Edição nº 17_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville
1. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 2
Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social do IELUSC - Ano 2 - Nº 17 - Outubro/2001
primeira
pauta 17
fotos: equipe Primeira Pauta
Isto é o
VERÃO
pernilongo banho de cachoeira muita proteção montanha barco chapéu pelada com os ami-
gos luau céu estrelado carnaval banho de rio passeio de canoa surf roupas coloridas venti-
lador ligado frio no outro hemisfério pressão baixa astral alto liberdade de movimentos ven-
to forte chuvas paquera desidratação calor mal estar amor mar raios frutas prazer muita
água poeira biquíni praia micoses verduras lagoa viagem estresse namoro trabalho caipiri-
nha gelo falta d’água cansaço lazer movimento alegria esteira disposição engarrafamento
suor sol bronzeador litoral guarda-sol papo furado frescobol caminhada rede bicho de pé
bicicleta gaivotas peixe fresco camarão pele queimada corpo molhado alto astral bom humor
natal compras noite estrelada férias mariscos acampamento ar condicionado ondas do mar
trilhas costão piscina gente ostras emagrecimento sorvete gelado malhação loiras geladas
paixão esporte areia suco viseira vôlei de praia banho de sol dormir até mais tarde salada de
frutas trovoada óculos de sol corpo bronzeado sal sunga desodorante côco gelado
2. primeira
pauta
Jornal Laboratório do Curso de
Comunicação Social com habi-
litação em Jornalismo do
Instituto Superior e Centro Edu-
cacional Luterano Bom Jesus/
IELUSC - www.ielusc.br
Diretor geral
Tito Lívio Lermen
Diretor do curso
Edelberto Behs
Professora responsável
Silvana Pisani
Produção
6o
semestre
Participaram desta edição:
Alexsandro Medeiros,
Antônio Roberto Szabunia,
Cleusa da Silva Oliveira,
Isabela Carolina Vargas,
Katherine Funke,
Lindiara T. Wentz,
Luciano Saraiva,
Patrícia Pozzo,
Patrícia Schroeder,
Sandra L. Lopes Moser e
Vanessa Schlemm
Projeto gráfico
Katherine Funke
e Luciano Zinelli da Rosa
Escreva para nós:
Curso de Comunicação Social
- Jornalismo
Rua Alexandre Döhler, 56
Centro
89201-260 Joinville - SC
Telefone (47) 433-0155
Correio eletrônico
primeirapauta@ielusc.br
edelbehs@ielusc.br
pisanisilvana@hotmail.com
Tempo de paz
e bom senso
2 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
Dizem que, quando os meses
começam a terminar em BRO, o âni-
mo das pessoas ao Sul do Equador
começa a melhorar, o estado de espí-
rito se torna positivo, a disposição
aumenta e o mundo parece ficar mais
colorido. A partir de setemBRO, com
o fim do inverno, a chegada da pri-
mavera, os dias começando a ficar
mais longos e menos frios, tudo muda.
É a expectativa pelo fim do ano, as
festas, as férias – ah...!!! tão sonhadas
férias.
OutuBRO e novemBRO vão
aumentando a ansiedade, trazendo
aquele ar de verão, os feriados se su-
cedendo e oferecendo uma avant
première do que ainda vem por aí.
DezemBRO, finalmente, chega
com seus dias ensolarados e cheios de
calor. O fim do ano letivo, a última
semana de trabalho, as festinhas de
encerramento, os amigos secretos nos
enchendo de CDs e bonés...
Final de ano, no Brasil, é realmen-
te uma janela dentro do calendário. Por
essa janela as pessoas conseguem en-
xergar um mundo diferente, em que
as preocupações cotidianas dão lugar
à alegria de viver.
Mas fim de ano é, também, tem-
po de ficar atento a possíveis trans-
tornos, que podem estragar uma festa
e até mesmo uma vida. Festas impli-
cam em cuidados com os exageros,
com o excesso de bebida e comida.
Férias significam viagens, e com elas a
prevenção: veículo em perfeitas con-
dições, cérebro alerta, organismo em
ordem.
Há também um rol de preocu-
pações mais amenas e agradáveis: para
onde viajar? Como preparar uma boa
ceia de Natal? Onde passar o
Reveillon? É hora de consultar as agên-
cias de turismo, em busca dos melho-
res roteiros. Reservar algum dinheiro
para a compra de ingredientes. Buscar
boas receitas. Combinar com amigos
e parentes onde vai ser a ceia. Etc. etc.
etc.
Boa prevenção, bom senso e paz
no coração garantem um ótimo final
de ano. E é este, exatamente, o desejo
dos alunos do 6º semestre de Jorna-
lismo do Ielusc a todos os leitores.
Estudantes que participaram desta edição, da esquerda para a direita: Vanessa,
Luciano, Patrícia Pozzo, Sandra (sentada), Katherine, Patrícia Schroeder, Alexsandro,
Lindiara e Isabela.
3. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 3
Cuidado com o sol!
Exposição em excesso é ainda mais prejudicial no verão
Sol é ótimo, mas com modera-
ção e muito cuidado, pois este tão de-
sejado elemento da natureza pode cau-
sar vários problemas de saúde.
Um dos problemas mais co-
muns na estação, de acordo com a
dermatologista Jane Mara Schmidt, é
o fotoenvelhecimento. Trata-se de um
processo de envelhecimento precoce
da pele, causado pelo excesso de ex-
posição à luz solar.
O fotoenvelhecimento é cumu-
lativo - começa com a primeira expo-
sição da criança ao sol e vai se acumu-
lando ao longo da vida, com cada ex-
posição adicional. Atinge mais cedo e
mais gravemente indivíduos de pele
clara que se expõem intensamente ao
sol.
Mas o problema mais grave que
o sol em excesso pode causar é o cân-
cer de pele. É o tipo predominante
de câncer entre brasileiros de ambos
os sexos, explica o oncologista
Henrique Antonio dos Reis. As lesões
habitualmente são de fácil diagnóstico
e, quando operadas precocemente,
apresentam índices de cura acima de
95%.
Os raios ultravioletas do sol são
os maiores causadores do câncer de
pele e do envelhecimento precoce, mas
seus efeitos prejudiciais desaparecem
no final do verão.
Os sinais mais comuns do cân-
cer de pele são: manchas que cocem,
doam, sangrem, modifiquem de cor,
tamanho ou espessura; verrugas e
“espinhas”de pele, que sejam persis-
tentes, aumentem de volume, cocem,
doam ou sangrem com facilidade;
manchas escuras ( pintas ) que se tor-
nem mais pretas, elevadas, com bor-
das irregulares e que sangrem com fa-
cilidade.
Os três principais tipos de cân-
cer de pele são o Carcinoma
Basocelular, Carcinoma Espinocelular
e o Melanoma Maligno.
O Basocelular é uma espécie de
nódulo íntegro ou ulcerado, rosado ou
translúcido, geralmente localizado na
face, pescoço ou tórax. É o mais co-
mum dos cânceres de pele, e ocorre a
partir dos 40 anos em pessoas de pele
clara. É fácil de ser curado, desde que
tem crescimento lento e raramente in-
flama.
O Espinocelular aparece quase
sempre ulcerado e crostoso, localiza-
do geralmente na face, com preferên-
cia pelo lábio inferior. É o segundo
mais comum e se não diagnosticado e
tratado adequadamente pode inflamar.
O Melanoma Maligno é o mais
grave câncer de pele, porque inflama
com muita facilidade. Surge quase sem-
pre como uma lesão enegrecida, de-
corrente ou não de um sinal prévio.
