Este documento resume uma aula sobre cultura e sociedade. Aborda os significados de cultura, a relação entre cultura e identidade, etnocentrismo versus relativismo cultural, as perspectivas de autores clássicos da sociologia sobre cultura, a relação entre cultura e ideologia, e a indústria cultural e a Escola de Frankfurt.
1. Cursinho Popular do Círculo
Palmarino
Sociologia– Aula 4
Professora Maira Conde
2. Aula 4:
“Cultura e Sociedade”
1. Os Significados de Cultura
2. Cultura e Identidade Cultural
3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
4. Cultura para os “clássicos” da sociologia
5. Cultura e Ideologia
6. Industria Cultural e Escola de Frankfurt
7. Atividade
8. Dicas e Leituras
3. 1. Os significados de cultura
O verbo “cólere”, de que deriva “cultura”, exprime a ideia de
“amanhar, cuidar revolver” a terra, fertilizando-a e semeando a boa
semente para que produza mais e melhor. Sendo assim, sua origem
etimológica vem da agricultura, mais precisamente na Roma Antiga.
Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século
XVIII, a palavra cultura, muitas vezes, se confunde com noções de:
desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e
comportamentos de elite. Daí o seu uso no senso comum como
sinônimo de educação, escolarização ou até mesmo bons modos.
Leia neste artigo do Wikipédia a origem do conceito de “civilização”.
4. 1. Os significados de cultura
A antropologia é a ciência que estuda as diferenças culturais entre os
povos, portanto, é a partir dela que se deve olhar essa palavra.
Segundo a ciência, cultura é o conjunto de todos os costumes, crenças,
valores e hábitos de um povo.
A antropologia assim como outras ciências tem diferentes “escolas”. As
principais são:
Evolucionista principal nome Edward B. Tylor
Funcionalista principais nomes Redcliffe – Brown e Malinowski
Estruturalista principal nome Claude Levi – Strauss
5. 1. Os significados de cultura
Características da cultura:
Todos os povos do mundo possuem cultura.
Não existem culturas inferiores ou superiores.
A cultura é algo exclusivamente humana. Os animais são incapazes
de produzir cultura, pois não conseguem dar significado aos seus
atos.
A cultura é dinâmica. Conforme o tempo e o lugar ela será diferente.
Veja neste link a diferença entre cultura popular e cultura
erudita e como essa distinção pode levar a uma hierarquização social.
6. 2. Cultura e identidade cultural
Identidade cultural é o sentimento de identidade de um grupo,
cultura ou indivíduo, na medida em que este é influenciado pela
cultura do grupo a que pertença.
Nossa identidade cultural está diretamente ligada com o que somos
e como vemos o mundo. Ela começa a ser moldada no momento em
que nascemos e é construída até o momento em que morremos.
Segundo Stuart Hall (1999), uma identidade cultural enfatiza aspectos
relacionados a nosso pertencimento a culturas étnicas, raciais,
linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais.
7. 2. Cultura e identidade cultural
Aculturação e assimilação cultural:
A aculturação é o nome dado ao processo de troca entre culturas
diferentes a partir de sua convivência, de forma que a cultura de um
sofre ou exerce influência sobre a construção cultural do outro.
Esse processo, porém, não deve ser confundido com outros fenômenos
da interação entre culturas diferentes, como a assimilação cultural,
processo em que um grupo cultural assimila ou adota costumes e
hábitos de uma outra cultura em detrimento da sua. Nesse processo, a
cultura “original” de um grupo é gradualmente substituída e se perde
no decorrer do tempo. Embora possa ser um catalizador para essa
assimilação, nem toda adoção de traços culturais diferentes resulta na
substituição ou no abandono de outro aspecto cultural.
8. 2. Cultura e identidade cultural
Exemplos de aculturação:
9. 2. Cultura e identidade cultural
Exemplos de assimilação cultural:
Para saber mais sobre a construção da identidade cultural clique aqui.
10. 2. Cultura e identidade cultural
Algumas obras que retratam a formação do povo brasileiro e nossa
diversidade cultural:
Darcy Ribeiro: O povo brasileiro
Gilberto Freyre: Casa – Grande e Senzala
Roberto DaMatta: O que faz do brasil, Brasil?
Sergio Buarque de Hollanda: Raízes do Brasil
Lilia Moritz Schwarcz: Brasil: uma biografia
Saiba mais sobre a formação da nossa diversidade cultural aqui.
11. 3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
Raça x Etnia
Enquanto o conceito de raça está ligado à ideia errônea de traços biológicos definitivos,
o conceito de etnicidade é puramente social. Ao tratarmos de etnicidade, estamos
fazendo referência a construções culturais de determinada comunidade de pessoas.
