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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL I
PROFESSORA: CELI BAHIA
ANA ILDA OLIVEIRA DA SILVA
MARIA DO SOCORRO OLIVEIRA CASTELO
A CULTURA POPULAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
BELÉM
2013
1.INTRODUÇÃO
Este projeto foi construído com base nas observações e registros realizados
durante a disciplina Estágio na Educação Infantil I, na Unidade de Educação
Infantil 1º de Dezembro, com a turma do Jardim I B. A docente dessa turma é
licenciada em Pedagogia pela UEPa e em Letras pela UFPa.
Inseridas neste espaço, observando e registrando o cotidiano desta Unidade
de Educação Infantil nos meses de maio e junho de 2013, nos dias de quarta
feiras, no turno matutino mais precisamente de 07:30 as 11:30, pudemos
refletir sobre o trabalho docente na UEI. A partir das observações realizadas foi
possível elaborar o projeto “ A cultura popular na Educação Infantil” para ser
desenvolvido na disciplina de Estágio na Educação Infantil II.
O referido projeto está constituído da justificativa que compreende o
detalhamento da estrutura física da instituição; a acolhida na qual constam as
atividades pedagógicas, as refeições, a higiene, e o descanso tentando fazer
uma reflexão sobre esses pontos; referencial teórico; objetivos geral e
específico; metodologia; avaliação; cronograma e referências.
Tal projeto consiste em trabalhar com a cultura popular amazônica,
apresentando às crianças a literatura regional, a música, a dança, a poesia, as
lendas e a manifestação cultural do Círio de Nazaré.
2. JUSTIFICATIVA
Estrutura Física
A Unidade de Educação Infantil 1º de Dezembro fica localizada na Avenida
João Paulo II, número 1540, entre a Rua Angustura e a Travessa Lomas
Valentina no bairro do Marco e teve sua fundação no ano de 1988. A estrutura
física do prédio é construída em alvenaria e possui sete salas de aula, duas
cozinhas para preparação de alimentos, sendo uma destinada à preparação do
alimento dos bebês e uma para a preparação das crianças dos maternais e
jardins. Possui também um salão de refeitório, uma sala da coordenação
pedagógica, três banheiros para uso das crianças e um banheiro para uso dos
funcionários.
A sala de aula na qual estagiamos durante os meses de maio e junho, é uma
sala arejada e bem iluminada. Com ventilação e iluminação mecânica, feita por
um ventilador e lâmpadas; uma janela grande na lateral também proporciona
uma boa ventilação e facilita a iluminação.
A pintura da parede é de cor clara, e o piso é revestido por cerâmica clara e
está sempre limpo. Os móveis como, mesas e as cadeiras das crianças são
adaptadas de acordo com o tamanho delas, assim como o local onde deixam
suas mochilas. Possui também uma pia pequena, proporcional ao tamanho
das crianças, para que elas possam lavar as mãos. Com relação a decoração
da sala é recheada de personagens infantis e até os próprios desenhos das
crianças. Os recursos pedagógicos como brinquedos, livros, vídeos, tv, som,
ficam na própria sala; possui também um quadro branco, um armário de ferro
para guardar objetos pedagógicos, 25 colchonetes, uma caixa onde as crianças
guardam seus calçados e outra onde ficam os brinquedos. Há também uma
sacola com diversos livros, chamado pela professora de cantinho da leitura. Os
objetos pessoais como escova de dente, creme dental, pente, shampoo e
creme de pentear ficam guardados dentro do armário. Além disso, possui uma
mesa e uma cadeira para a professora.
O refeitório contém três mesas grandes prontas para atender três turmas de
cada vez, para cada refeição ou lanche.
A área de recreação fica nos fundos da creche é cimentada e ao seu lado
possui um pequeno parque, que infelizmente nos dias e horário que
estagiamos, não estava em funcionamento, pois, alguns brinquedos estavam
com pequenos defeitos. Há também uma pequena área, na entrada da creche
que é utilizada para recreação e atividades pedagógicas das crianças.
Os banheiros são três sendo um para funcionários e dois para as crianças.
A creche escola, funciona em período integral de 07:30 as 17:00h e atende
crianças de zero a cinco anos de idade, a maioria delas moradoras do bairro e
redondezas.
A equipe de trabalho é composta pela coordenadora pedagógica Jesus,
vinte e seis professores, sendo 24 graduados em licenciatura plena em
pedagogia e 20 com pós-graduação em psicopedagogia, gestão escolar e
educação especial. Conta também com um funcionário de apoio de
coordenação, uma auxiliar de apoio, quatro cozinheiras, quatro auxiliares de
cozinha, seis agentes de serviços gerais e uma porteira.
A Unidade de Educação Infantil 1º de Dezembro atende crianças de creche
e pré-escola num total de 155 alunos distribuídos em 7 turmas, em período
integral. A faixa etária vai de seis meses a cinco anos. O horário da unidade
vai das 7:30 às 17:30 A distribuição dos alunos se dá da seguinte forma:
Berçário I 15 alunos, Berçário II 15 alunos, Maternal I 25 alunos, Materna II 25
alunos, Jardim I A 25 alunos, Jardim I B 25 alunos, Jardim II 25 alunos.
A escola trabalha com quatro projetos: dois trimestrais e dois bimestrais,
sendo que o primeiro deles acontece no inicio do período letivo é comum a
todos os professores e traz como tema o Acolhimento, este tema visa a
integração da escola com as crianças e as famílias; os demais projetos cada
professor seleciona o tema que irá trabalhar.