Pode ser curado se o diagnóstico e tra-
tamento forem feitos o mais preco-
cemente possível. O Melanoma pode
ser reconhecido por sua assimetria:
uma metade é diferente da outra, as
bordas são irregulares, o contorno é
mal definido, apresenta várias cores
numa mesma lesão - preta, castanha,
branca, avermelhada ou azul - e o seu
diâmetro é maior do que o de um lá-
pis (cerca de seis milímetros).
Todo cuidado é pouco, portan-
to. Os especialistas ouvidos nesta re-
portagem têm algumas sugestões para
quem deseja curtir o verão com óti-
ma saúde:
· Todas as pessoas, independen-
te do tipo de pele, devem utilizar pro-
tetores solares, com FPS (Fator de
Proteção Solar) 15, no mínimo;
· Os protetores solares com va-
lores de FPS maiores que 30 repre-
sentam exposição desnecessária e im-
prudente a maior quantidade de subs-
tâncias químicas, sem aumento pro-
porcional da proteção solar;
· O protetor solar deve ser apli-
cado pelo menos meia hora antes da
exposição ao sol. Todo filtro solar
precisa de um tempo em contato com
a pele para que proporcione a prote-
ção adequada;
· Todos os filtros solares, inde-
pendente do FPS, e de serem ou não
à prova d’água, devem ser reaplicados
a cada duas horas de exposição contí-
nua ao sol, mergulhos, exercícios físi-
cos e/ou transpiração excessiva. É im-
portante ter em mente que esta segun-
da aplicação não prolonga o período
de proteção, isto é, ao reaplicar o pro-
tetor solar o tempo de proteção não
será ampliado;
· Apesar da necessidade de al-
guns cuidados especiais, os filtros so-
lares devem ser aplicados nas crianças
a partir dos seis meses de idade. A pele
da criança é muito sensível; além dis-
so, os prejuízos da exposição excessi-
va à radiação solar começam na in-
fância e perpetuam-se até a idade adul-
ta;
· Os lábios não devem ser esque-
cidos, eles estão muito expostos à ra-
diação e necessitam proteção. É im-
portante usar protetores labiais;
· Muito importante: Além dos
protetores solares, o uso de bonés ou
chapéus e óculos de sol é indispensá-
vel, representando uma proteção sig-
nificativa para os olhos, rosto e om-
bros;
· Evite usar camisetas molhadas
sob o sol forte; a água aumenta a pas-
sagem da radiação através do tecido,
prejudicando a proteção que o tecido
seco poderia proporcionar;
· Evite tomar sol entre 10 e 16
horas. Neste horário você se queima
muito mais rápido, e as queimaduras
podem ser graves;
· Uma boa dica para regular a
exposição ao sol é observar a própria
sombra. Se ela estiver grande, o sol é
menos prejudicial; se ela estiver peque-
na é porque o sol está muito forte e
pode fazer mal.
Patrícia Schroeder
Silvana Pisani
Apesar dos riscos, muitos se expõem ao sol do meio-dia
4. 4 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
Vanessa Schlemm
Dias mais longos, noites demo-
rando a chegar, canto das cigarras
anunciando: mais um verão se apro-
xima. Nesta época do ano, cheia de
magia e diversão, tempo de férias e
muita praia, o sol e o calor vêm para
valer. Junto com eles vem também a
disposição para a prática de exercíci-
os, a escolha de comidas mais leves e
uma mais prolongada exposição ao
sol, grande fonte de vitamina D, im-
portante na calcificação dos ossos.
Apesar dos bons ventos que a
estação quente traz, alguns cuidados
são essenciais para manter a saúde neste
período. Segundo a médica Margareth
Liez Saad, da Clínica da Família, todo
o cuidado é pouco. “Ë muito comum
as pessoas contraírem infecções intes-
tinais no verão, e nem sempre causa-
das por alimentos contaminados com
toxinas ou bactérias. Elas também
podem ter origem viral e serem con-
traídas por inalação”, comenta.
Outra conhecida vilã do verão é
a desidratação. A nutricionista do
Hospital Municipal São José, Neiva
Inêz Medeiros, explica que com a
transpiração o organismo perde mui-
tos sais minerais e potássio, e precisa
de uma boa reposição. Frutas, verdu-
ras e muito líquido são ideais e aju-
dam a hidratar o organismo. Ela in-
forma ainda que o peixe é um im-
portante fornecedor de ômega três e
ômega seis, substâncias anticanceríginas
que atuam contra doenças
cardiovasculares e como antioxidantes,
retardando o envelhecimento. Médi-
ca e nutricionista também recomen-
dam a ingestão de muito líquido, que
não precisa ser necessariamente água.
Os chás, vitaminas, leites, além dos su-
cos, são apropriados.
Porém é bom dispensar as be-
bidas alcoólicas. Além de não serem
hidratantes, elas são muito diuréticas,
fazendo com que o organismo perca
ainda mais líquido. Aquela cervejinha
bem gelada, por exemplo, não hidrata
o organismo - ao contrário, o álcool
contém um fator bloqueador do
hormônio anti-diurético. Isso faz com
que se urine além do normal, um dos
fatores que levam à desidratação.
Margareth recomenda ainda que,
quando surgirem os primeiros sinais
de desidratação (diarréias ou vômitos)
se inicie imediatamente a ingestão de
soro caseiro.
Água: a grande aliada
A ingestão de dois litros de
água por dia, no mínimo, também
é recomendada por Neiva. Para as
pessoas que desejam garantir o bron-
zeado, os alimentos ricos em beta-
caroteno, como a cenoura, beterra-
Sol e calor: período fértil para
cultivar a saúde
Estação também traz problemas, alertam especialistas
Soro caseiro:
1 litro de água limpa
mineral ou filtrada
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de
açúcar
O soro caseiro pode ser
administrado nas primeiras horas
da desidratação, até que a pessoa
encontre atendimento médico.
Frutas frescas, sempre uma boa opção
ba e demais vegetais amarelos, são
os grandes aliados.
Contudo o verão não traz só
perigos, mas também benefícios. O sol,
por exemplo, pode ser positivo para
os idosos que passam muito tempo
dentro de casa e já apresentam pro-
blemas de descalcificação. Além disso
ajuda na redução do estresse, grande
vilão deste século. O preparador físi-
co Jean Klaus Lischka lembra que uma
excelente opção tanto para a praia
como para o campo são as caminha-
das. Além de serem boas para
desestressar, ajudam a manter a for-
ma. “Mas é preciso avaliar onde serão
feitas as caminhadas, horário, intensi-
dade e tipo de roupas (devem ser le-
ves)”, completa Lischka. Segundo o
preparador, estes cuidados são indis-
pensáveis para que o exercício não se
transforme em problemas para a saú-
de. Jean ainda lembra que os exercíci-
os devem ser parte integrante do coti-
diano das pessoas que desejam uma
vida saudável.
5. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 5
Com a chegada do verão, a bus-
ca por exercícios físicos e dietas ali-
mentares, para perda de peso, faz parte
da boa prática de vida saudável pre-
sente no cotidiano das pessoas que pra-
ticam esportes para uma vida mais
repleta de saúde e cuidados com o
corpo. Porém, quando estas práticas
vão além da busca por uma melhor
qualidade de vida, tudo passa a ser um
grande problema de ordem clinica,
chamado de distúrbios alimentares.
A anorexia nervosa é uma do-
ença incluída no grupo dos distúrbios
alimentares, em que o paciente apre-
senta um distúrbio de auto-imagem,
sentindo-se gordo e acreditando que
necessita de dieta severa, mesmo es-
tando em estado de desnutrição.
A auto-privação alimentar é o
primeiro sintoma desta doença, que
atinge, na maioria dos casos, meninas
adolescentes, em seguida mulheres jo-
vens e aproximadamente 5% dos ho-
mens.
A causa desta doença ainda não
está clara para os especialistas, que acre-
ditam ser uma combinação de fatores
hormonais e psicológicos. Estes fatos
podem explicar a maior incidência de
casos em pacientes jovens, em especi-
al mulheres, que possuem uma maior
preocupação com o corpo.
