1) O estudo investigou as condições de leitura e compreensão de textos de estudantes universitários de cursos de formação de professores.
2) Foi verificado que os cursos favorecem o contato com gêneros acadêmicos mas afastam dos estudos de lazer, e que os participantes compreenderam bem os três gêneros testados.
3) Aqueles com maior experiência com diferentes linguagens tiveram melhor desempenho na compreensão.
1) O documento propõe um projeto interdisciplinar de leitura analisando um texto jornalístico e integrando diferentes disciplinas para ajudar os alunos a compreenderem melhor o texto.
2) O projeto visa desenvolver conteúdos de Português, Matemática, História, Ciências e Artes com base em uma leitura comum para mostrar como um mesmo texto pode ser explorado em diferentes disciplinas.
3) O documento defende que a leitura deve ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada para despertar o interesse dos alun
Práticas de produção textua na universidadeVera Arcas
O documento discute práticas de ensino de produção textual na universidade com foco na reescrita de textos. Aborda três projetos integrados desenvolvidos pelo Departamento de Linguística da Universidade de Brasília para aprimorar habilidades de leitura e escrita de estudantes. O processo de ensino-aprendizagem é baseado em reescritas orientadas utilizando ferramentas como o Moodle e o Laboratório de Texto.
Este documento apresenta uma pesquisa sobre as concepções e práticas pedagógicas de leitura na Educação de Jovens e Adultos em uma escola pública em Cuiabá, MT. A pesquisa objetiva entender os diferentes modos de leitura dos alunos e refletir sobre o ensino e aprendizagem da leitura. Os dados preliminares indicam que a leitura ocupa lugar de destaque na sala de aula por meio de variedade de gêneros textuais e instiga elementos de construção do texto.
Alfabetiza€ ¦ção psicogen€ ¦ética e socio hist€ ¦óricaJu Dias
Este documento discute as contribuições das pesquisas sócio-históricas e psicogenéticas para a alfabetização, analisando as perspectivas de Vigotsky/Luria e Ferreiro sobre a escrita e as perspectivas de Smith, Goodman e Solé sobre a leitura. Também aborda as implicações pedagógicas de uma abordagem sócio-histórica, enfatizando a importância da interação e do contexto sociohistórico no processo de alfabetização.
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIOAmábile Piacentine
O capítulo descreve a vida e obra da pesquisadora Malu Matencio, especialista em letramento, gêneros textuais e formação de professores. Detalha sua formação acadêmica, linhas de pesquisa e publicações. Também resume partes de uma entrevista com Malu onde ela discute questões sobre a natureza política do trabalho acadêmico, didática da escrita, papel das representações no processo de construção de artefatos simbólicos e abordagens discursivas para o ensino.
Este documento discute a concepção de leitura como uma atividade de construção de sentidos que envolve a relação dinâmica entre o leitor e o texto. A leitura varia de acordo com o leitor, seus objetivos e experiências. O sentido é construído considerando o autor, o texto, o leitor e o contexto. A compreensão durante a leitura depende dos objetivos e história do leitor, não sendo uma atividade de precisão com regras exatas.
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita de uma perspectiva construtivista. Aborda a história da escrita e sua importância social. Também analisa como a concepção de alfabetização mudou com a industrialização e como a língua escrita se tornou fundamental na sociedade moderna. Explora os diferentes níveis de domínio da linguagem escrita.
Letramento e competência comunicativa a aprendizagem da escritaDouglas Marcos
O documento discute o conceito de letramento e sua relação com a aprendizagem da escrita e leitura. Aprender a ler e escrever é um processo social que envolve interação com outras pessoas e não apenas habilidades individuais. Estudos sobre letramento influenciaram as práticas de alfabetização ao enfatizar a importância de inserir a escrita na vida dos alunos para além do código. Contudo, ainda há um longo caminho a ser percorrido para revisar conceitos e práticas de ensino.
1) O documento propõe um projeto interdisciplinar de leitura analisando um texto jornalístico e integrando diferentes disciplinas para ajudar os alunos a compreenderem melhor o texto.
2) O projeto visa desenvolver conteúdos de Português, Matemática, História, Ciências e Artes com base em uma leitura comum para mostrar como um mesmo texto pode ser explorado em diferentes disciplinas.
3) O documento defende que a leitura deve ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada para despertar o interesse dos alun
Práticas de produção textua na universidadeVera Arcas
O documento discute práticas de ensino de produção textual na universidade com foco na reescrita de textos. Aborda três projetos integrados desenvolvidos pelo Departamento de Linguística da Universidade de Brasília para aprimorar habilidades de leitura e escrita de estudantes. O processo de ensino-aprendizagem é baseado em reescritas orientadas utilizando ferramentas como o Moodle e o Laboratório de Texto.
Este documento apresenta uma pesquisa sobre as concepções e práticas pedagógicas de leitura na Educação de Jovens e Adultos em uma escola pública em Cuiabá, MT. A pesquisa objetiva entender os diferentes modos de leitura dos alunos e refletir sobre o ensino e aprendizagem da leitura. Os dados preliminares indicam que a leitura ocupa lugar de destaque na sala de aula por meio de variedade de gêneros textuais e instiga elementos de construção do texto.
Alfabetiza€ ¦ção psicogen€ ¦ética e socio hist€ ¦óricaJu Dias
Este documento discute as contribuições das pesquisas sócio-históricas e psicogenéticas para a alfabetização, analisando as perspectivas de Vigotsky/Luria e Ferreiro sobre a escrita e as perspectivas de Smith, Goodman e Solé sobre a leitura. Também aborda as implicações pedagógicas de uma abordagem sócio-histórica, enfatizando a importância da interação e do contexto sociohistórico no processo de alfabetização.
LETRAMENTO, GÊNERO E DISCURSO:CENAS DE CONVERSA(S)COM MALU MATENCIOAmábile Piacentine
O capítulo descreve a vida e obra da pesquisadora Malu Matencio, especialista em letramento, gêneros textuais e formação de professores. Detalha sua formação acadêmica, linhas de pesquisa e publicações. Também resume partes de uma entrevista com Malu onde ela discute questões sobre a natureza política do trabalho acadêmico, didática da escrita, papel das representações no processo de construção de artefatos simbólicos e abordagens discursivas para o ensino.
Este documento discute a concepção de leitura como uma atividade de construção de sentidos que envolve a relação dinâmica entre o leitor e o texto. A leitura varia de acordo com o leitor, seus objetivos e experiências. O sentido é construído considerando o autor, o texto, o leitor e o contexto. A compreensão durante a leitura depende dos objetivos e história do leitor, não sendo uma atividade de precisão com regras exatas.
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita de uma perspectiva construtivista. Aborda a história da escrita e sua importância social. Também analisa como a concepção de alfabetização mudou com a industrialização e como a língua escrita se tornou fundamental na sociedade moderna. Explora os diferentes níveis de domínio da linguagem escrita.
Letramento e competência comunicativa a aprendizagem da escritaDouglas Marcos
O documento discute o conceito de letramento e sua relação com a aprendizagem da escrita e leitura. Aprender a ler e escrever é um processo social que envolve interação com outras pessoas e não apenas habilidades individuais. Estudos sobre letramento influenciaram as práticas de alfabetização ao enfatizar a importância de inserir a escrita na vida dos alunos para além do código. Contudo, ainda há um longo caminho a ser percorrido para revisar conceitos e práticas de ensino.
O documento discute as crenças de professores de Português sobre o papel da gramática no ensino da língua portuguesa. O estudo investigou as crenças de professores da rede pública de ensino em São Paulo e encontrou que os professores questionam o modelo gramatical tradicional e buscam mudar as práticas em sala de aula.
leitura, recepção midiática e produção de sentidoSusanlima Lima
O documento discute as relações entre leitura, recepção midiática e produção de sentido. Aborda estudos sobre leitura e história da leitura no mundo ocidental, além de considerar interfaces com diferentes mídias. Também procura evidenciar o processo de produção de sentido e elabora categorias de leitores.
1) O documento analisa como verbos introdutores de discurso relatado são tratados em um livro didático de português do 7o ano.
2) Estes verbos são importantes recursos linguísticos que afetam o sentido e argumento de textos jornalísticos como notícias.
3) O livro didático dá pouco espaço para analisar o papel destes verbos na construção do gênero notícia.
1) O documento discute a importância da mediação do professor no desenvolvimento das habilidades de leitura dos alunos, especialmente no que diz respeito à leitura de textos históricos.
2) Argumenta-se que as habilidades de leitura não são desenvolvidas de forma espontânea, mas sim através de interações sociais mediadas pelos professores.
3) Defende-se que cabe aos professores de História orientar a leitura de documentos históricos, incorporando reflexões sobre a leitura em seu trabalho, ao invés de
1) O documento discute a importância da mediação do professor no desenvolvimento das habilidades de leitura dos alunos, especialmente no que diz respeito à leitura de textos históricos.
2) Argumenta-se que as habilidades de leitura não são desenvolvidas de forma espontânea, mas sim através de interações sociais mediadas pelos professores.
3) Defende-se que cabe aos professores de História orientar a leitura de documentos históricos, incorporando reflexões sobre a leitura em seu trabalho, ao invés de
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
A educação deve ser concebida como um processo de formação/transformação que se realiza a
partir de experiências vividas pelos sujeitos nos diversos espaços educativos a que têm acesso (família,
trabalho, escola...), na interação com o mundo e com as pessoas que fazem parte do seu universo cultural.
O documento discute a importância da interdisciplinaridade e do letramento por meio de projetos coletivos em escolas públicas. Ele apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola municipal que mostrou que os professores reconhecem a importância da interdisciplinaridade, mas nem sempre a aplicam corretamente em suas aulas. Conclui-se que projetos coletivos podem promover práticas significativas de letramento de forma interdisciplinar.
O documento discute a implementação de um projeto pedagógico em uma escola que teve como objetivo debater a teoria do ensino da Língua Portuguesa com foco na análise e reflexão sobre a prática docente, visando a formação de leitores e produtores de texto competentes. O projeto contou com o apoio de um grupo de estudos de professores e atividades foram aplicadas aos alunos para conclusão do projeto.
O documento discute as dificuldades na aprendizagem da leitura por pessoas disléxicas. Apresenta conceitos de leitura de acordo com diferentes autores e destaca o papel do bibliotecário na mediação da informação para disléxicos. Explora as causas e desafios da dislexia e como afeta o acesso à informação.
O documento discute estratégias para formar leitores competentes com dislexia. Apresenta conceitos sobre leitor, leitura, texto e dislexia. A pesquisa indica que leitores disléxicos têm dificuldade em usar vias lexical e sublexical de leitura de forma hábil e tendem a privilegiar informações de seu conhecimento ao invés do texto.
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
Este documento discute a importância de se ensinar gêneros textuais na educação de língua portuguesa. Apresenta diferentes perspectivas teóricas sobre gêneros textuais e defende que os professores devem levar em conta a diversidade de gêneros e seu caráter social e histórico ao invés de ensinar formatos engessados. Também ressalta a necessidade de capacitar os alunos a lerem e produzirem diferentes tipos de textos.