A referida instituição apresenta uma estrutura dentro de uma rotina com as
seguintes atividades:
Acolhida
O portão da escola é aberto às 07:30 h, as crianças são levadas pelos pais
ou responsáveis até a sala de aula onde são recebidas pela professora na
entrada da sala de aula. Alguns responsáveis deixem as crianças e saem
rapidamente, outros entram na sala, conversam com a professora e ajudam as
crianças a trocarem suas roupas. Outras crianças de forma mais autônomas
entram, se trocam e guardam seus pertences na mochila. Em seguida ficam
conversando e brincando uma com as outras, enquanto a professora mantém
um diálogo com os responsáveis dos alunos.
Nos dias de estágio foi possível perceber que a docente geralmente
mantém um diálogo com os responsáveis enquanto as crianças estão em sala.
Nessa conversa com os pais, a professora expõe os eventuais problemas que
tenham ocorrido no dia anterior de permanência da criança em sala de aula.
Durante o período de estágio foram relatados problemas e saúde das crianças
como gripe; problemas comportamentais como arranhões, mordidas,
agressões entre os próprios alunos. Houve um caso, em que a professora
informou à mãe de um dos alunos que seu filho mordeu outra criança da sala
de aula no dia anterior, imediatamente a mãe repreendeu seu filho diante de
todos ali presente. Esta mãe também reclamou para a professora que um dia
seu filho também chegou com marca de uma mordida em casa.
Depois que todos estão em sala de aula, a professora faz a contagem do
número exato de alunos e repassa à funcionária do refeitório para que sejam
produzidas as de refeições de acordo com a quantidade de alunos . Embora
estejam matriculadas 25 crianças na turma nem todas comparecem, a
frequência gira em torno de 20 alunos.
Sabendo que a acolhida é de fundamental importância na rotina da
escola, foi justamente neste momento que pudemos perceber que a relação
entre a professora e os responsáveis é bastante amistosa, sendo a professora
aberta ao dialogo com pais ou responsáveis. A relação da professora com os
alunos, na acolhida, se dá de forma afetuosa, chegam cumprimentam-se e
abraçam-se e as crianças gostam. As crianças também são carinhosas umas
com as outras. Vez por outra que há algum desentendimento, mas logo é
solucionado pela professora.
Atividades pedagógicas
Tivemos acesso ao projeto pedagógico escolhido e desenvolvido pela
professora neste trimestre, que teve como tema a “Ciranda Literária”, e foi
desenvolvido nos meses de abril, maio e junho. Este projeto tinha como
objetivo proporcionar momentos de prazer e interação através da leitura,
despertando nas crianças o interesse pela leitura infantil, bem como possibilitar
a ampliação do vocabulário e a organização dos pensamentos. Foi no
desenvolvimento deste projeto em sala de aula que observamos as seguintes
atividades pedagógicas abaixo descritas.
A roda de conversa
A roda é uma atividade que acontece dentro da sala de aula, no chão as
crianças sentadas em círculos e descalças, juntamente com a professora Na
roda a professora recebe as crianças, proporcionando e provocando as
crianças a contarem como foi seu dia anterior ou o final de semana. É
justamente neste momento que as crianças falam um de cada vez como foi o
seu dia, o que fizeram ou o que comeram.
Reconhecimento dos nomes:
Esta atividade acontecia dentro da sala de aula com as crianças
sentadas no chão e em forma de circulo. Era realizada a chamada desta forma:
a professora misturava as placas com os nomes dos alunos e ia tirando um
nome de cada vez, mostrava a placa para todos e pedia que dissessem de
quem era aquele nome, a cada nome tirado e lido posteriormente era colocado
num quadro de E.V.A. que estava fixado na parede da sala. A maioria das
crianças reconhecia seu nome e algumas delas além de reconhecer seu
próprio nome ainda reconhecia o nome de seu colega.
Após a chamada, já por volta das 09:00 h a professora promove algum
outro tipo atividade pedagógica, que pode ser pintura, leitura ou contação de
história.
Contação de historia
A contação de história se dava através da televisão de rolagem e da
sacola literária em sala de aula. Dentre as histórias socializadas destacamos O
Patinho Feio, pois foi uma das histórias contadas num dos dias de estágio.
Nesta atividade a professora contava a historia para a turma e ia passando a
imagem com desenho da historia numa televisão feita de uma caixa papelão.
Para melhor se apropriar da historia a professora propôs uma atividade de
desenho, na qual as crianças teriam que desenhar de forma individual num
papel A4, o patinho da historia contada e depois pintar com lápis de cera.
Os desenhos feitos pelas crianças ficavam sempre expostos num mural
dentro da sala de aula, o que nos permitiu observar que muitos deles fazem um
desenho e pintura mais compreensível para nós. Isso não significa que eles
mesmos não entendam o que desenharam. Pois ao perguntar o que seria
aquele desenho eles respondiam exatamente o que significava.
Outra atividade desenvolvida dentro da contação de historia foi a Sacola
da Leitura, que contava com a participação dos pais. Cada final de semana
quatro famílias eram selecionadas para lerem em casa os livros. Cada sacola
contém um kit com dois livros e a criança escolhe qual dos dois a mãe/pai ou
responsável vai ler e depois deve relatar para a criança e este deve desenhar
no caderno e socializar para a turma a historia de que ouviu de sua mãe/pai ou
responsável. Na devolução da sacola a professora reunia as crianças na sala
de aula, sentadas no chão, em círculo e pedia que eles contassem aos colegas
a historia lida em casa.
O que percebemos é que dentre as quatro famílias selecionadas, uma
não leu a história com a criança em casa, por conta disso foi excluída
temporariamente da atividade de socialização. Logo em seguida retornou para
o grupo.