Com a progressão da doença,
a menstruação cessa, aumenta a des-
nutrição, fadiga, queda de cabelo, pele
seca e, em casos mais graves, a arritmia
cardíaca, perda de massa óssea, insu-
Físico perfeito pode causar males
à saúde do corpo
ficiência renal e, 5% dos casos diag-
nosticados, a morte do paciente.
Sendo uma doença de ordem
nutricional, com o decorrer do caso,
o paciente encontra-se, em um estado
de debilidade, onde seu metabolismo
basal, índice que mede o mínimo de
calorias necessárias para desenvolver
nossa atividade diária, cai violentamen-
te. Nosso organismo fica exposto a
doenças oportunistas (infecções e dis-
túrbios gastro – intestinais etc) que
encontram uma hora ideal para seu
ataque, devido ao quadro em que está
o individuo.
A depressão também é comum
nestes pacientes, o que pode levar a
tentativas de suicídio. O uso intermi-
nável de laxantes e a prática irracional
de exercícios físicos, mais a decorrên-
cia de vômitos induzidos pelo doen-
te, pode levar o individuo com
anorexia a inanição e um estado de
completa desnutrição.
Para a Nutricionista Patricia
Kern Domingues, o diagnóstico da
anorexia requer um completo acom-
panhamento do paciente que, na mai-
oria dos casos, não sabe que está com
sintomas da doença. Outro fato im-
portante, é o do paciente não aceitar
que esta com anorexia nervosa, o que
dificulta o tratamento e auxilia ao pa-
ciente. A nutricionista afirma que, atu-
almente, existe um estereótipo de be-
leza que impõem, na mulher, padrões
praticamente inatingíveis, para quem
não disponibiliza de tempo para a prá-
tica esportiva e dieta balanceada para
perda de peso.
Segundo a Nutricionista, o trata-
mento da anorexia dever ser sistêmico,
com atuação profissional adequada ao
quadro do paciente, envolvendo as-
pectos clínicos, com acompanhamen-
to do profissional de nutrição e da
área médica, além de um intenso
apoio psicológico e compreensão fa-
miliar.
A profissional diz que o apoio
familiar é o principal fator de melho-
ra nos quadros clínicos, principalmen-
te nos casos de internação hospitalar,
onde o quadro de depressão, faz o
paciente resistir a dieta no hospital.
Apoiar seu tratamento reduz o tem-
po de internação e a melhora é gra-
dual e contínua. Deixar de cobrar do
paciente é fundamental para sua re-
cuperação, envaidecendo sempre ou-
tras qualidades que temos e não ape-
nas a beleza física.
No estágio anterior da doença,
um fato importante analisado, é a re-
dução da libido feminino, no caso da
vida em casal. Geralmente, neste tipo
de paciente, o quadro clínico é bem
pior e os sintomas da doença se agra-
vam, pois deixa de existir o apoio do
cônjuge, gerando uma desestruturação
familiar. Nesses casos, o auxílio psi-
cológico fica muito restrito e
inexistente.
O importante, para não desen-
volver o início da anorexia nervosa, é
manter um cuidado constante com a
saúde, praticar exercícios físicos, com
acompanhamento médico, para che-
car as condições cardio-respiratórias,
dieta balanceada, acompanhada pelo
Nutricionista, onde perder peso com
saúde é gradual. Não queira perder em
uma estação o que não se perdeu em
outras três, pois a perda de peso brusca
e sem controle é um passo para de-
senvolver os sintomas da anorexia ner-
vosa.
Luciano Saraiva
Principais sintomas da anorexia
nervosa em seu estágio inicial
* Privação alimentar
* Distúrbios no ciclo menstrual
* Desnutrição
* Cansaço
* Indisposição
* Pele ressecada e queda de cabelo.
Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 5
6. 6 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
Verão muda o humor das pessoas
No céu como na terra a estação traz mudança na vida das pessoas
Lindiara Wentz
“Vem chegando o verão, o ca-
lor no coração”... Na música,
Marina Lima anuncia a chegada da
estação das enxurradas, da desidra-
tação e da insolação. Também a do
calor, da praia, do chope gelado, do
banho de rio. Para melhor ou para
pior, a verdade é que o verão mexe
com os ânimos das todos.
A maior exposição ao sol, na
maioria das vezes, dá mais ânimo
às pessoas. O psiquiatra Alceu
Fillmann explica que estudos já con-
firmaram relações entre a quantida-
de de luz e a incidência de depres-
sões. “A luz do sol estimula os me-
canismos hormonais, reguladores
do humor”, explica. Em países fri-
os, onde o inverno é mais extenso,
já existe tratamento à base de luz
artificial para o chamado Transtor-
no Depressivo Sazonal, a
fototerapia. O psicólogo Odair
Pavesi lembra também que, além da
maior incidência de luz, há outros
fatores que mexem com nosso hu-
mor no verão. “O verão propicia
mais as atividades físicas ao ar livre
e as pessoas vestem roupas mais le-
ves”, explica.
Mas nem todos gostam de
aproveitar a terapia natural que o ve-
rão do Brasil proporciona. Existem
pessoas que não apreciam a estação
mais quente do ano. Para elas, o incô-
modo causado pelo calor é mais for-
te que os benefícios que ele lhes traz.
A publicitária Denise Ravizzoni é uma
delas. Ela argumenta que o calor do
verão deixa as pessoas suadas e “pe-
gajosas”. ”No inverno ficamos mais
elegantes”, comenta. Segundo Deni-
se, o verão seria melhor se ela pudesse
passá-lo na beira da praia. E com isso
a maioria concorda.
Verão nos céus
Cada ano fecha o ciclo das qua-
tro estações. Até a Idade Média esse
ciclo, juntamente com os dias e as fa-
ses da Lua, era utilizado para a con-
tagem do tempo. O tempo da plan-
tação, da colheita, o tempo de vida.
Hoje os ciclos deram lugar aos pre-
cisos relógios digitais, mas na nature-
za ainda permanecem as estações do
ano.
Para explicar o que acontece no
verão temos que recordar um dos
movimentos que a Terra faz, o mo-
vimento de translação. Nele nosso
planeta dá uma volta completa ao
redor do Sol. Em outro movimen-
to a Terra gira sobre um eixo, em
torno de si mesma, num movimen-
to responsável pelos dias e pelas noi-
tes, chamado de rotação. O deslo-
camento entre o eixo do Sol e o eixo
da Terra forma um pequeno ângu-
lo de 5,2º
. É justamente essa peque-
na diferença entre os eixos que faz
um hemisfério da Terra receber mais
os raios de sol do que o outro.
Então enquanto é verão aqui
no Sul, acima da linha do Equa-
dor é inverno. A primavera e o
outono são as estações interme-
diárias da translação.
Chuvas e
trovoadas
No final da tarde as nu-
vens negras começam a cobrir
o céu. Um vento forte parece
querer levantar os telhados das
casas. A chuva então começa a
cair junto com trovões que cla-
reiam o céu. Logo tudo passa
deixando alguns bairros alaga-
dos. Algumas vezes o sol ainda
torna a brilhar. Tão intensas
quanto rápidas, as chuvas de
verão são muitas vezes compa-
radas às paixões.
As chuvas de verão não
acontecem nessa estação por
acaso. O meteorologista Paulo
Ivo Koentopp, da Univille, Uni-
versidade da Região de
Joinville, explica como aconte-
ce o fenômeno. O solo possui
água. O sol quente aquece mui-
to rapidamente o solo e causa
grande evaporação, elevando a quanti-
dade de água na atmosfera. Quando
essa água chega de 600 a 800 metros
de altura, encontra temperaturas muito
baixas e condensa-se formando as nu-
vens carregadas. “Daí cai tudo de uma
vez”, explica Paulo.
