8. 4.
A frase «perdoemos-lhe a óbvia comparação
clás-sica», poderá ter subjacente uma intenção
do narra-dor de constatar, ironicamente, uma
comparação estereotipada usada por Scarlatti; a
frase «sabe ele lá como é o corpo de Blimunda
debaixo das roupas grosseiras que veste»
poderá representar uma crí-tica a Scarlatti que
se pronuncia sobre um assunto que
desconhece, embora, simultaneamente, seja um
elogio à beleza de Blimunda; a frase «Baltasar
não é apenas o tição negro que parece, além de
não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas
9. isso também Deus é.» implica a
valorização da condição de Baltasar em
relação a Vulcano, por não ser coxo e ter o
amor incondicional da sua amada
Blimunda; a frase «sobre Vulcano também
Baltasar ganha, por-que se o deus perdeu
a deusa, este homem não perderá a
mulher.» traduz uma afirmação da fideli-
dade e do amor entre Baltasar e Blimunda.
13. a. A epopeia, sendo um poema, pertence
ao modo lírico.
A epopeia pertence ao modo narrativo
14. b. Um texto épico deve despertar um
interesse alargado, embora possa incluir
situa-ções e figuras inverosímeis.
interesse alargado mas através das
«personagens» e acontecimentos» com
«uma certa credibilidade».
15. c. Os acontecimentos relatados numa
epopeia destinam-se a provocar espanto
e a incutir respeito nos leitores.
16. d. Os heróis de uma narrativa épica são
marcados apenas pela excelência física.
Os heróis de uma narrativa épica são
marcados pela excelência física e moral
(«nobreza de espírito»).
17. e. O género épico é determinado por
diversas regras de produção.
18. f. A utilização do maravilhoso na epopeia
visa embelezar os acontecimentos
narrados e contribuir para o estatuto de
excecionalidade dos heróis e respetivas
ações.
19. g. O Renascimento introduziu na epopeia
uma vertente humana do herói, que
adquire uma dimensão coletiva
simbólica.
25. Abre o livro nas pp. 157-159, para
lembrares a estrutura de Os Lusíadas.
26. O trabalho é para ser feito em
dupla (nas carteiras com dois
colegas) ou individualmente.
Nos trabalhos em dupla, devem
escrever em ambas as folhas.
27. Por favor, tratar os livros com os
cuidados que qualquer livro merece:
Não forçar a lombada, e os cadernos,
espalmando-os;
Não escrever sobre eles;
Não folhear bruscamente, arriscando
rasgos;
Não os besuntar com o sebo das
vossas mãos imundas e nojentas.
28. Não insistas demasiado em
encontrar os limites das várias partes
(Proposição, Invocação, Dedicatória,
Narração), se não for logo evidente.
38. Jerónimo Corte-Real, Sucesso do
segundo cerco de Diu, 1546
Cerco de Diu; D. João de Castro.
vinte e um cantos
sem rima
sem delimitação estrófica
decassílabos
39. Vasco Mouzinho de Quevedo, Afonso
Africano, 1611
Conquista de Arzila por Afonso V.
doze cantos
oitavas
decassílabos
40. Gabriel Pereira de Castro, Ulisseia ou
Lisboa Edificada, 1636
Lenda da fundação de Lisboa.
dez cantos
oitavas
decassílabos
41. José Martins Rua, Pedreida. Poema
heroico da liberdade portugueza,
1843
Vida e feitos de D. Pedro IV.
dez cantos
oitavas
decassílabos
42. José Agostinho de Macedo, O Oriente,
1854
Viagem à Índia.
doze cantos
oitavas
decassílabos
43.
44. José Agostinho de Macedo, Newton,
1854
Newton.
quatro cantos
sem delimitação estrófica
sem rima
decassílabos
45. Tomás Ribeiro, D. Jayme, 1862
Rivalidades entre Portugal e Espanha.
nove cantos
irregular
irregular
46. José Agostinho de Macedo, A Creação,
1865
O Universo.
um canto
oitavas
decassílabos
47. António José Viale, Bosquejo metrico
da historia de Portugal, 1866
História de Portugal.
seis cantos
oitavas
decassílabos
48. Augusto Bacelar, Migueleida. Poema em
memoria do Senhor Dom Miguel de
Bragança, 1867
Feitos de D. Miguel.
três cantos
oitavas
decassílabos
49. Carlos Alberto Nunes, Os Brasileidas,
1938
História do Brasil.
nove cantos + um epílogo
sem delimitação estrófica
sem rima
decassílabos
50.