Pintura ao ar livre
Uma atividade pedagógica realizada neste período foi a pintura ao ar
livre, na qual a professora organizou os alunos em grupos de quatro, sentados
no chão numa área cimentada, externa à sala de aula, mas dentro da creche e
distribuiu cartolinas, pincéis, e tinta guache para que as crianças desenhassem
e pintassem o que quisessem. Sempre com o auxilio da professora as crianças
pintavam sem preocupar-se em manterem-se limpas. Para elas a atividade era
tudo uma brincadeira. Algumas crianças deram formas de fácil identificação
para nós, outras fizeram pinturas que somente elas entendiam.
Quadra junina
Durante o mês de junho uma atividade pedagógica explorada foi o ensaio de
uma dança para a festa junina, onde misturavam-se vários ritmos musicais
como carimbó, axé, funk e forró. Juntos professora e crianças ensaiavam em
sala de aula, porém após uma sugestão nossa de que o treino fosse com o
balão que seria usado no dia da principal apresentação da turma, todos
passaram a ensaiar na área de recreação que fica nos fundos da creche, pois
é mais ampla e ainda usaríamos o balão.
Depois de observar e registrar as atividades pedagógicas da referida
instituição, fizemos uma análise para melhor sintetizar nossa reflexão a
respeito de tais atividades: em relação a roda de conversa foi explorando a fala
dos pequenos que a docente ajudou estes a expressarem suas ideias, com
respeito pela fala de cada um. Pois é através da fala que o professor conhece
cada um dos seus alunos, observando quais são os temas e assuntos de
interesse deles, tendo dessa forma a oportunidade de desenvolver atividades
que estimulem o conhecimento acerca de brincadeiras, apresentando as
atividades do dia e buscando a concentração e interação dos alunos,
promovendo um verdadeiro ritual de chegada.
Quanto a atividade de reconhecimento dos nomes as crianças realizavam esta
atividade com muita alegria, notamos que elas ficavam muito felizes ao
reconhecerem naquele momento seu nome e de seus colegas, e sorriam
bastante .Para nós isso demonstra o quanto as crianças estão integradas umas
com as outras, pois são afetuosas e carinhosas entre si. Porém, por algumas
vezes os meninos brigavam uns com os outros, mas logo havia a intervenção
da professora que estava atenta ao comportamento das crianças.
Sobre a contação de histórias consideramos que é uma valiosa
estratégia na pratica pedagógica de professores da educação infantil. As
narrativas estimulam a criatividade e a imaginação, a oralidade, facilitam o
aprendizado, desenvolvem as linguagens oral, escrita e visual, incentivam o
prazer pela leitura.
Tal atividade além de proporcionar a inserção da criança no hábito da
leitura promove o envolvimento das famílias neste processo. Considerando a
importância que a leitura tem no desenvolvimento da aprendizagem, esse
trabalho, visa à parceria entre a família e a escola a fim de construir estratégias
integradas para o desenvolvimento dessa habilidade, e, especialmente, com o
compromisso de ajudar a despertar o gosto pela leitura. No desenvolvimento
desse trabalho a família tem papel fundamental, sendo a mediadora entre a
criança e o livro. Dessa forma, o incentivo e a participação da família são
indispensáveis para a execução desse projeto.
Na pintura livre a tinta é um instrumento que a criança utiliza como meio
de desenvolver sua criatividade e imaginação, e até mesmo como meio de
comunicação e interatividade. Surgiram vários tipos de desenhos naquelas
cartolinas, como flores, robôs, um céu, entre outros, mesmo que para nós
alguns desenhos pareçam incompreensíveis, para a criança tem toda uma
significação pois depois de terminadas a atividade as crianças podem explicar
o significado. O que chama a atenção neste ambiente é que elas compartilham
as tintas guache entre elas sem brigas pois queriam ver ao máximo de cores
em suas cartolinas
E para encerrar nossa reflexão sobre as atividades pedagógicas, nada
melhor que finalizar com música já que foi um momento de grande alegria para
as crianças pois elas se divertiam muito com a música e dança. Tivemos a
oportunidade de nos envolver com esta atividade de forma colaborativa dando
algumas sugestões sobre a apresentação para a dança, e sugerindo que estes
ensaios pudessem ser realizados na área de recreação e com um dos
acessórios principais para a realização da dança: o balão, o que permitiu que
as professoras das outras turmas compartilhassem da ideia e levassem seus
alunos também para ensaiar.
Considerando que o papel da escola como divulgadora de cultura é
muito importante para reforçar valores e tradições, a comemoração da festa
junina é uma oportunidade de despertar na criança o interesse pela cultura
popular, oferecendo-lhes oportunidade de descontração, socialização e
ampliação de seu conhecimento através de atividades diversificadas,
brincadeiras e apresentações características destes festejos que fazem parte
do folclore brasileiro, ressaltando seus aspectos popular, social e cultural.
A seguir descreveremos como aconteciam as refeições na referida
instituição, no período em estávamos estagiando.
Refeições
Após as atividades pedagógicas, já por volta das 8:30 a 9:00 horas as
crianças eram encaminhadas, pela professora em fila indiana para o refeitório
que é devidamente adaptado à faixa etária dos alunos; sendo levadas três
turmas por vez. Durante o período que estivemos na escola, sempre que
iniciava-se a refeição, as crianças faziam uma oração de agradecimento pelo
alimento. O lanche servido, no período em estávamos estagiando, foi mingau e
suco artificial com biscoito. Algumas crianças recusavam o lanche oferecido
pela creche, outras até repetiam e ainda algumas traziam seu lanche de casa,
como biscoitos, danones, frutas, sucos em caixa, por conta disso eram
bastante assediadas por aqueles que não traziam nada.
