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Este estudo é fundamental para a compreensão da
formação do gosto na sociedade contemporânea.
Nossas heranças culturais ainda têm uma forte influência do pensamento europeu.
É necessário reforçar nossas tradições indígena e negra a fim de superarmos o ideário hegemônico
eurocêntrico patriarcalista.
Com o propósito de descontruir o pensamento colonialista, iremos ver as origens do gosto
pautadas no modo de pensar eurocêntrico. Assim, poderemos compreender como a arte serviu de
veículo para a expansão do pensamento hegemônico e massacre dos povos originários deste lugar
que passaram a chamar Brasil.
Por meio da análise crítica, conseguiremos compreender as forças responsáveis pelo apagamento
dos traços culturais indígena e negro e que mantém o estado de sujeição das massas.
Desnaturalizando
o gosto
Reflexões acerca da construção
do gosto na arte
Pierre Bourdieu
A distinção crítica social do julgamento
• Bourdieu
• Desconstrução da ideia de que o gosto é uma manifestação aleatória individual, sem forças sociais
impostas.
• O gosto não é uma escolha pessoal, pois sofre intervenções no meio social.
• Para ele, o que escolhemos consumir (músicas, roupas, arte) faz parte de uma seleção de
coisas que nos ofertadas pelo mercado e fazem parte de uma organização social.
O gosto não é natural, ele é NATURALIZADO como sendo
escolhas pessoais.
Assim, o gosto é um código socialmente
construído capaz de identificar e diferenciar
grupos sociais.
Exemplos na história da arte
GRÉCIA: Culto da forma, idealismo idolátrico
Deusas e Deuses com belezas distintas e perfeitas.
Combinações imaginárias de traços de diversos
sujeitos.
Na oficinas de escultura, os artistas selecionavam diversas
pessoas e faziam uma junção das partes consideradas
mais belas de cada pessoa para dar a feição final às
esculturas.
Vênus de Milo,
Aproximadamente
séc. II a.C.
Fim da arte grega
Caracterizado pela destruição das obras e ódio à
idolatria.
Com a expansão do Império Romano e a
influência oriental, a arte passou a ser mais
suntuosa e decorativa.
As imagens de caráter religioso passaram a ficar
em segundo plano.
Após o declínio da arte grega, a arte passou a
servir como reafirmação do poder do imperador
romano.
Augusto de Prima Porta, Década de 27 a.C., 20 a.C.
Mármore. 2,08 metros de altura
Exemplos na história da arte
IDADE MÉDIA: Idealismo ascético
Fé e desprendimento de vaidades
Meditação da eternidade
Ascetismo
doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a
disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um
caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à
virtude.
Abandono do nu na arte.
Arte como instrumento de imposição dos valores
cristãos e promoção da imagem da burguesia em
ascensão.
NEOCLASSICISMO
Arte como reforço do ideário expansionista
napoleônico
Idealização da realidade
Retorno ao ideal grego de beleza
Enaltecimento do heroísmo e do
patriotismo
Jacques-Louis David, representante do
neoclassicismo e pintor da corte de Napoleão
Bonaparte.
Napoleão Cruzando o São Bernardo, 1801.
Jacques-Louis David
Reflexões
OS PADRÕES DO GOSTO
Os padrões de beleza, além de
estarem relacionados aos interesses
econômicos, estão igualmente
relacionados aos interesses políticos?
De que forma?
As escolhas são maneiras de apontar distinções
sociais, são formas de marcar o lugar social, o grupo
a que pertence cada indivíduo.
As peneiras do trigo,
1854. Gustave Courbet.
O Juízo de Gosto
O juízo de gosto na filosofia:
Diz respeito à capacidade de julgar com
discernimento um elemento estético.
Para tanto, faz-se necessária a
faculdade estética. SENSO
POÉTICO
A beleza “[...] não é uma qualidade das
próprias coisas, existe apenas no espírito que
as contempla, e cada espírito percebe uma
beleza diferente”. David Hume
O Juízo de Gosto
O juízo de gosto na arte:
Está relacionado à faculdade estética,
ou seja, à capacidade de sentir.
“Chamo de estética a faculdade que o
homem tem de perceber ou descobrir o
belo e o feio, o agradável e o
desgracioso, o sublime e o trivial, na sua
pessoa e nas coisas, e de fazer dessa
percepção um novo meio de prazer, um
requinte de volúpia”. J. P. PRODHON
Onde falta alma e sensibilidade,
não existe arte, apenas ofício.
J. P. PRODHON
Com o advento da mídia, a arte passou a ser encarada
dentro de uma perspectiva comercial
 O Mercado passou a determinar como a arte deve ser
 O Mercado passou a determinar o que é “bom” ou “ruim” em matéria de arte
 O Mercado passou a ser o formador do gosto das massas.
