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Parte I
1
A474
Alves, Silvio Dutra
Santidade/ Silvio Dutra Alves.- 1ª edição -
Rio de Janeiro, 2020.
403p
1. Teologia. 2. Vida Cristã. I. Título
Santidade
Parte 1
Irmãos, é somente quando se está em comunhão com Deus que Ele comunica
graça e poder ao nosso espírito, para que se encontre no mesmo estado de
santidade em que Ele se encontra - isto, e somente isto é que nos capacita à
santificação.
Assim, a santidade é muito mais do que simplesmente não praticar o mal, porque
então,de muitos animais se poderia dizer,serem santos.
A santidade demanda esta escolha consciente entre mal e bem, por se rejeitar o
primeiro e escolher e praticar o segundo.
Toda santificação existente nos seres morais, quer sejam homens, quer anjos; é o
fruto,o resultado da infusão da graça santificante nos mesmos por Deus. Esta graça
santificante opera de maneira que nosso espírito, coração e vontade sejam
inclinados para a comunhão amorosa com Deus.
Daí ser dito por Ele, já nos dias do Velho Testamento.
“... Eu sou o Senhor que vos santifico”. [Lv 20: 8].
Esta verdade é confirmada por Jesus em Sua oração sacerdotal, em João 17, onde
roga ao Pai que santifique os crentes,na verdade.
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. [Jo 17: 17]
Temos então, na oração de nosso Senhor, a indicação direta do meio que é usado
por Deus para nos santificar, a saber, a Sua Palavra, a qual é a verdade. Sem o
conhecimento e prática da Palavra não é possível haver verdadeira santificação.
O pecado é exatamente o oposto a este estado de espírito bom e adequado de
santidade; por isso Deus tanto o detesta, porque é a condição que busca a
destruição da própria vida de Deus, porque Ele é santo, e o pecado é a inclinação
oposta a tudo quanto Deus é em Si mesmo.
A santidade é a inclinação de espírito para o bem; o pecado é a inclinação de
espírito para o mal.
Sendo Deus a única fonte da santidade, não é de se admirar que sejam tantas as
exortações bíblicas no sentido de que se busque a santidade, não apenas por um
exercício em deveres morais, mas essencialmente e sobretudo, por um caminhar
com Deus, um andar no Espírito, uma busca de Cristo para que Ele viva em nós,
porque não há outra forma para se vencer a concupiscência da carne, e todas as
formas de tentação a que estamos sujeitos.
Daí serem abundantes as exortaçãos que achamos na Palavra de Deus quanto a
buscarmos a santificação,como as seguintes:
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.” [Efésios 6:
10]
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.”
[Gálatas 5: 16]
“A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.” [Filipenses 4: 23]
“mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante
às suas concupiscências.”
[Rm 13: 14].
“permanecei em mim,e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir
fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se
não permanecerdes em mim”.
“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” [Jo 15: 4,5]
“Vigiai e orai,para que não entreis em tentação; o espírito,na verdade,está pronto,
mas a carne é fraca.” [Mt 26: 41]
Em face de tudo isto, tendo-o experimentado em sua caminhada com o Senhor,
com o qual falava face a face, Moisés assim se expressou em relação à pessoa de
Deus:
“Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em
santidade,terrível em feitos gloriosos,que operas maravilhas?” [Êx 15: 11]
Este último versículo que acabamos de citar é uma das descrições mais sublimes
da majestade e excelência de Deus em toda a Escritura.
É uma parte da obra de Moisés,ou “canção triunfante”,depois do que Deus fez por
eles em sua libertação do Egito. Aquela libertação foi apenas uma amostra de algo
mais excelente a ser trabalhado no tempo do fim, quando as pragas do Senhor
serão derramadas sobre os poderes anticristãos, que devem reavivar o mesmo
cântico de Moisés na igreja,conforme se vê em Ap 15: 2,3.
O cântico de Moisés afirma, que Deus é glorioso em santidade. Ele é exaltado ou
honroso em santidade.
A santidade de Deus é a Sua glória,como a Sua graça é a Sua riqueza; a santidade é
a Sua coroa,e a Sua misericórdia é o Seu tesouro.
Essa é a bem-aventurança e nobreza de Sua natureza; Ele tributa como glorioso em
Si mesmo, e glorioso para Suas criaturas que entendem qualquer coisa desta
adorável perfeição.
Santidade é uma gloriosa perfeição pertencente à natureza de Deus; por isso, na
Escritura é dito dEle muitas vezes, ser o Santo,o Santo de Jacó,o Santo de Israel - e
muitas vezes intitulado o Santo,que é Todo-Poderoso,e estabelecido por esta parte
de Sua dignidade mais do que por qualquer outra.
A santidade é afixada como um epíteto ao Seu nome, mais do que qualquer outro
atributo.
É neste sentido que Ele é chamado de luz; como impureza é chamada escuridão -
desta forma ambos são opostos um ao outro, Ele é uma luz pura e sem mistura,
livre de toda a mácula em Sua essência,natureza e operações.
A natureza de Deus não pode ser racionalmente concebida sem a santidade.
A noção de Deus não pode ser concebida, sem separar dEle tudo o que é impuro,
tanto em Sua essência e ações.
A criação manifesta a existência e a glória de Deus, mas é especialmente pela
experiência da Sua santidade em nós mesmos, que podemos conhecer quem Ele é
realmente em Sua essência e glória - e nisto, também consiste a nossa própria
glória, porque é em sermos santificados pelo Senhor, que podemos nos gloriar em
justiça e em verdade.
Foi a isto que o Senhor se referiu, quando o revelou através do profeta Jeremias,
nas seguintes palavras:
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua
força,nem o rico,nas suas riquezas”;
“mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o
SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me
agrado,diz o SENHOR”. [Jr 9: 23,24]
E nosso Senhor Jesus Cristo, ainda em Sua oração sacerdotal, cujo tema gira em
torno da unidade e santidade de Deus com Seu povo, relaciona a glória do
conhecimento do amor do Pai,com a santidade,pois Ele diz:
“ Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como
nós o somos”;
“eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o
mundo conheça que tu me enviaste e os amaste,como também amaste a mim”.
“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me
deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes
da fundação do mundo”. [Jo 17: 22-24]
Nada soa tão sublime com tal solenidade,e tão frequentemente por anjos que estão
diante de Seu trono,como este atributo da santidade.
Onde você encontra algum outro atributo triplicado nos seus louvores,como se vê
em;
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”; [Is 6: 3]
“Os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão
cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descans,nem de dia nem de noite,
proclamando: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que
era,que é e há de vir”. [Ap 4: 8]
Seu poder ou soberania, como Senhor dos Exércitos é apenas uma vez
mencionada,mas com uma repetição terna de Sua santidade.
Você ouve, em qualquer canção angelical, qualquer outra perfeição da Natureza
Divina repetida três vezes?
Onde lemos sobre o clamor “Eterno, eterno, eterno”, ou “Fiel, fiel, fiel” Senhor
Deus dos Exércitos?
Qualquer outro atributo é deixado de fora,mas com esse,Deus teria que encher as
bocas de anjos e espíritos abençoados para sempre no céu.
Ele escolhe o atributo da santidade para jurar, como vemos em; no ;
"Uma vez jurei pela minha santidade (e serei eu falso a Davi?) ". [Sl 89: 35]
"Jurou o Senhor Deus,pela sua santidade,"... [Am 4: 2]
Ele jura duas vezes pela Sua santidade, e uma vez pelo Seu poder em;
“Jurou o Senhor pela sua mão direita e pelo seu braço poderoso: Nunca mais darei
o teu cereal por sustento aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu
vinho,fruto de tuas fadigas. [Is 62: 8]
E,de uma vez por todas,quando Ele jura por Seu nome; “Portanto,ouvi a palavra do
Senhor, vós, todo o Judá, que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu
grande nome, diz o Senhor, que nunca mais será pronunciado o meu nome por
boca de qualquer homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Tão certo
como vive o Senhor Deus”. [Jr 44: 26]
Aqui, Ele coloca Sua santidade para prometer a garantia de Sua promessa, como o
atributo mais caro e mais valorizado por Ele, como se nenhum outro pudesse dar
uma garantia paralela a Ele, nesta promessa de uma redenção eterna que lá, é
falada.
Aquele que jura,jura por um maior que ele; Deus não tendo maior que Ele,jura por
Si mesmo; e aqui,por Sua santidade; o que dá a entender que a santidade equivale
a todos os Seus outros atributos somados, como se Ele estivesse mais preocupado
com a honra da santidade,do que com todo o resto.
Se a santidade é de tal importância suprema, seremos sábios e prudentes em nos
esforçar para conhecer tudo o que for possível sobre a mesma e, de fato obtê-la e
viver nela todos os dias de nossas vidas, pois não há outra forma de se agradar a
Deus e fazer Sua vontade.
Não admira a ênfase que nosso Senhor e todos os apóstolos deram à santificação,e
a sua grande importância, como podemos ver nas seguintes passagens dentre
outras:
“Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de
nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e
efetivamente estais fazendo,continueis progredindo cada vez mais”;
“porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor
Jesus”.
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da
prostituição;
“que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,” [I Ts
4: 1-4]
"Segui a paz com todos e a santificação,sem a qual ninguém verá o Senhor”,
“atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça
de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por
meio dela,muitos sejam contaminados;
“nem haja algum impuro ou profano,como foi Esaú,o qual,por um repasto,vendeu
o seu direito de primogenitura.” [Hb 12: 14-16]
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo
sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo.” [1 Ts 5: 23]
“Tendo,pois,ó amados,tais promessas,purifiquemo-nos de toda impureza,tanto da
carne como do espírito,aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.”
[2 Co 7: 1]
Muitas outras passagens das Escrituras sobre o dever da santificação poderiam ser
citadas, mas, por enquanto, nos fixaremos apenas nestas, e daremos
prosseguimento a este assunto em nossas próximas ministrações, se o bendito
Senhor e Deus assim o permitir.
Finalmente, só para que possamos entender melhor o significado da santificação
de forma prática, observamos que em em todos os textos bíblicos citados
anteriormente,que é o próprio Deus o agente ativo de toda a nossa santificação - o
que significa senão, que o trabalho é feito inteiramente por Ele, por meio da ação
do Espírito Santo; trabalho este que consiste principalmente, na implantação do
fruto do Espírito em nós.
Veja o caso do domínio próprio, por exemplo, do qual se afirma, ser parte do fruto
do Espírito.
Alguns crentes o obtêm instantaneamente,na conversão inicial,ou mesmo depois
de passado um tempo considerável em sua caminhada na vida cristã?
Podemos dizer por nós mesmos, que nunca é assim. Alguns, até mesmo não
conseguem alcançá-lo em medida adequada, enquanto se encontram neste
mundo.
Qual a razão disto?
É,porque Deus dificulta a concessão dos Seus dons e Sua graça a nós?
De maneira alguma.
Como a santificação é um processo em graus, e depende muito da nossa
consagração ao Senhor na devida consideração à Sua Palavra, esta somente pode
se transformar em poder, em nossa experiência prática de vida, por meio de nossa
busca da renovação progressiva da mente,de forma que o Espírito Santo encontre
um caminho para poder operar em nosso interior.
Quando isto ocorre de fato, nós veremos de forma prática quão grande será a
diferença em nosso viver, quando alcançamos o fruto do Espírito Santo chamado
domínio próprio.
Poderemos ficar alarmados em princípio,quando as tribulações se apresentarem a
nós, mas logo o Espírito operará com Seu poder, livrando-nos de toda ansiedade,
temor,e fazendo com que possamos dizer juntamente com o salmista:
“Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha
alma. [Sl 108: 1]
E por que isto?
Somente, porque sentimos e reconhecemos que não foi por nossa própria
capacidade, mas pelo poder do Espírito que nos foi possível retornar à calma e à
paz.
Mas, esta é apenas uma pequena parte do trabalho da santificação, que sendo
buscada nos levará a adentrar também na posse da alegria, do amor, da paz, da
misericórdia, da bondade, da longanimidade, da fé inabalável, e de tantas outras
virtudes que não são deste mundo, mas que podem ser encontradas somente em
Jesus Cristo,quando permanecemos em comunhão com Ele.
Bendito seja o Seu santo nome,para sempre!
Amém!
Santidade
Parte 2
Irmãos, de tal sorte é a importância da santidade, como pudemos verificar já na
primeira parte da nossa exposição, anterior a esta, que quando Deus jura, Ele o faz
por Si mesmo ou então por Sua santidade,e nunca por qualquer outro atributo; isto
significa que Ele penhora a Sua segurança, e se compromete com aquilo de que
nunca irá se separar,se fosse possível que Ele fosse despojado de todo o resto.
Ora, se é de tal ordem o valor, a importância, e a necessidade prioritária da
santidad; como poderíamos negligenciar a chamada que Ele nos faz para sermos
completamente santos?
E como podemos proceder em verdadeira santidade de vida, se sequer
compreendemos qual seja o seu significado?
Já não falamos anteriormente, que na vida cristã não é possível queimar etapas
quanto ao que se refere ao nosso amadurecimento na mesma?
Quem pode se transformar em um pequeno espaço de tempo,de um bebê para um
adulto?
Quanto mais na vida espiritual, em que o crescimento não é automático e
assegurado,conforme na vida natural!
Ser santo demanda busca do alimento espiritual adequado e verdadeiro, que pode
ser encontrado somente em Jesus e na Sua Palavra, mas ainda assim, ficamos na
dependência de Deus trabalhar nas circunstâncias que contribuirão para a nossa
renovação progressiva.
Lembram do exemplo que apresentamos, quanto ao fruto do Espírito Santo
chamado domínio próprio?
Ainda que venhamos a estudar o assunto na Bíblia e em bons comentários bíblicos,
até o ponto de dominá-lo suficientemente, não significa que somente com o
conhecimento intelectual poderemos ver aplicado, o citado fruto na nossa
experiência prática diária; pois para tanto, é preciso ser trabalhado e visitado pelo
Espírito Santo, a fim de aprendermos a ter de fato, o domínio próprio que procede
da parte dEle para nós.
Mas, aqui deve ser devidamente considerado, que não estamos falando de
sociologia, psicologia ou de qualquer outra ciência natural, para explicar aquilo
que devemos buscar e alcançar. As coisas aqui referidas,não são deste mundo,não
são naturais, mas espirituais, que somente podem ser experimentadas se
permanecermos em comunhão com Jesus, como Ele mesmo afirma; que não
podemos frutificar se não permanecermos nEle, e Ele em nós, pois sem Ele nada
podemos fazer, especialmente no que se refere a estas realidades espirituais,
celestiais e divinas, que operam na nova criatura nascida na conversão, através da
operação do Espírito Santo.
Entendem por que nos é ordenado a orar e a vigiar em todo o tempo? E de igual
forma,quanto à meditação e prática da Palavra de Deus?
Como poderei ser santificado,se não luto realmente contra o pecado? Se não vigio
em relação a ele, e às tentações? Como poderei aprender a ser gentil em todo o
trato, se não refreio meus impulsos precipitados, tanto no comportamento quanto
no falar?
Não posso me aprovar naquilo que a Palavra de Deus reprova.
Logo, não é sem motivo que nos é ordenado também, a aceitarmos mansamente
toda disciplina e correção que procedem da parte de Deus, e nos esforçarmos
diligentemente para buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça.
Aquele que fez a promessa de nos santificar em tudo é poderoso e fiel para fazê-lo,
e toda falha e atraso neste assunto sempre será por nossa negligência,e nunca pela
falta de desejo de Deus em nos santificar.
Toda a beleza natural está fadada a terminar, mas a beleza da santidade é eterna e
cresce mais e mais.
Daí dizer-se em 2 Crônicas, que Deus deve ser louvado na beleza da santidade.
“Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o Senhor, que, vestidos de
ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus,
dizendo: Rendei graças ao Senhor, porque a sua misericórdia dura para sempre”.
[2 Cr 20: 21]
Davi deseja “contemplar a beleza do Senhor,e habitar em seu santo templo”.
“Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor
todos os dias da minha vida,para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu
templo”. [Salmo 27: 4]
Santidade era a beleza do templo;
“Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, Senhor,
para todo o sempre”. [93: 5]
Como a sinceridade é o brilho de toda graça em um cristão, então a pureza é o
esplendor de todo atributo na Divindade.
Sua justiça é uma justiça santa, Sua sabedoria é uma sabedoria santa, Seu braço de
poder um braço santo, Sua verdade ou promessa de uma santa promessa;
“Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra
e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória”. [Sl 98: 1]
“Porque estava lembrado da sua santa palavra e de Abraão,seu servo”. [Sl 105: 42]
Santo e verdadeiro andam de mãos dadas;
“Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e
verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra”?
[Ap 6:10).
O nome dEle,que significa todos os Seus atributos em conjunto,é Santo.
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo
nome”. [Sl 103: 1)
Sim,Ele é;
“Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras”. [Sl
145: 17]
A santidade é a regra de todos os Seus atos,a fonte de todas as Suas punições.
Se todo atributo da Deidade fosse um membro distinto, a santidade seria a
estrutura; e a alma,o espírito para animá-los.
Sem isso, Sua paciência seria uma indulgência ao pecado; Sua misericórdia, mero
carinho; Sua ira, uma loucura; Seu poder, uma tirania; Sua sabedoria, uma sutileza
orgulhosa.
É a pureza que dá um decoro a todos.
Sua misericórdia não é exercida sem ela, já que Ele não perdoa ninguém, além
daqueles que têm interesse,por união,na obediência de um Mediador,que era tão
deleitável por Sua infinita pureza.
Sua justiça, que o homem culpado é capaz de taxar como crueldade e violência no
exercício da mesma,não é representada fora da esfera desta regra.
Nos atos da justiça vingativa do homem há algo de impureza, perturbação, paixão,
alguma mistura de crueldade, mas nenhum destes caem sobre Deus nos mais
severos atos de ira.
Quando Deus aparece a Ezequiel,na semelhança do fogo, significa Sua ira contra a
casa de Judá por sua idolatria,
"Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos e daí para baixo, era
fogo e,dos seus lombos para cima,como o resplendor de metal brilhante". (Ez 8: 2)
Seu coração é claro em Seus atos mais terríveis de vingança; é uma chama pura,
com a qual Ele queima Seus inimigos - Ele é santo na aparência mais ardente.
Este atributo, portanto é muito pouco aplaudido, como quando Sua espada foi
atraída,e Ele manifestou a maior ferocidade contra Seus inimigos.
A expressão magnífica e triunfante de Moisés em seu cântico, segue justamente a
miraculosa derrota efetuada por Deus,e a ruína do Exército egípcio:
“Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em
águas impetuosas”. [Êx 15: 10]
Então segue:
“Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em
santidade,terrível em feitos gloriosos,que operas maravilhas?” [Êx 15: 11]
E foi assim, quando celebrado pelos serafins; “Serafins estavam por cima dele;
cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e
com duas voava”.
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”.
“As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de
fumaça”. [Is 6: 2-4]
Que são sinais de ira como se vê no Salmo 18.
“Então,a terra se abalou e tremeu,vacilaram também os fundamentos dos montes
e se estremeceram,porque ele se indignou”.
“Das suas narinas subiu fumaça,e fogo devorador,da sua boca; dele saíram brasas
ardentes”. [18: 7,8]
E, quando Ele estava prestes a enviar Isaías sobre uma mensagem de julgamentos
espirituais e temporais; ele faria o coração daquele povo nédio, seus ouvidos
pesados,e seus olhos fechados; deixando suas cidades sem habitantes,e suas casas
sem homens, tornando a terra assolada.
“Mas, engordando-se o meu amado, deu coices; engordou-se, engrossou-se, ficou
nédio e abandonou a Deus,que o fez,desprezou a Rocha da sua salvação”. [Deut 32:
15]
“Então,disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi,ouvi e não entendais; vede,vede,mas
não percebais”.
“Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os
olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a
entender com o coração,e se converta,e seja salvo”.
“Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as
cidades e fiquem sem habitantes,as casas fiquem sem moradores,e a terra seja de
todo assolada”,
“e o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo”.
[Is 6: 9-12]
Os anjos, que aqui estão Lhe louvando por Sua santidade são os executores de Sua
justiça, e aqui chamados serafins, espíritos ardentes ou de fogo, como sendo os
ministros de Sua ira.
Sua justiça é parte de Sua santidade, por meio da qual Ele reduz à ordem, aquelas
coisas que estão fora de ordem.
Quando Ele está consumindo homens por Sua ira, Ele não diminui, mas manifesta
pureza.
“O SENHOR é justo,no meio dela; ele não comete iniquidade; manhã após manhã,
traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha.” [Sf 3: 5]
Toda ação de Deus está livre de toda a tintura do mal. Ele também é celebrado com
louvor, pelos quatro seres viventes sobre Seu trono, quando aparece em um traje
de aliança com um arco-íris sobre Seu trono, e ainda com trovões e relâmpagos
disparados contra Seus inimigos; para mostrar que todos os Seus atos de
misericórdia,bem como de justiça,são limpos de qualquer mancha - isto é a coroa
de todos os Seus atributos; a vida de todos os Seus decretos, o brilho de todas as
Suas ações. Nada é decretado por Ele, nada é representado por Ele, senão o que é
digno da santidade,e se tornando a honra deste atributo.
“e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de
sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a
esmeralda”.
“Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e
quatro anciãos vestidos de branco,em cujas cabeças estão coroas de ouro”.
“Do trono saem relâmpagos,vozes e trovões, e,diante do trono,ardem sete tochas
de fogo,que são os sete Espíritos de Deus”.
“Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal,e também,
no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por
diante e por detrás”.
“O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o
terceiro tem o rosto como de homem,e o quarto ser vivente é semelhante à águia
quando está voando”.
