Cap 12 organização politico administrativa do brasilll

Apresentação elaborada pela Professora FERNANDA BRUM LOPES, disciplina de Geografia

“Sem o Brasil, Portugal é uma insignificante potência; o Brasil sem forças é um
preciosíssimo tesouro abandonado a quem o quiser ocupar”
Martinho de Mello e Castro(secretário da Marinha e Ultramar), em 1779. em GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo, Ed Planeta do Brasil, 2°edição, 2010. p 111.

As divisas do território atual são resultado de um longo processo histórico de ocupação, expansão e organização
política do território brasileiro, que teve início com o Brasil colônia (início do século XVI).

É a porção ou parte do espaço onde vivemos, é nele que ocorre o nosso cotidiano, que vivenciamos nossas experiências.

Farina

Há lugares simples, com reduzido número de elementos (área rural ou cidade pequena)

E lugares complexos, com grande diversidade de elementos (como uma grande cidade onde vivem milhões de pessoas, todos
desenvolvendo uma quantidade enorme de relações e inúmeras atividades)
São Paulo (Região Metropolitana 19 milhões de habitantes)

Tóquio (região
metropolitana  14,6
milhões de habitantes)

O lugar está relacionado a espaços com que nos familiarizamos, tais como: nosso quarto, nossa
casa, nosso bairro e até mesmo nossa escola.
Os nossos lugares vão sempre se modificando à medida que vamos amadurecendo, somando-se
à outros ou, ainda, deixando de existir.

Os territórios são áreas delimitadas por relações muito específicas de poder.
Por isso nem sempre eles estão vinculados somente a um país.

Existem territórios dos índios, das gangues, das comunidades organizadas, dos grupos guerrilheiros, etc...
Aldeia Ipatse(Parque Indígena do Xingu)
Aldeia Manalai
FARC
Guerrilheiros em Sierra Maestra

Em cada um desses territórios ocorre uma relação de poder, posse ou domínio e vigoram determinadas leis e regras (formais ou
informais)
Favela Vila Cruzeiro
Favela da Rocinha

Territórios são construídos e desconstruídos dentro de escalas temporais diferentes
-séculos
-décadas
-anos
-meses
-dias

“Duzentos anos atrás, o Brasil não existia. Pelo menos, não como é hoje: um país integrado, de fronteiras bem
definidas e habitantes que se identificam como brasileiros, torcem pela mesma seleção de futebol, usam os mesmos
documentos, viajam para fazer turismo ou trabalhar em cidades e estados vizinhos, frequentam escolas de currículo
unificado e compram e vendem entre si produtos e serviços. (...)

Às vésperas da chegada da corte ao Rio de Janeiro, o Brasil era um amontoado de regiões mais ou menos
autônomas, sem comércio ou qualquer outra forma de relacionamento, que tinham como pontos de referência
apenas o idioma português e a Coroa portuguesa, sediada em Lisboa, do outro lado do Oceano Atlântico.(...)

Cada capitania tinha o seu governante, sua pequena milícia e seu pequeno tesouro; a comunicação entre elas era
precária, sendo que geralmente uma ignorava a existência da outra(...)Não havia um Brasil com um centro comum.
Era um círculo imenso, no qual os raios convergiam para bem longe da circunferência central”.

Cada capitania tinha o seu governante, sua pequena milícia e seu pequeno tesouro; a comunicação entre elas era
precária, sendo que geralmente uma ignorava a existência da outra(...)Não havia um Brasil com um centro comum.
Era um círculo imenso, no qual os raios convergiam para bem longe da circunferência central”.
Nem mesmo a expressão “brasileiro” era reconhecida como sendo a designação das pessoas que nasciam no Brasil.
Panfletos e artigos publicados no começo do século XIX discutiam se a denominação correta seria brasileiro,
brasiliense ou brasiliano.”
(GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo, Ed Planeta do Brasil, 2°edição, 2010. p 110 e 111.)

“O Brasil nada mais era do que uma unidade geográfica formada por
províncias no fundo estranhas umas às outras”

Maior país em extensão territorial da Am. Do Sul e quinto maior do mundo.
A dimensão atual do território brasileiro é resultado de diversos movimentos expansionistas que ocorreram nos
períodos Colonial, Imperial e Republicano.

