Edição nº 19_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville
1. JORNAL
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social do IELUSC - Ano 3 - Nº 19
Entrevista
“O dia em que acharmos
que fizemos tudo ainda
assim estará faltando
alguma coisa ”
Vereadores no trabalho voluntário
em Joinville: votos ou cidadania?
Depois de muita
demora, aeroporto
ganha melhorias
O custo da morte
O dia-a-dia agitado
faz muita gente
esquecer um
fator: a morte. É
justamente neste
momento que
começam a surgir os
problemas para os
familiares. O pagamento das
despesas é um negócio caro
para um trabalhador
assalariado.O Primeira
Pauta fez um levantamento Pag.10 e 11
As dúvidas sobre a
segurança do voto
eletrônico
Pag.06
Pag.03
Joinvilense lê
pouco
Pag.19
Acidentes com
motos aumentam
na cidade
Pag.09
e comprovou que um enterro,
sem muito requinte, pode
custar até R$ 2 mil, ou seja,
10 salários mínimos. Em
Joinville as funerárias cobram
os mesmos preços e não há
como fazer uma pesquisa de
mercado. Essa é uma
determinação da prefeitura
que formou praticamente um
cartel no setor.
Pag.13Aumenta o número de pessoas em busca de aventuras radicais nos finais de semana
Pag.18
É cada vez maior, no
meio político, a adesão à
projetos voluntários para
melhorar a vida da
população. No município pelo
menos quatro vereadores
exercem esse tipo de
trabalho que também pode
ser confundido com a busca
de votos.
Pag.04
Movimento Voto Seguro discute confiabilidade do sistema
2. JORNAL
Jornal Laboratório do
Curso de Comunicação
Social do IELUSC - Ano
3 - Nº 19
Entrevista
02
Festa,calvos
e calvários
A vida é cheia de lances de sorte.
Você pode não ter tido algum ainda, mas
tem gente que sim e, quando tem, se
esbalda. Veja só: Bárbara Paz, Supla e
Alexandre Frota foram convidados para
uma festa (com duração de 2 meses) no
SBT. E Festa, você sabe, é para fazer
contatos, mexer pauzinhos e, claro, divertir-
se um pouco. Pois bem, os três felizardos
acima fizeram contato e saíram do
ostracismo de suas carreiras para decolar
suas vidas na TV. É importante salientar
que você foi convidado para esta festa, mas
sem direito a camarote.
Outro lance de sorte na vida. Luiz
Henrique da Silveira, virtual candidato ao
governo do estado que, segundo as más
línguas, não tem a menor chance contra o
poderoso e mais-calvo-rei EspiridiãoAmim,
também recebeu um convite. Pois é! O
menos-calvo Luiz foi convidado pelo tanto-
quanto-calvo José Serra para ser candidato
à Vice-presidência do Brasil. Mas não
vingou. A proposta foi abortada, antes
mesmo da gravidez ser concebida. O
governo quer um político dos lados de lá.
A festa, na realidade, nem
começou de fato, já se sabe que Luiz XV
fez ótimos contatos. Não estou falando do
covil parlamentar nem nada. Falo dos
catarinenses que, não mais que de repente,
perceberam que aquele prefeito queria ser
governador, alçando vôos mais altos, talvez
usando sua competência politiqueira ou
influenciado por agentes externos da capital.
Claro que o convite foi bem aceito
e Luiz XV preparou um “esquenta”, lá no
“Centrelefante branco”. Dez mil pessoas...
e a mídia. Festão, hein?Você foi convidado?
Claro que foi. Luiz XV quer fazer contato
com você que vota aqui, sabe por quê?
Porque como a campanha a vice-presidente
não vingou, ele é candidato a governador
de Santa Catarina. E não vai querer perder
essa festa. Viu? A vida é cheia de lances de
sorte. Por isso, prepare sua melhor fantasia que
essa festa ainda vai longe. Quem sabe o próximo
“convidado” pode ser você.
Elaine Dias da Costa
kamaleao@journalist.com
Sub Editora Geral desta edição
O alto preço da morte
A costureira desempregada Sônia Carvalho Fernandes não teve como pagar o enterro do marido. Pagou parcelado,
em 10 vezes, o valor de R$ 347,00 por um enterro mais simples, porém, digno. Essa situação, que parece surreal, aconteceu
em Joinville há dois anos. É o preço da morte. Hoje, é mais barato viver do que morrer. O custo, conforme levantamento feito
pelo Primeira Pauta, é assustador. Pode-se gastar até R$ 2 mil num simples enterro. O que agrava ainda mais a situação é
que a população não tem para onde fugir.
Os mecanismos para reivindicar são pífios. Em Joinville, a prefeitura parcelou os preços e praticamente criou um
cartel de funerárias.Antigamente, a situação era ainda pior.Apenas duas empresas, de um mesmo dono por sinal, tabelavam
e cobravam valores exorbitantes sem qualquer fiscalização dos órgãos públicos. Era um monopólio velado, como acontece
também com o transporte coletivo. Mas como isso é problema para o povo, a Prefeitura quer mesmo é cuidar de perto esse
filão. Taxou normas de funcionamento para as empresas que exploram o serviço, tabelou os preços e colocou regras. Os
joinvilenses estão impossibilitados de fazer pesquisa do mercado porque todos têm os mesmos preços. Isso é caso de
formação de cartel e abuso do poder econômico. Mas a quem a população deve reclamar? Procon? Ministério Público? Na
própria prefeitura? Pergunta difícil de responder. Talvez o ideal seria não morrer, mas como não somos imortais, paciência.
Ninguém quer lembrar, a essa altura do campeonato, quanto irá gastar com o enterro de um parente. Mas devia. A
morte que está muito distante para alguns, pode ser a dor de cabeça, ou melhor, do bolso para outros. Dona Sônia estava
desempregada e teve que pedir ajuda à comunidade. Seu marido não se enquadrada no quesito “indigente”, que conforme Lei
municipal tem direito a um enterro gratuito. Era pessoa comum, pedreiro, ganhava um pouco mais de um salário mínimo por
mês e trabalhava mais de 12 horas por dia. Aliás, se um enterro custa R$ 2 mil, o pobre homem teria que “pegar no pesado”
por 10 meses - sem gastar com pagamento de água, luz, aluguel, comida, entre outras despesas - para pagar o próprio
enterro. O preço da morte está alto demais.
E d i t o r i a l Marco Aurélio Braga
mabraga@bol.com.br
Editor Geral desta edição
ACONSTRUÇÃO de um jornal-laboratório constitui-se sempre em uma conquista e
um desafio. O desafio parte do projeto, da definição de uma arquitetura de formas que represente
o ideário do grupo. Segue-se a adequação dos textos à proposta editorial, seleção de fotos,
ilustrações, ornamentos. Detalhes que tornarão o material a ser produzido, interessante, agradável
e atrativo.
Esse desafio é ainda mais estimulante, quando a responsabilidade de execução do projeto
recai sobre um grupo, que começa a ter as primeiras noções da técnica do Jornalismo. Nesse
momento, a teoria, técnica e prática unem-se, compondo as
peças imprescindíveis para a montagem desse grande mosaico informativo.
Eu falei acima, também em conquista. Bem, a conquista é a satisfação de ver você
lendo, manuseando, analisando, criticando ou elogiando esse material. Ele está aqui. Era proposta.
Agora é projeto real, um produto para consumo. Deixamos para você a segunda etapa deste
desafio: o de lê-lo na sua integralidade.
Boa leitura!!!!
Mariangêla Botorrescasana
Professora Responsável
Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002O p i n i ã o
3. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 03
P o l í t i c a
A confiabilidade do voto eletrônico
A implantação das urnas
eletrônicas, modernizando o sistema de
votação no Brasil, mobilizou o Partido
Democrático Brasileiro (PDT) a discutir a
confiabilidade da votação eletrônica. O
partido criou o “Movimento Voto Seguro”
em 1997. Para o PDT, o voto eletrônico
aumenta a possibilidade de fraudes, pois os
candidatos não têm acesso a nenhuma
impressão – em papel – comprovando o
voto armazenado no computador. No
sistema de votação manual o candidato
poderia receber a comprovação do
manuscrito pelo eleitor, uma espécie de
auditoria e, segundo especialistas, essa
fiscalização só se faz com as cédulas. Para
o eleitor, fica a dúvida: você teria coragem
de depositar cinco mil reais sem receber
um recibo como comprovante de
pagamento?
Segundo o presidente do PDT de
Joinville, João Fachini, a preocupação vem
da história do PDT no Brasil. “Nas eleições
de 1982, ao governo do Rio de Janeiro, o
candidato do PDT, Leonel Brizola, não
perdeu as eleições porque o Jornal do Brasil
resolveu somar manualmente os boletins
divulgados peloTribunal Regional Eleitoral.
A primeira totalização eletrônica das urnas
no Rio de Janeiro havia sido adulterada e
davam vitória ao candidato Moreira
Franco”, acentua.
A partir do posicionamento e da
discussão do PDT, o senador Roberto
Requião (PMDB-PR) apresentou um
projeto de lei impondo uma versão impressa
para o voto eletrônico. Na ocasião, o
senador do PMDB alegou que o voto
eletrônico impossibilita a conferência da
apuração, usando como argumento o fato
dos partidos não terem acesso aos
programas fontes e a existência da
possibilidade de
violação do voto secreto, pois o
número do título é armazenado com o voto
digitadopeloeleitor. SegundoFachini,cinco
ou dez porcento dos eleitores brasileiros
devem receber o voto imprenso nas eleições
deste ano. “Essa comprovação do voto é
direito de todo cidadão”, afirma. Sem ter
acesso aos programas fontes, a adulteração
pode dar-se da seguinte forma: imaginemos
dois candidatos para o cargo de prefeito,
candidatos A e B. Com a adulteração do
programa fonte, o contador da totalização
dos votos pode estar programado para
somar, de cada dez votos recebidos pelo
candidato B, somar cinco para o candidato
A. Na opinião de Fachini quem tem o
programa fonte, domina o resultado
facilmente, sem deixar rastros de
adulteração.