“E os quatro seres viventes,tendo cada um deles,respectivamente,seis asas,estão
cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de
noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele
que era,que é e que há de vir”. [Ap 4: 3-8]
Se a santidade tem a ver com a essência da natureza do ser,quanto àquilo que Ele é,
de fato como pessoa, não podemos então, confundir os momentos em que somos
purificados por sentir a presença de Deus em nossas devoções, com a santidade
propriamente dita. Embora haja uma ação santificante nessas visitas em certa
medida, todavia se não temos aquela habitual condição de um coração puro, por
conta de todos os exercícios espirituais e transformações que experimentamos ao
longo de nossa vida, não podemos afirmar necessariamente, que somos
santificados meramente por estes momentos de comunhão com Deus.
O fruto é resultante da íntima relação vital com a árvore que lhe dá origem, e
assim,nós somos como ramos na videira verdadeira,que é Jesus.
É necessário permanecer nEle, para que o fruto do Espírito venha a ser produzido
em nossa vida, o qual passa a ser parte da nossa própria essência. Esta é a ação
eficaz da graça santificante.
Não se trata de ter aprendido a ser educado e cortês, a ser brando no falar, ainda
que estas coisas sejam preciosas em si mesmas, todavia, não respondem por si só,
àquela santificação que é o resultado do Espírito Santo em nossa nova natureza
recebida do ato na nossa conversão inicial.
Por exemplo, se alguém nos causa pequeno ou grande dano, não importa o
tamanho da ofensa, somos dirigidos e ordenados pelo Espírito Santo, mediante a
Palavra de Deus, a perdoar, amar o inimigo, andar a segunda milha, a oferecer a
outra face,etc.
Se buscamos nos compensar, de alguma forma, sem levar em consideração estas
ordenanças,quer recorrendo à justiça comum dos homens,ou então por qualquer
outra forma, tendo sentimentos de mágoa e ressentimentos, é um sinal evidente
de que não estamos ainda santificados pela obediência e temor à Palavra divina.
Santidade
Parte 3
Amados,nós vimos em nossas exposições anteriores,que a santidade consiste na
essência do próprio ser. Todavia, como diferentemente dos anjos eleitos, que são
perfeitos em santidade, nós, que estamos sendo restaurados à imagem de Jesus
Cristo,dependemos não somente de infusões continuadas da graça,como também
de adquirir por meio de disciplina os hábitos que a santidade requer, de modo que
sejam implantados de forma indissolúvel à nossa nova natureza adquirida na
conversão.
Daí sermos exortados a crescermos na graça e no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo,durante a nossa jornada terrena; por exemplo,para ilustrar este ponto,
nosso Senhor disse, que aquele que não renunciar a tudo o que é e a tudo o que
tem,não pode ser Seu discípulo. O que vem a ser esta renúncia que Ele requer,para
que possamos ser discipulados por Ele?
Seria somente renúncia aos hábitos pecaminosos, ou será que inclui também,
renúncia a coisas que não são pecaminosas em si mesmas?
Seguir a Jesus demanda a negação do nosso ego,e tomar nossa cruz diariamente -
tomar a cruz, não significa sair em procura de sofrimentos e tribulações, mas
escolher sempre a vontade de Deus em vez da nossa, e suportar tudo com
paciência esperando inteiramente no fortalecimento da Sua graça.
Deus não exigiu de Adão que se abstivesse do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal, porque aquele fruto fosse venenoso, ou impróprio por algum outro
motivo para ser consumido.
O fruto era bom em si mesmo e não continha qualquer mal, mas foi exatamente
por este motivo,que a renúncia exigida por Deus a Adão,colocou à prova se ele era
obediente a Ele ou não.
E assim, também nós, se desejarmos de fato obedecer a Jesus, deveremos fazer
muitas renúncias a coisas e situações que em si mesmas não são pecaminosas,
conforme o Senhor exigir de cada um de nós, para que sejamos encontrados
fazendo um uso adequado dos nossos bens,talentos,tempo e tudo o mais,de modo
que Ele possa ser servido e glorificado.
O amor ao Senhor, e à Sua vontade e Palavra deve ter o primeiro lugar em tudo, e
não apenas a precedência, mas a preferência absoluta, sem que façamos qualquer
transigência.
Não é isto que vemos claramente,em várias passagens bíblicas?
Saul perdeu um reino, por ter poupado o gado e o rei dos amalequitas. Deus não
pode ser obedecido e servido pela metade, ou em qualquer parte, pois não há
obediência verdadeira onde esta não for integral.
Quantos não se desviam da presença do Senhor, por não se disciplinarem neste
ponto! Eles se envolvem com as coisas lícitas do mundo a tal ponto, que Deus fica
inteiramente esquecido em seus pensamentos.
Quando isto acontece, como poderiam escolher entre aquilo que Deus requer, e o
que é da própria vontade deles?
Deus nos quer livres, mas colocou limites em nossa liberdade. Se não dermos a
devida atenção a isto,jamais poderemos andar em acordo com Ele.
Como poderíamos estar em concordância, quando Sua vontade vai em uma
direção e a nossa em outra?
Por isso, se requer para a santidade, acima de tudo, que tenhamos o devido temor
permanente ao Senhor e à Sua Palavra em nossa mente e coração,sabendo que isto
não procede de nós mesmos, e que somente Ele pode gerá-lo em nós, quando O
buscamos com sinceridade.
É o próprio Deus que coloca e gera o amor a Ele dentro de nós - não podemos fazê-
lo. É uma operação invisível que nos inclina para Ele,e passa a ter o primeiro lugar
em tudo em nossa vida e vontade.
Todas as demais pessoas e coisas perderão a preferência, quando esta graça nos é
concedida pelo Senhor, de nos ligar a Ele em amor. Esta comunhão e unidade
espiritual com Deus não poderia ser de outra forma, porque é somente em
santidade, com um coração puro, que podemos participar da intimidade amorosa
com o Senhor,porque Ele é completamente santo e puro.
Por isso, sempre é necessário trazer à lembrança, que a aliança da graça foi feita
diretamente entre Deus Pai e Deus Filho, sendo nós apenas os beneficiários da
aliança que foi feita,para que pudéssemos ser tornados filhos de Deus,por meio da
obediência e obra de Jesus Cristo.
Tudo o que é exigido de nós na santificação é por meio dEle,que se tornou da parte
de Deus para nós, a nossa justiça, redenção,sabedoria e santificação; ou seja, o que
viermos a obter e ser, sempre será por meio da Sua graça operando em nós,
segundo o poder de Seu espírito vivificante, e nunca por algo existente em nós
mesmos.
Muitos se esforçam em vão segundo a carne,em exercícios e disciplinas rigorosos
que nada aproveitam para produzir a verdadeira santidade que procede do alto,de
Deus, segundo o Espírito Santo. É a isto que o apóstolo Paulo se refere em
Colossenses 2:
“8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas,
conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não
segundo Cristo;
9 porquanto,nele,habita,corporalmente,toda a plenitude da Divindade.
10 Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e
potestade.
11 Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no
despojamento do corpo da carne,que é a circuncisão de Cristo,
12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente
fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os
mortos.
13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne,vos deu vida juntamente com ele,perdoando todos os
nossos delitos;
14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na
cruz;
15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao
desprezo,triunfando deles na cruz.
16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua
nova,ou sábados,
17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é
de Cristo.
18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos
anjos,baseando-se em visões,enfatuado,sem motivo algum,na sua mente carnal,
19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas
juntas e ligamentos,cresce o crescimento que procede de Deus.
20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se
vivêsseis no mundo,vos sujeitais a ordenanças:
21 não manuseies isto,não proves aquilo,não toques aquiloutro,
22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com
o uso,se destroem.
23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e
de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a
sensualidade.” [Cl 2: 8-23]
É especialmente referindo-se a todo este esforço carnal em exercícios carnais,que
nada aproveita para a verdadeira vida santa e piedosa, na qual devemos nos
exercitar,que o apóstolo se dirigiu a Timóteo:
7 “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente,
na piedade.
8 Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é
proveitosa,porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser.
9 Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação.”
[I Tm 4: 7-9]
Não se pode misturar o que é carnal com o que é espiritual e santo. O que é nascido
da carne sempre será carnal,e não verdadeiramente espiritual.
A carne para nada aproveita aos propósitos santos de Deus, pois é somente o
espírito quem vivifica e produz a referida santidade.
A santidade de Deus não é poluída pelo mal. Como nós chamamos de ouro puro
aquele que não é misturado com nenhuma impureza, e roupa limpa aquela que
está livre de qualquer sujeira, então a natureza de Deus é alienada de todas as
sombras do mal,todo contágio imaginável.
A santidade é a retidão,ou integridade da natureza Divina em plena conformidade,
tanto em relação à vontade Divina, quanto à Sua lei eterna.
Como não há trevas em Seu entendimento, também não há erro em Sua vontade;
como Sua mente está possuída com toda a verdade, então não há desvio em Sua
vontade.
Ele ama toda verdade e bondade,e odeia toda a falsidade e o mal. Em relação à Sua
justiça,Ele ama a retidão.
“Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face”. [Sl
11: 7]
"Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade,e contigo não subsiste o mal”.
[Sl 5: 4]
Ele valoriza a pureza em Suas criaturas, e detesta toda a impureza, seja interior ou
externa.
Podemos, de fato, distinguir a santidade de Deus de Sua justiça em nossas
concepções - a santidade é uma perfeição absolutamente considerada na natureza
de Deus; a justiça,uma perfeição como se referindo aos outros em Suas ações,para
com eles e sobre eles.
A santidade é a perfeita fidelidade de Deus para consigo mesmo,com Sua essência
imutável em bondade,amor,justiça,misericórdia.
Tudo isso e todos os Seus demais atributos não são apenas manifestações
temporárias,mas realidades que estão presentes em todo o tempo em Sua própria
essência, de modo que se diz, que Ele é amor, e não apenas que tem amor ou
expressa amor.
Ele é de igual modo, justiça, misericórdia, longanimidade, alegria, força, poder,
sabedoria e todas as demais virtudes em perfeição, que são realidades em Sua
essência divina.
É no conjunto de todas estas virtudes que consiste o atributo singular da santidade.
Ela é o que dá brilho a todos os demais atributos. É o que faz Deus ser em Si mesmo,
luz,brilho,pureza,e tudo mais que O torna perfeitamente belo em Sua natureza.
Agora,por que estamos apresentando todos estes conceitos?
Simplesmente para tentar definir o indefinível, a saber, a natureza e a essência de
Deus?
Não, evidentemente; é sobretudo para sermos dirigidos para o alvo que devemos
atingir, pois fomos chamados em Jesus para sermos semelhantes a Ele em
santidade. É para a perfeição da santidade que fomos vocacionados, de modo que
nos é revelado em várias passagens da Escritura como, por exemplo, em I Pedro,
onde se lê o seguinte:
“1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no
Ponto,Galácia,Capadócia,Ásia e Bitínia”,
2 “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a
obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam
multiplicadas.” [1 Pe 1: 1,2]
Observe que é dito,que fomos eleitos,conforme a presciência de Deus Pai,mas em
santificação do Espírito Santo, com o propósito da obediência e de sermos
purificados pelo sangue de Jesus.
É para isso que aponta o propósito da conversão; da nossa chamada para sermos
crentes,a saber,o de sermos completamente santificados pelo Espírito Santo - este
trabalho é iniciado e avançado aqui na terra,e será concluído em perfeição no céu.
Então, a santidade é uma perfeição essencial e necessária em Deus, pois Ele é
essencialmente e necessariamente, santo. E é para isso mesmo, que fomos
chamados e vocacionados.
Não pode haver vida abundante e glória eterna sem santidade. A santidade de Deus
é tão necessária quanto Seu ser; tão necessária quanto Sua onisciência - como Ele
não pode deixar de saber o que é certo,então não pode deixar de fazer o que é justo.
Observe mais uma vez,que é para alcançar isso que somos chamados,uma vez que
fomos criados para sermos à Sua imagem e semelhança,em santidade.
Então, a santidade deve ser entendida, mais como sendo uma fruição de um ser
santo, do que um esforço para fazer escolhas acertadas, e rejeitar as que seriam
erradas.
O que queremos dizer com isto, é que quando a fonte é limpa, a água que dela flui
será também limpa. Se não formos santificados, não poderemos produzir atos e
pensamentos santos.
Faça-se primeiro boa a árvore e então, o fruto também será bom, pois a árvore má
não pode produzir bons frutos.
Assim como é no natural, também é ainda muito mais no espiritual; por isso a
oferta daquele que não estivesse santificado, não poderia ser considerada limpa e
aceita por Deus.
Primeiro, somos ordenados a nos reconciliarmos com nossos irmãos, vencendo
todo tipo de amargura e mágoa em nosso interior, e somente depois, nos
apresentarmos diante do Senhor para adorá-Lo - assim nos foi ensinado
diretamente por Jesus,quanto ao modo como devemos nos encontrar para sermos
aceitos por Deus.
Primeiro,confessar e abandonar o pecado,e somente depois se aplicar na adoração
e obra de Deus.
Poucos dão a devida atenção a esta exigência da santidade e justiça de Deus, e se
aplicam à Sua obra de maneira inadequada, pensando que tanto eles quanto suas
ações podem ser aceitáveis,enquanto o vaso se encontra sujo.
Se somos vasos de honra para o Senhor,por sermos crentes de fato,todavia,o vaso
deve estar limpo para ser usado por Ele, conforme somos ensinados em várias
passagens,tanto do Velho quanto do Novo Testamento.
Precisaríamos de uma palavra mais clara e direta do que a seguinte, para sermos
convencidos de que Deus requer de Seus filhos ,que eles sejam realmente santos?
“15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar,que maneja bem a palavra da verdade.
16 Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam
passarão a impiedade ainda maior.
17 Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem
Himeneu e Fileto.
18 Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e
estão pervertendo a fé a alguns.
19 Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor
conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que
professa o nome do Senhor.
20 Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há
também de madeira e de barro. Alguns,para honra; outros,porém,para desonra.
21 Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para
honra,santificado e útil ao seu possuidor,estando preparado para toda boa obra.
22 Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz
com os que,de coração puro,invocam o Senhor.” [1 Tm 2: 15-22]
Esta pureza é de caráter evangélico, enquanto estivermos aqui neste mundo, pois
não seremos jamais bons e santos, no sentido absoluto em que Deus o é
imutavelmente em Sua natureza.
É pelo sangue de Jesus e por meio da fé nEle,que somos aproximados de Deus. Não
temos outro caminho de acesso, senão somente Ele e Seus méritos, todavia esta
pureza de coração é algo que é exigido, pois toda aproximação a Deus deverá ser
feita com um coração puro,uma boa consciência e uma fé não fingida.
É necessário que o façamos com humildade e contrição de espírito, uma vez que
aqui somos ainda imperfeitos e pecadores, desejando, chorando, e clamando para
sermos santificados em todo o nosso corpo,alma e espírito.
Este coração puro evangélico tem mais a ver, com a sinceridade e nosso empenho
em andar na presença de Deus, mediante estrita observância da Sua Palavra, e
aplicação em aprendê-la para cumpri-la realmente, do que com simples
religiosidade externa, ou qualquer outra forma de procedimento com o intuito de
se agradar ao Senhor.
Ele olha para o coração, e habita com aquele que é de espírito contrito e treme da
Sua Palavra. Como já dissemos antes,somente Ele próprio pode gerar isto em nós,e
o fará quando formos de fato, sinceros em nossa busca da Sua face, para fazer
aquilo que seja da Sua vontade.
É dito com muita propriedade, que quanto mais somos santificados, mais
enxergamos o quanto somos pequenos e falhos,e quanto Deus é perfeito e sublime
- mas esta descoberta,que é produzida em nós pelo Espírito Santo à luz da Palavra,
não é para nos desanimar ou desencorajar; ao contrário, é para que possamos
avançar ainda mais na santificação, abandonando nossas faltas, e agir com um
coração que seja conforme o do próprio Jesus.
Enquanto houver em nós esta verdadeira atitude, de querer honrar e agradar a
Deus em tudo,Ele sempre nos receberá em Seus átrios para adorá-Lo e servi-Lo.
Não poderia ser de outra forma,pois é somente na luz que podemos ver a Sua luz.
A luz revela a nossa sujeira para que a limpemos, e nos apresentemos purificados
a Deus, pelo sangue de Jesus, conforme o dizer do apóstolo:
“Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para
honra,santificado e útil ao seu possuidor,estando preparado para toda boa obra.”
[2 Tm 2: 21]
Em sentido prático, muito desta purificação consiste na separação, que a presença
e o amor de Cristo impõe entre aqueles que são Seus, e os que são do mundo. E,
mesmo entre os que são Seus é ordenado, que se separem daqueles crentes que
andam desordenadamente, não privando da comunhão com eles, para que se
arrependam.
No próprio texto da passagem de 2 Timóteo 2,que acabamos de destacar,o apóstolo
Paulo se refere a isto dizendo o seguinte:
“Foge,outrossim,das paixões da mocidade. Segue a justiça,a fé,o amor e a paz com
os que,de coração puro,invocam o Senhor.” [ 2 Tim 2: 22]
A própria palavra “igreja” no original grego, “eklesia”, possui o prefixo ek, que
significa “tirar para fora”. Então,literalmente se refere,a assembléia daqueles que
foram tirados para fora do mundo,para servirem a Deus.
Este é um trabalho realizado não somente de forma exterior, mas também em
nosso interior pelo Epírito Santo, dando cumprimento àquela palavra de Jesus, de
que veio trazer uma espada de separação, mesmo dentro das famílias nucleares,
onde aqueles que O seguissem, seriam separados para seguirem um rumo
diferente daqueles que se colocassem em oposição a Ele.
Muitos crentes tentam violar esta realidade imposta por Cristo, buscando
reconciliação com os que procedem de modo mundano, tentando ter comunhão
com eles, como se fosse possível haver tal coisa entre luz e trevas; e não poucos se
colocam em jugo desigual com os incrédulos, praticando as mesmas obras que
eles tanto amam, com o fim de não desagradá-los. Mas, caso não se desviem com
isso, o final sempre será de decepção e desilusão, porque não se pode unir aquilo
que Deus separou,assim como não se pode separar o que Ele juntou.
Santidade
Parte 4
Meus amados,estaremos dando prosseguimento ao assunto da santidade,e como
em tudo é exigido de nós separação e pureza, importa explicarmos o significado
desta separação e pureza à luz do evangelho, pois estamos incumbidos da mesma
missão que Jesus veio cumprir neste mundo, a saber, a de proclamar e oferecer o
perdão, o amor, a misericórdia, a libertação das trevas, do pecado e do diabo, e
proclamar todas as demais bênçãos do evangelho,aos pecadores.
Então, como se pode conciliar ordenanças bíblicas que podem parecer díspares,
como as seguintes:
1) a de não nos assentarmos e nos determos no caminho dos pecadores e na roda
dos escarnecedores; com a de pregar o evangelho a toda criatura?
2) a de fugirmos daqueles que vivem na impiedade, como veremos daqui a pouco
na passagem de 2 Timóteo 3: 1-5; com a de amarmos até mesmo os nossos
inimigos,orar pelos que nos perseguem e abençoá-los,mas nunca amaldiçoá-los?
Muitas outras aparentes ordenanças contraditórias são encontradas na Bíblia,mas
como dizemos, são apenas aparentes, porém não verdadeiramente contraditórias,
pois o que deve ser distinguido em todas elas é que,quando se fala em separação,o
sentido não é necessariamente o de algo que deve ser feito quanto à presença
física, ou aproximação física, mas a não seguir o mesmo espírito, a não praticar as
mesmas coisas e,a não concordar com aquilo que segue na contramão da vontade
divina.
O apóstolo se refere à impossibilidade de haver comunhão entre luz e trevas, e do
crente com o incrédulo. Todavia, esta é a realidade imposta a espíritos que se
encontram sob influências distintas,a saber,um sob a luz e outro sob as trevas,um
sob Deus, e outro sob o diabo - e não que somos impedidos de ir aos que se
encontram nas trevas com o intuito de resgatá-los das trevas para a luz, e do
domínio de Satanás para o de Deus,conforme a ordenança que foi dada por Jesus,a
Paulo, que se encontra registrada em Atos 26, pois é justamente esta a missão do
evangelho,da qual todos os crentes são encarregados.
Jesus veio ao mundo, não para condená-lo, mas para salvá-lo. O evangelho que
devemos pregar,a ninguém condena,senão a rejeição do mesmo.
Nosso sentimento então, deve estar voltado para a conversão e salvação dos
pecadores,e não para sua condenação eterna.
Então,devemos ter esta verdade sempre diante de nós,enquanto meditamos sobre
as coisas que são ditas sobre a realidade tenebrosa do mundo, especialmente
nestes últimos dias, e sobre as coisas terríveis que sobrevirão a todos aqueles que
vivem na prática da iniquidade,resistindo à vontade de Deus.
Na sequência da passagem de 2 Timóteo 2, que apresentamos em nossa exposição
anterior,o apóstolo Paulo nos diz na introdução do capítulo 3,o seguinte:
“1 Sabe,porém,isto: nos últimos dias,sobrevirão tempos difíceis,
2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes,
blasfemadores,desobedientes aos pais,ingratos,irreverentes,
3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do
bem,
4 traidores,atrevidos,enfatuados,mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,
5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.”
[2 Tm 3: 1-5]
A multiplicação da iniquidade no mundo sempre cresceria, até chegar ao que foi
apontado pelo Espírito Santo,através do apóstolo.
E, porventura isto não é uma verdade, que temos presenciado ao longo da história
da humanidade; especialmente em nossos dias, em que parece que tal profecia foi
dada particularmente para essa época?
Qual foi o motivo principal de sermos alertados por Deus sobre este estado de
coisas,senão,como o próprio texto nos ensina,a nos prevenirmos,não seguirmos o
mesmo espírito que opera no mundo, e vigiarmos contra isto, de modo a não
cairmos de nossa firmeza na graça?
Se não houvesse o perigo de nos desviarmos de Deus por causa da influência do
mundo; qual seria o proveito em sermos avisados sobre este estado de coisas?
