O documento descreve os principais aspectos do Iluminismo, como seu surgimento na França no século XVIII e a ênfase na razão e na educação para combater a ignorância. Também apresenta os principais pensadores iluministas e como suas ideias influenciaram governantes como Frederico II da Prússia e Catarina II da Rússia.
Slide sobre a revolução burguesa feito pelo professor José Antonio Finardi, professor de sociologia da educação pela Universidade do Estado do Mato Grosso - UNEMAT
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para o professor que trabalha com a educação de jovens e adultos- anos finais do ensino fundamental.
1. O ILUMINISMO
O século XVIII é também chamado
de Século das Luzes. A origem de todo
esse movimento de nome iluminismo
começou na França. Esse termo
iluminismo está relacionado com
esclarecimento, porque os iluministas, os
homens da sociedade do antigo regime
viviam nas “trevas da ignorância”. Para os
iluministas, o homem é produto do meio
em que vive da sociedade e da educação.
No antigo regime, a educação
estava sob o controle da igreja. Isto não
era bem visto pelos novos pensadores, os
iluministas, pois para eles a igreja
ensinava uma filosofia arcaica. Isto
tornava a sociedade ignorante, fanática e
submissa. Por isso a educação precisava
ser mudada, a razão, ou melhor, a
capacidade de pensar por si próprio,
deveria ficar à frente na educação.
Este século, mostrou uma nova
maneira de pensar. O objetivo desses
filósofos era a busca da felicidade. Eles
eram contra a injustiça, intolerância
religiosa e a concentração de privilégios
nas mãos de poucos (ricos e poderosos).
Para os iluministas a razão era
importante para os estudos dos
fenômenos naturais e sociais. De certa
forma eles eram Deístas, ou seja,
acreditavam em Deus, mas que este Deus
agiria indiretamente nos homens, através
das leis naturais. Com isso em mente, a
própria pessoa pode descobrir-se dentro
da razão.
Na natureza as pessoas seriam
boas, os problemas, as desigualdades
sociais foram colocadas e provocadas pelo
próprio homem, de acordo com a
organização da sociedade. Para concertar
essa situação teria de mudar totalmente
a sociedade. Para estabelecer a garantia
dos direitos naturais da pessoa, como a
liberdade e a livre posse de bens.
O QUE O ILUMINISMO COMBATIA:
A nova mentalidade burguesa,
expressa pelos princípios iluministas,
chocava-se com o Antigo Regime. Assim,
o Iluminismo combatia:
• O Absolutismo Monárquico:
porque protegia a nobreza e
mantinha seus privilégios. O
absolutismo era considerado injusto
por impedir a participação da
burguesia nas decisões políticas,
inviabilizando a realização de suas
ideias;
• O Mercantilismo: porque a
intervenção do Estado na vida
econômica era considerada
prejudicial ao individualismo
burguês, à livre iniciativa e ao
desenvolvimento espontâneo do
capitalismo;
• A autonomia intelectual:
defendia pelo individualismo e pelo
racionalismo burguês. Assim, à
burguesia não interessava apenas a
religião. Ela desejava o avanço da
ciência e das técnicas, que
favoreciam aos transportes, as
comunicações, a medicina, etc.
O QUE O ILUMINISMO DEFENDIA:
Segundo o sociólogo Lucien Goldman, os
princípios do Iluminismo estão
relacionados ao comércio, uma das
principais atividades econômicas da
burguesia. Assim, o Iluminismo defendia:
• Igualdade: no comércio, isto é, no
ato de compra e venda, todas as
eventuais desigualdades sociais
entre compradores e vendedores
não tinham importância. Na compra
e venda, o que importava era a
igualdade jurídica dos participantes
do ato comercial. Por isso, os
iluministas defendiam que todos
deveriam ser iguais perante a lei.
Ninguém teria, então, privilégios de
2. nascença, como os da nobreza.
Entretanto, a igualdade jurídica não
significava igualdade econômica. No
plano econômico, a maioria dos
iluministas acreditava que a
desigualdade correspondia à ordem
natural das coisas.
• Tolerância religiosa ou
filosófica: na realização do ato
comercial, não importavam as
convicções religiosas ou filosóficas
dos participantes do negócio. Do
ponto de vista econômico, a
burguesia compreendeu que seria
irracional excluir compradores ou
vendedores em função de suas
crenças ou convicções pessoais.
Fosse mulçumano, judeu, cristão ou
ateu, a capacidade econômica das
pessoas definia-se pelo ter e não
pelo ser.
• Liberdade pessoal e social: a
atividade comercial burguesa só
poderia desenvolver-se numa
economia de mercado, ou seja, era
preciso que existisse o livre jogo da
oferta e da procura. Por isso, a
burguesia se opôs à escravidão
humana e passou a defender uma
sociedade livre. Afinal sem
trabalhadores livres, que
recebessem salários, não podia
haver mercado comercial.
• Propriedade privada: comércio só
era possível entre os proprietários
de bens ou de dinheiro. O
proprietário podia comprar ou
vender porque tinha o direito de
usar e dispor livremente de seus
bens. Assim, a burguesia defendia o
direito à propriedade privada, que
característica essencial da
sociedade capitalista.
OS PENSADORES
Estes pensadores eram divididos
em duas classes: os filósofos, com mente
voltada para os problemas políticos; e os
economistas, que estavam voltados para
o lado financeiro, com intenções de
aumentar a riqueza da nação.