Sentadas em uma mesa grande, adaptada de acordo com o tamanho da
criança, elas sentam em suas cadeiras e fazem seu lanche sem precisar de
ajuda dos adultos e na maioria das vezes conversando uma com a outra,
pegando o biscoito de um tomando o suco da outra quando esta não quer
comer. Sempre com a professora observando e ajudando quando alguma
criança precisa.
Já o almoço é servido às 11:00 horas e em geral o cardápio é composto
de carne desfiada, macarrão, feijão e arroz. Na alimentação das crianças, nos
dias em que estávamos observando, não vimos servir verdura ou legumes; as
frutas servidas foram melancia e tangerina. Lembrando sempre que antes de
cada refeição havia a oração de agradecimento pelo alimento. Durante a
refeição muitas aceitavam o cardápio e até repetiam, outras comiam bem
pouco.
A hora do almoço não deve atender apenas às necessidades
nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais, de sentir
prazer e alegria durante a refeição, de partilhar e trocar alimentos entre
colegas. É um momento de encontro, de troca, é também um momento de
aprendizagem, há interações com o objeto de aprendizagem, neste caso
o próprio alimento, as crianças estão aprendendo como segurar os talheres. É
uma oportunidade que os professores têm para orientar as crianças em
relação à alimentação.
Analisando estes momentos das refeições das crianças observamos que
as professoras habilitam as crianças a desenvolveram o exercício de sua
autonomia , pois permitem que elas se alimentem sozinhas com pouca
interferência.
O almoço não deve atender apenas às necessidades nutricionais das
crianças, mas também às psicológicas e sociais, de sentir prazer e alegria
durante a refeição, de partilhar e trocar alimentos entre colegas. É um
momento de encontro, de troca, é também um momento de aprendizagem, há
interações com o objeto de aprendizagem, neste caso o próprio alimento, as
crianças estão aprendendo como segurar os talheres. É uma oportunidade que
os professores têm para orientar as crianças em relação à alimentação.
Após as refeições a professora proporciona às crianças hábitos saudáveis de
higiene , como lavar as mãos e escovar os dentes.
Brincadeira
Apesar das brincadeiras permearem a maioria das atividades
educativas, há um momento especifico para que todas as crianças de todas
turmas iam para o pátio e se reuniam, num espaço ao fundo da creche para
brincar, sempre monitorados pelas professoras. Ao misturar todas as turmas,
das diversas faixas etárias permitia-se um maior contato entre as mesmas. As
brincadeiras aconteciam de forma aleatória e livre sem distinção de sexo ou
tamanho.
Nos dias em que estivemos fazendo nossas observações notamos que
alguns brinquedos que ficavam na lateral da creche e separado por um portão,
não eram utilizados pelas crianças, pois sempre que alguma criança os
pegavam as outras também queriam, o que provocava algum tipo de atrito
entre elas. Também há um pequeno parque com um escorrega e um gira-gira e
que não era utilizado pelas crianças, pois a área estava imprópria com sujeira e
mato.
Como refletir sobre um momento como este? Direcionamo-nos para a
questão do educar e do cuidar na educação infantil, no momento em que a
criança corre, pula, conhece o meio em que vive , está se desenvolvendo,
aprendendo mais sobre as coisas que estão a sua volta, quando está
brincando ela está aprendendo e da forma mais adequada e prazerosa. A
ludicidade é a maneira mais rica de se proporcionar o aprendizado e a
descoberta do mundo para as crianças, pois estaremos cuidando e educando
nossas crianças da forma mais saudável e contribuindo para a construção do
seu conhecimento. Apesar de haver poucos brinquedos na área de recreação
esta atividade permite uma maior interação criança versus criança e porque
não dizer com os outros professores e até com a diretora, já que esta estava
sempre presente naquele momento e demonstrando um grande carinho para
as crianças.
Higiene
Após as brincadeiras as crianças retornavam à sala de aula e
começavam a tirar suas roupas, pegavam suas toalhas de dentro da mochila e
em fila eram levadas para o banheiro. Os banheiros são revestidos de azulejos
brancos e o piso é derrapante. Dentro do banheiro há cinco chuveiros, cinco
pias e cinco vasos sanitários, e um banco revestido de lajota para as crianças
aguardarem sua vez de tomar banho. Primeiro tomavam banho as meninas,
enquanto os meninos sentados aguardavam a sua vez. As crianças com
autonomia banhavam-se e a professora apenas colocava o shampoo nos
cabelos delas. Após o banho, as crianças se enxugavam com suas tolhas
individuais e retornavam à sala para trocarem as roupas sozinhas, penteavam
os cabelos em seguida já vestidos e sentados em suas cadeiras sob o olhar da
professora aguardavam a hora do almoço.
Saúde bucal
Segundo informações da professora a creche recebe uma vez por ano a
a visita de uma dentista e sua auxiliar que fazem um trabalho de prevenção e
aplicação de flúor, esse dia é chamado o Dia do Dentista. No dia do dentista
deste ano as crianças foram atendidas na área externa que fica no fundo da
creche. Em geral a consulta ao dentista é motivo de medo entre as crianças,
entretanto, pudemos perceber que as crianças da creche não demonstraram
nenhum tipo de preocupação, pelo contrário, elas enfrentaram a consulta de
forma bastante tranquila. Enquanto as crianças aguardavam sua vez para o
atendimento ficavam assistindo vídeo e musicais infantis.
A inocência das crianças nos chama atenção por ainda não terem
conhecimento, ou talvez percepção sexuais, meninos e meninos despiam-se e
trocavam roupas diante dos outros sem o menor pudor e vergonha.
A higiene não é um momento só de cuidar, é um momento pedagógico
lúdico, que além de proporcionar à criança relaxar, refrescar-se e sentir-se
confortável oportuniza o contato e percepção da criança com sua corporeidade
que está sendo reconhecida . A criança também aprende a despir-se, a vestir-
se, enxaguar-se, enrolar-se e dessa forma cuidar de si. Além de incentivar a
autonomia gradativa para o auto cuidado é um momento de interação com a
professora e com as outras crianças.