Somos enviados para o meio de lobos, e por isso devemos ser simples como as
pombas,mas prudentes como as serpentes - porém,entre os lobos existem muitas
ovelhas que precisam ser achadas e resgatadas para o Senhor; por isso
necessitamos estar preparados para receber os ataques provenientes dos lobos
com muita paciência, longanimidade, e misericórdia, confiando e esperando
totalmente pela fé,no livramento que nos virá da parte do Senhor.
Não são apenas as coisas agradáveis, que o mundo presente procura envolver a
humanidade como um todo. A velocidade com que a comunicação pode ser
realizada atualmente, tem contribuído muito para que padrões de
comportamentos ímpios sejam espalhados sob a falsa capa da busca de paz e
segurança.
O que se oferece é segurança e paz no viver fundadas no que o apóstolo profetizou
pelo Espírito Santo,na passagem que acabamos de citar, e não na justiça e verdade
divinas.
É em meio a muito egoísmo, avareza, jactância, arrogância, blasfêmias,
desobediência, ingratidão, irreverência, falta de afeição, implacabilidade, calúnia,
falta de domínio própro, crueldade, inimizade ao bem e a Deus, traição,
atrevimento, orgulho, e busca insaciável de prazeres carnais, que tal paz e
segurança têm sido buscadas pelo mundo e implantadas nele - e em meio a tudo
isso é que a obra da pregação do evangelho deve prosseguir,até que Jesus volte.
É pelo silenciamento de boas consciências pela imposição de regras e leis que
ditam comportamentos contrários ao amor,pureza,justiça e bondade de Deus,que
a humanidade em geral está buscando sua forma segura,mas ímpia,de viver.
Onde pode haver verdadeira paz na alma, ou na sociedade como um todo, quando
tanta iniquidade como a citada,impera em todo o mundo?
Mas, um viver na graça, na paz, na justiça e no amor de Deus se impõe a nós em
qualquer circunstância, mesmo quando o mundo estiver chegando ao ápice da
medida da sua iniquidade, com tanta imoralidade, crueldade, impureza, torpeza, e
todo tipo de mal extremado agindo ao nosso redor, e as pessoa transmitindo
aparência de estarem muito felizes com isto.
Devemos ser Noés em nossos dias,para que possamos vencer todo o mal e cumprir
a vontade do Senhor.
Não podemos deixar ser levados pelo falso argumento do mundo, de que não há
qualquer mal em sermos mundanos, pois afinal estamos no mundo e todos são
pecadores.
Todavia, se estamos no mundo, não somos do mundo; e se somos pecadores, não
somos no mesmo sentido dos demais,que não temem e amam a Deus.
Os que são ímpios e réporobos não se arrependem de seus pecados, mas nós, não
somente nos arrependemos, como nos entristecemos por eles, gememos e
lutamos para deixá-los, de modo que não venhamos a entristecer e apagar o
Espírito Santo.
Não admira que seja tão intensa e constante a propaganda para se evitar toda
forma de discriminação nestes dias, chegando mesmo a ser classificado como um
crime,fazer separação entre bem e mal,e luz e trevas,pois segundo o mundo tudo
é o mesmo, e erram aqueles que buscam evitar a outros por causa de práticas e
hábitos diferentes dos que são seus.
Tudo deve ser incorporado, inserido - este é o grande esforço do mundo para
abraçar a todos debaixo do mesmo lençol.
Ora, somos alertados pelo Senhor em relação a isto, que o mundo nos odiaria por
sermos diferentes e não atendermos aos seus apelos, para nos entregarmos
àquelas práticas que são sabidamente contrárias à vontade de Deus.
Estamos no mundo mas não pertencemos a ele.
É pela instrução do Espírito Santo,que saberemos a quem receber e a quem evitar,
o que poderá ser momentoso ou permanente, pois muitos poderão mudar de
posição por meio da operação da graça divina; e assim como Deus passará a
recebê-los, é nosso dever agir do mesmo modo. Por isso precisamos de comunhão
permanente com Jesus, para que possamos discernir tudo adequadamente, pelo
Espírito.
Vemos assim, que a santidade inclui muito mais do que simplesmente sermos
aperfeiçoados em abandonar nossos pecados, pois exige também este
relacionamento adequado com todas as pessoas, com discernimento e intenso
amor ao próximo,na busca do bem eterno da sua alma.
Muitas vezes,crentes lutaram pelo bem eterno daqueles que não o buscavam para
si mesmos,e triunfaram com suas orações em favor deles,com o bom testemunho
que deram.
O crente deve orar por todos, suportar ofensas, amar até mesmo inimigos, porém
não deve fazê-lo através dos mesmos artifícios que os mundanos usam para
estarem em acordo com todos, pois o crente nunca deve abandonar sua função de
ser sal e luz do mundo; pois como poderia sê-lo quando perde o sabor, ou a
capacidade de iluminação?
Temos um referencial seguro para seguir, que é o da santidade perfeita de Deus,
que emana da própria pessoa do Senhor. Somos não somente convocados, mas
ordenados para isto, pois Jesus diz que devemos ser perfeitos assim como o Pai é
perfeito, e que devemos fazer Sua vontade perfeitamente aqui na Terra, do mesmo
modo como ela é feita no céu,pelos santos aperfeiçoados e pelos anjos.
Não há segurança e paz para o crente, a não ser no próprio Deus, por isso somos
ordenados a não colocarmos nosso motivo de viver em qualquer criatura, que
inclui até mesmo,aqueles que nos são mais queridos e próximos.
Um espírito puro é aquele que está desmamado do mundo e da dependência
sentimental, emocional e espiritual de qualquer criatura, tendo apenas a Deus
como sua rocha firme e inabalável, o que implica numa separação do espírito, de
tudo o que é terreno, para estar ligado unicamente ao Senhor - e toda forma de
ligação espiritual com outros crentes deve, necessariamente proceder da nossa
ligação espiritual com Jesus,e ser uma mera consequência dessa ligação do ramo,
com a Videira verdadeira.
Mas, como já dissemos anteriormente, somente Deus é absolutamente santo, e
toda santidade que possuímos neste mundo é de caráter evangélico, a saber, pela
infusão da graça perdoadora e santificadora do evangelho de Jesus Cristo.
“Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há,
nenhuma,como o nosso Deus”.
[1 Sam 2: 2]
Esta é a glória peculiar de Sua natureza; como não há ninguém bom, senão Deus,
então não há nenhum santo,senão Deus.
Nenhuma criatura pode ser essencialmente santa,porque é mutável; a santidade é
a substância de Deus,mas na criatura,uma qualidade e acidente.
Deus é infinitamente santo; criaturas são finitamente santas. Ele é santo de si
mesmo,as criaturas são santas por derivação dEle.
Ele não é apenas santo, mas santidade; santidade no mais alto grau, é sua única
prerrogativa.
Como o mais alto céu é chamado o céu dos céus, porque abraça em seu círculo
todos os céus,contém a magnitude deles,e tem uma maior vastidão acima de tudo
que envolve, assim é Deus, o Santo dos santos; Ele contém a santidade de todas as
criaturas juntas,e infinitamente mais.
Como toda a sabedoria, excelência e poder das criaturas, se comparadas com a
sabedoria, excelência e poder de Deus é apenas loucura, vileza, e fraqueza; então a
mais alta pureza criada,se colocada em paralelo com Deus,é apenas impureza.
“... Pois só tu és santo”... [Ap 15: 4]
Isto é como a luz de um verme brilhante,para a do sol.
Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições; [Jó
4:18]
Embora, Deus tenha coroado os anjos com uma santidade sem mancha, e os
colocado em uma habitação de glória, no entanto, tão ilustres como são, eles têm
uma indignidade em sua própria natureza para aparecer diante do trono,de modo
santo a Deus; sua santidade torna-se fraca e pálida em Sua presença.
É apenas uma sombra fraca daquela pureza Divina,cuja luz é tão gloriosa,que os faz
cobrir seus rostos com fraqueza para contemplá-Lo,e cobrir seus pés por vergonha
em si mesmos.
Eles não são puros superlativamente em sua visão, porque, embora amem a Deus
tanto quanto podem,ainda assim,não tanto quanto Ele merece.
Eles O amam com o grau mais intenso, de acordo com seu poder, mas não com o
grau mais intenso, de acordo com sua própria amizade, porque não podem amar a
Deus infinitamente, a menos que fossem tão infinitos quanto Deus, e tivessem um
entendimento de suas perfeições igual ao que Ele tem de Si mesmo, e tão imenso
quanto Seu próprio conhecimento.
Deus, tendo um conhecimento infinito de Si mesmo, só pode ter um amor infinito
a Si mesmo e, consequentemente, uma santidade infinita sem qualquer defeito,
portanto, embora os anjos estejam isentos de corrupção, não podem entrar em
comparação com a pureza de Deus, sem reconhecimento de uma obscuridade em
si mesmos.
Além disso, Ele os acusa de insensatez e não confia neles, porque têm o poder de
pecar,embora não o ato de pecar; eles têm uma possível insensatez em sua própria
natureza para serem acusados.
A santidade é uma qualidade separável deles, mas é inseparável de Deus. Se eles
não tivessem, a princípio uma mutabilidade em sua natureza, nenhum deles
poderia ter pecado - embora os anjos eleitos nunca sejam mudados, ainda são
mutáveis em sua própria natureza; sua posição firme em santidade é devida à
graça,não à natureza.
Embora eles sejam preservados para sempre, não são, nem nunca podem ser
imutáveis por natureza,pois então devem estar no mesmo fundamento do próprio
Deus; mas eles são apoiados pela graça contra aquela mutabilidade da natureza
que é essencial para uma criatura; só o Criador tem imortalidade, isto é,
imutabilidade.
“Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na
carne foi justificado em espírito,contemplado por anjos,pregado entre os gentios,
crido no mundo,recebido na glória”. [1 Tim 3:16]
Isto que se diz dos anjos, também é aplicável a nós que somos criaturas morais,
tanto quanto eles. É importante fixar bem esta verdade em nossa mente e coração,
para que nunca pensemos que a perfeição de santidade, que se exige de nós é
absoluta quanto à sua essência, do mesmo modo que é encontrada na pessoa de
Deus.
Somente Ele é santo em essência,e nós,Suas criaturas,sempre por infusões da Sua
graça em nós, porque temos uma natureza mutável, diferentemente dEle que é
imutável. Somos mutáveis, porque precisamos crescer em conhecimento,
sabedoria,e em tudo o que se refere a um ser amadurecido em santidade por Deus.
Um bebê não necessita crescer,até que se torne um adulto?
O mesmo se aplica a nós como seres espirituais, só que neste último caso, este
crescimento nunca cessará,assim como ocorre no plano natural.
O que se infere disto, senão que quando algum crente se dá por satisfeito com a
medida de santidade que alcançou, é porque está equivocado, ou ignora o que seja
de fato, este crescimento espiritual que nunca cessa, apesar de ser possível se
chegar ainda neste mundo, a um nível de maturidade espiritual do qual pode ser
dito, que somos perfeitos, ou seja amadurecidos, para toda boa obra, assim como o
apóstolo Paulo se refere a si mesmo na carta aos Filipenses; em que afirma o
seguinte:
“7 Mas o que,para mim,era lucro,isto considerei perda por causa de Cristo.
8 Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus,meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas
e as considero como refugo,para ganhar a Cristo
9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é
mediante a fé em Cristo,a justiça que procede de Deus,baseada na fé;
10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus
sofrimentos,conformando-me com ele na sua morte;
11 para,de algum modo,alcançar a ressurreição dentre os mortos.
12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para
conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.
13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço:
esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de
mim estão,
14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus.
15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura,
pensais doutro modo,também isto Deus vos esclarecerá.
16 Todavia,andemos de acordo com o que já alcançamos.” [Filipenses 3: 7-16]
Observe que ele diz, que não havia atingido a perfeição completa da santidade, e a
plenitude soberana da vocação em Jesus,mas ao mesmo tempo fala de ser perfeito
com os perfeitos.
O que isto significa, senão que na primeira citação de não ser perfeito, há uma
consideração à nossa mutabilidade como criaturas que somos, e que ninguém
possui a perfeição absoluta em essência e natureza neste mundo - e na segunda
citação de ser perfeito, a referência aqui é ao estado de maturidade espiritual que
ele havia alcançado, e que deve ser buscado por todos os crentes, quanto a
chegarem ao significado e à prática da obra que Jesus Cristo realizou em favor
deles, ou seja, ao conhecimento do verdadeiro evangelho, da aliança da graça, e do
modo que convém viver para Deus em santo trato e piedade.
É uma verdade certa, que nenhuma criatura pode ser naturalmente imutável e
impecável,já que Deus não pode criar nada realmente poluído e imperfeito.
É possível que a mais alta criatura possa pecar,pois é possível que seja aniquilada; e
pode não se tornar santa.
A santidade de uma criatura pode ser reduzida a nada,assim como sua substância,
mas a santidade do Criador não pode ser diminuída,obscurecida,ou ofuscada.
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto,descendo do Pai das luzes, em
quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. [Tg 1: 17]
É tão impossível que sua santidade seja apagada, como sua Deidade deveria ser
extinta, porque qualquer criatura que tenha essencialmente tais qualidades, não
pode ser despojada delas,sem que seja de sua essência.
Como um homem é essencialmente racional; se ele cessa de ser racional,ele cessa
de ser homem.
O sol é essencialmente luminoso; se ele deveria tornar-se escuro em seu próprio
corpo,deixaria de ser o sol.
Em relação a esta absoluta e única santidade de Deus, é três vezes repetido pelos
serafins.
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. [Is 6: 3]
A repetição tripla de uma palavra assinala a certeza,ou o caráter absoluto da coisa,
ou a irreversibilidade da resolução, como:
“Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será...”
[Ez 21: 27]
Observa a certeza do julgamento também;
"Ai,ai,ai",três vezes repetido,significa o mesmo.
“E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um
grande monte ardendo em fogo,e tornou-se em sangue a terça parte do mar”. [Ap
8: 8]
A santidade de Deus é tão absolutamente peculiar para Ele, que não pode ser
expressada nas criaturas,mais do que Sua onipotência,pela qual elas poderiam ser
capazes de criar um mundo; ou a Sua onisciência, pela qual elas poderiam ser
capazes de conhecer todas as coisas,e a Deus como Ele se conhece.
O que decorre então, dessa condição de ser Deus assim santo em Sua natureza,
senão que devemos andar humildemente em Sua presença, reconhecendo não
apenas a nossa total dependência dEle e da Sua graça, para que sejamos
transformados progressivamente nos seres que Ele planejou que fôssemos,
perante Ele em santidade?
“6 Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso?
Virei perante ele com holocaustos,com bezerros de um ano?
7 Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite?
Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo
pecado da minha alma?
8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que
pratiques a justiça,e ames a misericórdia,e andes humildemente com o teu Deus.”
[Miqueias 6: 6-8]
Finalmente cabe destacar, que o propósito desta convocação a sermos santos e a
caminhar humildemente com o Senhor é, sobretudo para o nosso próprio bem, e
atingimento do alvo da nossa criação, pois não é possível estar em uma condição
adequada e boa de alma, nos sentindo seguros, felizes, em paz, em toda e qualquer
circunstância, a não ser unicamente por sermos santificados por Deus, para
vivermos em união e comunhão real com Ele.
Santidade
Parte 5
Irmãos, se a santificação não tivesse um poder real para nos transformar,
removendo a nossa iniquidade e colocando em seu lugar as virtudes que
pertencem a Cristo; de que valor seria a morte e ressurreição do Senhor para nós?
Que tipo de salvador Ele seria de fato, uma vez que não tivesse o poder necessário
para nos purificar,para a vida do céu?
Porque no céu não pode habitar nada impuro, assim não poderíamos sequer
sonhar em ser futuros cidadãos do céu,caso não houvesse esta obra de purificação.
Muitos se iludem pensando, que depois da morte todos serão automaticamente
purificados de todo pecado para ingressarem na nova vida celestial. Iludem-se,
porque esta purificação não é algo acidental, mas um trabalho progressivo que é
realizado naqueles que desejam ser santificados.
Não se edifica uma casa nova no lugar de uma velha,sem que esta última seja antes
derrubada,para que a nova possa ser erguida - assim sucede no grande trabalho da
santificação,que é operado naqueles que pertencem a Jesus.
O velho homem deve ser crucificado e ser despojado dele, para o recebimento e
crescimento da nova criatura gerada pelo Espírito Santo.
Deus é tão santo,que não pode aprovar qualquer mal feito por outros e,se isto não
O aborrecesse perfeitamente, não seria mais uma santidade gloriosa a que existe
nEle.
“Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o
mal”. [Salmo 5: 3]
Ele não apenas ama aquilo que é justo, mas abomina com perfeito ódio, todas as
coisas contrárias à regra da justiça, de modo que tem fixado um dia em que cada
um deverá ser julgado por Ele,por todas as suas obras,sejam boas,ou más.
Ele nos criou com uma disposição para a adoração, que deve ser dirigida
exclusivamente a Ele. Então, quando há a recusa de adorar somente a Ele, esta
inclinação será direcionada para a criatura,seja ela inanimada ou não.
Observe quão horrendo pecado é o daquele que se coloca na posição de ídolo,para
ser adorado por outros. Sua culpa é ainda maior diante de Deus, do que a daqueles
que o adoram,porque está roubando a glória que é devida somente ao Senhor.
O ídolo, seja ele qual for, humano ou quaquer outro, não é Deus. Não possui os
atributos exclusivos da divindade, assim não passa de um falso deus criado na
imaginação de seus adoradores, como se o fosse de fato - o Deus que é todo
verdade não pode admitir e tolerar uma mentira.
Mas, como isto é algo tão generalizado em nossa época, especialmente no mundo
ocidental em relação aos que são artistas e esportistas, torna-se banalizado e até
mesmo admirado por muitos, que pensam erroneamente ser algo muito próspero
e feliz,o ser adorado por outros.
Não é sem motivo que nosso Senhor nos adverte, a não buscarmos o aplauso dos
homens, com um “cuidado” antecedendo Sua advertência, pois há grande perigo
de ficarmos sujeitos aos juízos de Deus,quando o fazemos ou aspiramos a isto.
Também deve ser considerado, que a santidade não pode mais aprovar o pecado,
do que pode cometê-lo, porque se deleitar com o mal no ato de outro contrai uma
culpa, assim como a daquele que o cometeu, porque a aprovação de uma coisa é
um consentimento à mesma.
Este parece ser o maior pecado que há no mundo presente, em que tantos que,
apesar de não cometerem certas abominações,como são classificadas por Deus na
Sua Palavra,no entanto as aprovam,seja por motivo de parecerem boas e toleráveis
aos homens, ou por não enxergarem realmente nenhum mal nelas, ou por
qualquer outro motivo.
Eles não levam em conta,que a aprovação de um mal em outra pessoa é um crime
mais grave do que o ato em si,como aparece em Romanos.
“Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que
tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim
procedem”.
[Rm 1: 32]
Onde o “não somente” manifesta-se como uma culpa maior a ser contraída,por se
ter prazer neles.
Todo pecado é agravado pelo deleite, porque ter prazer no mal, da ação de outro,
mostra mais ardente afeição e amor ao pecado, do que o próprio praticante pode
ter; o que nos ensina,que a obra da santificação deve ser realizada não somente em
nossas ações,mas também em nossas intenções e inclinações.
Deus nos julga segundo o que está em nosso coração,e não apenas conforme o que
se manifesta em nossas ações.
A natureza de Deus é tão santa, que ele não pode senão odiar o pecado, porque é
mais oposto a ele,do que a luz às trevas.
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes
contemplar”... [Hab 1: 13]
Ao pecador, a mentira pode ser considerada como algo inofensivo e natural, mas
não é assim que é considerada por Deus,que é a verdade.
Quando alguém,sendo do sexo feminino afirma ser do sexo masculino,até mesmo
autoridades terrenas podem aprovar tal comportamento, mas não pode e jamais
será aprovado por Deus,porque não é algo que se funde na verdade.
Assim, este critério é passado por Ele sobre todas as demais coisas que são feitas
presentemente, para a citada inclusão geral pretendida, onde todos teriam a
escolha de definirem o que seja verdadeiro para eles, segundo seus próprios
gostos.
Deus detesta que, ao que é mal chamem ou considerem como bem, e vice-versa.
Luz é luz e treva é treva, positivo é positivo, e negativo é negativo, certo é certo, e
errado é errado.
Não há esta coisa de cada um escolher a doutrina que melhor lhe convenha no
evangelho, porque a verdade é absoluta, não possui áreas cinzentas em que numa
época é possível afirmar,que a segurança da salvação é eterna,e em outra que esta
pode ser perdida.
De alguns crentes seria requerida a santidade, enquanto que de outros não seria
exigida.
O Deus que é imutável, tem uma vontade e santidade que são também imutáveis,
quanto aos princípios estabelecidos para nosso procedimento diante dEle e dos
homens.
Um amor de santidade, não pode ser sem ódio de tudo o que é contrário à mesma.
É nisto que se funda o ódio de Deus ao pecado,pois Ele é perfeitamente santo.
A santidade odeia e se opõe à impureza, bem como a repele, porque não pode
permitir ser destruída por ela.
Importa que a vida vença e não a morte; se a santidade é vida e o pecado é morte,
então não é difícil entender porque Deus odeia o pecado.
Como Deus necessariamente ama a Si mesmo, visto que nada há nEle digno de
reprovação ou falta, então Ele deve necessariamente, odiar tudo o que é contra Si
mesmo - e como Ele ama a Si mesmo por Sua própria excelência e santidade, Ele
deve necessariamente detestar tudo o que é repugnante à Sua santidade,por causa
do mal da coisa em si.
Desde que Ele é infinitamente bom, não pode deixar de amar o bem, já que é uma
semelhança consigo mesmo, nem pode deixar de aborrecer a injustiça, como
sendo algo muito distante e contrário a Ele.
Se Ele tem alguma estima por Suas próprias perfeições, precisa ter uma aversão
implacável a tudo o que é tão repugnante para Ele, que se fosse possível iria
destruí-Lo; já que é um ponto dirigido, não só contra Sua glória, mas contra Sua
vida.
