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Emergência em Oncologia



              Hospital São Lucas
           21 de setembro de 2011



               Dante Pagnoncelli
Emergências Oncológicas
• Metabólica: lise tumoral, hipercalcemia,
      HIPERCALCEMIA
  síndrome de secreção inapropriada de hormônio
  antidiurético,
• Hematológica: neutropenia febril,
            E
  hiperviscosidade
• Estrutural: compessão direta tumoral ou
    NEUTROPENIA FEBRIL
  metastática: síndrome de compressão da veia
  cava superior, compressão epidural da medula,
  derrame pericárdico
• Efeitos colaterais de quimioterapicos: reação
  anafilática, crise hipertensiva, extravasamento
Hipercalcemia - fatos
• Entre tumores sólidos e hematológicos: 20 a 30%
• Tumores mais comuns: mama, pulmão, mieloma múltiplo
• Hipercalcemia é mal prognóstico
• Quando com hipercalcemia em geral a doença já está clinicamente
  aparente
• Os sintomas variam com o ritmo e o grau da elevação do Ca
• Mecanismos:
   – Lesão osteolítica: ↑da reabsorção óssea e ↑liberação de Ca
   – Hipercalcemia tumoral - secreção de PTHrP (tumores não
     metastáticos, sólidos e hematológicos): ↑da reabsorção óssea e
     ↑da reabsorção renal
   – Produção tumoral de calcitriol: ↑reabsorção óssea e ↑ da
     absorção intestinal (pp Hodgkin e LNH)
   – Secreção ectópica de PTH
Manifestações Clínicas da Hipercalcemia
Renal
Poliúria
Polidipsia
Nefrolitíase
Nefrocalcinose
Acidose tubular renal
Diabetes insipidus nefrogênica
Insuficiência renal aguda e crônica
Gastrointestinal
Anorexia, náusea, vômito
Hipomotilidade intestinal, constipação
Pancreatite
Doença ácido-péptica
Musculo-esquelética
Fraqueza muscular
Dor óssea
Osteopenia/osteoporose
Neurológica
Diminuição da concentração
Confusão
Fadiga
Estupor e coma
Cardiovascular
Redução do intervalo QT
Bradicardia
Malignidades Associadas ao Câncer
Metástases osteolíticas:
      Câncer de mama
      Mieloma múltiplo
      Linfoma
      Leucemia
Hipercalcemia Humoral da Malignidade (HHM) PTHrP:
      Carcinoma de células escamosas
      Câncer de rim
      Câncer de bexiga
      Câncer de ovário
      Linfoma não-Hodgkin
      Leucemia mieloide crônica
      Leucemia
      Linfoma
1,25 dihidroxivitamina D (calcitriol):
      Linfoma
      Disgerminoma de ovário
Secreção ectópica de PTH
      Câncer de ovário
      Câncer de pulmão
      Tumor neuroectodérmico
      Carcinoma papilífero de tireóide
      Rabdomiossarcoma
      Câncer de pâncreas
Câncer


                                   R
                                   I
                  Calcidio         M                     Calcitriol
                  l            1α-hidroxilase




                                   PT                                  Recepto
         Câncer                    H                                   r tipo
                                                                       esteróid
                                                                       e



         Produção tumoral de
Câncer
               PTHrP
                                  ↑absorção        reabsorçã          ↓exceção
                                  de Ca            o                  renal
                                                   óssea              de Ca
Hipercalcemia – dosagem do cálcio
• A concentração sérica total de Ca é fracionada em:
   – 15% ligado a anions orgânicos e inorgânicos
   – 40% ligado à albumina
   – 45% Ca livre, ionizado
• A mensuração do Ca total pode ser enganadora, já que este pode variar
  sem afetar o Ca, como nos casos de:
   – Hipoalbuminemia seu principal sítio de ligação sérrica.
      Correção pela fórmula:
      Ca corrigido = Calcio medido + ( (4.5 – alb) x 0.8)
   – Hiperalbuminemia por depleção extracelular de volume ou
      movimento do fluido para fora do espaço vascular (p ex.: garrote) ou
      dieta hiperproteica
   – Alguns casos de mieloma em que o cálcio se liga à imunoglobulina
      monoclonal
Hipercalcemia - Tratamento
• O objetivo é baixar a concentração sérica do cálcio e, se
  possível, tratar a doença causadora
• É o valor absoluto e o ritmo do crescimento do cálcio que
  determinam a presença de sintomas e que orientam a
  necessidade e a intensidade do tratamento:
   • a ou oligossintomático e com hipercalcemia < 12mg/dl, não
     requer tratamento imediato, usar medidas profiláticas do
     agravamento
   • cálcio de 12 a 14 crônico pode ser bem tolerado, evitar a subida
     rápida
   • acima de 14 tratar sempre: iniciar com hidratação para ação
     imediata (diurese de 100 a 150ml/h) (+ diurético de alça?)
     seguido de calcitonina para ação mediata e ac zoledrônico para
     ação tardia
Intervenção                 Modo de ação                  Início da ação Duração da ação
Hidratação com       Restaurar o volume intravascular        Horas         Durante a infusão
solução salina
                     Aumentar a excreção de cálcio