Para Fachini, a manipulação
começa com as pesquisas eleitorais: “O
resultado é o candidato governamental
Por: Eunice Venturi
colocado seguramente acima
daqtade popular. Veja, então é fácil formar
agora, através das pesquisas de intenções
de votos uma opinião confirmada com a
manipulação do voto eletrônico”, acentua.
Diferentemente do presidente do
diretório do PDT, o vereador Darci de
Matos (PFL) confia no sistema eleitoral
eletrônico.Ao comentar que a preocupação
do PDT é bem vinda e contribui para o
aperfeiçoamento do processo eleitoral: “Os
sistemas de informática são seguros e
modernos, as fraudes só ocorrem porque
há pessoas mal intencionadas manipulando
o sistema”, afirma.
O analista de sistemas Fábio
Padilha, consultado sobre a confiabilidade
das urnas eletrônicas, respondeu ser
procedente a discussão do PDT. Segundo
Padilha os sistemas eletrônicos de
informação são planejados e implementados
por pessoas, podendo deduzir, então serem
instrumentos passíveis de erros e
adulteração. “Os procedimentos
acumuladores, os que contam votos para o
candidato A ou B são lógicas de fácil
implementação”.
Aposição particular de Padilha,
em torno desse tema, é que o Brasil está
servindo equivocadamente, como uma
espécie de cobaia, na adoção desse sistema.
Ele argumenta que existem potências
tecnológicas muito maiores que o país e, se
esse sistema tivesse uma confiabilidade
atestada, essas potências já teriam
implantado. Concluindo Padilha indaga:
“Você confiaria num siste,ma eletrônico de
votação, mesmo sabendo que até no próprio
Senado houve violações nestes processos
de votação?”.
Processo de implantação da urna
O voto na urna eletrônica no Brasil, foi implantado a partir de 1996 (eleições municipais) quando,
segundooscritériosestabelecidospeloTribunalSuperiorEleitoral,apenasosmunicípioscommaisde200mil
eleitoresutilizaram-sedaurnaeletrônica.
Em 1998, no processo de ampliação da votação eletrônica, o critério de eleitorado foi alterado,
alcançando todos os municípios com mais de 40.500 eleitores.
E, em 2000, pela primeira vez no Brasil, as eleições foram informatizadas em 100 % do território
nacional.
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4. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 04
P o l í t i c a
Trabalho voluntário cresce no meio legislativo
Vereadores procuram desenvolver
projetos alternativos buscando
viabilizar serviços gratuitos para
a comunidade
Por: Eunice Venturi
Joinville - O desejo de contribuir
voluntariamente para a melhoria da
qualidade de vida da população joinvillense
vem ganhando espaço junto ao poder
legislativo. O primeiro projeto voluntário,
idealizado pelo legislador Nelson Quirino
(PSDB), surgiu em 1992, beneficiando as
comunidades dos bairros Itaum e Jarivatuba.
Através do “Gabinete Móvel” são
realizadas consultas, entregas de
medicamentos, orientação e emissão de
documentos.
Os resultados positivos do projeto
tiveram, como conseqüência, a sua
ampliação. Em fevereiro de 2000, a
comunidade passou a contar com o Ônibus
da Saúde. Somam-se aos serviços
prestados pelo gabinete móvel, exame
bioquímico e encaminhamentos, em certos
casos, para consultórios particulares de
amigos de Quirino, dispostos a ajudar
gratuitamente.
Contaminados pelo espírito
solidário, outros vereadores voltaram-se
para a proposta de trabalho voluntário,
atraindo doações de empresários e até de
membros da própria comunidade. Hoje
existem quatro projetos voluntários,
abrangendo áreas consideradas prioritárias
para a promoção da vida e conquista da
cidadania.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Incentivo à
capacitação
Emprego e geração de renda. Este
é o objetivo do projeto Amigos do Bairro,
desenvolvido no Jardim Paraíso e idealizado
pela associação de moradores. Como
presidente desta associação, em 1999,
Manoel Francisco Bento, hoje vereador pelo
PT, acreditou num trabalho educativo com
ações de formação, capacitação e
reestruturação de mão de obra para o
exercício da atividade remunerada.
O projeto já beneficiou
aproximadamente mil pessoas e funciona
nas dependências da associação. “Quem
está desempregado, dirige-se à secretaria,
preenche uma ficha e nós encaminhamos
para as empresas cadastradas, como
Multibrás, Caribor, Brusmalhas entre
outras”, explica o coordenador Devanir de
Souza.
O auxiliar de produção, Hélio Salles
Júnior, 20 anos, está há três meses
trabalhando numa empresa que fabrica
componentes de borracha para o setor
automotivo. Júnior deixou seu currículo na
secretaria do projeto e uma semana depois
ele já estava trabalhando. “Junto comigo,
mais quatro pessoas passaram pelo
processo de seleção. Eu e mais uma pessoa
fomos selecionadas. O projeto não tem
responsabilidade na colocação do
funcionário. Ele apenas indica um emprego.
O resto é com a gente”, acentua Júnior.
Para o vereador Jaime Evaristo (PSC) a
necessidade da população é muito grande
e, na mesma proporção, aumentam as
dificuldades do poder executivo em
solucionar os problemas. O projeto
“Buscando Soluções” iniciou suas
atividades antes mesmo de Evaristo ser
eleito. O vereador conta com a ajuda da
assistente social e enfermeira, Edinete
Porto, e do ajudante de enfermagem, Bento
Evaristo. Em 2001, o vereador adquiriu,
através de patrocínios de empresas da
cidade, uma ambulância com a finalidade
de melhorar os serviços oferecidos.Apartir
desta data o projeto passou a realizar
translados de pacientes.
Também prestando serviço social à
população carente de Joinville, o “Ônibus
da Gente” começou a funcionar no bairro
Estevão de Mattos, em março deste ano,
através do trabalho do vereador Kennedy
Nunes (PPB). Ele percorre os bairros da
cidade e executa vários serviços como
consultas jurídicas, emissão de carteira de
trabalho, teste de diabetes, serviços
odontológicos, incentivos à prevenção do
câncer, consultas ginecológicas, ultra-
sonografia e corte de cabelo. Além disso,
há um programa de rádio, comandado pelo
próprio vereador, onde são discutidos os
problemas da comunidade.
Ambulância utilizada para transporte de pacientes nos projetos voluntários
Eunice Venturi
Oposição ataca longos
recessos na câmara
Joinville - Ofim dos longos recessos e o
pagamento de salários extras para
convocações extraordinárias da Câmara de
Vereadores da cidade de Joinville estão
sendo discutidos pela oposição desde a
metade do ano passado. Na opinião dos
vereadores, a carga horária precisa de uma
reformulação pois está em desacordo com
as necessidades do município. Além disso
eles exigem a extinção do pagamento de
horas extras para as sessões
extraordinárias.
No ano passado, oito legisladores das
bancadas do PPB, PFL e PT assinaram um
projeto de emenda à lei orgânica do
município proibindo as férias de inverno e a
liberação de pagamentos de salários
complementares para as sessões
extraordinárias.
Segundo o vereador Kenedy Nunes, do
PPB, os recessos são provenientes do
Congresso Nacional devido à necessidade
dos parlamentares estarem atuando nas
bases que representam durante esse
período. Ele entende que não há
necessidade dos vereadores se afastarem
por tanto tempo, visto que a comunidade
precisa destes atuando. “ O município não
pára, os problemas aparecem e o lesgislativo
tem de funcionar”. O que param são os
trabalhos das comissões e o plenário, mas
os vereadores continuam ouvindo os apelos
da comunidade”, esclarece ele.
O vereador aproveita para fazer um
protesto. Ele concorda plenamente com o
fim dos longos recessos, já que não acha
justo um trabalhador normal ter um mês de
férias e um parlamentar três meses, contudo
sublinha que esses 38 dias de recesso que
os vereadores propõem tem de ser total. “
O vereador tem que se afastar de todas as
funções legislativas que exerce”, explica
ele.
Os vereadores têm hoje cerca de 65 a 80
dias de recesso por ano, param no dia 15
de dezembro e retornam no dia 15 de
fevereiro, além de 30 dias de férias no mês
de julho. Ao serem convocados para 12
sessões extraordinárias, cada vereador
recebe um salário complementar de R$ 3,6
mil com o imposto de renda já descontado.
Com a aprovação do projeto, as vereadores
passam a ter férias somente a partir do dia
24 de dezembro e retornam no dia primeiro
de fevereiro, com o total de 38 dias para o
recesso.
Por: Paulo Romão de Moraes
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5. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 05P o l í t i c a
Partidos pequenos
lutam para sobreviver
em Joinville
Para algumas siglas menores, a única forma de se manter na briga eleitoral é
formando alianças. Essa busca por parceria acontece de acordo com os interesses
de cada um e cria uma identidade política para a cidade de Joinville.
Em Joinville, vários partidos não
elegeram nenhum vereador nas últimas
eleições municipais. Com isso, partidos
como PAN, PSL e outros procuram
coligações para sobreviver no cenário
político joinvilense. Alguns já estão
aliançados. Esse é o caso do PPS, PSL,
PMN, PHS, PDT e PSC, que se uniram ao
PMDB (do ex-prefeito de Joinville, Luis
Henrique da Silveira) e PSDB (do atual
prefeito, Marco Tebaldi). Dessa união,
resultaram três vereadores eleitos.
Com a saída do prefeito para
concorrer a governador do estado, iniciam-
se discussões sobre a volta da coligação
Mais Santa Catarina, composta por PPB,
PFL, PSDB, PTB e PL. Além dessa união,
já está sendo discutida a pré-coligação
envolvendo PV, PAN, PSB, PL, PPS e
PDT,chamada Frente Ambientalista
Popular.
Para a presidente municipal do PT, Marinete Merss, partidos com pontos em comum
preservam identidade dos coligados.
O presidente do PV, Milton
Wendel, confirma a existência da aliança
no estado porém ela ainda não se
concretizou em Joinville. Ao contrário da
maioria dos partidos pequenos, o Partido
Verde está sozinho desde 2000, ano das
últimas eleições municipais. Na ocasião, a
coligação era composta pelo PT, PC do B
e PSB e PV. Ela levou Carlito Merss ao
segundoturnonadisputacomLuisHenrique
para a prefeitura de Joinville e elegeu três
vereadores.
