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e têm muito mais...
“Como comunicólogo, pro-
meto buscar meus ideais,
seguindo a meta de traba-
lho livremente escolhida.
E da mesma maneira, comu-
nicar com ética, honesti-
dade e responsabilidade
aquilo que me foi
transmitido. Prometo
remover todos os obs-
táculos que impeçam
a afirmação cada vez
maior entre os se-
res, e fazer com
que possam compre-
ender a
transcendência da
comunicação e sua
função na sociedade
e humanidade”.
EU
PROMETO
!
Novembro2001
afirmando uma tendência à subser-
viência ideológica e uma falta de
compromisso com a investigação
das origens do fato.
Agrandemaioriadasredesde
TV,aindaembriagadascomaquan-
tidade de imagens do ato terrorista
edesuasconseqüências,concentra-
ram sua cobertura no espetáculo
dantesco da destruição e na divul-
gação de tragédias pessoais. Do
pontodevistadojornalismofactual,
exageraramnaexposiçãodascenas
do atentado, enquanto deixavam
pouco espaço para a jornalismo
investigativo.
Pouco se tem mostrado
acerca da raiz do ódio promotor
dessa tragédia. Pouco se fala sobre
os conflitos promovidos pelos pró-
priosamericanos,participantesnem
sempre leais do jogo pelo poder e
neta sem que ela pudesse, sequer,
esboçar uma reação de defesa.
Em vez disso, os americanos
assistiram pelaTV, estupefatos, as-
sim como o mundo, a destruição de
algunsdosmaioressímbolosdesua
hegemonia.Depoisdaexpressãode
pesar pela perda de milhares de vi-
das inocentes, as atenções voltam-
se agora à reação dos Estados Uni-
dos.
Amídiainiciouacoberturada
primeira guerra do século 21. Mas,
a julgar-se pela forma como cobriu
o incidente, como deveria ser a co-
bertura dessa guerra?
A análise das manchetes dos
principais jornais brasileiros do dia
12 de setembro traz algumas
constatações interessantes. Muitos
veículos tomam os Estados Unidos
como sendo o centro do mundo, re-
Opinião Primeira Pauta
Poucoseventosnahistóriada
humanidadetiveramumacobertu-
ra tão dramática como os atenta-
dos terroristas ao World Trade
Center, em Nova York, e ao
Pentágono,emWashington,nodia
11 de setembro.
O choque do primeiro avião
com uma das torres trouxe todo o
aparato da mídia para uma posi-
çãodealerta,diantedoque,aprin-
cípio, cogitou-se ser um acidente.
Osegundoaviãoenvolvidotrouxe
umaconfirmaçãoeumfatohistóri-
co: era um atentado terrorista e es-
tava sendo visto por milhões de
pessoas pelaTV, ao vivo.
A comoção que se espalhou
por todo o mundo deveu-se, em
princípio, ao fato de estar sendo
atacado o coração da maior po-
tência econômica e militar do pla-
A imprensa diante da nova guerra
João Luiz Kula
joao_kula@bol.com.br○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Quando começamos a pensar
em uma tentativa de redesenhar a
cartografia jornalística atual,
deparamo-nos com um parecer que
despreza a inteligência, a necessi-
dade da investigação, ao direito à
informação com qualidade.
A decisão da juíza Carla
Rister, da 16a
Vara Cível da Justiça
Federal de São Paulo, em suspen-
der liminarmente a exigência do di-
plomadejornalismo,decertomodo,
nos fez um favor. Depois de muito
tempo voltamos a discutir o nosso
papel junto à sociedade, a exigên-
cia de uma bagagem cultural mais
sólida e de qualidade, a adoção de
um comportamento realmente éti-
co.
A posiçào da juíza também
Caro Amigo Leitor
hegemoniapolíticamundial.
Nada justifica tal ato por parte
de fanáticos, sejam de qual etnia ou
religião forem. Mas pouco se ques-
tiona a respeito da influência da po-
lítica americana e suas conseqüên-
cias sobre a vida de países no Ori-
ente Médio ou sudeste da Ásia.
Estamos assistindo a mais
uma guerra de “videogame”, cujas
principais vítimas são pessoas tão
inocentes quanto os mortos e feri-
dos dos edifícios gêmeos de
Manhattan.
Muitasimagensespetaculares
ainda serão mostradas. Espera-se
que a imprensa, ao menos a de fora
dos Estados Unidos, consiga des-
vencilhar-se da censura militar e da
contra-informação, eprocureexer-
cer, finalmente, o seu papel de in-
vestigar,analisareesclarecer.
abriu para o debate uma questão
importante: “Que diferencial nós te-
mos que ter para não sermos obri-
gados a aceitar argumentos utiliza-
dos por ela?” Achamos que esse
diferencial começa aqui, na acade-
mia.
Entendemos ser este o espa-
ço fértil para a criatividade fluir, sem
filtros, sem medos, com temperos
éticos e humanitários. Experimen-
tar é a palavra chave. Ela abre as
portas do conhecimento, transfor-
mando-a na maior riqueza do mun-
do: a informação.
Essa riqueza não se adquire
de graça. É preciso competência.
É preciso ter ousadia. Esse é o pro-
jeto do Primeira Pauta 18.
(Mariângela Torrescasana)
Já está no ar a nova página
da revista eletrônica - REVI. Com
uma nova proposta, a Revi pretende
abordar temas acadêmicos e abrir es-
paço para os estudantes exporem
suas produções científicas.
Direcionada aos acadêmicos do cur-
so de Comunicação Social a revista
virtual - REVI, traz muitas informa-
ções sobre os cursos. A página está
no ar desde junho.
O projeto pedagógico está
sendo coordenado pelos professores
Gastão Cassel e Jacques Mick. Na
produção , os acadêmicos, Claudio L.
Augusto (Jornalismo 6º), Emannuelle
Viera Torres ( Jornalismo 8º) e
Luciano Zinelli da Rosa (Jornalismo
6º). O endereço da Revi é:
www.ielusc.br /revi
EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE
Jornal Laboratório do Curso de Comuni-
cação Social - Jornalismo - do Instituto
Superior Luterano de Educação de Santa
Catarina- IELUSC www.ielusc.br
Diretor Geral: Tito L. Lermen Diretor do Cur-
so: Edelberto Behs Professora Responsá-
vel: Mariângela Torrescasana Diagramação:
Claudio Lucio Augusto e Gisélle F. de Araújo
Produção: 6º semestre Participaram dessa
edição: Adriana Cradoso, Albertina Camilo,
AlessandradaCosta,AltairNasario,AraceliHardt,
Charlene Serpa, Clailton Breis, Claudio L.
Augusto,Cleber Coelho,ElisadaSilva,Esther
M.Reschiliani,GisélleF.deAraújo,GiselliSilva,
Jean Helfenberger, João L. Kula, Josi Tromm,
Lisandra de Oliveira, Luis Fusinato, Manoela
Borba, Maria Avelina Selbach, Marilia C. M.
Maciel, Martín Fernandez, Renata F. de
Camargo,TaisaPimentel,LucianoZ.daRosa.
Escreva para nós: A/C Curso de Comunica-
çãoSocial-JornalismoRua:AlexandreDöhler,
56 Centro 89201-260 Joinville-SC
Tel.: (47) 4330155 Correio eletrônico:
primeirapauta@ielusc.br
○○○○○○○
○ ○
2
SS
anta Catarina é o maior ex-
portador de móveis do Bra
sil.As indústrias concentram-
se no pólo de São Bento do Sul, a 70
Km de Joinville. Os Estados Unidos
são o principal comprador dos pro-
dutos catarinenses e o setor
moveleiro/madeireiro é o segundo
maior empregador do país, atrás ape-
nas da indústria automobilística. Só
em São Bento do Sul, cerca de dez
mil pessoas vivem da produção de
móveis. Por tudo isso, os atentados
terroristas aos Estados Unidos trou-
xeram motivos de sobra para preo-
cupar os empresários do setor
moveleiro. No entanto, o início da
guerra contra o Taleban, ao contrá-
rio do que se esperava, descortinou
perspectivas otimistas.
O consultor do Programa Na-
cional de Incremento às Exportações
Moveleiras para o mercado norte-
americano, Jeff Holmes, prevê um
aumento nas vendas para os Esta-
dos Unidos. O conflito com o Orien-
te tende a diminuir a compra de mó-
veis da China e a beneficiar os bra-
sileiros. Os norte-americanos são res-
ponsáveis pelo consumo anual de
US$ 13 bilhões em móveis. O volu-
me total exportado pelo Brasil, no ano
passado, foi de US$ 485 milhões,
dos quais os Estados Unidos compra-
ram 35%.
As exportações deste primeiro
semestre, antes dos atentados terro-
ristas, tiveram incremento de 17% em
relação ao mesmo período do ano
passado. Mesmo sem o cancelamen-
to de pedidos, os moveleiros prefe-
rem agir com cautela. O carioca
Sávio Visconti, consultor de indústri-
Economia
Guerra traz incertezas para a
indústria moveleira
Estados Unidos são o principal cliente do Brasil na compra de móveis.
Principal pólo exportador é catarinense
Marília Maciel
grifos@matrix.com.br
Marília Maciel
Móveis: Meta é exportar US$ 600 milhões em móveis este ano
as moveleiras, recomenda a pesqui-
sa de novos mercados. “Não é de um
momento para outro que se conse-
gue mudar design, ritmo de produção,
então é preciso precaver-se”, acon-
selha. Um levantamento de países
importadores de móveis aponta os ni-
chos promissores. Aparecem na lis-
ta o Caribe, Angola, Moçambique,
África do Sul e Nigéria. “Talvez por
preguiça, falta de incentivo ou de in-
formação, normalmente as empresas
de móveis não se interessam muito
por estes lugares”, destaca Visconti.
Na América do Sul aparecem a Bo-
lívia, Chile, Guiana Francesa, Peru e
Venezuela. Na América Central des-
pontam Costa Rica, Cuba, El Salva-
dor, Guatemala, Guadalupe, Haiti,
Jamaica, Martinica, Panamá. Esta lis-
ta não inclui país que compre menos
de US$ 25 mil/mês em móveis.
Visconti alerta: a concentração de
vendas, seja aos Estados Unidos ou
para a Europa é perigosa em tempos
de guerra.
Para o agente exportador Luiz
Garcia, da Planor/Primex, as vendas
até o final do ano acontecerão nor-
malmente. O receio fica por conta
do primeiro trimestre de 2002. “Não
sabemos o que pode ocorrer se hou-
ver contra-ataque dos Talebans. Se
os consumidores comprarem normal-
mente no final de ano, os estoques
baixam e haverá novos pedidos. Se
não houver diminuição dos estoques,
não teremos novas encomendas”,
analisa.
Se a guerra não atrapalhar, o
Brasil pretende exportar US$ 600
milhões em móveis até dezembro e
chegar a US$ 1 bilhão até 2003.
3Novembro2001
Primeira Pauta
E x p o rta ç õ e s b ra s ile ira s d e m ó v e is
1996
1998
2000
2002
2004
385,2m il. 485 m il. 600 m il. 1
P rin c ip a is E s ta d o s E x p o rta d o re s
0 ,0 0 %
1 0 ,0 0 %
2 0 ,0 0 %
3 0 ,0 0 %
4 0 ,0 0 %
5 0 ,0 0 %
Santa
Catarina
Rio
Grande
doSul
Paraná
São
Fonte:Abimóvel
Novembro2001
AA
informática vem promoven-
do,emespecialnosúltimos30
anos, a maior e mais rápida
transformação nas relações econômi-
cas já presenciada pela história. Muito
mais do que as grandes navegações
ou a revolução industrial, a aplicação
dos computadores na gestão das em-
presas sua utilização no campo das
telecomunicações, têm proporciona-
do modificações sem precedentes na
forma como as empresas se relacio-
nam.
A capacidade cada vez mai-
or de comunicação instantânea, a
qualquer parte do planeta, tornou pos-
sível para as empresas a busca por
possibilidades de negócios em locais
cada vez mais distantes, provocando
acirramento na disputa pelos merca-
dos. O mundo entrou, assim, na era
da economia globalizada. Essa situ-
ação exigiu de empresários a adoção
de novos modelos de gestão. O re-
sultado imediato da mudança na for-
ma de administrar as empresas foi a
busca pela redução de custos e a ra-
cionalização de processos e, mais uma
vez, a informática foi o instrumento
para se atingir esses objetivos.
O empresário da era da in-
formação deve estar em sintonia com
o que a tecnologia põe à sua disposi-
ção. “O empresário do século XXI
deve ser muito bem atualizado
tecnologicamente. A tecnologia efe-
tivamente vai impulsionar os negóci-
os”, afirma MiguelAbuhab, presiden-
te da Datasul S.A., maior empresa
produtora de software de gestão em-
presarial do Brasil. “Além das carac-
terísticas de ser empreendedor, inde-
pendente, o empresário precisa ter
visão,conhecimento tecnológico”,
completa Abuhab.
Em decorrência desse cená-
rio surgiu mais um elemento para
compor a complexa equação cujo re-
sultado são as relações econômicas
Economia
Conhecimento: a chave para a
sobrevivênciaJoão Luiz Kula
joao_kula@bol.com.br
do mundo moderno: a informação.
Empresas passaram a dar cada vez
mais valor ao conhecimento antes dis-
seminado por seus setores e que, uti-
lizado da forma correta, transforma-
se nesse elemento, cuja aplicação
pode fazer a diferença entre o suces-
so ou o fracasso. Descobriu-se que
não apenas números e bens de capi-
tal de uma organização possuem va-
lor estratégico, mas também a expe-
riência e a capacidade de aprendiza-
do de seus funcionários.
Com a informatização das
empresas e o aperfeiçoamento de
seus processos, a situação da mão-
de-obra mudou de forma considerá-
vel. Atualmente, candidatos aos pos-
tos de trabalho precisam ter mais ins-
trução e um grau de especialização
mais elevado em comparação com a
situação de anos atrás. O perfil, ago-
ra exigido dos trabalhadores, faz o
empresariado se preocupar em inves-
tir ainda mais em cursos e treinamen-
tos para poder obter maior produtivi-
dade em suas linhas e melhor quali-
dade em seus produtos. E todo esse
investimento, que poderia ser even-
tualmente perdido caso o funcionário
saísse da empresa, passa aos poucos
a tornar-se palpável. Na economia da
era da informação, o conhecimento
transformou-se em um ativo concre-
to.
Assim, com um elemento
novo, a informação, a ser considera-
do pelos empresários, surge a ques-
tão: como mapear, quantificar e, en-
fim, obter retorno dessa riqueza que
repousa, invariavelmente, na cabeça
dos funcionários? Uma nova discipli-
na, antes restrita apenas aos debates
acadêmicos, começa a ganhar cada
vez mais espaço: a Gestão do Conhe-
cimento. Gestão do Conhecimento
pode ser definida como uma forma
de estimular a criação de um ambi-
ente na empresa onde o conhecimen-
to acumulado com a experiência de
seus funcionários possa circular livre-
mente, tornando-se acessível a todos
os seus componentes.
“A Gestão do Conhecimento compre-
ende muitos conceitos complexos e
também muita mudança de compor-
tamento e culturas de trabalho. Po-
rém não é modismo, é diferencial
competitivo e o único caminho para
sobrevivência das empresas nesta
tempestade de informações que acon-
tece em velocidade nunca antes re-
gistrada.Ter a informação certa, com-
pleta, atualizada e disponível em lo-
cal conhecido é apenas um pequeno
resultado da Gestão do Conhecimen-
to”, argumenta Marcelo Ricardo
Monich, gerente de projetos da For-
tes Consultoria Ltda., empresa espe-
cializada em apoiar empresas no pro-
cesso de Gestão do Conhecimento.
Muito mais do que uma ten-
dência passageira, a gestão do conhe-
cimento é uma arma à disposição das
empresas para aprimorarem ainda
mais seus processos e buscarem de
forma sustentável seu crescimento.
Em um mundo onde o conhecimento
aplicado transforma-se em algo tão
valioso quanto ouro, o estímulo à cri-
ação de ambientes de conhecimento
parece ser a chave para a sobrevi-
vência das organizações.
Computador: Ferramenta essencial no mundo globalizado
cla/foto montagem
Primeira Pauta
4
CLA / FOTOMONTAGEM
o
Economia
5Novembro2001
Primeira Pauta
O
s investimentos eletrônicos
nas áreas de informática e
de telecomunicações são
crescentes e colocaram o sistema
bancário brasileiro entre os mais mo-
dernos do mundo.O atendimento ele-
trônico cresce intensamente. Seguin-
do tendência mundial, o setor bancá-
rio brasileiro amplia os investimentos
em máquinas e equipamentos e pro-
gramas de computadores.
O objetivo do uso de equipa-
mentos eletrônicos é facilitar o aten-
dimento e oferecer comodidade aos
clientes. Os postos eletrônicos ficam
à disposição durante 24 horas, insta-
lados em locais mais acessíveis. Nor-
malmente essas máquinas são colo-
cadas no exterior das agências ban-
cárias, nos shoppings e supermerca-
dos e espalhas por alguns pontos das
cidades, onde todos os correntistas
têm acesso imediato.
