Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 125-126
1.
2. Sobre redação «Um(a) … no/a ….»
•Melhorar noção de período (por vezes,
põem simples vírgula, mas teria de ser
ponto final)
•Descrição banal («loura, alta, …»)
•Uso de «ser», «estar», «ter»
•Mais do que três parágrafos
•Registo não-literário.
5. [Correção do último tepecê] — Sem
lhes responderes, relanceia as perguntas 7, 7.1,
7.2 (no fundo, toda a p. 257). O texto a que se
alude (visão de Maria Monforte por Pedro), está
no capítulo I, na p. 22 das edições mais
correntes. Escreve um comentário acerca dos
paralelismos, ligações, cruzamentos, etc., entre
estes dois momentos e, sobretudo, entre as
duas intrigas amorosas em geral — a de
Pedro/Maria Monforte e a de Carlos/Maria
Eduarda. Usa caneta. Não ultrapasses as
duzentas palavras. (Se ainda não conheces toda
a obra, prefiro que a leias primeiro, mesmo em
prejuízo deste tepecê.)
6. Os dois momentos — a primeira visão
de Maria Monforte por Pedro da Maia e a de
Maria Eduarda por Carlos — têm
semelhanças óbvias. Em ambas as
situações, a voz do narrador, de 3.ª pessoa
mas focalizada nos dois protagonistas
masculinos, traça das figuras femininas
retratos que as endeusam. Nos dois casos,
os heróis de imediato se apaixonam e há
uma personagem que vem esclarecer a
7. Nos dois casos, os heróis de imediato se
apaixonam e há uma personagem que vem
esclarecer a biografia de quem assim tanto
impressionara Pedro e Carlos (respetivamente,
Tomás de Alencar e Dâmaso Salcede). Aliás,
Tomás de Alencar coincide nos episódios: não
por acaso, é apresentado a Carlos pouco depois
de este relancear Maria Eduarda, o que permite
uma subtil aproximação entre os planos que
décadas afastavam.
–Afonso da Maia testemunha, um pouco silenciosa, de
ambos.
–Causalidade entre os dois enredos (paixões).
–Fins trágicos.
8.
9. A ilustração por António é uma
caricatura de Eça de Queirós. Ocupa-se
de um indivíduo, suscitando o cómico, e,
ao mesmo tempo, o reconhecimento da
personalidade em causa, através do
exagero de traços físicos (o bigode
retorcido nas pontas, os dentes salientes,
o nariz aquilino) e da deformação de
outras idiossincrasias (corte de cabelo,
monóculo e olhos). A atitude reflexiva, a
atenção observadora, aparecem também
10. ampliados, através da posição do retratado. O
papel de parede, usual nas casas burguesas do
século XIX, já remete mais para o contexto
(época, sociedade).
O cartoon de António Jorge Gonçalves
centra-se mais no mundo social, político,
aludindo a uma circunstância que esteve em
foco à data da publicação do exemplar do
Inimigo Público. Essa situação também nos
surge «desconstruída», por ser parodiada,
objeto de hipérbole, etc. Podem estar presentes
características caricaturais no desenho dos
protagonistas mas o que mais interessa é a
crítica à sociedade ou a uma situação na ordem
do dia, concretamente, neste caso, a ...
11.
12.
13. «Que se precipitara para ele» (l. 2) é uma
oração subordinada
a) substantiva completiva.
b) adjetiva relativa restritiva.
c) adjetiva relativa explicativa.
d) substantiva completiva não finita.
15. Nas linhas 5-6 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
16. — O marquês não pôde vir, menino,
e o pobre Steinbroken, coitado, está com
a sua gota, a gota de diplomata, de lorde
e de banqueiro... A gota que tu hás de
ter, velhaco!
17. O marquês e «Steinbroken» a que alude
Ega (ll. 5-6) são, respetivamente,
a) Afonso da Maia e um diplomata
alemão em Lisboa.
b) Eusebiozinho e um diplomata inglês
em Lisboa.
c) Cruges e um diplomata.
d) Souselas e um diplomata finlandês em
Lisboa.
18. Ao colocar Cohen à sua direita e ao
oferecer-lhe uma flor (ll. 11-13), Ega
estava a
a) troçar dele.
b) procurar humilhá-lo.
c) procurar homenageá-lo.
d) troçar de Carlos.
19. Nas linhas 18-24 há
a) discurso direto.
b) discurso indireto.
c) discurso indireto livre.
d) discurso direto livre.