Em princípio as chuvas de verão
não deveriam causar maiores proble-
mas, pois toda água evaporada é
reabsorvida pelo solo. Mas os ventos
fortes, que deslocam as nuvens para
outros lugares, e as pavimentações das
cidades, que dificultam a absorção da
água, são as causas das enchentes.
7. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 7
Economia de energia
dispara no verão
O verão sempre vem acompa-
nhado de muita luminosidade, contri-
buindo para o uso racional de energia
elétrica em todo o País. O verão de
2001/2002 já chega no Brasil com um
cenário de racionamento de energia,
implantado pelo governo federal des-
de junho. Apesar de Santa Catarina não
fazer parte do Programa de Raciona-
mento de Energia Elétrica, é preciso
que haja conscientização da necessida-
de de se usar corretamente este im-
portante recurso. Como aliado , temos
o horário de verão, em vigor desde o
dia 14 de outubro.
Em Joinville, o comércio ainda
não sentiu nenhuma alteração signifi-
cativa no comportamento do consu-
midor em relação aos produtos que
consomem menos energia. “Os clien-
tes comentam, mas acabam compran-
do sem levar em conta este detalhe”,
afirma o gerente do setor de eletro-
domésticos das Casas Pernambucanas,
Wilson Guiomar da Silva. Segundo
ele, a procura por aparelhos condici-
onadores de ar continua forte, não
havendo troca pelo ventilador. Ele faz
mais um comparativo: “Na loja em
que eu trabalhava em São Paulo, hou-
ve uma redução na venda de micro-
ondas de 100 unidades para duas no
último mês. Na loja de Joinville, a re-
dução foi de vinte para quinze.
Esta tendência é confirmada
também pelo gerente da loja Ponto
Frio, Leandro Robson Lessa, que tra-
balhou recentemente na loja de
Curitiba. “Lá as pessoas se preocu-
pam mais, aqui ninguém leva o pro-
blema do racionamento muito a sé-
rio na hora de comprar”, comenta.
Controle no consumo de
energia tem selo identificador
O que muitas pessoas não sa-
bem é que existe uma espécie de di-
ploma para os produtos que conso-
mem menos energia e que podem ser
melhor identificados pelo consumi-
dor. É o Selo Procel, criado em 1993
pelo governo federal e concedido
anualmente aos produtos mais efici-
entes energeticamente. O Selo faz
parte do Programa de Combate ao
Mudança do horário continua sendo uma importante aliada
Refrigeradores com o Selo Procel garantem menos consumo de energia
Curiosidades:
* O horário de verão é im-
plantado também nos EUA e em
toda a Europa, totalizando 70
países.
* Segundo uma pesquisa
realizada pela Fipe/USP, 79%
das pessoas atingidas pelo ho-
rário de verão, no Brasil, apro-
vam a medida.
Sandra Moser
Desperdício de Energia Elétrica, cria-
do em 1985 por decreto presidencial
e que visa adotar medidas
controladoras - desde residenciais,
comerciais até industriais. Recentemen-
te o presidente Fernando Henrique
Cardoso sancionou a Lei de Eficiên-
cia Energética, que vem se somar a este
propósito de estabelecer níveis míni-
mos de eficiência para máquinas e apa-
relhos consumidores de energia fabri-
cados ou comercializados no Brasil.
O Horário de Verão mais uma
vez vigora no País, de 14 de outubro/
2001 a 17 de fevereiro/2002, com o
objetivo de economizar energia, prin-
cipalmente nos horários de pico, entre
18 e 21 horas. A medida atinge as re-
giões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nor-
deste e mais o Estado de Tocantins. A
expectativa do governo é de uma re-
dução de 0,9%, a mesma registrada
no ano passado. Para a aposentada Aci
Regina da Cunha, a medida agrada e
vem numa boa hora. “Eu gosto do
horário de verão e estou contando
com ele para conseguir economizar
energia. Até agora, apesar de tentar di-
minuir o consumo, não obtive nenhum
resultado”, completa.
O mesmo acontece com o
industriário Francisco Moser, que tem
visto sua conta aumentar nos últimos
meses. Segundo ele, em setembro o
consumo de eletricidade em sua casa
foi de 718 kw/h, contra 687 kw/h
em julho. “Já estou pensando seriamen-
te em trocar minha geladeira por uma
outra, que consuma menos energia”,
afirma.
Sandra Moser
8. 8 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
Torneira seca é comum no verão
de Joinville
Com a chegada do
calor, população
fica preocupada
com o
abastecimento.
Caixa d’água
ainda é objeto
indispensável em
diversos bairros
do bairro Iririú desde 1973, co-
nhece de perto o drama da falta
d’água. No verão passado, assim
como em grande parte da cidade, a
situação foi caótica. Tanto ele como
os vizinhos estão precavidos – a caixa
d’água é elemento indispensável. Pavesi
tem uma, de 3,5 mil litros, há sete anos.
Mas o motorista autônomo foi
além: aproveitou o espaço no terreno
Imagine um dia quente, muito
quente. Você chega em casa, cansado
do trabalho. Nada melhor do que um
banho para relaxar, não é mesmo?
Mas quando você abre a torneira, não
tem água . Cenas como esta têm se
repetido exaustivamente em diversos
bairros de Joinville nos últimos anos,
ao ponto de se tornarem banais. E é
justamente no verão, quando o orga-
nismo humano necessita de mais água,
que a situação se complica no muni-
cípio.
Jaime Pavesi, 47 anos, morador
Alexsandro Medeiros
e, “obrigado pelas circunstânci-
as”, construiu um poço artesiano. “Pa-
guei, na época (dois anos atrás), R$
700,00”, afirma.
Ele explica que a caixa d’água do
vizinho era utilizada como medidor
para saber se a água havia chegado.
“Se estivesse cheia, era sinal de que já
tinha água”.
Segundo Pavesi, este ano o abas-
tecimento melhorou consideravelmen-
te. Porém, ainda não é adequado. Ele
mora com a família na Rua Senador
Rodrigo Lobo, num imóvel de dois
andares, e alega que a pressão da água
é muito fraca. Com isso, durante o dia,
ela não sobe até o andar superior. Para
tomar banho só com a ajuda da caixa.
Além disso, outras atividades são pre-
judicadas, como a simples lavação do
carro. “Com essa pressão, não dá nem
pra tirar barro do pára-lama”, ironiza.
Joinville cresceu muito, constata
Pavesi. Quando ele veio morar na ci-
dade, no Iririú, eram poucas casas na
vizinhança. Com o passar dos anos,
novos bairros surgiram, como o Jar-
dim Iririú, Parque Joinville e o Espi-
nheiros. “A tubulação é a mesma da-
quele tempo. Não tem como atender
todo mundo”, analisa.
O bairro Boa Vista, na Zona Les-
te, foi outra região problemática em
termos de abastecimento no verão
2000/01. O morador Valmor Cunha,
de 28 anos, chegou a ficar sem água
até cinco dias consecutivos. Um agra-
vante é que Valmor não tinha caixa
d’água. “Buscava água na casa da mi-
nha mãe”, conta. A família de Valmor
cogitou até a possibilidade de vender
o terreno e procurar outro lugar para
morar. Nos últimos meses, porém, o
fornecimento normalizou, de acordo
com Cunha. Mas ele não quer sofrer
tudo de novo. Por isso, tratou de com-
prar uma caixa d’água de mil litros.
Alexsandro Medeiros
Os moradores da Rua Éfeso, no Jarivatuba, também
passaram por momentos difíceis no último verão. Conforme
Jeni dos Santos, 36 anos, a água só aparecia durante a
noite. Mãe de seis filhos, ela sofreu bastante com o precário
abastecimento. Porém o problema não se repetiu em 2001,
segundo ela. A caixa d’água também se faz presente em
sua casa.