Diuréticos de alça   Aumenta a excreção urinária de cálcio   Horas         Durante o tratamento
                     via inibição da absorção do cálcio na
                     alça de Henle
Calcitonina          Inibe a reabsorção óssea via            4-6 horas     48 horas
                     interferência na maturação do
                     osteoclasto

                     Promove a excreção urinária do cálcio
Bisfosfonatos        Inibe a reabsorção óssea via            24-72 horas   2-4 semanas
                     interferência com o recrutamento e a
                     função do osteoclasto
Glicocorticoides     Reduzem a absorção intestinal de        2-5 dias      Dias a semanas
                     cálcio

                     Reduzem a produção de 1,25-
                     dihidroxivitamina Dpelas células
                     mononucleares ativadasem casos de
                     doenças granulomatosas ou linfoma
Diálise              Redução ou retirada do cálcio no        Horas         Durante o tratamento
                     dialisado
Neutropenia Febril
Febre - Definição
       Febre em neutropênicos é
   comumente definida como uma só
  tomada de temperatura > de 38,5°C,
    ou uma temperatura sustendada
      >38°C por mais de uma hora
Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients
with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America (IDSA).
Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, Boeckh MJ, Ito JI, Mullen CA, Raad II, Rolston KV,
Young JA, Wingard JR. Clin Infect Dis. 2011;52(4):e56.
http://www.uphs.upenn.edu/bugdrug/antibiotic_manual/idsaneutropenicfever2010.pdf
Neutropenia - Definição
• Neutropenia é usualmente definida como
  uma contagem absoluta de neutrófilos de
  < 500 cels/ microL ou de menos de 1000
  cels/ microL com previsão de nadir de <
  500 cels/ microL
• Neutropenia profunda com < de 100

Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients
with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America.
Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, Boeckh MJ, Ito JI, Mullen CA, Raad II, Rolston KV,
Young JA, Wingard JR. Clin Infect Dis. 2011;52(4):e56.
http://www.uphs.upenn.edu/bugdrug/antibiotic_manual/idsaneutropenicfever2010.pdf
Neutropenia Febril - Riscos
• O risco de infecção em neutropênico
  é relacionado à virulência do
  patógeno, ao estado imunitário do
  hospedeiro e à ruptura da barreira
  da pele ou mucosa
Neutropenia Febril - Categorias
 Categorizar a neutropenia em baixo-
     risco e alto risco para infecção
       severa é parte essencial do
  algoritmo pois determina a escolha
 do tratamento empírico, o modo de
   aplicação (IV ou oral), e o local do
 tratamento se internado ou externo
Alto Risco
• Neutropenia profunda
               Internação
• Comorbidades significativas, como:
  – Instabilidade hemodinâmica
                          e
  – Oral ou GI mucosite que cause dificuldade para
    engolir ou diarréia severa
  – Sintomas GI: dor ab, N&V, diarréia
       antibioticoterapia
  – Alterações neurológicas recentes
  – Infiltrado pulmonar novo, hipóxia, doença pulmonar

  – Insuficiência hepática evidente IV
               empírica
    crônica

  – Insuficiência renal evidente
Baixo Risco

       Selecionar para
  • tratamento externo
    Neutropenia com previsão de menos
    de 7 dias de duração
                    e comorbidades
  • Sem ou com poucas
antibioticoterapia empírica
                 oral
Princípios Gerais de Tratamento