20. Dâmaso teve a satisfação de poder dar
detalhes; conhecera a rapariga, a que dera as
facadas, quando ela era amante do visconde da
Ermidinha... Se era bonita? Muito bonita. Umas
mãos de duquesa... E como aquilo cantava o
fado! O pior era que mesmo no tempo do
visconde, quando ela era chique, já se
empiteirava... E o visconde, honra lhe seja,
nunca lhe perdera a amizade; respeitava-a,
mesmo depois de casado ia vê-la, e tinha-lhe
prometido que se ela quisesse deixar o fado lhe
punha uma confeitaria para os lados da Sé. Mas
ela não queria. Gostava daquilo, do Bairro Alto,
dos cafés de lepes, dos chulos...
21. No parágrafo das linhas 25-29, o
«excremento» que refere Alencar é
a) um livro de Émile Zola, L’Assommoir.
b) um cocó de cão.
c) a literatura naturalista.
d) o mundo dos fadistas e da
malandragem.
22. Isto levou logo a falar-se do «Assommoir»,
de Zola e do realismo: e o Alencar
imediatamente, limpando os bigodes dos
pingos de sopa, suplicou que se não
discutisse, à hora asseada do jantar, essa
literatura «latrinária». Ali todos eram
homens de asseio, de sala, hem? Então,
que se não mencionasse o «excremento»!
23. No longo parágrafo 30-57, faz-se um
relance biográfico a Alencar. Nas linhas
30-37, resumem-se as características da
literatura realista, naturalista. Essa nova
escola
a) escangalhara uma catedral romântica.
b) mobilizara Alencar durante a mais
produtiva fase da sua vida.
c) era o enlevo de Alencar.
d) tomara como assuntos temas até aí
arredados da literatura.
24. Nas linhas 36-55, mostra-se-nos como Alencar
passou a reagir à escola literária que
considerava adversária. Passou a defender
a) a moralidade e o recato, o que contrastava
com as suas práticas de décadas.
b) o amor ilegítimo, o que contradizia as suas
práticas de tantos anos.
c) a moralidade e o recato, o que era coerente
com a sua vida de décadas.
d) o amor ilegítimo, como ele próprio praticara
durante anos.
25. Numa fase derradeira (ll. 55-60), Tomás de
Alencar percebeu que
a) o autor de «Elvira» encavacara.
b) as suas críticas à literatura realista
tinham resultados contrários dos que
pretendia.
c) as suas críticas à literatura romântica
tinham resultados diferentes dos que
esperava.
d) não valia a pena mencionar o
«excremento».
26. Um dia, porém, Alencar teve uma destas
revelações que prostram os mais fortes;
quanto mais ele denunciava um livro
como imoral, mais o livro se vendia
como agradável! O Universo pareceu-lhe
coisa torpe, e o autor de «Elvira»
encavacou...
27. Já a partir da l. 61, Craft parece não ser adepto
da literatura
a) romântica, já que a arte era uma idealização.
b) realista, na medida em que, para ele, a arte
não se devia ocupar do que não fosse belo.
c) naturalista, já que considerava que a arte
devia mostrar a vida real, não apenas a
natureza.
d) romântica, porque, para ele, a arte devia
ocupar-se apenas do que fosse superior.
28. Os «dois fogos» (69) entre que se
encontrou Ega eram as posições de
a) Alencar versus Craft.
b) Craft/Alencar versus Carlos.
c) Craft/Carlos versus Alencar.
d) Alencar/Carlos versus Craft.
29. Mas nessa noite [Alencar] teve o regozijo de
encontrar aliados. Craft não admitia também o
naturalismo, a realidade feia das coisas e da
sociedade estatelada nua num livro. A arte era
uma idealização! Bem: então que mostrasse os
tipos superiores de uma humanidade
aperfeiçoada, as formas mais belas do viver e do
sentir... Ega, horrorizado, apertava as mãos na
cabeça — quando do outro lado Carlos declarou
que o mais intolerável no realismo eram os seus
grandes ares científicos, a sua pretensiosa
estética deduzida de uma filosofia alheia, e a
invocação de Claude Bernard, do
experimentalismo, do positivismo, de Stuart Mill e
de Darwin, a propósito de uma lavadeira que
dorme com um carpinteiro!
30. Segundo o parágrafo 69-73, o
naturalismo-realismo, para Ega,
a) deveria tornar-se mais fantasista.
b) deveria ainda ir mais longe no seu
programa.
c) tinha pouco pitoresco e carecia de
estilo.
d) deveria ser mais criativo.