As teorias raciais surgiram como forma de tentar justificar a ordem social que surgia
à medida que países europeus tornavam-se nações imperialistas, submetendo outros
territórios e suas populações ao seu domínio. O conceito foi amplamente adotado em
todo o mundo até o período da Segunda Guerra Mundial, quando o surgimento da
ameaça nazista elevou a proporções astronômicas o preconceito e o ódio em relação a
grupos humanos específicos.
Etnicidade: os membros dos grupos étnicos enxergam-se como culturalmente
diferentes de outros grupos sociais e vice-versa. Portanto, características como religião,
língua, história e símbolos, por exemplo, são pontos de diferenciação entre etnias.
12. 3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
Raça
Etnia
Para o Dr. Kabengele Munanga, a palavra etnia virou um termo
politicamente correto frente à raça, porém essa troca não muda
a realidade do racismo, pois “as vítimas de hoje são as mesmas
de ontem e as raças de ontem são as etnias de hoje.” Ou seja, “o
racismo hoje praticado nas sociedades contemporâneas não
precisa mais do conceito de raça ou da variante biológica, ele se
reformula com base nos conceitos de etnia.” Pois este termo não
acabou com a hierarquização das culturas, que é um
componente do racismo.
13. 3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
Etnocentrismo: do Grego éthnos, 'raça, povo', + -ismo
O Etnocentrismo é a tendência a considerar um grupo étnico como
superior a outros. É uma atitude de avaliar qualquer outro grupo social
com base nos valores do seu próprio grupo. O Etnocentrismo consiste em
julgar, a partir de padrões culturais próprios, como “certo” ou “errado”,
“normal” ou “anormal” os comportamentos e as formas de ver o mundo de
outros povos, desmerecendo suas práticas. Costumamos “ver” o mundo
através de nossa cultura, utilizando-a como parâmetro para julgarmos
outras culturas, acreditando que a nossa visão, nosso modo de vida, a nossa
cultura são corretos, normais. Tal tendência é responsável, em seus casos
extremos, pela ocorrência de numerosos conflitos sociais.
15. 3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
O relativismo cultural afirma que as verdades (morais, religiosas,
políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social
e os indivíduos de cada lugar. O relativismo é a "Postura segundo qual toda
avaliação é relativa a algum padrão, seja qual for, e os padrões derivam de
culturas." O relativismo, dessa forma, leva em consideração diversos tipos
de análise, mesmo sendo análises aparentemente contraditórias. As
diversas culturas humanas geram diferentes padrões segundo os quais as
avaliações são geradas.
O relativismo é um ponto de vista extremo oposto ao etnocentrismo, que
leva em consideração apenas um ponto de vista em detrimento aos demais.
Assim podemos concluir que o Relativismo é um termo filosófico que se
baseia na relatividade do conhecimento e repudia qualquer verdade ou
valor absoluto. “Todo ponto de vista é válido”.
16. 3. Etnocentrismo e Relativismo Cultural
Etnocentrismo X Diversidade Cultural: as ideias de Levi – Strauss
No texto “Raça e História”, escrito para a UNESCO, Lévi-Strauss dirige seu
pensamento à diversidade cultural, elaborando sua teoria a partir de uma
crítica ao evolucionismo. Para o autor, o evolucionismo ocorre porque o
Ocidente vê a si mesmo como finalidade do desenvolvimento humano. Isso
gera o etnocentrismo, ou seja, o Ocidente vê e analisa as outras culturas
a partir de suas próprias categorias. É necessário que haja um esforço de
relativização para não julgar as outras culturas através de nossa própria
cultura. É preciso vê-las sem os pressupostos da nossa.
Vídeo: Raça e História
https://www.youtube.com/watch?v=U0dqZ7-4dzA
17. 4. Cultura para os “clássicos” da sociologia
Para Karl Marx, a relação entre história e cultura se dá não pelas escolhas dos
homens, mas devido a condições concretas e pré-determinadas, estabelecidas no
processo de produção da sobrevivência isso porque segundo ele o fundamento de
toda vida social é a produção material.
Emile Durkheim não se debruçou sobre o tema, mas acreditava que os fenômenos
sociais têm necessariamente uma dimensão cultural pois são também fenômenos
simbólicos. Durkheim não concebia diferenças de natureza entre primitivos e
civilizados. O que existe em todas as sociedades é uma “consciência coletiva”, feita
das representações coletivas, dos ideais, dos valores e dos sentimentos comuns a
todos os seus indivíduos.
Max Weber não faz distinções entre ciências sociais, sociologia e “ciências da
cultura”. Em sua visão, a sociologia deveria estudar os fenômenos na qualidade de
fenômenos culturais, na medida em que a realidade é apreendida como uma
construção histórico-cultural.