• A origem da infecção só é detectada em
  30% dos casos
• Infecção viral (pp herpes) e fúngica são
  comuns
• Na ausência de neutrófilos os sinais de
  inflamação são inexistentes ou sutis
Antibioticoterapia empírica
•   A seleção deve ser guiada por
     – História do paciente
     – Padrões epidemiológicos nosocomiais
•   A poliquimioterapia não é superior à monoterapia (cefipime, carbapenem)
     – Acrescentar aminoglicosídeo se for necessária maior cobertura de gram negativo
     – Só cobrir para gram positivo (vancomicina) se:
          •   Hipotensão ou piora clínica
          •   Mucosite
          •   Infecção de pele ou cateter
          •   Colonização por MARSA
          •   Profilaxia recente com quinolona
•   Mudar o protocolo em caso de progressão ou complicação
•   Duração do tratamento:
     – Se com foco de origem: tratamento padrão para o local e avaliar seguir com tratamento
       oral
     – Sem foco de origem: depende da resolução da febre e da neutropenia ( > 500/µL e
       afebril)
     – Se afebril, porém neutropênico: 14 dias
•   Antifúngico empírico: sem fonte e com febre persistente por 5 dias em
    antibioticoterapia:
     – Caspafungin
     – Remover cateter (tb se S. aureus, Pseudomonas, Mycobacteria, Bacillus spp)
Antibióticos em Neutropenia
         DROGA            VIA    COMERCIAL®            DOSE

Ceftazidima               IV    Fortaz        2g a cada 8h

Cefepima                  IV    Maxcef        2g a cada 8-12h

Piperacilina/Tazobactam   IV    Tazocin       4,5g a cada 6h

Imipenem                  IV    Tienam        500mg a cada 6h

Meropenem                 IV    Meronem       1-2g a cada 8h

Vancomicina               IV    Vancocina     1g a cada 8h

Caspofungina              IV    Cancidas      50mg/dia
                                              (1ª dose 70mg)
Ciprofloxacina            VO    Cipro         500mg a cada 12h

Levofloxacino             VO    Levaquin      500mg a cada 24h

Amoxacilina/Clavulanato   VO    Clavulin BD   875/125mg a cada 12h
Proposta de trabalho
• Adotar um protocolo consensual exequível:
   – Antibioticoterapia empírica: definição pela infectologia
   – Critérios de diagnóstico
• Registrar os casos e medir os desfechos
   – Todos os pacientes em QT já são instruídos para os riscos de
     neutropenia e da necessidade de contato em caso de febre
   – Os pacientes receberão ficha para ser preenchida em caso de
     febre/ neutropenia que posteriormente será entregue ao seu
     oncologista para registro e seguimento do tratamento
   – Isto permite diagnóstico mais preciso, contabilização dos dados
     e seguimento com avaliação de desfecho
• Rever e atualizar os conceitos fundamentais
   – Revisão periódica dos perfis epidemiológicos pela infectologia
   – Adaptação e melhoria do protocolo
PROTOCOLO de NEUTROPENIA FEBRIL em ONCOLOGIA do HOSPITAL SÃO LUCAS
Identificação                                                           data:
Nome:                                                                           Matrícula:
Endereço:                                                                       tel:
Médico oncologista contactado:                       sim       não
Oncologista:                                                                    tel:
Diagnóstico
Tumor sólido:
Hematológico:
Última Quimioterapia (data):
Febre
uma só tomada temperatura > de 38,5°C
temperatura sustendada de >38°C F por mais de uma hora
Hemograma
Hematócrito:                                  Hemoglobina:
Leucócitos                                    Bastões:
Neutrófilos:                                  Segmentados:
Bioquímica:
Uréia:                                        TGO:
Creatinina:                                   TGP:
Classificação da neutropenia
neutrófilos < 500 cels/µL
neutófilos menos de 1000 cels/µL com pevisão de queda para < de 500 cels/µL
neutropenia profunda < 100 cels/µL
Comorbidades
Instabilidade hemodinâmica
       PA                          Pulso
Sintomas Gastro-intestinais
       mucosite que dificulte engolir
       diarréia severa
       Dor abdominal
       Nausea
       Vômito
Alterações neurológicas recentes
Infiltrado pumonar novo
hipóxia              cianose            sim       não

Doença pulmonar crônica: descrever_________________________
Insuficiência hepática evidente
cultura                  sim       não
Internação
externo
Antibióticoterapia empírica; droga(s):
Nome e Assinatura:
Requerimentos para assegurar a um seguro e
exitoso programa de tratamento externo para
pacientes neutropenicos febris
Infra-estrutura e suporte 24h por dia; 7dias por semana

