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Representatividade
Artistas mulheres
Anita Malfatti
A exposição de Lasar Segall em 1913 não
causou polêmica. Afinal, tratava-se do trabalho
de um “estrangeiro”, que teria, portanto, o
“direito” de apresentar uma arte estranha ao
gosto brasileiro. Mas com a exposição da pintora
brasileira Anita Malfatti (1889-1964) a reação foi
diferente.
Malfatti, que nasceu em São Paulo e aí realizou
seus primeiros estudos de pintura, teve grande
importância nos fatos que antecederam o
Movimento Modernista de 1922. Em 1912 foi para
Alemanha, onde frequentou a Academia de Belas-
Artes de Berlim. Em 1914, de volta ao Brasil,
realizou sua primeira exposição individual, mas sua
exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou
publicações de uma artigo com severas críticas por
parte de monteiro Lobato. Nessa mostra figuram,
por exemplo, A mulher de cabelos verdes e O
homem amarelo, que se tornaram marcos da pintura
brasileira.
Com as críticas desfavoráveis a Anita Malfatti,
muitos artistas uniram-se a ela em busca de uma
arte brasileira livre das regras impostas pelo
academicismo. Eis a grande importância histórica de
Malfatti, ao ser criticada, chamou a atenção dos
artistas inovadores e revelou que sua arte apontava
novos caminhos, principalmente no uso da cor.
O polêmico trabalho de Malfatti
Hoje essas obras de Anita Malfatti não assustam
nem causam estranhamento. Em 1917, porém, a
mulher de rosto anguloso e cabelos verdes e este
homem pintado de amarelo causaram espanto. Na
época, em geral, pensava-se que a arte – em
particular a pintura – deveria imita a realidade. Um
pintor não poderia alguém com cabelos verdes ou
pele exageradamente amarela, pois ninguém é
assim na realidade. Essa foi justamente uma das
novidades trazidas pela arte moderna: a ideia de
que o artista deve ter total liberdade de imaginação
e não se deixar limitar pela realidade.
O homem amarelo (1915), de Anita
Malfatti. Dimensões: 61 cm X 51 cm.
A mulher de cabelos verdes (1915),
de Anita Malfatti. Dimensões: 61 cm X
51 cm. Colação particular.
Tarsila do Amaral
Com Tarsila do Amaral (1886-1973), nascida em
Capivari, estado de São Paulo, a pintura
brasileira começa a procurar uma expressão
moderna, porém mais ligada às nossas raízes
culturais. Ela não participou da Semana de Arte
Moderna de 1922, mas colaborou decisivamente
para a arte moderna brasileira.
Sua carreira artística começou em 1916. Em 1920
foi para Europa, onde estudou com mestres
franceses até 1922. No mesmo ano veio ao Brasil,
mas em 1923 voltou à Europa, onde passou pela
influência impressionista e, depois cubista. Nessa
fase ligou-se a importantes artistas do modernismo
europeu, como Picasso e Brancusi.
As obras que Tarsila produziu na década de 1930
expressam a preocupação com os problemas
sociais e com os trabalhadores. Um exemplo
significado desse tema é o quadro Operários.
O trabalho segundo Tarsila
Observe o modo como a pintora expressa o
mundo do trabalho: um grande número de rostos
colocados lado a lado, todos sérios; nenhum
sorriso, pois a preocupação não deixa lugar para
a alegria. São pessoas que nos olham fixamente
como a nos lembrar que é duro o trabalho nas
fábricas, presentes na obra sob a forma de um
prédio austero e chaminés cinzentas.
AUTO-RETRATO
OPERÁRIOS
TARSILA DO AMARAL
ABAPORU
ANTROPOFAGIA
Djanira Motta
Djanira Motta e Silva
Nasceu na cidade de Avaré SP, no dia 20 de junho de
1914. Era neta de imigrantes austríacos e indígenas.
Foi pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa.
Já no Brasil, realizou o mural Candomblé para a
residência do escritor Jorge Amado e painel para o Liceu
Municipal de Petrópolis. No Rio de Janeiro tornou-se
uma das líderes do movimento pelo Salão Preto e
Branco, como protesto de artistas contra os altos preços
do material para pintura.
Foi a primeira artista latino-americana representada com
obras no Museu do Vaticano pintada por apenas seu
braço esquerdo. Suas obras eram poéticas e singelas,
pintando a paisagem nacional, habitantes e costumes
nacionais.