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aulaSonia Piaya
Este documento discute novos letramentos, mídias e tecnologias. Apresenta uma breve história dos estudos sobre letramento e como eles evoluíram para incluir perspectivas sociais e críticas. Também discute como novas mídias e tecnologias estão sendo incorporadas nos estudos de letramento, com foco em práticas como remixes e memes.
A literatura nas normativas governamentais: LDB, Parâmetros, Orientações e Di...Andressa Savoldi
*A LDB fala sobre o ideal de educação, daí todas as outras normativas (inclusive as Diretrizes) vão tentar fazer com que o currículo escolar atenda esse ideal.
*Nas Diretrizes o foco é a Língua Portuguesa, a Literatura entra como subitem do item Práticas Discursiva de Leitura.
*Nos Parâmetros, introduz-se a linguagem, depois parte para as competências das quais nenhum fala explicitamente sobre a Literatura, mas está implícito e vai citar a Literatura como integrada à área de leitura (semelhante às Diretrizes).
*As Orientações são mais detalhadas, vão falar mais especificamente sobre a Literatura, principalmente a razão de ela existir no EM, e critica a falta de autonomia e especificidade que lhe são devida.
O documento discute estratégias de leitura para transformar alunos em leitores autônomos. Primeiramente, apresenta pressupostos teóricos sobre a leitura como prática social dinâmica e histórica, com ênfase nos trabalhos de Vygotsky e Bakhtin. Em seguida, descreve etapas antes, durante e depois da leitura, como motivação, objetivos, ativação de conhecimento prévio e formulação de hipóteses. O objetivo é ensinar alunos a ler de forma consciente e intencional para
A alteridade constitutiva em aulas de inglês como língua culturaGuilherme Augusto
1) O documento discute como a presença do outro e as interações entre alunos brasileiros e seu professor irlandês em uma sala de aula de inglês influenciam a constituição de suas subjetividades.
2) Baseado na teoria do dialogismo de Bakhtin, o documento argumenta que as práticas discursivas dialógicas entre as línguas e culturas dos participantes revelam suas perspectivas e valores de forma determinante.
3) Essas interações com o outro garantem momentos significativos de apropriação do inglês como líng
O documento discute a relação entre oralidade, escrita e letramento na perspectiva de diferentes teorias. Apresenta a evolução histórica da escrita e do campo de pesquisa sobre o tema, destacando visões evolucionistas e sociointeracionistas. Também reflete sobre a relação entre oralidade e escrita no ensino de línguas e a importância de se considerar ambas as modalidades.
O documento discute as relações entre a produção do conhecimento, o processo de ensino-aprendizagem e a formação do sujeito educando, argumentando que a educação não se efetiva apenas com base nos processos cognitivos, mas também pela historicidade da prática cultural. Defende que a perspectiva de Vygotsky articula melhor essas dimensões ao demonstrar o papel da cultura e da linguagem na construção da subjetividade.
O documento discute a relação entre o verbal e o não verbal do ponto de vista das práticas de leitura e produção do texto. Apresenta reflexões sobre a autonomia do verbal em relação ao não verbal no fotojornalismo e sobre noções de leitura, produção do texto, autoria e leitor previsto. Aborda também os efeitos de literalidade, redundância e regras de gênero discursivo na produção e leitura do texto.
1º anos a, b português-daniela-2ºsemestreFatima Moraes
Este documento apresenta o plano de ensino de Língua Portuguesa para o 2o semestre do 1o ano do Ensino Médio. Serão realizadas avaliações iniciais para detectar habilidades não dominadas e nivelar os alunos. O conteúdo abordará esferas da linguagem, leitura, escrita e análise linguística de textos de diferentes gêneros.
Este documento resume as principais ideias do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD). O ISD estuda a relação entre atividades humanas, textos e discursos, enfatizando a interação entre linguagem, pensamento e ação. Ele sintetiza temas de diversas disciplinas e propõe um marco teórico que articula atividades, condições sociais, textos e mundos formais de conhecimento. O ISD também analisa gêneros textuais, tipos de discurso, sequências textuais e mecanismos de textual
O documento discute como o celular se tornou uma tecnologia onipresente na vida dos adolescentes da "Geração Celular". Embora o acesso a computadores e internet ainda seja limitado no Brasil, o celular é mais acessível e atraente para os jovens devido a recursos como câmera, MP3, mensagens de texto e redes sociais. No entanto, o uso excessivo de celulares também pode ter efeitos negativos como distração nas aulas, consumismo e diálogos maiores com amigos do que com pais.
O documento discute as crenças de professores de Português sobre o papel da gramática no ensino da língua portuguesa. O estudo investigou as crenças de professores da rede pública de ensino em São Paulo e encontrou que os professores questionam o modelo gramatical tradicional e buscam mudar as práticas em sala de aula.
leitura, recepção midiática e produção de sentidoSusanlima Lima
O documento discute as relações entre leitura, recepção midiática e produção de sentido. Aborda estudos sobre leitura e história da leitura no mundo ocidental, além de considerar interfaces com diferentes mídias. Também procura evidenciar o processo de produção de sentido e elabora categorias de leitores.
1) O documento analisa como verbos introdutores de discurso relatado são tratados em um livro didático de português do 7o ano.
2) Estes verbos são importantes recursos linguísticos que afetam o sentido e argumento de textos jornalísticos como notícias.
3) O livro didático dá pouco espaço para analisar o papel destes verbos na construção do gênero notícia.
1) O documento discute a importância da mediação do professor no desenvolvimento das habilidades de leitura dos alunos, especialmente no que diz respeito à leitura de textos históricos.
2) Argumenta-se que as habilidades de leitura não são desenvolvidas de forma espontânea, mas sim através de interações sociais mediadas pelos professores.
3) Defende-se que cabe aos professores de História orientar a leitura de documentos históricos, incorporando reflexões sobre a leitura em seu trabalho, ao invés de
1) O documento discute a importância da mediação do professor no desenvolvimento das habilidades de leitura dos alunos, especialmente no que diz respeito à leitura de textos históricos.
2) Argumenta-se que as habilidades de leitura não são desenvolvidas de forma espontânea, mas sim através de interações sociais mediadas pelos professores.
3) Defende-se que cabe aos professores de História orientar a leitura de documentos históricos, incorporando reflexões sobre a leitura em seu trabalho, ao invés de
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
A educação deve ser concebida como um processo de formação/transformação que se realiza a
partir de experiências vividas pelos sujeitos nos diversos espaços educativos a que têm acesso (família,
trabalho, escola...), na interação com o mundo e com as pessoas que fazem parte do seu universo cultural.
O documento discute a importância da interdisciplinaridade e do letramento por meio de projetos coletivos em escolas públicas. Ele apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola municipal que mostrou que os professores reconhecem a importância da interdisciplinaridade, mas nem sempre a aplicam corretamente em suas aulas. Conclui-se que projetos coletivos podem promover práticas significativas de letramento de forma interdisciplinar.
O documento discute a implementação de um projeto pedagógico em uma escola que teve como objetivo debater a teoria do ensino da Língua Portuguesa com foco na análise e reflexão sobre a prática docente, visando a formação de leitores e produtores de texto competentes. O projeto contou com o apoio de um grupo de estudos de professores e atividades foram aplicadas aos alunos para conclusão do projeto.
O documento discute as dificuldades na aprendizagem da leitura por pessoas disléxicas. Apresenta conceitos de leitura de acordo com diferentes autores e destaca o papel do bibliotecário na mediação da informação para disléxicos. Explora as causas e desafios da dislexia e como afeta o acesso à informação.
O documento discute estratégias para formar leitores competentes com dislexia. Apresenta conceitos sobre leitor, leitura, texto e dislexia. A pesquisa indica que leitores disléxicos têm dificuldade em usar vias lexical e sublexical de leitura de forma hábil e tendem a privilegiar informações de seu conhecimento ao invés do texto.
Bakhtin generos textuais e ensino de lingua portuguesaUNIPLETRAS
Este documento discute a importância de se ensinar gêneros textuais na educação de língua portuguesa. Apresenta diferentes perspectivas teóricas sobre gêneros textuais e defende que os professores devem levar em conta a diversidade de gêneros e seu caráter social e histórico ao invés de ensinar formatos engessados. Também ressalta a necessidade de capacitar os alunos a lerem e produzirem diferentes tipos de textos.
Sintese do texto Um passo para fora da sala de aulaSonia Piaya
Este documento discute novos letramentos, mídias e tecnologias. Apresenta uma breve história dos estudos sobre letramento e como eles evoluíram para incluir perspectivas sociais e críticas. Também discute como novas mídias e tecnologias estão sendo incorporadas nos estudos de letramento, com foco em práticas como remixes e memes.
A literatura nas normativas governamentais: LDB, Parâmetros, Orientações e Di...Andressa Savoldi
*A LDB fala sobre o ideal de educação, daí todas as outras normativas (inclusive as Diretrizes) vão tentar fazer com que o currículo escolar atenda esse ideal.
*Nas Diretrizes o foco é a Língua Portuguesa, a Literatura entra como subitem do item Práticas Discursiva de Leitura.
*Nos Parâmetros, introduz-se a linguagem, depois parte para as competências das quais nenhum fala explicitamente sobre a Literatura, mas está implícito e vai citar a Literatura como integrada à área de leitura (semelhante às Diretrizes).
*As Orientações são mais detalhadas, vão falar mais especificamente sobre a Literatura, principalmente a razão de ela existir no EM, e critica a falta de autonomia e especificidade que lhe são devida.
O documento discute estratégias de leitura para transformar alunos em leitores autônomos. Primeiramente, apresenta pressupostos teóricos sobre a leitura como prática social dinâmica e histórica, com ênfase nos trabalhos de Vygotsky e Bakhtin. Em seguida, descreve etapas antes, durante e depois da leitura, como motivação, objetivos, ativação de conhecimento prévio e formulação de hipóteses. O objetivo é ensinar alunos a ler de forma consciente e intencional para
A alteridade constitutiva em aulas de inglês como língua culturaGuilherme Augusto
1) O documento discute como a presença do outro e as interações entre alunos brasileiros e seu professor irlandês em uma sala de aula de inglês influenciam a constituição de suas subjetividades.
2) Baseado na teoria do dialogismo de Bakhtin, o documento argumenta que as práticas discursivas dialógicas entre as línguas e culturas dos participantes revelam suas perspectivas e valores de forma determinante.
3) Essas interações com o outro garantem momentos significativos de apropriação do inglês como líng
O documento discute a relação entre oralidade, escrita e letramento na perspectiva de diferentes teorias. Apresenta a evolução histórica da escrita e do campo de pesquisa sobre o tema, destacando visões evolucionistas e sociointeracionistas. Também reflete sobre a relação entre oralidade e escrita no ensino de línguas e a importância de se considerar ambas as modalidades.