O corretor de seguros, Ro-
gério Flor da Silva, possui conta em
banco e considera o avanço da
tecnologia nos bancos como a me-
lhor coisa que poderia acontecer.
Explica que antes perdia muito tem-
po nas filas, principalmente para pa-
gar suas prestações. “Trabalho na
área de vendas, não posso ficar pa-
rado.
Cada minuto perdido é di-
nheiro que eu deixo de ganhar. Ago-
ra, vou à agência somente quando
preciso tratar de negócios com meu
gerente. Pago as contas de consumo
através de débito automático e
internet. Tiro extrato e vejo saldos na
internet e faço depósitos nos caixas
Bancos investem em novas
tecnologias
eletrônicos. É muito mais simples:
“O tempo que perdia nas fi-
las, eu deixo para visitar meus
clientes”.Na mesma linha de cresci-
mento da tecnologia, os bancos in-
vestem no atendimento personaliza-
do através de tele-bancos, internet e
débito automático de contas. Esse tipo
de serviço, fora do horário padrão das
agências bancárias, constitui os tão
falado Serviço de Conveniência.
O cliente faz suas
transações a qualquer hora do dia ou
da noite, sem precisar se deslocar de
casa ou do ambiente de trabalho.Um
exemplo de segurança e facilidade
são os cartões, principalmente os car-
tões chamados visa electron, que fun-
cionam como cheques para pagamen-
to de compras à vista. A ampliação
da oferta de equipamentos e servi-
ços eletrônicos aos clientes vem per-
mitindo aumentar o uso de cartões de
débito e de crédito para pagamentos
de compras em terminais colocados
pelos bancos junto ao comércio e
prestadora de serviços.
Os cartões são um meio de
pagamento mais ágil, mais seguro e
decustomuitoinferioraochequetanto
para os bancos quanto para os clien-
tes.
A bancária Esther Maria
Reschiliani , destaca ser importante
para os clientes a opção de uso dos
serviços de conveniência, pois com
eles, não há necessidade de aguar-
dar em filas e nem mesmo ir até o
banco. Podem ter acesso às informa-
ções de suas contas com um simples
clique no mouse ou um telefonema.
Esther encerra dizendo que “os ban-
cos sempre investiram em novas
tecnologias para atender às necessi-
dades dos clientes e também do pró-
prio estabelecimento”.
O Chefe do setor de cobran-
ça do Bradesco Centro, Anderson
Guilherme Krenkel, explica que os
bancos estão numa competição na
busca de clientes no mercado.
As novas tecnologias são de
fundamentalimportânciasegundoele,
porque possibilitam a melhoria de
equipamentos nos próprio banco,
principalmente no sistema interno (re-
passe de informações da matriz dos
bancos para as demais agências) e
no treinamento de funcionários. “Em
segundo pela comodidade que pode
oferecer aos clientes que já possui e
sair em busca de novos.”Isso aumen-
ta o número clientes sem que estes
tenham que estar na agência, diminui
o fluxo de papel nos arquivos dos
bancos e diminui as filas. Ele acres-
centa ainda que, “os clientes aderem
à facilidade do auto-atendimento, ao
perceberem que o serviço é seguro e
muito mais prático, principalmente
pela questão da economia de tempo”.
Há uma grande competição dos ban-
cos no mercado. A busca pelos cli-
entes não pára. A palavra chave é
expansão. Enquanto as máquinas fa-
zem o serviço dos funcionários nas
agências e demais postos, estes vão
em busca dos clientes nas ruas. É um
ciclo constante. O cliente economiza
tempo, dinheiro e os bancos aumen-
tam seus lucros.
Tecnologia: Clientes serão os beneficiados
Esther M. Reschiliani
florzinhadocampo@bol.com.br Claudio L. Augusto
Novembro2001
A
6
Primeira Pauta
Escolas substituem homenagens
por ações práticas
Educação
A
educação ambiental está
transformando a qualidade de
vida de várias escolas de
Joinville. Além de preservar o meio
ambiente, os programas escolares
evitam o desperdício de materiais
recicláveis. Vendem o material para
fazer melhorias em sua infraestrutura
e destinam parte do que iria para lixo
a catadores de papel e outros materi-
ais. As ações desenvolvidas são eco-
lógicas, comunitárias e tem caráter
social.
Outras escolas também desen-
volvem projetos semelhantes, mas o
Jardim de Infância Municipal Branca
de Neve, e a Escola Municipal Go-
vernador Pedro Ivo Campos, locali-
zadas no bairro Costa e Silva, são
exemplos em matéria de educação e
prática ambiental.
O Jardim de Infância Municipal
Branca de Neve educa alunos de qua-
tro a seis anos. Segundo a diretora
Marlene Malschitzky, a preocupação
com meio ambiente passou a ser uma
necessidade a partir do ano de 1997,
quando a região sofreu com proble-
mas gerados pela dengue.
A instituição passou a desenvol-
ver um programa de educação
ambiental direcionado a faixa etária
das crianças.
ciliar que é reaproveitável e levam
até à escola, às terças e quintas-fei-
ras. O papel que sobra durante as
aulas também é reciclado através de
uma oficina dentro da própria escola.
As crianças confeccionam trabalhos
e cartões, principalmente para os pais.
O papel não reciclado é doado a uma
família de catadores de papel, seleci-
onada pela escola. O lixo orgânico é
reaproveitado para adubar as hortas
do jardim. Os alunos comem na me-
renda o que eles mesmos plantaram.
Aatividadedesenvolvidacomas
crianças varia de acordo com a ida-
de. Para cada tema são realizados
passeios de estudo. As crianças de
quatro anos aprendem sobre a água,
seu desperdício e contaminação.
Acompanham e estudam o rio Ca-
choeira desde as fontes, para enten-
der porque o rio está poluído e ver a
importância de preservar suas nas-
centes. As crianças de cinco anos
estudam arborização, a origem das
árvores, como tratá-las. Eles possu-
em 56 árvores catalogadas pelo Nú-
cleo de educação Ambiental. Além
da arborização conhecem as doenças
que o lixo pode causar, como a den-
gue e a leptospirose.
As crianças de seis anos conhe-
cem o sistema operacional do lixo.
Como é, e o que significa o aterro
sanitário, o tempo de decomposição
dos materiais jogados no lixo, que
materiais são recicláveis e a impor-
tância do reaproveitamento do lixo.
A diretora conta que o projeto
de consciência ambiental é aprimo-
rado desde de 97 para poder mobili-
zar toda a comunidade próxima ao
jardim e não só pais e alunos. A es-
cola desenvolve palestras, exposições
Taisa Pimentel
taisapimentel@hotmail.com
Taisa Pimentel
O projeto ecológico foi iniciado
com a intenção de melhorar a quali-
dade de vida de toda a comunidade,
atingindo pais, professores e alunos.
“Os nossos alunos têm, no máximo,
seis anos, e sabemos que o que apren-
dem na escola, repassam e cobram
dos pais”, afirma Marlene.
Para concluir as ações, a es-
cola conta com a ajuda dos pais. To-
das as famílias recolhem o lixo domi-
Qualidade
Ensinando
com os trabalhos dos alunos e feiras
de ciências, tudo aberto à comunida-
de. A prova de que conscientização
ambiental está gerando resultados é
o depoimento do aluno de seis anos,
Iago Fernando: “A educação
ambiental é importante porque ajuda
e preservar a natureza. Não deve-
mos jogar o lixo na natureza, temos
que separá-lo em casa e colocar em
sacos plásticos”.
A Escola Municipal Governa-
dor Pedro Ivo Campos é uma das es-
colas de Joinville que mais investe na
educação ambiental. Ela desenvolve
com todos alunos, professores e pais
o aproveitamento de qualquer mate-
rial reciclável. O vidro, plástico e la-
tas de alumínio são vendidos para ar-
recadar dinheiro e promover
melhorias na escola. O lixo orgânico
já recebeu um local adequado para
compostagem e é utilizado como adu-
bo orgânico nas hortas da escola.
Para reciclar o papel a escola conta
com uma oficina pequena, e a exem-
plo do jardim Branca de Neve, tam-
bém selecionou uma família carente
para doar o papel que sobra.
Segundo a diretora Aldacira
Hakenhaar, a conscientização
ambiental surgiu de anseios coletivos
de professores e alunos, e também
de um sonho de resolver os proble-
mas existentes na localidade. Além
dos projetos que já desenvolve, a es-
cola pretende investir na arborização
não só educandário, mas de toda a
localidade.
O objetivo é melhorar a
qualidade de vida da
comunidade e conscientizar
alunos, pais e professores de que
cada um é responsável por uma
parte do ecossistema.
N
Novembro2001
Primeira Pauta
7
N
em sempre é possível saber
o que as crianças estão pen
sandoouquerendo,principal-
mente quando possuem menos de
dois anos de idade. Porém, há uma
parcela da população especializada
em lidar com estes seres pequeninos.
São as professoras de educação in-
fantil. Elas se esforçam para dar con-
forto e estimular a socialização das
crianças.
“Há necessidade de incenti-
var a interação para que possa exis-
tirobomdesenvolvimentomotoreso-
cial”, afirma Ivana Catarina F. Fronza,
educadora do Colégio Bom Jesus.
Na idade entre um e dois anos é im-
portante explorar todas as áreas da
criança, desde as funções motoras à
utilização de materiais, afirma.
O método de trabalho de
Ivana é realizar atividades a partir do
interesse dos alunos. Ao perceber
para onde estão voltadas as atenções
das crianças, ela começa a desenvol-
ver um projeto abordando tal assun-
to. Nessa idade, explica Ivana, há um
Josi Tromm
josijt@bol.com.br
Incentivo: Ivana explora a curiosidade das crianças e desenvolve trabalhos
partindo do interesse delas
Raquel Vogel
Crianças precisam ser estimuladas
desde os primeiros anos de vida
forte interesse pela natureza e isto
deve ser levado em consideração. Se
os pequenos são bem estimulados e
existe um esforço para ativar a me-
mória deles, o futuro destes cidadãos
será melhor.
“A partir de um ano a crian-
ça já pode começar a freqüentar um
jardim de infância. Com isso, haverá
um processo de estimulação e propi-
ciará a autonomia do aluno”, comen-
ta Ivana. As crianças que convivem
com outras são mais interativas e se
adaptam melhor a certas situações.
Em vista disso, alerta a professora, é
bomquefilhosúnicostenhammomen-
tos na companhia de outras crianças.
Ivana constata, pela sua ex-
periência de nove anos no ramo, que
a troca de grupo é importante para
as crianças. No que se refere ao cor-
po docente, ela entende ser necessá-
ria a reciclagem constante.
“Desta forma, saberão preparar
melhor as crianças para o mundo que
hão de enfrentar”, conclui.
Educação
Pais na empresa e filhos
na escola. Desta maneira vivem
muitas famílias. Enquanto a mãe
e o pai trabalham, as crianças são
confiadas às instituições de ensi-
no. Muitas vezes as escolas
substítuem lares onde não há um
convívio familiar adequado à edu-
cação infantil.
Quando as crianças nascem,
precisam do apoio materno e do
exemplo paterno. Com o passar
dos anos, elas ingressam no jar-
dim de infância, ensino fundamen-
tal, médio e por fim, já crescidas,
no ensino superior. Nos primeiros
anos de vida, os pais devem exer-
cer um interesse maior em rela-
ção ao aprendizado escolar de
seus filhos.
De acordo com Giani Ma-
gali de Oliveira, professora da Es-
cola Municipal Prefeito Geraldo
Wetzel, a vida social exige que a
mulher se ausente do lar a fim de
contribuir financeiramente, ou
mesmo em busca de uma conquis-
ta pessoal. Por isso, destaca ela,
a escola adquiriu papéis que não
tem condições de assumir. Desta
forma a escola fica responsável
pela educação dos alunos, pensam
muitos pais ao deixaram seus fi-
lhos nas instituições. Giani afirma
que a transferência de funções
dos pais para a escola, pode tra-
zer conseqüências no processo de
aprendizagem, pois a função da
escola é ensinar.
Uma criança sente-se mais
segura, amada e estimulada se há
Educação dos filhos
passa pelo apoio familiar
apoio familiar. “Isto favorece seu
desenvolvimento”, destaca
Lamis Mousse, coordenadora de
ensino do CEI Padre Carlos.
Para ela é importante que a es-
cola e a família caminhem jun-
tas, “só assim a educação dos
pequeninos será boa”,acentua.
Os filhos com pais presen-
tes são mais alegres, seguros e
espontâneos, relata Maria Ivone
T. Corrêa, educadora do Centro
de Educação Infantil
Paranaguamirim. Também se
socializam com mais facilidade.
Quando isso não ocorre, eles são
mais tímidos, inseguros e não se
aproximam dos outros com faci-
lidade.
As professoras enfatizam
a importância de dar uma aten-
ção especial para as crianças
com pais ausentes. É preciso
conversar com elas e incentivar
a aprendizagem. Lamis destaca
que as educadoras, na última dé-
cada, também adquiriram o pa-
pel de médica, psicóloga,
orientadora, amiga e muitas ve-
zes, fazem o papel de pais.
Os pais precisam retomar
suas funções, concluem as pro-
fessoras, e não apenas colocar
mais gente no mundo. São ne-
cessárias orientações e acompa-
nhamento escolar. Segundo Ma-
ria Ivone, só assim será mais fá-
cil conduzir um bom aprendiza-
do para as crianças e será pos-
sível fazer com que ela se torne
um cidadão consciente e crítico.
Novembro2001
M
Especial
8
Primeira Pauta
Ielusc forma sua p
Jorna
Carola Cristofolini – 22 anos
Trabalha há 4 meses na Comunicação Social da Multibrás
“ Sempre gostei de comunicação e áreas humanas.Gosto de
criatividade e o jornalismo tem que ser criativo.Afinal, transforma
os acontecimentos em notícias. Gostei do curso, mas acho que
falta algo. É difícil reivindicar e conseguir alguma coisa. No mo-
mento pretendo continuar na Multibrás. Também quero fazer coi-
sas que gosto: curso de línguas, ginástica e canto. Futuramente,
quero fazer uma pós.”
Celso Schmitt – 40 anos
Narrador esportivo apresentador da Rádio Floresta Negra.
Experiência em rádio de 17 anos
“ Sempre sonhei em trabalhar numa rádio. Sempre fui muito
ligado ao esporte. Como já trabalhava na área, escolhi jorna-
lismo para me especializar e obter novos conhecimentos. O
primeiro vestibular foi em Florianópolis. Não passei. Em se-
guida, prestei no Ielusc e deu certo. A faculdade é boa, ajus-
tes no currículo seria importante. Algumas matérias estão
deslocadas. Projetos realizados no decorrer do curso, por
exemplo, já poderiam servir como projetos exigidos no currí-
culo. Quero continuar no rádio e pretendo fazer alguma
atividade no jornalismo gráfico, também na área de esporte.
Nathália Fernandes – 21 anos
Professora de teclado na Arte Maior há 5 anos
“ O esporte me trouxe para o jornalismo. Também leio
muito e escrevo. Se um dia eu trabalhar na área, serei
jornalista esportiva. Gostei do curso, porém consta-
tei falhas. Escolhi a profissão por causa do esporte e
não encontrei especializações na área. Não penso em
trabalhar na área por enquanto, mas pretendo fazer
um curso especializado em jornalismo esportivo em
São Paulo.”
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Esther M. Reschiliani
florzinhadocampo@bol.com.br
M
istura de sorrisos e lágrimas. Muita
dança e alegria. Família, amigos e
parentes reunidos num momento
tão esperado. Nomes são chamados, diplo-
mas são entregues. Para começar, um velho
“Amigos para sempre” e champagne. É um
dia especial.Após muita luta, essa é a hora da
festa. O que você está imaginando? É isso
mesmo...
O Instituto Superior e Centro Educa-
cional Luterano de Santa Catarina Bom Je-
sus/IELUSC,formasuaprimeiraturmadeCo-
municação Social com habilitação em Jorna-
lismo. E como toda formatura conta com a
presença de paraninfos, patronos e homena-
geados, essa não será diferente. O paraninfo
escolhido pelos alunos foi Moacir Tomasi
(JornalANotícia),opatronoseráUdoDohler
(Dohler S/A) e a homenageada será a profes-
sora de Língua Portuguesa, Jane Rita da
Silveira.
O primeiro vestibular aconteceu em
1998, onde ingressaram no curso 50 alunos,
e apenas seis vão se formar, porém essa for-
mação ainda depende dos resultados dos tra-
balhosmonográficosaindaemandamento.To-
dosospossíveisformandos:CarlaBecker,Ca-
rolaCristofolini,CelsoSchmitt,Francianede
Oliveira, Nathália Fernandes e Oliver
TakahashiAlbert, trabalham em veículos de
comunicação, com exceção de Nathália.
○○○○○○○○○○
primeira turma de
alismo
O
EspecialPrimeira Pauta
9Novembro2001
Objetivos e perspectivas
de trabalho
O
curso de Jornalismo do IELUSC é o
único da região norte de Santa Catarina.