O GOSTO COMO UM
FATO SOCIAL
 O gosto é um fato social.
 A criação do gosto ocorre a
partir de hábitos, de valores e
atitudes que são comumente
aceitos por uma comunidade.
 O gosto começa a ser formulado
na infância.
O gosto sofre
alterações
segundo o
capital cultural
adquirido ao
longo da vida
Outros fatores que delineiam a
formação do gosto: a origem
familiar, o tipo de educação, o
capital econômico, o tipo de
trabalho e os acessos a bens
culturais.
Os padrões de gosto
são instáveis
• O gosto muda conforme a época.
• Determinados padrões de uma cultura
podem ser resgatados em outras épocas.
• A instabilidade do gosto é tão variável
quanto a instabilidade do mercado que o
determina.
• Existe uma grande variedade e diferença de
gostos e opiniões, mesmo entre indivíduos
da mesma cultura e que tiveram a mesma
educação.
OS PADRÕES DE GOSTO SÃO
CONSTRUÍDOS SOCIAL E
CULTURALMENTE
Operários
(1933),
Tarsila
do
Amaral
Os fatores sociais
delineiam o gosto, mas
não o determinam
As experiências individuais e a
análise crítica também contribuem
para a formação do gosto individual.
As escolhas que fazemos NÃO são
naturais, elas são naturalizadas, pois
estão ancoradas em critérios sociais.
Gosto não é qualidade. Algo não é
bom apenas porque você gosta
Reflexões...
• O que determina as mudanças de gosto?
• É possível mudar de gosto ao longo da vida?
• Será que pessoas criadas em uma mesma
cultura podem ter gostos e opiniões
diferentes?
Gosto se discute, sim!
Referências
BOUDIEU, Pierre. A distinção crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007.
PROUDHON, P. J. Do princípio da Arte e de sua destinação social. Campinas, SP: Armazém
do Ipê, 2009.
SIQUEIRA, Amanda Costa Reis de. Desnaturalizando o gosto: uma discussão sobre a obra
“a distinção crítica social do julgamento”, de Pierre Bourdieu. Acesso em 17 de setembro
de 2020. disponível em: https://estudosdoconsumo.com/wp-
content/uploads/2018/05/5.1.6-De_Siqueira-Desnaturalizando_o_gosto.pdf

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Distinção crítica social do julgamento

  • 1.
  • 2. Este estudo é fundamental para a compreensão da formação do gosto na sociedade contemporânea. Nossas heranças culturais ainda têm uma forte influência do pensamento europeu. É necessário reforçar nossas tradições indígena e negra a fim de superarmos o ideário hegemônico eurocêntrico patriarcalista. Com o propósito de descontruir o pensamento colonialista, iremos ver as origens do gosto pautadas no modo de pensar eurocêntrico. Assim, poderemos compreender como a arte serviu de veículo para a expansão do pensamento hegemônico e massacre dos povos originários deste lugar que passaram a chamar Brasil. Por meio da análise crítica, conseguiremos compreender as forças responsáveis pelo apagamento dos traços culturais indígena e negro e que mantém o estado de sujeição das massas.
  • 3. Desnaturalizando o gosto Reflexões acerca da construção do gosto na arte Pierre Bourdieu
  • 4. A distinção crítica social do julgamento • Bourdieu • Desconstrução da ideia de que o gosto é uma manifestação aleatória individual, sem forças sociais impostas. • O gosto não é uma escolha pessoal, pois sofre intervenções no meio social. • Para ele, o que escolhemos consumir (músicas, roupas, arte) faz parte de uma seleção de coisas que nos ofertadas pelo mercado e fazem parte de uma organização social. O gosto não é natural, ele é NATURALIZADO como sendo escolhas pessoais. Assim, o gosto é um código socialmente construído capaz de identificar e diferenciar grupos sociais.
  • 5. Exemplos na história da arte GRÉCIA: Culto da forma, idealismo idolátrico Deusas e Deuses com belezas distintas e perfeitas. Combinações imaginárias de traços de diversos sujeitos. Na oficinas de escultura, os artistas selecionavam diversas pessoas e faziam uma junção das partes consideradas mais belas de cada pessoa para dar a feição final às esculturas. Vênus de Milo, Aproximadamente séc. II a.C.
