínimo de palavras. Aliar
economia e criatividade.economia e criatividade.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
TEXTOSTEXTOS
PARA LEITURA EPARA LEITURA E
ANÁLISEANÁLISE
Eu faço versos como quem choraEu faço versos como quem chora
DeDe desalentodesalento , de desencanto, de desencanto
Fecha meu livro se por agoraFecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum deNão tens motivo algum de prantopranto
Meu verso é sangue ,Meu verso é sangue , volúpiavolúpia ardenteardente
TristezaTristeza esparsaesparsa , remorso, remorso vãovão
Dói-me nas veias amargo e quenteDói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.Cai gota à gota do coração.
DESENCANTO
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Desânimo, abatimento
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Espalhada, vulgarizada
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E nesses versos de angústia roucaE nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida correAssim dos lábios a vida corre
Deixando umDeixando um acreacre sabor na bocasabor na boca
Eu faço versos como quem morre.Eu faço versos como quem morre.
DESENCANTO
ACRE:
Azedo
Quando a Indesejada das gentes chegarQuando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou(Não sei se dura ou caroávelcaroável),),
talvez eu tenha medo.talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:Talvez sorria, ou diga:
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O meu dia foi bom, pode a noite descer.O meu dia foi bom, pode a noite descer.
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Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.Com cada coisa em seu lugar.
CONSOADA
afável, gentil,
feitiço, malefício, bruxaria
Eu quero a estrela da manhãEu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigosMeus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhãProcurem a estrela da manhã
Ela desapareceu ia nuaEla desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?Desapareceu com quem?
Procurem por toda parteProcurem por toda parte
Digam que sou um homem sem orgulhoDigam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudoUm homem que aceita tudo
Que me importa?Que me importa?
Eu quero a estrela da manhãEu quero a estrela da manhã
ESTRELA DA MANHÃ
Três dias e três noitesTrês dias e três noites
Fui assassino e suicidaFui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsárioLadrão, pulha, falsário
Virgem mal-sexuadaVirgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitosAtribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeçasGirafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todosPecai por todos pecai com todos
Pecai com malandrosPecai com malandros
Pecai com sargentosPecai com sargentos
Pecai com fuzileiros navaisPecai com fuzileiros navais
Pecai de todas as maneirasPecai de todas as maneiras
ESTRELA DA MANHÃ
Com os gregos e com os troianosCom os gregos e com os troianos
Com o padre e o sacristãoCom o padre e o sacristão
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Depois comigoDepois comigo
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Manuel Bandeira (com textos)

  • 1.
  • 2.  A INFÂNCIA (imagens do Recife e do Rio deA INFÂNCIA (imagens do Recife e do Rio de Janeiro), poetização da memória e do imaginárioJaneiro), poetização da memória e do imaginário (relações afetivas, primeiras leituras).(relações afetivas, primeiras leituras). PRINCIPAIS TEMAS  A MORTE - diante dela o eu-poético oscilaA MORTE - diante dela o eu-poético oscila entre o desencanto e amargura e a irreverênciaentre o desencanto e amargura e a irreverência risonha, na verdade, Bandeira dessacraliza arisonha, na verdade, Bandeira dessacraliza a morte.morte.
  • 3.  O ONÍRICO, O DEVANEIO - não só comoO ONÍRICO, O DEVANEIO - não só como fuga mas como afirmação das potências dafuga mas como afirmação das potências da imaginação e da poesia.imaginação e da poesia. PRINCIPAIS TEMAS  O COTIDIANO - todos os seus matizes - oO COTIDIANO - todos os seus matizes - o simples, o insignificante, mas ao mesmo tempo osimples, o insignificante, mas ao mesmo tempo o belo e o sublime.belo e o sublime.
  • 4.  O AMOR - desencanto e frustração, masO AMOR - desencanto e frustração, mas também o prazer. A questão do desejo e seustambém o prazer. A questão do desejo e seus revezes sempre vêm à tona. A beleza feminina, arevezes sempre vêm à tona. A beleza feminina, a sensualidade.sensualidade. PRINCIPAIS TEMAS  A PRÓPRIA POESIA - em exercíciosA PRÓPRIA POESIA - em exercícios metalinguísticos o poeta reflete sobre seu ofíciometalinguísticos o poeta reflete sobre seu ofício revelando-nos o profundo entranhamento entrerevelando-nos o profundo entranhamento entre poesia e vida.poesia e vida.