Segundo Wendel, o PV não se
coligou antes porque discorda do
pensamento da maioria dos partidos. Ele
esclarece que o objetivo dos verdes é
preservar as condições originais do planeta.
Enquanto a aliança política não se realiza
em Joinville, o PV tem trabalhado com
ONGS, como a SOS Cubatão, Vida Verde,
APREMA e Grupo Jacatirão entre outros,
além de auxiliar vereadores na
criação de projetos ambientais.
Outros partidos pequenos não
podem agir sem um vereador eleito,
conforme Luciano Candido, coordenador da
campanha de um candidato pelo PSL. Desta
forma, a coligação é um bom negócio tanto
para os partidos grandes - pois nas eleições
para prefeito a concorrência diminui - como
para os partidos pequenos, porque seus
candidatos, não eleitos, são nomeados para
cargos de confiança.
A ocorrência de alianças políticas
obriga os partidos a “passar por cima de
algumas coisas”, relata Milton Wendel. A
presidente municipal do PT, Marinete
Merss, acredita que, se realizadas com
partidos de pontos de vista comuns, a
coligação não deve influenciar seus
princípios. Essa é, provavelmente, uma
questão que só ficará clara ao eleitor em
um futuro próximo.
Sigla Partido
PPS Partido Popular Socialista
PSL Partido Social Liberal
PMN Partido da Mobilização Nacional
PHS Partido Humanista da Solidariedade
PDT Partido Democrata Trabalhista
PSC Partido Socialista Cristão
PAN Partido dos Aposentados da Nação
PSB Partido Socialista Brasileiro
PL Partido Liberal
PPS Partido Popular Socialista
PDT Partido Democrático Trabalhista
PC do B Partido Comunista do Brasil
PV Partido Verde
PTB Partido dos Trabalhadores do Brasil
PL Partido Liberal
PFL Partido da Frente Liberal
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasi
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira
PT Partido dos Trabalhadores
PPB Partido Progressista Brasileiro
Por: Karla de Assis Pereira
Resultados do IELUSC
no Plebiscito do Provão
A primeira questão, que dizia respeito à política educacional
do governo, obteve 104 votos contra a política do MEC de
desobrigação do Estado na educação pública e gratuita. Já a
segunda, referente ao mérito de provão quanto instrumento de
avaliação, obteve 13 votos a favor e 95 contra. E, na terceira
questão, quanto ao autoritarismo do MEC, visto que o provão é
obrigatório, a maioria dos estudantes de Comunicação Social –
Jornalismo que compareceram a votação, somando 94, acreditam
ser arbitrária o artigo da lei 9131/95, que determina isto.
O DACS agradece aos 111 alunos que participaram. A
democracia também agradece.
Fonte: DACS
6. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 06
G e r a l
Por: Simone Isabel Klein
Depois de 30 anos, o aeroporto de
Joinville ganha nova roupagem.AInfraero
em convênio com a Prefeitura Municipal,
entrou em acordo para executar as obras
de modernização e ampliação da estrutura
aeroportuária, considerada pequena em
relação a atual necessidade do município.
O novo complexo irá triplicar a infra-
estrutura já existente e permitirá alterar a
categoria de aeroporto, hoje nacional, para
internacional, atendendo reivindicações das
grandes empresas do Mercosul.
Entre as aquisições presentes está
o aparelho conhecido como IRS. Ele auxilia
na aproximação da aeronave ao solo em
pouco mais de 70 metros, melhorando a
visibilidade do piloto para que aconteça um
pouso ainda mais seguro. Hoje um dos
maiores problemas está relacionado a
milhares de pessoas que permanecem na
cabeceira da pista olhando os aviões
levantarem vôos, sentindo o calor quente
das turbinas. “Eles não tem noção do perigo
que correm. A qualquer momento, estas
pessoas podem ser sugadas ou ainda
queimadas. O pior é quando param
caminhões de grande porte e as aeronaves
passam apenas a dois metros de altura. Isso
reflete na segurança da aeronave. Os pilotos
são abrigados a forçarem o motor. Este
procedimento não deve ser realizado, isto
pode gerar um grave acidente” alerta o
superintende Gerson L. D. Guimarães.
Para diminuir os problemas com
a segurança do aeroporto e despertar o
interesse das crianças, a Infraero está
desenvolvendo um projeto de cunho social
junto às escolas da comunidade, trazendo
alunos para conhecer o funcionamento de
todas as operações do aeroporto de
Joinville. “Acreditamos que nestas
comunidades estão nossos futuros pilotos.
Outro fator importante é a
segurança na pista. Bombeiros e para-
médicos treinados fazem a vistoria antes
do embarque e aterrissagem. No caso de
algum acidente, imediatamente os
bombeiros entram em ação. “Se acontecer
um assalto ou roubo de terroristas no
aeroporto, nossa equipe de resgate está bem
treinada para um provável salvamento”,
comenta Gerson.
Não podemos deixar esta etapa passar em
branco”, afirma Gerson, já programando
para o próximo ano uma sala de informática
de uso exclusivo da comunidade. Escolas
que tiverem interesse de levar seus alunos
para uma visitação devem entrar em contato
diretamente com a Infraero, pelo telefone
4671000.
Nova estrutura do aeroporto
Enfim, aeroporto de Joinville será modernizado
> Capacidade - Passarão a atender 400 mil pessoas/ ano.
> E espaço para todos os órgãos federais.
> Instalação de vinte lojas
> Um elevador.
> Um restaurante panorâmico para atender aproximadamente 300 pessoas.>
> Cinco pontos para locadoras de veículos.
> Dez posições de check-in.
> Sala de embarque e desembarque para aproximadamente 120 pessoas.
> Projeto para 2003: um aumento da pista em até 500 metros.
Depois de três décadas o aeroporto da maior cidade do Estado ficará mais moderno e terá sua estrutura ampliada
7. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 07
G e r a l
Lei muda estrutura de cantinas escolares
Por: Angela de Thomaz Domingues
Desde o ano passado, as escolas de
Santa Catarina vêm tentando se adaptar à
nova lei que regulamenta suas cantinas.
Todos os estabelecimentos de ensino,
estaduais, municipais ou particulares terão
de modificar o cardápio oferecido.
De acordo com a lei, fica proibida a
venda de frituras, industrializados, de balas,
chicletes ou pirulitos e refrigerantes
artificiais . Em contrapartida, é obrigatório
o oferecimento de sucos naturais e, pelo
menos, duas frutas da estação vendidas ao
natural. Já a comercialização de bolos,
chocolates, biscoitos e sanduíches é
permitida. Outra obrigação por parte dos
cantineiros é a publicação de um cartaz ou
painel, de 1mx1m, contendo uma listagem
dos alimentos vendidos no estabelecimento,
bem como a informação nutricional de
alguns deles.
Essa lei coloca em pauta várias
discussões. Nas escolas estaduais, por
exemplo, funcionários e professores
preocupam-se com o poder aquisitivo dos
alunos. Segundo a professora Iara Xavier,
da Escola de Educação Básica Alicia B.
Ferreira, a grande dificuldade está na
disponibilidade financeira dos alunos do
colégio: “Estudantes de escolas públicas não
têm dinheiro para comprar suco e
sanduíche natural todos os dias. O que eles
mais compram é salgadinho e refrigerante”.
Em média, um suco natural custa R$ 1,30 e
um sanduíche não sai por menos de R$ 1,50.
Ao contrário do refrigerante, que
é encontrado por R$ 0,80 e dos salgadinhos
industrializados, que chegam a ser vendidos
por R$ 0,40 o pacote.
Já nas escolas particulares, a
discussão gira em torno do rendimento das
cantinas.Como a maioria das escolas possui
estabelecimentos terceirizados, a grande
preocupação é com as vendas. No Colégio
Energia, as modificações estão sendo feitas
gradativamente. A proprietária da cantina,
Eliana Cardoso já eliminou as frituras e
incluiualgunsdositensobrigatórios.“Decidi
fazer um pouquinho por vez para que os
alunos se acostumem. Já incluí o suco
natural, as frutas. Vendi bem, para um
primeiro momento. Mas até junho vou
continuar vendendo refrigerantes. Só quero
ver o que vai acontecer depois”.
Quem ainda não “caiu na real”
foram os alunos.Agrande maioria não sabe
da obrigatoriedade do cumprimento dessa
lei. Os que têm conhecimento, não
concordam com ela. Uma pesquisa
realizada junto a alunos do Colégio Bom
Jesus deixou claro que, com a instauração
da lei, mais polêmicas irão surgir.O aluno
do terceiro ano Vinícius, de 17 anos, acha
que a educação alimentar têm que vir de
casa: “Não adianta proibir a venda de
refrigerantes. Se não tiver pra comprar na
cantina, eu trago de casa”.
A lei foi aprovada no dia 18 de
dezembro do ano passado e as escolas
deverão fazer as mudanças necessárias até
junho de 2002.
Vídeo Tele-Vigilância
O mercado eletrônico não
consegue frear seu aperfeiçoamento e
evolução tecnológica. Os inúmeros
lançamentos e diversos segmentos
diferentes, envolvendo equipamentos e
dispositivos eletrônicos cada vez menores
e mais potentes, atestam esse fato. A
eletrônica está diretamente ligada a essa
corrida, sendo o carro chefe do constante
aprimoramento das diversas tecnologias
aplicadas.
Um dos segmentos importantes,
que vem evoluindo a passos largos, é a
indústria de informática e as empresas
prestadoras de serviços de desenvolvimento
de softwares. Chips cada vez menores e
com capacidades maiores vem sendo
aprimorados constantemente.
O setor de segurança eletrônica tem
utilizado,emuito,essaevoluçãotecnológica.
Um dos exemplos é a criação de
equipamentos com alta tecnologia,
permitindo a visualização remota de
imagens. Roberto Rosman, um dos
representantes da Ademco Group explicou
que a empresa é americana e Alarm Device
Manufacturing Company é uma empresa
americana e foi pioneira no
desenvolvimento de sistemas eletrônicos de
segurança. Hoje considerada a maior do
mundo no ramo, desenvolve sistemas e
fornece equipamentos para milhões de
residências, empresas, lojas e entidades
governamentais.