Cuidadores envolvidos e experientes

Existência de dados guia epidemiológicos institucionais

Seleção cuidadosa dos pacientes

Regimes de tratamento apropriados

Seguimento externo

Envolvimento dos pacientes e da família

Meios de acesso e comunicação compatíveis

Baseado em: Rolston, KV. Challenges in the treatment of infections caused by gram-positive and
gram-negative bacteria in patients with cancer and neutropenia.
 Clin Infect Dis 2005; 40 Suppl 4:S246.

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Emergências Oncológicas: Hipercalcemia e Neutropenia Febril

  • 1. Emergência em Oncologia Hospital São Lucas 21 de setembro de 2011 Dante Pagnoncelli
  • 2. Emergências Oncológicas • Metabólica: lise tumoral, hipercalcemia, HIPERCALCEMIA síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético, • Hematológica: neutropenia febril, E hiperviscosidade • Estrutural: compessão direta tumoral ou NEUTROPENIA FEBRIL metastática: síndrome de compressão da veia cava superior, compressão epidural da medula, derrame pericárdico • Efeitos colaterais de quimioterapicos: reação anafilática, crise hipertensiva, extravasamento
  • 3. Hipercalcemia - fatos • Entre tumores sólidos e hematológicos: 20 a 30% • Tumores mais comuns: mama, pulmão, mieloma múltiplo • Hipercalcemia é mal prognóstico • Quando com hipercalcemia em geral a doença já está clinicamente aparente • Os sintomas variam com o ritmo e o grau da elevação do Ca • Mecanismos: – Lesão osteolítica: ↑da reabsorção óssea e ↑liberação de Ca – Hipercalcemia tumoral - secreção de PTHrP (tumores não metastáticos, sólidos e hematológicos): ↑da reabsorção óssea e ↑da reabsorção renal – Produção tumoral de calcitriol: ↑reabsorção óssea e ↑ da absorção intestinal (pp Hodgkin e LNH) – Secreção ectópica de PTH
  • 4. Manifestações Clínicas da Hipercalcemia Renal Poliúria Polidipsia Nefrolitíase Nefrocalcinose Acidose tubular renal Diabetes insipidus nefrogênica Insuficiência renal aguda e crônica Gastrointestinal Anorexia, náusea, vômito Hipomotilidade intestinal, constipação Pancreatite Doença ácido-péptica Musculo-esquelética Fraqueza muscular Dor óssea Osteopenia/osteoporose Neurológica Diminuição da concentração Confusão Fadiga Estupor e coma Cardiovascular Redução do intervalo QT Bradicardia
  • 5. Malignidades Associadas ao Câncer Metástases osteolíticas: Câncer de mama Mieloma múltiplo Linfoma Leucemia Hipercalcemia Humoral da Malignidade (HHM) PTHrP: Carcinoma de células escamosas Câncer de rim Câncer de bexiga Câncer de ovário Linfoma não-Hodgkin Leucemia mieloide crônica Leucemia Linfoma 1,25 dihidroxivitamina D (calcitriol): Linfoma Disgerminoma de ovário Secreção ectópica de PTH Câncer de ovário Câncer de pulmão Tumor neuroectodérmico Carcinoma papilífero de tireóide Rabdomiossarcoma Câncer de pâncreas
  • 6. Câncer R I Calcidio M Calcitriol l 1α-hidroxilase PT Recepto Câncer H r tipo esteróid e Produção tumoral de Câncer PTHrP ↑absorção reabsorçã ↓exceção de Ca o renal óssea de Ca
  • 7. Hipercalcemia – dosagem do cálcio • A concentração sérica total de Ca é fracionada em: – 15% ligado a anions orgânicos e inorgânicos – 40% ligado à albumina – 45% Ca livre, ionizado • A mensuração do Ca total pode ser enganadora, já que este pode variar sem afetar o Ca, como nos casos de: – Hipoalbuminemia seu principal sítio de ligação sérrica. Correção pela fórmula: Ca corrigido = Calcio medido + ( (4.5 – alb) x 0.8) – Hiperalbuminemia por depleção extracelular de volume ou movimento do fluido para fora do espaço vascular (p ex.: garrote) ou dieta hiperproteica – Alguns casos de mieloma em que o cálcio se liga à imunoglobulina monoclonal