Frida Kahlo (1907-1954)
Foi uma pintora mexicana muito especial para a arte
de seu país. Desde jovem, revelou-se uma mulher
independente do comportamento feminino
conservador da sua época, agindo de acordo com
suas convicções. Mesmo durante seu casamento
com o famoso Diego Rivera, manteve sua
autonomia como mulher e como artista.
De saúde frágil na infância, teve seu estado físico
agravado por um acidente de trânsito que sofreu na
cidade do México, quando ia da escola para a casa.
Embora fragilizada fisicamente, sempre participou
com decisão das causas às quais aderiu, como a
valorização da cultura mexicana e do comunismo.
Do conjunto de sua obra, é interessante destacar os
autorretratos. Nessas obras, conhecemos não
apenas seus traços físicos, como as famosas
sobrancelhas muito próximas no alto do nariz, mas
também intuímos a imensidão de seus sentimentos.
Suas linhas revelam uma artista que domina a arte
do desenho; suas cores e a construção das cenas
demonstram que a mesma faz escolhas muito
pessoais.
Autorretrato Frida Kahlo 1940.
Rosana Paulino
Rosana Paulino
Paulistana formada em Artes Plásticas retira de suas vivências o seu
assunto principal. No universo da sua intimidade, transmite e causa
reflexões ao compartilhar o exercício de ser “mulher e negra” em
um mundo moldado para o “homem e branco”. Na pequena série
Sem título, na qual a artista usa como suporte bastidores de bordado
com fotografias de mulheres de sua família transferidas para o
tecido, evidencia a condição de mulheres que se sentem impotentes
diante de uma sociedade que as menospreza, que ignora suas
opiniões, seus anseios e sua estética. Todas essas privações foram
exteriorizadas por Paulino através de um ato doméstico: costurar,
coser. O inocente ato de costurar ou de bordar é transformado
em agressão, coação, deformação. O que de belo resultaria da
confecção das linhas coloridas de um bordado, manifesta-se como a
impossibilidade de ser, ter e pertencer a todos os valores que estão
agregados a este fazer: ter um marido, uma família, constituir um lar.
Suas mulheres são cerzidas, assim como algumas mulheres que
sofrem a excisão, e por isso são privadas do prazer sexual, neste
caso, privadas do prazer de viver com dignidade, com a consciência
do próprio valor. Esse contrassenso, ou até “castração social”, é
perceptível no cotidiano de mulheres negras abandonadas à própria
sorte pelo companheiro, pelos serviços sociais, pela sociedade.

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  • 2. Anita Malfatti A exposição de Lasar Segall em 1913 não causou polêmica. Afinal, tratava-se do trabalho de um “estrangeiro”, que teria, portanto, o “direito” de apresentar uma arte estranha ao gosto brasileiro. Mas com a exposição da pintora brasileira Anita Malfatti (1889-1964) a reação foi diferente.
  • 3. Malfatti, que nasceu em São Paulo e aí realizou seus primeiros estudos de pintura, teve grande importância nos fatos que antecederam o Movimento Modernista de 1922. Em 1912 foi para Alemanha, onde frequentou a Academia de Belas- Artes de Berlim. Em 1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou publicações de uma artigo com severas críticas por parte de monteiro Lobato. Nessa mostra figuram, por exemplo, A mulher de cabelos verdes e O homem amarelo, que se tornaram marcos da pintura brasileira.
  • 4. Com as críticas desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas uniram-se a ela em busca de uma arte brasileira livre das regras impostas pelo academicismo. Eis a grande importância histórica de Malfatti, ao ser criticada, chamou a atenção dos artistas inovadores e revelou que sua arte apontava novos caminhos, principalmente no uso da cor.
  • 5. O polêmico trabalho de Malfatti Hoje essas obras de Anita Malfatti não assustam nem causam estranhamento. Em 1917, porém, a mulher de rosto anguloso e cabelos verdes e este homem pintado de amarelo causaram espanto. Na época, em geral, pensava-se que a arte – em particular a pintura – deveria imita a realidade. Um pintor não poderia alguém com cabelos verdes ou pele exageradamente amarela, pois ninguém é assim na realidade. Essa foi justamente uma das novidades trazidas pela arte moderna: a ideia de que o artista deve ter total liberdade de imaginação e não se deixar limitar pela realidade.
  • 6. O homem amarelo (1915), de Anita Malfatti. Dimensões: 61 cm X 51 cm. A mulher de cabelos verdes (1915), de Anita Malfatti. Dimensões: 61 cm X 51 cm. Colação particular.