Nesse momento a professora organizava os colchonetes das crianças
cada um com lençol individual para que elas pudessem descansar no retorno
do almoço.
Quanto à higiene e saúde bucal das crianças devemos considerar que é
tarefa que se deve iniciar desde cedo. Desde os chamados dentes de leite, que
devem estar bem cuidados apesar da sua duração não ser longa. Esses dentes
levam as crianças a mastigar corretamente ao ingerir alimentos sólidos.
Se esses dentes estão doentes, ou não estão bem cuidados, os dentes
permanentes herdarão a mesma enfermidade que seu antecessor. Por esta
razão, os cuidados são mais que necessários durante o período da infância.
Descanso
Após o almoço as crianças iam ao banheiro e lavavam a boca sem
escovação dos dentes e retornavam à sala de aula aguardando a professora
arrumar os colchonetes no chão, cada um com lençol individual para o
descanso.
O descanso na creche está completamente relacionado tanto ao que diz
respeito à aprendizagem quanto ao desenvolvimento da criança. Por isso o
sono é importante para a aprendizagem, tirar uma soneca na escola
desenvolve a cognição e regula a emoção, estimula o crescimento, promove o
bem-estar, além de ser uma necessidade fisiológica.
Foi justamente a partir das análises sobre o que foi observado na UEI,
que fizemos uma pesquisa bibliográficas nas bibliotecas da UFPA nos livros,
sites e revistas, além de contar com a orientação de nossa professora da
disciplina Estágio de Educação Infantil I, para desenvolver o tema relacionado
à cultura popular e elaborar um projeto de intervenção, com referencial teórico
que atendesse nossas expectativas para desenvolvê-lo.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Este projeto objetiva trabalhar com a música, a literatura, a poesia, a
culinária, o brinquedo, a festa religiosa (Círio) e a dança (carimbó) amazônica.
Pois consideramos que o ensino da cultura popular cria a oportunidade das
crianças construírem uma identidade positiva sobre a nossa cultura regional
visto que muitas vezes sua presença encontra-se restrita em festas,
brincadeiras e atividades descontextualizadas.
Tendo em vista o objetivo de contribuir no ensino-aprendizagem das
crianças da referida unidade educacional de ensino foi adotado como
referencial teórico para a realização desse trabalho: Gobbi (2010), Morin
(2003), Silva (2011), Lima e Porpino (2011), Mello (2009)
Argumentando sobre a importância da cultura na formação do homem,
Melo (2009) cita Vygotsky:
[...] o meio desempenha no desenvolvimento da
criança, no que se refere ao desenvolvimento da personalidade
e de suas características específicas ao homem, o papel de
uma fonte de desenvolvimento, ou seja, o meio, nesse caso,
desempenha o papel não de circunstância, mas de fonte de
desenvolvimento.
Gobbi (2010) chama a atenção para o fato de que os diferentes grupos
indígenas, os quilombolas, os centros urbanos, o meio rural, para citar alguns
grupos culturais e sociais, guardam em si manifestações culturais e estéticas,
que embora presentes em nosso cotidiano, poucos as conhecem ou veem,
sucumbidos que somos pela mídia [...] que nos rouba a capacidade de olhar
para o diverso que se encontra diante de nós e de aprender com isso.
Oportunizar às crianças estudos e vivências sobre a cultura popular em
sua diversidade significa o desenvolvimento de potencialidades individuais que
possam ser determinantes e significativas. Sobre a importância da cultura
Gobbi (2010) enfatiza que as culturas são construídas nas relações
estabelecidas com os outros de idades iguais ou diferentes, criando universos
que, embora submetidos ao mundo globalizado, permite ver o panorama
cultural brasileiro e observar seus encontros étnicos, estéticos, de gênero e
etários [...]
Segundo Morin (2003) [..] “a desintegração de uma cultura sob o efeito
destruidor da dominação técnico-civilizacional é uma perda para toda a
humanidade, cuja diversidade cultural constitui um dos mais preciosos
saberes”. Ele chama a atenção para o fato dos jogos, das festas, dos ritos
fazerem parte da natureza humana e serem necessários em seu
desenvolvimento.
A literatura, a poesia, a música, a culinária, a dança, as lendas, as
manifestações culturais são componentes que constituem a cultura de um povo
e são importantes na educação e no desenvolvimento humano.
Silva (2011) argumenta que dentre as várias possibilidades criadas pelo
homem - em sua maioria formas artísticas- para compreender o mundo em que
nasceu e se apropriar da cultura produzida por seus antecessores, recriando-a,
a música é uma delas.
Lima e Porpino (2011) ressaltam que a dança, juntamente com todas as
possibilidades de expressão da criança, constitui um universo de signos
(movimentos e gestos com sentidos/significados) que expressam uma situação
histórica e social que, por sua vez, fundamenta a experiência sensível (forma
de tratar, perceber as coisas e conhecê-las), a relação com a natureza, com as
coisas, com as palavras e com a imaginação.
Sobre o uso da poesia no processo ensino-aprendizagem Gobbi (2010)
aconselha que deva-se ler as poesias para as crianças para que se
familiarizem com essa linguagem é essencial, que é provocadora de ricas
criações infantis, do prazer pela leitura, do enriquecimento da imaginação, da
fantasia e inventividade, tão necessárias e que constituem o homem.
A autora também sugere que sejam criadas versões das histórias
infantis mais conhecidas da região, como lendas, mitos, histórias de terror
como forma de estimular as crianças a serem leitoras e escritoras do seu
mundo.
