O documento discute a importância da santificação cristã através da mortificação do pecado pelo poder do Espírito Santo. Afirma que a mortificação do pecado é necessária para que a graça de Deus possa viver no crente, e que isso requer vigilância constante contra todas as formas de pecado. O objetivo final da santificação não é apenas evitar o pecado, mas sim viver em comunhão com Deus através de uma natureza regenerada.
2. Deus Requer Santificação aos Cristãos 8
“Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para
que me temam todos os dias, para seu bem e bem
de seus filhos. Farei com eles aliança eterna,
segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e
porei o meu temor no seu coração, para que
nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por
causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei
firmemente nesta terra, de todo o meu coração e
de toda a minha alma.” (Jeremias 32.38-41)
Tão forte foi a influência da filosofia, da psicologia
e de outras ciências chamadas sociais de nossos
dias, sobre o ensino e prática da igreja cristã, que
o genuíno evangelho de Jesus ficou bastante
desfigurado, e suas doutrinas essenciais têm sido
esquecidas ou mal aplicadas, como a da
santificação pelo Espírito Santo.
Onde está o temor devido a Deus por seus filhos,
de modo que estejam ligados a Ele sem nunca se
apartarem dEle, conforme o desejo e promessa
feita pelo Senhor? Isto não deixará de ter a sua
aplicação, ainda que no porvir, porque fiel é o que
prometeu e poderoso para cumprir, mas quanto
se tem visto disso na prática cristã moderna,
quanto àqueles que andam no mesmo espírito
com o Senhor, em plena conformidade com a Sua
vontade?
Jesus definiu claramente que o amamos se
guardarmos os Seus mandamentos.
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3. É através da operação da graça de Jesus em nós,
pelo poder do Espírito Santo, que a força do
pecado é enfraquecida e o seu domínio é
destruído; e a nossa luta contra cada pecado para
submetê-lo a esta destruição pela graça é o que a
Bíblia chama de mortificação das obras do corpo,
ou do pecado propriamente dito. Mas, não se deve
entender o uso desta palavra mortificação, como
sendo a morte completa que leva o pecado à
extinção, ou seja, que ele seja aniquilado para
nunca mais se levantar contra nós, mas deve ser
entendida como sendo a subjugação e
enfraquecimento de nossas corrupções; pois
embora o ser do pecado permaneça, ainda assim
o poder de comando do pecado é retirado e quem
passa a reinar no crente que se santifica é a graça.
Tanto que a palavra para mortificar no texto
original grego não signfica morte por aniquilação,
mas por perda de vigor e predomínio. E é isso que
sucede a cada pecado que é mortificado pelo
crente através do Espírito Santo.
Somente o pecado é aquilo que faz separação
entre nós e Deus, e assim, o problema do pecado
deve ser resolvido pela sua mortificação contínua,
para que possamos permanecer em comunhão
com Deus.
A mortificação do pecado é necessária porque a
graça não pode viver na nossa alma, a menos que
o pecado e a corrupção estejam mortos ali; antes
que possa haver a vida da graça, deve haver a
morte do pecado; como se vê em Rom. 6.11:
“Considerem-se mortos para o pecado, mas vivos
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4. para Deus”. Se as corrupções vivem, a graça não
pode viver no nosso coração, de modo que
devemos levar o pecado a sério para mortificá-lo,
pois sem isto nãopodemos ter uma vida
abençoada pela graça, operando em nós alegria,
amor e paz.
Como bem se diz que se o pecado não morre, o
pecador deve morrer; se Deus não matar os
nossos pecados, o pecado mata a nossa alma, ou
seja, ele retirará de nós todo o vigor e vitalidade
espiritual, e estaremos como mortos, como
aqueles que vivem somente na carne. Foi esta a
condição referida por Jesus à Igreja de Sardes, no
livro de Apocalipse.
Podemos saber que estamos sendo
impulsionados pelo Espírito Santo a mortificar os
nossos pecados quando somos muito cuidadosos
em evitar todas as ocasiões para a prática do
pecado. Quando estamos sendo santificados
ocupamo-nos desta mortificação não apenas
temendo um pecado absoluto, mas também
qualquer coisa que possa ser uma provocação ou
entrada para um pecado específico.
Depois de muita vigilância e oração para se
manter em santidade de vida, isto formará em nós
um hábito de santificação que como qualquer
outro hábito sempre nos manterá aplicados a este
dever de mortificar todo e qualqur pecado.
A mortificação operada pelo Espírito Santo não
somente nos levará a evitar o pecado como até
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5. mesmo a odiá-lo e a não lhe dar qualquer
receptividade, ainda que seja na fase inicial de
qualquer tentação pois o Espírito Santo sempre
ativará a nossa consciência para identificar o
perigo, como também a nos capacitar em graça a
vencê-lo.
Mas lembremos sempre que a mortificação do
pecado não é um fim em si mesma, e nem
responde ao propósito principal de Deus na nossa
salvação, pois é somente o meio necessário para
que possamos manter a nossa comunhão com Ele.
Não se trata de se limpar para nenhum propósito,
como por exemplo, viver para nós mesmos e por
nossa própria conta, mas é para ser trabalhado ao
lado de uma natureza que foi regenerada e que
nos tornou coparticipantes da própria natureza
divina, de modo que o sirvamos com um coração
voluntário e alegre e disposto para toda a
obediência à Sua vontade. Em resumo, devemos
responder ao fim para o qual fomos criados que é
o de sermos perfeitos em santidade, em todo o
nosso ser e procedimento. Se fôssemos
purificados de nossos pecados e não
respondêssemos ao amor de Deus, de nada isso
nos aproveitaria, assim como se expressa o
apóstolo no texto de I Coríntios 13.
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