Definindo-se como instrumento de ex-
celência no campo sócial, destaca a pesquisa
como principal espaço de construção do
conhecimento.O curso tem como objetivo prin-
cipal fornecer, para seus alunos, um pensamen-
to crítico com relação às mudanças que ocor-
rem na sociedade. Com esta formação, o jorna-
lista ingressa no mercado de trabalho preparado
para ter seu próprio negócio. O aluno poderá tam-
bém atuar nas áreas de rádio, jornal impresso,
televisão e assessoria de imprensa.
O IELUSC oferece estúdios e labora-
tórios de rádio, televisão, fotografia e informática,
sem os quais seria impossível o desenvolvimen-
to das matérias práticas. As principais discipli-
nas cursadas no decorrer dos oito semestres são:
radiojornalismo, telejornalismo, redação
jornalística, fotojornalismo, planejamento gráfi-
co e edição.
As inscrições para o vestibular 2002 po-
dem ser feitas até o dia 15 de novembro. As
provas serão realizadas no dia 15 de dezembro.
Maiores informações podem ser obtidas pelo
fone 433-0155 ou www.ielusc.br
Carla Becker – 22 anos
Repórter da Rádio Cultura há 2 anos
Também atua na Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores
Trabalhou 1 ano na TV Cidade
“ Não escolhi a profissão de jornalista. Sempre gostei de escrever e ler.
Sempre fui muito curiosa. Prestei cinco vestibulares para Direito e não
passei. Costumo dizer que Deus escolheu isso para mim.Optei por Jornalismo, pois
me identifico com a área, sou muito comunicativa. Quando entramos na faculdade
imaginamos outro Jornalismo. Aprendemos um tipo de J ornalismo na
faculdade, mas na realidade é diferente. Isso nunca me desmotivou, o Jornalismo é
apaixonante. Já trabalhei um ano na TV cidade, mas me identifico com o rádio. O
que mais me chama atenção é a área política, quero me aperfeiçoar. Meu grande
sonho é fazer grandes reportagens políticas para revistas.”
Franciane Oliveira – 20 anos
Repórter da TV BV – Band desde maio de 2000
“Gosto de esporte. Sempre gostei de esportes e de televisão. Que-
ria uma profissão que unisse as duas coisas. É por isso que esco-
lhi jornalismo e não me arrependo. O curso precisa de mudanças
nas grades. No começo é muita teoria, depois muita prática. Deve
haver uma mistura dos dois no decorrer do curso. Pretendo conti-
nuar na TV, mais tarde quero trabalhar em Florianópolis, na pro-
dução, na parte técnica.”
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OliverTakahashiAlbert – 22 anos
Repórter do jornal ANotícia desde outubro de 1999
“Queria ser comentarista esportivo ou narrador de futebol. Esse era o meu so-
nho. Também escolhi o jornalismo porque vejo nele uma forma de tentar mudar o
país, principalmente no que diz respeito à educação. O conteúdo do curso é bom.
Estou no mercado de trabalho desde o segundo ano da faculdade. No começo
não levei muito a sério e hoje sinto falta da parte teórica que não aproveitei.
Quando percebi, não dava para voltar, mas me viro. Pretendo ficar mais uns três
anos noANotícia. Depois tentarei algo no Rio de Janeiro ou em São Paulo Se não
der certo, quero ir para a Alemanha ouAustrália fazer especializações”.
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Novembro2001
Primeira PautaGeral
10
HH
á 60 anos nascia o rádio em
Joinville pelas mãos e voz de
Wolfang Brosig, fundador da
Difusora. Para lembrar a data, estudantes
do sexto período de jornalismo do Ielusc
convidaram profissionais para um debate.
No encontro ficou evidente o clima de dis-
puta e inimizade entre radialistas da cida-
de.Apenas dois dos convidados participa-
ram do Seminário de Radiodifusão do
Ielusc, nos dias 24 e 25 de setembro. Os
demais declinaram do convite ao saberem
que estariam frente a frente com “inimi-
gos” ou simplesmente não deram impor-
tância à iniciativa dos universitários.
Para o debate no Ielusc haviam con-
firmado presenças Léo Saballa, Beto
Gebailli,Acácio Martins, Ramiro Gregório,
MarcoAntônio Peixer e Luiz Gonzaga, que
Albertina Camilo
Rádio em Joinville só
balbucia
Alunos também conheceram um pou-
co do rádio em Joinville através de uma das
figuras mais antigas da área na cidade,
Ramiro Gregório da Silva. Com 50 anos de
profissão, ele é representante da Associa-
ção Catarinense de Emissoras de Rádio e
TV.
Em palestra na aula de realidade regi-
onal, Ramiro, até poucos meses atrás dire-
tor da Rádio Udesc Educativa de Joinville,
mostrou seu descontentamento com o es-
paço cada vez maior conquistado pelas rá-
dios piratas. O assunto rendeu o debate.
A pirataria, entendem os universitári-
os, é uma alternativa à rádio comercial, ina-
cessível à comunidade, e serve de pressão
para efetivar as rádios comunitárias. A re-
gulamentação já existe, mas os empecilhos
são tantos que desestimulam os profissio-
nais sem espaço nas comerciais. É, na ver-
dade, mais uma proteção às rádios comer-
ciais.
Ramiro tem uma lista de justificativas
contra a pirataria no rádio. A interferência
Pirata ou
comunitária?
dos sinais piratas em freqüências de
radiotransmissão essenciais à segurança
(controle do espaço aéreo e comunicação
polícia, por exemplo) foi o principal risco
citado pelo representante da Acaert.
O preconceito de Ramiro Gregório
contra as freqüências que passam ao lar-
go das rádios comerciais ficou evidente
em uma frase solta. “A rádio comunitária
se espalha como uma praga”. A contrarie-
dade é tanta que ele chega a confundir co-
munitárias e piratas.
Para os estudantes, além da decep-
ção com a realidade nada otimista do rádio
em Joinville, ficou a certeza de que o cam-
po é amplo para bons profissionais. Tam-
bém chamou a atenção o fato de o merca-
do estar sob o comando de pessoas que
dificultam a abertura de espaço para os
novos e não largam mão do lucro fácil,
através de uma estrutura capenga. Como
ninguém é imortal, a saída é esperar. Ou
agir. Quem sabe, através de uma rádio co-
munitária ou educativa.
atuam nas rádios Difusora e Floresta
Negra. Participaram Léo Saballa e Izani
Mustafá, convidada de última hora.
Um dos pontos evidenciados por
Léo e Izani foram os baixos salários nas
rádios locais, inferiores aos de profissi-
onais de revistas, jornais e tevê. Esta
prática, segundo eles, incentiva a acei-
tação de jabás (suborno, no jargão
jornalístico). Para Izani, a necessidade
de manter um padrão de vida digno é
mais importante do que algumas reco-
mendações do manual de ética.
Outro problema é a falta de uma
equipe de produção. Como a maioria das
emissoras não tem jornalistas para bus-
car notícias, a saída é “chupar” as ma-
térias de jornais. Os radialistas as lêem
como se fossem produção própria.
tina@an.com.br
Você conhece uma banda joinvilense que seja
referência nacional em seu estilo de música? Que
tenha seus discos distribuídos no mundo inteiro? Que
receba cartas e e-mails com elogios à sua música de
lugares tão diferentes quanto Bélgica e Japão? Não?
Então conheça o Flesh Grinder.
Formada por Fábio, Chacal (guitarras e vo-
cais), Rogério (baixo) e Johnny (bateria), em 1993, o
Flesh Grinder já lançou quatro discos – o último de-
les, “Libido Corporis”, em fase de distribuição na
Europa, Japão e Estados Unidos. Inicialmente foram
prensadas duas mil cópias, com previsão para outras
duas mil assim que a primeira prensagem for esgota-
da.
O CD foi lançado pela Demise Records, de
Minas Gerais, e é considerado pela própria banda
como seu pior trabalho – o que os deixa mais do que
felizes. Dá para entender? Então o vocalista da ban-
da, Chacal, explica: “É a nossa concepção de evolu-
ção retroativa, é como se estivéssemos
desaprendendo a tocar para agradar ao nosso públi-
co”, explica. Em outras palavras, este é o disco mais
tosco e mais rápido do Flesh Grinder.Toda essa velo-
cidade e agressividade, somados a vocais caverno-
sos, é o que se convencionou chamar de “splatter”,
estilo pouco explorado no Brasil quando do
surgimento do Flesh Grinder.
Os encartes dos CDs são ilustrados com fo-
tos retiradas de livros de medicina legal. Horror é a
palavra mais correta para definir o padrão estético
da banda – que se faz mais presente ainda nos shows.
“Procuramos passar muita energia para a platéia”,
diz Chacal. E conta como: “Tocamos as nossas mú-
sicas mais brutais e variamos no visual, usando san-
gue artificial e maquiagens. Embora pareçam bes-
teira, esses artefatos cativam a platéia”.
Embora seja bem conhecida no Brasil, a banda
tem 70% de sua produção de CDs distribuída no ex-
terior. O fato de a banda cantar e manter seu site em
inglês ajudou a divulgação externa. “Começamos a
entrar no mercado externo com o segundo disco
(“Anatomy and Surgery”, 1997), e as pessoas nem
sabiam que já lançáramos um antes”, conta Chacal.
“Ter feito um site, e em inglês, ajudou muito na divul-
gação do nosso trabalho”.
Por volta de abril do ano que vem o Flesh
Grinder deve fazer sua primeira excursão internaci-
onal. Serão 14 dias tocando pela Europa. Até lá, a
banda prepara seu quinto disco e continua à procura
de um baterista, já que Johnny se muda para a Ale-
manha em breve. Alguém se habilita?
Evolução retroativa
para agradar ao público
Martin Fernadez
jwillstemann@bol.com.br
H
Novembro2001
Primeira Pauta
TT
odas as sextas-feiras, às 22 ho
ras, o Coral Boca da Noite se
reúne para ensaiar. Um en-
contro que se repete há seis anos. Com
15 integrantes, o grupo nasceu da
união de três casais que gostavam de
cantar. Hoje, eles cantam e encantam
em cada apresentação.
Quando houve a iniciativa de
montar o coral, o grupo contratou um
professor de técnica vocal. Depois de
três anos, resolveu montar o primei-
ro espetáculo, com dois dias de apre-
sentações. A regente do coral, Ana
Paula Monteiro, conta que, na época,
eles elaboraram um projeto para ar-
recadar dinheiro, pois haveria gastos
com propaganda e material. O even-
to foi um sucesso. A entrada, alimen-
to não perecível, foi doada para o Mo-
vimento Sem Terra de Garuva.
Com integrantes de faixa etária
que vão dos 17 aos 46 anos, todos
têm sua profissão e outras atividades
diárias. O grupo é bem eclético. Há
engenheiro, dentista, farmacêutica,
professor, políticos, fonoaudiólogo,
psicopedagogo, atores de teatro e ou-
tros. Este ano, mais seis pessoas en-
traram para o Boca da Noite. “Ano
que vem pretendemos reestruturar o
grupo”, dizAna.
Hoje são comuns as apresenta-
ções do Boca da Noite na Faculdade
de Psicologia, da Associação
Catarinense de Ensino, nos eventos
em que são convidados e formaturas.
Por vários anos eles se apresentaram
na Festa das Flores e no Natal Luz.
Normalmente não cobram nas apre-
sentações e sim no repertório, muita
música popular brasileira.
H
á seis anos a artista Linda
Poll viu seu sonho tornar-
serealidade. O desejo de criar uma
escola voltada ao ensino da arte com
um método mais objetivo, fez surgir
a Casa das Artes. O local é perfeito
para aqueles que gostam de soltar a
imaginação e expressar o lado artís-
tico.
A Casa conta atualmente com
55 alunos divididos nos mais varia-
dos cursos, que vão desde pintura
ao estilismo. Em cada um dos 17
cursos permanentes o aluno encon-
trar um método dinâmico.
“Os métodos utilizados na
Casa das Artes são diferentes dos
demais encontrados em Joinville”,
explica a artista.
O quadro de professores é
composto por profissionais experien-
tes em seus ramos. Todos são artis-
tas conhecidos dos joinvilenses.
Segundo Linda, a escola obje-
A artista demonstra toda a sua
insatisfação ao falar da arte em
Joinville.Aarte na cidade não é está-
vel. “Quem investe neste campo não
tem retorno”, diz Linda. Ela explica
que existem iniciativas isoladas, mas
sem apoio não conseguem permane-
cer por muito tempo.
A própria Casa das Artes nun-
ca recebeu qualquer tipo de apoio.
A escola é mantida através de
Artista, sem apoio, investe em arte
Coral encanta
público
seu esforço. Conforme Linda Poll, há
investimentos para a construção de
grandes prédios, como o
Centreventos Cau Hansen e o recém
inaugurado Teatro Juarez Machado,
porém não existem investimentos
para a formação de artistas locais.
“O Centreventos, por exemplo,
é para grandes espetáculos. Não há
grupos na cidade em condições de se
apresentar no local. Ele foi construído
para os grupos de fora”, avalia a ar-
tista.
A propaganda a respeito de
Joinville ser uma cidade artística não
condiz com a realidade encontrada.
“Fazem uma propaganda muito mai-
or se compararmos ao que é obser-
vado aqui”, explica Linda.
Segundo a artista, Joinville tem
apenas grandes locais para apresen-
tações, e os talentos que pisam nos
palcos, infelizmente, não são da ci-
dade.
Giselli Silva
giska@starmidia.com
tiva ser dinâmica e atender as neces-
sidades das pessoas. Por este moti-
vo, além dos cursos permanentes a
Casa das Artes oferece oficinas,
workshops e atende a pedidos indivi-
duais. “A clientela é bem fluente. Têm
pessoas que procuram a escola para
participardeumworkshopduranteum
final de semana, por exemplo”, co-
menta Linda.
Cultura
inda
Poll
Divulgação
Renata Freitas de Camargo
re.rena@ig.com.br
L
Arte
11
Casa das Artes, um
local que permite aos
joinvilenses terem mais
acesso ao mundo
artístico
Novembro2001
Geral
12
Primeira Pauta
B
Artesão transforma madeira em
música
Harmonia: Luthier, persegue o som perfeito dos violinos no ateliê em São Bento do Sul
Na hora de experimentar
a obra, Malewshik aproxima-se da ja-
nela. Encosta o violino ao ombro e
toca.Ajusta aqui e ali até encontrar o
som perfeito. Tanta intimidade com a
Marília Maciel
grifos@matrix.com.br
B
eethoven e suas sinfonias,
Vivaldi e sua Primavera,
Strauss e Bach revezam-se
no aparelho de som, enquanto inspi-
ramWalter Malewschik em mais uma
de suas obras. De seu ateliê rodeado
de árvores, na germânica São Bento
do Sul, a 70 Km de Joinville, já saí-
ram aproximadamente 300 Km. O
luthier tornou-se uma referência es-
tadual na construção destes instru-
mentos musicais e não demorou a
conquistar encomendas de todas as
partes do país.
Construir um violino de
som perfeito é como fazer uma es-
cultura. A escolha da madeira é fun-
damental. A matéria-prima precisa
passar pela secagem de, no mínimo,
dez anos. Se for mais tempo, melhor.
O período de secagem influi no pre-
ço da madeira e, por conseqüência,
O catarinense
Walter Malewshik é
referência nacional
na construção de
violinos.
São duas décadas
de pesquisa e
trabalho
no valor do violino. Malewschik pre-
fere o material de florestas da Ale-
manha e Suíça. “São cultivadas em
montanhas, onde a taxa de cresci-
mento não ultrapassa um milímetro
por ano. Esta característica garante
umabelezamuitomaioraoinstrumen-
to”, explica o luthier. O preço médio
do violino varia de R$ 1,5 a R$ 2 mil.
Com formões dos mais va-
riados tamanhos, Walter vai esculpin-
do a frente e o verso do violino. De
vez em quando, coloca as partes con-
tra a luz e observa com cuidado. Os
dedos alisam a madeira, depois se
fecham para bater levemente sobre
o bojo. “Pelo som da batida eu sei se
já atingi a espessura ideal”, conta.
Cada violino consome de 20 a 30 dias
de trabalho. A construção totalmente
artesanal garante melhor acabamen-
to e qualidade acústica.
música não é recente.
É um casamento de 20
anos, cujo namoro começou ainda na
infância. “Um dia quebrei o violino de
meu pai e recorri a um velho luthier
para consertá-lo. O construtor disse
que eu mesmo devia arrumar o es-
trago e começou a me ensinar o ofí-
cio”, conta. Num momento de crise,
Walter decidiu abraçar de vez o ta-
lento. Sua fabriqueta de artefatos de
madeira fechou as portas. Para ga-
rantir o sustento da família, passou a
consertar instrumentos de sopro e vi-
olinos.
Dedicação
Durante sete anos dedicou-
se exclusivamente a violinos infantis.
“Naquela época, era difícil encon-
trar violinos pequenos, para crianças,
até que uma leva de instrumentos chi-
neses chegou ao país.”
Produzidos em larga esca-
la, os produtos da China conquista-
ram os clientes pelo preço. Era hora
de iniciar a produção para os adultos,
mais exigentes.
Além da busca pelo aperfei-
çoamento, através de pesquisas e vi-
agens à Europa, Malewschik encara
novos desafios. Depois de produzir
violas e violoncelos, parte agora para
a construção de uma “alphorm”.