(Século XVI a XVIII)
-ocupação litorânea
-economia canavieira
-exportadora

Linha do Tratado
Possessão
Espanhola
Possessão
Portuguesa
O território que constituía a
colônia Portuguesa na América
tinha dimensões muito
diferentes do território que
hoje constitui o Brasil
Processo de
interiorização dos
PORTUGUESES

No período Colonial, destacaram-se 3 movimentos
expansionistas:
-expansão oficial;
-expansão da pecuária;
-expansão bandeirante.
Séculos XVI a XVIII

Realizada com o objetivo de impedir invasões estrangeiras e garantir territórios (no final do séc. XVI e durante o
século XVII)
O Tratado de Madri, de 1750, tinha revogado o antigo Tratado de Tordesilhas e redesenhado as
fronteiras das colônias portuguesa e espanholas com base no conceito de ocupação efetiva do
território.
Ocupar o território era, portanto, uma forma de garantir sua
integridade.

século XVII)

século XVII)
O Tratado de Madri, de 1750, tinha revogado o antigo Tratado de Tordesilhas e redesenhado as
fronteiras das colônias portuguesa e espanholas com base no conceito de ocupação efetiva do
território.

Início primeira metade do século XVI.
A pecuária foi a grande responsável pela expansão do território brasileiro no interior
do Nordeste e do Sul do país. No processo de deslocamento do gado para o interior, formaram-se povoados e, posteriormente,
cidades.

Os bandeirantes tinham como objetivo escravizar os indígenas e procurar metais preciosos.
“Com um imenso território virgem, escassamente povoado, o Brasil tinha pouco mais de 3 milhões de habitantes — menos de
2% da sua população atual. De cada três brasileiros, um era escravo. A população indígena era estimada em 800.000 pessoas. A
mancha de povoamento ainda se concentrava no litoral, com algumas cidades no interior de São Paulo, Minas Gerais, Goiás,
Mato Grosso e ao longo do Rio Amazonas. A vila de Itu, a cem quilômetros de São Paulo, era considerada a
“boca do sertão”, antigo ponto de partida dos bandeirantes paulistas em direção ao interior
ermo do Brasil. Era o último aglomerado urbano de São Paulo com algum conforto e comunicação regular com as demais
regiões. A partir daí, o país não passava de um deserto verde, habitado por índios, garimpeiros e escassos criadores de gado,
território de ação dos contrabandistas que vendiam suas mercadorias em Buenos Aires.”
(GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo, Ed Planeta do Brasil, 2°edição, 2010. p 112.)

A expansão bandeirante foi violenta com os nativos e com os negros, ambos escravos,
atendendo aos anseios dos fazendeiros do Brasil.
O movimento bandeirante promoveu a expansão além da linha imaginária do
Tratado de Tordesilhas, chegando ao Brasil central em busca de pedras preciosas, o que ocasionou, mais tarde, a origem de um
novo ciclo econômico (foi a partir deste ciclo que houve a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro).

Os bandeirantes foram considerados heróis para a elite nacional e para a Coroa portuguesa, porque foram
responsáveis pelo desbravamento do sertão do Brasil, encontrando pedras
preciosas e aumentando seu território.
Mas, socialmente, eles eram vistos como vilões, porque promoviam o tráfico de
seres humanos, escravizando índios para vendê-los aos fazendeiros, além de
capturar e matar escravos fugitivos.

Séculos XIX e XX
Principais acontecimentos que contribuíram para o
povoamento do e expansão territorial do Brasil nesse
momento

-Ocupação da Amazônia
-Ocupação do Sul do país
-Frentes pioneiras
-Marcha para o Oeste
Principais acontecimentos que contribuíram para o
povoamento do e expansão territorial do Brasil nesse
momento
Séculos XIX e XX

Com o desenvolvimento da indústria automobilística, iniciado na Europa, a borracha tornou-se um produto muito
valorizado, o que contribuiu para a ocupação da região Norte.
Peças de borracha em frente a Estação Ferroviária De Guajará Mirim.
Séculos XIX e XX

A criação de Fordlândia (PA).