51. Camões do Rossio [Caetano da Silva
Souto-Maior], A Martinhada, séc. XVIII
«Sensualidades generosas» de Frei
Martinho de Barros, confessor de el-rei.
dois cantos
oitavas
decassílabos
52. Francisco de Paula de Figueiredo,
Santarenaida, 1792
Um taberneiro e as suas aventuras
entre Baco (vinho) e Neptuno (água).
oito cantos
[nem sempre oitavas]
decassílabos
53. António Diniz da Cruz e Silva, O
Hyssope, 1808
Uma questão de cerimonial entre o
bispo de Elvas e o deão da respectiva
Sé.
oito cantos
não há estrofes regulares
decassílabos
54. João Jorge de Carvalho, Gaticanea ou
cruelissima guerra entre os cães e
os gatos [...], 1816
Guerra entre cães e gatos, em Mafra.
quatro cantos
sem regularidade estrófica
decassílabos
55. [Nuno Pato Moniz], Agostinheida, 1817
Vida e feitos do Padre José Agostinho de
Macedo, grande inimigo do autor.
nove cantos
sem delimitação estrófica
decassílabos
56. J. M. P. [Camilo Aureliano Silva e
Sousa], Os Ratos da Alfandega de
Pantana, 1849
Irregularidades na administração na
alfândega do Porto.
oito cantos
oitavas
decassílabos
61. Quatro estudantes de Evora, Parodia ao
primeiro canto dos Lusiadas de
Camões, 1880
Bebedice de alguns eborenses.
um canto
oitavas
decassílabos
62. Pedro de Azevedo Tojal, Foguetario,
1904
Fogo de artifício por um cónego, por
alturas dos esponsais de D. José e
Mariana Vitória.
seis cantos
oitavas
decassílabos
71. Lusíadas (Anaquim)
Este é o nosso triste fado
Do vamos andando e do pobre coitado
Velha canção em que a culpa é do estado
Por ser o espelho do reinado
E a história por mais do que uma vez
Foi mais cruel que a de Pedro e Inês
Levou-nos o que tanta falta nos fez
Sem deixar razões ou porquês
72. Temos fuga ao fisco, estradas de alto risco
Temos valiosos costumes e tradições
Que eu não percebo, se nos maldizemos,
quais as razões?
Temos chico-espertos, burlas e protestos
Temos tantos motivos p’ra sorrir
Que eu nem imagino qual será a desculpa
que vem a seguir…
73. Gosto tanto deste país
Só não entendo o que o faz feliz
Se é rir da miséria de outros quando a vemos
Ou chorar da nossa própria quando a temos
Gosto tanto deste país
Só não entendo quando ele se diz
Senhor de um futuro maturo, duro, mas seguro
E eu juro que ainda não o vi
74. Os queixumes, sei-os de cor
Endereçados, a Nosso Senhor
Intercalados, com suspiro ou dor
De um bom sofredor.
Dentro de momentos, seguem-se os lamentos
Não há dinheiro p’rós medicamentos
Não há dinheiro p’ra tanto sustento
Tão longe vão outros tempos.
75. Gosto tanto deste país
Só não entendo o que o faz feliz
Se é rir da miséria de outros quando a vemos
Ou chorar da nossa própria quando a temos
Gosto tanto deste país
Só não entendo quando ele se diz
Senhor de um futuro maturo, duro mas seguro
Eu juro que ainda não o vi.
76.
77. TPC — Prepara leitura em voz alta
das três estâncias de Os Lusíadas na p.
161, bem como das quatro estâncias na
p. 164. (Para conseguires leitura
razoável, não chegará reconheceres as
estrofes pouco antes da aula. Pretende-
se uma leitura profissional.)