3. Juntamente com
Oswald e Mário de
Andrade, compõe o
grupo que solidifica e
divulga o Modernismo
no Brasil.
4. Bandeira conhece entre 1913 e 1914, na Suíça Paul
Éluard (que mais tarde virá a ser um famoso escritor
dadaísta e surrealista)
OBRA BIOGRAFIARELAÇÃO
5. Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste
(...)
Sim, já perdi pai, mãe, irmãos
Perdi a saúde também
É por isso que sinto como ninguém o ritmo do
jazz-band
(BANDEIRA, Manuel. Não sei dançar. In Libertinagem)
6.
7.
8.
9. Sua obra é vasta
abrangendo desde o
pós-Parnasianismo e
pós- Simbolismo às
experiências concretistas
de 1950 –1960.
10. “Na minha experiência pessoal fui
verificando que o meu esforço consciente
só resultava em insatisfação, ao passo que
o me saía do subconsciente, numa espécie
de transe ou alumbramento, tinha ao menos
a virtude de me deixar aliviado de minhas
angústias.”
(Manuel Bandeira,
Intinerário de Pasárgada)
11. DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente
Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre!
(BANDEIRA, Manuel. Desencanto. In: As Cinzas das
Horas)
12. CONSOADA
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
(BANDEIRA, Manuel. Consoada. In: Opus 10
13. CONFIDÊNCIA
Tudo o que existe em mim de grave e carinhoso
Te digo aqui como se fosse ao teu ouvido...
Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ouso
Contar do meu tormento obscuro e impressentido.
Em tuas mãos de morte, ó minha Noite escura!
Aperta as minhas mãos geladas. E em repouso
Eu te direi no ouvido a minha desventura
E tudo o que em mim há de grave e carinhoso.
(BANDEIRA, Manuel. Confidência. In: Carnaval)
14. MULHERES
Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.
Como deve ser bom gostar de uma feia!
O meu amor porém não tem bondade alguma.
É fraco! É fraco!
Meu Deus, eu amo como as criancinhas...
És linda como uma história da caronchinha
E eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai
(No tempo em que pensava que os ladrões moravam no
morro atrás da casa e tinham cara de pau).
(BANDEIRA, Manuel. Mulheres. In: Libertinagem)
15. IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
(BANDEIRA, Manuel. Irene no céu. In: Libertinagem)
16. POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
afogado.
(BANDEIRA, Manuel. Poema tirado de uma notícia de jornal.
In: Libertinagem)
17. O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(BANDEIRA, Manuel. O bicho. In: Belo Belo)
18. Homenagem de Carlos Drummond de Andrade
ao amigo Manuel Bandeira
DECLARAÇÕES A MANUEL
Teu verso límpido, liberto
de todo sentimento falso;
teu verso em que Amor, soluçante,
se retesa e contempla a morte
com a mesma forte lucidez
de quem soube enfrentar a vida;
teu verso em que deslizam sombras
que de fantasmas se tornaram
nossos amigos sorridentes.
(Carlos Drummond de Andrade)
19.
20. PRINCIPAIS TEMAS:
• A paixão pela vida
“Tenho todos os motivos
menos um de ser triste “
21. PRINCIPAIS TEMAS:
• A morte e a solidão
“Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!”
22. PRINCIPAIS TEMAS:
• O amor e o erotismo;
“Como deve ser bom gostar de uma feia!
O meu amor porém não tem bondade
alguma.”
23. PRINCIPAIS TEMAS:
• A angústia existencial
“Só tu mesma ouvirás o que
aos outros não ouso
Contar do meu tormento
obscuro e impressentido.”
26. O ÚLTIMO POEMA
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais
simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem
lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem
perfume
A pureza da chama em que se consomem
os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem
explicação.