O documento discute as relações entre a produção do conhecimento, o processo de ensino-aprendizagem e a formação do sujeito educando, argumentando que a educação não se efetiva apenas com base nos processos cognitivos, mas também pela historicidade da prática cultural. Defende que a perspectiva de Vygotsky articula melhor essas dimensões ao demonstrar o papel da cultura e da linguagem na construção da subjetividade.
O documento discute a relação entre o verbal e o não verbal do ponto de vista das práticas de leitura e produção do texto. Apresenta reflexões sobre a autonomia do verbal em relação ao não verbal no fotojornalismo e sobre noções de leitura, produção do texto, autoria e leitor previsto. Aborda também os efeitos de literalidade, redundância e regras de gênero discursivo na produção e leitura do texto.
1º anos a, b português-daniela-2ºsemestreFatima Moraes
Este documento apresenta o plano de ensino de Língua Portuguesa para o 2o semestre do 1o ano do Ensino Médio. Serão realizadas avaliações iniciais para detectar habilidades não dominadas e nivelar os alunos. O conteúdo abordará esferas da linguagem, leitura, escrita e análise linguística de textos de diferentes gêneros.
Este documento resume as principais ideias do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD). O ISD estuda a relação entre atividades humanas, textos e discursos, enfatizando a interação entre linguagem, pensamento e ação. Ele sintetiza temas de diversas disciplinas e propõe um marco teórico que articula atividades, condições sociais, textos e mundos formais de conhecimento. O ISD também analisa gêneros textuais, tipos de discurso, sequências textuais e mecanismos de textual
O documento discute como o celular se tornou uma tecnologia onipresente na vida dos adolescentes da "Geração Celular". Embora o acesso a computadores e internet ainda seja limitado no Brasil, o celular é mais acessível e atraente para os jovens devido a recursos como câmera, MP3, mensagens de texto e redes sociais. No entanto, o uso excessivo de celulares também pode ter efeitos negativos como distração nas aulas, consumismo e diálogos maiores com amigos do que com pais.
O documento discute a concepção de Paulo Freire sobre a educação da infância. Segundo Freire, as crianças devem ser educadas através do diálogo com o mundo e os outros, reconhecendo seu próprio inacabamento e lutando contra qualquer forma de opressão. Um projeto educacional freiriano trataria as crianças como sujeitos capazes de construir sua história com autonomia, amorosidade e esperança, contribuindo para a construção da paz.
Este artigo discute a importância da dialogicidade no processo de ensino-aprendizagem na perspectiva de Paulo Freire. O autor relata experiências em sala de aula utilizando projetos de investigação que promovem o diálogo entre os alunos, professores e entre diferentes áreas do conhecimento, especialmente matemática e biologia. A dialogicidade é apresentada como fundamental para que os professores possam relacionar os temas trazidos pelos alunos com os conteúdos das disciplinas.
O documento discute fatores construtivos e destrutivos que impactam o equilíbrio entre ambiente de trabalho e ser humano. Apresenta uma lista de fatores que podem afetar positiva ou negativamente os trabalhadores e a organização, como capacitações, cultura, estresse e relações de poder. Também discute como esses fatores estão interligados e como um fator negativo pode desencadear outros e levar a acidentes.
O documento descreve as qualidades de um bom educador, listando-as como: motivador, equilibrado, criativo, ativo, compromissado, ético e influenciador. Explica brevemente o que cada qualidade significa. Conclui que quem possuir essas sete qualidades será um bom educador e um vencedor.
Este documento descreve um exercício para colocar os participantes no lugar de outras pessoas e refletir sobre como lidariam com diferentes situações. O exercício envolve distribuir cartelas com situações para cada participante descrever sua resposta, gerando discussão sobre perspectivas diferentes. O objetivo é experimentar ver o mundo pela ótica de outra pessoa.
O documento descreve como funciona o Mapa da Empatia do Cliente, uma ferramenta para obter um profundo conhecimento sobre os clientes respondendo perguntas sobre o que eles veem, pensam, sentem, falam, fazem, escutam, desafios, fortalezas. O mapa fornece insights valiosos sobre os clientes que podem levar a novas oportunidades de negócios e inovações.
As Características das Gerações: Tradicionalistas, Baby Boomers, X, Y, ZMauro de Oliveira
Conhecer o público alvo com quem pretendemos nos comunicar e interagir é fundamental para o sucesso de qualquer ação. Os diferentes grupos podem ser divididos por vários fatores: cor, raça, gênero, religião, orientação sexual, idade ou habilidades. Uma divisão aceita e estudada por muitos pesquisadores é feita por Gerações, ou seja, de acordo com o ano de nascimento dos indivíduos. Assim, temos cinco grande grupos atualmente como potenciais consumidores.Os veteranos/tradicionalistas, nascidos entre 1922 e 1943; baby boomers, entre 1943 e 1960; Geração X, entre 1960 e 1980; Geração Y, nascidos entre 1980 e 2000 e Geração Z, a mais recente, formada por pessoas nascidas neste século.
Esta apresentação foi realizada no curso de pós-graduação em Treinamento de Força da Escola de Educação Física da USP- Universidade de São Paulo.
Nesta apresentação, são apresentadas as principais características de cada uma delas, seus fatores geradores, o impacto dos eventos sociais, guerras, músicas e consumo sobre cada um deles. O objetivo é compreender como pensam, as principais diferenças e, assim, ter mais sucesso em ações de comunicação para os diferentes profissionais interessados nesses indívíduos.
Empatia - A arte de se colocar no lugar do outroVera Lessa
O documento discute o conceito de empatia e como colocar-se no lugar do outro. Apresenta quatro tipos de vibrações - apatia, antipatia, simpatia e empatia - e descreve empatia como a capacidade de intuir os sentimentos de outra pessoa. Também discute como a empatia é importante para comunicação, negócios e relacionamentos ao ajudar as pessoas a se entenderem melhor.
O documento discute diversos tópicos relacionados a relacionamentos interpessoais e liderança. Aborda a importância da escuta, do feedback e do trabalho em equipe para o bem comum. Também discute os diferentes estilos de liderança, fatores que influenciam a percepção e a motivação como fator importante para o engajamento das pessoas.
A atividade propõe que os alunos pintem e recortem flores iguais e troquem suas pétalas, formando um "jardim da diversidade", antes de discutir como garantir os direitos de aprendizagem de todos diante da diversidade, como animar alunos desanimados e como reagir às inovações.
Relações interpessoais na organização e gestão de conflitosJanaina Becker
O documento discute as relações interpessoais no ambiente de trabalho e como elas influenciam os resultados das organizações. Aborda a importância do ser humano e das habilidades interpessoais, além de fatores como ambiente físico, necessidades humanas e cultura organizacional que afetam essas relações. Também apresenta estratégias para melhorar a comunicação e gestão de conflitos entre os colaboradores.
O documento é uma homenagem ao melhor professor do mundo, descrevendo-o como a pessoa mais positiva em várias dimensões como beleza, alegria e personalidade, além de ser universal e fundamental para transmitir conhecimento.
O documento discute relacionamentos interpessoais, pertencimento e como manter um bom clima em equipes. Trata da necessidade de respeitar as diferenças, lidar com a diversidade, evitar egocentrismo e promover interação amigável, cooperação, simpatia e compreensão. Contém também uma história sobre um monge que salva um escorpião apesar de ter sido picado, ilustrando a ideia de cada um agir de acordo com sua própria natureza.
O documento faz uma comparação entre o processo de educação e o crescimento de uma planta a partir de uma semente, destacando que assim como uma semente leva tempo para germinar e dar frutos, a educação também requer tempo para mostrar seus resultados, não podendo exigir conquistas imediatas.
Relacionamento Interpessoal no Ambiente de TrabalhoLuis Paulo Barros
Objetivo:
Provocar a reflexão sobre as relações interpessoais no ambiente laboral, adotar atitudes conscientes para uma boa convivência em grupo, respeitando as diferenças, valorizando o melhor de cada um em beneficio do grupo.
REFLEXÃO - A IMPORTÂNCIA DE SER UM PROFESSOR - EDUCADORSaldoce Delícia
O documento discute a importância do papel do professor como educador. Citando Paulo Freire, enfatiza que a educação deve promover a liberdade, não a domesticação. Um bom professor deve amar ensinar e aprender constantemente, questionando poderes opressores. Ele deve ser apaixonado pelo que faz e ter compaixão pelos alunos.
O texto descreve a metáfora do laço e do abraço para representar os sentimentos de amor e amizade. Um laço envolve e une sem apertar, podendo se desfazer sem perdas quando as pontas são puxadas. Assim como os laços afetivos se formam e se desfazem sem ferir ou escravizar as pessoas.
O que é ser professor hoje? Breve reflexão acerca da arte de ensinarSeduc MT
A função de um professor é transmitir conhecimento, independentemente dos meios ou ferramentas utilizadas. Embora as tecnologias mudem, o papel fundamental do professor é ensinar. Um bom professor sabe usar todas as ferramentas disponíveis e se atualiza constantemente para manter-se relevante para os alunos.
Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivistaDeusrieta M1)
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita com base em uma perspectiva construtivista. Aborda o desenvolvimento histórico da escrita e sua importância atual, além de definir o que é ler e como ocorre o processo de compreensão durante a leitura. Também apresenta diferentes abordagens para o ensino e aprendizagem da leitura na escola.
O documento discute a aprendizagem da leitura e escrita com base em uma perspectiva construtivista. Aborda os principais conceitos como: a língua escrita e sua importância histórica; o que é ler e como ocorre o processo de leitura; o ensino e aprendizagem da leitura considerando diferentes concepções ao longo do tempo; o planejamento da leitura na escola utilizando diferentes atividades e espaços; e a avaliação da leitura de forma formativa.
1) O documento discute as capacidades necessárias para a leitura cidadã, incluindo decodificação, compreensão e interpretação.
2) Ele argumenta que as práticas de leitura na escola geralmente se concentram apenas na decodificação e compreensão básica, ignorando outras capacidades importantes.
3) Isso resulta em leitores brasileiros insuficientemente preparados para as demandas da sociedade atual, altamente letrada.
1) O texto discute as capacidades necessárias para a leitura cidadã, além da decodificação e compreensão literal ensinadas na escola.
2) Diferentes tipos de leitura requerem diferentes combinações de capacidades cognitivas, sociais e linguísticas.
3) A leitura escolar foca principalmente na decodificação e localização de informações, em detrimento de capacidades interpretativas e críticas necessárias para a leitura como prática social.
SUBSÍDIOS ATPC - A4 - Letramento e capacidade de leitura pra cidadania 2004.pdfRitaMuniz9
1) A leitura na escola geralmente se concentra em capacidades básicas como decodificação e compreensão literal, em vez de interpretação e discussão crítica dos textos.
2) Existem muitas capacidades envolvidas na leitura além da decodificação, como ativação de conhecimento prévio e habilidades discursivas.