É sabido, que o mal não pode gerar e sustentar a manutenção da verdadeira vida
espiritual e santa, de modo que deverá ser erradicado do mundo, quando Jesus
voltar para julgá-lo.
Deus é vivo. É a própria fonte da vida. Não é Deus de mortos, mas de vivos; então
deve combater e extirpar o mal que é contrário em Si mesmo, à vida santa,
abundante e celestial.
De tal sorte é o ódio que Deus tem ao pecado, que Jesus nos diz que seria melhor
para nós cortarmos a mão direita,e arrancarmos o olho direito,do que tolerarmos
e praticarmos o pecado.
Ele pagou com o preço da Sua própria morte para que fôssemos libertados do
pecado; e como poderíamos justificar a prática ou permanênca de qualquer
pecado em nós?
Mas, não é o grande mal desta época a tolerância e prática de coisas, que mais do
que pecaminosas são verdadeiras abominações para Deus?
Banalizou-se o mal, e são poucos aqueles que buscam de fato, se apresentarem
santificados a Deus em todo o seu procedimento.
O apóstolo Pedro foi ensinado diretamente por Jesus e pelo Espírito Santo, quanto
ao modo como devemos viver neste mundo:
“10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com
estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as
obras que nela existem serão atingidas.
11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os
que vivem em santo procedimento e piedade,
12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados,serão desfeitos,e os elementos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos
quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes
achados por ele em paz,sem mácula e irrepreensíveis,” [II Pedro 3: 10-14]
Não se pode, também deixar de considerar que, caso Deus fizesse vista grossa ao
pecado ou não o odiasse tanto, Ele colocaria em risco a continuidade da vida em
amor,de todas as demais criaturas que amam a santidade e lhe permanecem fiéis,
pois elas dependem inteiramente da graça de Deus e Suas perfeições em
santidade,para que possam continuar sendo santas,e assim,tendo a vida eterna. A
continuidade da vida depende então,da santidade,mais do que se possa pensar.
(2) Por isso mais do que tudo,Deus opera para que Seu povo seja santo; e em várias
passagens das Escrituras afirma expressamente, que os crentes devem ser santos
assim como Ele é santo.
Jesus orou em João 17,para que os crentes fossem santificados na verdade,pelo Pai.
Paulo afirma expressamente, que a vontade de Deus para os crentes é a
santificação em Cristo Jesus.
A santidade em nós depende essencialmente,de nossa comunhão com Cristo para
um andar no Espírito Santo, porque Ele próprio se tornou da parte de Deus para
nós,a nossa santificação.
Quanto mais alguma criatura é santificada, tanto mais é avançada na aversão
daquilo que é contrário à santidade, portanto sendo Deus a mais alta,mais absoluta
e infinita santidade,infinitamente odeia a falta de santidade; e sendo infinitamente
justo,infinitamente abomina a injustiça; sendo infinitamente verdadeiro,abomina
infinitamente a falsidade.
Tanto é assim, que os que não se arrependerem e não forem salvos serão
submetidos a uma condenação eterna e infinita,em sofrimentos no inferno.
Assim como é da retidão da natureza de Deus, que Ele tenha um contentamento e
satisfação na retidão;
“Porque o Senhor é justo,ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face. [Sl 11:
7]
Assim, é da mesma justiça de Sua natureza, que Ele detesta o que quer que seja
moralmente mau,logo como Sua natureza é infinita,assim deve ser Sua aversão.
Aqui não devemos confundir a paciência, a misericórdia, e a longanimidade de
Deus manifestadas na obra de graça de Jesus em nosso favor, com Sua aversão e
ódio ao pecado,tanto que foi por esta aversão e ódio que Jesus sofreu terrivelmente
em nosso lugar.
Assim,nenhum obreiro da iniquidade está isento disso.
“Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a
iniquidade”. [Sl 5: 5)
Pois,não é pecado como nesta ou naquela pessoa,ou tão grande ou pequeno, mas o
pecado,como o pecado é o objeto do Seu ódio divino.
Ele é um Deus ciumento da Sua glória.
“Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus
zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração
daqueles que me aborrecem” [Êx 20: 5]
Uma metáfora tirada de maridos ciumentos,que não suportarão o menor adultério
em suas esposas,nem Deus a menor deserção do homem,de Sua lei.
Todo ato de pecado é um adultério espiritual, negando que Deus seja o principal
bem,e dando essa prerrogativa por aquele ato,a alguma coisa vil.
Ele odeia mais o pecado em Seu povo do que em Seus inimigos; Ele não os liberta
de Sua vara, o testemunho de sua aversão a seus crimes; e quem semeia a
iniquidade,ceifará a aflição.
Poder-se-ia pensar que Ele aceitou a escória deles, se não os refinasse, e amou a
sujeira deles,se não os purificasse,mas por causa de Sua aversão aos seus pecados,
Ele não os poupará da fornalha, embora por causa do amor aos Seus filhos em
Cristo,os isentará do inferno.
Como a espada sempre desceu sobre a família de Davi,depois de seu indigno trato
no caso de Urias,Ele cortou sempre e por algum tempo,alguns dos seus ramos?
Às vezes,Ele pune mais severamente Seu próprio povo nesta vida,do que outros.
Sobre a desobediência de Jonas, uma tempestade o persegue e um grande peixe o
engole,enquanto o mundo profano vive em suas luxúrias sem controle.
Moisés, por um ato de incredulidade é excluído de Canaã, quando pecadores
maiores atingiram essa felicidade.
Não é um castigo ligeiro, mas uma vingança que Ele aplica às suas invenções, e
manifesta que odeia o pecado como pecado, não porque as piores pessoas o
cometem.
“Tu lhes respondeste, ó Senhor, nosso Deus; foste para eles Deus perdoador, ainda
que tomando vingança dos seus feitos”. [Sl 99: 8]
Talvez, se um homem profano tivesse tocado na arca, a mão de Deus não teria
chegado tão de repente, mas quando Uzá, um homem zeloso, como pode ser
suposto por seu cuidado para o apoio da arca cambaleante,sairia do seu lugar,Ele o
atacaria por sua ação desobediente,ao lado da arca.
“Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta
irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus”. [2 Sm 6: 7]
O Senhor jamais permitirá que Sua santidade seja invadida e desonrada; que ela
seja considerada coisa comum, e Suas ordens em relação ao modo com que
devemos nos aproximar dEle podem ser quebradas.
Uzá foi fixado como um exemplo, de que Ele sempre julgará aqueles que
quebrarem Seus mandamentos,ainda que sob uma intenção aparentemente boa e
racional,como a daquele que tentou evitar a queda da arca da aliança.
Não devemos, portanto andar na presença de Deus de forma descuidada neste
mundo, sob o engano de que não há nenhum mal em fazê-lo, porque Ele parece
demorado,ou mesmo ignorar Seus juízos.
Mas, não nos enganemos, pois por Sua longanimidade pode fixar um juízo no
momento mesmo do ato pecaminoso, e executá-lo somente vários anos depois,
conforme a Bíblia está repleta de exemplos a esse respeito.
No ano de 1968 houve em todo o mundo a chamada “revolução ou rebelião
cultural”, contra todos os costumes existentes até então, relativos à manutenção
dos valores e da boa ordem na sociedade,conforme é da vontade de Deus. Os anos
se passaram desde então, e chegamos ao estado em que nos encontramos
presentemente,com um mundo ocidental totalmente irreverente e blasfemo.
É curioso pensar que, os que se encontram na faixa de maior mortalidade pelo
coranavirus eram os jovens que capitanearam aquele movimento rebelde em
1968,e passaram a agir no sentido da quebra dos valores antigos desde então.
As crianças e os mais jovens de hoje estão sendo relativamente poupados, pois o
juízo foi determinado sobre aqueles, daquela geração ímpia. Estes, que têm sido
poupados, se permanecerem na prática da iniquidade, também serão julgados, e
até mesmo por juízos mais rigorosos.
Nós vemos um exemplo disso com o povo de Israel, que saiu do Egito com Moisés.
No espaço de 40 anos, todos os que eram daquela geração ímpia tombaram no
deserto, e seus filhos foram poupados - mas, quando estes permaneceram na
prática da impiedade como seus antepassados, o juízo também os alcançou,
conforme podemos ver, sobretudo nos dois cativeiros, Assírio e Babilônico, que os
dispersaria por todo o mundo.
O ódio de Deus é universalmente fixado contra o pecado, e o odeia naqueles que
não caem sob a Sua eterna ira, porque são assegurados pelos braços do Redentor,
por quem a culpa é eliminada e a sujeira deve ser totalmente lavada; Ele odeia seu
pecado,e não pode deixar de odiá-lo,mas os ama por serem unidos como membros
do Mediador e Cabeça da Igreja.
Um homem pode amar um membro gangrenado, porque é o membro do seu
próprio corpo, ou um membro de uma relação querida; mas detesta a gangrena
nele,mais do que naqueles com quem ele não está tão preocupado.
Embora o ódio de Deus pelos crentes seja removido pela fé, na satisfatória morte
de Jesus Cristo,Sua antipatia contra o pecado não foi tirada por esse sangue...; não,
porque isto seria impossível.
Esta repulsa de Deus ao pecado foi devidamente ensinada por Jesus. Ele disse que
deveríamos odiar nossa vida neste mundo,para podermos ser Seus discípulos.
O que isto quer significar, senão que devemos detestar a condição de haver ainda
em nós, enquanto neste mundo, o chamado pecado inerente ou residente,
conforme é descrito pelo apóstolo,no sétimo capítulo da epístola aos Romanos?
E não somente pelo nosso próprio pecado, mas por todo o pecado que há neste
mundo,especialmente nos ímpios?
Aqui, não é nenhum lugar para uma permanente alegria sem sombras, pois é dito
que bem-aventurados são os que choram. Quem anda em justiça e santidade há de
lamentar, pela condição pecaminosa que é uma realidade sempre presente aqui
embaixo.
Qual tem sido a nossa percepção desta vida?
É a mesma que existe em Deus?
Há consciência de um combate permanente,que é travado entre luz e trevas?
Há consciência da necessidade de se sair vitorioso nesta luta, por meio da graça e
fé em Jesus?
Há uma consciência da necessidade de vigilância e oração constante da nossa
parte,para que tal propósito possa ser atingido?
Ou somos distraídos o bastante pela carne, pelo mundo, e pelo diabo, para não
sermos diligentes em nossa santificação, mas negligentes até mesmo, a ponto de
esquecer de Deus e da Sua Palavra?
Onde estiver o nosso tesouro,também estará o nosso coração?
O que é o nosso tesouro; o que é terreno,ou o que é celestial? O que é natural,ou o
que é espiritual?
Aquilo que amarmos passará a ser o senhor do nosso coração!
Por nossas inclinações e escolhas pode-se determinar e definir quem é, de fato o
nosso senhor,se Deus ou Mamom. Se o nosso ego,ou a cruz. Se o velho homem,ou
a nova criatura em Cristo Jesus.
Qual é o vento que move o barco da nossa vida; o do Espírito Santo, da Palavra de
Deus, e da fé, ou meramente o da racionalidade e sabedoria humana, da riqueza e
força humanas?
Enfim, os ventos que sopram e são deste mundo, ou aquele que procedeu do alto
céu?
Os crentes coríntios eram movidos pela filosofia grega, e Paulo os classificou de
carnais, porque pretendiam entender a vida cristã definindo-a pela filosofia deste
mundo,e não pelo ensino do Espírito Santo.
Hoje, o trono dos corações de muitos crentes já não é mais ocupado pela filosofia,
mas pela psicologia, onde tudo começa com o homem e termina com o próprio
homem, assim Deus e a fé em Jesus ficam do lado de fora; nenhuma negação do
ego, nenhuma cruz, nenhuma renúncia. Nenhuma consagração. Nenhum viver
pelo que é invisível por meio da fé,mas pelo que é visível.
Não é de se admirar,que se veja tão poucas vidas realmente santificadas em nossos
dias. Há muita escória no ouro, e já não se pode mais perceber qualquer brilho
nele.
Estes são os dias da grande apostasia, que ocorrerá próxima à volta do Senhor, e
devemos vigiar contra isto, aumentando a nossa devoção a Deus e à Sua Palavra;
sobretudo nestes dias em que tantos devaneios e paixões são apresentados
diariamente diante de nós,quer no mundo real ou virtual.
Quantos não procuram viver de emoções passageiras, de arroubos de alegria
carnal manifestada das mais variadas formas, quer solitariamente, quer em
ajuntamentos para toda forma de folguedos.
Certamente, nunca foi a vontade do Senhor que vivêssemos de tal forma, em
ilusões e naquelas coisas que mais servem para nos afastar dEle, do que para nos
aproximar,e para sermos de fato,úteis a Ele e ao nosso próximo.
Aos ricos que viviam regaladamente em seus dias,desconsiderando a realidade do
mal não somente neles,mas ao seu redor,Jesus disse o seguinte:
“24 Mas ai de vós,os ricos! Porque tendes a vossa consolação.
25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que
agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar.
26 Ai de vós,quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com
os falsos profetas.” [Lc 6: 24-26]
Dos ricos nosso Senhor disse, quão difícil é para eles entrarem no reino dos céus,
no entanto não poucos fixam a sua esperança de felicidade nas riquezas deste
mundo.
Mas,veja com que grupo Jesus contrasta estes ricos:
“20 Então,olhando ele para os seus discípulos,disse-lhes: Bem-aventurados vós,os
pobres,porque vosso é o reino de Deus.
21 Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-
aventurados vós,os que agora chorais,porque haveis de rir.
22 Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos
expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como
indigno,por causa do Filho do Homem.
23 Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu;
pois dessa forma procederam seus pais com os profetas.” [Lc 6: 20-23]
A realidade é que nossa condição neste mundo, seja ela qual for, é apenas
transitória. Não é pelo que somos aqui, em termos de posses, poder, ou qualquer
outra condição terrena que devemos ser avaliados,mas pela santidade que houver
em nós,por causa da nossa união com Jesus.
Observe o exemplo que Ele nos deu nas parábolas do rico e do mendigo, e a do
homem rico que ajuntava em celeiros e não se importava com Deus e Sua vontade.
Sabemos os destinos distintos que couberam a eles - o que teve um viver
venturoso eterno vivia como miserável neste mundo.
Agora,devemos ser miseráveis,para sermos ricos na eternidade?
Não,de modo nenhum,porque o que o Senhor queria destacar é,que é pela riqueza
da graça que temos,e não pela riqueza de coisas materiais e terrenas que seremos
considerados cidadãos do reino dos céus.
Somos chamados a juntar tesouros no céu, e não na terra. A pensarmos nas coisas
do alto e não nas que são do mundo - isto faremos se for no céu que estiver o nosso
tesouro,porque é onde este está,que se encontra o nosso coração.
Avaliemo-nos constantemente, sondemos nosso coração por esta regra, e
corrijamos o nosso rumo,sempre que for necessário,e tudo irá bem conosco,quer
na vida presente,quer na futura.
Santidade
Parte 6
Amados, em um mundo promíscuo como o dos nossos dias, devemos sempre
trazer em lembrança que Deus não pode deixar de odiar mais a impureza, do que
deixar de amar a santidade; se Ele aprovasse, pelo menos instantaneamente
qualquer coisa que fosse imunda, naquele momento desaprovaria Sua própria
natureza e ser, e haveria uma interrupção do amor a Si mesmo, que é tão eterno,
quanto infinito.
Como Ele poderia amar qualquer pecado que seja contrário à Sua natureza, ainda
que por um momento, sem odiar Sua própria natureza, que é essencialmente
contrária ao pecado?
Daí ser dito,que aquele que ama o mundo se faz inimigo de Deus,porque Seu amor
ao mundo,a ponto de nos ter dado o próprio Filho unigênito,não é amor ao mundo
de pecado, mas aos que estão no mundo,mas não são do mundo - os que Ele deu a
Cristo.
Por isso o reino de Jesus não é,nem poderia ser deste mundo,conforme os ditames
e regras ímpias do mundo que não consideram neles,qual seja a vontade de Deus.
E não há qualquer exagero nesta afirmação, porque bem sabemos o quanto o
mundo odeia a simples ideia de se negar,para seguir a vontade de Jesus,conforme
tudo o que Ele nos apresenta como,por exemplo,no sermão do Monte.
O mundo chega a debochar de muitas das afirmações que Ele faz no referido
sermão,como o dever de amar os inimigos,de se oferecer a outra face,e de buscar
o reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar etc.
Assim, dois contrários não podem ser amados ao mesmo tempo; primeiro, Deus
deve começar a odiar a Si mesmo, antes de poder aprovar qualquer mal, que seja
diretamente oposto a Ele.
Na verdade,nós somos transformados com uma tentação,às vezes a acariciamos,e
às vezes testificamos uma indignação contra ela, mas Deus é sempre o mesmo,
sem qualquer sombra de mudança,e
"Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias”. [Sl 7: 11] - isto é,
ininterruptamente na natureza de Sua ira, embora não nos efeitos dela, pois a
retém e adia o juízo,na expectativa de que haja arrepedimento dos ofensores.
De fato, Deus pode ser reconciliado com o pecador, mas nunca ao pecado, pois
então deveria renunciar a Si mesmo, negar Sua própria essência e Sua divindade,
caso Sua inclinação para o amor do bem, e aversão do mal pudesse ser mudada,se
Ele sofresse o desprezo de um,e encorajasse a prática do outro.
Se Deus não fosse tão santo,e não exigisse uma completa santidade em nós,jamais
encontraríamos passagens como estas na Bíblia:
“14 Fazei tudo sem murmurações nem contendas,
15 para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no
meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros
no mundo,
16 preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que
não corri em vão,nem me esforcei inutilmente.” [Fl 2: 14-16]
“4 Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
5 Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante
de Deus,as vossas petições,pela oração e pela súplica,com ações de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a
vossa mente em Cristo Jesus.
8 Finalmente,irmãos,tudo o que é verdadeiro,tudo o que é respeitável,tudo o que
é justo,tudo o que é puro,tudo o que é amável,tudo o que é de boa fama,se alguma
virtude há e se algum louvor existe,seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso
praticai; e o Deus da paz será convosco.” [Fl 4: 4-9]
“9 Por esta razão,também nós,desde o dia em que o ouvimos,não cessamos de orar
por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em
toda a sabedoria e entendimento espiritual;
10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado,
frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;
11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a
perseverança e longanimidade; com alegria,
12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos
santos na luz.” [Cl 1: 9-12]
“1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do
alto,onde Cristo vive,assentado à direita de Deus.
2 Pensai nas coisas lá do alto,não nas que são aqui da terra;
3 porque morrestes,e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo,em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele,em glória.
5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão
lasciva,desejo maligno e a avareza,que é idolatria;
6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].
7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis
nelas.
8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade,
maledicência,linguagem obscena do vosso falar.
9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os
seus feitos
10 e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou;
11 no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro,cita,escravo,livre; porém Cristo é tudo em todos.
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de
misericórdia,de bondade,de humildade,de mansidão,de longanimidade.
13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim
também perdoai vós;
14 acima de tudo isto,porém,esteja o amor,que é o vínculo da perfeição.
15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração,à qual,também,fostes chamados
em um só corpo; e sede agradecidos.
16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos
mutuamente em toda a sabedoria,louvando a Deus,com salmos,e hinos,e cânticos
espirituais,com gratidão,em vosso coração.
17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor
Jesus,dando por ele graças a Deus Pai.” [Cl 3: 1-17]
Se fôssemos destacar todas as passagens que nos concitam a uma completa
santidade,destacaríamos quase toda a Bíblia,e por isso não se pode duvidar de que
seja,de fato,a vontade de Deus para conosco,que nos santifiquemos mais e mais.
Deus é tão santo,que não pode deixar de amar a santidade nos outros. Não que Ele
deva alguma coisa à sua criatura, mas provém da indizível santidade de Sua
natureza, de onde fluem as afeições para todas as coisas que possuem uma
semelhança com Ele; como a luz emana do sol, ou de qualquer corpo
resplandecente, é essencial para a infinita justiça de Sua natureza, amar a justiça
onde quer que Ele a veja.
“Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face”. [Sl
11: 7]
Ele não pode, por causa de Sua natureza, senão amar aquilo que tem alguma
conformidade com ela, que é o esboço de Sua própria sabedoria e pureza. Ele não
pode deixar de se deleitar com uma cópia de Si mesmo; Ele não teria uma natureza
santa,se não amasse a santidade em toda a natureza,e a Sua própria natureza seria
negada, se ela não afetasse tudo o que tenha um selo de Sua própria natureza.
sobre ela.
Isto não se trata de uma questão nocional,de um ato de escolha de se unir ao que é
santo, antes é uma lei da própria vida espiritual; que os semelhantes se atraiam e
os opostos se repilam,e vale tanto para o reino da luz,quanto para o das trevas.
Luz ama luz, e treva ama treva. Os maus se inclinam para os maus e rejeitam os
bons,e estes fazem justamente o oposto.
Todo o tom das Escrituras,do início ao fim é o da santidade de Deus,e o modo como
lidou com as nações à luz da santidade que é requerida por Ele.
A própria nação eleita de Israel ficou sujeita a muitos juízos corretivos e punitivos,
em razão de não dar a devida consideração à santidade que se exigia deles. Para
deixar bem marcado para o período da dispensação da graça, que seguiria ao do
Antigo Testamento, no qual, o Senhor adiaria muitos dos Seus juízos para o Dia do
Juízo Final,e se mostraria totalmente longânimo e paciente para com as pessoas de
todas as nações, até a volta de Jesus para julgá-las, Ele deixou devidamente
registrado nas páginas do Velho Testamento, o quanto odeia o pecado, ama a
justiça, e sujeita à punição todos aqueles que não se arrependem e não se
convertem a Ele,para que possam ser santificados.
Foram séculos sucessivos, de ações de juízo e revelações, ao lado das boas
promessas do evangelho para aqueles que viessem a crer em Jesus, e serem
purificados de seus pecados.