Diante do exposto, vimos a necessidade de implementar um projeto de
intervenção com base na cultura popular amazônica , pois observamos que
ainda existe no ensino-aprendizagem da educação infantil, uma lacuna quanto
aos saberes e identidades culturais amazônicos.
Daí a relevância de tal projeto de intervenção, pois acreditamos que o
ensino sobre a cultura popular deve ser estimulado desde a mais tenra idade.
Por isso que intencionamos este projeto com as crianças do Jardim I, dando-
lhes a oportunidade de conhecer a cultura da região em que vivem.
4. OBJETIVOS
Geral: Apresentar às crianças a cultura popular amazônica como uma forma de
trazer elementos que as constituam e as identifiquem dentro de sua realidade.
Objetivos específicos:
• Desenvolver a linguagem oral e escrita.
• Desenvolver a criatividade.
• Valorizar a cultura paraense por meio de seus artistas, cantores,
escritores, poetas e manifestações culturais.
• Expressar-se por meio da música, dança, poesia, lendas.
5. METODOLOGIA
O projeto “A cultura popular no ensino – aprendizagem das crianças da
educação infantil“ será desenvolvido durante os meses de setembro a
novembro, por meio de diversas atividades que incluirão leituras, poesia, roda
de conversa , apresentação de vídeos e de músicas, atividades com desenho
e pintura, brincadeira com os brinquedos de miriti e dança do carimbó.
As atividades serão desenvolvidas, obedecendo a seguinte sequência:
Atividade 1
Atividade de leitura: Lenda do açaí
Objetivo: desenvolver com as crianças o gosto e o prazer pela leitura, a
imaginação, a criatividade como forma de aprender, socializar-se e interagir.
Material: livro sobre a Lenda do Açaí.
Desenvolvimento: Com as crianças sentadas em suas cadeiras no meio da
sala, faremos uma roda de conversa e apresentaremos a história a ser
contada. Após a contação da lenda promoveremos um diálogo com os alunos,
questionaremos suas próprias experiências sobre o consumo do açaí.
Atividade 2
Atividade com a música “Sabor Açaí” de Nilson Chaves.
Atividade: Após assistir o vídeo com a música Sabor Açaí dançar com as
crianças ao som da música.
Objetivos: desenvolver o gosto pela linguagem poética e pelo belo; cantar a
música “ Sabor Açaí”.
Atividade 3
Atividade de leitura: Lenda da Mandioca
Objetivo: desenvolver com as crianças o gosto e o prazer pela leitura como
forma de aprender, socializar-se e interagir.
Material: Livro sobre a Lenda da Mandioca, papel A4 , lápis de cor, barbante,
cola e giz de cera.
Desenvolvimento: Com as crianças sentadas em suas cadeiras no meio da
sala, apresentaremos a história a ser contada. Após a contação da lenda
promoveremos uma roda de conversa sobre os produtos extraídos da
mandioca e da importância desses produtos na alimentação paraense.
Atividade 4
Atividade com a Dança do Carimbó
Objetivo: Desenvolver a musicalidade e a expressão corporal assim como o
reconhecimento do corpo, trabalhar as tradições culturais da região amazônica
por meio da junção de ritmo com movimentos corporais.
Desenvolvimento: Inicialmente será apresentado um vídeo sobre o carimbó, em
seguida falaremos sobre a importância desta dança no contexto da cultura
amazônica. Em seguida convidaremos as crianças para dançarem o carimbó..
Atividade sobre o Círio de Nazaré como manifestação cultural
Objetivo: Conhecer a festa religiosa do Círio de Nazaré descrevendo os
aspectos pertinentes à mesma.
Esta atividade será composta de 3 fases: A história do Círio; a culinária da
festa e os brinquedos feitos de miriti. Cada semana será trabalhada uma fase
Atividade 5
A história do Círio de Nazaré
Esta atividade será feita mediante a apresentação de vídeo sobre a festa,
dando destaque aos símbolos da festa como a Santa, a corda e o carro dos
anjos. A seguir será feito um diálogo em que as crianças falarão sobre o que
conhecem da Festa do Círio.
Atividade 6
A culinária da festa do Círio
Nesta atividade será mostrada através de imagens de vídeo e revistas a
culinária consumida na festa do Círio, como o pato no tucupi, a maniçoba, o
creme de cupuaçu dentre outros. Em seguida promoveremos um diálogo no
qual as crianças falarão sobre suas experiências com a culinária paraense.
Atividade 7
Brinquedos de miriti
Para o desenvolvimento desta atividade será mostrado às crianças o
documentário “ Os brinquedos mais leves do mundo, BRINQUEDOS DE
MIRITI (PA). Em seguida serão apresentados alguns brinquedos feitos de miriti,
desta forma as crianças terão a oportunidade de brincar com um brinquedo
artesanal.
Atividade 8
Leitura do livro "Paca, Tatu, cutia não!" de autoria de Antonio Juraci
Siqueira.
A atividade de leitura se fará com as crianças sentadas no chão, em círculo.
Após a leitura do livro as crianças recontarão o que entenderam da história.
Será uma oportunidade para que as crianças conheçam um pouco da fauna
amazônica.
Atividade 9
Atividade com a música “Pescador, pescador” (Mestre Lucindo)
A atividade consiste em cantar e dançar a música. Pedir para que as crianças prestem
atenção na letra da música e nos movimentos feitos pela professora e solicitar que
cantem e dancem fazendo os movimentos indicados.
Atividade 10
Atividade com o poema “Terra Mulher” de Heliana Barriga
A atividade consiste em recitar o poema e em seguida pedir a elas que
declamem o poema.
