1. RESUMO: PRINCIPAIS PONTOS
Vídeo – Linguagem Oral e Escrita: Principais pontos
Vídeo: Linguagem Oral e Escrita: iniciando a alfabetização
Autoras do material:
Luciana Fiel, especialista em educação infantil (UFV) e Mestre em Economia doméstica
pela UFV;
Eneida Pereira Gondim, especialista em educação infantil (UFV), Mestre em Educação
Infantil (Universe of Arizona – EUA), professora da UFV por 23 anos no departamento
de educação.
Questões iniciais que serão abordadas nesse vídeo curso:
Para que serve a linguagem?
Como os bebês se comunicam?
Como evolui a linguagem das crianças no período de 18 meses a 6 anos?
O que é ler?
Quais as principais diferenças entre a língua que lemos e escrevemos e que ouvimos e falamos?
Como a criança constrói a língua escrita?
Os objetivos desse vídeo curso:
O objetivo desse vídeo é mostrar como as crianças aprendem a falar, a escutar, a ler e a escrever.
Além disso, o vídeo irá sugerir e discutir uma série de atividades e recursos que você poderá
utilizar no cotidiano da sala de aula, especialmente nas turmas de 18 meses a 6 anos.
Início da Comunicação: A linguagem Oral [5min35s 30min]
Questões iniciais antes do vídeo (debate):
Como pode ser classificada a fala dos Bebês?
Como se dá o desenvolvimento da linguagem da criança?
Como o professor pode favorecer o desenvolvimento da fala da criança?
Os sons que o bebê emite são meios de comunicação oral. A linguagem utilizada na
comunicação é breve e repetitiva. Um bebê de 4 meses que emite sons quando está sozinho
poderá repeti-los nas interações com adultos ou quando está com outras crianças.
Os bebês são capazes de entender a linguagem bem antes de poder falar. No início eles já sabem
reconhecer vozes conhecidas ou desconhecidas, amigas ou hostis. No final do primeiro ano de
vida as crianças já conseguem estabelecer diferenças entre as sílabas “pá” e “bá.”
É importante observar se os bebês reagem aos sons do ambiente, pois a falta de reação pode
significar uma dificuldade na audição.
2. De acordo com Silva e Farias (UFCE), a fala dos bebês no primeiro ano de vida pode ser
classificada em:
(a) Fala pré-linguística:
Choro: no início todos são iguais. Depois há modificações.
Gorjeio ou Arrulho: inicia-se por volta do segundo mês e constitui-se pela
imitação de sons vogais: uUuuuUU...
Balbucio: ocorre entre 3 e 4 meses e é constituído pela união de sons vogais e
consoantes. Ex: PA-PA-PA-PA-PÁ
Ecolalia: ocorre entre 9 e 10 meses. Consiste na imitação consciente dos sons do
adulto.
Jargão expressivo: constitui-se de fileiras de sons que soam como frases, pois tem
ritmo e pausas, mas não são compreensíveis.
(b) Fala linguística: Inicia-se no início do segundo ano de vida
A criança repete a mesma combinação de nomes para se referir a uma pessoa,
objeto, animal ou a um acontecimento. Ex: ela diz “apo” quando vê a mamadeira,
quando vê a água na torneira, quando vai tomar banho...
Normalmente a criança com aproximadamente 1 ano e meio já tem um
vocabulário médio de 50 palavras. Mas ainda apresenta características da fala pré-
linguística e não revela frustação se não for compreendida.
Na fala linguística a criança utiliza uma palavra e lhe dá o sentido de frase. Ex.: A
criança diz “UA” e aponta para a porta de casa. Ela quer expressar: “Eu quero ir
para a rua.” Palavras com valor de frase são chamadas de holófrases.
Além das palavras a comunicação se dá com os gestos e com a linguagem
corporal, que dão significado e apoiam a linguagem oral dos bebês.
A criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro. Por isso
a criança repete a fala do adulto e fragmentos da fala de outras crianças. Ex: uma
criança se aproxima da tomada e balança a cabeça. Ou seja, ela quer dizer: “Não
pode mexer na tomada.”
Aprender a falar não é só memorizar sons e palavras. A aprendizagem da fala se
dá de forma articulada com a reflexão. A partir de 1 ano as crianças podem
selecionar os sons que lhe são dirigidos e tentar descobrir o que significam.
As crianças, desde novas, podem compreender a linguagem e se fazer compreender. Elas vão
experimentando e fazendo associações.
A aprendizagem da fala não é linear e ocorre com a aproximação com a fala do outro. Cada
criança tem o seu tempo.
Quando a criança começa a usar a fala para dizer o que gosta e o que não gosta, o que quer e o
que não quer, a fala ganha lugar de destaque no processo comunicativo.