Deus criou o homem para ter comunhão amorosa com Ele, e como isto não pode
ser feito senão em santidade de vida, esta se impõe como necessária para o
cuprimento do referido propósito.
Há um prazer que brota espontaneamente e instantaneamente, quando duas
pessoas cheias do Espírito se encontram. Há mais do que uma concordância de
pensamento entre elas,pois o que as move é,sobretudo a atração espiritual que há
em suas naturezas santificadas - por isso, a santificação é a condição básica para
que possamos ter comunhão com Deus.
Ele não pode sentir-se unido e ter prazer, em quem não está santificado, porque
Sua natureza santa se inclina e o move para o que é santo, e se afasta do que é
carnal e mundano.
Na verdade, não havia nada fora de Deus que pudesse convidá-Lo a manifestar tal
bondade para o homem,como fez na criação,mas depois que Ele havia carimbado
essa natureza racional com uma justiça conveniente para isso, era impossível,
senão que Ele deveria amar ardentemente essa impressão de Si mesmo, porque
Ele ama Sua própria Deidade,e consequentemente todas as coisas que são faíscas e
imagens dEle.
Deus é tão santo, que não pode positivamente desejar ou encorajar o pecado em
ninguém.
Como Ele pode dar qualquer incentivo, àquilo que Ele não pode no mínimo,
aprovar ou olhar sem repugnância,não apenas o crime,mas o criminoso?
A luz poderia antes,ser a causa de trevas,do que a própria santidade ser a causa da
falta de santidade, absolutamente contrária a ela - é uma contradição, que Aquele
que é a Fonte do bem deva ser a fonte do mal; como se da mesma fonte brotassem
correntes doces e amargas,salgadas e potáveis.
“Acaso,pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? [Tg
3: 11]
Já que qualquer bem no homem reconhece Deus como seu autor, segue-se que os
homens são maus por sua própria culpa.
Não há necessidade de homens serem incitados, àquilo a que a corrupção de sua
própria natureza os move tão poderosamente. A água tem um princípio forçado
em sua própria natureza para carregá-la para baixo; não precisa de força para
acelerar a moção:
“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”.
“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz”. [Tg 1: 13,14]
Todos os preparativos para a glória são de Deus.
“a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de
misericórdia,que para glória preparou de antemão”, [Rm 9: 23]
Mas é dito;
“Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu
poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a
perdição”, [Rm 9: 22]
Mas de Deus não é dito restaurá-los; eles,por suas iniquidades se ajustam à ruína,
mas por Sua longanimidade,têm a destruição adiada por algum tempo.
A Importância da Santidade em Deus e em Nós
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A Importância da Santidade em Deus e em Nós

  • 2. A474 Alves, Silvio Dutra Santidade/ Silvio Dutra Alves.- 1ª edição - Rio de Janeiro, 2020. 403p 1. Teologia. 2. Vida Cristã. I. Título
  • 3. Santidade Parte 1 Irmãos, é somente quando se está em comunhão com Deus que Ele comunica graça e poder ao nosso espírito, para que se encontre no mesmo estado de santidade em que Ele se encontra - isto, e somente isto é que nos capacita à santificação. Assim, a santidade é muito mais do que simplesmente não praticar o mal, porque então,de muitos animais se poderia dizer,serem santos. A santidade demanda esta escolha consciente entre mal e bem, por se rejeitar o primeiro e escolher e praticar o segundo. Toda santificação existente nos seres morais, quer sejam homens, quer anjos; é o fruto,o resultado da infusão da graça santificante nos mesmos por Deus. Esta graça santificante opera de maneira que nosso espírito, coração e vontade sejam inclinados para a comunhão amorosa com Deus. Daí ser dito por Ele, já nos dias do Velho Testamento. “... Eu sou o Senhor que vos santifico”. [Lv 20: 8]. Esta verdade é confirmada por Jesus em Sua oração sacerdotal, em João 17, onde roga ao Pai que santifique os crentes,na verdade. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. [Jo 17: 17] Temos então, na oração de nosso Senhor, a indicação direta do meio que é usado por Deus para nos santificar, a saber, a Sua Palavra, a qual é a verdade. Sem o conhecimento e prática da Palavra não é possível haver verdadeira santificação. O pecado é exatamente o oposto a este estado de espírito bom e adequado de santidade; por isso Deus tanto o detesta, porque é a condição que busca a destruição da própria vida de Deus, porque Ele é santo, e o pecado é a inclinação oposta a tudo quanto Deus é em Si mesmo. A santidade é a inclinação de espírito para o bem; o pecado é a inclinação de espírito para o mal. Sendo Deus a única fonte da santidade, não é de se admirar que sejam tantas as exortações bíblicas no sentido de que se busque a santidade, não apenas por um exercício em deveres morais, mas essencialmente e sobretudo, por um caminhar com Deus, um andar no Espírito, uma busca de Cristo para que Ele viva em nós, porque não há outra forma para se vencer a concupiscência da carne, e todas as formas de tentação a que estamos sujeitos. Daí serem abundantes as exortaçãos que achamos na Palavra de Deus quanto a buscarmos a santificação,como as seguintes: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.” [Efésios 6: 10] “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.” [Gálatas 5: 16]
  • 4. “A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.” [Filipenses 4: 23] “mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.” [Rm 13: 14]. “permanecei em mim,e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim”. “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” [Jo 15: 4,5] “Vigiai e orai,para que não entreis em tentação; o espírito,na verdade,está pronto, mas a carne é fraca.” [Mt 26: 41] Em face de tudo isto, tendo-o experimentado em sua caminhada com o Senhor, com o qual falava face a face, Moisés assim se expressou em relação à pessoa de Deus: “Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade,terrível em feitos gloriosos,que operas maravilhas?” [Êx 15: 11] Este último versículo que acabamos de citar é uma das descrições mais sublimes da majestade e excelência de Deus em toda a Escritura. É uma parte da obra de Moisés,ou “canção triunfante”,depois do que Deus fez por eles em sua libertação do Egito. Aquela libertação foi apenas uma amostra de algo mais excelente a ser trabalhado no tempo do fim, quando as pragas do Senhor serão derramadas sobre os poderes anticristãos, que devem reavivar o mesmo cântico de Moisés na igreja,conforme se vê em Ap 15: 2,3. O cântico de Moisés afirma, que Deus é glorioso em santidade. Ele é exaltado ou honroso em santidade. A santidade de Deus é a Sua glória,como a Sua graça é a Sua riqueza; a santidade é a Sua coroa,e a Sua misericórdia é o Seu tesouro. Essa é a bem-aventurança e nobreza de Sua natureza; Ele tributa como glorioso em Si mesmo, e glorioso para Suas criaturas que entendem qualquer coisa desta adorável perfeição. Santidade é uma gloriosa perfeição pertencente à natureza de Deus; por isso, na Escritura é dito dEle muitas vezes, ser o Santo,o Santo de Jacó,o Santo de Israel - e muitas vezes intitulado o Santo,que é Todo-Poderoso,e estabelecido por esta parte de Sua dignidade mais do que por qualquer outra. A santidade é afixada como um epíteto ao Seu nome, mais do que qualquer outro atributo. É neste sentido que Ele é chamado de luz; como impureza é chamada escuridão - desta forma ambos são opostos um ao outro, Ele é uma luz pura e sem mistura, livre de toda a mácula em Sua essência,natureza e operações. A natureza de Deus não pode ser racionalmente concebida sem a santidade. A noção de Deus não pode ser concebida, sem separar dEle tudo o que é impuro, tanto em Sua essência e ações.
  • 5. A criação manifesta a existência e a glória de Deus, mas é especialmente pela experiência da Sua santidade em nós mesmos, que podemos conhecer quem Ele é realmente em Sua essência e glória - e nisto, também consiste a nossa própria glória, porque é em sermos santificados pelo Senhor, que podemos nos gloriar em justiça e em verdade. Foi a isto que o Senhor se referiu, quando o revelou através do profeta Jeremias, nas seguintes palavras: “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força,nem o rico,nas suas riquezas”; “mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado,diz o SENHOR”. [Jr 9: 23,24] E nosso Senhor Jesus Cristo, ainda em Sua oração sacerdotal, cujo tema gira em torno da unidade e santidade de Deus com Seu povo, relaciona a glória do conhecimento do amor do Pai,com a santidade,pois Ele diz: “ Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos”; “eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste,como também amaste a mim”. “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”. [Jo 17: 22-24] Nada soa tão sublime com tal solenidade,e tão frequentemente por anjos que estão diante de Seu trono,como este atributo da santidade. Onde você encontra algum outro atributo triplicado nos seus louvores,como se vê em; “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”; [Is 6: 3] “Os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descans,nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era,que é e há de vir”. [Ap 4: 8] Seu poder ou soberania, como Senhor dos Exércitos é apenas uma vez mencionada,mas com uma repetição terna de Sua santidade. Você ouve, em qualquer canção angelical, qualquer outra perfeição da Natureza Divina repetida três vezes? Onde lemos sobre o clamor “Eterno, eterno, eterno”, ou “Fiel, fiel, fiel” Senhor Deus dos Exércitos? Qualquer outro atributo é deixado de fora,mas com esse,Deus teria que encher as bocas de anjos e espíritos abençoados para sempre no céu. Ele escolhe o atributo da santidade para jurar, como vemos em; no ; "Uma vez jurei pela minha santidade (e serei eu falso a Davi?) ". [Sl 89: 35] "Jurou o Senhor Deus,pela sua santidade,"... [Am 4: 2]
  • 6. Ele jura duas vezes pela Sua santidade, e uma vez pelo Seu poder em; “Jurou o Senhor pela sua mão direita e pelo seu braço poderoso: Nunca mais darei o teu cereal por sustento aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu vinho,fruto de tuas fadigas. [Is 62: 8] E,de uma vez por todas,quando Ele jura por Seu nome; “Portanto,ouvi a palavra do Senhor, vós, todo o Judá, que habitais na terra do Egito: Eis que eu juro pelo meu grande nome, diz o Senhor, que nunca mais será pronunciado o meu nome por boca de qualquer homem de Judá em toda a terra do Egito, dizendo: Tão certo como vive o Senhor Deus”. [Jr 44: 26] Aqui, Ele coloca Sua santidade para prometer a garantia de Sua promessa, como o atributo mais caro e mais valorizado por Ele, como se nenhum outro pudesse dar uma garantia paralela a Ele, nesta promessa de uma redenção eterna que lá, é falada. Aquele que jura,jura por um maior que ele; Deus não tendo maior que Ele,jura por Si mesmo; e aqui,por Sua santidade; o que dá a entender que a santidade equivale a todos os Seus outros atributos somados, como se Ele estivesse mais preocupado com a honra da santidade,do que com todo o resto. Se a santidade é de tal importância suprema, seremos sábios e prudentes em nos esforçar para conhecer tudo o que for possível sobre a mesma e, de fato obtê-la e viver nela todos os dias de nossas vidas, pois não há outra forma de se agradar a Deus e fazer Sua vontade. Não admira a ênfase que nosso Senhor e todos os apóstolos deram à santificação,e a sua grande importância, como podemos ver nas seguintes passagens dentre outras: “Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo,continueis progredindo cada vez mais”; “porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus”. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; “que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,” [I Ts 4: 1-4] "Segui a paz com todos e a santificação,sem a qual ninguém verá o Senhor”, “atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,muitos sejam contaminados; “nem haja algum impuro ou profano,como foi Esaú,o qual,por um repasto,vendeu o seu direito de primogenitura.” [Hb 12: 14-16] “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” [1 Ts 5: 23]
  • 7. “Tendo,pois,ó amados,tais promessas,purifiquemo-nos de toda impureza,tanto da carne como do espírito,aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” [2 Co 7: 1] Muitas outras passagens das Escrituras sobre o dever da santificação poderiam ser citadas, mas, por enquanto, nos fixaremos apenas nestas, e daremos prosseguimento a este assunto em nossas próximas ministrações, se o bendito Senhor e Deus assim o permitir. Finalmente, só para que possamos entender melhor o significado da santificação de forma prática, observamos que em em todos os textos bíblicos citados anteriormente,que é o próprio Deus o agente ativo de toda a nossa santificação - o que significa senão, que o trabalho é feito inteiramente por Ele, por meio da ação do Espírito Santo; trabalho este que consiste principalmente, na implantação do fruto do Espírito em nós. Veja o caso do domínio próprio, por exemplo, do qual se afirma, ser parte do fruto do Espírito. Alguns crentes o obtêm instantaneamente,na conversão inicial,ou mesmo depois de passado um tempo considerável em sua caminhada na vida cristã? Podemos dizer por nós mesmos, que nunca é assim. Alguns, até mesmo não conseguem alcançá-lo em medida adequada, enquanto se encontram neste mundo. Qual a razão disto? É,porque Deus dificulta a concessão dos Seus dons e Sua graça a nós? De maneira alguma. Como a santificação é um processo em graus, e depende muito da nossa consagração ao Senhor na devida consideração à Sua Palavra, esta somente pode se transformar em poder, em nossa experiência prática de vida, por meio de nossa busca da renovação progressiva da mente,de forma que o Espírito Santo encontre um caminho para poder operar em nosso interior. Quando isto ocorre de fato, nós veremos de forma prática quão grande será a diferença em nosso viver, quando alcançamos o fruto do Espírito Santo chamado domínio próprio. Poderemos ficar alarmados em princípio,quando as tribulações se apresentarem a nós, mas logo o Espírito operará com Seu poder, livrando-nos de toda ansiedade, temor,e fazendo com que possamos dizer juntamente com o salmista: “Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha alma. [Sl 108: 1] E por que isto? Somente, porque sentimos e reconhecemos que não foi por nossa própria capacidade, mas pelo poder do Espírito que nos foi possível retornar à calma e à paz. Mas, esta é apenas uma pequena parte do trabalho da santificação, que sendo buscada nos levará a adentrar também na posse da alegria, do amor, da paz, da misericórdia, da bondade, da longanimidade, da fé inabalável, e de tantas outras
  • 8. virtudes que não são deste mundo, mas que podem ser encontradas somente em Jesus Cristo,quando permanecemos em comunhão com Ele. Bendito seja o Seu santo nome,para sempre! Amém! Santidade Parte 2 Irmãos, de tal sorte é a importância da santidade, como pudemos verificar já na primeira parte da nossa exposição, anterior a esta, que quando Deus jura, Ele o faz por Si mesmo ou então por Sua santidade,e nunca por qualquer outro atributo; isto significa que Ele penhora a Sua segurança, e se compromete com aquilo de que nunca irá se separar,se fosse possível que Ele fosse despojado de todo o resto. Ora, se é de tal ordem o valor, a importância, e a necessidade prioritária da santidad; como poderíamos negligenciar a chamada que Ele nos faz para sermos completamente santos? E como podemos proceder em verdadeira santidade de vida, se sequer compreendemos qual seja o seu significado? Já não falamos anteriormente, que na vida cristã não é possível queimar etapas quanto ao que se refere ao nosso amadurecimento na mesma? Quem pode se transformar em um pequeno espaço de tempo,de um bebê para um adulto? Quanto mais na vida espiritual, em que o crescimento não é automático e assegurado,conforme na vida natural! Ser santo demanda busca do alimento espiritual adequado e verdadeiro, que pode ser encontrado somente em Jesus e na Sua Palavra, mas ainda assim, ficamos na dependência de Deus trabalhar nas circunstâncias que contribuirão para a nossa renovação progressiva.
  • 9. Lembram do exemplo que apresentamos, quanto ao fruto do Espírito Santo chamado domínio próprio? Ainda que venhamos a estudar o assunto na Bíblia e em bons comentários bíblicos, até o ponto de dominá-lo suficientemente, não significa que somente com o conhecimento intelectual poderemos ver aplicado, o citado fruto na nossa experiência prática diária; pois para tanto, é preciso ser trabalhado e visitado pelo Espírito Santo, a fim de aprendermos a ter de fato, o domínio próprio que procede da parte dEle para nós. Mas, aqui deve ser devidamente considerado, que não estamos falando de sociologia, psicologia ou de qualquer outra ciência natural, para explicar aquilo que devemos buscar e alcançar. As coisas aqui referidas,não são deste mundo,não são naturais, mas espirituais, que somente podem ser experimentadas se permanecermos em comunhão com Jesus, como Ele mesmo afirma; que não podemos frutificar se não permanecermos nEle, e Ele em nós, pois sem Ele nada podemos fazer, especialmente no que se refere a estas realidades espirituais, celestiais e divinas, que operam na nova criatura nascida na conversão, através da operação do Espírito Santo. Entendem por que nos é ordenado a orar e a vigiar em todo o tempo? E de igual forma,quanto à meditação e prática da Palavra de Deus? Como poderei ser santificado,se não luto realmente contra o pecado? Se não vigio em relação a ele, e às tentações? Como poderei aprender a ser gentil em todo o trato, se não refreio meus impulsos precipitados, tanto no comportamento quanto no falar? Não posso me aprovar naquilo que a Palavra de Deus reprova. Logo, não é sem motivo que nos é ordenado também, a aceitarmos mansamente toda disciplina e correção que procedem da parte de Deus, e nos esforçarmos diligentemente para buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça. Aquele que fez a promessa de nos santificar em tudo é poderoso e fiel para fazê-lo, e toda falha e atraso neste assunto sempre será por nossa negligência,e nunca pela falta de desejo de Deus em nos santificar. Toda a beleza natural está fadada a terminar, mas a beleza da santidade é eterna e cresce mais e mais. Daí dizer-se em 2 Crônicas, que Deus deve ser louvado na beleza da santidade. “Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o Senhor, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao Senhor, porque a sua misericórdia dura para sempre”. [2 Cr 20: 21] Davi deseja “contemplar a beleza do Senhor,e habitar em seu santo templo”. “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida,para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”. [Salmo 27: 4]
  • 10. Santidade era a beleza do templo; “Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, Senhor, para todo o sempre”. [93: 5] Como a sinceridade é o brilho de toda graça em um cristão, então a pureza é o esplendor de todo atributo na Divindade. Sua justiça é uma justiça santa, Sua sabedoria é uma sabedoria santa, Seu braço de poder um braço santo, Sua verdade ou promessa de uma santa promessa; “Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória”. [Sl 98: 1] “Porque estava lembrado da sua santa palavra e de Abraão,seu servo”. [Sl 105: 42] Santo e verdadeiro andam de mãos dadas; “Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra”? [Ap 6:10). O nome dEle,que significa todos os Seus atributos em conjunto,é Santo. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome”. [Sl 103: 1) Sim,Ele é; “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras”. [Sl 145: 17] A santidade é a regra de todos os Seus atos,a fonte de todas as Suas punições. Se todo atributo da Deidade fosse um membro distinto, a santidade seria a estrutura; e a alma,o espírito para animá-los. Sem isso, Sua paciência seria uma indulgência ao pecado; Sua misericórdia, mero carinho; Sua ira, uma loucura; Seu poder, uma tirania; Sua sabedoria, uma sutileza orgulhosa. É a pureza que dá um decoro a todos. Sua misericórdia não é exercida sem ela, já que Ele não perdoa ninguém, além daqueles que têm interesse,por união,na obediência de um Mediador,que era tão deleitável por Sua infinita pureza. Sua justiça, que o homem culpado é capaz de taxar como crueldade e violência no exercício da mesma,não é representada fora da esfera desta regra. Nos atos da justiça vingativa do homem há algo de impureza, perturbação, paixão, alguma mistura de crueldade, mas nenhum destes caem sobre Deus nos mais severos atos de ira. Quando Deus aparece a Ezequiel,na semelhança do fogo, significa Sua ira contra a casa de Judá por sua idolatria, "Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos e daí para baixo, era fogo e,dos seus lombos para cima,como o resplendor de metal brilhante". (Ez 8: 2) Seu coração é claro em Seus atos mais terríveis de vingança; é uma chama pura, com a qual Ele queima Seus inimigos - Ele é santo na aparência mais ardente. Este atributo, portanto é muito pouco aplaudido, como quando Sua espada foi atraída,e Ele manifestou a maior ferocidade contra Seus inimigos.