Outro ponto considerado crítico em termos de
abastecimento é o Espinheiros. Segundo o serralheiro
Osvaldo Gonçalves Sartori, 42 anos, após anos de
reivindicações, com protestos públicos, a Companhia de
Águas e Abastecimento de Santa Catarina (Casan) passou
a oferecer um serviço de melhor qualidade. De acordo com
ele, nunca havia água na torneira. “Só chegava à noite”.
Era preciso, conforme Osvaldo, puxar a água com a ajuda
de um motor para encher a caixa.
Morador utilizava motor
para puxar água
Pavesi, morador do Iririú: “Não dá nem pra tirar barro do pára-lama”
9. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 9
O número de reclamações sobre falta d’água já diminuiu
nos últimos meses (veja tabela). Em outubro deste ano, por
exemplo, foram registradas 78 (até o dia 21), contra 4.193
em março, segundo dados da Casan.
Durante o governo Amin a Casan já investiu cerca de R$
25 milhões em Joinville, afirma Nunes. O atual projeto da
Companhia é a troca de tubulação no Jardim Paraíso, com
um custo estimado em R$ 750 mil. A obra deve ser concluída
até dezembro.
Odir Nunes afirma que a distribuição de água na cidade
“está normalizada”. Segundo ele, em apenas alguns pontos
isolados o fornecimento é comprometido. Para resolver o
problema, a Casan criou o programa “Reservar”, com o
objetivo de financiar a compra de caixas d’água. “Trata-
se de um kit, que pode ser adquirido em até 12 vezes”,
afirma Nunes. Maiores informações podem ser obtidas
através do telefone 195.
O verão de 2001, segundo a
Companhia de Águas e Abastecimen-
to de Santa Catarina (Casan), vai ser
melhor para os joinvilenses. Mas, mes-
mo assim, devem ocorrer problemas
de abastecimento em alguns pontos da
cidade. A informação é do diretor
regional da entidade, Odir Nunes. De
acordo com ele, as regiões altas do
município deverão ser as mais preju-
dicadas. Porém Nunes destaca que essa
falta d’água não terá as mesmas pro-
Vai faltar água no verão, segundo
diretor da Casan
Alexsandro Medeiros
Regiões altas serão as mais prejudicadas, mas temporada deve ser menos problemática
porções do último verão, quando
muitas famílias ficaram mais de uma
semana sem o líquido. “Elas poderão
ficar sem água durante o dia, mas te-
rão à noite”, garante.
O principal motivo da esperada
melhora é a ampliação da capacidade
da Estação de Tratamento do
Cubatão. Conforme a Casan, ela pas-
sou de 980 litros/segundo para 1350
l/s. O incremento de 370 litros/segun-
do representa a possibilidade de ser-
vir mais 120 mil pessoas.
Reclamações diminuem
nos últimos meses
Número de reclamações
recebidas pela Casan em 2001
(somente para falta de água)
Janeiro 1.150
Fevereiro 2.357
Março 4.193
Abril 1.202
Maio 1.446
Junho 576
Julho 364
Agosto 413
Setembro 638
Outubro (*) 78
(*)Até o dia 21
Fonte: Casan
Alexsandro Medeiros
Programa “Reservar” financia caixas d’água para a população
10. 10 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
De mala e cuia
Dia 21 de dezembro, final de
expediente, festa de final de ano na
empresa, amigo secreto... Que mara-
vilha de cenário, não é? Para torná-lo
ainda mais atraente, só falta um deta-
lhe: os preparativos para a viagem. Seja
ela qual for.
Final de ano, claro, é tempo de
férias e de viagens. As opções são in-
termináveis. Passar o Natal com a fa-
mília, em casa, e depois curtir três se-
manas na casa de praia, em Enseada
ou Piçarras. Reveillon com os paren-
tes que moram no interior do Rio
Grande do Sul. Compras em Brusque
e alguns passeios, num fim de sema-
na, a R$ 75,00 por pessoa no Hotel
Monthez. Um pulinho em Camboriú
e passeio no bondinho do parque
Unipraias, a R$ 17,50, incluindo trans-
porte e ingresso. Algo mais ambicio-
so, talvez: oito dias em Porto Seguro,
a R$ 558,00 por cabeça, incluindo pas-
sagem aérea, hotel e festas na badala-
Fim de ano é tempo de se programar para férias e viagens; mas também
de se prevenir contra problemas
da praia de Toa-Toa. Para o Rio de
Janeiro, três dias no Hotel Glória cus-
tam R$ 433,00 por pessoa. Pode-se
optar por uma viagem mais interes-
sante e com uma certa dose de risco:
Miami, a 427 dólares.
São tantas emoções...
O importante, para muita gente
– cada vez mais –, é aproveitar ao
máximo as férias de fim de ano e via-
jar, viajar e viajar. De uma simples
semanada de praia numa casa alugada
em Barra do Sul a um cruzeiro pelo
Caribe, o turismo contempla todos os
gostos – e orçamentos. O turista bra-
sileiro médio (a grande maioria que não
pode ir ao Exterior) reserva o verão
para buscar o litoral. “É histórico que
os destinos mais procurados por tu-
ristas brasileiros, no período de de-
zembro a março, são as praias do li-
toral”, confirma Mário Lobo Filho,
diretor da Adinco Turismo, uma das
principais agências de viagens de
Antônio Roberto Szabunia
Para a próxima temporada a
Adinco vem se preparando há alguns
meses. A agência fez convênios com
vários hotéis das principais praias
catarinenses e dispõe de algumas ca-
sas e apartamentos para aluguel.
“Estamos com uma procura acima do
normal”, comemora Mário Lobo Fi-
lho, anunciando uma novidade para
este verão: um acordo com a compa-
nhia de navegação NCL, que irá re-
ceber o navio Sovering of the Seas,
para cruzeiros na costa brasileira. “O
navio – antecipa Lobo – terá várias
passagens por Santa Catarina, a pre-
ços bem interessantes.”
A Bogotur, explica sua gerente
de Marketing, se prepara intensifi-
cando a atuação no mercado interno,
o que já faz há alguns anos. A agên-
cia procura aprimorar os serviços ofe-
recendo aos funcionários treinamento
periódico. “Neste ano – informa Elis
– foram aproximadamente 100 ho-
ras de treinamento por funcionário.”
Preparativos
das agências
Joinville. Para a próxima temporada,
Mário Lobo Filho acredita que a mai-
or parte dos turistas deverá vir dos
estados de São Paulo e Paraná. “E de-
vemos receber uma grande parcela de
turistas argentinos”, aposta o empre-
sário.
A gerente de Marketing da
Bogotur, Elis Busanello, concorda: “Os
principais destinos, de dezembro a
março, estão no litoral, como Balneá-
rio Camboriú, Florianópolis e Porto
Seguro, por exemplo. E a maior parte
dos turistas é paulista, paranaense, ga-
úcha e argentina”.
E para onde vão os joinvilenses?
Segundo o diretor da Adinco, o
joinvilense procura as praias do pró-
prio litoral catarinense. Quando o tem-
po e o orçamento permitem, ele viaja
para o Nordeste ou faz algum cruzei-
ro marítimo pela costa brasileira. Elis
Busanello é bem direta: “O joinvilense
vai para sua casa de praia”.
Você já
escolheu seu
destino para
as férias? Olhe
bem em volta.
Perto de
Joinville tem
muita coisa
bonita!
Lagoa do Parque Malwee, em Jaraguá do Sul
11. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 11
Crise beneficia
o turismo interno
SERVIÇO
Quem me leva?
Escolha a agência, de-
pendendo do seu destino.