Os representantes mais destacados
dos filósofos foram: Charles de Secondat,
Barão de Montesquieu; François Marie
Arouet (Voltaire), Jean Jacques Rousseau
e Denis Diderot.
MONTESQUIEU (1689-1755): Sua
obra de destaque, Do Espírito das Leis, de
1748, defendia a separação e ao mesmo
tempo a igualdade entre os poderes
executivo, legislativo e judiciário. Além
disso, publicou em 1721 As Cartas Persas,
que usava do ridículo para certos
costumes da sociedade europeia.
VOLTAIRE (1694-1798): Não era
partidário das ideias da igreja. Foi o mais
destacado dos iluministas. Irônico e
crítico mordaz, também foi um bom
escritor. Com tantas críticas, Voltaire foi
perseguido e, inúmeras vezes, mandado
par o exílio. Publicou Cartas Inglesas, na
Inglaterra, esta obra critica o Absolutismo
e elogia a liberdade do país. Sua
influência foi forte na época e espalhou-
se por toda Europa, inclusive alguns
governantes foram adeptos de suas
ideias, como Catarina II da Rússia, e
Frederico II da Prússia.
JEAN JACQUES ROUSSEAU (1712-
1778): Esse italiano da cidade de
Genebra, de vida simples, era contra o
estilo de vida luxuoso e mundano. Ele
fugiu diversas vezes por causa da
perseguição às suas ideias. Uma de suas
obras: Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os
homens (1755). Nesta obra, ele defende
a tese da bondade natural da pessoa, que
é deturpada pela civilização. Ele também
defende uma vida familiar simples, com
uma sociedade baseada na justiça e
igualdade. Outro texto famoso foi O
Contrato Social, baseado na teoria da
Vontade Geral, referida ao povo.
3. DENIS DIDEROT: Este foi quem
organizou a Enciclopédia, publicada em
1771/1772. Foi ajudado pelo matemático
Jean Le Rond D’Alembert e outros. Seu
objetivo principal era a reunião do
conhecimento em uma única publicação.
É claro que uma obra que divulgava ideias
iluministas era proibida.
O LIBERALISMO ECONÔMICO
Os economistas defendiam uma
economia que não deveria ser controlada
pelo Estado. O Estado talvez só
interferiria se fosse para garantir seu livre
caminhar e o desenvolvimento da
economia. Isso dá origem aos fisiocratas
(do grego, governo da natureza). Suas
ideias eram basicamente: as leis
econômicas de um país eram como leis
naturais que durariam para sempre e
eram independentes da vontade do
homem. Outra ideia base era que a
economia deveria fluir livremente, sem
interferência do Estado. Alguns
economistas de destaque foram:
FRANÇOIS QUESNAY, médico na corte
de Luís XV, foi colaborador da
Enciclopédia, uma atividade de
importância para ele era a agricultura.
VICENT GOURNAY, tinha ideias liberais
para o comércio e a indústria. Sua frase
consagrada foi: deixe fazer, deixe passar.
ADAM SMITH, aluno de Gournay, este
escocês, foi um pouco diferente dos
fisiocratas. Ele criou novas teses, o
Liberalismo Econômico. Sua obra de
destaque foi: A Riqueza das Nações, em
1766. Nesta obra ele enfatiza como
verdadeira fonte de riqueza o trabalho
livre, sem nenhuma intervenção exterior.
DESPOTISMO ESCLARECIDO
Essas ideias iluministas
influenciaram alguns governantes, que
logo passaram a praticar essas teorias,
mas com um tom soberano, ou seja,
procuravam governar com a razão e com
os interesses do povo, mas com um toque
de absolutismo real.
Essa união de princípios filosóficos e
poder real deu origem ao Despotismo
Esclarecido. Seus principais adeptos
foram:
Frederico II da Prússia - discípulo de
Voltaire - deu liberdade religiosa, investiu
na educação para o ensino básico e na
liberdade de expressão. Estimulou a
economia, com medidas protecionistas,
isto quer dizer, a Prússia permaneceu um
estado feudal, com servos sujeitos aos
seus senhores.
Na Rússia, Catarina II, teve contato
com os iluministas franceses, entre eles,
Voltaire. Também deu liberdade religiosa
ao povo e fez mudanças de hábitos na alta
sociedade. Claro que os servos tiveram
prejuízos, pois o poder dos senhores
aumentou, com direito até mesmo sobre
a vida dos servos.
José II - na Áustria, ele aboliu a servidão
no país, concedeu igualdade entre todos,
até em sua administração imperial, deu
liberdade de culto a todos.
Em Portugal, o Marquês de Pombal,
fez importantes reformas baseadas no
iluminismo. Houve mais desenvolvimento
no país. A agricultura foi estimulada. A
nobreza foi perseguida para fortalecer o
poder real e os jesuítas foram
“incentivados” para não dizer, expulsos
de Portugal. O espanhol – Anistro Aranda
- fez diversas reformas no comércio, na
indústria e na sua administração. Onde
criou os intendentes, que fortaleceram o
poder real de Carlos III.
FONTES ADAPTADAS:
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adri
enearaujo/historia026.asp
http://www.algosobre.com.br/historia/ilumin
ismo-a-critica-ao-antigo-regime.html
Reproduzido em:
www.historiasdomedeiros.blogspot.com