- Como funciona o equipamento “Rapid Eye”?
RR- O “Rapid eye” é um sistema de vídeo tele-
vigilância, composto por uma unidade remota
de vídeo, instalada normalmente na área a ser
supervisionada por câmeras e um software
gerenciador das imagens e ocorrências. Alem
da supervisão das imagens de até dezesseis
câmeras coloridas, esse sistema permite o
acionamento remoto de até oito dispositivos
quaisquer, como acender de luzes, o abrir de
portas, o disparo de sirene, etc. O sistema
também dispõe de dezesseis entradas de
alarme, ligadas a sensores de presença,
detetores de fumaça ou botões de pânico.
AP- No que o equipamento “Rapid
Eye”difere dos outros?
RR- As imagens de todas as câmeras são
digitalizadas e constantemente registradas
em um HD(Hard Disc) na unidade remota,
cuja capacidade de armazenamento pode
atingir a um número superior a mil dias. A
central de segurança pode, a qualquer
momento, entrar em contato com a unidade
remota de vídeo na área a ser supervisionada
e fazer a inspeção remota das imagens das
câmeras, ou visualizá-las e gravá-las em
tempo real. O sistema permite também o
monitoramento de áudio comandado também
pelo software. Oito áreas distintas podem ser
monitoradas pelo áudio independente,
permitindo ao operador ouvir, falar em viva
voz ou gravar suas conversações.
EntrevistaPor: Aleczandra Krysna Michalski Piazza
A lei abre espaço para várais discussões
Publicidade .
8. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456
08
C o m u n i d a d e
Acidentes aumentam em 2002
A facilidade na venda de motos na cidade acaba resultando em risco de
acidentes envolvendo motociclistas em Joinville
Por: Glaene Vargas
Número significativo: Joinville possui hoje 22.700 motos circulando pela cidade.
Com prestações de R$ 160,00
em até 36 vezes, ficou mais fácil ter
uma moto nos dias de hoje. Os refle-
xos dessa facilidade na compra po-
dem ser vistos a qualquer momento
nas ruas. Em conseqüência disso, o
número de acidentes envolvendo
motoqueiros aumentou, colocando
em alerta as autoridades de seguran-
ça.
Segundo a Companhia de
Desenvolvimento e Urbanização de
Joinville(CONURB), só nos três
primeiros meses deste ano, houve um
aumento de 3,2% de motocicletas
em relação à dezembro do ano
passado. o Gerente de Trânsito da
CONURB, Eduardo Bartniak Filho
explica que junto com o aumento da
quantidade de motos vendidas,
cresceram também os acidentes
envolvendo este tipo de veículo.
Num relatório anual feito pelo
Corpo de Bombeiros Voluntários de
Joinville, foi constatado que as
ocorrências com esse tipo de veículo
tiveram um acréscimo significativo.
Segundo o sub-comandante
operacional, Ademar Stuewe, o
número de ocorrências atendidas pela
corporação é alarmante. (veja os
números na tabela) >>
ANO MESES TOTAL DE OCORRÊNCIAS
2001 Jan/Fev/Mar. 197
2002 Jan/Fev/Mar. 260
Chuva exige cuidados
Stuewe afirma que os dias de
chuva são mais propícios aos
acidentes. Para ele, a pista molhada
e escorregadia, aliada ao excesso de
velocidade é uma das causas da
maioria das ocorrências. O hábito
de não usar o capacete, somado à
imprudência dos condutores
também são causadores da morte de
muitos motoqueiros.
Para as autoridades, os
grandes causadores de acidentes são
os motoboys e mototaxistas, porém,
segundo Stuewe, eles são minoria se
comparados aos casos envolvendo
motos particulares. “Em cada dez
ocorrências atendidas pela
corporação, sete são de motos de
pessoas que usam o veículo para
chegaratéotrabalhoouparapasseio”,
declara o comandante.
Apesar de tantos exemplos
negativos, o atendente Ricardo
Ferreira, 25 anos não dispensa o uso
da moto.Ele possui carro próprio, mas
vai todos os dias para a loja em que
trabalha com sua CG/Titan. Segundo
ele, a rapidez em chegar ao local
desejado e a facilidade de locomoção
nas horas de trânsito intenso, são as
maiores vantagens da motocicleta.
“Moro no Itinga e trabalho no centro
da cidade, costumo levar mais ou
menos vinte minutos para fazer este
trajeto de carro. Quando vou de moto
levo no máximo dez minutos ,”
conclui o atendente.
9. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 09P o l í c i a
Policiamento deficiente deixa rodoviária
desprotegida na maior cidade do Estado
A falta de policiamento na rodoviária vem preocupando moradores, freqüentadores e até mesmo os responsáveis pela segurança no local. A designação de
apenas um policial militar, sem viatura à disposição, pode ter como conseqüência, na opinião daquela população, o aumento da criminalidade.
Segundo o soldado Rathunde, há
três anos trabalhando no policiamento da
rodoviária,ainexistênciadeumpolicialcivil
para o registro das ocorrências no ato,
aumenta o trabalho de quem cuida da
segurança. “Tenho que prender o sujeito e
ainda chamar uma viatura para que seja
registrada a ocorrência”.
O locutor da rodoviária, Braga
Júnior, concorda com o soldado Rathunde:
“os policiais não têm condições para
trabalhar, faltam equipamentos e, em muitas
ocasiões, eles não estão presentes, pois
necessitam atender todo o local”.
A existência de uma sala, cedida
pela prefeitura da cidade à Brigada Militar,
também não é sinônimo de segurança.
Alguns moradores nem sabem desse fato,
como por exemplo, a dona de casa, de 23
anos, Jussara Muller: “Viajo toda semana e
nunca vi um policial aqui, nem sabia que
havia um posto da PM”.
A moradora da região, Carmem
Rodrigues, de 54 anos, reafirma a
declaração de Jussara. Ela acrescenta estar
muito insegura, porque os moradores não
podem contar com o serviço do posto
rodoviário.
Gean Carlos, 25 anos, funcionário
de uma empresa de ônibus, considera o
policiamento na rodoviária muito ruim. “Eu,
que trabalho durante a madrugada, não
entendo por que manter esse posto se não
há policiais”.
O número de ocorrências aumenta
muito nos feriados, afirma o soldado
Rathunde. Ele aponta como registros mais
freqüentes discussões causadas por
embriagues, furto de carteiras ou celulares,
andarilhos que tentam dormir nos bancos e
pessoas que passam mal no ônibus.
O soldado Gabriel, responsável
pela Rádio Patrulha da Polícia Militar, ao
ser questionado sobre a possibilidade de
aumentar o número de policiais na área,
garantiu não haver previsões de mudança
no quadro atual. O posto da rodoviária vai
continuar atendendo com apenas um
policial.
Por: Edelamar Negherbon
10. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 10
E c o n o m i a
O Preço da morte
Com todas as preocupações
em busca do bem-estar, as pessoas
esquecem de uma situação única: a hora
da morte. Morrer nos dias atuais exige um
planejamento financeiro. O custo de um
enterro simples pode chegar a R$ 2 mil.
Para um trabalhador que ganha um salário
mínimo, isso significa dedicar todo o ganho
de 10 meses ao pagamento de sua morte,
sem ter qualquer custo adicional.
Aliado a questão financeira, há
um conjunto de formalidades cercando o
falecimento de uma pessoa, gerando
situações embaraçosas. Uma delas foi
vivida pela dona de casa Vera Regina
Siqueira, 44 anos, que após o óbito de seu
pai, não soube como agir: “Procurei direto
uma funerária. Não sabia de toda a
burocracia. Os gastos são astronômicos”.
A situação vivida por Vera é semelhante à
de grande parte de população, que por falta
de planejamento e informação não está
preparada para estes momentos. É muito
comum as pessoas procurarem diretamente
pela Funerária e não se preocuparem com
a parte burocrática.
O procedimento passa
primeiramente pela papelada do próprio
hospital, no caso de o óbito acontecer num
centro médico. Só aí a Central Funerária
entra em ação. Ela repassa o caso à
funerária em espera, numa espécie de
rotatividade entre elas. Os preços são
tabelados pela Prefeitura. Existe um fiscal
para garantir a legitimidade dos casos. O
preço, de maneira geral, é salgado.Acoroa
de flores, com variáveis de tamanho e luxo,
custa em média R$ 80 e é, talvez, o menor
gasto entre tantos outros. A escolha do
caixão, os gastos com o serviço de
empreiteira e a caixa de cimento podem
chegar a 2 mil reais, sem abusar no requinte.
“As pessoas chegam aqui e descrevem o
que querem. Em quase 100% dos casos elas
mudam o pedido depois, ao descobrirem o
valor total do que foi pedido”, afirmou a
atendente de uma funerária da cidade.
Por: Igor Schlenburg
Cemitério municipal enfrenta problemas de espaço físico.
Entre em contato
primeirapauta@ielusc.br
Problema e solução
O Cemitério Municipal de Joinville não está
mais vendendo terrenos para a reserva de lugar. As
vendas agora estão sendo feitas somente após o óbito.
A Central Funerária informou que as famílias
compravam o espaço, deixavam reservado e o
abandonavam. O grande problema do Cemitério
Municipal é a falta de espaço. As medidas para
solucionar este impasse já estão sendo tomadas. Além
da diferente negociação na venda do espaço perpétuo,
vem sendo sugerido que se utilize os cemitérios dos
bairros. A principal vantagem é o preço. Enquanto no
Municipal o custo do espaço chega perto dos R$ 800,
o preço nos bairros cai para menos de R$ 400, com
exceção do Cemitério Dona Francisca, que devido à
caixa de pedra, fica R$ 550.
11. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 11
E c o n o m i a
Cemitério vertical é novidade em Joinville
Além da maior utilização dos cemitérios nos
bairros, uma outra opção já se transformou
em realidade: O cemitério vertical. Com um
bloco em funcionamento e dois em
construção, o cemitério está funcionando
desde o final do ano passado. Cerca de 200
lugares estão disponíveis e a previsão é de
que este número, até o final de 2005, chegue
a 4 mil gavetas. O custo da gaveta depende
do andar escolhido. Os preços promocionais
variam de R$ 1.150 à R$ 2 mil no segundo
andar, dependendo da localização, podendo
ainda ser parcelado em 3 vezes sem juros.
A taxa anual do cemitério vertical
é de R$ 34. No ato de compra, o cliente
tem direito a um contrato, seguro de
propriedade e uma gaveta perpétua, com
possibilidade de ocorrer novo sepultamento
após 3 anos. A Construtora Marcelino é
responsável pela construção do prédio e
exploração do serviço, pagando a prefeitura
uma taxa mensal. Seu proprietário, Aílton
Marcelino, explica que essa situação é
provisória: “No futuro o cemitério vertical
será da prefeitura”. Este fato soluciona a
dificuldade do Cemitério Municipal no
quesito espaço, porém no mais importante,
que é o custo, o impasse continua.
A nova opção: 200 lugares disponíveis com preços promocionais
Grupo Oque
1 Caixãosimples e prepa
1 Decoraçãocomflor
Grupo Oque
9 Caixãoe preparaçã
9 Decoraçãocomflore
Quanto custa a morte
Não estão incluídos os custos com: jazigo no Cemitério Municipal (R$ 764, 52), sepultura (R$ 200) e serviço de empreiteira (R$ 230)
Morrer em Joinville custa caro. Formalidades e falta de informação marcam esta situação inevitável.
primeirapauta@ielusc.br
Entre em Contato
O processo
funeral é classificado
pela própria funerária
em grupos. As varia-
ções de um grupo
para o outro dizem
respeito principal-
mente ao luxo. Ao
lado, um quadro com-
para os custos do
processo funeral no
grupo 1, o mais bara-
to e no grupo 9, o
mais caro.
12. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002
Entre em contato
12
E c o n o m i a
P r i m e i r a P a u t a C i r c u l a ç ã o d e C h e u q e s , d e v o
Q u a n t i d a d e V a lo r Q u a n t i d a
T r o c a d o s D e v o lv i d o s
j a n / 9 7 1 0 . 6 9 6 , 8 0 3 . 8 2 5 , 2 0R $ 1
f e v / 9 7 8 . 9 8 6 , 9 0 3 . 1 1 9 , 0 0R $ 1
j a n / 9 8 9 . 9 8 2 , 4 0 3 . 7 5 3 , 8 0R $ 1
f e v / 9 8 8 . 8 8 2 , 5 0 3 . 3 2 9 , 6 0R $ 1
j a n / 9 9 9 . 0 2 0 , 1 0 3 . 5 3 8 , 9 0R $ 1
f e v / 9 9 8 . 5 6 6 , 8 0 3 . 4 8 8 , 1 0R $ 1
j a n / 0 0 9 . 8 3 9 , 8 0 4 . 1 4 4 , 0 0R $ 3
f e v / 0 0 8 . 5 7 9 , 9 1 3 . 7 3 8 , 1 0R $ 2
j a n / 0 1 1 1 . 0 2 6 , 4 0 4 . 8 8 1 , 4 0R $ 4
f e v / 0 1 8 . 8 6 1 , 2 0 4 . 0 3 8 , 2 0R $ 3
j a n / 0 2 1 0 . 7 0 2 , 5 0 5 . 2 9 6 , 4 0R $ 5
f e v / 0 2 8 . 8 6 1 , 6 0 4 . 5 1 3 , 1 0R $ 4
> > > V a l o r e s e m R $ M I L H Õ E S e Q u a n t i d a d e e m
F o n t e d e p e s q u i s a : B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l
G r á f i c o s - J a n e i r o e F e v e r e
0
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 0 0
1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2
C h e q u e s D e v o l v i d o s e m J a n e i r o d e 1 9 9 7 - 2 0 0 2
>>>> Facilita Total Pago Perdas c/Empréstimo
Parcela
2 * * *
3 218,40R$ 655,20R$ 155,20R$
4 173,10R$ 692,40R$ 192,40R$
5 146,17R$ 730,85R$ 230,85R$
6 128,47R$ 770,82R$ 270,82R$
>>>> Losango Total Pago Perdas c/Empréstimo
Parcela
2 325,97R$ 651,94R$ 151,94R$
3 229,00R$ 687,00R$ 187,00R$
4 186,00R$ 744,00R$ 244,00R$
5 157,00R$ 785,00R$ 285,00R$
6 138,00R$ 828,00R$ 328,00R$
Valor do Empréstimo R$ 500,00
Valor do Empréstimo R$ 500,00
Financeira não é o melhor negócio
Por: Kleyton Clemente
Necessidade. Este é o motivo de
quem procura empréstimos pessoais em
financeiras de todo o Brasil. Aqui em
Joinville não é diferente. Com juros
exorbitantes estas empresas liberam o
dinheiro na hora e a burocracia, a cada dia,
é menor. Comprovante de renda, residência,
carteira de identidade e CPF são os
documentos exigidos.
As taxas de juros para
empréstimos pessoais são elevadas,
podendo chegar a 14% ao mês. Segundo a
Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac),. - empresa que acompanha o
mercado financeiro - as taxas cobradas
pelas financeiras lideram o ranking
nacional. Juros de comércio, cartão de
crédito, cheque especial, CDC-Bancos e
empréstimos pessoais em bancos e em
financeiras, nesta ordem, estão as seis
maiores taxas de juros cobradas no
mercado financeiro nos dois primeiros
meses de 2002. Em janeiro deste ano a
média da taxa de juros cobrada foi de
11,89%, com queda em fevereiro para
11,53%, uma variação de -3,03 %. A taxa
média de juros no mercado financeiro em
fevereiro foi de 7,91%. Para verificar as
taxas cobradas pelo mercado local, o jornal
Primeira Pauta visitou, no período de 11 à
17 de março, algumas empresas de
empréstimo pessoal. Tomando como base
ovalordeR$500,aquantiapagapelocliente
no final dos planos, é surpreendente.
Parcelado em seis vezes na financeira
Losango o valor fica em R$ 138,00 por mês.
Já na Fininvest, com o mesmo número de
parcelas, o valor passa para R$ 118,35,
obtendo aí, uma diferença de R$ 117,90 no
final dos pagamentos.(Ver acima ).
O empréstimo, nesta pesquisa, foi simulado
através de cheques, deixados na financeira,
no valor de cada parcela para as datas
programadas. Vale lembrar que a
circulação de cheques no Brasil, nos dois
primeiros meses do ano de 2002, passou de
19 milhões, sendo 975 mil devolvidos pela
primeira vez, e destes foram 929 mil
Cheque exige cuidado
reapresentados pela segunda vez. O rombo
chega, no primeiro bimestre, à R$ 487
milhões de reais.Os números são
assustadores. Em relação ao primeiro
bimestre do ano de 1997 ao deste ano, o
númerodechequesdevolvidospelaprimeira
vez aumentou em 735 mil documentos.(Ver
quadro abaixo).
A renegociação direta com o
credor é a melhor alternativa para quem
está com dividas no mercado, assim o
acerto de juros é menor e o devedor
pode pagar conforme a sua situação
financeira.
primeirapauta@ielusc.br
13. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 13E s p o r t e
De treinador da seleção à
categoria de base
Por: Francisco Carlos Farias
Disputar campeonatos de voleibol
ao lado de Marcelo Negrão,Tande,
jogadores considerados pela
mídia como “os melhores do
mundo”. Participar
da comissão
técnica da
seleção brasileira
de voleibol é um sonho para
muitos atletas, que se tornou
realidade para o gaúcho de Juí,
Behur Rosado de 45 anos. Ele
atuou durante muito tempo como
auxiliar-técnico no Olimpikus, São
Paulo, e hoje trabalha como
coordenador da modalidade de
voleibol das categorias de base
da Fundação Municipal de
Esportes de Jaraguá do Sul.
Rosado esteve na seleção de
88 a 90, onde dividiu a função de
técnico com Bebeto de Freitas.
“A minha ida para seleção foi
graças a ele”. “Eu o conheci em
87, na cidade de Chapecó, onde
trabalhamos juntos”, disse
Behur, afirmando que a parceria
durou até 92 no Olimpikus, em
São Paulo, quando Bebeto de
Freitas foi dirigir a seleção
italiana.
Com várias conquistas,
como Campeão de Seleções,
Paulista, da Liga Nacional de
Voleibol, Behur transferiu-se
para o Rio de Janeiro, onde
trabalhou com Renan, no
Flamengo. “Fiquei um ano lá”.
“A equipe foi vice-campeã
brasileira”.”Um ótimo titulo,
mas não para os investimentos
feitos”, disse ele. Três anos
depois, o atleta retornou a
cidade que o havia revelado,
Chapecó, quando recebeu a
proposta da Fundação Municipal
d e
Esportes de Jaraguá do Sul
para trabalhar com as
categorias de base.”Estou aqui
há um ano e meio e espero ficar
por muito tempo”.”A idéia é
formar uma equipe profissional,
para a disputa da Liga Nacional
de Voleibol”, salienta.
Sobre a questão salarial,
não quis revelar quanto,
afirmando que sua remuneração
é compatível com o que recebia
no Olimpikus, com uma
diferença de que aqui não tem
pressão por títulos. Quanto a
trabalhar com categorias de
base, o treinador argumentou
que todos os jogadores e técnicos
deveriam experimentar.”Você
aprende a ter paciência e esperar
até a porta se abrir de novo”,
concluiu Rosado.
14. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 14E s p o r t e
L
o
u
c
o
s
p
o
r
A
v
e
n
t
u
r
a
s
Existem
esportes que
proporcionam
momentos intensos de
liberdade e adrenalina.
A técnica de descer
em corda para
alcançar o solo é um
deles. Considerado um
esporte radical está
atraindo a atenção de
muita gente. O Rapel,
como é chamado, pode
ser praticado tanto por
esportitas quanto por
pessoas comuns já que há
uma variedade de níveis de
dificuldade. É uma técnica
montanhista para efetuar a
descida, na qual a pessoa desliza de
forma controlada por cordas ou
cabos, vencendo obstáculos como
cachoeiras, paredões, abismos, pontes,
etc.