6. AVALIAÇÃO
A avaliação permeia todo o processo de ensino-aprendizagem, sendo assim,
as crianças serão observadas durante todas as atividades para verificar o
interesse e envolvimento delas quanto ao tema proposto.
7. CRONOGRAMA
O projeto será desenvolvido durante os meses de setembro a
novembro de 2013, nos dias de quarta-feira, no horário de 7:30 às
11:30
Ano 2013
Meses
Atividades
Setembro Outubro Novembro Dezembro
A história do
Círio de
Nazaré
X
A culinária X
da festa do
Círio
Brinquedos
de miriti
X
Atividade de
leitura:
Lenda do
açaí
Dia 26
Atividade
com a
música
“Sabor Açaí”
de Nilson
Chaves.
Dia 03
Atividade de
leitura:
Lenda da
Mandioca
10
Atividade
com a Dança
do Carimbó
X
Leitura do
livro "Paca,
Tatu, cutia
não!"
X
Atividade X
com a
música
“Pescador,
pescador”
(Mestre
Lucindo)
Atividade
com o
poema
“Terra
Mulher” de
Heliana
Barriga
X
REFERÊNCIAS
GOBBI, M. Múltiplas linguagens de meninos e meninas e a educação
infantil. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento- Perspectivas
Atuais. Belo Horizonte, novembro de 2010.
LIMA, R. R. M.; PORPINO, K. Dança: linguagem do corpo na educação de
crianças. In JALLES, A. F. ; ARAÚJO, K. B. (Orgs). Arte e cultura na Infância
Natal, RN: EDUFRN, 2011.
MELLO, S. A. A especificidade do aprender na pequena infância e o papel
do/a professor/a. Amazônida (UFAM), v. 2, p. 16-32, 2009.
MORIN, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro.
3a. ed. - São Paulo - Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.
Projeto Ciranda Literária. Prefeitura Municipal de Belém. Secretaria Municipal
de Educação. Unidade de Educação Infantil 1º de dezembro.
SILVA, S. T. Música e infância: notas sobre a vida, arte, ciência e cotidiano
escolar. In JALLES, A. F. ; ARAÚJO, K. B. (Orgs). Arte e cultura na Infância
Natal, RN: EDUFRN, 2011.

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DISCIPLINA: ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL I PROFESSORA: CELI BAHIA ANA ILDA OLIVEIRA DA SILVA MARIA DO SOCORRO OLIVEIRA CASTELO A CULTURA POPULAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL BELÉM 2013
  • 2. 1.INTRODUÇÃO Este projeto foi construído com base nas observações e registros realizados durante a disciplina Estágio na Educação Infantil I, na Unidade de Educação Infantil 1º de Dezembro, com a turma do Jardim I B. A docente dessa turma é licenciada em Pedagogia pela UEPa e em Letras pela UFPa. Inseridas neste espaço, observando e registrando o cotidiano desta Unidade de Educação Infantil nos meses de maio e junho de 2013, nos dias de quarta feiras, no turno matutino mais precisamente de 07:30 as 11:30, pudemos refletir sobre o trabalho docente na UEI. A partir das observações realizadas foi possível elaborar o projeto “ A cultura popular na Educação Infantil” para ser desenvolvido na disciplina de Estágio na Educação Infantil II. O referido projeto está constituído da justificativa que compreende o detalhamento da estrutura física da instituição; a acolhida na qual constam as atividades pedagógicas, as refeições, a higiene, e o descanso tentando fazer uma reflexão sobre esses pontos; referencial teórico; objetivos geral e específico; metodologia; avaliação; cronograma e referências. Tal projeto consiste em trabalhar com a cultura popular amazônica, apresentando às crianças a literatura regional, a música, a dança, a poesia, as lendas e a manifestação cultural do Círio de Nazaré. 2. JUSTIFICATIVA Estrutura Física A Unidade de Educação Infantil 1º de Dezembro fica localizada na Avenida João Paulo II, número 1540, entre a Rua Angustura e a Travessa Lomas Valentina no bairro do Marco e teve sua fundação no ano de 1988. A estrutura física do prédio é construída em alvenaria e possui sete salas de aula, duas cozinhas para preparação de alimentos, sendo uma destinada à preparação do alimento dos bebês e uma para a preparação das crianças dos maternais e jardins. Possui também um salão de refeitório, uma sala da coordenação
  • 3. pedagógica, três banheiros para uso das crianças e um banheiro para uso dos funcionários. A sala de aula na qual estagiamos durante os meses de maio e junho, é uma sala arejada e bem iluminada. Com ventilação e iluminação mecânica, feita por um ventilador e lâmpadas; uma janela grande na lateral também proporciona uma boa ventilação e facilita a iluminação. A pintura da parede é de cor clara, e o piso é revestido por cerâmica clara e está sempre limpo. Os móveis como, mesas e as cadeiras das crianças são adaptadas de acordo com o tamanho delas, assim como o local onde deixam suas mochilas. Possui também uma pia pequena, proporcional ao tamanho das crianças, para que elas possam lavar as mãos. Com relação a decoração da sala é recheada de personagens infantis e até os próprios desenhos das crianças. Os recursos pedagógicos como brinquedos, livros, vídeos, tv, som, ficam na própria sala; possui também um quadro branco, um armário de ferro para guardar objetos pedagógicos, 25 colchonetes, uma caixa onde as crianças guardam seus calçados e outra onde ficam os brinquedos. Há também uma sacola com diversos livros, chamado pela professora de cantinho da leitura. Os objetos pessoais como escova de dente, creme dental, pente, shampoo e creme de pentear ficam guardados dentro do armário. Além disso, possui uma mesa e uma cadeira para a professora. O refeitório contém três mesas grandes prontas para atender três turmas de cada vez, para cada refeição ou lanche. A área de recreação fica nos fundos da creche é cimentada e ao seu lado possui um pequeno parque, que infelizmente nos dias e horário que estagiamos, não estava em funcionamento, pois, alguns brinquedos estavam com pequenos defeitos. Há também uma pequena área, na entrada da creche que é utilizada para recreação e atividades pedagógicas das crianças. Os banheiros são três sendo um para funcionários e dois para as crianças. A creche escola, funciona em período integral de 07:30 as 17:00h e atende crianças de zero a cinco anos de idade, a maioria delas moradoras do bairro e redondezas.