3) As teorias de leitura evoluíram para reconhecer cada vez mais capacidades, da compreensão do texto para a interação autor-leitor e análise de discursos.
O documento discute como as tecnologias digitais influenciam o processo de leitura de estudantes. Aborda o processo de leitura, incluindo estratégias como antecipação, decifração e interpretação. Também discute como as tecnologias digitais afetam o papel dos professores e da escola na sociedade contemporânea.
SLIDE 1- CONCEITO DE TEXTO, LEITURA E ESCRITA.pptxAlineGomes625789
O documento discute os conceitos de texto, leitura e escrita. Apresenta diferentes definições de texto e abordagens para o estudo da leitura, focando no texto, no leitor e na comunidade. Também discute os tipos de conhecimento envolvidos no processamento textual e a leitura como um processo interativo.
O documento descreve uma pesquisa sobre o uso do gênero carta do leitor para desenvolver a escrita em alunos do 5o ano. Os pesquisadores elaboraram materiais didáticos e atividades em sala de aula focadas nesse gênero com o objetivo de tornar o ensino de língua portuguesa mais efetivo. A pesquisa sugere que trabalhar com gêneros discursivos de forma contextualizada pode ajudar os alunos a aprender melhor e desenvolver habilidades como pensamento crítico.
1) O documento discute a abordagem dos gêneros textuais nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental.
2) A autora realiza uma revisão teórica sobre gêneros textuais e suas implicações para o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa.
3) Ela analisa como os PCN's abordam o trabalho com gêneros textuais e destaca a importância dessa abordagem para estimular a participação crítica dos alunos.
O documento apresenta reflexões sobre o fenômeno do letramento, discutindo sua origem, contexto histórico e principais características. Aborda a origem do termo no Brasil e diferentes concepções, distinguindo as dimensões individual e social do letramento.
Este documento discute a relação entre cultura, leitura e escrita. Ele explica que a escrita ampliou a memória humana e possibilitou a comunicação a distância, tornando-se também um instrumento de poder. A leitura e a escrita exercem diferentes funções nas culturas e dependem do contexto social e cultural do leitor.
Este documento discute a importância da leitura na formação do cidadão. A leitura é uma prática social essencial para a inserção do indivíduo na sociedade, pois fornece acesso a informações que permitem interagir de forma consciente. A escola desempenha um papel fundamental na formação do hábito da leitura, embora os alunos muitas vezes não gostem de ler. A leitura como prática social vai além da decodificação e requer compreensão do contexto.
Este documento discute concepções de leitura e suas implicações pedagógicas. 1) Aborda oposições entre ensinar a ler versus formar leitores e entre leitura como decodificação versus negociação de sentidos; 2) Argumenta que a leitura é um processo ativo que depende do contexto do leitor; 3) Defende que as práticas pedagógicas devem levar em conta diferentes interpretações possíveis de um texto.
3- O ensino da leitura e da escrita.pptxnoadiasilva2
1. O documento discute estratégias para ensino de língua portuguesa com foco em leitura, produção de textos e análise linguística.
2. Ele defende que leitura e escrita devem ser ensinadas de forma integrada e cíclica ao longo dos anos escolares.
3. O documento também discute a importância de usar uma variedade de textos reais na sala de aula para formar leitores e escritores competentes.
O documento apresenta as diretrizes pedagógicas para o ensino da Língua Portuguesa, definindo a língua como um processo social e histórico de interação entre sujeitos. Ele propõe que as aulas foquem em práticas discursivas reais de leitura, escrita e oralidade, utilizando diferentes gêneros textuais para desenvolver a competência comunicativa dos alunos.
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinCursoTICs
Este documento descreve uma pesquisa sobre o uso de um objeto de aprendizagem online para melhorar as habilidades de leitura e escrita de alunos do 5o ano do ensino fundamental. Os resultados do SAERS de 2009 mostraram que os alunos precisavam melhorar nestas áreas. A pesquisa analisou 50% de uma turma após o uso do objeto de aprendizagem e encontrou melhorias nas estratégias de leitura e processamento de texto.
A oralidade e a escrita prof roberta scheibe1Roberta Scheibe
O documento discute os conceitos de oralidade, escrita, alfabetização e letramento. Aprendemos ao longo da vida por meio da interação social e da experiência, não apenas em salas de aula. Letramento envolve as práticas sociais da leitura e escrita, não apenas habilidades básicas. Oralidade e escrita devem ser vistas como complementares, não opostas.
O documento discute estratégias de leitura para formar leitores competentes, incluindo antecipar temas, confirmar expectativas durante a leitura, e sintetizar informações após a leitura. A pesquisa aplicou tais estratégias com alunos do 5o ano usando narrativas curtas e mostrou que isso desenvolveu habilidades leitoras de forma efetiva.
O documento discute estratégias de leitura para formar leitores competentes, descrevendo uma pesquisa aplicada com alunos do 5o ano do ensino fundamental. A pesquisa usou estratégias de leitura antes, durante e depois da leitura em textos narrativos curtos para desenvolver habilidades de compreensão e interpretação. Os resultados mostraram que as estratégias ajudaram os alunos a lerem com segurança, confiança e interesse.
Semelhante a A constituição do professor leitor (20)
Este documento discute a importância do diálogo na relação entre profissionais de saúde mental e usuários, conforme proposto por Paulo Freire. Argumenta-se que uma relação dialógica deve ser baseada no respeito aos direitos e cidadania do usuário. Também aborda como as conversações dialógico-terapêuticas podem promover o empoderamento do usuário no processo de cuidados em saúde mental.
O documento descreve os principais aspectos da teoria freiriana: 1) A dialogicidade é fundamental, envolvendo o diálogo horizontal e a transformação do mundo através da palavra. 2) A politicidade está ligada à ação transformadora e à conscientização crítica. 3) O "método" freiriano envolve a investigação temática, o compartilhamento do conhecimento e a problematização, visando a emancipação do educando como sujeito da aprendizagem.
Este documento discute a importância da dialogicidade para o trabalho coletivo na escola de acordo com Paulo Freire. A dialogicidade é vista como uma metodologia para mediar a prática dos coordenadores pedagógicos e promover atividades docentes coletivas com consenso. O texto relata a aplicação desta abordagem no trabalho de duas coordenadoras e deixa espaço para novas reflexões sobre o tema.
Este trabalho discute a dialogicidade em Paulo Freire e como ela está presente na formação do diálogo igualitário e nos demais princípios da aprendizagem dialógica. Analisa quatro obras de Freire sobre educação e dialogicidade e os sete princípios da aprendizagem dialógica desenvolvidos pelo CREA. Busca compreender como o diálogo igualitário, baseado na dialogicidade freireana, perpassa os demais princípios como inteligência cultural, transformação e solidariedade.
O documento discute as ideias de Paulo Freire sobre a educação e a dialogicidade. Freire acreditava que a educação deveria libertar as pessoas da opressão e levar a uma construção da sociedade. Para ele, a essência da educação é a dialogicidade, ou a relação entre as pessoas e o mundo através do diálogo. A educação deve despertar a consciência sobre a importância da relação entre ação e reflexão para que as pessoas possam viver de forma autêntica.
This short document appears to be discussing different types of locks, keys, and locking mechanisms. It mentions numbers, letters, and symbols that could relate to codes, combinations, or other security features for locks. The overall topic seems to be about physical security and access control.
Este trabalho discute a crise da leitura mediante a participação dos pesquisadores, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), de agosto de 2010 a novembro de 2011, provenientes do Curso de Pedagogia de uma universidade de Curitiba, em uma instituição pública de ensino, na formação de professores alfabetizadores. A pesquisa que tem como tema a crise da leitura na formação de docentes foi procedente dos relatórios dos bolsistas, das reuniões de estudos com os supervisores locais e bolsistas, das observações e das produções acadêmicas dos bolsistas, tendo como premissa a ação-reflexão-ação e por fim, a aplicação de um questionário, os quais constituem o “corpus” para a análise dos resultados até aqui possíveis de compreender. A formação de professores foi baseada em Freire (1987, 2003) e Pimenta (1990); a leitura e suas concepções basearam-se em Zilberman (1991), Lajolo (2010), Andrade (2007), Maia (2007) e Silva (1985). Foi possível ratificar as primeiras impressões alcançadas, motivando assim para um estudo mais aprofundado, a fim de reconhecer as causas da pouca prática leitora entre os jovens pesquisados.
1) O documento discute a crise da leitura na formação de professores, analisando as práticas leitoras de futuros professores.
2) Uma pesquisa mostrou que os futuros professores lêem pouco e principalmente quando pressionados por tarefas escolares.
3) É preocupante a crise da leitura na formação docente, já que os professores devem ser disseminadores da prática da leitura para os estudantes.
Este documento apresenta uma dissertação de mestrado sobre as práticas de leitura de alunos do ensino fundamental. A pesquisa analisou como 31 alunos do 7o ano se constituíam como leitores a partir de práticas de leitura na escola e na internet. O trabalho discute conceitos de leitura e linguagem de Bakhtin e apresenta os procedimentos metodológicos da pesquisa, que envolveram filmagens de rodas de conversa e registros escritos dos alunos em fóruns virtuais. Os resultados indicaram que os
O documento descreve uma proposta de ensino de língua portuguesa no 6o ano do ensino fundamental utilizando a reescrita de fábulas. O trabalho analisou o processo de reescrita de alunos após intervenções do professor através de bilhetes. A proposta objetivou desenvolver a escrita dos alunos e trabalhar a língua dentro de uma perspectiva de letramento.
1) A pesquisa analisa a importância da leitura e escrita na formação cidadã de alunos do ensino médio e os saberes e práticas de professores de língua portuguesa.
2) Ler e escrever são habilidades essenciais para o exercício da cidadania e o desenvolvimento do indivíduo, mas é necessário ensiná-las além da mera decodificação e codificação.
3) A pesquisa incluiu uma revisão bibliográfica e entrevistas com professores para identificar seus mé
O documento discute os desafios dos educadores em ensinar leitura e escrita para os alunos. A autora argumenta que a responsabilidade não é apenas dos professores de língua portuguesa, mas de todos os educadores. Ela sugere estratégias como projetos de leitura coletiva e atividades interdisciplinares para estimular o interesse dos alunos e melhorar suas habilidades.
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detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
1. Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Constituição do professor‑leitor:
condições e compreensão de leitura
em alunos universitários
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira
Eline de Melo Santos
Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: Objetivou‑se (i) investigar as condições de leitura de professores em formação
inicial, dentro e fora do espaço dessa formação; (ii) avaliar a compreensão de leitura desses
futuros profissionais quando em interação com diferentes gêneros textuais; (iii) evidenciar a
relação entre o desempenho em compreensão de leitura e as condições de participação em
práticas de letramento. Participaram nove alunos de licenciaturas diversas, cursando a partir
do 4º período, de universidade pública do Recife. Realizaram‑se entrevista para investigação
da história de leitura e atividade de compreensão textual de uma crônica, um artigo científi-
co e um texto de opinião. Verificou‑se que os cursos de formação de professores favorecem
o contato com gêneros ainda desconhecidos dos estudantes (artigo científico), mas os afasta
de outras leituras (a deleite); que os participantes, de modo geral, compreenderam os três
gêneros textuais; e que aqueles que têm maior contato com outras linguagens tiveram me-
lhor desempenho na compreensão dos textos lidos.