Jefferson Jean Amorim e mais
quatro amigos fundaram há três anos um
grupo para que pudessem se reunir e
praticar o esporte, que se chama Loucos
por Aventura. Hoje o grupo tem doze
pessoas filiadas e cadastradas, todos
apaixonados pelo Rapel. Eles praticam em
pontes, prédios, cachoeiras, pedras, arvores,
barrancos, enfim, qualquer lugar que seja
alto e que possam fixar as cordas. Segundo
Jefferson, já passaram por muitas
experiências, e uma delas foi na cidade de
Ibirama numa ponte férrea. Estavam todos
se preparando, foram até o meio da linha e
colocaram os equipamentos. O barulho das
águas era tão forte que não permitiu notar
a chegada do trem. Pularam quinze metros
de queda livre e caíram na água gelada.
“Essa foi uma da melhores experiências”
diz ele.
Para se utilizar desta técnica, vale
lembrar alguns conselhos de Amorim. Ele
avisa da necessidade de planejar
antecipadamente e possuir um equipamento
adequado, estar em boas condições físicas
e mentais, e sempre acompanhado de
alguém que tenha algum tipo de experiência
no esporte. Esse tipo de atividade expõe o
praticante à elementos naturais poderosos
por isso é necessário seguir regras e
técnicas apuradas. De acordo com os
rapeleiros do grupo Loucos por Aventura,
juntamente ao desenvolvimento das técnicas
do Rapel é de suma importância desenvolver
t a m b é m
as técnicas de
ascensão, que muitas vezes poderão
até salvar vidas. Saber como se equipar,
estudar antes a região pré destinada ao
esporte e ainda preservar sempre o meio
ambiente são prioridades para o grupo antes
de saírem para qualquer aventura. Todos
os equipamentos são bem conferidos, e com
selos do UIAA e CE, que garantem que
todos são testados e aprovados.
Existem muitos lugares
catalogados e não catalogados por esses
esportistas, e um dos mais famosos e
tradicionais são as “cachoeiras, pontes e
cavernas”. São considerados lugares
turísticos, mas para quem já rapela, lugares
prediletos ainda são os prédios, de
preferência os que estão abandonados.
Esses lugares não são tão interessantes na
opinião de muitos rapeleiros novatos e até
mesmo alguns veteranos, mas um bom
rapeleiro prefere um prédio abandonado,
principalmente se ele domina as técnicas
de Ações-Táticas e Resgate em Altura,
confirma Jefferson, um dos fundadores do
grupo.
O Rapel tem alguns estilos bem
diferentes
de ser praticados. Rapel
em positivo que é realizado com o apoio
dos pés na parede, que é o mais normal e
conhecido entre os praticantes. Rapel em
negativo é feito sem o apoio dos pés, onde
o praticante lança-se no vácuo e desce em
queda livre. O integrantes do grupo dizem
que neste caso “a sensação do vazio é
alucinante e o clímax deste estilo é no início,
onde às vezes falta coragem para se jogar”.
Rapel guiado é normalmente usado em
cachoeiras e quedas d’água, onde é
necessário fazer um desvio diagonal da
tragetória para evitar fortes torrentes. E o
Rapel fracionado é dividido em vários rapéis
menores para encontrar um caminho mais
seguro.
A atividade do Rapel está se
popularizando com uma velocidade
incontrolável no Brasil, e para quem tem
sede de adrenalina e quer entrar para o
mundo de aventuras, deve procurar sempre
instrutores capacitados para sua maior
segurança.
Por: Juliana Batista
15. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 15
T u r i s m o
M u s e u r e v i v e a h i s t ó r i a d a c i d a d e
Por: Marino Angelino Braga Junior
Com acervo de
aproximadamente quatro mil peças,
incluindo móveis, quadros, porcelanas,
cristais, bordados, painéis, entre outros, o
Museu Nacional de Imigração e
Colonização recebe em média quinze mil
visitantes por ano.
Os móveis de jacarandá
brasileira, localizados na sala de visita, são
os mais admirados. O museu dispõe ainda
de mais três salas para exposições
temporárias, que vão desde pinturas até
objetos de cozinha.
Inaugurado no dia dois de julho de
1957, ele foi aberto ao público em 28 de
dezembro de 1961. O Museu Nacional de
Imigração e Colonização registra a memória
da imigração e colonização no sul do Brasil
a partir do processo ocorrido em 1851 na
colônia Dona Francisca, hoje conhecido
como Joinville.
Construído no ano de 1870 pelo
arquiteto Frederico Müller, o edifício sede
do museu conta com um espaço físico de
857,46 m² distribuídos em três pavimentos.
Além disso, possui um galpão e mais uma
casa enxaimel localizados nos fundos, o que
totaliza 6.101,87 m² de área.
A sede principal é composta por
quinze salas, todas ocupadas por objetos.
No andar térreo encontram-se os móveis
originais da casa. Na sala de visitas, de
jantar, no ambiente do escritório do
administrador com a mesa de estudos que
pertenceu a Frederico Brustlein, podem ser
visualizados o mapa de medição das terras
dotais dos príncipes feitos pelo engenheiro
Jerônimo Francisco Coelho em 1846, o
aparelho de jantar original da casa e
diversas peças de decoração, fruto de
doações de famílias de imigrantes. Já no
segundo piso, é possível apreciar, em
exposição permanente, a reconstituição
ambiental de um dormitório.
No Galpão, estão expostos as
carruagens, os troles, os carros fúnebres
da época e ainda os moinhos de tipiti, usados
na fabricação da farinha de mandioca. Na
casa enxaimel encontram-se todos os
móveis e objetos usados pelos colonos no
início da imigração.
Para administrar e preservar todo
esse acervo, o museu conta com um quadro
de funcionários composto por quinze
colaboradores, que ocupam as funções de
guardas, estagiários, zeladores, jardineiros,
secretária e museólogo.
O Museu Nacional de Imigração
e Colonização fica na rua Rio Branco, nº
229, bem no centro de Joinville. Para poder
visitá-lo é preciso pagar uma taxa no valor
de R$ 2,00 (dois reais).
O que existe no museu
de Imigração de Joinville
Com acervo de quatro mil peças, o local é um dos mais visitados pelos turistas que chegam a Joinville
Comissões do Diretório Acadêmico do
Curso de Comunicação Social do IELUSC
A ATUAL diretoria optou por uma forma mais
democrática para esta gestão. O Diretório Acadêmico foi
dividido em quatro comissões, com o propósito de melhor
organizar as atividades e tornar mais democrática as decisões da
diretoria.
Em cada comissão há um coordenador, mas com igual
poder de decisão dos outros membros. Há também um
coordenador geral do DA, porém a definição é meramente
burocrática, pois a decisão da maioria será acatada. Outra meta
da diretoria é aumentar a participação dos estudantes, junto dos
seus representantes de turma, nas ações do DACS.
Contatos : dacs@meugrupo.com.br
16. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 16T u r i s m o
Turismo universitário em ascensão
Por: Adriano Borges de Oliveira
Surge no mercado um novo conceito de
turismo. O turismo direcionado para
universitários, uma área pouco explorada
pelas agências, tem como público alvo,
jovens estudantes. Jovens geralmente
lembram festa, que lembram bebidas,
gerando possíveis problemas para agências
e hotéis. Esse detalhe afasta as agências
desse segmento, trabalhando apenas com
os pacotes e roteiros tradicionais de
intercâmbios e viagens para Disney. O que
as empresas de turismo ainda não
perceberam é que esse ramo do turismo é
promissor.
Organizar e fazer roteiros, reservar
e lotar o ônibus, cobrar as passagens. Quem
ainda não se defrontou com alguns desses
problemas no momento de viajar? Muitos.
Principalmente grupos de estudantes,
próximos da conclusão do curso superior.
Eles, além dos preparativos da formatura,
normalmente planejam excursões de
confraternização. A razão dos estudantes
procurarem este tipo de serviço tem origem
na falta de tempo e no acúmulo de
responsabilidades dos dias atuais.
Baseado nesse fator foi criado a
agência Unitravell Viagens Universitárias
com o objetivo de proporcionar aos
estudantes viagens com divertimento e
visitas a locais relacionados à área de
estudo. Composta por dois estudantes, esse
é o terceiro ano de atuação da empresa que,
mesmo sem sede própria, começa a dar
seus primeiros passos. Adriano Borges foi
o estudante responsável pela iniciativa e
obteve ajuda de GiselléAraújo para realizar
o projeto.
A primeira viagem organizada pela
UnitravellViagens Universitárias aconteceu
em outubro de 2000. No início, a idéia era
levar apenas um grupo de 45 pessoas.
Porém, a informação se espalhou pela
faculdade, despertando interesse no grupo
e fazendo com que mais um ônibus fosse
preenchido, chegando a 80 pessoas. Nesse
grupo participaram estudantes do curso de
comunicação social com habilitações em
Jornalismo e Publicidade e Propaganda do
Ielusc. Na oportunidade os universitários
puderam participar das gravações do
Programa do Jô Soares na Rede Globo,
além de visitar os estúdios da Tv Cultura e
o maior parque gráfico da América Latina,
o Jornal Folha de São Paulo.
Grupo de estudantes em frente ao MASP em São Paulo
Também conheceram um pouco
mais da história do Brasil, visitando o
Museu do Ipiranga. Na exposição
permanente, que acontece no Museu de
Arte Moderna de São Paulo – Masp –, eles
apreciaram obras de arte de grandes nomes
mundiais como Van Gogh, Pablo Picasso,
Monet e Candido Portinari, despertando o
interesse pela arte e ampliando assim o
acervo cultural de cada estudante.
A proposta do roteiro, dirigido
especialmente para o interesse do público
universitário, foi o que contribuiu
significativamente para o sucesso dos
negócios. Agora mais 80 estudantes do
Ielusc, Univille, Udesc e Furb estão se
preparando para mais uma viagem,
conhecimento e diversão. Em julho, o
destino do novo grupo será São Paulo.