É uma trompa de madeira,
com três metros de comprimento, uti-
lizada na Suíça e Alemanha. Outra
meta para os próximos anos é cons-
truir seu próprio violino. “Casa de fer-
reiro, espeto de pau”, brinca. O tele-
fone do luthier são-bentense é (0xx47)
635-0034.
AG/P
Q
Primeira Pauta
Novembro2001 13
Q
uatrocentos e noventa e seis
pessoas. Este é o número
de pessoas que vivem no
presídio de Joinville. Uma sociedade
comum em muitos aspectos, mas sem
a liberdade para viver fora daquelas
paredes. “A situação é que nós
estamos presos. Sentimos deprimidos,
angustiados, mas vamos vivendo”,
relata Fernando, nome fictício, pois
não quis se identificar.
Mesmo preso, Fernando afirma
que os presidiários são tratados hu-
manamente, porém com limitações.
“Essa limitação é necessária para
manter a ordem e o respeito mútuo
entre funcionários e detidos”, disse
Deived Padilha, responsável pela re-
vista dos visitantes. Limitação é a
palavra chave para todos os presos,
até mesmo para regalias. No presí-
dio de Joinville são 70 detidos nesta
condição. Para ter regalia é neces-
sário obedecer certos critérios, como
bom comportamento e já ter senten-
ça definida.
De acordo com Fernando, os re-
galias trabalham oito horas por
dia.”Fazemos compras na cantina que
fica no presídio para as pessoas que
não podem sair. Separamos as saco-
las quando os familiares trazem. Fa-
zemos compras para o presídio”. Isso
reduz a pena. Cada três dias de tra-
balho resulta em um dia a menos den-
tro da prisão.
A esperança de sair mais cedo
da sociedade faz com que os detentos
se engajem em projetos governamen-
tais. Entre os trabalhos realizados
existem os projetos de reabilitação e
auxílio À comunidade. “Liberdade so-
bre rodas” consiste na construção de
cadeiras de rodas para pessoas ca-
rentes portadoras de deficiência. “Ca-
minho limpo” visa a limpeza das es-
tradas do Estado.
O outro é o “Projeto Colméia”,
no qual eles trabalham na confecção
Grades separam dois mundos
Giselle Araujo
gi.fran@zipmail.com.br
Polícia
Angústia: espera pela liberdade
Ansiedade: espera pela visita
Futuro: liberdade depois de cumprir a pena
de bolsas para uma empresa e são
remunerados por essa tarefa.
Esses projetos ajudam a dimi-
nuir as angústias e a tentar esquecer
a espera pela liberdade. Uma espera
triste para mulheres que vivem no pre-
sídio, e reclamam das poucas condi-
ções para ter uma vida saudável den-
tro do local. Um fator destacado pela
ala feminina do presídio é a precarie-
dade de atendimento médico.
Esse ponto de vista contraria o
do agente prisional André Eduardo
Heinig. Para ele as condições são
boas. “Quando não tínhamos atendi-
mento aqui, elas recebiam tratamen-
to fora do presídio. Depois que o aten-
dimento passou a ser dentro do pre-
sídio, o número de mulheres doentes
diminuiu.Elasqueriam,namaioriadas
vezes, passear”, comentou. Mas para
as presidiárias, as suas rotinas e re-
clamações nem chegam ao conheci-
mento do diretor.
A realidade dessa sociedade é
resultante das péssimas ações con-
tra à comunidade com a qual convi-
viam antes dessa separação de mun-
dos. Segundo Fernando, os dois prin-
cipais motivos para a mudança de
realidade são o desemprego e o di-
nheiro fácil arrecadado com crime,
como roubos e tráfico de drogas. Já
o agente prisional afirma que o maior
número de incidências na prisão em
Joinville tem origem no artigo 12, trá-
fico de drogas.
Mesmo na atual condição, os
presos têm a esperança de ingressa-
rem numa nova vida, longe dos erros
passados. Esse é o pensamento de
Fernando “Quando sair, não preten-
do nunca mais voltar”, garante.
“Quando sair nunca
mais quero voltar.”
Novembro2001
UU
m levantamento da Associação dos Represen
tantes de 14 Editoras do Rio de Janeiro concluiu
que os argentinos têm mais acesso a livros e
livrarias que os brasileiros. Mas por que será que isso
acontece? Será que não existem livros e livrarias no Bra-
sil? Em Joinville funcionam pouco mais de 25 livrarias
para atender uma população de quase 400 mil habitan-
tes. Destas livrarias, apenas seis trabalham com vari-
edade de segmentos. Duas dedicam-se exclusivamente
ao comércio de livros usados (Livraria O Sebo e Banca
Colin).As outras quatro, Livrarias Midas e LivrariasAle-
mã, ambas com duas filiais, Livraria Curitiba e Livraria
Isis distribuem os lançamentos e trabalham com sistema
de fornecimento por encomendas.
Entre as restantes, pouco mais de 19 livrarias,
são as especializadas em algum segmento. Como exem-
plo, tem-se a livraria OAB, para livros Jurídicos, a Livra-
ria de Lili Guntert, para livros psicologia, Comércio de
LivrosVoltolini, para distribuição de livros didáticos e re-
ligiosos e infantis, entre outros.
Atualmente o comércio de livros tem atravessa-
do as fronteiras das livrarias. É comum encontrar estan-
tes de livros em bancas de jornal e até supermercados.
Na cidade, o estoque oferecido pelo Hipermercado BIG,
por exemplo, é digno de nota. Mas esta forma de comér-
cio limita-se a lançamentos e, salvo exceção, em peque-
nas quantidades. Outra realidade que cresce diariamen-
te é o comércio através da Internet. Das livrarias que
atuam em Joinville apenas a Curitiba mantém uma loja
virtual. Este é um tipo de comércio que ultrapassa todas
as fronteiras e não depende de local específico para ser
praticado.
Quem está acostumado a receber assinaturas de
jornais e revistas pelo correio não encontra dificuldades
em trocar a certeza da venda direta na livraria pela indi-
reta na Internet, com entrega através de serviço de
Geral Primeira Pauta
postagem. Costuma-se diagnosticar a situação do livro
e da leitura pela produção e consumo. É com base nas
informações da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que
Ottaviano D. F. Cropani, secretário de Política Cultu-
ral do Ministério da Cultura, afirma que “o Brasil não
vai nada bem”.
Os índices do CBL mostram que em 1990, ha-
vendo quase 147 milhões de brasileiros, produzia-se até
1,6 livro per capita (considerando-se edição e
reedições). Em 1999, com aproximadamente 163 mi-
lhões de habitantes, a produção subiu para 2,4 livros
per capita. E o secretário ainda considera pouco, se
comparado com as grandes médias dos EUA e Fran-
ça, que produzem respectivamente 11 e 7 livros per
capita ao ano.
Além do crescimento na produção, o consumo
de livros no Brasil também aumentou 88%, em 1990,
para mais de 95% em 1999. Mas serão corretas as
medidas pela produção e consumo? A Associação de
Leitura do Brasil argumenta que nem todo livro vendi-
do é livro lido. E defende a realização de um censo que
considere, entre outras coisas, um índice de emprésti-
mo de livros. Segundo a Associação, o empréstimo é
praticado freqüentemente, conforme indicou a pesqui-
sa piloto realizada na cidade de Colíder (Mato Gros-
so). O empréstimo surge como opção para quem não
pode adquirir uma obra devido ao preço.
Conforme Maria de Nazaré Abreu Fabel, en-
carregada pela direção da Biblioteca Pública de
Joinville, é difícil saber quantos livros são produzidos
por ano na cidade, pois alguns não possuem registros.
O acervo da biblioteca é de aproximadamente 62 mil
livros. É registrado, uma circulação diária de quase 400
pessoas. “A maioria do público são estudantes, mas os
joinvilenses são bons leitores na grande totalidade”,
comenta a bibliotecária.
14
Os argentinos
na frente dos
brasileiros
Cleber A. Coelho
cleberac@bol.com.br
Há uma década, somente
Buenos Aires tinha mais livrarias
que o Brasil inteiro
Respeito ao meio
ambiente vale
prêmio
AraceliHardt
aracelihardt@hotmail.com
Clima de escola. Crianças brin-
cam. Correm. Estudam português,
matemática, geografia e uma disci-
plina recente: a educação ambiental.
Uma empresa de Joinville tornou-se
parceria das escolas e desenvolve um
projeto, que, entre outras finalidades,
premia escolas do município. É o Prê-
mio Embraco de Ecologia, com inten-
ção de conscientizar as crianças e a
comunidade para a importância da
preservação e do respeito com o meio
ambiente.
O prêmio nasceu em 1993 e hoje
está consolidado na comunidade
joinvilense. Conforme a assessora
corporativa de comunicação da
Embraco, Rosângela Santos Coelho,
o prêmio é aberto a todas as escolas
públicas municipais ou estaduais, par-
ticulares e rurais. “Queríamos deixar
algo a mais para a cidade e a partir
de 1996 as escolas começaram a
apresentar projetos para uma comis-
são julgadora”, explica Rosângela.
Depois de avaliadas, são es-
colhidas as quatro escolas com me-
lhores projetos na área de educação
ambiental.As escolhidas recebem um
prêmio de R$ 8 mil para implantarem
e desenvolverem o projeto ao longo
de dois anos. Conforme a assessora,
os projetos podem ser reformulados
e reapresentados para concorrerem
novamente ao troféu no outro ano.
Uma das propostas da empresa é que
as escolas vencedoras possam
reapresentar os projetos.
Todas as escolas receberam
um kit da empresa, ensinando como
elaborar passo a passo o projeto
ambiental que beneficie a escola ou
a comunidade. Uma escola continua
desenvolvendo um projeto premiado
pelo Prêmio Embraco de Ecologia. É
a Escola Carlos Heinz Funke.
Claudio L. Augusto
Livrarias: em Joinville funcionam
pouco mais de 25 livrarias
A
Primeira Pauta Esporte
Novembro2001 15
A prática de esportes aliada ao
ensino superior é algo ainda distante de
conciliar. Nos Estados Unidos, bolsas de
estudos são pagas em universidades bus-
cando revelar novos talentos, ao mesmo
tempo em que profissionais estão sendo
formados com um bom nível de
aprendizado.Em Joinville, alguns colégi-
os tentam fazer este trabalho, como é o
caso do Colégio Bom Jesus.
O Clube Escolar Bom Jesus,
responsável pelo esporte, investe em alu-
nos que se destacam em competições
internas em estudantes de outros colégi-
os que tenham tempo disponível para trei-
nar. Estes alunos participam, posterior-
mente, de competições a nível estadual
e nacional.
Segundo o professor Irton
Eberhardt, coordenador de esportes, o
C.B.J. investe suas forças atualmente no
Basquete eVoleibol feminino/masculino.
Nessas duas modalidades, possui um con-
vênio com a Prefeitura Municipal de
Joinville, através da Fundação Munici-
pal de Esportes, para representar o mu-
nicípio nos JoguinhosAbertos do Estado
e também em alguns casos no JASC (Jo-
gos Abertos de Santa Catarina), na ca-
tegoria adulto.
Muitos atletas que nasceram nas
escolinhas do C.B.J. saíram de Joinville
pela falta de uma estrutura maior no
esporte.Atletas como Moisés Pessoa Fi-
lho, que estuda Na universidade dos Es-
tados Unidos, gratuitamente, e representa
em jogos universitários, e Xuanque, atle-
ta que disputa a Liga Nacional de Vôlei,
já fizeram parte do Clube Escolar Bom
Jesus.
Atualmente, Adenisia
Aparecida Silva, atleta do vôlei, tem sido
o grande destaque. Mas como, a exem-
plo de outros, a atleta está se transferin-
do para o BCN/Osasco, clube de São
Paulo.”Ela será a novaAna Moser” afir-
ma o coordenador do Bonja.
Bonja aposta no
esporte como
diferencial
A
Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos (CBDA) decidiu proibir os de-
nominados “Pólos de Natação”, que consistem em
uma espécie de filiais dos clubes fora do seu terri-
tório de origem. A proibição passa a valer a partir
janeiro de 2002. Essa prática vinha sendo difundi-
da pelos grandes clubes do Rio de Janeiro, como é
o caso do Flamengo e principalmente
o Clube de Regatas Vasco da Gama,
que mantém mais de 20 “pólos” espa-
lhados por todo o país, um deles em
Joinville.Antes da Olimpíada de Syd-
ney, o seu presidente, Coaracy Nunes
Filho, liberou a participação de estran-
geiros nos campeonatos brasileiros.
Segundo ele isso seria muito importan-
te para elevar o nível da natação bra-
sileira, o que aconteceu. Houve tam-
bém uma renovação da seleção que foi
a Sydney. Com a entrada do Vasco da Gama nos
campeonatos de natação no início do ano 2000,
com todo o seu suporte financeiro, contratando todo
o elenco do falido Fluminense, e os melhores na-
dadores de cada categoria, dos mais diversos lu-
gares do país, Coaracy permitiu o surgimento dos
chamados
“pólos de natação”, dando total apoio aos clu-
bes para que mantivessem os atletas dos outros
Estados treinando em suas cidades de origem, per-
to da família, dos amigos e num ambiente em que
estejam acostumados, sem terem a preocupação
de adaptação em outra cidade.
O que está acontecendo? De quem é o
interesse? Por que acabar com os pó-
los? Com o término dos “pólos de na-
tação” o apoio aos atletas e a revela-
ção de novos talentos voltará como era
antes, com quase nenhum apoio e pou-
cos atletas revelados. O “paitrocínio”
voltará com força máxima. Qual em-
presa ou clube terá capacidade de in-
vestir tanto dinheiro para manter to-
dos os atletas numa cidade, fornecen-
do, além dos salários, comida, trans-
porte moradia e estudo? É muito mais
vantajoso e barato para os clubes, man-
ter os atletas em suas cidades de origem.
Com certeza, os clubes que já têm essas
atividades tentarão de todo modo reverter essa si-
tuação. É sempre assim, quando parece que a coi-
sa vai andar, sempre tem interesses políticos estra-
gando o desenvolvimento do esporte neste país. Não
dá para entender...
Satiro Sodré
Futuro: Fim dos pólos diminui incentivo a os atletas
Luís Gustavo Fusinato
fusinato@hotmail.com
Cleber A. Coelho
cleberac@bol.com.br
Fim dos “pólos de natação”
enfraquece esporte
Comentário
Novembro2001
N
Primeira PautaEsporte
100100100100100 ANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURF
Elisa Rietzmann
elisazem@hotmail.com
Nos últimos cem anos, mi-
lhões de ondas foram surfadas e mi-
lhões de manobras executadas. Das
salas de shape (salas onde são
fabricadas as pranchas) saíram cen-
tenas de modelos de pranchas com
os mais variados designs que foram
testadas pelos surfistas de cada épo-
ca. De 1901 para os dias de hoje as
pranchas tem diminuído seu compri-
mento. Algumas das pranchas de 100
anos atrás chegavam ultrapassar os
dois metros de comprimento.
Para retratar esta longa e co-
lorida trajetória que vai de Duke
Kahanamoku a Kelly Slater, de
Osmar Gonçalves a Fabio Gouveia
vamos dar uma leve passada pela his-
tória do surf selecionando alguns mo-
mentos especiais.
Na década de trinta, na praia
de San Onofre, no Sul da Califórnia a
cultura do surf toma força inspirada
no que acontecia em Waikiki na mes-
ma época. Em Santos no ano de 1938
surge o primeiro surfista do Brasil.
Osmar Gonçalves e seu amigo Juan
Haffers construíram uma prancha
oca, parafusada, feita de latão pesan-
do cerca de 80 quilos.
Nos anos 50, Arduino
Colasanti, italiano, vindo para o Bra-
sil aos doze anos de idade, passou a
ser a marca dos surfistas. Disputado
entre as mulheres, também foi um dos
primeiros a ficar de pé na prancha.
Seu cabelo loiro, queimado do sol, e
sua pele dourada, bronzeada, mar-
cam surfistas até os dias de hoje. Em
1952, Jack O’Neill inventou a roupa
de borracha para a proteção do frio e
registrou o primeiro Surf Shop em
Santa Cruz, na Califórnia.
O número de surfistas cresceu
rapidamente no Brasil com a chega-
da das pranchas de fibra de vidro que
além de menores eram muito mais
leves, o que facilitava nas manobras.
Nos anos 70 junto com a dita-
duramilitar, surgemosprimeiroscam-
peonatos profissionais. O carioca
Renan, “The Crabman” foi um dos
primeiros a conquistar títulos interna-
cionais e o respeito dos havaianos. A
competição no surf se expandiu junto
com a indústria de surfwear na
Califórnia e Austrália, que já fatura-
va milhões de dólares.
Grandes talentos foram desco-
bertos e patamares, antes nunca ima-
ginados, foram alcançados. As ma-
nobras aéreas, ainda pouco aceitas,
surgiram com Martin Potter, vindo da
África do Sul em 1989, e influencia-
ram a nova geração. A Associação
Brasileira dos Surfistas Profissionais
foi fundada em 1987;
como o “maior surfista de todos os
tempos”. Hexacampeão mundial e
cinco vezes vencedor. Lisa Andersen
foi campeã mundial do surf femini-
no levando os títulos de 94, 95,
96 e 97, popularizando,
divulgando e in-
centivando o
s u r f
feminino, levando a uma aceitação
maior. Em 1999, Teco Padaratz foi
o primeiro surfista a conquistar o
bicampeonato mundial no WQS (se-
gunda divisão do Circuito Mundial).