31. Assim atacado, entre dois fogos, Ega
trovejou: justamente o fraco do realismo
estava em ser ainda pouco científico,
inventar enredos, criar dramas,
abandonar-se à fantasia literária! A forma
pura da arte naturalista devia ser a
monografia, o estudo seco de um tipo,
de um vício, de uma paixão, tal qual
como se se tratasse de um caso
patológico, sem pitoresco e sem estilo...
32. Na linha 77 há
a) discurso indireto livre.
b) discurso indireto.
c) livre indireto.
d) discurso direto.
33. Discurso indireto
Alencar interrompeu-os, exclamando que
não eram necessárias tantas filosofias.
Discurso direto
— Não são necessárias tantas reflexões!
— interrompeu Alencar.
Discurso indireto livre
Alencar interrompia. Que não eram
necessárias tantas reflexões!
34. A observação de Alencar «estão
gastando cera com ruins defuntos» (78)
significa que
a) adotava a sua mais recente estratégia
face ao naturalismo.
b) recuperara a sua primeira maneira de
combater o realismo.
c) mudara de posição e atacava agora o
romantismo.
d) considerava já do mesmo modo
realismo e romantismo.
35. Na penúltima linha (79), deveria haver
uma vírgula depois de «Eu», porque
a) se sucede uma oração adjetiva relativa
explicativa.
b) se sucede uma oração adjetiva relativa
restritiva.
c) se segue uma oração subordinada
adverbial, que convém ficar delimitada.
d) se trata de um vocativo.
36. subordinada adverbial temporal
Eu, quando vejo um desses livros,
enfrasco-me logo em água-de-colónia.
Não discutamos o «excremento».
*Eu à noite, enfrasco-me
*Eu hoje, enfrasco-me
Eu, à noite, enfrasco-me
37. A iniciativa deste jantar fora de
a) Ega, por causa de um flirt seu.
b) Carlos, por causa de um incesto seu.
c) Dâmaso, por causa de uma gabarolice.
d) Alencar, por causa de uma sua
recordação.
38. No mesmo jantar, mas em momento
posterior ao que se transcreve, dá-se
violenta discussão entre
a) Marafona, bracarense, e Maximiliano,
uruguaio.
b) Ega e Alencar, por causa de Ana
Craveiro.
c) Dâmaso e Carlos, por causa de
Eusebiozinho.
d) Carlos e Alencar, por causa de Raquel
Cohen.
42. Falar-te-ei
•sobre o André
•sobre o primeiro-ministro
•sobre o último disco da Shakira
•sobre o almanaque Borda d'Água
•sobre o Meireles
Modificador do grupo verbal ou
Complemento oblíquo?
49. O que é que tu / eu
•estou a fazer aqui
•comi ao pequeno-almoço
•quero de presente de anos
•achas
Predicado
50. Que achas
•a propósito da Magda
•a propósito do alargamento da União Europeia
•a propósito da falta de consistência da defesa
da selecção
•a propósito da maneira de ser do Meireles
Complemento oblíquo [?]
51.
52. Questionários que se seguem são
para serem respondidos sem consulta,
nem conversa para o lado, nem
perguntas para mim.
Não esquecer de pôr o nome.
Não ficar tempos infindos parado (à
espera de inspiração?). São assuntos de
«saber ou não saber».
53.
54. Ave-Marias = cair da noite (18 horas)
Noite fechada = início da noite escura
Ao Gás = noite avança
Horas mortas = noite absoluta
55. soturnidade = qualidade de soturno
soturno = tristonho
extravasar = transbordar
turba = multidão, povo || cismar = pensar
singrar = navegar à vela
flamejar = lançar chamas, arder
arengar = discursar, fingir que trabalha
assomar = aparecer em lugar alto
pilastra = pilar de quatro faces
56. aneurisma = dilatação de uma artéria [...]
mórbido = doentio || estanco = tabacaria;
outro tipo de loja
malabar = referente à costa ocidental da
Índia
esfumar = esbater; enegrecer com fumo;
desaparecer
ermo = lugar despovoado; solidão
monástico = relativo a monges; conventual
pimenteira = árvore que dá a pimenta
espectral = fantasmagórico
comparsa = actor secundário
62. 1
b. O sujeito poético deambula pela
cidade, ao cair da tarde, dando a
conhecer as suas reações psicológicas
aos diversos estímulos sensoriais
provocados pelo ambiente que o
circunda e as figuras humanas com que
se cruza.