  • 7. Tarsila do Amaral Com Tarsila do Amaral (1886-1973), nascida em Capivari, estado de São Paulo, a pintura brasileira começa a procurar uma expressão moderna, porém mais ligada às nossas raízes culturais. Ela não participou da Semana de Arte Moderna de 1922, mas colaborou decisivamente para a arte moderna brasileira.
  • 8. Sua carreira artística começou em 1916. Em 1920 foi para Europa, onde estudou com mestres franceses até 1922. No mesmo ano veio ao Brasil, mas em 1923 voltou à Europa, onde passou pela influência impressionista e, depois cubista. Nessa fase ligou-se a importantes artistas do modernismo europeu, como Picasso e Brancusi.
  • 9. As obras que Tarsila produziu na década de 1930 expressam a preocupação com os problemas sociais e com os trabalhadores. Um exemplo significado desse tema é o quadro Operários.
  • 10. O trabalho segundo Tarsila Observe o modo como a pintora expressa o mundo do trabalho: um grande número de rostos colocados lado a lado, todos sérios; nenhum sorriso, pois a preocupação não deixa lugar para a alegria. São pessoas que nos olham fixamente como a nos lembrar que é duro o trabalho nas fábricas, presentes na obra sob a forma de um prédio austero e chaminés cinzentas.
  • 14.
  • 15. Djanira Motta e Silva Nasceu na cidade de Avaré SP, no dia 20 de junho de 1914. Era neta de imigrantes austríacos e indígenas. Foi pintora, desenhista, ilustradora e cenógrafa. Já no Brasil, realizou o mural Candomblé para a residência do escritor Jorge Amado e painel para o Liceu Municipal de Petrópolis. No Rio de Janeiro tornou-se uma das líderes do movimento pelo Salão Preto e Branco, como protesto de artistas contra os altos preços do material para pintura. Foi a primeira artista latino-americana representada com obras no Museu do Vaticano pintada por apenas seu braço esquerdo. Suas obras eram poéticas e singelas, pintando a paisagem nacional, habitantes e costumes nacionais.
  • 16. Frida Kahlo (1907-1954) Foi uma pintora mexicana muito especial para a arte de seu país. Desde jovem, revelou-se uma mulher independente do comportamento feminino conservador da sua época, agindo de acordo com suas convicções. Mesmo durante seu casamento com o famoso Diego Rivera, manteve sua autonomia como mulher e como artista.
  • 17. De saúde frágil na infância, teve seu estado físico agravado por um acidente de trânsito que sofreu na cidade do México, quando ia da escola para a casa. Embora fragilizada fisicamente, sempre participou com decisão das causas às quais aderiu, como a valorização da cultura mexicana e do comunismo.
  • 18. Do conjunto de sua obra, é interessante destacar os autorretratos. Nessas obras, conhecemos não apenas seus traços físicos, como as famosas sobrancelhas muito próximas no alto do nariz, mas também intuímos a imensidão de seus sentimentos. Suas linhas revelam uma artista que domina a arte do desenho; suas cores e a construção das cenas demonstram que a mesma faz escolhas muito pessoais.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24. Rosana Paulino Paulistana formada em Artes Plásticas retira de suas vivências o seu assunto principal. No universo da sua intimidade, transmite e causa reflexões ao compartilhar o exercício de ser “mulher e negra” em um mundo moldado para o “homem e branco”. Na pequena série Sem título, na qual a artista usa como suporte bastidores de bordado com fotografias de mulheres de sua família transferidas para o tecido, evidencia a condição de mulheres que se sentem impotentes diante de uma sociedade que as menospreza, que ignora suas opiniões, seus anseios e sua estética. Todas essas privações foram exteriorizadas por Paulino através de um ato doméstico: costurar, coser. O inocente ato de costurar ou de bordar é transformado em agressão, coação, deformação. O que de belo resultaria da confecção das linhas coloridas de um bordado, manifesta-se como a impossibilidade de ser, ter e pertencer a todos os valores que estão agregados a este fazer: ter um marido, uma família, constituir um lar. Suas mulheres são cerzidas, assim como algumas mulheres que sofrem a excisão, e por isso são privadas do prazer sexual, neste caso, privadas do prazer de viver com dignidade, com a consciência do próprio valor. Esse contrassenso, ou até “castração social”, é perceptível no cotidiano de mulheres negras abandonadas à própria sorte pelo companheiro, pelos serviços sociais, pela sociedade.