Palavras‑chave: compreensão textual; condições de leitura; gêneros textuais; formação de
professores; universidade.
Formation of reader‑teacher: reading conditions and comprehension
of university students
Abstract: This work aimed to (i) investigate the reading conditions of teachers taking an
initial training, both within and outside the scope of such training, (ii) evaluate the reading
comprehension of future professionals when interacting with different text genres, (iii)
show the relationship between performance in reading comprehension and conditions of
participation in literacy practices. Nine students from various degrees participated of the
study, from the 4th period on, at a public university in Recife. We interviewed them to
investigate their history of reading and we set a text comprehension task based on a
chronic, scientific article and opinion article. It was found that the training courses for
teachers favor the contact with text genres unfamiliar to students (e.g. scientific article), but
keep them off other readings (i.e. for pleasure), also that the participants generally
understood the three text genres and those who have more contact with other languages
performed better on comprehension of the texts read.
Keywords: text comprehension; reading conditions; text genres; teacher training; university.
Constitución del profesor‑lector: condiciones y comprensión de
lectura en alumnos universitarios
Resumen: Se ha objetivado (i) investigar las condiciones de lectura de profesores en for-
mación inicial, dentro y fuera de esa formación; (ii) evaluar la comprensión de lectura de
esos futuros profesionales cuando interaccionan con diferentes géneros textuales; (iii) po-
ner en evidencia la relación entre el desempeño en comprensión de lectura y las condicio-
nes de participación en practicas de letramiento. Participaron nueve alumnos de licencia-
turas variadas, cursando a partir del 4° semestre, de universidad pública de Recife. Fue
realizada entrevista para investigación de la historia de lectura y actividad de comprensión
textual de una crónica, articulo científico y de opinión. Se ha verificado que los cursos de
formación de profesores favorecen el contacto con géneros aún desconocidos por los
estudiantes (artículo científico), pero los aleja de otras lecturas (la de deleitación); que los
participantes, de manera general, comprendieron los tres géneros textuales; y que aquel-
2. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
97Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
los que tienen mayor contacto con otros lenguajes tuvieron mejor desempeño en la com-
prensión de los textos leídos.
Palabras clave: comprensión textual; condiciones de lectura; géneros textuales; formación
de profesores; universidad.
Introdução
Para propor atividades sociais de leitura em sala de aula e favorecer o uso de estraté
gias e a resolução de problemas reais nessa área de atuação humana, é útil que o pro
fessor, além de possuir conhecimentos sobre o processo de leitura, seja um leitor com
petente, atuando como um modelo para seus alunos (FERREIRA, 2004). Nesse caso, os
cursos de formação inicial ou permanente de professores devem favorecer situações va
riadas de leitura aos graduandos de licenciatura, permitindo que reflitam sobre a própria
história de leitura e possam progredir de forma que se tornem leitores competentes, e,
por conseguinte, um professor de leitura capaz de desenvolver a competência leitura dos
seus alunos.
Segundo Ferreira e Dias (2005, p. 324), a leitura varia de acordo com o leitor e seus
objetivos, sendo concebida como uma atividade afetivo‑cognitiva que exige – além de
decodificação, memorização, processamento estratégico, ato de internalização e de ree
laboração do contexto textual e imediato – o envolvimento afetivo com o objeto leitura.
A leitura também é entendida como prática social, como um instrumento de aquisição
dos conhecimentos construídos pela humanidade e como meio de repensar a realidade
e de reestruturá‑la.
Portanto, faz‑se importante não apenas garantir o domínio da tecnologia da escrita,
que é o que caracteriza a alfabetização, mas também gerar condições para que a pessoa
participe de práticas variadas de letramento, ou seja, de diferentes práticas sociais de uso
da escrita, uma vez que o aprendizado da atividade de leitura não finda com a conquis
ta da habilidade de decodificação, mas se desenvolve ao longo da vida.
Diferentemente da comunicação oral, em que é possível intervir no processo de pro
dução textual na medida em que esta ocorre, na comunicação escrita, o leitor tem a fun
ção de reescrever os sentidos mediados pelo material impresso por meio do tipo de inte
ração que ocorre entre ele e o autor do texto, sem a possibilidade deste último intervir,
neste momento, na compreensão construída pelo seu interlocutor – o leitor – em razão
da defasagem de tempo que caracteriza esse encontro. De acordo com Orlandi (1996,
p. 20), a leitura é “um sistema de relações de sentidos onde, a princípio, todos os sentidos
são possíveis, ao mesmo tempo em que sua materialidade impede que o sentido seja
qualquer um”. Nesse caso, pode‑se dizer que a leitura, embora possibilite uma variedade
de sentidos, também impõe restrições dadas pelo texto e pelo contexto.
Ao se considerar a linguagem não apenas como transmissão de informação, mas co
mo mediadora entre o homem e sua realidade, a leitura, então, será considerada no seu
aspecto mais consequente, o da compreensão e não o de mera decodificação (SANTA‑CLA
RA; FERRO; FERREIRA, 2004). A linguagem é criação de sentido, encarnação de significa
ção, que dá origem à comunicação. Não é a simples emissão de sons, tampouco apenas
3. 98
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
um sistema convencional. A língua é um conjunto de atividades sociais e históricas (LEITE,
2000; MARCUSCHI, 2008).
Desse modo, a atividade em leitura também inclui a capacidade do leitor em criar
suas próprias estratégias de compreensão, localizando informações relevantes no texto,
relacionando‑o a outras leituras feitas ou aos seus conhecimentos prévios, para realizar
inferências de sua própria história de leitura. Segundo Orlandi (2006), a leitura delimita
sentidos, e isso ocorre porque, enquanto lemos ou escrevemos, interpretamos e compre
endemos. Dessa forma, defende‑se que a leitura é um processo de produção de senti
dos que se efetua na interação entre interlocutores que se constituem na/pela lingua
gem, em um movimento entre paráfrase – a produção de um mesmo sentido sob várias
de suas formas – e polissemia, responsável pelos possíveis diferentes sentidos (BERNAR
DES, 2003; ORLANDI, 2006), que são produzidos na relação com o texto atual e outros
textos já lidos.
Segundo Bazerman (2005), a intertextualidade, que é a relação entre diferentes tex
tos, procura criar uma compreensão compartilhada entre o que foi dito anteriormente
e a situação atual. Esse autor também afirma que, ao fazerem uso de textos, as pessoas
criam novas realidades de significação, relações e conhecimento. O texto se constitui
pelas atividades sociais estruturadas e depende de textos anteriores, que, por sua vez,
constituem as atividades desenvolvidas pelos participantes de uma dada situação social,
bem como a organização social das instituições em que esses textos circulam.
Cada texto bem sucedido [sic] cria para seus leitores um fato social. Os fatos sociais consistem em ações
sociais significativas realizadas pela linguagem, ou atos de fala. Esses atos são realizados através de formas
textuais padronizadas a outros textos e gêneros que ocorrem em circunstâncias relacionadas (BAZERMAN,
2005, p. 22).
Gêneros são formas de comunicação reconhecíveis e autorreforçadoras, eles surgem
por meio dos processos sociais em que pessoas buscam compreender umas às outras ob
jetivando coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus propósitos
práticos. Assim, os gêneros são fenômenos de reconhecimento psicossocial que fazem
parte de processos de atividades socialmente organizadas (BAZERMAN, 2005).
É partindo dessa perspectiva que, ao pensar a produção de leitura, impõem‑se alguns
fatos relevantes, como o de que o sujeito‑leitor tem suas especificidades e sua história
de leitura. A leitura está também relacionada aos modos e efeitos de leitura de cada
época e segmento social, e também se relaciona com o fato de os sentidos serem deter
minados histórica e ideologicamente. Saber ler não é saber somente o que diz o texto,
mas também o que ele não diz, e que o constitui significativamente. Ler é saber que o
sentido pode ser outro. Desse modo, a leitura assume o significado de compreensão e de
polissemia, dando espaço para a existência de múltiplos sentidos (ORLANDI, 2006).
Assim, é importante que se investigue a compreensão do sujeito‑leitor em relação a
diferentes gêneros textuais, considerando os contextos em que aqueles estão inseridos
e, portanto, os gêneros textuais com os quais se relacionam e que, portanto, constituem
suas atividades. Isso se constitui relevante pelo fato de os estudos de gênero textual, em
4. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
99Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
geral, contemplarem a produção textual em detrimento da compreensão (cf., por exem
plo, BAZERMAN, 2005; MARCUSCHI, 2008).
No campo da pesquisa empírica sobre leitura no Brasil, encontram‑se, em geral, estu
dos que contemplam a leitura de palavras isoladas por crianças, sejam da educação in
fantil (por exemplo, LEITE; HÜBNER, 2009) ou do ensino fundamental (PINHEIRO; LÚCIO;
SILVA, 2008), em detrimento de estudos sobre a produção de leitura de textos escri
tos por adultos, em especial, universitários, havendo, em contrapartida, uma escassez de
investigações na área de compreensão de gêneros textuais diversos.
No que se refere a estudos sobre a leitura de universitários, geralmente, as pesquisas
são voltadas para a relação entre compreensão textual e desempenho acadêmico de
alunos de diferentes áreas do conhecimento (cf., por exemplo, OLIVEIRA; SANTOS; PRI
MI, 2003; SILVA; SANTOS, 2004), desconsiderando os contextos e as práticas de leitura
vivenciadas por eles nesse tipo de instituição de ensino.
O estudo de Oliveira, Santos e Primi (2003), por exemplo, realizado com 412 universitá
rios dos cursos de Matemática, Letras, Psicologia e Odontologia, buscou verificar se havia
relação entre a compreensão em leitura e o desempenho acadêmico desses estudantes,
encontrando em seus resultados uma relação positiva entre essas duas variáveis. Diante
disso, os autores enfatizaram que muitos alunos chegam ao curso superior sem possuir uma
compreensão em leitura adequada e desenvolvida, evidenciando, assim, a necessidade
de trabalhar os problemas relacionados a essa atividade também no nível universitário.
Já o estudo realizado por Silva e Santos (2004), com 782 estudantes dos cursos de
Medicina, Odontologia, Administração, Pedagogia, Psicologia, Letras, Engenharia Civil e
Matemática de uma universidade particular, verificou que o nível de compreensão em
leitura está aquém do desejável para um estudante universitário. Essas autoras ressal
taram que os estudantes do curso de Letras e Medicina tiveram uma pontuação alta no
teste de compreensão (Cloze), evidenciando um melhor nível de leitura e/ou um maior
interesse por essa atividade, apontando, portanto, para a necessidade de contemplar os
diferentes contextos e histórias de leitura como constitutivos da produção de sentido de
um texto, como é o foco desta pesquisa.