  • 11. A expressão magnífica e triunfante de Moisés em seu cântico, segue justamente a miraculosa derrota efetuada por Deus,e a ruína do Exército egípcio: “Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em águas impetuosas”. [Êx 15: 10] Então segue: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade,terrível em feitos gloriosos,que operas maravilhas?” [Êx 15: 11] E foi assim, quando celebrado pelos serafins; “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava”. “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. “As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça”. [Is 6: 2-4] Que são sinais de ira como se vê no Salmo 18. “Então,a terra se abalou e tremeu,vacilaram também os fundamentos dos montes e se estremeceram,porque ele se indignou”. “Das suas narinas subiu fumaça,e fogo devorador,da sua boca; dele saíram brasas ardentes”. [18: 7,8] E, quando Ele estava prestes a enviar Isaías sobre uma mensagem de julgamentos espirituais e temporais; ele faria o coração daquele povo nédio, seus ouvidos pesados,e seus olhos fechados; deixando suas cidades sem habitantes,e suas casas sem homens, tornando a terra assolada. “Mas, engordando-se o meu amado, deu coices; engordou-se, engrossou-se, ficou nédio e abandonou a Deus,que o fez,desprezou a Rocha da sua salvação”. [Deut 32: 15] “Então,disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi,ouvi e não entendais; vede,vede,mas não percebais”. “Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração,e se converta,e seja salvo”. “Então, disse eu: até quando, Senhor? Ele respondeu: Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes,as casas fiquem sem moradores,e a terra seja de todo assolada”, “e o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo”. [Is 6: 9-12] Os anjos, que aqui estão Lhe louvando por Sua santidade são os executores de Sua justiça, e aqui chamados serafins, espíritos ardentes ou de fogo, como sendo os ministros de Sua ira. Sua justiça é parte de Sua santidade, por meio da qual Ele reduz à ordem, aquelas coisas que estão fora de ordem. Quando Ele está consumindo homens por Sua ira, Ele não diminui, mas manifesta pureza. “O SENHOR é justo,no meio dela; ele não comete iniquidade; manhã após manhã, traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha.” [Sf 3: 5]
  • 12. Toda ação de Deus está livre de toda a tintura do mal. Ele também é celebrado com louvor, pelos quatro seres viventes sobre Seu trono, quando aparece em um traje de aliança com um arco-íris sobre Seu trono, e ainda com trovões e relâmpagos disparados contra Seus inimigos; para mostrar que todos os Seus atos de misericórdia,bem como de justiça,são limpos de qualquer mancha - isto é a coroa de todos os Seus atributos; a vida de todos os Seus decretos, o brilho de todas as Suas ações. Nada é decretado por Ele, nada é representado por Ele, senão o que é digno da santidade,e se tornando a honra deste atributo. “e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda”. “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco,em cujas cabeças estão coroas de ouro”. “Do trono saem relâmpagos,vozes e trovões, e,diante do trono,ardem sete tochas de fogo,que são os sete Espíritos de Deus”. “Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal,e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás”. “O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem,e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando”. “E os quatro seres viventes,tendo cada um deles,respectivamente,seis asas,estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era,que é e que há de vir”. [Ap 4: 3-8] Se a santidade tem a ver com a essência da natureza do ser,quanto àquilo que Ele é, de fato como pessoa, não podemos então, confundir os momentos em que somos purificados por sentir a presença de Deus em nossas devoções, com a santidade propriamente dita. Embora haja uma ação santificante nessas visitas em certa medida, todavia se não temos aquela habitual condição de um coração puro, por conta de todos os exercícios espirituais e transformações que experimentamos ao longo de nossa vida, não podemos afirmar necessariamente, que somos santificados meramente por estes momentos de comunhão com Deus. O fruto é resultante da íntima relação vital com a árvore que lhe dá origem, e assim,nós somos como ramos na videira verdadeira,que é Jesus. É necessário permanecer nEle, para que o fruto do Espírito venha a ser produzido em nossa vida, o qual passa a ser parte da nossa própria essência. Esta é a ação eficaz da graça santificante. Não se trata de ter aprendido a ser educado e cortês, a ser brando no falar, ainda que estas coisas sejam preciosas em si mesmas, todavia, não respondem por si só, àquela santificação que é o resultado do Espírito Santo em nossa nova natureza recebida do ato na nossa conversão inicial.
  • 13. Por exemplo, se alguém nos causa pequeno ou grande dano, não importa o tamanho da ofensa, somos dirigidos e ordenados pelo Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus, a perdoar, amar o inimigo, andar a segunda milha, a oferecer a outra face,etc. Se buscamos nos compensar, de alguma forma, sem levar em consideração estas ordenanças,quer recorrendo à justiça comum dos homens,ou então por qualquer outra forma, tendo sentimentos de mágoa e ressentimentos, é um sinal evidente de que não estamos ainda santificados pela obediência e temor à Palavra divina. Santidade Parte 3 Amados,nós vimos em nossas exposições anteriores,que a santidade consiste na essência do próprio ser. Todavia, como diferentemente dos anjos eleitos, que são perfeitos em santidade, nós, que estamos sendo restaurados à imagem de Jesus Cristo,dependemos não somente de infusões continuadas da graça,como também de adquirir por meio de disciplina os hábitos que a santidade requer, de modo que sejam implantados de forma indissolúvel à nossa nova natureza adquirida na conversão. Daí sermos exortados a crescermos na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo,durante a nossa jornada terrena; por exemplo,para ilustrar este ponto, nosso Senhor disse, que aquele que não renunciar a tudo o que é e a tudo o que tem,não pode ser Seu discípulo. O que vem a ser esta renúncia que Ele requer,para que possamos ser discipulados por Ele? Seria somente renúncia aos hábitos pecaminosos, ou será que inclui também, renúncia a coisas que não são pecaminosas em si mesmas? Seguir a Jesus demanda a negação do nosso ego,e tomar nossa cruz diariamente - tomar a cruz, não significa sair em procura de sofrimentos e tribulações, mas escolher sempre a vontade de Deus em vez da nossa, e suportar tudo com paciência esperando inteiramente no fortalecimento da Sua graça. Deus não exigiu de Adão que se abstivesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque aquele fruto fosse venenoso, ou impróprio por algum outro motivo para ser consumido. O fruto era bom em si mesmo e não continha qualquer mal, mas foi exatamente por este motivo,que a renúncia exigida por Deus a Adão,colocou à prova se ele era obediente a Ele ou não.
  • 14. E assim, também nós, se desejarmos de fato obedecer a Jesus, deveremos fazer muitas renúncias a coisas e situações que em si mesmas não são pecaminosas, conforme o Senhor exigir de cada um de nós, para que sejamos encontrados fazendo um uso adequado dos nossos bens,talentos,tempo e tudo o mais,de modo que Ele possa ser servido e glorificado. O amor ao Senhor, e à Sua vontade e Palavra deve ter o primeiro lugar em tudo, e não apenas a precedência, mas a preferência absoluta, sem que façamos qualquer transigência. Não é isto que vemos claramente,em várias passagens bíblicas? Saul perdeu um reino, por ter poupado o gado e o rei dos amalequitas. Deus não pode ser obedecido e servido pela metade, ou em qualquer parte, pois não há obediência verdadeira onde esta não for integral. Quantos não se desviam da presença do Senhor, por não se disciplinarem neste ponto! Eles se envolvem com as coisas lícitas do mundo a tal ponto, que Deus fica inteiramente esquecido em seus pensamentos. Quando isto acontece, como poderiam escolher entre aquilo que Deus requer, e o que é da própria vontade deles? Deus nos quer livres, mas colocou limites em nossa liberdade. Se não dermos a devida atenção a isto,jamais poderemos andar em acordo com Ele. Como poderíamos estar em concordância, quando Sua vontade vai em uma direção e a nossa em outra? Por isso, se requer para a santidade, acima de tudo, que tenhamos o devido temor permanente ao Senhor e à Sua Palavra em nossa mente e coração,sabendo que isto não procede de nós mesmos, e que somente Ele pode gerá-lo em nós, quando O buscamos com sinceridade. É o próprio Deus que coloca e gera o amor a Ele dentro de nós - não podemos fazê- lo. É uma operação invisível que nos inclina para Ele,e passa a ter o primeiro lugar em tudo em nossa vida e vontade. Todas as demais pessoas e coisas perderão a preferência, quando esta graça nos é concedida pelo Senhor, de nos ligar a Ele em amor. Esta comunhão e unidade espiritual com Deus não poderia ser de outra forma, porque é somente em santidade, com um coração puro, que podemos participar da intimidade amorosa com o Senhor,porque Ele é completamente santo e puro. Por isso, sempre é necessário trazer à lembrança, que a aliança da graça foi feita diretamente entre Deus Pai e Deus Filho, sendo nós apenas os beneficiários da aliança que foi feita,para que pudéssemos ser tornados filhos de Deus,por meio da obediência e obra de Jesus Cristo. Tudo o que é exigido de nós na santificação é por meio dEle,que se tornou da parte de Deus para nós, a nossa justiça, redenção,sabedoria e santificação; ou seja, o que viermos a obter e ser, sempre será por meio da Sua graça operando em nós, segundo o poder de Seu espírito vivificante, e nunca por algo existente em nós mesmos.
  • 15. Muitos se esforçam em vão segundo a carne,em exercícios e disciplinas rigorosos que nada aproveitam para produzir a verdadeira santidade que procede do alto,de Deus, segundo o Espírito Santo. É a isto que o apóstolo Paulo se refere em Colossenses 2: “8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; 9 porquanto,nele,habita,corporalmente,toda a plenitude da Divindade. 10 Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. 11 Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne,que é a circuncisão de Cristo, 12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. 13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne,vos deu vida juntamente com ele,perdoando todos os nossos delitos; 14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; 15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo,triunfando deles na cruz. 16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova,ou sábados, 17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. 18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos,baseando-se em visões,enfatuado,sem motivo algum,na sua mente carnal, 19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos,cresce o crescimento que procede de Deus. 20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo,vos sujeitais a ordenanças: 21 não manuseies isto,não proves aquilo,não toques aquiloutro, 22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso,se destroem. 23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.” [Cl 2: 8-23] É especialmente referindo-se a todo este esforço carnal em exercícios carnais,que nada aproveita para a verdadeira vida santa e piedosa, na qual devemos nos exercitar,que o apóstolo se dirigiu a Timóteo: 7 “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade.
  • 16. 8 Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa,porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser. 9 Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação.” [I Tm 4: 7-9] Não se pode misturar o que é carnal com o que é espiritual e santo. O que é nascido da carne sempre será carnal,e não verdadeiramente espiritual. A carne para nada aproveita aos propósitos santos de Deus, pois é somente o espírito quem vivifica e produz a referida santidade. A santidade de Deus não é poluída pelo mal. Como nós chamamos de ouro puro aquele que não é misturado com nenhuma impureza, e roupa limpa aquela que está livre de qualquer sujeira, então a natureza de Deus é alienada de todas as sombras do mal,todo contágio imaginável. A santidade é a retidão,ou integridade da natureza Divina em plena conformidade, tanto em relação à vontade Divina, quanto à Sua lei eterna. Como não há trevas em Seu entendimento, também não há erro em Sua vontade; como Sua mente está possuída com toda a verdade, então não há desvio em Sua vontade. Ele ama toda verdade e bondade,e odeia toda a falsidade e o mal. Em relação à Sua justiça,Ele ama a retidão. “Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face”. [Sl 11: 7] "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade,e contigo não subsiste o mal”. [Sl 5: 4] Ele valoriza a pureza em Suas criaturas, e detesta toda a impureza, seja interior ou externa. Podemos, de fato, distinguir a santidade de Deus de Sua justiça em nossas concepções - a santidade é uma perfeição absolutamente considerada na natureza de Deus; a justiça,uma perfeição como se referindo aos outros em Suas ações,para com eles e sobre eles. A santidade é a perfeita fidelidade de Deus para consigo mesmo,com Sua essência imutável em bondade,amor,justiça,misericórdia. Tudo isso e todos os Seus demais atributos não são apenas manifestações temporárias,mas realidades que estão presentes em todo o tempo em Sua própria essência, de modo que se diz, que Ele é amor, e não apenas que tem amor ou expressa amor. Ele é de igual modo, justiça, misericórdia, longanimidade, alegria, força, poder, sabedoria e todas as demais virtudes em perfeição, que são realidades em Sua essência divina. É no conjunto de todas estas virtudes que consiste o atributo singular da santidade. Ela é o que dá brilho a todos os demais atributos. É o que faz Deus ser em Si mesmo, luz,brilho,pureza,e tudo mais que O torna perfeitamente belo em Sua natureza. Agora,por que estamos apresentando todos estes conceitos? Simplesmente para tentar definir o indefinível, a saber, a natureza e a essência de Deus?
  • 17. Não, evidentemente; é sobretudo para sermos dirigidos para o alvo que devemos atingir, pois fomos chamados em Jesus para sermos semelhantes a Ele em santidade. É para a perfeição da santidade que fomos vocacionados, de modo que nos é revelado em várias passagens da Escritura como, por exemplo, em I Pedro, onde se lê o seguinte: “1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto,Galácia,Capadócia,Ásia e Bitínia”, 2 “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” [1 Pe 1: 1,2] Observe que é dito,que fomos eleitos,conforme a presciência de Deus Pai,mas em santificação do Espírito Santo, com o propósito da obediência e de sermos purificados pelo sangue de Jesus. É para isso que aponta o propósito da conversão; da nossa chamada para sermos crentes,a saber,o de sermos completamente santificados pelo Espírito Santo - este trabalho é iniciado e avançado aqui na terra,e será concluído em perfeição no céu. Então, a santidade é uma perfeição essencial e necessária em Deus, pois Ele é essencialmente e necessariamente, santo. E é para isso mesmo, que fomos chamados e vocacionados. Não pode haver vida abundante e glória eterna sem santidade. A santidade de Deus é tão necessária quanto Seu ser; tão necessária quanto Sua onisciência - como Ele não pode deixar de saber o que é certo,então não pode deixar de fazer o que é justo. Observe mais uma vez,que é para alcançar isso que somos chamados,uma vez que fomos criados para sermos à Sua imagem e semelhança,em santidade. Então, a santidade deve ser entendida, mais como sendo uma fruição de um ser santo, do que um esforço para fazer escolhas acertadas, e rejeitar as que seriam erradas. O que queremos dizer com isto, é que quando a fonte é limpa, a água que dela flui será também limpa. Se não formos santificados, não poderemos produzir atos e pensamentos santos. Faça-se primeiro boa a árvore e então, o fruto também será bom, pois a árvore má não pode produzir bons frutos. Assim como é no natural, também é ainda muito mais no espiritual; por isso a oferta daquele que não estivesse santificado, não poderia ser considerada limpa e aceita por Deus. Primeiro, somos ordenados a nos reconciliarmos com nossos irmãos, vencendo todo tipo de amargura e mágoa em nosso interior, e somente depois, nos apresentarmos diante do Senhor para adorá-Lo - assim nos foi ensinado diretamente por Jesus,quanto ao modo como devemos nos encontrar para sermos aceitos por Deus. Primeiro,confessar e abandonar o pecado,e somente depois se aplicar na adoração e obra de Deus. Poucos dão a devida atenção a esta exigência da santidade e justiça de Deus, e se aplicam à Sua obra de maneira inadequada, pensando que tanto eles quanto suas ações podem ser aceitáveis,enquanto o vaso se encontra sujo.
  • 18. Se somos vasos de honra para o Senhor,por sermos crentes de fato,todavia,o vaso deve estar limpo para ser usado por Ele, conforme somos ensinados em várias passagens,tanto do Velho quanto do Novo Testamento. Precisaríamos de uma palavra mais clara e direta do que a seguinte, para sermos convencidos de que Deus requer de Seus filhos ,que eles sejam realmente santos? “15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,que maneja bem a palavra da verdade. 16 Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. 17 Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. 18 Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé a alguns. 19 Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. 20 Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns,para honra; outros,porém,para desonra. 21 Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,santificado e útil ao seu possuidor,estando preparado para toda boa obra. 22 Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que,de coração puro,invocam o Senhor.” [1 Tm 2: 15-22] Esta pureza é de caráter evangélico, enquanto estivermos aqui neste mundo, pois não seremos jamais bons e santos, no sentido absoluto em que Deus o é imutavelmente em Sua natureza. É pelo sangue de Jesus e por meio da fé nEle,que somos aproximados de Deus. Não temos outro caminho de acesso, senão somente Ele e Seus méritos, todavia esta pureza de coração é algo que é exigido, pois toda aproximação a Deus deverá ser feita com um coração puro,uma boa consciência e uma fé não fingida. É necessário que o façamos com humildade e contrição de espírito, uma vez que aqui somos ainda imperfeitos e pecadores, desejando, chorando, e clamando para sermos santificados em todo o nosso corpo,alma e espírito. Este coração puro evangélico tem mais a ver, com a sinceridade e nosso empenho em andar na presença de Deus, mediante estrita observância da Sua Palavra, e aplicação em aprendê-la para cumpri-la realmente, do que com simples religiosidade externa, ou qualquer outra forma de procedimento com o intuito de se agradar ao Senhor. Ele olha para o coração, e habita com aquele que é de espírito contrito e treme da Sua Palavra. Como já dissemos antes,somente Ele próprio pode gerar isto em nós,e o fará quando formos de fato, sinceros em nossa busca da Sua face, para fazer aquilo que seja da Sua vontade. É dito com muita propriedade, que quanto mais somos santificados, mais enxergamos o quanto somos pequenos e falhos,e quanto Deus é perfeito e sublime
  • 19. - mas esta descoberta,que é produzida em nós pelo Espírito Santo à luz da Palavra, não é para nos desanimar ou desencorajar; ao contrário, é para que possamos avançar ainda mais na santificação, abandonando nossas faltas, e agir com um coração que seja conforme o do próprio Jesus. Enquanto houver em nós esta verdadeira atitude, de querer honrar e agradar a Deus em tudo,Ele sempre nos receberá em Seus átrios para adorá-Lo e servi-Lo. Não poderia ser de outra forma,pois é somente na luz que podemos ver a Sua luz. A luz revela a nossa sujeira para que a limpemos, e nos apresentemos purificados a Deus, pelo sangue de Jesus, conforme o dizer do apóstolo: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,santificado e útil ao seu possuidor,estando preparado para toda boa obra.” [2 Tm 2: 21] Em sentido prático, muito desta purificação consiste na separação, que a presença e o amor de Cristo impõe entre aqueles que são Seus, e os que são do mundo. E, mesmo entre os que são Seus é ordenado, que se separem daqueles crentes que andam desordenadamente, não privando da comunhão com eles, para que se arrependam. No próprio texto da passagem de 2 Timóteo 2,que acabamos de destacar,o apóstolo Paulo se refere a isto dizendo o seguinte: “Foge,outrossim,das paixões da mocidade. Segue a justiça,a fé,o amor e a paz com os que,de coração puro,invocam o Senhor.” [ 2 Tim 2: 22] A própria palavra “igreja” no original grego, “eklesia”, possui o prefixo ek, que significa “tirar para fora”. Então,literalmente se refere,a assembléia daqueles que foram tirados para fora do mundo,para servirem a Deus. Este é um trabalho realizado não somente de forma exterior, mas também em nosso interior pelo Epírito Santo, dando cumprimento àquela palavra de Jesus, de que veio trazer uma espada de separação, mesmo dentro das famílias nucleares, onde aqueles que O seguissem, seriam separados para seguirem um rumo diferente daqueles que se colocassem em oposição a Ele. Muitos crentes tentam violar esta realidade imposta por Cristo, buscando reconciliação com os que procedem de modo mundano, tentando ter comunhão com eles, como se fosse possível haver tal coisa entre luz e trevas; e não poucos se colocam em jugo desigual com os incrédulos, praticando as mesmas obras que eles tanto amam, com o fim de não desagradá-los. Mas, caso não se desviem com isso, o final sempre será de decepção e desilusão, porque não se pode unir aquilo que Deus separou,assim como não se pode separar o que Ele juntou.
  • 20. Santidade Parte 4 Meus amados,estaremos dando prosseguimento ao assunto da santidade,e como em tudo é exigido de nós separação e pureza, importa explicarmos o significado desta separação e pureza à luz do evangelho, pois estamos incumbidos da mesma missão que Jesus veio cumprir neste mundo, a saber, a de proclamar e oferecer o perdão, o amor, a misericórdia, a libertação das trevas, do pecado e do diabo, e proclamar todas as demais bênçãos do evangelho,aos pecadores. Então, como se pode conciliar ordenanças bíblicas que podem parecer díspares, como as seguintes: 1) a de não nos assentarmos e nos determos no caminho dos pecadores e na roda dos escarnecedores; com a de pregar o evangelho a toda criatura? 2) a de fugirmos daqueles que vivem na impiedade, como veremos daqui a pouco na passagem de 2 Timóteo 3: 1-5; com a de amarmos até mesmo os nossos inimigos,orar pelos que nos perseguem e abençoá-los,mas nunca amaldiçoá-los? Muitas outras aparentes ordenanças contraditórias são encontradas na Bíblia,mas como dizemos, são apenas aparentes, porém não verdadeiramente contraditórias, pois o que deve ser distinguido em todas elas é que,quando se fala em separação,o sentido não é necessariamente o de algo que deve ser feito quanto à presença física, ou aproximação física, mas a não seguir o mesmo espírito, a não praticar as mesmas coisas e,a não concordar com aquilo que segue na contramão da vontade divina. O apóstolo se refere à impossibilidade de haver comunhão entre luz e trevas, e do crente com o incrédulo. Todavia, esta é a realidade imposta a espíritos que se encontram sob influências distintas,a saber,um sob a luz e outro sob as trevas,um sob Deus, e outro sob o diabo - e não que somos impedidos de ir aos que se encontram nas trevas com o intuito de resgatá-los das trevas para a luz, e do domínio de Satanás para o de Deus,conforme a ordenança que foi dada por Jesus,a Paulo, que se encontra registrada em Atos 26, pois é justamente esta a missão do evangelho,da qual todos os crentes são encarregados. Jesus veio ao mundo, não para condená-lo, mas para salvá-lo. O evangelho que devemos pregar,a ninguém condena,senão a rejeição do mesmo. Nosso sentimento então, deve estar voltado para a conversão e salvação dos pecadores,e não para sua condenação eterna.