Em2000,FábioSilva conquistou,pelo
Brasil, o primeiro lugar por equipes
no ISAMaresiaWord Surfing Games
(antigo Mundial Amador), em
Maracaípe, Pernambuco, com uma
expressiva vitória na categoria Open.
Na virada do milênio Kelly Slater e
Laird Hamilton lideram as competi-
ções cada vez mais, com novas ma-
nobras e premiações.
Água na alma
O surf nasceu num passado
distante. Onde e como, não se sabe
ao certo. O primeiro registro fotográ-
fico que se tem conhecimento, data
de 1890. Um surfista solitário anda
com uma prancha feita de paipo, no
Hawaii emWaikiki, considerado, hoje
em dia, o berço do surf mundial.
Uma provável resposta para
o surgimento do surf talvez esteja
com habitantes de séculos atrás da
Costa da África Ocidental (Polinésia)
ou do Peru.
Há tempos um grupo de
aventureiros partiu da Polinésia
em direção ao Hawaii, que ainda
era desconhecido. Diz a lenda,
que um tubarão branco começou
a guiá-los quando já tinham per-
dido as esperanças.
Quando o homem branco
chegou ao Hawaii, descobriu que
o relacionamento dos polinésios
com o mar, era diferente de tudo
que o resto mundo já havia ex-
perimentado. Para os havaianos o
oceano significava vida, alegria e
liberdade.
Para se ter uma idéia da im-
portância do surf para o povo
havaiano, chefes, homens, mulhe-
res e crianças deixavam todas
obrigações, tudo de lado, em tro-
ca de um bom surf.
e em 1988 Fábio Gouveia conquistou
em Porto Rico o título mundial ama-
dor. Fábio ganhou novamente como
terceiro colocado no mundial de Por-
to Rico.
Nos anos 90 surge Kelly Slater

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Edição nº 18_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville

  • 1. e têm muito mais... “Como comunicólogo, pro- meto buscar meus ideais, seguindo a meta de traba- lho livremente escolhida. E da mesma maneira, comu- nicar com ética, honesti- dade e responsabilidade aquilo que me foi transmitido. Prometo remover todos os obs- táculos que impeçam a afirmação cada vez maior entre os se- res, e fazer com que possam compre- ender a transcendência da comunicação e sua função na sociedade e humanidade”. EU PROMETO !
  • 2. Novembro2001 afirmando uma tendência à subser- viência ideológica e uma falta de compromisso com a investigação das origens do fato. Agrandemaioriadasredesde TV,aindaembriagadascomaquan- tidade de imagens do ato terrorista edesuasconseqüências,concentra- ram sua cobertura no espetáculo dantesco da destruição e na divul- gação de tragédias pessoais. Do pontodevistadojornalismofactual, exageraramnaexposiçãodascenas do atentado, enquanto deixavam pouco espaço para a jornalismo investigativo. Pouco se tem mostrado acerca da raiz do ódio promotor dessa tragédia. Pouco se fala sobre os conflitos promovidos pelos pró- priosamericanos,participantesnem sempre leais do jogo pelo poder e neta sem que ela pudesse, sequer, esboçar uma reação de defesa. Em vez disso, os americanos assistiram pelaTV, estupefatos, as- sim como o mundo, a destruição de algunsdosmaioressímbolosdesua hegemonia.Depoisdaexpressãode pesar pela perda de milhares de vi- das inocentes, as atenções voltam- se agora à reação dos Estados Uni- dos. Amídiainiciouacoberturada primeira guerra do século 21. Mas, a julgar-se pela forma como cobriu o incidente, como deveria ser a co- bertura dessa guerra? A análise das manchetes dos principais jornais brasileiros do dia 12 de setembro traz algumas constatações interessantes. Muitos veículos tomam os Estados Unidos como sendo o centro do mundo, re- Opinião Primeira Pauta Poucoseventosnahistóriada humanidadetiveramumacobertu- ra tão dramática como os atenta- dos terroristas ao World Trade Center, em Nova York, e ao Pentágono,emWashington,nodia 11 de setembro. O choque do primeiro avião com uma das torres trouxe todo o aparato da mídia para uma posi- çãodealerta,diantedoque,aprin- cípio, cogitou-se ser um acidente. Osegundoaviãoenvolvidotrouxe umaconfirmaçãoeumfatohistóri- co: era um atentado terrorista e es- tava sendo visto por milhões de pessoas pelaTV, ao vivo. A comoção que se espalhou por todo o mundo deveu-se, em princípio, ao fato de estar sendo atacado o coração da maior po- tência econômica e militar do pla- A imprensa diante da nova guerra João Luiz Kula joao_kula@bol.com.br○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Quando começamos a pensar em uma tentativa de redesenhar a cartografia jornalística atual, deparamo-nos com um parecer que despreza a inteligência, a necessi- dade da investigação, ao direito à informação com qualidade. A decisão da juíza Carla Rister, da 16a Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, em suspen- der liminarmente a exigência do di- plomadejornalismo,decertomodo, nos fez um favor. Depois de muito tempo voltamos a discutir o nosso papel junto à sociedade, a exigên- cia de uma bagagem cultural mais sólida e de qualidade, a adoção de um comportamento realmente éti- co. A posiçào da juíza também Caro Amigo Leitor hegemoniapolíticamundial. Nada justifica tal ato por parte de fanáticos, sejam de qual etnia ou religião forem. Mas pouco se ques- tiona a respeito da influência da po- lítica americana e suas conseqüên- cias sobre a vida de países no Ori- ente Médio ou sudeste da Ásia. Estamos assistindo a mais uma guerra de “videogame”, cujas principais vítimas são pessoas tão inocentes quanto os mortos e feri- dos dos edifícios gêmeos de Manhattan. Muitasimagensespetaculares ainda serão mostradas. Espera-se que a imprensa, ao menos a de fora dos Estados Unidos, consiga des- vencilhar-se da censura militar e da contra-informação, eprocureexer- cer, finalmente, o seu papel de in- vestigar,analisareesclarecer. abriu para o debate uma questão importante: “Que diferencial nós te- mos que ter para não sermos obri- gados a aceitar argumentos utiliza- dos por ela?” Achamos que esse diferencial começa aqui, na acade- mia. Entendemos ser este o espa- ço fértil para a criatividade fluir, sem filtros, sem medos, com temperos éticos e humanitários. Experimen- tar é a palavra chave. Ela abre as portas do conhecimento, transfor- mando-a na maior riqueza do mun- do: a informação. Essa riqueza não se adquire de graça. É preciso competência. É preciso ter ousadia. Esse é o pro- jeto do Primeira Pauta 18. (Mariângela Torrescasana) Já está no ar a nova página da revista eletrônica - REVI. Com uma nova proposta, a Revi pretende abordar temas acadêmicos e abrir es- paço para os estudantes exporem suas produções científicas. Direcionada aos acadêmicos do cur- so de Comunicação Social a revista virtual - REVI, traz muitas informa- ções sobre os cursos. A página está no ar desde junho. O projeto pedagógico está sendo coordenado pelos professores Gastão Cassel e Jacques Mick. Na produção , os acadêmicos, Claudio L. Augusto (Jornalismo 6º), Emannuelle Viera Torres ( Jornalismo 8º) e Luciano Zinelli da Rosa (Jornalismo 6º). O endereço da Revi é: www.ielusc.br /revi EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE Jornal Laboratório do Curso de Comuni- cação Social - Jornalismo - do Instituto Superior Luterano de Educação de Santa Catarina- IELUSC www.ielusc.br Diretor Geral: Tito L. Lermen Diretor do Cur- so: Edelberto Behs Professora Responsá- vel: Mariângela Torrescasana Diagramação: Claudio Lucio Augusto e Gisélle F. de Araújo Produção: 6º semestre Participaram dessa edição: Adriana Cradoso, Albertina Camilo, AlessandradaCosta,AltairNasario,AraceliHardt, Charlene Serpa, Clailton Breis, Claudio L. Augusto,Cleber Coelho,ElisadaSilva,Esther M.Reschiliani,GisélleF.deAraújo,GiselliSilva, Jean Helfenberger, João L. Kula, Josi Tromm, Lisandra de Oliveira, Luis Fusinato, Manoela Borba, Maria Avelina Selbach, Marilia C. M. Maciel, Martín Fernandez, Renata F. de Camargo,TaisaPimentel,LucianoZ.daRosa. Escreva para nós: A/C Curso de Comunica- çãoSocial-JornalismoRua:AlexandreDöhler, 56 Centro 89201-260 Joinville-SC Tel.: (47) 4330155 Correio eletrônico: primeirapauta@ielusc.br ○○○○○○○ ○ ○ 2
  • 3. SS anta Catarina é o maior ex- portador de móveis do Bra sil.As indústrias concentram- se no pólo de São Bento do Sul, a 70 Km de Joinville. Os Estados Unidos são o principal comprador dos pro- dutos catarinenses e o setor moveleiro/madeireiro é o segundo maior empregador do país, atrás ape- nas da indústria automobilística. Só em São Bento do Sul, cerca de dez mil pessoas vivem da produção de móveis. Por tudo isso, os atentados terroristas aos Estados Unidos trou- xeram motivos de sobra para preo- cupar os empresários do setor moveleiro. No entanto, o início da guerra contra o Taleban, ao contrá- rio do que se esperava, descortinou perspectivas otimistas. O consultor do Programa Na- cional de Incremento às Exportações Moveleiras para o mercado norte- americano, Jeff Holmes, prevê um aumento nas vendas para os Esta- dos Unidos. O conflito com o Orien- te tende a diminuir a compra de mó- veis da China e a beneficiar os bra- sileiros. Os norte-americanos são res- ponsáveis pelo consumo anual de US$ 13 bilhões em móveis. O volu- me total exportado pelo Brasil, no ano passado, foi de US$ 485 milhões, dos quais os Estados Unidos compra- ram 35%. As exportações deste primeiro semestre, antes dos atentados terro- ristas, tiveram incremento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo sem o cancelamen- to de pedidos, os moveleiros prefe- rem agir com cautela. O carioca Sávio Visconti, consultor de indústri- Economia Guerra traz incertezas para a indústria moveleira Estados Unidos são o principal cliente do Brasil na compra de móveis. Principal pólo exportador é catarinense Marília Maciel grifos@matrix.com.br Marília Maciel Móveis: Meta é exportar US$ 600 milhões em móveis este ano as moveleiras, recomenda a pesqui- sa de novos mercados. “Não é de um momento para outro que se conse- gue mudar design, ritmo de produção, então é preciso precaver-se”, acon- selha. Um levantamento de países importadores de móveis aponta os ni- chos promissores. Aparecem na lis- ta o Caribe, Angola, Moçambique, África do Sul e Nigéria. “Talvez por preguiça, falta de incentivo ou de in- formação, normalmente as empresas de móveis não se interessam muito por estes lugares”, destaca Visconti. Na América do Sul aparecem a Bo- lívia, Chile, Guiana Francesa, Peru e Venezuela. Na América Central des- pontam Costa Rica, Cuba, El Salva- dor, Guatemala, Guadalupe, Haiti, Jamaica, Martinica, Panamá. Esta lis- ta não inclui país que compre menos de US$ 25 mil/mês em móveis. Visconti alerta: a concentração de vendas, seja aos Estados Unidos ou para a Europa é perigosa em tempos de guerra. Para o agente exportador Luiz Garcia, da Planor/Primex, as vendas até o final do ano acontecerão nor- malmente. O receio fica por conta do primeiro trimestre de 2002. “Não sabemos o que pode ocorrer se hou- ver contra-ataque dos Talebans. Se os consumidores comprarem normal- mente no final de ano, os estoques baixam e haverá novos pedidos. Se não houver diminuição dos estoques, não teremos novas encomendas”, analisa. Se a guerra não atrapalhar, o Brasil pretende exportar US$ 600 milhões em móveis até dezembro e chegar a US$ 1 bilhão até 2003. 3Novembro2001 Primeira Pauta E x p o rta ç õ e s b ra s ile ira s d e m ó v e is 1996 1998 2000 2002 2004 385,2m il. 485 m il. 600 m il. 1 P rin c ip a is E s ta d o s E x p o rta d o re s 0 ,0 0 % 1 0 ,0 0 % 2 0 ,0 0 % 3 0 ,0 0 % 4 0 ,0 0 % 5 0 ,0 0 % Santa Catarina Rio Grande doSul Paraná São Fonte:Abimóvel
  • 4. Novembro2001 AA informática vem promoven- do,emespecialnosúltimos30 anos, a maior e mais rápida transformação nas relações econômi- cas já presenciada pela história. Muito mais do que as grandes navegações ou a revolução industrial, a aplicação dos computadores na gestão das em- presas sua utilização no campo das telecomunicações, têm proporciona- do modificações sem precedentes na forma como as empresas se relacio- nam. A capacidade cada vez mai- or de comunicação instantânea, a qualquer parte do planeta, tornou pos- sível para as empresas a busca por possibilidades de negócios em locais cada vez mais distantes, provocando acirramento na disputa pelos merca- dos. O mundo entrou, assim, na era da economia globalizada. Essa situ- ação exigiu de empresários a adoção de novos modelos de gestão. O re- sultado imediato da mudança na for- ma de administrar as empresas foi a busca pela redução de custos e a ra- cionalização de processos e, mais uma vez, a informática foi o instrumento para se atingir esses objetivos. O empresário da era da in- formação deve estar em sintonia com o que a tecnologia põe à sua disposi- ção. “O empresário do século XXI deve ser muito bem atualizado tecnologicamente. A tecnologia efe- tivamente vai impulsionar os negóci- os”, afirma MiguelAbuhab, presiden- te da Datasul S.A., maior empresa produtora de software de gestão em- presarial do Brasil. “Além das carac- terísticas de ser empreendedor, inde- pendente, o empresário precisa ter visão,conhecimento tecnológico”, completa Abuhab. Em decorrência desse cená- rio surgiu mais um elemento para compor a complexa equação cujo re- sultado são as relações econômicas Economia Conhecimento: a chave para a sobrevivênciaJoão Luiz Kula joao_kula@bol.com.br do mundo moderno: a informação. Empresas passaram a dar cada vez mais valor ao conhecimento antes dis- seminado por seus setores e que, uti- lizado da forma correta, transforma- se nesse elemento, cuja aplicação pode fazer a diferença entre o suces- so ou o fracasso. Descobriu-se que não apenas números e bens de capi- tal de uma organização possuem va- lor estratégico, mas também a expe- riência e a capacidade de aprendiza- do de seus funcionários. Com a informatização das empresas e o aperfeiçoamento de seus processos, a situação da mão- de-obra mudou de forma considerá- vel. Atualmente, candidatos aos pos- tos de trabalho precisam ter mais ins- trução e um grau de especialização mais elevado em comparação com a situação de anos atrás. O perfil, ago- ra exigido dos trabalhadores, faz o empresariado se preocupar em inves- tir ainda mais em cursos e treinamen- tos para poder obter maior produtivi- dade em suas linhas e melhor quali- dade em seus produtos. E todo esse investimento, que poderia ser even- tualmente perdido caso o funcionário saísse da empresa, passa aos poucos a tornar-se palpável. Na economia da era da informação, o conhecimento transformou-se em um ativo concre- to. Assim, com um elemento novo, a informação, a ser considera- do pelos empresários, surge a ques- tão: como mapear, quantificar e, en- fim, obter retorno dessa riqueza que repousa, invariavelmente, na cabeça dos funcionários? Uma nova discipli- na, antes restrita apenas aos debates acadêmicos, começa a ganhar cada vez mais espaço: a Gestão do Conhe- cimento. Gestão do Conhecimento pode ser definida como uma forma de estimular a criação de um ambi- ente na empresa onde o conhecimen- to acumulado com a experiência de seus funcionários possa circular livre- mente, tornando-se acessível a todos os seus componentes. “A Gestão do Conhecimento compre- ende muitos conceitos complexos e também muita mudança de compor- tamento e culturas de trabalho. Po- rém não é modismo, é diferencial competitivo e o único caminho para sobrevivência das empresas nesta tempestade de informações que acon- tece em velocidade nunca antes re- gistrada.Ter a informação certa, com- pleta, atualizada e disponível em lo- cal conhecido é apenas um pequeno resultado da Gestão do Conhecimen- to”, argumenta Marcelo Ricardo Monich, gerente de projetos da For- tes Consultoria Ltda., empresa espe- cializada em apoiar empresas no pro- cesso de Gestão do Conhecimento. Muito mais do que uma ten- dência passageira, a gestão do conhe- cimento é uma arma à disposição das empresas para aprimorarem ainda mais seus processos e buscarem de forma sustentável seu crescimento. Em um mundo onde o conhecimento aplicado transforma-se em algo tão valioso quanto ouro, o estímulo à cri- ação de ambientes de conhecimento parece ser a chave para a sobrevi- vência das organizações. Computador: Ferramenta essencial no mundo globalizado cla/foto montagem Primeira Pauta 4 CLA / FOTOMONTAGEM