  • 5. REFLEXÃO EXISTENCIAL - como poeta doREFLEXÃO EXISTENCIAL - como poeta do século XX, Manuel Bandeira pensa o homemséculo XX, Manuel Bandeira pensa o homem moderno, seu ceticismo, seus medos, suasmoderno, seu ceticismo, seus medos, suas esperanças. Sua poética é marcada, nesse campo,esperanças. Sua poética é marcada, nesse campo, por uma extrema lucidez que não aborta opor uma extrema lucidez que não aborta o humanismo e a fraterna solidariedade.humanismo e a fraterna solidariedade. PRINCIPAIS TEMAS
  • 6.  Libertação contínua dos moldes, reafirmaçãoLibertação contínua dos moldes, reafirmação do coloquial em poesia.do coloquial em poesia.  Valorização da cultura e do imaginárioValorização da cultura e do imaginário popular.popular.  Poesia como arte das palavras - o manuseioPoesia como arte das palavras - o manuseio seguro e sempre renovado da linguagem comoseguro e sempre renovado da linguagem como imperativo máximo do fazer poético.imperativo máximo do fazer poético. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
  • 7.  Tematização do cotidiano, do corriqueiro,Tematização do cotidiano, do corriqueiro, incorporação do "pequeno", do insignificanteincorporação do "pequeno", do insignificante como tema poético.como tema poético.  Concisão aliada ao ludismo - significar aoConcisão aliada ao ludismo - significar ao máximo com o mínimo de palavras. Aliarmáximo com o mínimo de palavras. Aliar economia e criatividade.economia e criatividade. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
  • 8. TEXTOSTEXTOS PARA LEITURA EPARA LEITURA E ANÁLISEANÁLISE
  • 9. Eu faço versos como quem choraEu faço versos como quem chora DeDe desalentodesalento , de desencanto, de desencanto Fecha meu livro se por agoraFecha meu livro se por agora Não tens motivo algum deNão tens motivo algum de prantopranto Meu verso é sangue ,Meu verso é sangue , volúpiavolúpia ardenteardente TristezaTristeza esparsaesparsa , remorso, remorso vãovão Dói-me nas veias amargo e quenteDói-me nas veias amargo e quente Cai gota à gota do coração.Cai gota à gota do coração. DESENCANTO DESALENTO: Desânimo, abatimento PRANTO: Choro, tristeza VOLÚPIA: Prazer sexual ESPARSA: Espalhada, vulgarizada VÃO: inútil
  • 10. E nesses versos de angústia roucaE nesses versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida correAssim dos lábios a vida corre Deixando umDeixando um acreacre sabor na bocasabor na boca Eu faço versos como quem morre.Eu faço versos como quem morre. DESENCANTO ACRE: Azedo
  • 11. Quando a Indesejada das gentes chegarQuando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou(Não sei se dura ou caroávelcaroável),), talvez eu tenha medo.talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga:Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível!- Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer.O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus(A noite com os seus sortilégiossortilégios.).) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta,A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.Com cada coisa em seu lugar. CONSOADA afável, gentil, feitiço, malefício, bruxaria
  • 12. Eu quero a estrela da manhãEu quero a estrela da manhã Onde está a estrela da manhã?Onde está a estrela da manhã? Meus amigos meus inimigosMeus amigos meus inimigos Procurem a estrela da manhãProcurem a estrela da manhã Ela desapareceu ia nuaEla desapareceu ia nua Desapareceu com quem?Desapareceu com quem? Procurem por toda parteProcurem por toda parte Digam que sou um homem sem orgulhoDigam que sou um homem sem orgulho Um homem que aceita tudoUm homem que aceita tudo Que me importa?Que me importa? Eu quero a estrela da manhãEu quero a estrela da manhã ESTRELA DA MANHÃ
  • 13. Três dias e três noitesTrês dias e três noites Fui assassino e suicidaFui assassino e suicida Ladrão, pulha, falsárioLadrão, pulha, falsário Virgem mal-sexuadaVirgem mal-sexuada Atribuladora dos aflitosAtribuladora dos aflitos Girafa de duas cabeçasGirafa de duas cabeças Pecai por todos pecai com todosPecai por todos pecai com todos Pecai com malandrosPecai com malandros Pecai com sargentosPecai com sargentos Pecai com fuzileiros navaisPecai com fuzileiros navais Pecai de todas as maneirasPecai de todas as maneiras ESTRELA DA MANHÃ
  • 14. Com os gregos e com os troianosCom os gregos e com os troianos Com o padre e o sacristãoCom o padre e o sacristão Com o leproso de Pouso AltoCom o leproso de Pouso Alto Depois comigoDepois comigo Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas comereiTe esperarei com mafuás novenas cavalhadas comerei [terra e direi coisas de uma ternura tão simples[terra e direi coisas de uma ternura tão simples Que tu desfalecerásQue tu desfalecerás Procurem por toda à parteProcurem por toda à parte Pura ou degradada até a última baixezaPura ou degradada até a última baixeza Eu quero a estrela da manhã.Eu quero a estrela da manhã. ESTRELA DA MANHÃ
  • 15. Quando a morte cerrar meus olhos durosQuando a morte cerrar meus olhos duros - Duros de tantos vãos padecimentos,- Duros de tantos vãos padecimentos, Que pensarão teus peitos imaturosQue pensarão teus peitos imaturos Da minha dor de todos os momentos?Da minha dor de todos os momentos? Vejo-te agora alheia, e tão distante:Vejo-te agora alheia, e tão distante: Mais que distante - isenta. E bem prevejo,Mais que distante - isenta. E bem prevejo, Desde já bem prevejo o exato instanteDesde já bem prevejo o exato instante Em que de outro será não teu desejo,Em que de outro será não teu desejo, SONETO INGLÊS Nº 1
