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História da Arte I - Profa. Ms. Maria Inês A. Godinho
• O sentido da arte não está na realização de
funções práticas ou materiais.
Não se exige funcionalidade, apenas ser expressiva
“A obra de arte é primeiro obra,
depois obra de arte” (Fernando Pessoa)
Ex: Um vaso é somente um utensílio doméstico,
mas torna-se arte quando ganha desenhos, pinturas,
etc.
• Arte é transformação
O pôr-do-sol, embora belo, não é arte.
Quando é transformado em música, pintura...torna-se
arte.
• Da obra de arte não se espera nem se exige
funcionalidade, havendo nela plena liberdade para
lidar com formas e materiais, cores e movimentos, sons
e gestos, silêncios e palavras dos quais se espera que
exprimam significações e verdades, e cuja beleza
decorre justamente de seu poder expressivo
(Marilena Chaui)
•Criamos objetos que nos ajudem a
expressar sentimentos e necessidades
• A arte serve para
interpretarmos o mundo e nosso lugar no
mundo
• A arte está relacionada à cultura dos povos,
à história de uma sociedade.
• A arte nos ajuda a reconhecer o que somos.
Ou o que fomos.
• Através da arte descobrimos
hábitos e valores de cada tempo histórico.
• A arte é a forma do ser humano marcar sua presença
no mundo – pintura nas cavernas, templos religiosos,
roupas, quadros, filmes, etc. - representando seu
cotidiano, suas ideias, sentimentos e sensações.
• Por isso, a criação de um objeto artístico não precisa
mostrar exatamente como as coisas são, mas sim como
as coisas podem ser, de acordo com a sua visão.
• A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no
retrato fiel da realidade, mas sim na representação
simbólica do mundo humano.
• “Através da experiência artística o ser humano
desenvolve sua imaginação e criação
aprendendo a conviver com seus semelhantes,
respeitando as diferenças e sabendo modificar
sua realidade.
• A arte dá e encontra forma e significado como
instrumento de vida na busca do entendimento
de quem somos, onde estamos e o que fazemos
no mundo”.
• A arte é não fica ultrapassada.
• A arte não progride, como a tecnologia.
Mas se desenvolve e muda, assim como o mundo.
• Mas pode agradar numa época determinada,
ou em todo o tempo, dependendo dos fatores
que influenciam nossa experiência estética, a
exemplo da tecnologia.
• Arte é toda manifestação do
impulso de tornar a vida mais bela.
• Estudo do belo - Estética
• “Nenhuma arte é casual ou rudimentar: é
expressão de um desejo de beleza” –
Antonio Candido.
• Existe um conceito de arte, um traço comum,
válido para todos os artistas e épocas?
• Um quadro concebido na Europa no séc. XIX tem valor
artístico para uma sociedade indígena brasileira?
• Provavelmente não, já que para esses grupos étnicos os
significados da arte como a entendemos não são os
mesmos, por não pertencerem ao contexto
em que eles vivem.
• O homem criou a linguagem, o trabalho e a arte.
•
• E tudo isso nasceu inseparável da religião ou do
divino, o que levou
à sacralização, à ritualidade.
•EX.: nascimento, amadurecimento, casamento,
morte, guerra, semeadura, colheita, culinária,
doença, cura, etc.
• “A sacralização e a ritualização da vida fizeram com
que medicina, agricultura, culinária, edificações,
produção de utensílios, música, dança se realizassem
como rituais ou seguindo rituais, e que certos utensílios,
instrumentos (sobretudo os musicais), assim como certos
vestuários e adornos se tornassem elementos dos
cultos. Semear e colher, caçar e pescar (...) assim como
pintar, esculpir, dançar, cantar e tocar instrumentos
sonoros surgiram, portanto, como atividades
técnico-religiosas”
• (Marilena Chaui – “Convite à filosofia”, 2004)
A apreensão da obra de arte depende:
• Repertório
(experiência, conhecimento, valores, necessidades)
• Disposição de apreciação
• Imaginação
• Compreensão
daquilo que o artista pretendeu mostrar.
• Para apreciarmos a arte é necessário
aprender sobre ela.
• Aprender a observar, a analisar, a
refletir, a criticar e a emitir opiniões
fundamentadas sobre gostos, estilos,
materiais e modos
diferentes de fazer arte.
“A arte é um advento – um vir a ser do que
nunca existiu antes. O artista é aquele que
recorta de maneira nova e inusitada aquilo que
está na percepção de todos e que, no entanto,
ninguém parece perceber”.
•
• Merleau-Ponty (1908-1961) –
“Fenomenologia da percepção”
• A obra de arte “fixa e torna acessível” o mundo em
que vivemos e que percebemos sem nos darmos conta
dele e de nós mesmos nele. A obra de arte nos dá a
ver o que sempre vimos sem ver, a ouvir o que sempre
ouvimos ouvir, a sentir o que sempre sentimos sem
sentir, a pensar o que sempre pensamos sem pensar, a
dizer o que sempre dissemos sem dizer. Por isso, nela
e por ela, a realidade se revela como se jamas a
tivéssemos visto, ouvido, dito, sentido ou pensado. Eis
por que o artista é o que passa a experiência de
nascer todo dia para a “eterna novidade do mundo”
(Chaui, 2004, p.271)

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  • 1. História da Arte I - Profa. Ms. Maria Inês A. Godinho
  • 2. • O sentido da arte não está na realização de funções práticas ou materiais. Não se exige funcionalidade, apenas ser expressiva “A obra de arte é primeiro obra, depois obra de arte” (Fernando Pessoa) Ex: Um vaso é somente um utensílio doméstico, mas torna-se arte quando ganha desenhos, pinturas, etc.
