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Profª. Ms. Daniele Onodera
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira
(Recife,1886 - Rio de Janeiro,1968)
Juntamente com
Oswald e Mário de
Andrade, compõe o
grupo que solidifica e
divulga o Modernismo
no Brasil.
Bandeira conhece entre 1913 e 1914, na Suíça Paul
Éluard (que mais tarde virá a ser um famoso escritor
dadaísta e surrealista)
OBRA BIOGRAFIARELAÇÃO
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste
(...)
Sim, já perdi pai, mãe, irmãos
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É por isso que sinto como ninguém o ritmo do
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(BANDEIRA, Manuel. Não sei dançar. In Libertinagem)
Sua obra é vasta
abrangendo desde o
pós-Parnasianismo e
pós- Simbolismo às
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de 1950 –1960.
“Na minha experiência pessoal fui
verificando que o meu esforço consciente
só resultava em insatisfação, ao passo que
o me saía do subconsciente, numa espécie
de transe ou alumbramento, tinha ao menos
a virtude de me deixar aliviado de minhas
angústias.”
(Manuel Bandeira,
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DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
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Cai gota à gota do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre!
(BANDEIRA, Manuel. Desencanto. In: As Cinzas das
Horas)
CONSOADA
 
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
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A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
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CONFIDÊNCIA
Tudo o que existe em mim de grave e carinhoso
Te digo aqui como se fosse ao teu ouvido...
Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ouso
Contar do meu tormento obscuro e impressentido.
Em tuas mãos de morte, ó minha Noite escura!
Aperta as minhas mãos geladas. E em repouso
Eu te direi no ouvido a minha desventura
E tudo o que em mim há de grave e carinhoso.
(BANDEIRA, Manuel. Confidência. In: Carnaval)
MULHERES
Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
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Há também as simpáticas.
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Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.
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E eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai
(No tempo em que pensava que os ladrões moravam no
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IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
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— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
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POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
afogado.
(BANDEIRA, Manuel. Poema tirado de uma notícia de jornal.
In: Libertinagem)
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
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Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(BANDEIRA, Manuel. O bicho. In: Belo Belo)
Homenagem de Carlos Drummond de Andrade
ao amigo Manuel Bandeira
DECLARAÇÕES A MANUEL
Teu verso límpido, liberto
de todo sentimento falso;
teu verso em que Amor, soluçante,
se retesa e contempla a morte
com a mesma forte lucidez
de quem soube enfrentar a vida;
teu verso em que deslizam sombras
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“Só tu mesma ouvirás o que
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Contar do meu tormento
obscuro e impressentido.”
PRINCIPAIS TEMAS:
• O cotidiano
“O bicho, meu Deus, era um
homem.”
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O ÚLTIMO POEMA
Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais
simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem
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Que tivesse a beleza das flores quase sem
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  • 2. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira (Recife,1886 - Rio de Janeiro,1968)
  • 3. Juntamente com Oswald e Mário de Andrade, compõe o grupo que solidifica e divulga o Modernismo no Brasil.
  • 4. Bandeira conhece entre 1913 e 1914, na Suíça Paul Éluard (que mais tarde virá a ser um famoso escritor dadaísta e surrealista) OBRA BIOGRAFIARELAÇÃO
  • 5. Uns tomam éter, outros cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria. Tenho todos os motivos menos um de ser triste (...) Sim, já perdi pai, mãe, irmãos Perdi a saúde também É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band (BANDEIRA, Manuel. Não sei dançar. In Libertinagem)
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  • 9. Sua obra é vasta abrangendo desde o pós-Parnasianismo e pós- Simbolismo às experiências concretistas de 1950 –1960.
  • 10. “Na minha experiência pessoal fui verificando que o meu esforço consciente só resultava em insatisfação, ao passo que o me saía do subconsciente, numa espécie de transe ou alumbramento, tinha ao menos a virtude de me deixar aliviado de minhas angústias.” (Manuel Bandeira, Intinerário de Pasárgada)
  • 11. DESENCANTO Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha meu livro se por agora Não tens motivo algum de pranto Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente Cai gota à gota do coração. E nesses versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre! (BANDEIRA, Manuel. Desencanto. In: As Cinzas das Horas)
  • 12. CONSOADA   Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. (BANDEIRA, Manuel. Consoada. In: Opus 10
  • 13. CONFIDÊNCIA Tudo o que existe em mim de grave e carinhoso Te digo aqui como se fosse ao teu ouvido... Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ouso Contar do meu tormento obscuro e impressentido. Em tuas mãos de morte, ó minha Noite escura! Aperta as minhas mãos geladas. E em repouso Eu te direi no ouvido a minha desventura E tudo o que em mim há de grave e carinhoso. (BANDEIRA, Manuel. Confidência. In: Carnaval)
  • 14. MULHERES Como as mulheres são lindas! Inútil pensar que é do vestido... E depois não há só as bonitas: Há também as simpáticas. E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto: Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha. Como deve ser bom gostar de uma feia! O meu amor porém não tem bondade alguma. É fraco! É fraco! Meu Deus, eu amo como as criancinhas... És linda como uma história da caronchinha E eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai (No tempo em que pensava que os ladrões moravam no morro atrás da casa e tinham cara de pau). (BANDEIRA, Manuel. Mulheres. In: Libertinagem)
  • 15. IRENE NO CÉU Irene preta Irene boa Irene sempre de bom humor. Imagino Irene entrando no céu: — Licença, meu branco! E São Pedro bonachão: — Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. (BANDEIRA, Manuel. Irene no céu. In: Libertinagem)
  • 16. POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. (BANDEIRA, Manuel. Poema tirado de uma notícia de jornal. In: Libertinagem)
  • 17. O BICHO Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. (BANDEIRA, Manuel. O bicho. In: Belo Belo)
  • 18. Homenagem de Carlos Drummond de Andrade ao amigo Manuel Bandeira DECLARAÇÕES A MANUEL Teu verso límpido, liberto de todo sentimento falso; teu verso em que Amor, soluçante, se retesa e contempla a morte com a mesma forte lucidez de quem soube enfrentar a vida; teu verso em que deslizam sombras que de fantasmas se tornaram nossos amigos sorridentes. (Carlos Drummond de Andrade)
  • 19.
  • 20. PRINCIPAIS TEMAS: • A paixão pela vida “Tenho todos os motivos menos um de ser triste “
  • 21. PRINCIPAIS TEMAS: • A morte e a solidão “Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível!”
  • 22. PRINCIPAIS TEMAS: • O amor e o erotismo; “Como deve ser bom gostar de uma feia! O meu amor porém não tem bondade alguma.”
  • 23. PRINCIPAIS TEMAS: • A angústia existencial “Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ouso Contar do meu tormento obscuro e impressentido.”
  • 24. PRINCIPAIS TEMAS: • O cotidiano “O bicho, meu Deus, era um homem.”
  • 26. O ÚLTIMO POEMA Assim eu quereria o meu último poema Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.