  • 16. Que o não terás, porém teu abandono,Que o não terás, porém teu abandono, Tua nudez! Um dia hei de ir emboraTua nudez! Um dia hei de ir embora Adormecer no derradeiro sono.Adormecer no derradeiro sono. Um dia chorarás... Que importa? Chora.Um dia chorarás... Que importa? Chora. Então eu sentirei muito mais pertoEntão eu sentirei muito mais perto De mim feliz, teu coração incerto.De mim feliz, teu coração incerto. SONETO INGLÊS Nº 1
  • 17. Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade,Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade, conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis,conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentesdermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a numMisael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura...sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo o que ela queria.Dava tudo o que ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita,Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, umMisael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim.Viveram três anos assim. TRAGÉDIA BRASILEIRA
  • 18. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado,Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, RuaOs amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel,General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp,Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi,outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privadoPor fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e ade sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestidapolícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.de organdi azul. TRAGÉDIA BRASILEIRA
  • 19. Eurico Alves, poeta baiano,Eurico Alves, poeta baiano, Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito,Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito, Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant’Ana.Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant’Ana. Sou poeta da cidade,Sou poeta da cidade, Meus pulmões viraram máquinas inumanas eMeus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar oaprenderam a respirar o [gás carbônico das salas de cinema.[gás carbônico das salas de cinema. Como o pão que o diabo amassou.Como o pão que o diabo amassou. Bebo leite de lata.Bebo leite de lata. Falo com A., que é ladrão.Falo com A., que é ladrão. Aperto a mão de B., que é assassino.Aperto a mão de B., que é assassino. ESCUSA
  • 20. Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhosHá anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos [nas cores das madrugadas[nas cores das madrugadas Eurico Alves, poeta baiano,Eurico Alves, poeta baiano, Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais daNão sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da [roça.[roça. ESCUSA
  • 21. Amanhã que é dia dos mortosAmanhã que é dia dos mortos Vai ao cemitério. VaiVai ao cemitério. Vai E procura entre as sepulturasE procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai.A sepultura de meu pai. Leva três rosas bem bonitas.Leva três rosas bem bonitas. Ajoelha e reza uma oração.Ajoelha e reza uma oração. Não pelo pai, mas pelo filho:Não pelo pai, mas pelo filho: O filho tem mais precisão.O filho tem mais precisão. POEMA DE FINADOS O que resta de mim na vidaO que resta de mim na vida É a amargura do que sofri.É a amargura do que sofri. Pois nada quero, nada espero.Pois nada quero, nada espero. E em verdade estou morto ali.E em verdade estou morto ali.
  • 22. Estou farto do lirismo comedidoEstou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportadoDo lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expedienteDo lirismo funcionário público com livro de ponto expediente [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionárioEstou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário [o cunho vernáculo de um vocábulo.[o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristasAbaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universaisTodas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceçãoTodas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveisTodos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namoradorEstou farto do lirismo namorador PolíticoPolítico RaquíticoRaquítico SifilíticoSifilítico POÉTICA
  • 23. De todo lirismo que capitula ao que quer que sejaDe todo lirismo que capitula ao que quer que seja [fora de si mesmo[fora de si mesmo De resto não é lirismoDe resto não é lirismo Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amanteSerá contabilidade tabela de co-senos secretário do amante [exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes[exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etcmaneiras de agradar às mulheres, etc Quero antes o lirismo dos loucosQuero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedosO lirismo dos bêbedos O lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de ShakespeareO lirismo dos clowns de Shakespeare — Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. POÉTICA
  • 24. A primeira vez que vi TeresaA primeira vez que vi Teresa Achei que ela tinha pernas estúpidasAchei que ela tinha pernas estúpidas Achei também que a cara parecia uma pernaAchei também que a cara parecia uma perna Quando vi Teresa de novoQuando vi Teresa de novo Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto doAchei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do [corpo[corpo (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto [do corpo nascesse)[do corpo nascesse) Da terceira vez não vi mais nadaDa terceira vez não vi mais nada Os céus se misturaram com a terraOs céus se misturaram com a terra E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas. TERESA
  • 25. POEMA DO BECO Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha doQue importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?horizonte? — O que eu vejo é o beco.— O que eu vejo é o beco.