  • 3. • Arte é transformação O pôr-do-sol, embora belo, não é arte. Quando é transformado em música, pintura...torna-se arte. • Da obra de arte não se espera nem se exige funcionalidade, havendo nela plena liberdade para lidar com formas e materiais, cores e movimentos, sons e gestos, silêncios e palavras dos quais se espera que exprimam significações e verdades, e cuja beleza decorre justamente de seu poder expressivo (Marilena Chaui)
  • 4. •Criamos objetos que nos ajudem a expressar sentimentos e necessidades • A arte serve para interpretarmos o mundo e nosso lugar no mundo
  • 5. • A arte está relacionada à cultura dos povos, à história de uma sociedade. • A arte nos ajuda a reconhecer o que somos. Ou o que fomos. • Através da arte descobrimos hábitos e valores de cada tempo histórico.
  • 6. • A arte é a forma do ser humano marcar sua presença no mundo – pintura nas cavernas, templos religiosos, roupas, quadros, filmes, etc. - representando seu cotidiano, suas ideias, sentimentos e sensações. • Por isso, a criação de um objeto artístico não precisa mostrar exatamente como as coisas são, mas sim como as coisas podem ser, de acordo com a sua visão. • A função da arte e o seu valor, portanto, não estão no retrato fiel da realidade, mas sim na representação simbólica do mundo humano.
  • 7. • “Através da experiência artística o ser humano desenvolve sua imaginação e criação aprendendo a conviver com seus semelhantes, respeitando as diferenças e sabendo modificar sua realidade. • A arte dá e encontra forma e significado como instrumento de vida na busca do entendimento de quem somos, onde estamos e o que fazemos no mundo”.
  • 8. • A arte é não fica ultrapassada. • A arte não progride, como a tecnologia. Mas se desenvolve e muda, assim como o mundo. • Mas pode agradar numa época determinada, ou em todo o tempo, dependendo dos fatores que influenciam nossa experiência estética, a exemplo da tecnologia.
  • 9. • Arte é toda manifestação do impulso de tornar a vida mais bela. • Estudo do belo - Estética • “Nenhuma arte é casual ou rudimentar: é expressão de um desejo de beleza” – Antonio Candido.
  • 10. • Existe um conceito de arte, um traço comum, válido para todos os artistas e épocas? • Um quadro concebido na Europa no séc. XIX tem valor artístico para uma sociedade indígena brasileira? • Provavelmente não, já que para esses grupos étnicos os significados da arte como a entendemos não são os mesmos, por não pertencerem ao contexto em que eles vivem.
  • 11. • O homem criou a linguagem, o trabalho e a arte. • • E tudo isso nasceu inseparável da religião ou do divino, o que levou à sacralização, à ritualidade. •EX.: nascimento, amadurecimento, casamento, morte, guerra, semeadura, colheita, culinária, doença, cura, etc.
  • 12. • “A sacralização e a ritualização da vida fizeram com que medicina, agricultura, culinária, edificações, produção de utensílios, música, dança se realizassem como rituais ou seguindo rituais, e que certos utensílios, instrumentos (sobretudo os musicais), assim como certos vestuários e adornos se tornassem elementos dos cultos. Semear e colher, caçar e pescar (...) assim como pintar, esculpir, dançar, cantar e tocar instrumentos sonoros surgiram, portanto, como atividades técnico-religiosas” • (Marilena Chaui – “Convite à filosofia”, 2004)
  • 13. A apreensão da obra de arte depende: • Repertório (experiência, conhecimento, valores, necessidades) • Disposição de apreciação • Imaginação • Compreensão daquilo que o artista pretendeu mostrar.
  • 14. • Para apreciarmos a arte é necessário aprender sobre ela. • Aprender a observar, a analisar, a refletir, a criticar e a emitir opiniões fundamentadas sobre gostos, estilos, materiais e modos diferentes de fazer arte.
  • 15. “A arte é um advento – um vir a ser do que nunca existiu antes. O artista é aquele que recorta de maneira nova e inusitada aquilo que está na percepção de todos e que, no entanto, ninguém parece perceber”. • • Merleau-Ponty (1908-1961) – “Fenomenologia da percepção”
  • 16. • A obra de arte “fixa e torna acessível” o mundo em que vivemos e que percebemos sem nos darmos conta dele e de nós mesmos nele. A obra de arte nos dá a ver o que sempre vimos sem ver, a ouvir o que sempre ouvimos ouvir, a sentir o que sempre sentimos sem sentir, a pensar o que sempre pensamos sem pensar, a dizer o que sempre dissemos sem dizer. Por isso, nela e por ela, a realidade se revela como se jamas a tivéssemos visto, ouvido, dito, sentido ou pensado. Eis por que o artista é o que passa a experiência de nascer todo dia para a “eterna novidade do mundo” (Chaui, 2004, p.271)