Em 1928, Henry Ford era dono de uma das maiores indústrias do mundo e constrói uma verdadeira cidade no meio da maior
floresta tropical do planeta, a Amazônia.
Os ingleses detinham o monopólio de
produção do látex, matéria prima para a
produção de pneus, e controlavam o seu
preço, fazendo cair os lucros de Ford.
Para tentar não se manter preso ao
monopólio inglês, Henry Ford, tentou produzir
suas próprias árvores no Brasil.

O gado contribuiu para garantir a posse de terras por parte dos portugueses na região Sul que, ao mesmo tempo,
tornou-se uma área fornecedora de produtos da pecuária para a região mineradora do Sudeste, ocorrendo também
incentivos para a ocupação imigrante nessa região.
Séculos XIX e XX

O gado contribuiu para garantir a posse de terras por parte dos portugueses na região Sul que, ao mesmo tempo,
tornou-se uma área fornecedora de produtos da pecuária para a região mineradora do Sudeste, ocorrendo também
incentivos para a ocupação imigrante nessa região.
O RS foi colonizado primeiro por jesuítas espanhóis (vindos de Buenos Aires)
no século XVII.
Em 1750, por meio do Tratado de Madri, a Espanha cedeu o RS a Portugal.
A região até então despovoada foi incentivada pelo governo imperial a
receber imigrantes
Séculos XIX e XX

Em 1824, deu-se início a uma política oficial de imigração europeia no RS e como a imperatriz do Brasil (D.
Leopoldina) era de origem austríaca, foi dada preferência aos imigrantes germânicos.
Séculos XIX e XX

Em 1824, deu-se início a uma política oficial de imigração europeia no RS e como a imperatriz do Brasil (D.
Leopoldina) era de origem austríaca, foi dada preferência aos imigrantes germânicos.
O Fator atrativo da migração europeia para o Brasil (Fazer a América) foi a chance de entrar e produzir no Brasil, construir suas colônias em uma
área que ainda estava em processo de produção.
1808  início da vinda de europeus para o Brasil.
Séculos XIX e XX

Essa imigração se dá em dois momentos distintos:
-durante o boom do café
-política de ‘branqueamento’ populacional
-chamado de sistema de parceria
-muitos imigrantes viraram praticamente escravos no Brasil
-utilizando a lei dos lotes coloniais, inicia-se a segunda leva de imigração europeia
-governo participa mais ativamente (financia a vinda)
-cria-se pequenas e médias propriedades
-5 a 10 anos para pagar
Acima, quadro de Modesto Brocos y Gómez intitulado
“A Redenção de Cam”, 1895
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/tese-branqueamento.htm
Séculos XIX e XX

Séculos XIX e XX

A partir da chegada no país, esses imigrantes
desenvolveram uma maneira diferente de produção, muito
destoante do resto do Brasil.
CARACTERÍSTICAS:
-policultura,
-de base familiar,
-estabelecendo-se em pequenas e médias propriedades
rurais.
Alguns historiadores afirmam que essa foi a única área
do Brasil em que de chegou perto da reforma agrária
(divisão de terras) no país.
Séculos XIX e XX

Impulsionadas pelo café em direção ao oeste paulista e ao norte do Paraná, nas primeiras décadas do século XX,
levando a um intenso povoamento e urbanização dessa região.

Movimento que se caracterizou pela ocupação do Brasil Central, visava ocupar e desenvolver o interior do Brasil.
Apesar do extenso território, o Brasil havia prosperado quase que exclusivamente na região litoral, enquanto o vasto interior
mantinha-se estagnado
Propaganda da Marcha para o Oeste

Mais de 90% da população brasileira ocupava cerca de um terço do território
nacional.
O vasto interior, principalmente as regiões Norte e Centro-oeste, permanecia
esparsamente povoado.
Anúncio em fevereiro de 1954, de lotes disponíveis na futura
capital federal.