  • 5. o Economia 5Novembro2001 Primeira Pauta O s investimentos eletrônicos nas áreas de informática e de telecomunicações são crescentes e colocaram o sistema bancário brasileiro entre os mais mo- dernos do mundo.O atendimento ele- trônico cresce intensamente. Seguin- do tendência mundial, o setor bancá- rio brasileiro amplia os investimentos em máquinas e equipamentos e pro- gramas de computadores. O objetivo do uso de equipa- mentos eletrônicos é facilitar o aten- dimento e oferecer comodidade aos clientes. Os postos eletrônicos ficam à disposição durante 24 horas, insta- lados em locais mais acessíveis. Nor- malmente essas máquinas são colo- cadas no exterior das agências ban- cárias, nos shoppings e supermerca- dos e espalhas por alguns pontos das cidades, onde todos os correntistas têm acesso imediato. O corretor de seguros, Ro- gério Flor da Silva, possui conta em banco e considera o avanço da tecnologia nos bancos como a me- lhor coisa que poderia acontecer. Explica que antes perdia muito tem- po nas filas, principalmente para pa- gar suas prestações. “Trabalho na área de vendas, não posso ficar pa- rado. Cada minuto perdido é di- nheiro que eu deixo de ganhar. Ago- ra, vou à agência somente quando preciso tratar de negócios com meu gerente. Pago as contas de consumo através de débito automático e internet. Tiro extrato e vejo saldos na internet e faço depósitos nos caixas Bancos investem em novas tecnologias eletrônicos. É muito mais simples: “O tempo que perdia nas fi- las, eu deixo para visitar meus clientes”.Na mesma linha de cresci- mento da tecnologia, os bancos in- vestem no atendimento personaliza- do através de tele-bancos, internet e débito automático de contas. Esse tipo de serviço, fora do horário padrão das agências bancárias, constitui os tão falado Serviço de Conveniência. O cliente faz suas transações a qualquer hora do dia ou da noite, sem precisar se deslocar de casa ou do ambiente de trabalho.Um exemplo de segurança e facilidade são os cartões, principalmente os car- tões chamados visa electron, que fun- cionam como cheques para pagamen- to de compras à vista. A ampliação da oferta de equipamentos e servi- ços eletrônicos aos clientes vem per- mitindo aumentar o uso de cartões de débito e de crédito para pagamentos de compras em terminais colocados pelos bancos junto ao comércio e prestadora de serviços. Os cartões são um meio de pagamento mais ágil, mais seguro e decustomuitoinferioraochequetanto para os bancos quanto para os clien- tes. A bancária Esther Maria Reschiliani , destaca ser importante para os clientes a opção de uso dos serviços de conveniência, pois com eles, não há necessidade de aguar- dar em filas e nem mesmo ir até o banco. Podem ter acesso às informa- ções de suas contas com um simples clique no mouse ou um telefonema. Esther encerra dizendo que “os ban- cos sempre investiram em novas tecnologias para atender às necessi- dades dos clientes e também do pró- prio estabelecimento”. O Chefe do setor de cobran- ça do Bradesco Centro, Anderson Guilherme Krenkel, explica que os bancos estão numa competição na busca de clientes no mercado. As novas tecnologias são de fundamentalimportânciasegundoele, porque possibilitam a melhoria de equipamentos nos próprio banco, principalmente no sistema interno (re- passe de informações da matriz dos bancos para as demais agências) e no treinamento de funcionários. “Em segundo pela comodidade que pode oferecer aos clientes que já possui e sair em busca de novos.”Isso aumen- ta o número clientes sem que estes tenham que estar na agência, diminui o fluxo de papel nos arquivos dos bancos e diminui as filas. Ele acres- centa ainda que, “os clientes aderem à facilidade do auto-atendimento, ao perceberem que o serviço é seguro e muito mais prático, principalmente pela questão da economia de tempo”. Há uma grande competição dos ban- cos no mercado. A busca pelos cli- entes não pára. A palavra chave é expansão. Enquanto as máquinas fa- zem o serviço dos funcionários nas agências e demais postos, estes vão em busca dos clientes nas ruas. É um ciclo constante. O cliente economiza tempo, dinheiro e os bancos aumen- tam seus lucros. Tecnologia: Clientes serão os beneficiados Esther M. Reschiliani florzinhadocampo@bol.com.br Claudio L. Augusto
  • 6. Novembro2001 A 6 Primeira Pauta Escolas substituem homenagens por ações práticas Educação A educação ambiental está transformando a qualidade de vida de várias escolas de Joinville. Além de preservar o meio ambiente, os programas escolares evitam o desperdício de materiais recicláveis. Vendem o material para fazer melhorias em sua infraestrutura e destinam parte do que iria para lixo a catadores de papel e outros materi- ais. As ações desenvolvidas são eco- lógicas, comunitárias e tem caráter social. Outras escolas também desen- volvem projetos semelhantes, mas o Jardim de Infância Municipal Branca de Neve, e a Escola Municipal Go- vernador Pedro Ivo Campos, locali- zadas no bairro Costa e Silva, são exemplos em matéria de educação e prática ambiental. O Jardim de Infância Municipal Branca de Neve educa alunos de qua- tro a seis anos. Segundo a diretora Marlene Malschitzky, a preocupação com meio ambiente passou a ser uma necessidade a partir do ano de 1997, quando a região sofreu com proble- mas gerados pela dengue. A instituição passou a desenvol- ver um programa de educação ambiental direcionado a faixa etária das crianças. ciliar que é reaproveitável e levam até à escola, às terças e quintas-fei- ras. O papel que sobra durante as aulas também é reciclado através de uma oficina dentro da própria escola. As crianças confeccionam trabalhos e cartões, principalmente para os pais. O papel não reciclado é doado a uma família de catadores de papel, seleci- onada pela escola. O lixo orgânico é reaproveitado para adubar as hortas do jardim. Os alunos comem na me- renda o que eles mesmos plantaram. Aatividadedesenvolvidacomas crianças varia de acordo com a ida- de. Para cada tema são realizados passeios de estudo. As crianças de quatro anos aprendem sobre a água, seu desperdício e contaminação. Acompanham e estudam o rio Ca- choeira desde as fontes, para enten- der porque o rio está poluído e ver a importância de preservar suas nas- centes. As crianças de cinco anos estudam arborização, a origem das árvores, como tratá-las. Eles possu- em 56 árvores catalogadas pelo Nú- cleo de educação Ambiental. Além da arborização conhecem as doenças que o lixo pode causar, como a den- gue e a leptospirose. As crianças de seis anos conhe- cem o sistema operacional do lixo. Como é, e o que significa o aterro sanitário, o tempo de decomposição dos materiais jogados no lixo, que materiais são recicláveis e a impor- tância do reaproveitamento do lixo. A diretora conta que o projeto de consciência ambiental é aprimo- rado desde de 97 para poder mobili- zar toda a comunidade próxima ao jardim e não só pais e alunos. A es- cola desenvolve palestras, exposições Taisa Pimentel taisapimentel@hotmail.com Taisa Pimentel O projeto ecológico foi iniciado com a intenção de melhorar a quali- dade de vida de toda a comunidade, atingindo pais, professores e alunos. “Os nossos alunos têm, no máximo, seis anos, e sabemos que o que apren- dem na escola, repassam e cobram dos pais”, afirma Marlene. Para concluir as ações, a es- cola conta com a ajuda dos pais. To- das as famílias recolhem o lixo domi- Qualidade Ensinando com os trabalhos dos alunos e feiras de ciências, tudo aberto à comunida- de. A prova de que conscientização ambiental está gerando resultados é o depoimento do aluno de seis anos, Iago Fernando: “A educação ambiental é importante porque ajuda e preservar a natureza. Não deve- mos jogar o lixo na natureza, temos que separá-lo em casa e colocar em sacos plásticos”. A Escola Municipal Governa- dor Pedro Ivo Campos é uma das es- colas de Joinville que mais investe na educação ambiental. Ela desenvolve com todos alunos, professores e pais o aproveitamento de qualquer mate- rial reciclável. O vidro, plástico e la- tas de alumínio são vendidos para ar- recadar dinheiro e promover melhorias na escola. O lixo orgânico já recebeu um local adequado para compostagem e é utilizado como adu- bo orgânico nas hortas da escola. Para reciclar o papel a escola conta com uma oficina pequena, e a exem- plo do jardim Branca de Neve, tam- bém selecionou uma família carente para doar o papel que sobra. Segundo a diretora Aldacira Hakenhaar, a conscientização ambiental surgiu de anseios coletivos de professores e alunos, e também de um sonho de resolver os proble- mas existentes na localidade. Além dos projetos que já desenvolve, a es- cola pretende investir na arborização não só educandário, mas de toda a localidade. O objetivo é melhorar a qualidade de vida da comunidade e conscientizar alunos, pais e professores de que cada um é responsável por uma parte do ecossistema.
  • 7. N Novembro2001 Primeira Pauta 7 N em sempre é possível saber o que as crianças estão pen sandoouquerendo,principal- mente quando possuem menos de dois anos de idade. Porém, há uma parcela da população especializada em lidar com estes seres pequeninos. São as professoras de educação in- fantil. Elas se esforçam para dar con- forto e estimular a socialização das crianças. “Há necessidade de incenti- var a interação para que possa exis- tirobomdesenvolvimentomotoreso- cial”, afirma Ivana Catarina F. Fronza, educadora do Colégio Bom Jesus. Na idade entre um e dois anos é im- portante explorar todas as áreas da criança, desde as funções motoras à utilização de materiais, afirma. O método de trabalho de Ivana é realizar atividades a partir do interesse dos alunos. Ao perceber para onde estão voltadas as atenções das crianças, ela começa a desenvol- ver um projeto abordando tal assun- to. Nessa idade, explica Ivana, há um Josi Tromm josijt@bol.com.br Incentivo: Ivana explora a curiosidade das crianças e desenvolve trabalhos partindo do interesse delas Raquel Vogel Crianças precisam ser estimuladas desde os primeiros anos de vida forte interesse pela natureza e isto deve ser levado em consideração. Se os pequenos são bem estimulados e existe um esforço para ativar a me- mória deles, o futuro destes cidadãos será melhor. “A partir de um ano a crian- ça já pode começar a freqüentar um jardim de infância. Com isso, haverá um processo de estimulação e propi- ciará a autonomia do aluno”, comen- ta Ivana. As crianças que convivem com outras são mais interativas e se adaptam melhor a certas situações. Em vista disso, alerta a professora, é bomquefilhosúnicostenhammomen- tos na companhia de outras crianças. Ivana constata, pela sua ex- periência de nove anos no ramo, que a troca de grupo é importante para as crianças. No que se refere ao cor- po docente, ela entende ser necessá- ria a reciclagem constante. “Desta forma, saberão preparar melhor as crianças para o mundo que hão de enfrentar”, conclui. Educação Pais na empresa e filhos na escola. Desta maneira vivem muitas famílias. Enquanto a mãe e o pai trabalham, as crianças são confiadas às instituições de ensi- no. Muitas vezes as escolas substítuem lares onde não há um convívio familiar adequado à edu- cação infantil. Quando as crianças nascem, precisam do apoio materno e do exemplo paterno. Com o passar dos anos, elas ingressam no jar- dim de infância, ensino fundamen- tal, médio e por fim, já crescidas, no ensino superior. Nos primeiros anos de vida, os pais devem exer- cer um interesse maior em rela- ção ao aprendizado escolar de seus filhos. De acordo com Giani Ma- gali de Oliveira, professora da Es- cola Municipal Prefeito Geraldo Wetzel, a vida social exige que a mulher se ausente do lar a fim de contribuir financeiramente, ou mesmo em busca de uma conquis- ta pessoal. Por isso, destaca ela, a escola adquiriu papéis que não tem condições de assumir. Desta forma a escola fica responsável pela educação dos alunos, pensam muitos pais ao deixaram seus fi- lhos nas instituições. Giani afirma que a transferência de funções dos pais para a escola, pode tra- zer conseqüências no processo de aprendizagem, pois a função da escola é ensinar. Uma criança sente-se mais segura, amada e estimulada se há Educação dos filhos passa pelo apoio familiar apoio familiar. “Isto favorece seu desenvolvimento”, destaca Lamis Mousse, coordenadora de ensino do CEI Padre Carlos. Para ela é importante que a es- cola e a família caminhem jun- tas, “só assim a educação dos pequeninos será boa”,acentua. Os filhos com pais presen- tes são mais alegres, seguros e espontâneos, relata Maria Ivone T. Corrêa, educadora do Centro de Educação Infantil Paranaguamirim. Também se socializam com mais facilidade. Quando isso não ocorre, eles são mais tímidos, inseguros e não se aproximam dos outros com faci- lidade. As professoras enfatizam a importância de dar uma aten- ção especial para as crianças com pais ausentes. É preciso conversar com elas e incentivar a aprendizagem. Lamis destaca que as educadoras, na última dé- cada, também adquiriram o pa- pel de médica, psicóloga, orientadora, amiga e muitas ve- zes, fazem o papel de pais. Os pais precisam retomar suas funções, concluem as pro- fessoras, e não apenas colocar mais gente no mundo. São ne- cessárias orientações e acompa- nhamento escolar. Segundo Ma- ria Ivone, só assim será mais fá- cil conduzir um bom aprendiza- do para as crianças e será pos- sível fazer com que ela se torne um cidadão consciente e crítico.