18. 5. Cultura e Ideologia
Os significados mais comuns de ideologia:
Destutt de Tracy: ciência das ideias.
Senso comum: conjunto de ideias e pensamentos que orientam a visão de
mundo, como na musica homônima de Cazuza.
Karl Marx: equivalente de ilusão, falsa consciência, concepção idealista na
qual a realidade é invertida como é explicado neste vídeo.
Antonio Gramsci: qualquer ideário de um grupo de indivíduos.
Saiba mais aqui.
19. 5. Cultura e Ideologia
Ao analisar a cultura e a ideologia, vários autores procuram demonstrar que não se podem
utilizar esses dois conceitos separadamente, pois há uma profunda relação entre eles, sobretudo
no que diz respeito ao processo de dominação nas sociedades capitalistas.
O pensador italiano Antonio Gramsci (1891-1937) analisa essa questão com base no conceito de
hegemonia (palavra de origem grega que significa “supremacia”, “preponderância”) e no que ele
chama de aparelhos de hegemonia. Por hegemonia pode-se entender o processo pelo qual uma
classe dominante consegue fazer que o seu projeto seja aceito pelos dominados, desarticulando a
visão de mundo autônoma de cada grupo potencialmente adversário. Isso é feito por meio dos
aparelhos de hegemonia, que são práticas intelectuais e organizações no interior do Estado ou
fora dele (livros, jornais, escolas, música, teatro, etc.). Louis Althusser seguiu a mesma linha de
pensamento ao falar dos aparelhos ideológicos do Estado.
O sociólogo francês Pierre Bourdieu desenvolveu o conceito de violência simbólica para
identificar formas culturais que impõem e fazem que aceitemos como normal, como verdade que
sempre existiu e não pode ser questionada, um conjunto de regras não escritas nem ditas. Outros
conceitos importante de Bourdieu relacionados às ideologias são o de capital cultural e habitus.
20. 6. Industria Cultural e Escola de Frankfurt
Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), pensadores alemães da chamada
Escola de Frankfurt , procuraram analisar a relação entre cultura e ideologia com base no
conceito de indústria cultural.
Apresentaram esse conceito em 1947, no texto A indústria cultural: o esclarecimento como
mistificação das massas. Nele, afirmavam que o conceito de indústria cultural permitia explicar o
fenômeno da exploração comercial e a vulgarização da cultura, como também a ideologia da
dominação.
A preocupação básica era com a emergência de empresas interessadas na produção em massa de
bens culturais, como qualquer mercadoria (roupas, automóveis, sabonetes, etc.), visando
exclusivamente ao consumo, tendo como fundamentos a lucratividade e a adesão incondicional
ao sistema dominante.
Adorno e Horkheimer apontaram a possibilidade de homogeneização das pessoas, grupos e
classes sociais; esse processo atingiria todas as classes, que seriam seduzidas pela indústria
cultural, pois esta coloca a felicidade imediatamente nas mãos dos consumidores mediante a
compra de alguma mercadoria ou produto cultural. Cria-se assim uma subjetividade uniforme e,
por isso, massificada. Daí surge a expressão cultura de massa e que é bem exemplificada neste
vídeo.
21. 6. Industria Cultural e Escola de Frankfurt
A indústria cultural transforma as atividades de lazer em um prolongamento do trabalho, promete ao
trabalhador uma fuga do cotidiano e lhe oferece, de maneira ilusória, esse mesmo cotidiano como
paraíso. Por meio da sedução e do convencimento, a indústria cultural vende produtos que devem
agradar ao público, não para faze-lo pensar com informações novas que o perturbem, mas para
propiciar-lhe uma fuga da realidade. Tal fuga, segundo Adorno, faz que o indivíduo se aliene, para poder
continuar aceitando com um “tudo bem” a exploração do sistema capitalista.
Várias críticas foram feitas à ideia de que a indústria cultural estaria destruindo nossa capacidade de
discernimento. Uma delas foi formulada por Walter Benjamin (1886-1940), um companheiro de
trabalho de Theodor Adorno. Benjamin achava que não era preciso ser tão radical na análise e que a
indústria Cultural poderia ajudar a desenvolver o conhecimento, pois levaria a arte e a cultura a um
número maior de pessoas. Ele declarava que, anteriormente, as obras de arte estavam a serviço de um
grupo pequeno de pessoas, de uma classe privilegiada.
Com as novas técnicas de reprodução - como a fotografia e o cinema -, essas obras poderiam ser
difundidas entre outras classes sociais, contribuindo para a emancipação da arte de seu papel
Ritualístico. A imagem em uma pintura, que tinha unidade e duração, foi Substituída pela fotografia, que
pode ser reproduzida indefinidamente. Mas Benjamin não era ingênuo ao afirmar isso: analisava a
questão com mais abertura, sem perder a consciência de que o capitalismo utilizava as novas técnicas a
seu favor.