Por: Patrícia Tavares de Azevedo
Algumas festas já são
conhecidas do grande
público, trazendo
anualmente um grande
fluxo de visitantes, como
o Festival de Dança de
Joinville, a Fenachopp e
a Festa das Flores
O turismo de eventos vem
transformandoJoinvillenoquartomaiorpólo
receptor de turismo no Estado.A máquina
do turismo – hotéis, pousadas, restaurantes
e comércio, não vive apenas de quem quer
gozar as férias. Viagens de negócios,
embora representem menos de 5% do total
catarinense, é um dos segmentos que mais
cresce no município.
Juntamente com o Centreventos
Cau Hansen, instalou-se em Joinville o
Convention &Visitors Bureau, órgão misto
responsável pela captação de eventos, que
tem como mantenedores órgãos públicos,
setoriais de turismo, associações e entidades
de classe. De cinco anos para cá, a indústria
deixou de ser o carro-chefe do setor
produtivo e passou a dividir espaço com o
setor de turismo e prestação de serviços.
Joinville tem hoje mais de 30
hotéis que, junto com pousadas, oferecem
3,5 mil leitos.
ParaVilmar de Souza, gerente da Promotur,
empresa responsável pelas ações de
marketing turístico do município, “ainda há
falta de leitos, mas dentro de três anos
Joinville possuirá a segunda maior
capacidade hoteleira do Estado, decorrente
do investimento de várias redes hoteleiras
na cidade”. O
aumento será de
25% na capacidade
de leitos.
E s p a ç o
p a r a a
concretização de
eventos é o que
não faltam na
cidade, como o
Complexo Cultural
A n t a r c t i c a
inaugurado no ano
de 2001 que já
sediou eventos
como a Vinveneto
e a 1ª Mostra de Teatro Cena 1, a Expoville,
no acesso principal da cidade as margens
da BR 101, com uma área total de 360 mil
m² mais um pavilhão de 8,5 m² quadrados
com capacidade para 24,1 mil pessoas em
pé, o auditório do Banco do Brasil entre
muitos outros espaços que podem ser
utilizados para a atividade, comportando
eventos de pequeno, médio e grande porte.
Questionado sobre a falta de
e v e n t o s
artísticos na
cidade, Valdir
Valendovkki,
responsável
p e l o
Convention
Bureau, afirma
que o retorno
financeiro com
congressos e
feiras é maior
para o
município. Já
Vilmar alega,
que faltam
profissionais organizadores de eventos
artísticos na cidade; “Acredito que o poder
público pode gerar uma estrutura para a
realização desses espetáculos, mas faltam
empreendedores, empresas que possam
atrair esses eventos”, diz.
17. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 17T e c n o l o g i a
Alfabetização digital: navegar é preciso
Divulgação
A Constituição Brasileira
assegura ser a alfabetização um princípio
básico da cidadania. Mas segundo dados
do IBGE, ainda inacessível para mais de
13,3% dos seus habitantes, um universo
superior a 15 milhões de pessoas.
Em Joinville, as parcerias entre
entidades filantrópicas, educacionais e
governamentais têm possibilitado o acesso
ao “mundo digital” a centenas de estudantes
e pessoas de baixa renda. Estes projetos
ligados à informática visam de maneira
geral proporcionar o contato com as novas
tecnologias, bem como a preparação para
o mercado de trabalho. Os coordenadores
destes projetos expressam também a
preocupação de desenvolver nestes
cidadãos outras habilidades pessoais como
criatividade, iniciativa, espírito crítico, auto-
estima e a capacidade de selecionar as
informações que recebem e transformá-las
em conhecimento. O intuito é fazer com
que o termo alfabetização digital signifique
maisqueumahabilidadebásica parautilizar
um computador e navegar na Internet.
Internet auxilia na educação de crianças carentes em Joinville
Desde março de 1981, a
Associação Joinvilense para a Integração
dos Deficientes Visuais (Ajidevi) presta
atendimento a crianças, adolescentes e
adultos portadores de deficiência visual.
Possui 200 associados e presta atendimento
a 130 pessoas.
Além dos cursos de reabilitação,
grupo de jovens e oficina de artesanato, foi
criado em dezembro de 2001 um laboratório
de informática. Esta ferramenta visa
possibilitar o uso pessoal, profissional e até
mesmo superar barreiras de ensino para os
deficientes visuais. Hoje 24 pessoas, entre
adultos e crianças cegas e de baixa visão,
utilizam o laboratório composto por quatro
microcomputadores comuns, obtidos
através de doação. O diferencial desse
laboratório é um software especial chamado
“Dosvox”.
Conforme o instrutor Osmar
Pavesi esse sistema operacional, criado pelo
núcleo de computação eletrônica da
Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ),
permite o uso de um sintetizador de voz que
conversa com o deficiente em português, e
sem sotaque, desempenhando uma série de
tarefas.
Pavesi adquiriu o dosvox em 95,
e desde então tem aperfeiçoado seus
conhecimentos em informática. Ele explica
que o primeiro passo é o treino da digitação,
e para muitos a fase mais cansativa. Cada
letra digitada é repetida digitalmente, e o
contato diário de duas a três horas/dia
possibilita que se leve, em média duas
semanas para gravar os sons.
Jackson dos Santos, 19 anos, ficou
cego há pouco mais de um ano em função
de um acidente. Após seis meses
demonstrou excelente habilitação e hoje é
um dos que mais se destaca no curso de
informática.
Oportun
Oportunizar
conhecimentos
A UDESC (Universidade do
Estado de Santa Catarina), iniciou em
outubro de 2001, dois projetos de extensão
na área de informática.Aidéia é oportunizar
conhecimentos na área à pessoas que não
tem acesso, tornando-a uma ferramenta,
como afirma Álvaro Tancredo Dippold
Junior, coordenador do programa.
O curso de “Alfabetização
Tecnológica em Informática” tem a duração
de três meses e é oferecido aos alunos
carentes da rede pública e estadual de
ensino. A seleção dos candidatos é de
responsabilidade da Secretaria Municipal da
Educação e da Secretaria Estadual da
Família.
O curso freqüentado por 180
alunos, já faz parte da vida de adolescentes
como Maricléia Regina da Rosa, 15 anos,
e Jonatan Rodrigo da Silva, 14 anos, ambos
na 8.ª série do ensino fundamental. Eles
mostram satisfação de terem feito o curso.
Outro projeto, “A Internet e a
Comunidade da Terceira Idade”, acontece
todos os sábados durante um mês. Também
oferece conhecimentos fundamentais da
área como word e internet..
Qualificação
Profissional
Das entidades filantrópicas de
Joinville, a Legião da Boa Vontade, com 52
anos de existência, atua há 22 anos na
cidade.
O curso de informática básica
existe desde 98. É mantido com recurso das
doações e oferecido gratuitamente à
comunidade. A entidade disponibiliza 48
vagas para um curso intensivo em dias úteis.
Wilson Bigas, coordenador da
área social, destaca como um dos objetivos
do curso, a inserção e a manutenção de
pessoas no mercado de trabalho. Conta
com a parceria da Secretaria Estadual de
Educação, responsável pela seleção dos
candidatos.
Por: Keltryn Wedland
18. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002 18
S a ú d e
Atendimento do hospital
infantil começa em julho
Por: Adriana Caroliny Silvy
Inaugura, no início do segundo semestre desse ano, o Hospital Infantil. As
obras, orçadas em R$ 25 milhões - sem os equipamentos, foram retomadas
no dia onze de janeiro de 2002, após parecer favorável do Tribunal de Contas
do Estado (TCE).
O hospital, com uma área de 17.500 mil m2
,contará com cento e oitenta
e nove leitos divididos em três blocos. O bloco “A” terá seis pavimentos, o
“B” terá três e o “C” um pavimento. O custo total ficará em torno de R$ 40
milhões, incluindo todos os equipamentos necessários. A obra está sendo
financiada pelos governos federal e estadual.
A unidade será referência estadual no atendimento de crianças, jovens
e gestantes. O Secretário de Estado de Saúde, João José Cândido da Silva,
anuncia que o Hospital Infantil prestará assistência à mulher, mãe, à criança
recém-nascida, à criança em evolução e ao adolescente até seus dezessete
anos. “Acompanharemos a criança do útero até seu completo
desenvolvimento”, relata o Secretário.
Já o Secretário Adjunto da Saúde, Norival Silva, avalia que o Hospital
Infantil ajudará a diminuir a lotação em outras unidades de saúde da região,
liberando os leitos hoje ocupados por crianças, para o público adulto.Aunidade
terá sete UTIs neonatais e dez infantis. “Não só Joinville, como todo o Norte
Catarinense, será amplamente beneficiado com a construção do Centro
Materno Infanto Juvenil”, finaliza o SecretárioAdjunto.
O Chefe de Planejamento da 13ª Regional de Saúde, Roland Ristow
Junior, afirma que o Hospital Infantil estará capacitado para realizar mais de
oitocentos procedimentos por dia, podendo realizar ainda cerca de cento e
Secretária vê problemas
na área da saúde
Pronto socorro do hospital municipal São José é alvo das maiores reclamações dos
joinvilenses. Heberardth (no detalhe) diz que é difícil agradar a todos.
Quase todas as pesquisas
realizadas junto à população joinvilense
sobre o que considera prioritário para
melhorar a qualidade de vida, apontam a
saúde como uma das mais importantes. A
comunidade reclama do atendimento nos
postos de saúde, reivindica melhorias nos
serviços oferecidos e na distribuição de
remédios à população mais carente.
A secretária da Saúde de
Joinville,TâniaEberhardt,assumiuem2000
e, desde lá, vem reformulando a área com
o objetivo de melhor atender à comunidade.
Ela rebate as críticas da pesquisa, ao
afirmar que o problema da área é, hoje,
mais cultural e de educação, que de falta
de recursos.
Primeira Pauta: Qual a sua visão
sobre a qualidade no atendimento à
população pelo setor público na área de
saúde?
Secretária: Eu costumo dizer que
não há quem faça tudo corretamente e que
o dia em que acharmos que fizemos tudo,
ainda assim estará faltando alguma coisa.