  • 21. Então,devemos ter esta verdade sempre diante de nós,enquanto meditamos sobre as coisas que são ditas sobre a realidade tenebrosa do mundo, especialmente nestes últimos dias, e sobre as coisas terríveis que sobrevirão a todos aqueles que vivem na prática da iniquidade,resistindo à vontade de Deus. Na sequência da passagem de 2 Timóteo 2, que apresentamos em nossa exposição anterior,o apóstolo Paulo nos diz na introdução do capítulo 3,o seguinte: “1 Sabe,porém,isto: nos últimos dias,sobrevirão tempos difíceis, 2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores,desobedientes aos pais,ingratos,irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores,atrevidos,enfatuados,mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” [2 Tm 3: 1-5] A multiplicação da iniquidade no mundo sempre cresceria, até chegar ao que foi apontado pelo Espírito Santo,através do apóstolo. E, porventura isto não é uma verdade, que temos presenciado ao longo da história da humanidade; especialmente em nossos dias, em que parece que tal profecia foi dada particularmente para essa época? Qual foi o motivo principal de sermos alertados por Deus sobre este estado de coisas,senão,como o próprio texto nos ensina,a nos prevenirmos,não seguirmos o mesmo espírito que opera no mundo, e vigiarmos contra isto, de modo a não cairmos de nossa firmeza na graça? Se não houvesse o perigo de nos desviarmos de Deus por causa da influência do mundo; qual seria o proveito em sermos avisados sobre este estado de coisas? Somos enviados para o meio de lobos, e por isso devemos ser simples como as pombas,mas prudentes como as serpentes - porém,entre os lobos existem muitas ovelhas que precisam ser achadas e resgatadas para o Senhor; por isso necessitamos estar preparados para receber os ataques provenientes dos lobos com muita paciência, longanimidade, e misericórdia, confiando e esperando totalmente pela fé,no livramento que nos virá da parte do Senhor. Não são apenas as coisas agradáveis, que o mundo presente procura envolver a humanidade como um todo. A velocidade com que a comunicação pode ser realizada atualmente, tem contribuído muito para que padrões de comportamentos ímpios sejam espalhados sob a falsa capa da busca de paz e segurança. O que se oferece é segurança e paz no viver fundadas no que o apóstolo profetizou pelo Espírito Santo,na passagem que acabamos de citar, e não na justiça e verdade divinas. É em meio a muito egoísmo, avareza, jactância, arrogância, blasfêmias, desobediência, ingratidão, irreverência, falta de afeição, implacabilidade, calúnia, falta de domínio própro, crueldade, inimizade ao bem e a Deus, traição, atrevimento, orgulho, e busca insaciável de prazeres carnais, que tal paz e
  • 22. segurança têm sido buscadas pelo mundo e implantadas nele - e em meio a tudo isso é que a obra da pregação do evangelho deve prosseguir,até que Jesus volte. É pelo silenciamento de boas consciências pela imposição de regras e leis que ditam comportamentos contrários ao amor,pureza,justiça e bondade de Deus,que a humanidade em geral está buscando sua forma segura,mas ímpia,de viver. Onde pode haver verdadeira paz na alma, ou na sociedade como um todo, quando tanta iniquidade como a citada,impera em todo o mundo? Mas, um viver na graça, na paz, na justiça e no amor de Deus se impõe a nós em qualquer circunstância, mesmo quando o mundo estiver chegando ao ápice da medida da sua iniquidade, com tanta imoralidade, crueldade, impureza, torpeza, e todo tipo de mal extremado agindo ao nosso redor, e as pessoa transmitindo aparência de estarem muito felizes com isto. Devemos ser Noés em nossos dias,para que possamos vencer todo o mal e cumprir a vontade do Senhor. Não podemos deixar ser levados pelo falso argumento do mundo, de que não há qualquer mal em sermos mundanos, pois afinal estamos no mundo e todos são pecadores. Todavia, se estamos no mundo, não somos do mundo; e se somos pecadores, não somos no mesmo sentido dos demais,que não temem e amam a Deus. Os que são ímpios e réporobos não se arrependem de seus pecados, mas nós, não somente nos arrependemos, como nos entristecemos por eles, gememos e lutamos para deixá-los, de modo que não venhamos a entristecer e apagar o Espírito Santo. Não admira que seja tão intensa e constante a propaganda para se evitar toda forma de discriminação nestes dias, chegando mesmo a ser classificado como um crime,fazer separação entre bem e mal,e luz e trevas,pois segundo o mundo tudo é o mesmo, e erram aqueles que buscam evitar a outros por causa de práticas e hábitos diferentes dos que são seus. Tudo deve ser incorporado, inserido - este é o grande esforço do mundo para abraçar a todos debaixo do mesmo lençol. Ora, somos alertados pelo Senhor em relação a isto, que o mundo nos odiaria por sermos diferentes e não atendermos aos seus apelos, para nos entregarmos àquelas práticas que são sabidamente contrárias à vontade de Deus. Estamos no mundo mas não pertencemos a ele. É pela instrução do Espírito Santo,que saberemos a quem receber e a quem evitar, o que poderá ser momentoso ou permanente, pois muitos poderão mudar de posição por meio da operação da graça divina; e assim como Deus passará a recebê-los, é nosso dever agir do mesmo modo. Por isso precisamos de comunhão permanente com Jesus, para que possamos discernir tudo adequadamente, pelo Espírito. Vemos assim, que a santidade inclui muito mais do que simplesmente sermos aperfeiçoados em abandonar nossos pecados, pois exige também este relacionamento adequado com todas as pessoas, com discernimento e intenso amor ao próximo,na busca do bem eterno da sua alma.
  • 23. Muitas vezes,crentes lutaram pelo bem eterno daqueles que não o buscavam para si mesmos,e triunfaram com suas orações em favor deles,com o bom testemunho que deram. O crente deve orar por todos, suportar ofensas, amar até mesmo inimigos, porém não deve fazê-lo através dos mesmos artifícios que os mundanos usam para estarem em acordo com todos, pois o crente nunca deve abandonar sua função de ser sal e luz do mundo; pois como poderia sê-lo quando perde o sabor, ou a capacidade de iluminação? Temos um referencial seguro para seguir, que é o da santidade perfeita de Deus, que emana da própria pessoa do Senhor. Somos não somente convocados, mas ordenados para isto, pois Jesus diz que devemos ser perfeitos assim como o Pai é perfeito, e que devemos fazer Sua vontade perfeitamente aqui na Terra, do mesmo modo como ela é feita no céu,pelos santos aperfeiçoados e pelos anjos. Não há segurança e paz para o crente, a não ser no próprio Deus, por isso somos ordenados a não colocarmos nosso motivo de viver em qualquer criatura, que inclui até mesmo,aqueles que nos são mais queridos e próximos. Um espírito puro é aquele que está desmamado do mundo e da dependência sentimental, emocional e espiritual de qualquer criatura, tendo apenas a Deus como sua rocha firme e inabalável, o que implica numa separação do espírito, de tudo o que é terreno, para estar ligado unicamente ao Senhor - e toda forma de ligação espiritual com outros crentes deve, necessariamente proceder da nossa ligação espiritual com Jesus,e ser uma mera consequência dessa ligação do ramo, com a Videira verdadeira. Mas, como já dissemos anteriormente, somente Deus é absolutamente santo, e toda santidade que possuímos neste mundo é de caráter evangélico, a saber, pela infusão da graça perdoadora e santificadora do evangelho de Jesus Cristo. “Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma,como o nosso Deus”. [1 Sam 2: 2] Esta é a glória peculiar de Sua natureza; como não há ninguém bom, senão Deus, então não há nenhum santo,senão Deus. Nenhuma criatura pode ser essencialmente santa,porque é mutável; a santidade é a substância de Deus,mas na criatura,uma qualidade e acidente. Deus é infinitamente santo; criaturas são finitamente santas. Ele é santo de si mesmo,as criaturas são santas por derivação dEle. Ele não é apenas santo, mas santidade; santidade no mais alto grau, é sua única prerrogativa. Como o mais alto céu é chamado o céu dos céus, porque abraça em seu círculo todos os céus,contém a magnitude deles,e tem uma maior vastidão acima de tudo que envolve, assim é Deus, o Santo dos santos; Ele contém a santidade de todas as criaturas juntas,e infinitamente mais. Como toda a sabedoria, excelência e poder das criaturas, se comparadas com a sabedoria, excelência e poder de Deus é apenas loucura, vileza, e fraqueza; então a mais alta pureza criada,se colocada em paralelo com Deus,é apenas impureza.
  • 24. “... Pois só tu és santo”... [Ap 15: 4] Isto é como a luz de um verme brilhante,para a do sol. Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições; [Jó 4:18] Embora, Deus tenha coroado os anjos com uma santidade sem mancha, e os colocado em uma habitação de glória, no entanto, tão ilustres como são, eles têm uma indignidade em sua própria natureza para aparecer diante do trono,de modo santo a Deus; sua santidade torna-se fraca e pálida em Sua presença. É apenas uma sombra fraca daquela pureza Divina,cuja luz é tão gloriosa,que os faz cobrir seus rostos com fraqueza para contemplá-Lo,e cobrir seus pés por vergonha em si mesmos. Eles não são puros superlativamente em sua visão, porque, embora amem a Deus tanto quanto podem,ainda assim,não tanto quanto Ele merece. Eles O amam com o grau mais intenso, de acordo com seu poder, mas não com o grau mais intenso, de acordo com sua própria amizade, porque não podem amar a Deus infinitamente, a menos que fossem tão infinitos quanto Deus, e tivessem um entendimento de suas perfeições igual ao que Ele tem de Si mesmo, e tão imenso quanto Seu próprio conhecimento. Deus, tendo um conhecimento infinito de Si mesmo, só pode ter um amor infinito a Si mesmo e, consequentemente, uma santidade infinita sem qualquer defeito, portanto, embora os anjos estejam isentos de corrupção, não podem entrar em comparação com a pureza de Deus, sem reconhecimento de uma obscuridade em si mesmos. Além disso, Ele os acusa de insensatez e não confia neles, porque têm o poder de pecar,embora não o ato de pecar; eles têm uma possível insensatez em sua própria natureza para serem acusados. A santidade é uma qualidade separável deles, mas é inseparável de Deus. Se eles não tivessem, a princípio uma mutabilidade em sua natureza, nenhum deles poderia ter pecado - embora os anjos eleitos nunca sejam mudados, ainda são mutáveis em sua própria natureza; sua posição firme em santidade é devida à graça,não à natureza. Embora eles sejam preservados para sempre, não são, nem nunca podem ser imutáveis por natureza,pois então devem estar no mesmo fundamento do próprio Deus; mas eles são apoiados pela graça contra aquela mutabilidade da natureza que é essencial para uma criatura; só o Criador tem imortalidade, isto é, imutabilidade. “Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito,contemplado por anjos,pregado entre os gentios, crido no mundo,recebido na glória”. [1 Tim 3:16] Isto que se diz dos anjos, também é aplicável a nós que somos criaturas morais, tanto quanto eles. É importante fixar bem esta verdade em nossa mente e coração, para que nunca pensemos que a perfeição de santidade, que se exige de nós é absoluta quanto à sua essência, do mesmo modo que é encontrada na pessoa de Deus.
  • 25. Somente Ele é santo em essência,e nós,Suas criaturas,sempre por infusões da Sua graça em nós, porque temos uma natureza mutável, diferentemente dEle que é imutável. Somos mutáveis, porque precisamos crescer em conhecimento, sabedoria,e em tudo o que se refere a um ser amadurecido em santidade por Deus. Um bebê não necessita crescer,até que se torne um adulto? O mesmo se aplica a nós como seres espirituais, só que neste último caso, este crescimento nunca cessará,assim como ocorre no plano natural. O que se infere disto, senão que quando algum crente se dá por satisfeito com a medida de santidade que alcançou, é porque está equivocado, ou ignora o que seja de fato, este crescimento espiritual que nunca cessa, apesar de ser possível se chegar ainda neste mundo, a um nível de maturidade espiritual do qual pode ser dito, que somos perfeitos, ou seja amadurecidos, para toda boa obra, assim como o apóstolo Paulo se refere a si mesmo na carta aos Filipenses; em que afirma o seguinte: “7 Mas o que,para mim,era lucro,isto considerei perda por causa de Cristo. 8 Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus,meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo,para ganhar a Cristo 9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo,a justiça que procede de Deus,baseada na fé; 10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos,conformando-me com ele na sua morte; 11 para,de algum modo,alcançar a ressurreição dentre os mortos. 12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo,também isto Deus vos esclarecerá. 16 Todavia,andemos de acordo com o que já alcançamos.” [Filipenses 3: 7-16] Observe que ele diz, que não havia atingido a perfeição completa da santidade, e a plenitude soberana da vocação em Jesus,mas ao mesmo tempo fala de ser perfeito com os perfeitos. O que isto significa, senão que na primeira citação de não ser perfeito, há uma consideração à nossa mutabilidade como criaturas que somos, e que ninguém possui a perfeição absoluta em essência e natureza neste mundo - e na segunda citação de ser perfeito, a referência aqui é ao estado de maturidade espiritual que ele havia alcançado, e que deve ser buscado por todos os crentes, quanto a
  • 26. chegarem ao significado e à prática da obra que Jesus Cristo realizou em favor deles, ou seja, ao conhecimento do verdadeiro evangelho, da aliança da graça, e do modo que convém viver para Deus em santo trato e piedade. É uma verdade certa, que nenhuma criatura pode ser naturalmente imutável e impecável,já que Deus não pode criar nada realmente poluído e imperfeito. É possível que a mais alta criatura possa pecar,pois é possível que seja aniquilada; e pode não se tornar santa. A santidade de uma criatura pode ser reduzida a nada,assim como sua substância, mas a santidade do Criador não pode ser diminuída,obscurecida,ou ofuscada. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto,descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. [Tg 1: 17] É tão impossível que sua santidade seja apagada, como sua Deidade deveria ser extinta, porque qualquer criatura que tenha essencialmente tais qualidades, não pode ser despojada delas,sem que seja de sua essência. Como um homem é essencialmente racional; se ele cessa de ser racional,ele cessa de ser homem. O sol é essencialmente luminoso; se ele deveria tornar-se escuro em seu próprio corpo,deixaria de ser o sol. Em relação a esta absoluta e única santidade de Deus, é três vezes repetido pelos serafins. “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. [Is 6: 3] A repetição tripla de uma palavra assinala a certeza,ou o caráter absoluto da coisa, ou a irreversibilidade da resolução, como: “Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será...” [Ez 21: 27] Observa a certeza do julgamento também; "Ai,ai,ai",três vezes repetido,significa o mesmo. “E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo,e tornou-se em sangue a terça parte do mar”. [Ap 8: 8] A santidade de Deus é tão absolutamente peculiar para Ele, que não pode ser expressada nas criaturas,mais do que Sua onipotência,pela qual elas poderiam ser capazes de criar um mundo; ou a Sua onisciência, pela qual elas poderiam ser capazes de conhecer todas as coisas,e a Deus como Ele se conhece. O que decorre então, dessa condição de ser Deus assim santo em Sua natureza, senão que devemos andar humildemente em Sua presença, reconhecendo não apenas a nossa total dependência dEle e da Sua graça, para que sejamos transformados progressivamente nos seres que Ele planejou que fôssemos, perante Ele em santidade?
  • 27. “6 Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos,com bezerros de um ano? 7 Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? 8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça,e ames a misericórdia,e andes humildemente com o teu Deus.” [Miqueias 6: 6-8] Finalmente cabe destacar, que o propósito desta convocação a sermos santos e a caminhar humildemente com o Senhor é, sobretudo para o nosso próprio bem, e atingimento do alvo da nossa criação, pois não é possível estar em uma condição adequada e boa de alma, nos sentindo seguros, felizes, em paz, em toda e qualquer circunstância, a não ser unicamente por sermos santificados por Deus, para vivermos em união e comunhão real com Ele. Santidade Parte 5 Irmãos, se a santificação não tivesse um poder real para nos transformar, removendo a nossa iniquidade e colocando em seu lugar as virtudes que pertencem a Cristo; de que valor seria a morte e ressurreição do Senhor para nós? Que tipo de salvador Ele seria de fato, uma vez que não tivesse o poder necessário para nos purificar,para a vida do céu? Porque no céu não pode habitar nada impuro, assim não poderíamos sequer sonhar em ser futuros cidadãos do céu,caso não houvesse esta obra de purificação. Muitos se iludem pensando, que depois da morte todos serão automaticamente purificados de todo pecado para ingressarem na nova vida celestial. Iludem-se,
  • 28. porque esta purificação não é algo acidental, mas um trabalho progressivo que é realizado naqueles que desejam ser santificados. Não se edifica uma casa nova no lugar de uma velha,sem que esta última seja antes derrubada,para que a nova possa ser erguida - assim sucede no grande trabalho da santificação,que é operado naqueles que pertencem a Jesus. O velho homem deve ser crucificado e ser despojado dele, para o recebimento e crescimento da nova criatura gerada pelo Espírito Santo. Deus é tão santo,que não pode aprovar qualquer mal feito por outros e,se isto não O aborrecesse perfeitamente, não seria mais uma santidade gloriosa a que existe nEle. “Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal”. [Salmo 5: 3] Ele não apenas ama aquilo que é justo, mas abomina com perfeito ódio, todas as coisas contrárias à regra da justiça, de modo que tem fixado um dia em que cada um deverá ser julgado por Ele,por todas as suas obras,sejam boas,ou más. Ele nos criou com uma disposição para a adoração, que deve ser dirigida exclusivamente a Ele. Então, quando há a recusa de adorar somente a Ele, esta inclinação será direcionada para a criatura,seja ela inanimada ou não. Observe quão horrendo pecado é o daquele que se coloca na posição de ídolo,para ser adorado por outros. Sua culpa é ainda maior diante de Deus, do que a daqueles que o adoram,porque está roubando a glória que é devida somente ao Senhor. O ídolo, seja ele qual for, humano ou quaquer outro, não é Deus. Não possui os atributos exclusivos da divindade, assim não passa de um falso deus criado na imaginação de seus adoradores, como se o fosse de fato - o Deus que é todo verdade não pode admitir e tolerar uma mentira. Mas, como isto é algo tão generalizado em nossa época, especialmente no mundo ocidental em relação aos que são artistas e esportistas, torna-se banalizado e até mesmo admirado por muitos, que pensam erroneamente ser algo muito próspero e feliz,o ser adorado por outros. Não é sem motivo que nosso Senhor nos adverte, a não buscarmos o aplauso dos homens, com um “cuidado” antecedendo Sua advertência, pois há grande perigo de ficarmos sujeitos aos juízos de Deus,quando o fazemos ou aspiramos a isto. Também deve ser considerado, que a santidade não pode mais aprovar o pecado, do que pode cometê-lo, porque se deleitar com o mal no ato de outro contrai uma culpa, assim como a daquele que o cometeu, porque a aprovação de uma coisa é um consentimento à mesma. Este parece ser o maior pecado que há no mundo presente, em que tantos que, apesar de não cometerem certas abominações,como são classificadas por Deus na Sua Palavra,no entanto as aprovam,seja por motivo de parecerem boas e toleráveis aos homens, ou por não enxergarem realmente nenhum mal nelas, ou por qualquer outro motivo.
  • 29. Eles não levam em conta,que a aprovação de um mal em outra pessoa é um crime mais grave do que o ato em si,como aparece em Romanos. “Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem”. [Rm 1: 32] Onde o “não somente” manifesta-se como uma culpa maior a ser contraída,por se ter prazer neles. Todo pecado é agravado pelo deleite, porque ter prazer no mal, da ação de outro, mostra mais ardente afeição e amor ao pecado, do que o próprio praticante pode ter; o que nos ensina,que a obra da santificação deve ser realizada não somente em nossas ações,mas também em nossas intenções e inclinações. Deus nos julga segundo o que está em nosso coração,e não apenas conforme o que se manifesta em nossas ações. A natureza de Deus é tão santa, que ele não pode senão odiar o pecado, porque é mais oposto a ele,do que a luz às trevas. “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar”... [Hab 1: 13] Ao pecador, a mentira pode ser considerada como algo inofensivo e natural, mas não é assim que é considerada por Deus,que é a verdade. Quando alguém,sendo do sexo feminino afirma ser do sexo masculino,até mesmo autoridades terrenas podem aprovar tal comportamento, mas não pode e jamais será aprovado por Deus,porque não é algo que se funde na verdade. Assim, este critério é passado por Ele sobre todas as demais coisas que são feitas presentemente, para a citada inclusão geral pretendida, onde todos teriam a escolha de definirem o que seja verdadeiro para eles, segundo seus próprios gostos. Deus detesta que, ao que é mal chamem ou considerem como bem, e vice-versa. Luz é luz e treva é treva, positivo é positivo, e negativo é negativo, certo é certo, e errado é errado. Não há esta coisa de cada um escolher a doutrina que melhor lhe convenha no evangelho, porque a verdade é absoluta, não possui áreas cinzentas em que numa época é possível afirmar,que a segurança da salvação é eterna,e em outra que esta pode ser perdida. De alguns crentes seria requerida a santidade, enquanto que de outros não seria exigida. O Deus que é imutável, tem uma vontade e santidade que são também imutáveis, quanto aos princípios estabelecidos para nosso procedimento diante dEle e dos homens. Um amor de santidade, não pode ser sem ódio de tudo o que é contrário à mesma. É nisto que se funda o ódio de Deus ao pecado,pois Ele é perfeitamente santo.