22. 7. Atividade
Resolva as questões a seguir sempre assinalando a
resposta correta e explicando por que é correta,
assim como as incorretas, explique por que estão
incorretas.
23. ENEM 2013 QUESTÃO 38
A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural:
seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado
nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se
quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em
Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas:
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
24. ENEM 2013 QUESTÃO 38
A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural:
seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado
nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se
quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em
Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas:
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.
25. (Enem 2010) A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus
antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua
“pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços
de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta
quando:
a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências
das obras uns dos outros.
b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes
abandonados.
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos
culturais estrangeiros.
d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em
seus lugares de origem.
e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos
e manifestações.
26. (Enem 2010) A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus
antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua
“pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços
de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).
Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta
quando:
a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências
das obras uns dos outros.
b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes
abandonados.
c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos
culturais estrangeiros.
d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em
seus lugares de origem.
e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos
e manifestações.
27. (ENEM 2006) No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em
missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena.
Referindo-se ao indígena, ele afirmou: “Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente,
ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um
nobre desenvolvimento progressivo (...)”. “Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano,
até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa
vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.”
Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo:
Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius:
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a
missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio
dos índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e
feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das
populações originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
“civilizadora europeia”, típica do século XIX.
28. (ENEM 2006) No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em
missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena.
Referindo-se ao indígena, ele afirmou: “Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente,
ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um
nobre desenvolvimento progressivo (...)”. “Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano,
até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa
vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.”
Carl Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo:
Itatiaia/EDUSP, 1982.
Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius:
a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a
missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país.
b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio
dos índios.
c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e
feliz.
d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das
populações originárias da América.
e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão
“civilizadora europeia”, típica do século XIX.
29. (UEL) “Tudo indica que o termo ‘indústria cultural’ foi empregado pela primeira vez no livro Dialética
do esclarecimento, que Horkheimer [1895-1973] e eu [Adorno, 1903-1969] publicamos em 1947, em
Amsterdã. (...) Em todos os seus ramos fazem se, mais ou menos segundo um plano, produtos
adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo”. (ADORNO,
Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática,
1986. p. 92.)
Com base no texto acima e na concepção de indústria cultural expressa por Adorno e Horkheimer, é
correto afirmar:
a) Os produtos da indústria cultural caracterizam-se por ser a expressão espontânea das massas.
b) Os produtos da indústria cultural afastam o indivíduo da rotina do trabalho alienante realizado em
seu cotidiano.
c) A quantidade, a diversidade e a facilidade de acesso aos produtos da indústria cultural contribuem
para a formação de indivíduos críticos, capazes de julgar com autonomia.
d) A indústria cultural visa à promoção das mais diferentes manifestações culturais, preservando as
características originais de cada uma delas.
e) A indústria cultural banaliza a arte ao transformar as obras artísticas em produtos voltados para o
consumo das massas.
30. (UEL) “Tudo indica que o termo ‘indústria cultural’ foi empregado pela primeira vez no livro Dialética
do esclarecimento, que Horkheimer [1895-1973] e eu [Adorno, 1903-1969] publicamos em 1947, em
Amsterdã. (...) Em todos os seus ramos fazem se, mais ou menos segundo um plano, produtos
adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo”. (ADORNO,
Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática,
1986. p. 92.)
Com base no texto acima e na concepção de indústria cultural expressa por Adorno e Horkheimer, é
correto afirmar:
a) Os produtos da indústria cultural caracterizam-se por ser a expressão espontânea das massas.
b) Os produtos da indústria cultural afastam o indivíduo da rotina do trabalho alienante realizado em
seu cotidiano.
c) A quantidade, a diversidade e a facilidade de acesso aos produtos da indústria cultural contribuem
para a formação de indivíduos críticos, capazes de julgar com autonomia.
d) A indústria cultural visa à promoção das mais diferentes manifestações culturais, preservando as
características originais de cada uma delas.
e) A indústria cultural banaliza a arte ao transformar as obras artísticas em produtos voltados para o
consumo das massas.
31. 8. Dicas e Leituras
Outros temas relacionados a cultura que já estiveram presentes no
ENEM ou poderão estar :
Lei 10.639/03
Lei 11.645/08
Pan-africanismo
Discriminação, preconceito, xenofobia, segregação (Apartheid), estereótipo
e estigma social.
Determinismo geográfico e determinismo biológico
Cultura Material e Imaterial
Cultura e Globalização
Arte e Estética
Movimentos culturais