Na história do Brasil, houve quatro sistemas de organização político-administrativa:
-Capitanias Hereditárias
-Governo Geral
-Monarquia
-República

Com o objetivo de garantir e consolidar a ocupação do território
recém-conquistado, a Coroa portuguesa estabeleceu a formação das
capitanias hereditárias, faixas de terra que partiam, no
sentido horizontal, do litoral até a linha
imaginária do Tratado de Tordesilhas.

Com o objetivo de garantir e consolidar a ocupação do território
recém-conquistado, a Coroa portuguesa estabeleceu a formação das
capitanias hereditárias, faixas de terra que partiam, no
sentido horizontal, do litoral até a linha
imaginária do Tratado de Tordesilhas.
ocupação elitista pois o rei de Portugal, D. João III, precisava de
homens de confiança (nobres) para fazer as terras prosperarem
e evitar que fossem invadidas.

As dificuldades nas capitanias hereditárias aconteceram em decorrência de uma série de fatores, dentre eles:
-os elevados custos de manutenção e baixo retorno na maioria dos investimentos;
-muitos conflitos com os nativos de cada capitania;
-algumas tentativas de invasões, como a francesa e a holandesa;
-poucos solos férteis capazes de produzir em larga escala a cana-de-açúcar para exportação e
-a falta de interesse de alguns donatários pelas regiões ofertadas.

Criado para centralizar
administrativamente a Colônia.
Sede instalada em Salvador.
Primeiro Gov. Geral: Tomé de Sousa

Centralização de poder no Brasil,
em que o Poder Moderador dava
grandes poderes ao imperador.
*O Poder Moderador é o que se sobrepõe aos poderes Legislativo,
Judiciário e Executivo, cabendo ao seu detentor força coativa sobre os
demais.

Centralização de poder no Brasil,
em que o Poder Moderador dava
grandes poderes ao imperador.
*O Poder Moderador é o que se sobrepõe aos poderes Legislativo,
Judiciário e Executivo, cabendo ao seu detentor força coativa sobre os
demais.
O regime republicano começou
com a derrubada da monarquia
brasileira pelos militares sob a
liderança de Deodoro da Fonseca,
instituindo um “governo provisório”,
do qual Deodoro foi o presidente.

O país tornou-se uma República
Presidencialista, com a instituição dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.
Fonte: IBGE. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_evolucao.shtm>. Acesso em: 02 jun 2016.

Além disso, a Federação passou a ser composta pela União, estados (antigas
províncias), Distrito Federal (a priori no Rio de Janeiro e, a partir de 1960, instalado no
interior de Goiás, com a transferência da capital federal para Brasília) e municípios.

Além disso, a Federação passou a ser composta pela União, estados (antigas
províncias), Distrito Federal (a priori no Rio de Janeiro e, a partir de 1960, instalado no
interior de Goiás, com a transferência da capital federal para Brasília) e municípios.
Seu primeiro nome foi República dos Estados Unidos do Brasil
e, a partir de 1967, passou a ser República Federativa do Brasil.

O Brasil é uma República Federativa, presidencialista, na qual o presidente nomeia ministros. Há a Câmara dos
Deputados Federais e o Senado Federal, e as leis são regidas por uma Constituição.
A União tem como princípios fundamentais a soberania, a cidadania e a dignidade humana. O poder do governo se distribui entre Legislativo,
Executivo e Judiciário.

O Distrito Federal é uma das 27 unidades federativas do Brasil, onde se localiza a capital do país, Brasília. A unidade
político-administrativa tem características comuns aos estados-membros e aos municípios.

Os estados brasileiros são unidades subnacionais autônomas.
O Poder Executivo é exercido por um governador, e cada estado possui uma assembleia legislativa, composta por deputados
estaduais.

Os municípios são uma subdivisão territorial dos estados,
dotada de personalidade jurídica e com certa autonomia
administrativa, sendo as menores unidades autônomas da
Federação.

O Brasil possuiu dois períodos ditatoriais ao longo da sua história republicana: o Estado Novo, de Getúlio Vargas (1937-1945), e a
Ditadura Militar (1964-1985).
Os governos ditatoriais ferem os princípios do
federalismo e da democracia, pois concentram todos os
poderes nas mãos de um líder, que não foi eleito pelo
povo, cerceando os direitos e deveres da sociedade.

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