Joinville
Adinco
Roteiros regionais,
nacionais e internacio-
nais
Tel.433-1115
www.adinco.com.br
Bel Turismo
Passagens aéreas e pa-
cotes turísticos
Tel.433-2066
beltur@netville.com.br
Bogotur
City tour em Joinville,
Parque Unipraias, barco
Príncipe III e outros
roteiros locais e regio-
nais.
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www.bogotur.com.br
São Paulo
Stella Barros
Especializada em
Disney World, além de
outros roteiros nacio-
nais e internacionais.
Saída de São Paulo.
Toll free 0800-554656
www.stellabarros.com.br
A crise internacional, segundo
Mário Lobo Filho, afetou os negóci-
os turísticos também em nível local.
“O número de turistas diminuiu con-
sideravelmente, e as pessoas estão re-
fletindo muito antes de decidir se irão
fazer uma viagem, seja a negócios ou
a lazer”, observa o diretor da Adinco.
Já para Elis Busanello, que atua
mais no turismo receptivo, a crise tra-
rá como conseqüência um incremen-
to no número de turistas entrando em
Santa Catarina. ”Precisamos ter bom
senso e manter os preços estáveis,
melhorar a qualidade dos serviços para
garantirmos a satisfação e o retorno
destes turistas”, prega Elis.
João D. Caetano de Oliveira, di-
retor Comercial do Beto Carrero
World, concorda com Elis: “A crise
internacional afetou de forma positi-
va o turismo local. Há uma tendência
para a substituição de destinos inter-
nacionais por destinos brasileiros, in-
clusive, em alguns países próximos”.
No caso específico de Beto Carrero
World, segundo seu diretor comerci-
al, “já vínhamos tendo a maior aflu-
Elis Busanello e Mário
Lobo concordam que é bara-
to ser turista regional, em ro-
teiros de até 100 quilômetros.
Um bom exemplo é o city tour,
que em qualquer cidade fica
entre R$ 20,00 e R$ 60,00 por
pessoa. Em Joinville, pela
Bogotur, o passeio custa ape-
nas R$ 7,00. O passeio ao Par-
que Unipraias custa R$ 17,50
por pessoa com transporte e
ingresso.
“Joinville – acrescenta
Mário Lobo – está numa po-
sição estratégica para fazer tu-
rismo econômico, já que num
raio de 100 quilômetros há
maravilhosas praias, a bela pai-
sagem de montanha com seus
hotéis-fazendas, a grande vari-
edade de gastronomia e lazer
em Curitiba, as cachoeiras de
Corupá... E tudo a um custo
bem acessível para um bom fi-
nal de semana.”
Como Joinville pode
chegar a ser um pólo turístico?
Para Elis, isso se dará com uma
ação conjunta do poder públi-
co e da iniciativa privada. “Te-
mos que regionalizar, integrar,
somar esforços com outros
destinos de Santa Catarina.”
Para João Caetano de
Oliveira, do Beto Carrero
World, “o litoral catarinense é
um pólo turístico importante
e diversificado em suas atra-
ções”. Caetano acha que, no
futuro, “Santa Catarina será a
Flórida brasileira e Penha a
Orlando tropical. É para isso
que trabalhamos, e já trilhamos
uma boa parte do caminho que
leva à concretização desse so-
nho”.
Profissionais apostam no turismo regional
Bondinho do Parque Unipraias
ência de público de toda a história; no
entanto, acreditamos que podemos
melhorar ainda mais essa demanda em
função da crise”.
Não viaje sem
planejamento.
E boas férias!
12. Cansaço, ansiedade e estresse são
características comuns durante o ve-
rão, principalmente para quem não
pode tirar férias. Trabalhadores das in-
dústrias e comércio, prestadores de
serviços e agricultores continuam com
suas atividades normais durante os
meses de dezembro a fevereiro e so-
frem com o calor.
“Adoro trabalhar no verão”,
ironiza Catarina Fiamoncini, de 46
anos, vendedora de uma loja de mó-
veis e eletrodomésticos. Logo ela cor-
rige, séria, e admite detestar a época
porque se sente mal. Esta é a mesma
sensação de Denise Avancini, de 21
anos, funcionária de uma loja de dis-
cos do centro da cidade. Denise pre-
fere tirar férias em julho, para apro-
veitar mais os dias.
Ventilador, ar condicionado e
roupas mais leves são insuficientes
para a animar as pessoas para o traba-
lho. “É desgastante, apesar do ar con-
dicionado”, diz Claudemir da Silveira,
também vendedor. Ele reclama do
vestuário masculino. “As mulheres po-
dem usar saia, blusinhas, mas nós não
temos saída – é só calça comprida”,
descreve Claudemir.
Já na área rural, os agricultores e
pecuaristas procuram proteger-se do
sol forte. “Mas é preciso colher, plan-
tar, produzir para vender”, diz Nelson
Holz, presidente do Sindicato dos Tra-
balhadores Rurais de Joinville. Algu-
mas técnicas para garantir produção
de verduras no verão foram adotadas,
como a irrigação e a hidroponia, no
caso do alface.
Para dois funcionários de uma
indústria de confecção da cidade, que
preferem não se identificar, o pior do
verão é o cansaço causado pela ausên-
cia de circulação de ar. “A gente traba-
lha porque é obrigado”, diz um deles.
Um dos pontos das reivindicações dos
sindicatos laborais é a melhoria das
condições de trabalho nas indústrias.
“A atividade no chão das fábri-
cas continua a mesma no verão”, afir-
ma o presidente da Federação dos
Metalúrgicos da Central Única de Tra-
balhadores (CUT) em Joinville, Narci-
so Ferreira da Cruz. As temperaturas
são ainda mais altas em setores de fun-
dição e usinagem, lembra Narciso.
A professora de sociologia
Valdete Daufemback define o trabalho
nas indústrias como gerador de
irritação e alterações de comportamen-
to nos trabalhadores. “O verão é ape-
nas um detalhe de uma série de fatores
desse ambiente de forte pressão con-
tra os seres humanos”, explica Valdete.
Pesquisa realizada por ela em
Joinville demonstrou os resultados da
irritação do trabalhador: altos índices
de violência doméstica, especialmente
contra a mulher, e o consumo genera-
lizado de psicotrópicos, como bebidas
alcóolicas, medicamentos ou drogas.
Katherine Funke
Catarina Fiamoncini sente-se mal durante o verão
“O verão é apenas um detalhe
desse ambiente de forte pressão
contra os seres humanos”
Valdete Daufemback, professora de sociologia
Quando o trabalho é tortura...
fotos: Katherine Funke
A vendedora Denise Avancini tira férias no inverno
Claudemir da Silveira reclama do vestuário masculino
12 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
13. O calor pode significar
alegria para quem procura um
emprego temporário ou um
passeio lucrativo pelas praias
brasileiras. A estudante R.I.,
de 17 anos, espera conseguir
uma das 15 vagas para “aju-
dante de Papai Noel” ofere-
cidas pelos três principais
shoppings da cidade. “Assim,
ganho um pouco mais para
viajar com minhas amigas em
janeiro”, explica.
Viajar também é um dos
objetivos do artesão Vilmar
da Silva Júnior, de 25 anos.
Ele aproveita o verão para
vender os trabalhos decorati-
vos em durepóxi, miçangas,
madeira e couro em diferen-
tes cidades brasileiras. O ro-
teiro dos próximos meses ain-
da não está definido. “Talvez
eu vá para Amazônia ou For-
taleza, conhecer culturas e
pessoas diferentes”, informa
o artesão.
A artesã Sandra Müller,
de 30 anos, também já sabe o
que quer no verão. “Preten-
do ir para a praia, pois lá com-
pram mais”, explica Sandra.