  • 6. Fim da arte grega Caracterizado pela destruição das obras e ódio à idolatria. Com a expansão do Império Romano e a influência oriental, a arte passou a ser mais suntuosa e decorativa. As imagens de caráter religioso passaram a ficar em segundo plano. Após o declínio da arte grega, a arte passou a servir como reafirmação do poder do imperador romano. Augusto de Prima Porta, Década de 27 a.C., 20 a.C. Mármore. 2,08 metros de altura
  • 7. Exemplos na história da arte IDADE MÉDIA: Idealismo ascético Fé e desprendimento de vaidades Meditação da eternidade Ascetismo doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude. Abandono do nu na arte. Arte como instrumento de imposição dos valores cristãos e promoção da imagem da burguesia em ascensão.
  • 8. NEOCLASSICISMO Arte como reforço do ideário expansionista napoleônico Idealização da realidade Retorno ao ideal grego de beleza Enaltecimento do heroísmo e do patriotismo Jacques-Louis David, representante do neoclassicismo e pintor da corte de Napoleão Bonaparte. Napoleão Cruzando o São Bernardo, 1801. Jacques-Louis David
  • 9. Reflexões OS PADRÕES DO GOSTO Os padrões de beleza, além de estarem relacionados aos interesses econômicos, estão igualmente relacionados aos interesses políticos? De que forma?
  • 10. As escolhas são maneiras de apontar distinções sociais, são formas de marcar o lugar social, o grupo a que pertence cada indivíduo. As peneiras do trigo, 1854. Gustave Courbet.
  • 11. O Juízo de Gosto O juízo de gosto na filosofia: Diz respeito à capacidade de julgar com discernimento um elemento estético. Para tanto, faz-se necessária a faculdade estética. SENSO POÉTICO A beleza “[...] não é uma qualidade das próprias coisas, existe apenas no espírito que as contempla, e cada espírito percebe uma beleza diferente”. David Hume
  • 12. O Juízo de Gosto O juízo de gosto na arte: Está relacionado à faculdade estética, ou seja, à capacidade de sentir. “Chamo de estética a faculdade que o homem tem de perceber ou descobrir o belo e o feio, o agradável e o desgracioso, o sublime e o trivial, na sua pessoa e nas coisas, e de fazer dessa percepção um novo meio de prazer, um requinte de volúpia”. J. P. PRODHON Onde falta alma e sensibilidade, não existe arte, apenas ofício. J. P. PRODHON
  • 13. Com o advento da mídia, a arte passou a ser encarada dentro de uma perspectiva comercial  O Mercado passou a determinar como a arte deve ser  O Mercado passou a determinar o que é “bom” ou “ruim” em matéria de arte  O Mercado passou a ser o formador do gosto das massas.
  • 14. O GOSTO COMO UM FATO SOCIAL  O gosto é um fato social.  A criação do gosto ocorre a partir de hábitos, de valores e atitudes que são comumente aceitos por uma comunidade.  O gosto começa a ser formulado na infância.
  • 15. O gosto sofre alterações segundo o capital cultural adquirido ao longo da vida Outros fatores que delineiam a formação do gosto: a origem familiar, o tipo de educação, o capital econômico, o tipo de trabalho e os acessos a bens culturais.
  • 16. Os padrões de gosto são instáveis • O gosto muda conforme a época. • Determinados padrões de uma cultura podem ser resgatados em outras épocas. • A instabilidade do gosto é tão variável quanto a instabilidade do mercado que o determina. • Existe uma grande variedade e diferença de gostos e opiniões, mesmo entre indivíduos da mesma cultura e que tiveram a mesma educação.
  • 17. OS PADRÕES DE GOSTO SÃO CONSTRUÍDOS SOCIAL E CULTURALMENTE Operários (1933), Tarsila do Amaral
  • 18. Os fatores sociais delineiam o gosto, mas não o determinam As experiências individuais e a análise crítica também contribuem para a formação do gosto individual. As escolhas que fazemos NÃO são naturais, elas são naturalizadas, pois estão ancoradas em critérios sociais.
  • 19. Gosto não é qualidade. Algo não é bom apenas porque você gosta
  • 20. Reflexões... • O que determina as mudanças de gosto? • É possível mudar de gosto ao longo da vida? • Será que pessoas criadas em uma mesma cultura podem ter gostos e opiniões diferentes?
  • 22. Referências BOUDIEU, Pierre. A distinção crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007. PROUDHON, P. J. Do princípio da Arte e de sua destinação social. Campinas, SP: Armazém do Ipê, 2009. SIQUEIRA, Amanda Costa Reis de. Desnaturalizando o gosto: uma discussão sobre a obra “a distinção crítica social do julgamento”, de Pierre Bourdieu. Acesso em 17 de setembro de 2020. disponível em: https://estudosdoconsumo.com/wp- content/uploads/2018/05/5.1.6-De_Siqueira-Desnaturalizando_o_gosto.pdf