(1) O apóstolo orava para que os crentes crescessem no conhecimento de Deus e vivessem de acordo com sua vontade, guiados pelo Espírito Santo. (2) Há três motivos pelos quais os cristãos podem negligenciar a santificação: presunção de perfeição, suposição de que a graça dispensa a obediência, e desânimo diante da oposição. (3) A santificação deve ser um processo gradual de obediência à medida que a graça opera em nós.
2. Deus Requer Santificação aos Cristãos 27
“Por esta razão, também nós, desde o dia em que
o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de
pedir que transbordeis de pleno conhecimento da
sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento
espiritual; a fim de viverdes de modo digno do
Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em
toda boa obra e crescendo no pleno
conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com
todo o poder, segundo a força da sua glória, em
toda a perseverança e longanimidade; com
alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à
parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
Ele nos libertou do império das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor, no
qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito
de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas
as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por
meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas.
Nele, tudo subsiste.” (Colossenses 1.9-17)
O apóstolo orava para que os crentes
transbordassem de pleno conhecimento da
vontade de Deus, não por mera noção intelectual
ou por decorar os textos bíblicos, mas em toda a
sabedoria e entendimento espiritual; sendo
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3. instruídos e dirigidos pelo Espírito Santo em sua
experiência diária com a aplicação da Palavra; e
isto para um objetivo definido, a saber, para
poderem viver de modo digno do Senhor, para o
seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra
e crescendo no pleno conhecimento de Deus;
vivendo constantemente no primeiro amor,
sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a
força da glória de Jesus, para que pudessem agir
com toda a perseverança e longanimidade. Ele
orava em favor dos crentes porque essa obra
somente pode ser realizada por Ele em nós.
Mas, existem três motivos pelos quais os homens
podem negligenciar este dever da santificação
pelo qual a vida de sua obediência e todos os seus
confortos dependem:
(1.) Uma presunção ou persuasão infundada de
que eles já são perfeitos. Alguns fingem isso com
uma presunção orgulhosa e tola, destrutiva de
toda natureza e dever de santidade ou obediência
evangélica. De nossa parte, isto consiste em nosso
cumprimento voluntário com a obra da graça,
gradualmente realizada à medida que nos for
designada. Se isso já foi alcançado, há um fim para
toda a obediência evangélica, e os homens voltam
para a lei, para sua ruína. Veja Fp 3.12-14. É uma
excelente descrição da natureza da nossa
obediência a que o apóstolo nos dá nessa
passagem. Toda perfeição absoluta nesta vida é
rejeitada como inatingível. O fim proposto é bem-
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4. aventurança e glória, com o desfrute eterno de
Deus. E a maneira pela qual pressionamos nessa
direção, que compreende toda a nossa
obediência, é pelo seguimento contínuo e
ininterrupto para pressionar em direção e
alcançar um progresso constante em e por nossa
máxima diligência.
(2.) Uma suposição tola de que, porque temos
interesse em um estado de graça, não precisamos
mais estar tão preocupados com a santidade e
obediência exatas em todas as coisas como
éramos antes, quando nossas mentes pairavam
em suspense sobre a nossa doença. Mas na
medida em que alguém tem essa apreensão ou
persuasão prevalecendo ou influenciando-o, ele
tem motivos para questionar profundamente se
ele ainda tem algo de graça ou santidade nele;
pois esta persuasão não é dAquele que nos
chamou. Não há motor mais eficaz nas mãos de
Satanás do que isto: ou para nos manter longe da
santidade, ou para sufocá-la quando ela for
alcançada. Nem podem surgir no coração dos
homens quaisquer pensamentos que sejam mais
opostos à natureza da graça; por esta razão, o
apóstolo o rejeita com repugnância, Rm 6.1,2.
(3.) Cansaço e desânimo que surgem da oposição.
Alguns acham tal grande dificuldade e oposição à
obra da santidade e seu progresso - vindo do
poder das corrupções, das tentações e das
circunstâncias da vida neste mundo - que eles
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5. estão prontos para desmaiar e desistir desta
diligência em seus deveres, e em contender
contra o pecado. Mas a Escritura assim abunda
com incentivos para este tipo de pessoa, que não
precisamos insistir nisso aqui.
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