  • 8. Hipercalcemia - Tratamento • O objetivo é baixar a concentração sérica do cálcio e, se possível, tratar a doença causadora • É o valor absoluto e o ritmo do crescimento do cálcio que determinam a presença de sintomas e que orientam a necessidade e a intensidade do tratamento: • a ou oligossintomático e com hipercalcemia < 12mg/dl, não requer tratamento imediato, usar medidas profiláticas do agravamento • cálcio de 12 a 14 crônico pode ser bem tolerado, evitar a subida rápida • acima de 14 tratar sempre: iniciar com hidratação para ação imediata (diurese de 100 a 150ml/h) (+ diurético de alça?) seguido de calcitonina para ação mediata e ac zoledrônico para ação tardia
  • 9. Intervenção Modo de ação Início da ação Duração da ação Hidratação com Restaurar o volume intravascular Horas Durante a infusão solução salina Aumentar a excreção de cálcio Diuréticos de alça Aumenta a excreção urinária de cálcio Horas Durante o tratamento via inibição da absorção do cálcio na alça de Henle Calcitonina Inibe a reabsorção óssea via 4-6 horas 48 horas interferência na maturação do osteoclasto Promove a excreção urinária do cálcio Bisfosfonatos Inibe a reabsorção óssea via 24-72 horas 2-4 semanas interferência com o recrutamento e a função do osteoclasto Glicocorticoides Reduzem a absorção intestinal de 2-5 dias Dias a semanas cálcio Reduzem a produção de 1,25- dihidroxivitamina Dpelas células mononucleares ativadasem casos de doenças granulomatosas ou linfoma Diálise Redução ou retirada do cálcio no Horas Durante o tratamento dialisado
  • 11. Febre - Definição Febre em neutropênicos é comumente definida como uma só tomada de temperatura > de 38,5°C, ou uma temperatura sustendada >38°C por mais de uma hora Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America (IDSA). Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, Boeckh MJ, Ito JI, Mullen CA, Raad II, Rolston KV, Young JA, Wingard JR. Clin Infect Dis. 2011;52(4):e56. http://www.uphs.upenn.edu/bugdrug/antibiotic_manual/idsaneutropenicfever2010.pdf
  • 12. Neutropenia - Definição • Neutropenia é usualmente definida como uma contagem absoluta de neutrófilos de < 500 cels/ microL ou de menos de 1000 cels/ microL com previsão de nadir de < 500 cels/ microL • Neutropenia profunda com < de 100 Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, Boeckh MJ, Ito JI, Mullen CA, Raad II, Rolston KV, Young JA, Wingard JR. Clin Infect Dis. 2011;52(4):e56. http://www.uphs.upenn.edu/bugdrug/antibiotic_manual/idsaneutropenicfever2010.pdf
  • 13. Neutropenia Febril - Riscos • O risco de infecção em neutropênico é relacionado à virulência do patógeno, ao estado imunitário do hospedeiro e à ruptura da barreira da pele ou mucosa
  • 14. Neutropenia Febril - Categorias Categorizar a neutropenia em baixo- risco e alto risco para infecção severa é parte essencial do algoritmo pois determina a escolha do tratamento empírico, o modo de aplicação (IV ou oral), e o local do tratamento se internado ou externo
  • 15. Alto Risco • Neutropenia profunda Internação • Comorbidades significativas, como: – Instabilidade hemodinâmica e – Oral ou GI mucosite que cause dificuldade para engolir ou diarréia severa – Sintomas GI: dor ab, N&V, diarréia antibioticoterapia – Alterações neurológicas recentes – Infiltrado pulmonar novo, hipóxia, doença pulmonar – Insuficiência hepática evidente IV empírica crônica – Insuficiência renal evidente
  • 16. Baixo Risco Selecionar para • tratamento externo Neutropenia com previsão de menos de 7 dias de duração e comorbidades • Sem ou com poucas antibioticoterapia empírica oral
  • 17. Princípios Gerais de Tratamento • A origem da infecção só é detectada em 30% dos casos • Infecção viral (pp herpes) e fúngica são comuns • Na ausência de neutrófilos os sinais de inflamação são inexistentes ou sutis