Ela ainda não sabe qual será
a cidade escolhida, mas pre-
fere Piçarras. Durante o resto
do ano, Sandra mantém uma
banca de vendas no centro de
Joinville. (K.F.)
... ou diversão, muita diversão!
Para algumas pessoas,
o verão é uma época boa
para trabalhar e viajar
As esculturas de Júnior já são conhecidas em várias cidades do Brasil; o artesão viaja para mostrar seu trabalho
Sandra Müller irá para as praias de Piçarras para vender as peças de metal e se divertir durante o verão
Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 13
14. 14 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
No verão Enseada se transforma
Isabela Vargas
Enseada, a mais visitada entre as
treze praias de São Francisco do Sul,
começou cedo a se preparar para re-
ceber os veranistas. Desde outubro a
prefeitura se organiza para atender a
demanda. São esperadas mais de 200
mil pessoas até março de 2002. E com
tanta gente usufruindo a infra-estrutu-
ra da praia, as atenções se voltam para
o saneamento, a segurança e o atendi-
mento médico, prioridades que não
podem faltar aos visitantes e à popu-
lação local.
Enseada possui três km de ex-
tensão e está localizada entre Ubatuba
e a Praia do Molhe, a oito Km do cen-
tro da cidade. É considerada a prefe-
rida dos turistas em visita ao norte do
Estado. Moradores de Joinville e
Curitiba são a maioria entre eles. As
águas tranqüilas e o comércio bastan-
te desenvolvido tornam-se os princi-
pais atrativos. A população de 33 mil
pessoas aumenta para 66 mil no perí-
odo de veraneio.
No verão, o número de po-
liciais no balneário é ampliado. Se du-
rante todo o ano trabalham apenas 10
homens, entre novembro e março são
necessários pelo menos 60 policiais
para realizar a segurança. Conforme
o cabo da polícia militar Dílson Qua-
dros, no verão passado foram
registradas aproximadamente 300
ocorrências, entre acidentes, assaltos e
homicídios. “Para atender a popula-
ção é preciso um efetivo maior, além,
é claro, de mais viaturas e de um heli-
cóptero para garantir maior agilidade
na execução dos trabalhos”, explica
Quadros.
Para prevenir os afogamentos,
comuns na região, a prefeitura de São
Francisco do Sul convocou sessenta e
oito salva-vidas para atender as ocor-
rências em todas as praias do municí-
pio. O único posto de saúde também
reforça o atendimento. Ele passa a
funcionar 24h por dia, e a equipe de
agentes de saúde, médicos e enfer-
meiros é dobrada. Já o socorro às
vítimas em estado grave é um ponto
negativo. O atendimento só pode ser
realizado em São Francisco do Sul ou
mesmo em Joinville, onde estão lo-
calizados os hospitais mais próximos.
Por esse motivo, muitas pessoas dei-
xam de ser socorridas ou acabam sen-
do prejudicadas por causa da demo-
ra no atendimento.
Outro problema enfrentado
pelos moradores é relacionado ao sis-
tema de água e esgoto. A praia não
possui tratamento adequado e nem
todas as casas têm água encanada. Para
o aposentado Hermes Vargas, mo-
rador da Enseada há 20 anos, este pro-
blema já fez pensar em mudar de
praia. “A água sempre foi amarelada
e com um forte cheiro de enxofre.
Há apenas um ano foi possível para
algumas famílias receberem água de
boa qualidade. E para dar um desti-
no ao esgoto tivemos que construir
um poço artesiano”, explica.
Durante o verão, principal-
mente nos finais de semana, o tráfe-
go fica intenso e é quase impossível
fugir dos congestionamentos. Algu-
mas medidas precisam ser tomadas
pela prefeitura para amenizar o pro-
blema. Como a maioria das ruas são
de terra e bastante estreitas, por um
determinado período a principal via
de acesso à praia, a avenida Atlânti-
ca, torna-se mão única para desafo-
gar o trânsito.
Mas o verão não é apenas si-
nônimo de problema. O turismo
gera empregos e renda à população
local. Os restaurantes e quiosques lo-
calizados à beira da praia são os que
mais lucram. A professora Márcia
Ribeiro, moradora da Enseada há
mais de 13 anos, aproveita os finais
de semana para garantir uma renda
extra à família. Trabalha em um bar
às margens da avenida Atlântica. Lá
ela e os familiares vendem milho co-
zido, caldo de cana e água de coco
sem parar. “O verão deixa a praia
movimentada e para nós isso é óti-
mo”, analisa Márcia Ribeiro.
Também para os pescadores, o
verão é sinônimo de faturamento. Os
peixes são estocados durante o inver-
no, na época das tainhas, e vendidos
na temporada. Para Maria Aparecida
Azevedo, que há seis anos trabalha no
mercado de pescados, nesta época do
ano as vendas aumentam mais de 50%.
“Em um final de semana é possível
faturar até R$ 1mil”, conta.
Para promover lazer e entrete-
nimento aos veranistas da Enseada é
preciso pensar no público eclético que
passa pelo balneário, desde argentinos
a paranaenses. Conforme o secretário
de turismo, Sérgio Ferreira, neste ano
diversos eventos culturais e esportivos
prometem envolver crianças, jovens e
adultos. “Numa parceria entre a Pre-
feitura e a Petrobrás serão realizados
campeonatos esportivos, apresenta-
ções de dança e de grupos musicais,
além das tradicionais atividades recre-
ativas como caminhadas e ginástica na
praia”, comenta.
A pesca é um dos setores beneficiados com a chegada do verão
IsabelaVargas
Número de habitantes pula de 33 para 66 mil entre janeiro e fevereiro
15. Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001 15
Recantos fazem o lazer
de verão em Joinville
Com a chegada do verão todos
procuram os caminhos do mar. Praia é
o destino natural num país com uma
costa marítima privilegiada como o
Brasil.
Mas, se você não pode aprovei-
tar os mais de 8.000 quilômetros deste
paraíso e é obrigado a passar a tempo-
rada na cidade, não se desespere.
Joinville oferece muitas atrações den-
tro dos limites do município. Mergu-
lhos em rio, banhos de cachoeira, pes-
carias, turismo rural e a prática de es-
portes são algumas das opções.
A Estrada Bonita, na localidade
de Rio Bonito (Km 20 da BR 101),
oferece várias possibilidades de diver-
são a preços convidativos e com boa
infra-estrutura. É lá que fica o Recan-
to Tia Marta.
O local, aberto durante todo o
ano, tem entrada franca no período de
abril a novembro. De dezembro a mar-
ço cobra R$ 0,50 por pessoa. O Re-
canto oferece aos visitantes serviço de
bar e restaurante com comida típica
campeira e alguns pratos da cozinha
alemã, tudo preparado em fogão à le-
nha, o que ajuda a incrementar o gos-
to e o charme.
Para quem curte um churrasco
com os amigos, existem churrasquei-
ras para uso dos visitantes. “Mas tem
que vir cedo. Nos fins-de-semana, às
8 da manhã está tudo ocupado”, aler-
ta Edna Maria Scheffer, ou “Naná”,
como é mais conhecida. Há três anos
na direção do Recanto, ela pretende
ampliar o número de churrasqueiras
para este verão. “Tem dias que rece-
bemos mais de 3.000 pessoas”, infor-
ma. O lugar atrai pessoas de cidades
vizinhas e outros estados. Por ser de
fácil acesso pela BR 101 e bem sinali-
zado, é comum os viajantes entrarem
para conhecer.
Um delicioso mergulho no rio
e um banho de cachoeira também fa-
zem parte das atrações do Recanto.
Naná garante que o local não é perigo-
so, mas “quando ameaça trovoada é
preciso sair, pois o rio enche de repen-
te. Nós sempre avisamos”, antecipa ela.