3. O desenvolvimento da linguagem da criança de 18 meses a 6 anos:
Com 1 ano de meio a criança desenvolve a habilidade de combinar palavras. Ela constrói
as conhecidas frases de duas palavras. Ex.: “Eite acabo”, “que passea”, “dá isso.”
No início a criança usa palavras isoladas.
A primeiras sentenças da crianças e suas características:
São simples.
São curtas. 2, 3 ou 4 palavras
Não apresentam marcadores gramaticais, como os “s” do plural.
Não apresentam as terminações verbais como “amos”, “ão”, “inhos”
A partir dos três anos, há os erros processuais
Ex.: “Eu fazí”, “eu trouxí”, “eu sabo”
Elas falam assim, pois já perceberam a regularidade da maioria dos verbos da língua
portuguesa. O “í” é uma terminação que indica o tempo passado. Ex.: eu comi, eu
escrevi, eu li.
Elas já perceberam que o “o” é uma terminação que indica o tempo presente. Ex.: eu
como, eu escrevo, eu brinco.
Atenção. Como professor você não precisa corrigir a criança quando ela fala assim, pois
você pode inibir a espontaneidade da fala delas. Você, ao contrário, oferece modelos
corretos, como dizer logo em seguida ao que a criança disse: “eu fiz, eu sei, etc.”
As crianças entre 4 e 5 anos já falam:
Em média sentenças de 4 a 5 palavras.
Incluem em sua fala todas as classes gramaticais, como substantivos, adjetivos, artigos,
numerais, advérbios, preposições, conjunções e interjeições.
As crianças entre 5 e 6 anos já falam:
As sentenças tendem a crescer e a fala tende cada vez mais a seguir as regras gramaticais.
Resumo:
A linguagem participa de todos os processos cognitivos do ser humano, como pensamento,
memória e atenção.
Assim a linguagem serve para:
Registrar informações;
Organizar a ação e o pensamento;
Controlar ou influir sobre as condutas dos outros;
Possibilitar a aquisição de conhecimentos;
Permitir à criança e ao adulto desprender-se da realidade do cotidiano;
Possibilitar a integração da criança ao seu meio social.
Como posso contribuir para o desenvolvimento a linguagem oral das crianças?
4. Atividades de Linguagem Oral
Atividades para a faixa etária de 18 meses a 3 anos
É preciso ter real interesse à fala e aos movimentos, gestos e outras ações expressivas da
criança.
Dar atenção às crianças e atribuir-lhes sentido.
Organize rodas de conversa. Estimular as crianças a falarem sobre os acontecimentos do
jeito que sabem. Mostrar gravuras e solicitar que sejam identificados pelo nome.
Com crianças de 3 a 4 anos você pode solicitar que sequencias de imagens (3 ou 4
imagens) sejam colocadas na ordem certa da história. Solicite que contem uma história a
partir do que estão vendo. Essa atividade pode ser realizada de forma individual ou
coletiva. O professor deve registrar o que elas falaram e posteriormente ler para as
crianças a história que elas montaram.
Ler histórias que tenham gravuras e textos curtos relacionados com assuntos de interesse
das crianças. Explore as histórias de forma que propiciem o recontar.
Coloque as crianças para escutar diversas canções, como rodas infantis, etc.
Dê oportunidades para que as crianças desenhem livremente e solicite que elas falem
sobre seus desenhos. Se for possível registre no verso do desenho o relato das crianças.
Incentive as brincadeiras de faz de conta. Crie oportunidades de dramatização através de
fantoches e de fantasias.
Atividades para as crianças de 3 a 6 anos
Após escutar a história as crianças podem recontá-las e, em seguida, escreverem o que
mais gostaram da história.
Agora as rodas de conversa se tornam mais diversificadas. Servem para planejar as
atividades que serão realizadas no dia; estabelecer regras de convivência; levantar ideias
sobre os projetos que serão desenvolvidos; construir textos coletivos; e propor trabalhos
específicos relacionados às áreas do currículo.
Promover diariamente a leitura de livros infantis.
Realize ações que colaboram para o desenvolvimento da capacidade de narrar.
Promova situações que favoreçam o recontar.
Com a idade, pode-se propor atividades de entrevistar pessoas.
Organize debates com assuntos polêmicos ou do cotidiano da criança. Responder ou
contestar argumentos do outro.
Organize apresentações de parlendas, poemas, etc.
Promova atividades de dramatização. Criar uma lojinha, um hospital, etc. Nesse cenário
a criança terá que interagir e contracenar com situações inusitadas
Que literatura oferecer às crianças?
Tudo aquilo que gostarem. O importante é que a literatura seja de qualidade e do
interesse delas.
A literatura favorece a ampliação do vocabulário, do reconhecimento de situações do dia-
a-dia.