  • 8. Novembro2001 M Especial 8 Primeira Pauta Ielusc forma sua p Jorna Carola Cristofolini – 22 anos Trabalha há 4 meses na Comunicação Social da Multibrás “ Sempre gostei de comunicação e áreas humanas.Gosto de criatividade e o jornalismo tem que ser criativo.Afinal, transforma os acontecimentos em notícias. Gostei do curso, mas acho que falta algo. É difícil reivindicar e conseguir alguma coisa. No mo- mento pretendo continuar na Multibrás. Também quero fazer coi- sas que gosto: curso de línguas, ginástica e canto. Futuramente, quero fazer uma pós.” Celso Schmitt – 40 anos Narrador esportivo apresentador da Rádio Floresta Negra. Experiência em rádio de 17 anos “ Sempre sonhei em trabalhar numa rádio. Sempre fui muito ligado ao esporte. Como já trabalhava na área, escolhi jorna- lismo para me especializar e obter novos conhecimentos. O primeiro vestibular foi em Florianópolis. Não passei. Em se- guida, prestei no Ielusc e deu certo. A faculdade é boa, ajus- tes no currículo seria importante. Algumas matérias estão deslocadas. Projetos realizados no decorrer do curso, por exemplo, já poderiam servir como projetos exigidos no currí- culo. Quero continuar no rádio e pretendo fazer alguma atividade no jornalismo gráfico, também na área de esporte. Nathália Fernandes – 21 anos Professora de teclado na Arte Maior há 5 anos “ O esporte me trouxe para o jornalismo. Também leio muito e escrevo. Se um dia eu trabalhar na área, serei jornalista esportiva. Gostei do curso, porém consta- tei falhas. Escolhi a profissão por causa do esporte e não encontrei especializações na área. Não penso em trabalhar na área por enquanto, mas pretendo fazer um curso especializado em jornalismo esportivo em São Paulo.” ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○○○○○○○○○○ ○ ○ ○○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○ ○ ○ ○ Esther M. Reschiliani florzinhadocampo@bol.com.br M istura de sorrisos e lágrimas. Muita dança e alegria. Família, amigos e parentes reunidos num momento tão esperado. Nomes são chamados, diplo- mas são entregues. Para começar, um velho “Amigos para sempre” e champagne. É um dia especial.Após muita luta, essa é a hora da festa. O que você está imaginando? É isso mesmo... O Instituto Superior e Centro Educa- cional Luterano de Santa Catarina Bom Je- sus/IELUSC,formasuaprimeiraturmadeCo- municação Social com habilitação em Jorna- lismo. E como toda formatura conta com a presença de paraninfos, patronos e homena- geados, essa não será diferente. O paraninfo escolhido pelos alunos foi Moacir Tomasi (JornalANotícia),opatronoseráUdoDohler (Dohler S/A) e a homenageada será a profes- sora de Língua Portuguesa, Jane Rita da Silveira. O primeiro vestibular aconteceu em 1998, onde ingressaram no curso 50 alunos, e apenas seis vão se formar, porém essa for- mação ainda depende dos resultados dos tra- balhosmonográficosaindaemandamento.To- dosospossíveisformandos:CarlaBecker,Ca- rolaCristofolini,CelsoSchmitt,Francianede Oliveira, Nathália Fernandes e Oliver TakahashiAlbert, trabalham em veículos de comunicação, com exceção de Nathália. ○○○○○○○○○○
  • 9. primeira turma de alismo O EspecialPrimeira Pauta 9Novembro2001 Objetivos e perspectivas de trabalho O curso de Jornalismo do IELUSC é o único da região norte de Santa Catarina. Definindo-se como instrumento de ex- celência no campo sócial, destaca a pesquisa como principal espaço de construção do conhecimento.O curso tem como objetivo prin- cipal fornecer, para seus alunos, um pensamen- to crítico com relação às mudanças que ocor- rem na sociedade. Com esta formação, o jorna- lista ingressa no mercado de trabalho preparado para ter seu próprio negócio. O aluno poderá tam- bém atuar nas áreas de rádio, jornal impresso, televisão e assessoria de imprensa. O IELUSC oferece estúdios e labora- tórios de rádio, televisão, fotografia e informática, sem os quais seria impossível o desenvolvimen- to das matérias práticas. As principais discipli- nas cursadas no decorrer dos oito semestres são: radiojornalismo, telejornalismo, redação jornalística, fotojornalismo, planejamento gráfi- co e edição. As inscrições para o vestibular 2002 po- dem ser feitas até o dia 15 de novembro. As provas serão realizadas no dia 15 de dezembro. Maiores informações podem ser obtidas pelo fone 433-0155 ou www.ielusc.br Carla Becker – 22 anos Repórter da Rádio Cultura há 2 anos Também atua na Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores Trabalhou 1 ano na TV Cidade “ Não escolhi a profissão de jornalista. Sempre gostei de escrever e ler. Sempre fui muito curiosa. Prestei cinco vestibulares para Direito e não passei. Costumo dizer que Deus escolheu isso para mim.Optei por Jornalismo, pois me identifico com a área, sou muito comunicativa. Quando entramos na faculdade imaginamos outro Jornalismo. Aprendemos um tipo de J ornalismo na faculdade, mas na realidade é diferente. Isso nunca me desmotivou, o Jornalismo é apaixonante. Já trabalhei um ano na TV cidade, mas me identifico com o rádio. O que mais me chama atenção é a área política, quero me aperfeiçoar. Meu grande sonho é fazer grandes reportagens políticas para revistas.” Franciane Oliveira – 20 anos Repórter da TV BV – Band desde maio de 2000 “Gosto de esporte. Sempre gostei de esportes e de televisão. Que- ria uma profissão que unisse as duas coisas. É por isso que esco- lhi jornalismo e não me arrependo. O curso precisa de mudanças nas grades. No começo é muita teoria, depois muita prática. Deve haver uma mistura dos dois no decorrer do curso. Pretendo conti- nuar na TV, mais tarde quero trabalhar em Florianópolis, na pro- dução, na parte técnica.” ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○○○○○○○○○○○○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○○○○○○○○○○○○○○○○○ OliverTakahashiAlbert – 22 anos Repórter do jornal ANotícia desde outubro de 1999 “Queria ser comentarista esportivo ou narrador de futebol. Esse era o meu so- nho. Também escolhi o jornalismo porque vejo nele uma forma de tentar mudar o país, principalmente no que diz respeito à educação. O conteúdo do curso é bom. Estou no mercado de trabalho desde o segundo ano da faculdade. No começo não levei muito a sério e hoje sinto falta da parte teórica que não aproveitei. Quando percebi, não dava para voltar, mas me viro. Pretendo ficar mais uns três anos noANotícia. Depois tentarei algo no Rio de Janeiro ou em São Paulo Se não der certo, quero ir para a Alemanha ouAustrália fazer especializações”. ○○○○○○○○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○○ ○ ○ ○ ○ ○○
  • 10. Novembro2001 Primeira PautaGeral 10 HH á 60 anos nascia o rádio em Joinville pelas mãos e voz de Wolfang Brosig, fundador da Difusora. Para lembrar a data, estudantes do sexto período de jornalismo do Ielusc convidaram profissionais para um debate. No encontro ficou evidente o clima de dis- puta e inimizade entre radialistas da cida- de.Apenas dois dos convidados participa- ram do Seminário de Radiodifusão do Ielusc, nos dias 24 e 25 de setembro. Os demais declinaram do convite ao saberem que estariam frente a frente com “inimi- gos” ou simplesmente não deram impor- tância à iniciativa dos universitários. Para o debate no Ielusc haviam con- firmado presenças Léo Saballa, Beto Gebailli,Acácio Martins, Ramiro Gregório, MarcoAntônio Peixer e Luiz Gonzaga, que Albertina Camilo Rádio em Joinville só balbucia Alunos também conheceram um pou- co do rádio em Joinville através de uma das figuras mais antigas da área na cidade, Ramiro Gregório da Silva. Com 50 anos de profissão, ele é representante da Associa- ção Catarinense de Emissoras de Rádio e TV. Em palestra na aula de realidade regi- onal, Ramiro, até poucos meses atrás dire- tor da Rádio Udesc Educativa de Joinville, mostrou seu descontentamento com o es- paço cada vez maior conquistado pelas rá- dios piratas. O assunto rendeu o debate. A pirataria, entendem os universitári- os, é uma alternativa à rádio comercial, ina- cessível à comunidade, e serve de pressão para efetivar as rádios comunitárias. A re- gulamentação já existe, mas os empecilhos são tantos que desestimulam os profissio- nais sem espaço nas comerciais. É, na ver- dade, mais uma proteção às rádios comer- ciais. Ramiro tem uma lista de justificativas contra a pirataria no rádio. A interferência Pirata ou comunitária? dos sinais piratas em freqüências de radiotransmissão essenciais à segurança (controle do espaço aéreo e comunicação polícia, por exemplo) foi o principal risco citado pelo representante da Acaert. O preconceito de Ramiro Gregório contra as freqüências que passam ao lar- go das rádios comerciais ficou evidente em uma frase solta. “A rádio comunitária se espalha como uma praga”. A contrarie- dade é tanta que ele chega a confundir co- munitárias e piratas. Para os estudantes, além da decep- ção com a realidade nada otimista do rádio em Joinville, ficou a certeza de que o cam- po é amplo para bons profissionais. Tam- bém chamou a atenção o fato de o merca- do estar sob o comando de pessoas que dificultam a abertura de espaço para os novos e não largam mão do lucro fácil, através de uma estrutura capenga. Como ninguém é imortal, a saída é esperar. Ou agir. Quem sabe, através de uma rádio co- munitária ou educativa. atuam nas rádios Difusora e Floresta Negra. Participaram Léo Saballa e Izani Mustafá, convidada de última hora. Um dos pontos evidenciados por Léo e Izani foram os baixos salários nas rádios locais, inferiores aos de profissi- onais de revistas, jornais e tevê. Esta prática, segundo eles, incentiva a acei- tação de jabás (suborno, no jargão jornalístico). Para Izani, a necessidade de manter um padrão de vida digno é mais importante do que algumas reco- mendações do manual de ética. Outro problema é a falta de uma equipe de produção. Como a maioria das emissoras não tem jornalistas para bus- car notícias, a saída é “chupar” as ma- térias de jornais. Os radialistas as lêem como se fossem produção própria. tina@an.com.br Você conhece uma banda joinvilense que seja referência nacional em seu estilo de música? Que tenha seus discos distribuídos no mundo inteiro? Que receba cartas e e-mails com elogios à sua música de lugares tão diferentes quanto Bélgica e Japão? Não? Então conheça o Flesh Grinder. Formada por Fábio, Chacal (guitarras e vo- cais), Rogério (baixo) e Johnny (bateria), em 1993, o Flesh Grinder já lançou quatro discos – o último de- les, “Libido Corporis”, em fase de distribuição na Europa, Japão e Estados Unidos. Inicialmente foram prensadas duas mil cópias, com previsão para outras duas mil assim que a primeira prensagem for esgota- da. O CD foi lançado pela Demise Records, de Minas Gerais, e é considerado pela própria banda como seu pior trabalho – o que os deixa mais do que felizes. Dá para entender? Então o vocalista da ban- da, Chacal, explica: “É a nossa concepção de evolu- ção retroativa, é como se estivéssemos desaprendendo a tocar para agradar ao nosso públi- co”, explica. Em outras palavras, este é o disco mais tosco e mais rápido do Flesh Grinder.Toda essa velo- cidade e agressividade, somados a vocais caverno- sos, é o que se convencionou chamar de “splatter”, estilo pouco explorado no Brasil quando do surgimento do Flesh Grinder. Os encartes dos CDs são ilustrados com fo- tos retiradas de livros de medicina legal. Horror é a palavra mais correta para definir o padrão estético da banda – que se faz mais presente ainda nos shows. “Procuramos passar muita energia para a platéia”, diz Chacal. E conta como: “Tocamos as nossas mú- sicas mais brutais e variamos no visual, usando san- gue artificial e maquiagens. Embora pareçam bes- teira, esses artefatos cativam a platéia”. Embora seja bem conhecida no Brasil, a banda tem 70% de sua produção de CDs distribuída no ex- terior. O fato de a banda cantar e manter seu site em inglês ajudou a divulgação externa. “Começamos a entrar no mercado externo com o segundo disco (“Anatomy and Surgery”, 1997), e as pessoas nem sabiam que já lançáramos um antes”, conta Chacal. “Ter feito um site, e em inglês, ajudou muito na divul- gação do nosso trabalho”. Por volta de abril do ano que vem o Flesh Grinder deve fazer sua primeira excursão internaci- onal. Serão 14 dias tocando pela Europa. Até lá, a banda prepara seu quinto disco e continua à procura de um baterista, já que Johnny se muda para a Ale- manha em breve. Alguém se habilita? Evolução retroativa para agradar ao público Martin Fernadez jwillstemann@bol.com.br
  • 11. H Novembro2001 Primeira Pauta TT odas as sextas-feiras, às 22 ho ras, o Coral Boca da Noite se reúne para ensaiar. Um en- contro que se repete há seis anos. Com 15 integrantes, o grupo nasceu da união de três casais que gostavam de cantar. Hoje, eles cantam e encantam em cada apresentação. Quando houve a iniciativa de montar o coral, o grupo contratou um professor de técnica vocal. Depois de três anos, resolveu montar o primei- ro espetáculo, com dois dias de apre- sentações. A regente do coral, Ana Paula Monteiro, conta que, na época, eles elaboraram um projeto para ar- recadar dinheiro, pois haveria gastos com propaganda e material. O even- to foi um sucesso. A entrada, alimen- to não perecível, foi doada para o Mo- vimento Sem Terra de Garuva. Com integrantes de faixa etária que vão dos 17 aos 46 anos, todos têm sua profissão e outras atividades diárias. O grupo é bem eclético. Há engenheiro, dentista, farmacêutica, professor, políticos, fonoaudiólogo, psicopedagogo, atores de teatro e ou- tros. Este ano, mais seis pessoas en- traram para o Boca da Noite. “Ano que vem pretendemos reestruturar o grupo”, dizAna. Hoje são comuns as apresenta- ções do Boca da Noite na Faculdade de Psicologia, da Associação Catarinense de Ensino, nos eventos em que são convidados e formaturas. Por vários anos eles se apresentaram na Festa das Flores e no Natal Luz. Normalmente não cobram nas apre- sentações e sim no repertório, muita música popular brasileira. H á seis anos a artista Linda Poll viu seu sonho tornar- serealidade. O desejo de criar uma escola voltada ao ensino da arte com um método mais objetivo, fez surgir a Casa das Artes. O local é perfeito para aqueles que gostam de soltar a imaginação e expressar o lado artís- tico. A Casa conta atualmente com 55 alunos divididos nos mais varia- dos cursos, que vão desde pintura ao estilismo. Em cada um dos 17 cursos permanentes o aluno encon- trar um método dinâmico. “Os métodos utilizados na Casa das Artes são diferentes dos demais encontrados em Joinville”, explica a artista. O quadro de professores é composto por profissionais experien- tes em seus ramos. Todos são artis- tas conhecidos dos joinvilenses. Segundo Linda, a escola obje- A artista demonstra toda a sua insatisfação ao falar da arte em Joinville.Aarte na cidade não é está- vel. “Quem investe neste campo não tem retorno”, diz Linda. Ela explica que existem iniciativas isoladas, mas sem apoio não conseguem permane- cer por muito tempo. A própria Casa das Artes nun- ca recebeu qualquer tipo de apoio. A escola é mantida através de Artista, sem apoio, investe em arte Coral encanta público seu esforço. Conforme Linda Poll, há investimentos para a construção de grandes prédios, como o Centreventos Cau Hansen e o recém inaugurado Teatro Juarez Machado, porém não existem investimentos para a formação de artistas locais. “O Centreventos, por exemplo, é para grandes espetáculos. Não há grupos na cidade em condições de se apresentar no local. Ele foi construído para os grupos de fora”, avalia a ar- tista. A propaganda a respeito de Joinville ser uma cidade artística não condiz com a realidade encontrada. “Fazem uma propaganda muito mai- or se compararmos ao que é obser- vado aqui”, explica Linda. Segundo a artista, Joinville tem apenas grandes locais para apresen- tações, e os talentos que pisam nos palcos, infelizmente, não são da ci- dade. Giselli Silva giska@starmidia.com tiva ser dinâmica e atender as neces- sidades das pessoas. Por este moti- vo, além dos cursos permanentes a Casa das Artes oferece oficinas, workshops e atende a pedidos indivi- duais. “A clientela é bem fluente. Têm pessoas que procuram a escola para participardeumworkshopduranteum final de semana, por exemplo”, co- menta Linda. Cultura inda Poll Divulgação Renata Freitas de Camargo re.rena@ig.com.br L Arte 11 Casa das Artes, um local que permite aos joinvilenses terem mais acesso ao mundo artístico
  • 12. Novembro2001 Geral 12 Primeira Pauta B Artesão transforma madeira em música Harmonia: Luthier, persegue o som perfeito dos violinos no ateliê em São Bento do Sul Na hora de experimentar a obra, Malewshik aproxima-se da ja- nela. Encosta o violino ao ombro e toca.Ajusta aqui e ali até encontrar o som perfeito. Tanta intimidade com a Marília Maciel grifos@matrix.com.br B eethoven e suas sinfonias, Vivaldi e sua Primavera, Strauss e Bach revezam-se no aparelho de som, enquanto inspi- ramWalter Malewschik em mais uma de suas obras. De seu ateliê rodeado de árvores, na germânica São Bento do Sul, a 70 Km de Joinville, já saí- ram aproximadamente 300 Km. O luthier tornou-se uma referência es- tadual na construção destes instru- mentos musicais e não demorou a conquistar encomendas de todas as partes do país. Construir um violino de som perfeito é como fazer uma es- cultura. A escolha da madeira é fun- damental. A matéria-prima precisa passar pela secagem de, no mínimo, dez anos. Se for mais tempo, melhor. O período de secagem influi no pre- ço da madeira e, por conseqüência, O catarinense Walter Malewshik é referência nacional na construção de violinos. São duas décadas de pesquisa e trabalho no valor do violino. Malewschik pre- fere o material de florestas da Ale- manha e Suíça. “São cultivadas em montanhas, onde a taxa de cresci- mento não ultrapassa um milímetro por ano. Esta característica garante umabelezamuitomaioraoinstrumen- to”, explica o luthier. O preço médio do violino varia de R$ 1,5 a R$ 2 mil. Com formões dos mais va- riados tamanhos, Walter vai esculpin- do a frente e o verso do violino. De vez em quando, coloca as partes con- tra a luz e observa com cuidado. Os dedos alisam a madeira, depois se fecham para bater levemente sobre o bojo. “Pelo som da batida eu sei se já atingi a espessura ideal”, conta. Cada violino consome de 20 a 30 dias de trabalho. A construção totalmente artesanal garante melhor acabamen- to e qualidade acústica. música não é recente. É um casamento de 20 anos, cujo namoro começou ainda na infância. “Um dia quebrei o violino de meu pai e recorri a um velho luthier para consertá-lo. O construtor disse que eu mesmo devia arrumar o es- trago e começou a me ensinar o ofí- cio”, conta. Num momento de crise, Walter decidiu abraçar de vez o ta- lento. Sua fabriqueta de artefatos de madeira fechou as portas. Para ga- rantir o sustento da família, passou a consertar instrumentos de sopro e vi- olinos. Dedicação Durante sete anos dedicou- se exclusivamente a violinos infantis. “Naquela época, era difícil encon- trar violinos pequenos, para crianças, até que uma leva de instrumentos chi- neses chegou ao país.” Produzidos em larga esca- la, os produtos da China conquista- ram os clientes pelo preço. Era hora de iniciar a produção para os adultos, mais exigentes. Além da busca pelo aperfei- çoamento, através de pesquisas e vi- agens à Europa, Malewschik encara novos desafios. Depois de produzir violas e violoncelos, parte agora para a construção de uma “alphorm”. É uma trompa de madeira, com três metros de comprimento, uti- lizada na Suíça e Alemanha. Outra meta para os próximos anos é cons- truir seu próprio violino. “Casa de fer- reiro, espeto de pau”, brinca. O tele- fone do luthier são-bentense é (0xx47) 635-0034. AG/P
  • 13. Q Primeira Pauta Novembro2001 13 Q uatrocentos e noventa e seis pessoas. Este é o número de pessoas que vivem no presídio de Joinville. Uma sociedade comum em muitos aspectos, mas sem a liberdade para viver fora daquelas paredes. “A situação é que nós estamos presos. Sentimos deprimidos, angustiados, mas vamos vivendo”, relata Fernando, nome fictício, pois não quis se identificar. Mesmo preso, Fernando afirma que os presidiários são tratados hu- manamente, porém com limitações. “Essa limitação é necessária para manter a ordem e o respeito mútuo entre funcionários e detidos”, disse Deived Padilha, responsável pela re- vista dos visitantes. Limitação é a palavra chave para todos os presos, até mesmo para regalias. No presí- dio de Joinville são 70 detidos nesta condição. Para ter regalia é neces- sário obedecer certos critérios, como bom comportamento e já ter senten- ça definida. De acordo com Fernando, os re- galias trabalham oito horas por dia.”Fazemos compras na cantina que fica no presídio para as pessoas que não podem sair. Separamos as saco- las quando os familiares trazem. Fa- zemos compras para o presídio”. Isso reduz a pena. Cada três dias de tra- balho resulta em um dia a menos den- tro da prisão. A esperança de sair mais cedo da sociedade faz com que os detentos se engajem em projetos governamen- tais. Entre os trabalhos realizados existem os projetos de reabilitação e auxílio À comunidade. “Liberdade so- bre rodas” consiste na construção de cadeiras de rodas para pessoas ca- rentes portadoras de deficiência. “Ca- minho limpo” visa a limpeza das es- tradas do Estado. O outro é o “Projeto Colméia”, no qual eles trabalham na confecção Grades separam dois mundos Giselle Araujo gi.fran@zipmail.com.br Polícia Angústia: espera pela liberdade Ansiedade: espera pela visita Futuro: liberdade depois de cumprir a pena de bolsas para uma empresa e são remunerados por essa tarefa. Esses projetos ajudam a dimi- nuir as angústias e a tentar esquecer a espera pela liberdade. Uma espera triste para mulheres que vivem no pre- sídio, e reclamam das poucas condi- ções para ter uma vida saudável den- tro do local. Um fator destacado pela ala feminina do presídio é a precarie- dade de atendimento médico. Esse ponto de vista contraria o do agente prisional André Eduardo Heinig. Para ele as condições são boas. “Quando não tínhamos atendi- mento aqui, elas recebiam tratamen- to fora do presídio. Depois que o aten- dimento passou a ser dentro do pre- sídio, o número de mulheres doentes diminuiu.Elasqueriam,namaioriadas vezes, passear”, comentou. Mas para as presidiárias, as suas rotinas e re- clamações nem chegam ao conheci- mento do diretor. A realidade dessa sociedade é resultante das péssimas ações con- tra à comunidade com a qual convi- viam antes dessa separação de mun- dos. Segundo Fernando, os dois prin- cipais motivos para a mudança de realidade são o desemprego e o di- nheiro fácil arrecadado com crime, como roubos e tráfico de drogas. Já o agente prisional afirma que o maior número de incidências na prisão em Joinville tem origem no artigo 12, trá- fico de drogas. Mesmo na atual condição, os presos têm a esperança de ingressa- rem numa nova vida, longe dos erros passados. Esse é o pensamento de Fernando “Quando sair, não preten- do nunca mais voltar”, garante. “Quando sair nunca mais quero voltar.”