Você não satisfaz a gregos e troianos, há
sempre alguém criticando. Será que o
número de pessoas que reclamam do
atendimento é significativo dentro de um
quadro de 4,5 milhões de procedimentos ao
ano, realizados pela secretaria? Essa é uma
pergunta que eu gostaria de deixar no ar.
PP: A senhora afirma que a Saúde
em Joinville cresceu em qualidade, foi
reestruturada. Quais foram os serviços
implantados e que fatores contribuíram para
a reestruturação?
Secretária: A Secretaria da Saúde
estava com uma grande dívida no início da
gestãodoprefeitoLuizHenriquedaSilveira.
Para reverter esse quadro, decidiu-se
devolver os dois hospitais do estado, pois
causavam um alto custo ao município.
Quando assumi a Secretaria tínhamos 5,5
milhões de reais em dívidas e, em menos
de dois anos, quitamos isso. Investimos em
reformas dos postos de saúde, na compra
de medicamentos, na ampliação da rede
(construímos mais sete postos de saúde),
criamos mais oito equipes para o Programa
de Saúde da Família (PSF). Aumentamos
em 60% o abastecimento de medicamentos
nas prateleiras, não faltam mais insumos nos
postos de saúde.
PP: E a dengue? Quais os trabalhos
da secretaria na prevenção da dengue?
Secretária: Quando o
Ministério da Saúde previu, em 1998, a
possibilidade de epidemia da dengue no
país,eledistribuiurecursosparaquetodos
os municípios brasileiros fizessem a
prevenção.Joinvillecontratouumaequipe
e fez absolutamente tudo o que foi
determinado. Não temos dengue na
cidade. ObairroAméricaconstitui-seem
um problema. A comunidade impede o
acesso dos agentes. Os moradores saem
defériasedeixamapiscinasemtratamento
durante esse tempo.
PP: Faz parte do projeto da
Secretaria atuar na mudança de cultura e
educação da população?
Secretária: A gente vem
trabalhando nesse sentido e eu diria que
precisaríamos trabalhar muito mais. Por
exemplo, o fumante é um cara consciente.
O governo já investiu e ainda investe muito
em publicidade nesse país para mostrar os
danos que o cigarro pode causar. No
entanto, as pessoas continuam fumando.
Oferecemos todos os cuidados e formas de
prevenção possíveis.no entanto, o que elas
fazem em seus lares, nós não podemos
controlar. Estamos trabalhando com os
conselhos locais de saúde para que ajudem
na conscientização das pessoas em todos
os lugares, em todos os momentos. Embora
a constituição diga que a Saúde é dever do
Estado, você deve ter, acima de tudo,
respeito e responsabilidade para com a sua
saúde.
Entre em contato
primeirapauta@ielusc.br
19. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002
A c e s s e
www.ielusc.br/revi
Revista eletrônica do Curso de
comunicação Social do IELUSC
C u l t u ra
Leitura não é prioridade em Joinville
Apesar de todo o potencial de
Joinville e de seu desenvolvimento
econômico , existe um setor pouco
explorado.Acultura, que em outras cidades
do Estado é valorizada na”cidade dos
príncipes”não avança. Para Margarethe
Drefhal, proprietária da livraria Midas há
17 anos , o povo joinvillense não cultiva o
hábito da leitura. As poucas livrarias da
cidade lutam para manterem-se abertas.
Mesmo vendendo entre 120 a 160 livros por
dia, ela não está satisfeita com os negócios
e acha que o povo deveria ler mais.
Conforme a empresária , as
crianças estão lendo mais. O crescimento
dos livros infantis atestam isso. Para
aumentar as vendas dos infanto-juvenis,
Margarethe vai promover um curso de
literatura , que visa incentivar cada vez mais
a leitura . Na visão da empresária, nada
substitui uma boa leitura . “Para se ter uma
leitura mais completa , deve se ler livros e
revistas. O Brasil passa por uma excelente
fase , em termos de literatura”afirma
Margarethe.Ela acrescenta que existem
excelentes autores brasileiros ,
principalmente no gênero infantil . Para
finalizar a negociante mostra-se otimista e
acredita que só não lê quem não quer, e
cita o Sebo como uma das opções para
quem dispõe de poucos recursos .
Ela vai mais além e adverte . “Para
se formar cidadãos conscientes e
preparados para transformar o Brasil numa
grande Nação , tem que haver desde cedo
muita leitura”
Sebo :opção para
maioria da população
Com a atual crise econômica
que abala o Brasil, o poder aquisitivo do
povo joinvillense vem diminuindo
diariamente. Em conseqüência disso , a
leitura fica em segundo plano uma opção
alternativa, é recorrer aos Sebos
O gerente do Sebo, Renaldo Oliveira ,
atribuiu o sucesso do seu negócio ao alto
custo dos livros .Nas livrarias , eles custam
em média R430 reais e nos Sebos os preços
variam de R$1,00 até R$15reais . Ele
concorda com Margarethe sobre o fato do
povo joinvillense ler pouco. Eles não
cultivam o hábito de ler “, completa.
A falta de incentivo á leitura , na
opinião do empresário , têm raízes no
próprio governo . Para ele , os dirigentes
do Brasil preferem um povo sem cultura .
Em outros paises , é um fator primordial .
Os Sebos, além de livros , comercializa
fitas de vídeo , revistas e discos .
Por: Maria Avelina Araujo Selbach
Na atual crise econômica sebos viram opção para comprar livros mais baratos. Os preços variam de R$ 1,00 a R$ 15,00.
19
20. Jornal Primeira Pauta Abril - Maio / 2002
C u l t u ra
Filmes americanos desbancam
os nacionais
O movimento nos cinemas de
Joinville tem decaído muito nestes últimos
anos. O gerente de programação da
Empresa de Cinemas Arco Íris Herbert
Holetz credita a culpa à TV por assinatura
easvideolocadoras.“Pelaprópriacondição
financeira do brasileiro, as pessoas estão
preferindo a comodidade de assistir a um
filme em casa, do que se deslocar a um
cinema e gastar com o ingresso, o
estacionamento, a comida e o
combustível,”segundoHoletz.
Os poucos espectadores que vão a
um cinema ainda preferem um filme
americano, ao invés de um filme nacional.
Noventa por cento das salas é ocupada por
fitascomerciais,oquefezcomqueosfilmes
nacionais fiquem tão pouco tempo em
cartaz, pois não existe público suficiente
para assisti-los. “O preconceito é muito
grande com o filme brasileiro”, garante
Herbert. As fitas nacionais que tiveram
maior bilheteria foram Central do Brasil e
Eu,Tu,Eles.Asfitasamericanas“OSenhor
dosAnéis–ASociedadedoAnel”eoarrasa
quarteirão “Titanic” foram as que tiveram
as maiores bilheterias desde que o cinema
foi inaugurado há seis anos.Aexpectativa
é que a estréia de “O Homem Aranha”
deve ser mais um sucesso de público.
Nestes quase 55 anos trabalhando
em cinema, Herbert Holetz lembra com
saudades de clássicos como “E o Vento
Levou” e “Ben-Hur”, filmes que
marcaram toda uma época.
“Os filmes de hoje em dia
perderam o glamour que se via nos de
antigamente.Aspessoasseproduziampara
ir ao cinema, diferente do que se vê hoje
em dia e os ingressos estão muito baratos,
o que acabou popularizando demais o
cinema e o transformando numa opção de
lazercomoqualqueroutra”,declaraHoletz.
Segundo ele, um dos poucos filmes
nacionais que foram prestigiados pelo
públicofoi“OCangaceiro”,emumaépoca
em que não havia patrocínio ou incentivos
do governo federal.
Um espaço alternativo de cinema,
inauguradoanopassadoemJoinville,
dentro do
Complexo Cultural daAntarctica
tem apresentado ciclos de cinema e tem
atraídoumpúblicoseleto.Osfilmesdomês
deabrilforamdedicadosaocinemaoriental,
como o filme “Sonhos”, do japonêsAkira
Kurosawa e os do mês de maio são
dedicados ao mestre da comédia
americana,ocineastaBillyWilder,falecido
recentemente.Filmesbrasileirostambémjá
foram mostrados nesta sala. “O espaço
pretende atrair pessoas interessadas em
assistir filmes de arte e fugir do cinema
comercial que domina praticamente todas
as outras salas”, afirma Edson Machado,
diretor da Fundação Cultural de Joinville,
queéaresponsávelpelasmostrasdefilmes.
Por: Maurício Rodrigo de Oliveira
Movimento em cinemas diminuiram significamente nos últimos anos.
20
E x p e d i e n t e
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social
Instituto Superior e Centro Educacional
Bom Jesus /IELUSC
[ IELUSC - www.ielusc.br ]
Diretor Geral
Tito L.Lermer
Diretor do Curso
Edelberto Behs
Professora responsável
Mariângela Torrescasana
==================================
PRODUÇÃO DO 5º SEMENTRE DO CURSO DE JORNALISMO
Diagramação
Kleyton Clemente
Participaram desta edição
Adriana Caroliny Silvy
Adriano Borges de Oliveira
Aleczandra Krysna Michalski Piazza
Angela de Thomaz Domingues
Edelamar Negherbon
Elaine Cristina Dias da Silva
Eunice Venturi
Flavia Maria Moreira
Francisco Carlos Farias
Glaene Vargas
Igor Ristow Wippel Schlenburg
Juliana Batista
Karla de Assis Pereira
Keltryn Wendland
Kleyton Clemente
Luciana Karine Soares
Marco Aurélio Braga Rodrigues
Maria Avelina Araujo Selbach
Marino Angelino Braga Junior
Maurício Rodrigo de Oliveira
Patrícia Tavares de Azevedo
Paulo Romão de Morais
Simone Isabel Klein
Fotografias
Renni Alberto Schoenberger
Editor
Marco Aurelio Braga Rodrigues
Sub-Editora
Elaine Cristina dias da Silva
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Escreva para o Primeira Pauta : A/C Curso de Comuni-
cação Social - Jornalismo / Rua: Alexandre Dohler, 56
centro - 89201-260 - Joinville - SC (47) 4330155
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