  • 30. A santidade odeia e se opõe à impureza, bem como a repele, porque não pode permitir ser destruída por ela. Importa que a vida vença e não a morte; se a santidade é vida e o pecado é morte, então não é difícil entender porque Deus odeia o pecado. Como Deus necessariamente ama a Si mesmo, visto que nada há nEle digno de reprovação ou falta, então Ele deve necessariamente, odiar tudo o que é contra Si mesmo - e como Ele ama a Si mesmo por Sua própria excelência e santidade, Ele deve necessariamente detestar tudo o que é repugnante à Sua santidade,por causa do mal da coisa em si. Desde que Ele é infinitamente bom, não pode deixar de amar o bem, já que é uma semelhança consigo mesmo, nem pode deixar de aborrecer a injustiça, como sendo algo muito distante e contrário a Ele. Se Ele tem alguma estima por Suas próprias perfeições, precisa ter uma aversão implacável a tudo o que é tão repugnante para Ele, que se fosse possível iria destruí-Lo; já que é um ponto dirigido, não só contra Sua glória, mas contra Sua vida. É sabido, que o mal não pode gerar e sustentar a manutenção da verdadeira vida espiritual e santa, de modo que deverá ser erradicado do mundo, quando Jesus voltar para julgá-lo. Deus é vivo. É a própria fonte da vida. Não é Deus de mortos, mas de vivos; então deve combater e extirpar o mal que é contrário em Si mesmo, à vida santa, abundante e celestial. De tal sorte é o ódio que Deus tem ao pecado, que Jesus nos diz que seria melhor para nós cortarmos a mão direita,e arrancarmos o olho direito,do que tolerarmos e praticarmos o pecado. Ele pagou com o preço da Sua própria morte para que fôssemos libertados do pecado; e como poderíamos justificar a prática ou permanênca de qualquer pecado em nós? Mas, não é o grande mal desta época a tolerância e prática de coisas, que mais do que pecaminosas são verdadeiras abominações para Deus? Banalizou-se o mal, e são poucos aqueles que buscam de fato, se apresentarem santificados a Deus em todo o seu procedimento. O apóstolo Pedro foi ensinado diretamente por Jesus e pelo Espírito Santo, quanto ao modo como devemos viver neste mundo: “10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. 11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
  • 31. 12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados,serão desfeitos,e os elementos abrasados se derreterão. 13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. 14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz,sem mácula e irrepreensíveis,” [II Pedro 3: 10-14] Não se pode, também deixar de considerar que, caso Deus fizesse vista grossa ao pecado ou não o odiasse tanto, Ele colocaria em risco a continuidade da vida em amor,de todas as demais criaturas que amam a santidade e lhe permanecem fiéis, pois elas dependem inteiramente da graça de Deus e Suas perfeições em santidade,para que possam continuar sendo santas,e assim,tendo a vida eterna. A continuidade da vida depende então,da santidade,mais do que se possa pensar. (2) Por isso mais do que tudo,Deus opera para que Seu povo seja santo; e em várias passagens das Escrituras afirma expressamente, que os crentes devem ser santos assim como Ele é santo. Jesus orou em João 17,para que os crentes fossem santificados na verdade,pelo Pai. Paulo afirma expressamente, que a vontade de Deus para os crentes é a santificação em Cristo Jesus. A santidade em nós depende essencialmente,de nossa comunhão com Cristo para um andar no Espírito Santo, porque Ele próprio se tornou da parte de Deus para nós,a nossa santificação. Quanto mais alguma criatura é santificada, tanto mais é avançada na aversão daquilo que é contrário à santidade, portanto sendo Deus a mais alta,mais absoluta e infinita santidade,infinitamente odeia a falta de santidade; e sendo infinitamente justo,infinitamente abomina a injustiça; sendo infinitamente verdadeiro,abomina infinitamente a falsidade. Tanto é assim, que os que não se arrependerem e não forem salvos serão submetidos a uma condenação eterna e infinita,em sofrimentos no inferno. Assim como é da retidão da natureza de Deus, que Ele tenha um contentamento e satisfação na retidão; “Porque o Senhor é justo,ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face. [Sl 11: 7] Assim, é da mesma justiça de Sua natureza, que Ele detesta o que quer que seja moralmente mau,logo como Sua natureza é infinita,assim deve ser Sua aversão. Aqui não devemos confundir a paciência, a misericórdia, e a longanimidade de Deus manifestadas na obra de graça de Jesus em nosso favor, com Sua aversão e ódio ao pecado,tanto que foi por esta aversão e ódio que Jesus sofreu terrivelmente em nosso lugar. Assim,nenhum obreiro da iniquidade está isento disso. “Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniquidade”. [Sl 5: 5) Pois,não é pecado como nesta ou naquela pessoa,ou tão grande ou pequeno, mas o pecado,como o pecado é o objeto do Seu ódio divino.
  • 32. Ele é um Deus ciumento da Sua glória. “Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” [Êx 20: 5] Uma metáfora tirada de maridos ciumentos,que não suportarão o menor adultério em suas esposas,nem Deus a menor deserção do homem,de Sua lei. Todo ato de pecado é um adultério espiritual, negando que Deus seja o principal bem,e dando essa prerrogativa por aquele ato,a alguma coisa vil. Ele odeia mais o pecado em Seu povo do que em Seus inimigos; Ele não os liberta de Sua vara, o testemunho de sua aversão a seus crimes; e quem semeia a iniquidade,ceifará a aflição. Poder-se-ia pensar que Ele aceitou a escória deles, se não os refinasse, e amou a sujeira deles,se não os purificasse,mas por causa de Sua aversão aos seus pecados, Ele não os poupará da fornalha, embora por causa do amor aos Seus filhos em Cristo,os isentará do inferno. Como a espada sempre desceu sobre a família de Davi,depois de seu indigno trato no caso de Urias,Ele cortou sempre e por algum tempo,alguns dos seus ramos? Às vezes,Ele pune mais severamente Seu próprio povo nesta vida,do que outros. Sobre a desobediência de Jonas, uma tempestade o persegue e um grande peixe o engole,enquanto o mundo profano vive em suas luxúrias sem controle. Moisés, por um ato de incredulidade é excluído de Canaã, quando pecadores maiores atingiram essa felicidade. Não é um castigo ligeiro, mas uma vingança que Ele aplica às suas invenções, e manifesta que odeia o pecado como pecado, não porque as piores pessoas o cometem. “Tu lhes respondeste, ó Senhor, nosso Deus; foste para eles Deus perdoador, ainda que tomando vingança dos seus feitos”. [Sl 99: 8] Talvez, se um homem profano tivesse tocado na arca, a mão de Deus não teria chegado tão de repente, mas quando Uzá, um homem zeloso, como pode ser suposto por seu cuidado para o apoio da arca cambaleante,sairia do seu lugar,Ele o atacaria por sua ação desobediente,ao lado da arca. “Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus”. [2 Sm 6: 7] O Senhor jamais permitirá que Sua santidade seja invadida e desonrada; que ela seja considerada coisa comum, e Suas ordens em relação ao modo com que devemos nos aproximar dEle podem ser quebradas. Uzá foi fixado como um exemplo, de que Ele sempre julgará aqueles que quebrarem Seus mandamentos,ainda que sob uma intenção aparentemente boa e racional,como a daquele que tentou evitar a queda da arca da aliança.
  • 33. Não devemos, portanto andar na presença de Deus de forma descuidada neste mundo, sob o engano de que não há nenhum mal em fazê-lo, porque Ele parece demorado,ou mesmo ignorar Seus juízos. Mas, não nos enganemos, pois por Sua longanimidade pode fixar um juízo no momento mesmo do ato pecaminoso, e executá-lo somente vários anos depois, conforme a Bíblia está repleta de exemplos a esse respeito. No ano de 1968 houve em todo o mundo a chamada “revolução ou rebelião cultural”, contra todos os costumes existentes até então, relativos à manutenção dos valores e da boa ordem na sociedade,conforme é da vontade de Deus. Os anos se passaram desde então, e chegamos ao estado em que nos encontramos presentemente,com um mundo ocidental totalmente irreverente e blasfemo. É curioso pensar que, os que se encontram na faixa de maior mortalidade pelo coranavirus eram os jovens que capitanearam aquele movimento rebelde em 1968,e passaram a agir no sentido da quebra dos valores antigos desde então. As crianças e os mais jovens de hoje estão sendo relativamente poupados, pois o juízo foi determinado sobre aqueles, daquela geração ímpia. Estes, que têm sido poupados, se permanecerem na prática da iniquidade, também serão julgados, e até mesmo por juízos mais rigorosos. Nós vemos um exemplo disso com o povo de Israel, que saiu do Egito com Moisés. No espaço de 40 anos, todos os que eram daquela geração ímpia tombaram no deserto, e seus filhos foram poupados - mas, quando estes permaneceram na prática da impiedade como seus antepassados, o juízo também os alcançou, conforme podemos ver, sobretudo nos dois cativeiros, Assírio e Babilônico, que os dispersaria por todo o mundo. O ódio de Deus é universalmente fixado contra o pecado, e o odeia naqueles que não caem sob a Sua eterna ira, porque são assegurados pelos braços do Redentor, por quem a culpa é eliminada e a sujeira deve ser totalmente lavada; Ele odeia seu pecado,e não pode deixar de odiá-lo,mas os ama por serem unidos como membros do Mediador e Cabeça da Igreja. Um homem pode amar um membro gangrenado, porque é o membro do seu próprio corpo, ou um membro de uma relação querida; mas detesta a gangrena nele,mais do que naqueles com quem ele não está tão preocupado. Embora o ódio de Deus pelos crentes seja removido pela fé, na satisfatória morte de Jesus Cristo,Sua antipatia contra o pecado não foi tirada por esse sangue...; não, porque isto seria impossível. Esta repulsa de Deus ao pecado foi devidamente ensinada por Jesus. Ele disse que deveríamos odiar nossa vida neste mundo,para podermos ser Seus discípulos. O que isto quer significar, senão que devemos detestar a condição de haver ainda em nós, enquanto neste mundo, o chamado pecado inerente ou residente, conforme é descrito pelo apóstolo,no sétimo capítulo da epístola aos Romanos? E não somente pelo nosso próprio pecado, mas por todo o pecado que há neste mundo,especialmente nos ímpios?
  • 34. Aqui, não é nenhum lugar para uma permanente alegria sem sombras, pois é dito que bem-aventurados são os que choram. Quem anda em justiça e santidade há de lamentar, pela condição pecaminosa que é uma realidade sempre presente aqui embaixo. Qual tem sido a nossa percepção desta vida? É a mesma que existe em Deus? Há consciência de um combate permanente,que é travado entre luz e trevas? Há consciência da necessidade de se sair vitorioso nesta luta, por meio da graça e fé em Jesus? Há uma consciência da necessidade de vigilância e oração constante da nossa parte,para que tal propósito possa ser atingido? Ou somos distraídos o bastante pela carne, pelo mundo, e pelo diabo, para não sermos diligentes em nossa santificação, mas negligentes até mesmo, a ponto de esquecer de Deus e da Sua Palavra? Onde estiver o nosso tesouro,também estará o nosso coração? O que é o nosso tesouro; o que é terreno,ou o que é celestial? O que é natural,ou o que é espiritual? Aquilo que amarmos passará a ser o senhor do nosso coração! Por nossas inclinações e escolhas pode-se determinar e definir quem é, de fato o nosso senhor,se Deus ou Mamom. Se o nosso ego,ou a cruz. Se o velho homem,ou a nova criatura em Cristo Jesus. Qual é o vento que move o barco da nossa vida; o do Espírito Santo, da Palavra de Deus, e da fé, ou meramente o da racionalidade e sabedoria humana, da riqueza e força humanas? Enfim, os ventos que sopram e são deste mundo, ou aquele que procedeu do alto céu? Os crentes coríntios eram movidos pela filosofia grega, e Paulo os classificou de carnais, porque pretendiam entender a vida cristã definindo-a pela filosofia deste mundo,e não pelo ensino do Espírito Santo. Hoje, o trono dos corações de muitos crentes já não é mais ocupado pela filosofia, mas pela psicologia, onde tudo começa com o homem e termina com o próprio homem, assim Deus e a fé em Jesus ficam do lado de fora; nenhuma negação do ego, nenhuma cruz, nenhuma renúncia. Nenhuma consagração. Nenhum viver pelo que é invisível por meio da fé,mas pelo que é visível. Não é de se admirar,que se veja tão poucas vidas realmente santificadas em nossos dias. Há muita escória no ouro, e já não se pode mais perceber qualquer brilho nele.
  • 35. Estes são os dias da grande apostasia, que ocorrerá próxima à volta do Senhor, e devemos vigiar contra isto, aumentando a nossa devoção a Deus e à Sua Palavra; sobretudo nestes dias em que tantos devaneios e paixões são apresentados diariamente diante de nós,quer no mundo real ou virtual. Quantos não procuram viver de emoções passageiras, de arroubos de alegria carnal manifestada das mais variadas formas, quer solitariamente, quer em ajuntamentos para toda forma de folguedos. Certamente, nunca foi a vontade do Senhor que vivêssemos de tal forma, em ilusões e naquelas coisas que mais servem para nos afastar dEle, do que para nos aproximar,e para sermos de fato,úteis a Ele e ao nosso próximo. Aos ricos que viviam regaladamente em seus dias,desconsiderando a realidade do mal não somente neles,mas ao seu redor,Jesus disse o seguinte: “24 Mas ai de vós,os ricos! Porque tendes a vossa consolação. 25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar. 26 Ai de vós,quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.” [Lc 6: 24-26] Dos ricos nosso Senhor disse, quão difícil é para eles entrarem no reino dos céus, no entanto não poucos fixam a sua esperança de felicidade nas riquezas deste mundo. Mas,veja com que grupo Jesus contrasta estes ricos: “20 Então,olhando ele para os seus discípulos,disse-lhes: Bem-aventurados vós,os pobres,porque vosso é o reino de Deus. 21 Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem- aventurados vós,os que agora chorais,porque haveis de rir. 22 Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno,por causa do Filho do Homem. 23 Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas.” [Lc 6: 20-23] A realidade é que nossa condição neste mundo, seja ela qual for, é apenas transitória. Não é pelo que somos aqui, em termos de posses, poder, ou qualquer outra condição terrena que devemos ser avaliados,mas pela santidade que houver em nós,por causa da nossa união com Jesus. Observe o exemplo que Ele nos deu nas parábolas do rico e do mendigo, e a do homem rico que ajuntava em celeiros e não se importava com Deus e Sua vontade. Sabemos os destinos distintos que couberam a eles - o que teve um viver venturoso eterno vivia como miserável neste mundo. Agora,devemos ser miseráveis,para sermos ricos na eternidade?
  • 36. Não,de modo nenhum,porque o que o Senhor queria destacar é,que é pela riqueza da graça que temos,e não pela riqueza de coisas materiais e terrenas que seremos considerados cidadãos do reino dos céus. Somos chamados a juntar tesouros no céu, e não na terra. A pensarmos nas coisas do alto e não nas que são do mundo - isto faremos se for no céu que estiver o nosso tesouro,porque é onde este está,que se encontra o nosso coração. Avaliemo-nos constantemente, sondemos nosso coração por esta regra, e corrijamos o nosso rumo,sempre que for necessário,e tudo irá bem conosco,quer na vida presente,quer na futura. Santidade Parte 6 Amados, em um mundo promíscuo como o dos nossos dias, devemos sempre trazer em lembrança que Deus não pode deixar de odiar mais a impureza, do que deixar de amar a santidade; se Ele aprovasse, pelo menos instantaneamente qualquer coisa que fosse imunda, naquele momento desaprovaria Sua própria natureza e ser, e haveria uma interrupção do amor a Si mesmo, que é tão eterno, quanto infinito. Como Ele poderia amar qualquer pecado que seja contrário à Sua natureza, ainda que por um momento, sem odiar Sua própria natureza, que é essencialmente contrária ao pecado?
  • 37. Daí ser dito,que aquele que ama o mundo se faz inimigo de Deus,porque Seu amor ao mundo,a ponto de nos ter dado o próprio Filho unigênito,não é amor ao mundo de pecado, mas aos que estão no mundo,mas não são do mundo - os que Ele deu a Cristo. Por isso o reino de Jesus não é,nem poderia ser deste mundo,conforme os ditames e regras ímpias do mundo que não consideram neles,qual seja a vontade de Deus. E não há qualquer exagero nesta afirmação, porque bem sabemos o quanto o mundo odeia a simples ideia de se negar,para seguir a vontade de Jesus,conforme tudo o que Ele nos apresenta como,por exemplo,no sermão do Monte. O mundo chega a debochar de muitas das afirmações que Ele faz no referido sermão,como o dever de amar os inimigos,de se oferecer a outra face,e de buscar o reino de Deus e Sua justiça em primeiro lugar etc. Assim, dois contrários não podem ser amados ao mesmo tempo; primeiro, Deus deve começar a odiar a Si mesmo, antes de poder aprovar qualquer mal, que seja diretamente oposto a Ele. Na verdade,nós somos transformados com uma tentação,às vezes a acariciamos,e às vezes testificamos uma indignação contra ela, mas Deus é sempre o mesmo, sem qualquer sombra de mudança,e "Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias”. [Sl 7: 11] - isto é, ininterruptamente na natureza de Sua ira, embora não nos efeitos dela, pois a retém e adia o juízo,na expectativa de que haja arrepedimento dos ofensores. De fato, Deus pode ser reconciliado com o pecador, mas nunca ao pecado, pois então deveria renunciar a Si mesmo, negar Sua própria essência e Sua divindade, caso Sua inclinação para o amor do bem, e aversão do mal pudesse ser mudada,se Ele sofresse o desprezo de um,e encorajasse a prática do outro. Se Deus não fosse tão santo,e não exigisse uma completa santidade em nós,jamais encontraríamos passagens como estas na Bíblia: “14 Fazei tudo sem murmurações nem contendas, 15 para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, 16 preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão,nem me esforcei inutilmente.” [Fl 2: 14-16] “4 Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. 5 Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. 6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus,as vossas petições,pela oração e pela súplica,com ações de graças. 7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. 8 Finalmente,irmãos,tudo o que é verdadeiro,tudo o que é respeitável,tudo o que é justo,tudo o que é puro,tudo o que é amável,tudo o que é de boa fama,se alguma virtude há e se algum louvor existe,seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
  • 38. 9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” [Fl 4: 4-9] “9 Por esta razão,também nós,desde o dia em que o ouvimos,não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; 10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; 11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, 12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.” [Cl 1: 9-12] “1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto,onde Cristo vive,assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto,não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes,e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo,em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele,em glória. 5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,desejo maligno e a avareza,que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. 7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. 8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência,linguagem obscena do vosso falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; 11 no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro,cita,escravo,livre; porém Cristo é tudo em todos. 12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,de bondade,de humildade,de mansidão,de longanimidade. 13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto,porém,esteja o amor,que é o vínculo da perfeição. 15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração,à qual,também,fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. 16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria,louvando a Deus,com salmos,e hinos,e cânticos espirituais,com gratidão,em vosso coração. 17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus,dando por ele graças a Deus Pai.” [Cl 3: 1-17]
  • 39. Se fôssemos destacar todas as passagens que nos concitam a uma completa santidade,destacaríamos quase toda a Bíblia,e por isso não se pode duvidar de que seja,de fato,a vontade de Deus para conosco,que nos santifiquemos mais e mais. Deus é tão santo,que não pode deixar de amar a santidade nos outros. Não que Ele deva alguma coisa à sua criatura, mas provém da indizível santidade de Sua natureza, de onde fluem as afeições para todas as coisas que possuem uma semelhança com Ele; como a luz emana do sol, ou de qualquer corpo resplandecente, é essencial para a infinita justiça de Sua natureza, amar a justiça onde quer que Ele a veja. “Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face”. [Sl 11: 7] Ele não pode, por causa de Sua natureza, senão amar aquilo que tem alguma conformidade com ela, que é o esboço de Sua própria sabedoria e pureza. Ele não pode deixar de se deleitar com uma cópia de Si mesmo; Ele não teria uma natureza santa,se não amasse a santidade em toda a natureza,e a Sua própria natureza seria negada, se ela não afetasse tudo o que tenha um selo de Sua própria natureza. sobre ela. Isto não se trata de uma questão nocional,de um ato de escolha de se unir ao que é santo, antes é uma lei da própria vida espiritual; que os semelhantes se atraiam e os opostos se repilam,e vale tanto para o reino da luz,quanto para o das trevas. Luz ama luz, e treva ama treva. Os maus se inclinam para os maus e rejeitam os bons,e estes fazem justamente o oposto. Todo o tom das Escrituras,do início ao fim é o da santidade de Deus,e o modo como lidou com as nações à luz da santidade que é requerida por Ele. A própria nação eleita de Israel ficou sujeita a muitos juízos corretivos e punitivos, em razão de não dar a devida consideração à santidade que se exigia deles. Para deixar bem marcado para o período da dispensação da graça, que seguiria ao do Antigo Testamento, no qual, o Senhor adiaria muitos dos Seus juízos para o Dia do Juízo Final,e se mostraria totalmente longânimo e paciente para com as pessoas de todas as nações, até a volta de Jesus para julgá-las, Ele deixou devidamente registrado nas páginas do Velho Testamento, o quanto odeia o pecado, ama a justiça, e sujeita à punição todos aqueles que não se arrependem e não se convertem a Ele,para que possam ser santificados. Foram séculos sucessivos, de ações de juízo e revelações, ao lado das boas promessas do evangelho para aqueles que viessem a crer em Jesus, e serem purificados de seus pecados. Deus criou o homem para ter comunhão amorosa com Ele, e como isto não pode ser feito senão em santidade de vida, esta se impõe como necessária para o cuprimento do referido propósito. Há um prazer que brota espontaneamente e instantaneamente, quando duas pessoas cheias do Espírito se encontram. Há mais do que uma concordância de pensamento entre elas,pois o que as move é,sobretudo a atração espiritual que há em suas naturezas santificadas - por isso, a santificação é a condição básica para que possamos ter comunhão com Deus.
  • 40. Ele não pode sentir-se unido e ter prazer, em quem não está santificado, porque Sua natureza santa se inclina e o move para o que é santo, e se afasta do que é carnal e mundano. Na verdade, não havia nada fora de Deus que pudesse convidá-Lo a manifestar tal bondade para o homem,como fez na criação,mas depois que Ele havia carimbado essa natureza racional com uma justiça conveniente para isso, era impossível, senão que Ele deveria amar ardentemente essa impressão de Si mesmo, porque Ele ama Sua própria Deidade,e consequentemente todas as coisas que são faíscas e imagens dEle. Deus é tão santo, que não pode positivamente desejar ou encorajar o pecado em ninguém. Como Ele pode dar qualquer incentivo, àquilo que Ele não pode no mínimo, aprovar ou olhar sem repugnância,não apenas o crime,mas o criminoso? A luz poderia antes,ser a causa de trevas,do que a própria santidade ser a causa da falta de santidade, absolutamente contrária a ela - é uma contradição, que Aquele que é a Fonte do bem deva ser a fonte do mal; como se da mesma fonte brotassem correntes doces e amargas,salgadas e potáveis. “Acaso,pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? [Tg 3: 11] Já que qualquer bem no homem reconhece Deus como seu autor, segue-se que os homens são maus por sua própria culpa. Não há necessidade de homens serem incitados, àquilo a que a corrupção de sua própria natureza os move tão poderosamente. A água tem um princípio forçado em sua própria natureza para carregá-la para baixo; não precisa de força para acelerar a moção: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”. [Tg 1: 13,14] Todos os preparativos para a glória são de Deus. “a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia,que para glória preparou de antemão”, [Rm 9: 23] Mas é dito; “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição”, [Rm 9: 22] Mas de Deus não é dito restaurá-los; eles,por suas iniquidades se ajustam à ruína, mas por Sua longanimidade,têm a destruição adiada por algum tempo.