Outra opção de lazer na Estra-
da Bonita é o Recanto Colonial
Gehrmann. Inaugurado recentemente,
conta com serviço completo de lancho-
nete e o tradicional café colonial. Fun-
ciona sábados, domingos e feriados,
durante todo o dia.
A diversão fica por conta do
toboágua, com acesso gratuito para os
visitantes. Já brincar nos pedalinhos
custa R$ 2,00 por vinte minutos de uso.
Uma nova atração deve ser acrescen-
tada em breve. O proprietário
Rodolfo Gehrmann, também coleci-
onador, faz planos para torná-lo mais
convidativo. “Para o ano que vem pre-
tendo inaugurar o Museu Duas Ro-
das. Vou expor minha coleção, com-
posta de 70 motos e 80 bicicletas”, in-
forma ele.
Outra sugestão é o Recanto
Davet. Situado na Estrada do Pico, às
margens da estrada que vai para Cam-
po Alegre, fica na beira de um rio de
águas límpidas. Durante a temporada
de verão um salva-vidas permanece
no lugar para garantir a segurança dos
banhistas. “Não que seja perigoso. Mas
algumas pessoas se excedem na bebi-
da e se atrapalham na água. Essas dão
trabalho”, explica a proprietária
Carmelita Rodrigues.
O local funciona o ano todo e
chega a empregar até 10 funcionários
durante os fins-de-semana do verão,
para garantir a qualidade do atendi-
mento. No Recanto Davet o visitante
dispõe de serviço de bar, restaurante
e lanchonete. Existem 25 churrasquei-
ras que são cedidas gratuitamente. Ao
lado do toboágua já existente será
construído outro para a temporada.
Para acesso ao Recanto paga-se,
de novembro a março, uma taxa de
R$ 2,00. Os visitantes de fora podem
armar barracas no local. As taxas co-
bradas são de R$ 2,00 por pessoa ou
R$ 3,00, com uso do chuveiro. Segun-
do Carmelita, vem gente de vários lu-
gares. “Tem gente do Rio de Janeiro,
São Paulo e muitas pessoas de Curitiba
que vêm acampar aqui”. O horário de
funcionamento é das 7 da manhã até
o último cliente.
A partir de novembro tem apre-
sentações de música ao vivo. Nos sá-
bados e domingos pode-se dançar das
14h até às 19h, no amplo salão. Se a
preferência é esporte, existem três cam-
pos para prática de futebol. Os pes-
cadores não foram esquecidos: há lu-
gares destinados especialmente à pes-
ca.
Todos os Recantos mencionados
contam também com ampla área de
estacionamento e serviço de transporte
urbano.
Como se vê, não há motivos
para lamentar por ter que ficar na ci-
dade de dezembro a março. Com o
horário de verão e as tardes mais lon-
gas, é fácil pegar a família e amigos,
sair e se divertir. As opções são mui-
tas.
Limpos, agradáveis e baratos, esses empreendimentos
garantem a alegria de quem fica no município durante a temporada
Recantos oferecem boa infra-estrutura a preços atraentes
Cleusa Oliveira
16. 16 Primeira Pauta - IELUSC - Outubro 2001
Amor de verão morre na praia?
Ou será que termina com a chegada
do outono? Ou quando acabam as
férias?
O fato é que, enquanto ele dura,
ninguém se preocupa muito com es-
sas respostas. Seja no campo, na mon-
tanha ou na praia, o jovem quer mes-
mo é fazer um reconhecimento da área
para saber onde ficam os points, os
locais de diversão da “galera”, pois é
nesses locais que se encontra a maior
quantidade de pessoas por metro qua-
drado.
Depois do reconhecimento, é
hora de colocar as garras de fora e
mostrar a que veio. Provavelmente, o
candidato(a) a “namorado(a) de ve-
rão” já ficou de olho em alguém e
vice-versa. Não existe regra para
paquera, mas um olhar sedutor, segui-
do de um bom papo, já é meio cami-
nho andado. O objetivo é “deixar ro-
lar” tudo num clima de grande
descontração, o mais natural possível.
Para muitos o amor de verão é
tão sério que dá até em casamento.
É o caso de Marcos Sampaio,
de 25 anos, que freqüenta a praia de
Bombinhas. Ele conheceu a noiva na
praia, há três anos. E conta que foi um
encontro atrapalhado. “Eu fechei o
carro dela em plena noite de Reveillo .
Pedi para que saísse do carro e ela gen-
tilmente começou a conversar comi-
go. Tomamos um chopinho e come-
çamos a namorar”. Marcos mora em
Blumenau e a noiva em Canoinhas,
mas, para eles, a distância não é pro-
blema. Freqüentemente um viaja para
a cidade do outro.
Já Sílvia Wendeffins, de 20 anos,
que mora em Jaraguá do Sul e se con-
sidera uma “rata de praia”, pensa um
pouco diferente de Marcos. Ela pre-
fere encontrar um amor a cada verão.
“Nesse clima gostoso de sol e praia, a
gente sempre arruma um rapaz e se
apaixona, mas depois que passa o ve-
rão acaba tudo”.
Ela lembra que uma de suas an-
tigas paixões da praia continuou na
cabeça mesmo depois das férias, mas
quando chegou em casa não deu cer-
to. Eles moravam em cidades distan-
tes “e aí, sabe, não rolou”.
Sílvia acha horrível encontrar na
praia o amor do verão passado. “Por-
que ele está com outra e eu com ou-
tro”. E dá a receita: “O legal é não
esquentar”. Segundo ela sempre aca-
ba prevalecendo um clima de amiza-
de e o círculo de amigos fica maior.
“E assim é muito gostoso”. Na pri-
mavera Sílvia conheceu um garoto,
também de Jaraguá do Sul, em um
luau na praia de Piçarras, e está namo-
rando há dois meses.
Cláudio Pires, de 20 anos, pensa
muito diferente de Marcos e Sílvia.
Para ele, o importante é sair cada dia
com uma menina e “ficar”. Ele não
acredita mais em namorico de verão.
“A gente cata elas e elas catam a gen-
te”, diz, se referindo às meninas da
praia.
Alan do Amaral , de 26 anos, vai
aproveitar o verão para trabalhar.
Como é programador, pode levar seu
laptop para a praia e juntar o útil ao
agradável: paquerar. Conta que já teve
um amor de verão que durou um
bocado, mas agora ambos estão tran-
qüilos. Ela em Florianópolis e ele em
Blumenau.
Mas há quem tenha esperanças
de que o amor de verão dure muito.
Júlia Karina Fonseca, uma estudante de
17 aninhos e olhar de apaixonada, está
na maior expectativa. Ela “ficou” com
um garoto na noite do Rèveillon e aca-
bou “ficando” outros dias. Mas ele foi
a São Paulo para trabalhar. Racional-
mente ela diz: “Eu sei que amor de
verão não volta”. Mas, durante a con-
versa, se entrega: “Estou agoniada.
Estou na maior expectativa”. O mo-
tivo é que não consegue parar de pen-
sar no retorno dele para o fim de ano.
Perguntada sobre a possibilidade de
continuar o namoro, diz que “depen-
de só dele, não posso saber o que vai
dentro da cabeça dele”.
Aqui vai um lembrete importan-
te. Muitos “amores de verão” duram
somente os dias da viagem. Então, é
preciso estar ciente de que você pode
nunca mais ver a pessoa. Por isso, nada
de “encanar” ou se apaixonar perdi-
damente. O negócio é curtir e ver o
que acontece depois. Quem sabe a
paixão não sobe a serra e o romance
não toma contornos mais sérios? Dei-
xe-se contagiar pelo otimismo de
Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo.
Se ainda não deu é porque não chegou o fim”.
Sol na praia incentiva
os “amores de verão”
Patrícia Pozzo
fotos: Silvana Pisani
Namorados passeiam à beira mar
Amor de verão começa na praia