Tendo em vista o exposto, pergunta‑se: quais são as condições de leitura de estudan
tes universitários em cursos de formação de professores? Que tipo de relação se estabe
lece entre esses estudantes‑leitores e os autores de diferentes gêneros textuais? Como as
práticas de letramento se revelam nessas relações entre leitor‑texto‑autor? Assim, a pre
sente investigação teve por objetivos: a) investigar as condições de leitura de professores
em formação inicial, dentro e fora do espaço dessa formação; b) avaliar a compreensão
de leitura desses futuros profissionais quando em interação com diferentes gêneros tex
tuais; c) evidenciar a relação entre o desempenho em compreensão de leitura e as con
dições de participação em práticas de letramento.
Método
Participaram do estudo nove alunos de cursos de licenciaturas diversas, da Universida
de Federal de Pernambuco (UFPE), situada em Recife (PE): quatro do curso de Educação
5. 100
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Física, dois de Pedagogia, um de Música, um de Biologia e um de Letras/Espanhol. Os
estudantes estão compreendidos na faixa etária de 21 a 28 anos, sendo três homens e
seis mulheres, filhos de pais/cuidadores com nível de escolaridade que varia do ensino
fundamental I incompleto ao ensino superior completo, havendo um maior número da
queles com ensino médio completo.
Os participantes, no momento da pesquisa, cursavam entre o 4º e o último período.
Isso ocorreu, primeiramente, pelo fato de eles já estarem cursando disciplinas do núcleo
profissionalizante e, segundo, por se acreditar que, nesse momento do curso, já esta
vam familiarizados com o contexto cultural desse tipo de instituição educacional e inse
ridos nele.
Com o propósito de avaliar os gêneros textuais que circulam nos contextos em que
os estudantes universitários estão inseridos, consideraram‑se, para a escolha dos tex
tos a serem utilizados nesta pesquisa, os resultados de uma enquete que esteve ativa
durante um período de sete dias no site de relacionamento Orkut, no qual os estu
dantes de cinco comunidades destinadas a cursos de licenciatura – das universidades
Federal de Pernambuco, Federal Rural de Pernambuco e Salgado Filho (Universo –
Recife) – poderiam manifestar seu voto. Os estudantes que participavam da enquete
poderiam votar em todas as doze opções disponíveis. Sete estudantes participaram
da enquete.
Com base no resultado dessa enquete, foram selecionados os seguintes gêneros tex
tuais: a crônica intitulada “Piscina”, de Fernando Sabino; o artigo de opinião “Adoção à
brasileira”, de Leonardo Attuch (Revista Istoé); e o artigo científico “Sexualidade e vio
lência, o que é isso para jovens que vivem na rua?”, de Luciana de Alcântara Nogueira e
Luzia Marta Bellini. Para a seleção desses gêneros, consideraram‑se tanto a relevância do
tema na atualidade como a sua interdisciplinaridade, no sentido de não privilegiar ne
nhum dos grupos de estudante, tendo em vista a especialidade de seus cursos (Letras,
Biologia, Educação Física, Música e Pedagogia).
Com exceção do artigo de opinião, que foi apresentado no suporte revista, os dois
outros textos foram apresentados no suporte papel A4. Ressalta‑se ainda que a crônica
e o artigo de opinião têm extensão de uma única página (301 e 473 palavras, respectiva
mente), e o artigo científico, sete páginas (4.963 palavras).
Também foi utilizado um roteiro semiestruturado de entrevista, subdividido em três
tópicos: a) dados pessoais, b) histórias e condições de leitura dos participantes dentro e
fora do espaço escolar e acadêmico, c) acesso a outras várias linguagens. No tema histó
rias e condições de leitura dos participantes dentro e fora do espaço escolar e acadêmico,
foram abordadas as seguintes questões:
• Como você se constituiu leitor?
• Que situações de leitura você vivenciou ou vivencia?
• Que textos fazem parte de sua história como leitor?
• Qual é a sua relação com a leitura? Por quê?
• Como você define leitura? Por quê?
6. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
101Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Para identificar o acesso a outras linguagens foram realizadas as perguntas seguintes:
• Você costuma ir ao teatro? Por quê?
• Com que frequência assiste a filmes?
• Costuma assistir a que gêneros de filmes? Por quê?
• Você tem hábito de escutar música? Por quê?
• Qual é seu gênero de música preferido? Por quê?
• Com que frequência visita museus? Por quê?
• Você costuma ir a exposições de artes? Por quê?
Para registro dos dados em áudio, foi utilizado gravador e/ou MP3 com posterior
transcrição em protocolos individuais.
Para coleta de dados, realizaram‑se entrevista semiestruturada e sessão de compreen
são de leitura individual com todos os participantes. O projeto foi submetido ao Comitê
de Ética da Universidade Federal de Pernambuco, e, de acordo com as orientações desse
comitê, já na primeira sessão, todos os participantes foram esclarecidos sobre os objeti
vos e procedimentos da pesquisa, e solicitados a assinar o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido.
Entrevista com os alunos
Essa entrevista teve por objetivos coletar dados pessoais, identificar dados sobre a
escolarização dos responsáveis pela renda familiar, colher dados referentes ao acesso ao
material escrito na família, na escola, nas atividades religiosas e de trabalho, oportunizar
o resgate de dados relevantes da formação como leitor(a), bem como obter informações
atuais da formação como estudantes universitários e conhecer ainda as histórias de lei
tura dos participantes, considerando o processo de letramento e a relação com as outras
linguagens, como a música, as artes, o teatro e o cinema.
A entrevista foi realizada na própria instituição de ensino de origem dos estudantes,
em horário definido por eles, com duração média de dezessete minutos. Quanto às in
tervenções feitas pela pesquisadora, estas ocorreram poucas vezes durante a entrevista
e, quando aconteciam, objetivavam auxiliar na reelaboração de perguntas quando o
entrevistado não as compreendia, buscar a complementação (fechamento) das falas dos
sujeitos ou ainda instigá‑los a falar mais sobre o tema, para coletar o máximo de infor
mações a respeito da trajetória de leitura de cada um dos participantes.
Sessões de leitura com os alunos
Para análise da compreensão de leitura, utilizou‑se a técnica de pergunta‑resposta
textual que tinha como objetivo investigar a compreensão de leitura referente aos três
gêneros textuais selecionados. Para controlar a variável fadiga, foram realizadas duas
sessões de leitura com cada aluno. A primeira ocorreu no mesmo dia da entrevista com
a leitura da crônica (o menor dos textos utilizados), e a outra aconteceu após no máximo
uma semana, compreendendo a leitura dos artigos científico e de opinião.
7. 102
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Optou‑se pela realização da leitura do artigo científico (maior texto utilizado) na se
gunda sessão, pelo fato de se conceber que a entrevista exigiria um tempo considerável
de concentração por parte do estudante, o que poderia interferir na disposição para a
leitura desse gênero. Pensou‑se também que a realização da pesquisa em três sessões
levaria à evasão dos participantes em razão de suas múltiplas atividades universitárias,
concentrando‑se as atividades de pesquisa em apenas dois encontros.
Nessas sessões de leitura, foi dada a seguinte instrução: “Você tem o tempo que qui
ser para fazer a leitura e pode realizá‑la como habitualmente a faz”. Nesse caso, os es
tudantes poderiam ler os textos silenciosamente ou em voz alta. Após a leitura de cada
um dos textos, a pesquisadora fazia uma pergunta – “O que você significou do texto?”
– cujo objetivo era favorecer a ativação dos múltiplos significados possíveis em relação
a cada gênero textual, em uma perspectiva discursiva, a fim de verificar as relações que
os estudantes estabeleciam com suas outras experiências discursivas além da atividade
com textos escritos, como a experiência com a linguagem imagética. Na pergunta formu
lada, preferiu‑se o uso do termo “significar” a “compreender” pelo fato de o primeiro
estar mais próximo da ideia de leitura como produção de múltiplos sentidos, incluindo
os não ditos.
A primeira sessão, que incluiu a entrevista e a leitura/explicitação da produção de
sentidos da crônica, teve uma duração média de dezenove minutos. Já a segunda sessão,
em que se realizou a leitura do artigo científico e o de opinião, teve uma média de trin
ta e um minutos.
Os dados da presente investigação foram analisados de maneira qualitativa, validan
do todas as fontes de informação e também o seu intercruzamento. Como norteadores,
consideraram‑se os seguintes enfoques: o olhar vertical (intersujeitos), com o propó
sito de buscar os aspectos homogêneos e caracterizadores dos grupos investigados, e o
olhar horizontal (intrasujeito), a fim de considerar as especificidades referentes à histó
ria de vida e de leitura dos participantes, e ao contexto sociocultural, resguardando‑se
a heterogeneidade e os percursos variados da constituição do professor‑leitor em for
mação inicial.
Para a análise da entrevista, foram considerados núcleos temáticos relacionados às
instituições de letramento, ao contato com diferentes gêneros textuais e outras lingua
gens (teatro, música artes plásticas), aos modelos de leitor e às concepções de leitura. Já
a análise da compreensão de texto contemplou as seguintes categorias: intertextualida
de, implicitude (processo de inferenciação), negociação de sentidos (movimentos para
frásticos e polissêmicos) e jogo interacional (relação autor‑leitor), tendo em vista a pers
pectiva da análise de discurso francesa (ORLANDI, 2005, 2006).
Nesse caso, criaram‑se dois eixos de análise:
• Trilhando um percurso de leitura, gerado com base nos dados obtidos na entrevista.
• Compreensão: múltiplos sentidos que nascem de diferentes trajetórias, constituídos
com base nas sessões de leitura e de suas interlocuções com as histórias e percursos
de constituição dos estudantes como leitores, e obtidos das entrevistas.
8. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
103Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
No que se refere ao eixo de análise da entrevista, foram selecionados como exemplos
os relatos mais ilustrativos, tendo em vista os núcleos temáticos que se apresentaram
com maior recorrência, buscando‑se contemplar a fala da maioria (oito) dos participan
tes que são apresentados com nomes fictícios. Já no que diz respeito ao eixo de análise
da compreensão, buscou‑se contemplar os exemplos da produção de sentido de apenas
quatro estudantes, destacando‑se os exemplos mais característicos das categorias teóri
cas assumidas para a análise desse eixo e já mencionadas anteriormente.