  • 18. Antibioticoterapia empírica • A seleção deve ser guiada por – História do paciente – Padrões epidemiológicos nosocomiais • A poliquimioterapia não é superior à monoterapia (cefipime, carbapenem) – Acrescentar aminoglicosídeo se for necessária maior cobertura de gram negativo – Só cobrir para gram positivo (vancomicina) se: • Hipotensão ou piora clínica • Mucosite • Infecção de pele ou cateter • Colonização por MARSA • Profilaxia recente com quinolona • Mudar o protocolo em caso de progressão ou complicação • Duração do tratamento: – Se com foco de origem: tratamento padrão para o local e avaliar seguir com tratamento oral – Sem foco de origem: depende da resolução da febre e da neutropenia ( > 500/µL e afebril) – Se afebril, porém neutropênico: 14 dias • Antifúngico empírico: sem fonte e com febre persistente por 5 dias em antibioticoterapia: – Caspafungin – Remover cateter (tb se S. aureus, Pseudomonas, Mycobacteria, Bacillus spp)
  • 19. Antibióticos em Neutropenia DROGA VIA COMERCIAL® DOSE Ceftazidima IV Fortaz 2g a cada 8h Cefepima IV Maxcef 2g a cada 8-12h Piperacilina/Tazobactam IV Tazocin 4,5g a cada 6h Imipenem IV Tienam 500mg a cada 6h Meropenem IV Meronem 1-2g a cada 8h Vancomicina IV Vancocina 1g a cada 8h Caspofungina IV Cancidas 50mg/dia (1ª dose 70mg) Ciprofloxacina VO Cipro 500mg a cada 12h Levofloxacino VO Levaquin 500mg a cada 24h Amoxacilina/Clavulanato VO Clavulin BD 875/125mg a cada 12h
  • 20. Proposta de trabalho • Adotar um protocolo consensual exequível: – Antibioticoterapia empírica: definição pela infectologia – Critérios de diagnóstico • Registrar os casos e medir os desfechos – Todos os pacientes em QT já são instruídos para os riscos de neutropenia e da necessidade de contato em caso de febre – Os pacientes receberão ficha para ser preenchida em caso de febre/ neutropenia que posteriormente será entregue ao seu oncologista para registro e seguimento do tratamento – Isto permite diagnóstico mais preciso, contabilização dos dados e seguimento com avaliação de desfecho • Rever e atualizar os conceitos fundamentais – Revisão periódica dos perfis epidemiológicos pela infectologia – Adaptação e melhoria do protocolo
  • 21. PROTOCOLO de NEUTROPENIA FEBRIL em ONCOLOGIA do HOSPITAL SÃO LUCAS Identificação data: Nome: Matrícula: Endereço: tel: Médico oncologista contactado: sim não Oncologista: tel: Diagnóstico Tumor sólido: Hematológico: Última Quimioterapia (data): Febre uma só tomada temperatura > de 38,5°C temperatura sustendada de >38°C F por mais de uma hora Hemograma Hematócrito: Hemoglobina: Leucócitos Bastões: Neutrófilos: Segmentados: Bioquímica: Uréia: TGO: Creatinina: TGP: Classificação da neutropenia neutrófilos < 500 cels/µL neutófilos menos de 1000 cels/µL com pevisão de queda para < de 500 cels/µL neutropenia profunda < 100 cels/µL Comorbidades Instabilidade hemodinâmica PA Pulso Sintomas Gastro-intestinais mucosite que dificulte engolir diarréia severa Dor abdominal Nausea Vômito Alterações neurológicas recentes Infiltrado pumonar novo hipóxia cianose sim não Doença pulmonar crônica: descrever_________________________ Insuficiência hepática evidente cultura sim não Internação externo Antibióticoterapia empírica; droga(s): Nome e Assinatura:
  • 22. Requerimentos para assegurar a um seguro e exitoso programa de tratamento externo para pacientes neutropenicos febris Infra-estrutura e suporte 24h por dia; 7dias por semana Cuidadores envolvidos e experientes Existência de dados guia epidemiológicos institucionais Seleção cuidadosa dos pacientes Regimes de tratamento apropriados Seguimento externo Envolvimento dos pacientes e da família Meios de acesso e comunicação compatíveis Baseado em: Rolston, KV. Challenges in the treatment of infections caused by gram-positive and gram-negative bacteria in patients with cancer and neutropenia. Clin Infect Dis 2005; 40 Suppl 4:S246.