  • 14. Novembro2001 UU m levantamento da Associação dos Represen tantes de 14 Editoras do Rio de Janeiro concluiu que os argentinos têm mais acesso a livros e livrarias que os brasileiros. Mas por que será que isso acontece? Será que não existem livros e livrarias no Bra- sil? Em Joinville funcionam pouco mais de 25 livrarias para atender uma população de quase 400 mil habitan- tes. Destas livrarias, apenas seis trabalham com vari- edade de segmentos. Duas dedicam-se exclusivamente ao comércio de livros usados (Livraria O Sebo e Banca Colin).As outras quatro, Livrarias Midas e LivrariasAle- mã, ambas com duas filiais, Livraria Curitiba e Livraria Isis distribuem os lançamentos e trabalham com sistema de fornecimento por encomendas. Entre as restantes, pouco mais de 19 livrarias, são as especializadas em algum segmento. Como exem- plo, tem-se a livraria OAB, para livros Jurídicos, a Livra- ria de Lili Guntert, para livros psicologia, Comércio de LivrosVoltolini, para distribuição de livros didáticos e re- ligiosos e infantis, entre outros. Atualmente o comércio de livros tem atravessa- do as fronteiras das livrarias. É comum encontrar estan- tes de livros em bancas de jornal e até supermercados. Na cidade, o estoque oferecido pelo Hipermercado BIG, por exemplo, é digno de nota. Mas esta forma de comér- cio limita-se a lançamentos e, salvo exceção, em peque- nas quantidades. Outra realidade que cresce diariamen- te é o comércio através da Internet. Das livrarias que atuam em Joinville apenas a Curitiba mantém uma loja virtual. Este é um tipo de comércio que ultrapassa todas as fronteiras e não depende de local específico para ser praticado. Quem está acostumado a receber assinaturas de jornais e revistas pelo correio não encontra dificuldades em trocar a certeza da venda direta na livraria pela indi- reta na Internet, com entrega através de serviço de Geral Primeira Pauta postagem. Costuma-se diagnosticar a situação do livro e da leitura pela produção e consumo. É com base nas informações da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que Ottaviano D. F. Cropani, secretário de Política Cultu- ral do Ministério da Cultura, afirma que “o Brasil não vai nada bem”. Os índices do CBL mostram que em 1990, ha- vendo quase 147 milhões de brasileiros, produzia-se até 1,6 livro per capita (considerando-se edição e reedições). Em 1999, com aproximadamente 163 mi- lhões de habitantes, a produção subiu para 2,4 livros per capita. E o secretário ainda considera pouco, se comparado com as grandes médias dos EUA e Fran- ça, que produzem respectivamente 11 e 7 livros per capita ao ano. Além do crescimento na produção, o consumo de livros no Brasil também aumentou 88%, em 1990, para mais de 95% em 1999. Mas serão corretas as medidas pela produção e consumo? A Associação de Leitura do Brasil argumenta que nem todo livro vendi- do é livro lido. E defende a realização de um censo que considere, entre outras coisas, um índice de emprésti- mo de livros. Segundo a Associação, o empréstimo é praticado freqüentemente, conforme indicou a pesqui- sa piloto realizada na cidade de Colíder (Mato Gros- so). O empréstimo surge como opção para quem não pode adquirir uma obra devido ao preço. Conforme Maria de Nazaré Abreu Fabel, en- carregada pela direção da Biblioteca Pública de Joinville, é difícil saber quantos livros são produzidos por ano na cidade, pois alguns não possuem registros. O acervo da biblioteca é de aproximadamente 62 mil livros. É registrado, uma circulação diária de quase 400 pessoas. “A maioria do público são estudantes, mas os joinvilenses são bons leitores na grande totalidade”, comenta a bibliotecária. 14 Os argentinos na frente dos brasileiros Cleber A. Coelho cleberac@bol.com.br Há uma década, somente Buenos Aires tinha mais livrarias que o Brasil inteiro Respeito ao meio ambiente vale prêmio AraceliHardt aracelihardt@hotmail.com Clima de escola. Crianças brin- cam. Correm. Estudam português, matemática, geografia e uma disci- plina recente: a educação ambiental. Uma empresa de Joinville tornou-se parceria das escolas e desenvolve um projeto, que, entre outras finalidades, premia escolas do município. É o Prê- mio Embraco de Ecologia, com inten- ção de conscientizar as crianças e a comunidade para a importância da preservação e do respeito com o meio ambiente. O prêmio nasceu em 1993 e hoje está consolidado na comunidade joinvilense. Conforme a assessora corporativa de comunicação da Embraco, Rosângela Santos Coelho, o prêmio é aberto a todas as escolas públicas municipais ou estaduais, par- ticulares e rurais. “Queríamos deixar algo a mais para a cidade e a partir de 1996 as escolas começaram a apresentar projetos para uma comis- são julgadora”, explica Rosângela. Depois de avaliadas, são es- colhidas as quatro escolas com me- lhores projetos na área de educação ambiental.As escolhidas recebem um prêmio de R$ 8 mil para implantarem e desenvolverem o projeto ao longo de dois anos. Conforme a assessora, os projetos podem ser reformulados e reapresentados para concorrerem novamente ao troféu no outro ano. Uma das propostas da empresa é que as escolas vencedoras possam reapresentar os projetos. Todas as escolas receberam um kit da empresa, ensinando como elaborar passo a passo o projeto ambiental que beneficie a escola ou a comunidade. Uma escola continua desenvolvendo um projeto premiado pelo Prêmio Embraco de Ecologia. É a Escola Carlos Heinz Funke. Claudio L. Augusto Livrarias: em Joinville funcionam pouco mais de 25 livrarias
  • 15. A Primeira Pauta Esporte Novembro2001 15 A prática de esportes aliada ao ensino superior é algo ainda distante de conciliar. Nos Estados Unidos, bolsas de estudos são pagas em universidades bus- cando revelar novos talentos, ao mesmo tempo em que profissionais estão sendo formados com um bom nível de aprendizado.Em Joinville, alguns colégi- os tentam fazer este trabalho, como é o caso do Colégio Bom Jesus. O Clube Escolar Bom Jesus, responsável pelo esporte, investe em alu- nos que se destacam em competições internas em estudantes de outros colégi- os que tenham tempo disponível para trei- nar. Estes alunos participam, posterior- mente, de competições a nível estadual e nacional. Segundo o professor Irton Eberhardt, coordenador de esportes, o C.B.J. investe suas forças atualmente no Basquete eVoleibol feminino/masculino. Nessas duas modalidades, possui um con- vênio com a Prefeitura Municipal de Joinville, através da Fundação Munici- pal de Esportes, para representar o mu- nicípio nos JoguinhosAbertos do Estado e também em alguns casos no JASC (Jo- gos Abertos de Santa Catarina), na ca- tegoria adulto. Muitos atletas que nasceram nas escolinhas do C.B.J. saíram de Joinville pela falta de uma estrutura maior no esporte.Atletas como Moisés Pessoa Fi- lho, que estuda Na universidade dos Es- tados Unidos, gratuitamente, e representa em jogos universitários, e Xuanque, atle- ta que disputa a Liga Nacional de Vôlei, já fizeram parte do Clube Escolar Bom Jesus. Atualmente, Adenisia Aparecida Silva, atleta do vôlei, tem sido o grande destaque. Mas como, a exem- plo de outros, a atleta está se transferin- do para o BCN/Osasco, clube de São Paulo.”Ela será a novaAna Moser” afir- ma o coordenador do Bonja. Bonja aposta no esporte como diferencial A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) decidiu proibir os de- nominados “Pólos de Natação”, que consistem em uma espécie de filiais dos clubes fora do seu terri- tório de origem. A proibição passa a valer a partir janeiro de 2002. Essa prática vinha sendo difundi- da pelos grandes clubes do Rio de Janeiro, como é o caso do Flamengo e principalmente o Clube de Regatas Vasco da Gama, que mantém mais de 20 “pólos” espa- lhados por todo o país, um deles em Joinville.Antes da Olimpíada de Syd- ney, o seu presidente, Coaracy Nunes Filho, liberou a participação de estran- geiros nos campeonatos brasileiros. Segundo ele isso seria muito importan- te para elevar o nível da natação bra- sileira, o que aconteceu. Houve tam- bém uma renovação da seleção que foi a Sydney. Com a entrada do Vasco da Gama nos campeonatos de natação no início do ano 2000, com todo o seu suporte financeiro, contratando todo o elenco do falido Fluminense, e os melhores na- dadores de cada categoria, dos mais diversos lu- gares do país, Coaracy permitiu o surgimento dos chamados “pólos de natação”, dando total apoio aos clu- bes para que mantivessem os atletas dos outros Estados treinando em suas cidades de origem, per- to da família, dos amigos e num ambiente em que estejam acostumados, sem terem a preocupação de adaptação em outra cidade. O que está acontecendo? De quem é o interesse? Por que acabar com os pó- los? Com o término dos “pólos de na- tação” o apoio aos atletas e a revela- ção de novos talentos voltará como era antes, com quase nenhum apoio e pou- cos atletas revelados. O “paitrocínio” voltará com força máxima. Qual em- presa ou clube terá capacidade de in- vestir tanto dinheiro para manter to- dos os atletas numa cidade, fornecen- do, além dos salários, comida, trans- porte moradia e estudo? É muito mais vantajoso e barato para os clubes, man- ter os atletas em suas cidades de origem. Com certeza, os clubes que já têm essas atividades tentarão de todo modo reverter essa si- tuação. É sempre assim, quando parece que a coi- sa vai andar, sempre tem interesses políticos estra- gando o desenvolvimento do esporte neste país. Não dá para entender... Satiro Sodré Futuro: Fim dos pólos diminui incentivo a os atletas Luís Gustavo Fusinato fusinato@hotmail.com Cleber A. Coelho cleberac@bol.com.br Fim dos “pólos de natação” enfraquece esporte Comentário
  • 16. Novembro2001 N Primeira PautaEsporte 100100100100100 ANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURFANOS DE SURF Elisa Rietzmann elisazem@hotmail.com Nos últimos cem anos, mi- lhões de ondas foram surfadas e mi- lhões de manobras executadas. Das salas de shape (salas onde são fabricadas as pranchas) saíram cen- tenas de modelos de pranchas com os mais variados designs que foram testadas pelos surfistas de cada épo- ca. De 1901 para os dias de hoje as pranchas tem diminuído seu compri- mento. Algumas das pranchas de 100 anos atrás chegavam ultrapassar os dois metros de comprimento. Para retratar esta longa e co- lorida trajetória que vai de Duke Kahanamoku a Kelly Slater, de Osmar Gonçalves a Fabio Gouveia vamos dar uma leve passada pela his- tória do surf selecionando alguns mo- mentos especiais. Na década de trinta, na praia de San Onofre, no Sul da Califórnia a cultura do surf toma força inspirada no que acontecia em Waikiki na mes- ma época. Em Santos no ano de 1938 surge o primeiro surfista do Brasil. Osmar Gonçalves e seu amigo Juan Haffers construíram uma prancha oca, parafusada, feita de latão pesan- do cerca de 80 quilos. Nos anos 50, Arduino Colasanti, italiano, vindo para o Bra- sil aos doze anos de idade, passou a ser a marca dos surfistas. Disputado entre as mulheres, também foi um dos primeiros a ficar de pé na prancha. Seu cabelo loiro, queimado do sol, e sua pele dourada, bronzeada, mar- cam surfistas até os dias de hoje. Em 1952, Jack O’Neill inventou a roupa de borracha para a proteção do frio e registrou o primeiro Surf Shop em Santa Cruz, na Califórnia. O número de surfistas cresceu rapidamente no Brasil com a chega- da das pranchas de fibra de vidro que além de menores eram muito mais leves, o que facilitava nas manobras. Nos anos 70 junto com a dita- duramilitar, surgemosprimeiroscam- peonatos profissionais. O carioca Renan, “The Crabman” foi um dos primeiros a conquistar títulos interna- cionais e o respeito dos havaianos. A competição no surf se expandiu junto com a indústria de surfwear na Califórnia e Austrália, que já fatura- va milhões de dólares. Grandes talentos foram desco- bertos e patamares, antes nunca ima- ginados, foram alcançados. As ma- nobras aéreas, ainda pouco aceitas, surgiram com Martin Potter, vindo da África do Sul em 1989, e influencia- ram a nova geração. A Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais foi fundada em 1987; como o “maior surfista de todos os tempos”. Hexacampeão mundial e cinco vezes vencedor. Lisa Andersen foi campeã mundial do surf femini- no levando os títulos de 94, 95, 96 e 97, popularizando, divulgando e in- centivando o s u r f feminino, levando a uma aceitação maior. Em 1999, Teco Padaratz foi o primeiro surfista a conquistar o bicampeonato mundial no WQS (se- gunda divisão do Circuito Mundial). Em2000,FábioSilva conquistou,pelo Brasil, o primeiro lugar por equipes no ISAMaresiaWord Surfing Games (antigo Mundial Amador), em Maracaípe, Pernambuco, com uma expressiva vitória na categoria Open. Na virada do milênio Kelly Slater e Laird Hamilton lideram as competi- ções cada vez mais, com novas ma- nobras e premiações. Água na alma O surf nasceu num passado distante. Onde e como, não se sabe ao certo. O primeiro registro fotográ- fico que se tem conhecimento, data de 1890. Um surfista solitário anda com uma prancha feita de paipo, no Hawaii emWaikiki, considerado, hoje em dia, o berço do surf mundial. Uma provável resposta para o surgimento do surf talvez esteja com habitantes de séculos atrás da Costa da África Ocidental (Polinésia) ou do Peru. Há tempos um grupo de aventureiros partiu da Polinésia em direção ao Hawaii, que ainda era desconhecido. Diz a lenda, que um tubarão branco começou a guiá-los quando já tinham per- dido as esperanças. Quando o homem branco chegou ao Hawaii, descobriu que o relacionamento dos polinésios com o mar, era diferente de tudo que o resto mundo já havia ex- perimentado. Para os havaianos o oceano significava vida, alegria e liberdade. Para se ter uma idéia da im- portância do surf para o povo havaiano, chefes, homens, mulhe- res e crianças deixavam todas obrigações, tudo de lado, em tro- ca de um bom surf. e em 1988 Fábio Gouveia conquistou em Porto Rico o título mundial ama- dor. Fábio ganhou novamente como terceiro colocado no mundial de Por- to Rico. Nos anos 90 surge Kelly Slater