Este quadro mostra o ateliê do pintor realista Gustave Courbet rodeado por amigos e figuras representativas da sociedade francesa do século XIX. Courbet pintou-se a si próprio ao centro rejeitando a arte académica e afirmando seu estilo realista. À esquerda estão os pobres e explorados, à direita os amigos do pintor.
5. Este trabalho, embora realizado
logo no princípio da sua carreira,
Carlos Pinheiro, 2014
6. é a sua obra-prima, uma espécie de manifesto
em que expõe as suas principais crenças e opiniões.
Carlos Pinheiro, 2014
7. Mostra-nos o seu ateliê em Paris com três grupos:
ele próprio ao centro, os amigos à direita,
Carlos Pinheiro, 2014
8. e à esquerda, aqueles que, segundo ele,
«prosperavam com a morte» - não só os seus inimigos
Carlos Pinheiro, 2014
9. e as coisas contra as quais lutava,
mas também os pobres e desamparados.
Carlos Pinheiro, 2014
10. «À esquerda, o outro mundo da
vida trivial, o povo, a miséria, a
pobreza, a riqueza, os explorados,
os exploradores, as pessoas que
vivem da morte. »
Courbet
«À direita, os amigos, os
trabalhadores, os amantes da
arte.»
Courbet
Carlos Pinheiro, 2014
11. Sabe-se muita coisa sobre o quadro
porque Courbet escreveu sobre ele enquanto o pintava.
Carlos Pinheiro, 2014
16. Abandonados no chão, à esquerda, vemos um chapéu de abas largas, uma capa, um
punhal e uma guitarra, atavios típicos do artista romântico.
Carlos Pinheiro, 2014
17. Como os românticos vivem no mundo dos sonhos e
das emoções, Courbet também os rejeitava.
Carlos Pinheiro, 2014
18. Numa mesa em frente do pintor vemos uma caveira, o arquétipo dos símbolos da
morte, pousada sobre um exemplar do Journal des Débats .
Carlos Pinheiro, 2014
19. É o comentário nada ambíguo aos críticos extremamente poderosos na formação da
opinião popular e artística durante o século XIX.
Carlos Pinheiro, 2014
21. Ditador do II Império Francês, Napoleão III implantou um regime duro, repressivo e
financeiramente voraz que terminou em desastre e revolta popular.
Carlos Pinheiro, 2014
22. Courbet foi um dos seus mais empenhados e ativos oponentes políticos.
Carlos Pinheiro, 2014
23. A luz entra por uma janela à direita – a luz da vida – mas o ateliê também estava
iluminado por uma grande claraboia.
Carlos Pinheiro, 2014
24. Na parede do fundo, vemos as imagens fantasmagóricas de dois quadros de Courbet
que tinham ambos enfurecido os críticos de arte ao serem expostos:
Carlos Pinheiro, 2014
26. Courbet confundia sempre a crítica e os poderes instituídos, que lhe reconheciam a
técnica mas não conseguiam entender os seus ofensivos (na opinião deles) temas
Carlos Pinheiro, 2014
27. nem a sua decidida recusa de produzir a convencional Arte Superior.
Carlos Pinheiro, 2014
29. Virginia Binet,
amante/modelo
A modelo nua representa a nudez da verdade que guia o pincel do artista, ou seja, a
sua inspiração para pintar quadros realistas e modernos.
Carlos Pinheiro, 2014
31. A criança é a única personagem que observa o quadro que Courbet está a pintar.
Carlos Pinheiro, 2014
32. O Pintor quis dizer que preferia a franqueza aberta e honesta da criança aos falsos
valores da chamada opinião educada.
Carlos Pinheiro, 2014
33. Na sombra, por trás do cavalete, está uma figura na pose da crucificação. Trata-se de
um manequim, um boneco de madeira articulado
Carlos Pinheiro, 2014
34. que os pintores convencionais costumavam copiar. Aqui simboliza a arte académica,
rejeitada por Courbet, e está ofuscado pelo novo tipo de arte no cavalete ao centro do
quadro: uma paisagem realista.
Carlos Pinheiro, 2014
37. Amigos do pintor
Alfred Bruyas
Pierre-Joseph
Proudhon
Balzac?
Carlos Pinheiro, 2014
Casal
simbolizando o
amor livre (irmã
de Courbet)
38. Amigos do pintor
Alfred Bruyas
Pierre-Joseph
Proudhon
Balzac?
Casal Sabatier,
colecionadores de
arte
Casal
simbolizando o
amor livre (irmã
de Courbet)
Carlos Pinheiro, 2014
Cuenot
Buchon
39. A figura central entre os amigos de Courbet é o escritor Champfleury, redator do
manifesto do realismo na literatura, que apresenta ao pintor as teorias do movimento.
Champfleury
Carlos Pinheiro, 2014
40. O escritor não gostou deste quadro e a sua amizade não durou, já que desaprovava o
envolvimento de Courbet na política e as suas tentativas de escandalizar o público.
Champfleury
Carlos Pinheiro, 2014
41. O grande poeta francês Charles Baudelaire (1821-67)
foi representado por Courbet lendo um livro;
Baudelaire
Carlos Pinheiro, 2014
42. Logo atrás, junto do espelho escuro, vemos a figura
fantasmagórica da sua amante Jeanne Duval.
Carlos Pinheiro, 2014
43. Courbet pintou sobre ela, mas a figura vai reaparecendo à medida que a tinta fica mais
fina nesta área do quadro.
Carlos Pinheiro, 2014
48. Courbet está a pintar uma paisagem da sua terra natal, Ornans.
Carlos Pinheiro, 2014
49. Ao representar-se pintando uma paisagem, Courbet reafirma também a sua
rutura com a arte tradicional.
Carlos Pinheiro, 2014
50. Courbet - «O Ateliê do Pintor»
Bibliografia:
Barbe, Noel. L’Atelier de Courbet. Une énonciation du travail du peintre. Le travail en
représentations, Dec 2004, Paris, France. Editions du CTHS, pp.495-514.
Cumming, Robert, Comentar a Arte, Livraria Civilização Editora
Khan Academy, "Courbet's The Artist's Studio“, Smarthistory
História da Cultura e das Artes - 12.º ano
Escola Secundária Leal da Câmara
Carlos Pinheiro, 2014