A santidade é a condição imanente de Deus que é compartilhada com suas criaturas morais eleitas por Ele para serem santificadas até atingirem a imagem e semelhança de sua santidade e caráter.
2. “Não sabeis que os vossos corpos são
membros de Cristo? E eu, porventura,
tomaria os membros de Cristo e os faria
membros de meretriz? Absolutamente,
não. Ou não sabeis que o homem que se
une à prostituta forma um só corpo com
ela? Porque, como se diz, serão os dois
uma só carne. Mas aquele que se une ao
Senhor é um espírito com ele. Fugi da
impureza. Qualquer outro pecado que
uma pessoa cometer é fora do corpo;
mas aquele que pratica a imoralidade
peca contra o próprio corpo. Acaso, não
sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual
tendes da parte de Deus, e que não sois
de vós mesmos? Porque fostes
comprados por preço. Agora, pois,
glorificai a Deus no vosso corpo.” (I
Coríntios 6.15-20)
Os crentes devem vigiar contra o
pecado e todos os seus movimentos, por
mais secretos que sejam. Todos eles
contaminam a consciência. É evidência
de uma alma graciosa, estar vigilante
2
3. contra o pecado por causa disso. As
convicções tornam os homens
cautelosos onde estão predominantes,
por representações contínuas do perigo
e punição do pecado. E estas são um
motivo aceitável para os crentes se
absterem dele em todas as instâncias. A
consideração do terror do Senhor, o uso
das ameaças tanto da lei como do
evangelho, declaram que este é nosso
dever. Nem deixe ninguém dizer que
este é um medo servil, pois esse temor
que nos impede de pecar e excita a alma
para apegar-se mais firmemente a
Deus, qualquer que seja o seu objetivo,
não é medo servil, mas um santo temor,
ou uma devida reverência a Deus e sua
Palavra. Este é o mais genuíno temor
gracioso do pecado: quando tememos
sua contaminação e sua contrariedade à
santidade de Deus. Esse temor é fruto
natural da fé e do amor.
Enquanto o Espírito Santo não
trabalhar em nós o convencimento do
que seja de fato o pecado em nossa
3
4. natureza decaída, podemos estar
caminhando muito satisfeitos conosco
mesmo, e pensando que este mundo é
maravilhoso e que por fim toda a
humanidade há de alcançar uma
condição em que somente reine entre
todos, paz, amor, felicidade, respeito
mútuo, humildade, mansidão, domínio
próprio, pensamentos puros,
cooperação no bem etc, sem a
necessidade de qualquer intervenção de
Deus ou necessidade de se crer em
Cristo. Mas isto é sonhar acordado com
utopias e quimeras, pois o pecado
somente será erradicado do mundo
quando Jesus voltar e colocar os ímpios
à sua esquerda para juízo, e os santos à
direita para entrarem na posse da glória
eterna.
Somente uma apreensão da poluição
com a qual o pecado é acompanhado,
juntamente com os pensamentos da
santidade de Deus, e do cuidado e
preocupação do Espírito santificador, e
do sangue de Cristo, habitando
4
5. continuamente em nossas mentes -
todos nos preservam eficazmente
contra o pecado.
2. Como devemos andar humildemente
diante do Senhor todos os nossos dias.
A despeito de nossa máxima vigilância e
diligência contra o pecado, ainda não há
"nenhum homem que viva e não
peque." 1 Rs 8.46. Deus sabe, e nossas
próprias almas sabem que estamos
mais ou menos contaminados em tudo
o que fazemos. O melhor de nossas
obras e deveres, trazidos à presença da
santidade de Deus, são apenas como
trapos imundos. Is 64.6. De si mesmo,
todo homem - "bebe iniquidade como
água." Jó 15.16. Nossas próprias roupas
estão prontas para nos contaminar
todos os dias. Lev 11.32.
Como devemos nos esforçar
continuamente para a destruição do
pecado pela raiz e princípio disso. É a fé
do justo que o torna humilde diante de
5
6. Deus, e a soberba do ímpio que faz com
que sua alma seja uma abominação
para Deus. Existe uma raiz do pecado
em nós, que brota e nos contamina.
"Todo homem é tentado" (isto é,
principalmente) "por sua própria
concupiscência, e seduzido; "e então"
quando a concupiscência concebeu,
produz o pecado." Tg 1.14,15. É "a carne
que luta contra o Espírito", Gl 5.17 e
que produz frutos corrompidos e
corruptos, poluídos e poluentes. Este
princípio de pecado - de aversão a
Deus, de inclinação para coisas sensuais
- embora ferida, enfraquecida,
destronada e prejudicada que seja, ela
ainda permanece em todos os crentes e
por isso necessita ser continuamente
mortificada.
Se nós quisermos continuamente
aperfeiçoar a obra de santidade no
temor do Senhor, 2 Cor 7.1, é contra
esta raiz de pecado que nós devemos
nos colocar. A árvore deve ficar boa se
esperamos bons frutos; e a raiz do mal
6
7. deve ser desenterrada, ou então frutos
maus serão produzidos; - isso é, nosso
objetivo principal deve ser crucificar e
destruir o corpo dos pecados da carne
em nós, os resquícios da carne ou
pecado interior, por essas formas e
meios que será declarado
posteriormente.
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