Resultados e discussão
Trilhando um percurso de leitura
Os sujeitos participantes desta pesquisa trouxeram informações relevantes sobre o
processo individual de constituição de leitura, destacando, em seus discursos, a família
e/ou a escola como principal contexto de contato com a leitura ou livros. Assim, duas
estudantes se referem à família como principal agência de letramento, são elas: Alice e
Andreza (Pedagogia); outros quatro estudantes apontam a escola como primeira insti
tuição formadora de leitores, como é o caso de Laura (Biologia) e Helen, Artur e Sama
ra (Educação Física). Três estudantes, por sua vez, consideram a escola e a família como
agências de letramento responsáveis pela formação e habilidade em leitura, referin
do‑se às duas instituições em diferentes fases da vida: Ramom (Música), Wilson (Educa
ção Física) e Elizabete (Letras/Espanhol). Percebe‑se, no decorrer da análise, que as sig
nificações desses nove estudantes, no que se refere à leitura dos três gêneros textuais,
estão relacionadas à concepção de leitura e às oportunidades oferecidas durante a for
mação e trajetória de leitura.
Desse modo, ao relatar como se constituíram leitores, a maioria dos estudantes rela
ciona esse processo ao próprio processo de alfabetização, mencionando o seu fazer‑se
leitor com a leitura de livros, na escola, para aprender a ler. Em relação ao contato com
a leitura, Artur diz:
Ah! Basicamente na escola; em casa eu não tive é... incentivo nenhum, quase nenhum dos meus pais. Aí na
escola eu tive incentivo e eu sempre gostei muito de ler desde muito novinho quando as professoras davam
aqueles livrinhos de história.
Diferentemente de Artur, Andreza fala da família como a primeira instituição que lhe
proporcionou o acesso à leitura e ao mundo textual diversificado:
[...] a minha avó, ela colocou a ficha dela todas nos netos, então desde criança ela estimula na gente o
hábito de ler. A gente morava no interior, na fazenda, e num tem aquele pessoal que passa vendendo livro?
[...] todo mundo que chegava com qualquer tipo de livro, ela comprava, então desde criança, a gente sem
pre teve muito livro de história, enciclopédias é... de culinária, é... tudo, tudo que fosse tipo de leitura,
então sempre foi um hábito de criança mesmo... que ficou pela minha mãe que era professora, né? E pela
minha avó, muito mais pela minha avó do que pela minha mãe, né?
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Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Em geral, os estudantes afirmaram que com a vida acadêmica e as atividades profissio
nais houve uma diminuição da diversidade de leituras. Relatam dispor de pouco tempo
livre, sendo necessário limitar a leitura aos conteúdos da faculdade. Nesse sentido, obser
va‑se que a universidade aparece como uma instância que, ao mesmo tempo que favore
ce o contato com gêneros ainda não conhecidos ou pouco explorados, como é o caso do
artigo científico, favorecendo a constituição, portanto, de novas atividades no leitor‑uni
versitário (BARZEMAN, 2005), provoca, a diminuição do contato com gêneros até então
frequentes na vida desses estudantes, como é o caso da história ou do romance.
Sobre outra agência de letramento, que é a biblioteca, Laura diz que buscou o contato
com esse espaço por interesse próprio e por curiosidade, afirmando ainda que os incen
tivos à leitura são, na maioria das vezes, advindos dos professores de português, mas que
ainda, assim, isso parece acontecer com pouca frequência na escola, em especial no que se
refere ao uso da biblioteca escolar como espaço integrado com a sala de aula. Apesar,
em sua opinião, dessa pouca intervenção por parte da escola, define essa atividade como
o ato de compreender e saber opinar: “leitura é mais que decodificação, leitura tem que
ter compreensão também”.
Já Helen diz que, na educação infantil, costumava frequentar a biblioteca do colégio
de freiras por incentivo dos professores:
[...] cada uma escolhia um livro que lhe chamasse a atenção, depois apresentava lá na sala pros amigos,
depois todo mundo trocava os livros, então no caso todo mundo lia os livros que todo mundo escolheu,
isso durante o ano.
Helen relaciona leitura ao hábito construído e não a algo pronto ou dado, como se
fosse um dom: “cabe ao professor estimular. Um exemplo na educação infantil: o profes
sor estimula e você toma gosto na leitura, é uma coisa que é um hábito que você cons
trói”. Nesse caso, compreende que essa atividade não está pronta desde o início e que é
necessário que se constitua/construa ao longo do percurso de desenvolvimento de cada
sujeito, nas várias situações sociais (FERREIRA; DIAS, 2005), enfatizando, no entanto, o
valor das primeiras experiências com a leitura, em especial na escola.
Ainda sobre a biblioteca, Elizabete refere‑se a esse contexto de letramento ao falar
de suas atividades profissionais atuais, na sua atuação com seus alunos que é constituída
e atravessada pela sua experiência afetiva com esse espaço e, consequentemente, com a
leitura como objeto de conhecimento (FERREIRA; DIAS, 2005):
[...] um dos trabalhos meus é trabalhar com biblioteca pra tentar passar pra eles [meus alunos] a emoção
que eu tive enquanto leitora, do que é estar numa biblioteca, mesmo que eles tenham uma visão menos
poética, menos literária, menos... de encarar o livro como espaço, uma viagem em si. Eu tento passar isso
porque só assim é que você... não é só assim, porque leitura é uma construção.
Artur, quando define leitura, afirma: “leitura é você entender essa informação que
tá sendo dada por alguém em forma de texto”. Dessa forma, percebe‑se implicitamen
te na fala de Artur que este privilegia a leitura em forma de texto escrito, não conside
10. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
105Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
rando, assim, as outras formas de linguagens que, com a escrita, favorecem a cons
trução do universo simbólico do sujeito na sua relação com o mundo, possibilitando
a ampliação de sua produção de sentidos quando do encontro com o texto escrito
(ORLANDI, 2006).
Em contrapartida, Alice explicita, em sua definição de leitura, a questão das outras
linguagens, considerando a relação entre vários textos (intertextualidade) em seu proces
so de compreensão do escrito, entendendo essa compreensão/produção de sentidos como
algo compartilhado entre o dito antes e o dito na situação atual (BARZEMAN, 2005):
[...] leitura não é somente algo que eu posso ler impresso, tenho um texto pra ler, leitura é aquilo que eu
posso perceber a partir da minha visão de mundo, ter uma leitura a partir daquilo que eu vejo ou que
eu ouço, não é somente uma coisa escrita.
Quanto às outras linguagens, como teatro, cinema, música, museus, artes plásticas,
todos afirmaram gostar de filmes e de música e ter contato com essas duas linguagens
frequentemente. Já em relação ao teatro, apenas Elizabete, Wilson, Helen e Andreza
relataram o gosto por essa atividade artístico‑cultural. No entanto, a maioria dos estu
dantes assumiu não ter interesse, justificando ainda o preço não acessível e o fato de
essa atividade não fazer parte do universo simbólico deles por falta de incentivo da es
cola. Somente Samara atribuiu a falta de incentivo a esse tipo de atividade cultural tam
bém à família: “minha família nunca me levou a peças infantis, depois de adulta, poucos
amigos têm também esse mesmo tipo de hobby, né?”.
Quanto aos museus, somente Samara, Helen e Elizabete afirmaram o gosto por essa
atividade. Samara, por exemplo, ao fazer uma crítica implícita à escola, diz ter frequen
tado fábricas por causa das exigências escolares, mas não museus. Apesar dessa falta de
incentivo por parte da escola, relata que seu interesse por essa atividade surgiu já na
vida adulta, ressaltando a importância desses ambientes para compreender a história de
cada local e de seu povo, e, consequentemente, para ampliar os seus conhecimentos
prévios e sua história de leitura (ORLANDI, 2006):
[...] sempre que eu vou em algum local, eu procuro ver o museu daquela cidade, pra conhecer a história,
eu acho que tudo que se passou no momento, naquele lugar, tem o porquê disso e o porquê que a gente
deve conhecer, sabe? Pra aquilo não passar despercebido, até por que pra gente entender certas coisas no
presente, né?, eu acredito que o museu é um local fantástico, o que falta talvez é um incentivo, né? Dos
responsáveis, dos professores, não sei, pras crianças terem o interesse e entender o porquê do museu.
Sobre a constituição do leitor, Ramom afirma que trilhou esse caminho sozinho. Em
um primeiro momento, ele menciona que sua família nunca teve o culto à leitura. Toda
via, em seu discurso, percebemos a importância do seu avô nesse processo quando cita
leituras feitas na infância como O sítio do picapau amarelo, obra de Monteiro Lobato.
Também enquanto discorre sobre a sua formação de leitor, traz à tona a influência por
parte da escola, citando o contato com livros paradidáticos. Em sua trajetória como lei
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Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
tor, conta que teve oportunidade de conhecer as obras de diversos autores da literatura
brasileira, José de Alencar, Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Aluísio Azevedo...
Ramom diz também que, na sua escola, houve uma maior distribuição de livros apenas
na 5ª série (6º ano, atual terminologia), com enfoque na valorização literária brasileira
e estrangeira.
Ao falarem sobre o acesso a outras linguagens, como cinema, música, museus, teatro
e artes plásticas, os estudantes atribuem a valorização dessas linguagens ao incentivo
advindo das agências de letramento escola e/ou família. Ao discorrerem sobre o percur
so de formação de leitor, citam pessoas importantes como pais, avós e professores de
diversos níveis, aparecendo, principalmente, os professores da educação infantil, citados
por Artur e Helen. O professor exerce o papel de modelo para o aluno, sendo de suma
importância no ensino da leitura o domínio da competência em leitura pelo professor e
a concepção de leitura que este defende, ou seja, se há uma busca pela decodificação de
palavras ou se tem como meta principal a construção de sentidos (compreensão).
Compreensão: múltiplos sentidos que nascem de diferentes trajetórias
Segundo Orlandi (1996), a interpretação está presente em toda e qualquer manifes
tação da linguagem. Para essa autora, existem leituras previstas para um texto, todavia
há sempre novas leituras possíveis. Desse modo, verifica‑se, entre os participantes desta
investigação, que houve, em geral, compreensão dos três gêneros textuais, com leituras
esperadas e possíveis.
Helen, na sua relação com o autor da crônica, que aborda as diferenças sociais no
Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro, narrando o encontro, em uma manhã de sábado,
de um casal que vive em uma “esplêndida residência”, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com
uma mulher da favela, que adentra no jardim da mansão para colher água da piscina
enquanto a dona da casa toma banho de sol, diz:
Pessoas bem diferentes assim, talvez economicamente... e que como elas ficaram chocadas, assim, ao se
encontrarem, o texto fala... fala disso. [...] É como se fosse uma aversão, né? Como se a pessoa da, da...
dessa residência que era majestosa ficasse, tivesse aversão a essas pessoas que ficavam fora da casa, das
grades e que se sentiram invadidas de tal maneira que venderam a casa, né? Talvez pra não acontecer
outro fato.
A estudante faz inferências sobre o texto lido, trazendo elementos que vão além
dele, que demonstram as relações estabelecidas entre as informações nele contidas e o
seu universo simbólico. Há, assim, uma leitura polissêmica que supera a produção do
texto, do repetível (ORLANDI, 1996).