63. O sujeito poético deambula pela cidade
("Embrenho-me a cismar, por boqueirões,
por becos / Ou erro pelos cais..."),
ao cair da tarde
("Nas nossas ruas, ao anoitecer", "E o fim da
tarde inspira-me; e incomoda!", "Flamejam,
ao jantar, alguns hotéis da moda"),
64. dando a conhecer as suas reações
psicológicas
("Despertam-me um desejo absurdo de
sofrer", "O gás extravasado enjoa-me,
perturba"),
aos diversos estímulos sensoriais
provocados pelo ambiente que o circunda
(estímulos visuais, olfativos e auditivos)
65. e as figuras humanas com que se cruza
("os mestres carpinteiros", "os
calafates", "dois dentistas", "Um trôpego
arlequim", "Os querubins do lar", "os
lojistas", "as obreiras", "as varinas").
66. 4.
a. O uso do determinante possessivo no
primeiro verso contribui para criar no
leitor uma sensação de maior
afastamento [proximidade] relativamente
às situações apresentadas.
67. b. A construção paralelística do verso 2
suaviza [intensifica] as características
negativas da cidade.
68. c. A exclamação presente no décimo
verso denuncia a admiração do sujeito
poético por aqueles que, através da "via-
férrea", abandonam a cidade.
69. d. Com o recurso à comparação na
quarta estrofe, o narrador destaca o
carácter fechado, opressivo e escuro de
Lisboa.
70. e. A apresentação das varinas através do
coletivo "cardume" (v. 35) e os adjetivos
usados na sua caracterização
intensificam a sua fraqueza [força] como
grupo social.
71. f. A prolepse da penúltima estrofe
concorre para a intencionalidade crítica
do poema.
72. g. A cidade de Lisboa e a sua descrição
ao longo do poema podem ser
entendidas como sinédoque e metáfora
da metrópole ocidental.
73. Nas | nos|sas| ru|as,| ao| a|noi|te|cer|
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Há | tal | so|tur|ni|da|de, há | tal | me|lan|co|li|a
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112
75. Já na p. 304, «Ao gás» retoma a
sensação de cansaço, doença, miséria,
que já conhecemos. Na última quadra,
dá-se um exemplo dessa miséria: ...
{completa}
76.
77. Na primeira parte de «O sentimento
de um ocidental», o sujeito poético
iniciara as suas deambulações «ao
entardecer». Agora, nesta terceira parte,
já «a noite pesa» e as ruas são
iluminadas por candeeiros a gás. «Ao
gás» significa que a cidade é vista sob a
iluminação propiciada por esses
candeeiros.
78. Os aspetos da cidade descritos nas
três primeiras estrofes têm sobre o «eu»
um efeito doentio e opressivo («esmaga»,
«arrepia», «cercam-me», ...). Ao contrário,
na quarta quadra surgem elementos com
conotação mais otimista, benfazejos e
revigorantes. Do trabalho do forjador e,
sobretudo, da padaria, parece o sujeito
poético extrair energia, «um cheiro salutar
e honesto».
79. No v. 16, «Um cheiro salutar e hones-
to a pão no forno», destaca-se uma figura
de estilo, uma hipálage.
80. o sujeito poético mostra comiseração por
um velho lhe pedir esmola, como
habitualmente, mas, mais ainda, por se
tratar do seu velho professor de
Português no 11.º ano (estúpido do
velho!).
81.
82. Liga dos Campeões
«O sentimento dum ocidental», I
(«Ave Marias»), pp. 298-299
jogo ν [ni] = vv. 1-24
jogo ξ [csi] = vv. 25-44
83. Liga Europa
«O sentimento dum ocidental», III
(«Ao Gás», pp. 303-304)
jogo λ [lambda]= vv. 1-24
jogo μ [mi] = vv. 25-44
84.
85. Decorre até dia 9 de junho o prazo para
entrega de trabalhos (no CRE) para o Concurso
Literário José Gomes Ferreira. Ponderem
concorrer.
Para a modalidade «Conto», serão bastante
aproveitáveis os textos com que muitos
concorreram ao Correntes d’Escritas (reformular
apenas a fonte — para a feia Arial 12 — e o espaço
da entrelinha — espaço duplo). Para a modalidade
«Teatro», admito que alguns dos textos que
fizemos em aula com a criação de uma peça
possam ser agora usados para o efeito. Mas, é
claro, é sempre possível redigir agora textos
novos. Ainda há «Poesia».