Também Samara, na relação estabelecida com esse mesmo gênero textual, revela a
situação‑problema que caracteriza a narrativa e faz as seguintes inferências:
[...] o antagonismo, o paradoxo da riqueza e da pobreza, sabe? A distância da necessidade, a piscina, uma
era pra matar a sede, a outra era para o deleite da outra pessoa, essa distância de condições sociais.
12. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
107Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Na significação de Samara, percebe‑se a inter‑relação entre os movimentos de pará
frase e polissemia, a qual está relacionada com os múltiplos sentidos possíveis. Afinal,
compreender não é somente extrair informações de textos. Compreender exige habilida
de, interação e trabalho. Trabalho esse que ocorre em conjunto, no sentido de serem as
significações textuais decorrentes da interação autor‑texto‑leitor (MARCUSCHI, 2008).
Na significação do artigo científico, um estudo qualitativo sobre os modos de pensar
de seis adolescentes moradores de um abrigo, em Maringá (PR), sobre suas vidas afetivas
e sexuais, e que aponta com resultado principal a ideia de que sexualidade para esses
adolescentes não está relacionada diretamente à violência, Helen apresenta um processo
de inferenciação mais rico do que aquele exibido na sua relação com a crônica e é capaz
de perceber o argumento defendido pelas autoras desse gênero textual, como se veri
fica na passagem a seguir:
[...] é como se fosse uma afetividade, eles vão se sentir mais seguros, eles vão transar, vão conhecer
outras pessoas [...] violência é porque de certa forma elas são violentas no próprio corpo, então a pró
pria vida também com drogas seria se elas trabalhassem, se elas tivessem uma oportunidade, mas isso é
uma coisa que não existe, é uma coisa que vai se perpetuar, que vai sempre acontecer infelizmente no
país da gente.
Assim, percebe‑se que Helen relaciona as várias informações do texto aos seus conhe
cimentos prévios, que incluem suas vivências como sujeito inserido em dada cultura
(Brasil), o que caracteriza o processo inferencial (MARCUSCHI, 2008). Além disso, pode‑se
supor que essa aluna consegue estabelecer mais relações entre informações quando
em contato com esse texto, porque é um dos gêneros textuais com o qual entra mais em
contato na atualidade por causa das atividades constituídas na universidade e que, por
conseguinte, constitui a sua atividade leitora (BARZEMAN, 2005).
Na leitura da crônica, Artur relaciona a história lida com a realidade do Recife, que são
as diferenças de classes sociais, contemplando também o processo inferencial e, portan
to, revelando o implícito contido no texto:
[...] a relação... é... a reação dual entre uma casa muito rica [...] e a favela ao lado; e a questão da... da
mulher que entra na casa, diz bem isso, que o marido dela só resolveu vender a casa depois que... que viu
essa situação tão de perto, viu a situação adentrar em sua casa apesar de estar ao lado, diariamente [...]
remete ao que a gente vê por aí todos os dias [...] pessoas no ônibus com alguma coisa pra vender, você
nem abre a porta, você tá no carro, o menino passa pedindo uma moeda, você nem o vidro desce pra saber
da história da pessoa.
Já no artigo científico, ao responder à pergunta “O que você significou do texto?”,
Artur traz a ideia ou o argumento principal apresentado pelas autoras, mas não estabe
lece um jogo interacional mais marcante ou intenso com elas ou consigo mesmo como
leitor, no sentido de levantar questionamentos para se colocar a favor desse argumento
ou para refutá‑lo:
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Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
Legal, é... interessante essa relação que ele faz dos jovens é... de rua e a sexualidade e drogas que na ver
dade são todas relacionadas para eles... interessante. [...] os jovens não veem a sexualidade como uma
violência, e sim como algo prazeroso.
Talvez isso aconteça porque ainda existe, na universidade e no processo interação
com a “autoridade” que é o autor de um artigo científico, a ideia de que só há uma
leitura possível ou a leitura esperada (ORLANDI, 2006), negando‑se o universo simbólico
do leitor ou a sua participação ativa no processo de compreensão textual. O que, aliás,
aconteceu com seis participantes desta pesquisa, que, assim como Artur, priorizaram as
informações contidas no gênero artigo científico em detrimento das relações com os seus
conhecimentos prévios.
No artigo de opinião, que aborda o longo tempo destinado ao trâmite de adoção no
Brasil e que aponta para os limites e as possibilidades do projeto em discussão (à época)
no Congresso Nacional sobre a nova lei de adoção, cujo objetivo é reduzir para um ano
o prazo dos processos dessa natureza, ressaltando o fato de que a possibilidade de ado
ção por casais homossexuais foi deixada de fora pelos parlamentares brasileiros, três
estudantes, Artur, Ramom e Helen, relacionam‑no com o artigo científico, lido anterior
mente, verificando‑se, nesse caso, explicitamente a intertextualidade (BARZEMAN, 2005)
presente em suas leituras. Artur considera um avanço muito grande tentar agilizar o pro
cesso de adoção, especialmente quando comparado ao que existia, ressaltando a ques
tão da burocracia envolvida nesses processos e as implicações disso para crianças e jovens
que vivem em abrigos:
Texto bem interessante, mostra bem... é... deixa bem claro esses problemas burocráticos que existem no
Brasil que realmente a questão da adoção merecia já há muito tempo ter sido é... estruturada porque re
almente é muita burocracia pra adotar uma criança e talvez isso explique o número de crianças que existe
em abrigos do outro texto.
No que se refere à intertextualidade presente na leitura do artigo de opinião realiza
da por Ramom, temos o seguinte:
[...] é, dá até pra fazer uma relação desse texto com o texto anterior, explicando essa questão da adoção e
dos abrigos e também dessa questão do abrigo em si e de como ele está estruturado para receber essas
crianças e como eles estão preparados pra exatamente participar desse processo de adoção junto às pesso
as que estão interessadas em adotar uma criança.
Sobre a compreensão da crônica, Ramom diz:
[...] essa problemática existente na realidade do Brasil, esse dualismo, do rico e do pobre e da urbanização,
do processo de urbanização e marginalização das cidades, né?
Esse estudante dialoga com o texto, relacionando‑o à sua realidade social, justifican
do a pobreza existente no Brasil com base na ideia do processo de urbanização e mar
14. Constituição do professor-leitor: condições e compreensão de leitura em alunos universitários
109Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
ginalização das cidades, a qual não se encontra presente no texto, mas que pode ser
inferida de outras leituras ou experiências discursivas, especialmente aquelas vivencia
das na universidade.
Assim como afirmam Ferreira e Dias (2005), nesses exemplos de extrato de compreen
são de leitura, é possível observar que leitor e texto são necessários para garantir a cons
trução de sentidos e que a reelaboração do sentido textual é influenciada pela história
cognitiva e afetiva do leitor, incluindo a motivação e o comprometimento com a leitura,
uma vez que o leitor precisa encontrar sentido para o porquê de ler. Além disso, é na/
pela linguagem, concebida como atividade compartilhada entre locutores, que os falan
tes se tornam sujeitos (GERALDI, 2000; SANTA‑CLARA; FERRO; FERREIRA, 2004).
Em geral, os participantes da pesquisa apresentaram uma leitura polissêmica dos três
gêneros textuais, com a existência de novos elementos, já que o conjunto de leituras
feitas configura a compreensibilidade de cada leitor específico na sua relação com o
texto. Resultando, assim, em leituras previstas e possíveis (ORLANDI, 2006, p. 43). Houve,
então, interpretações individuais, uma vez que a leitura realizada por cada sujeito‑leitor
gerou sempre novos sentidos, tendo em vista que o aluno‑leitor trouxe para a leitura a
sua experiência discursiva, que incluiu sua relação com todas as formas de linguagem
(ORLANDI, 1996, 2006).
Percebeu‑se ainda, na fala dos estudantes, uma forte relação entre a concepção de
leitura (definição) e a relação que acreditam ter com essa atividade. Quanto às várias lin
guagens, em geral, os estudantes afirmaram ter acesso a filmes e a músicas, mas a maioria
declarou não possuir interesse por museus, teatros e exposições de arte ou não haver re
cebido incentivo por parte das agências de letramento durante a formação em leitura.
A escola apareceu no discurso dos estudantes como principal agência de letramento.
Em relação aos textos lidos, os estudantes citaram: literatura brasileira e estrangeira,
gibis, livros de autoajuda ou de temáticas religiosas, clássicos infantis, paradidáticos,
jornais e revistas, e conteúdos midiáticos. Verificou‑se também que o curso de formação
de professores favoreceu o contato com gêneros textuais ainda desconhecidos dos estu
dantes (como o artigo científico), mas afastou‑os de outras leituras, como a deleite, ha
vendo uma diminuição da diversidade de leituras. Nesse sentido, questiona‑se: que tipo
de professor‑leitor a universidade tem favorecido? Assim, faz‑se necessário que se inves
tigue mais amplamente o papel da universidade como facilitadora do processo de letra
mento e da compreensão leitora do futuro professor‑leitor.
De qualquer forma, observou‑se que a importância atribuída à leitura está presente
nas falas dos estudantes de licenciaturas diversas, revelando, muitas vezes, uma busca
diária, fundamental para o processo de compreensão e da criticidade.
Considerações finais
Com base nos resultados deste estudo, pode‑se afirmar que os estudantes participan
tes desta pesquisa são leitores assíduos, especialmente dos gêneros que constituem as
suas atividades como universitários, como é o caso dos textos argumentativos, entre eles,
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Sandra Patrícia Ataíde Ferreira, Eline de Melo Santos
Psicologia: Teoria e Prática – 2010, 12(2):96-111
o artigo científico, podendo‑se conceber a universidade como uma importante agência
de letramento capaz de contribuir para o desenvolvimento contínuo do aluno‑leitor des
se nível de ensino, como já haviam apontado Oliveira, Santos e Primi (2003).
Diferentemente do estudo de Silva e Santos (2004), os estudantes que participaram
desta investigação demonstraram um bom nível de compreensão de leitura quando em
interação com os três gêneros textuais utilizados, apontando para a importância de con
templar os vários sentidos possíveis de um texto sem perder de vista as condições de
produção de leitura, ou seja, os interlocutores envolvidos (leitor‑autor), o gênero textual
utilizado, a história de leitura e a experiência discursiva do estudante, e o contexto só
cio‑histórico.
Também foi possível verificar, entre os estudantes entrevistados, uma rica trajetória
de leitura de textos escritos iniciada em casa ou na escola, bem como um contato rele
vante com outras formas de linguagens, indicando a relação entre as práticas de letra
mento em contextos diversos e a interlocução que se estabelece entre leitor‑texto‑autor
e a construção de sentidos pautada na tensão entre paráfrase e polissemia.
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Contato
Sandra Patrícia Ataíde Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Educação, Departamento de Psicologia e Orientação Educacionais
Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n, Cidade Universitária
Recife – PE
CEP 50670‑901
e‑mail: tandaa@terra.com.br
Tramitação
Recebido em novembro de 2009
Aceito em junho de 2010