  • 4. A equipe de trabalho é composta pela coordenadora pedagógica Jesus, vinte e seis professores, sendo 24 graduados em licenciatura plena em pedagogia e 20 com pós-graduação em psicopedagogia, gestão escolar e educação especial. Conta também com um funcionário de apoio de coordenação, uma auxiliar de apoio, quatro cozinheiras, quatro auxiliares de cozinha, seis agentes de serviços gerais e uma porteira. A Unidade de Educação Infantil 1º de Dezembro atende crianças de creche e pré-escola num total de 155 alunos distribuídos em 7 turmas, em período integral. A faixa etária vai de seis meses a cinco anos. O horário da unidade vai das 7:30 às 17:30 A distribuição dos alunos se dá da seguinte forma: Berçário I 15 alunos, Berçário II 15 alunos, Maternal I 25 alunos, Materna II 25 alunos, Jardim I A 25 alunos, Jardim I B 25 alunos, Jardim II 25 alunos. A escola trabalha com quatro projetos: dois trimestrais e dois bimestrais, sendo que o primeiro deles acontece no inicio do período letivo é comum a todos os professores e traz como tema o Acolhimento, este tema visa a integração da escola com as crianças e as famílias; os demais projetos cada professor seleciona o tema que irá trabalhar. A referida instituição apresenta uma estrutura dentro de uma rotina com as seguintes atividades: Acolhida O portão da escola é aberto às 07:30 h, as crianças são levadas pelos pais ou responsáveis até a sala de aula onde são recebidas pela professora na entrada da sala de aula. Alguns responsáveis deixem as crianças e saem rapidamente, outros entram na sala, conversam com a professora e ajudam as crianças a trocarem suas roupas. Outras crianças de forma mais autônomas entram, se trocam e guardam seus pertences na mochila. Em seguida ficam conversando e brincando uma com as outras, enquanto a professora mantém um diálogo com os responsáveis dos alunos.
  • 5. Nos dias de estágio foi possível perceber que a docente geralmente mantém um diálogo com os responsáveis enquanto as crianças estão em sala. Nessa conversa com os pais, a professora expõe os eventuais problemas que tenham ocorrido no dia anterior de permanência da criança em sala de aula. Durante o período de estágio foram relatados problemas e saúde das crianças como gripe; problemas comportamentais como arranhões, mordidas, agressões entre os próprios alunos. Houve um caso, em que a professora informou à mãe de um dos alunos que seu filho mordeu outra criança da sala de aula no dia anterior, imediatamente a mãe repreendeu seu filho diante de todos ali presente. Esta mãe também reclamou para a professora que um dia seu filho também chegou com marca de uma mordida em casa. Depois que todos estão em sala de aula, a professora faz a contagem do número exato de alunos e repassa à funcionária do refeitório para que sejam produzidas as de refeições de acordo com a quantidade de alunos . Embora estejam matriculadas 25 crianças na turma nem todas comparecem, a frequência gira em torno de 20 alunos. Sabendo que a acolhida é de fundamental importância na rotina da escola, foi justamente neste momento que pudemos perceber que a relação entre a professora e os responsáveis é bastante amistosa, sendo a professora aberta ao dialogo com pais ou responsáveis. A relação da professora com os alunos, na acolhida, se dá de forma afetuosa, chegam cumprimentam-se e abraçam-se e as crianças gostam. As crianças também são carinhosas umas com as outras. Vez por outra que há algum desentendimento, mas logo é solucionado pela professora. Atividades pedagógicas Tivemos acesso ao projeto pedagógico escolhido e desenvolvido pela professora neste trimestre, que teve como tema a “Ciranda Literária”, e foi desenvolvido nos meses de abril, maio e junho. Este projeto tinha como objetivo proporcionar momentos de prazer e interação através da leitura, despertando nas crianças o interesse pela leitura infantil, bem como possibilitar
  • 6. a ampliação do vocabulário e a organização dos pensamentos. Foi no desenvolvimento deste projeto em sala de aula que observamos as seguintes atividades pedagógicas abaixo descritas. A roda de conversa A roda é uma atividade que acontece dentro da sala de aula, no chão as crianças sentadas em círculos e descalças, juntamente com a professora Na roda a professora recebe as crianças, proporcionando e provocando as crianças a contarem como foi seu dia anterior ou o final de semana. É justamente neste momento que as crianças falam um de cada vez como foi o seu dia, o que fizeram ou o que comeram. Reconhecimento dos nomes: Esta atividade acontecia dentro da sala de aula com as crianças sentadas no chão e em forma de circulo. Era realizada a chamada desta forma: a professora misturava as placas com os nomes dos alunos e ia tirando um nome de cada vez, mostrava a placa para todos e pedia que dissessem de quem era aquele nome, a cada nome tirado e lido posteriormente era colocado num quadro de E.V.A. que estava fixado na parede da sala. A maioria das crianças reconhecia seu nome e algumas delas além de reconhecer seu próprio nome ainda reconhecia o nome de seu colega. Após a chamada, já por volta das 09:00 h a professora promove algum outro tipo atividade pedagógica, que pode ser pintura, leitura ou contação de história. Contação de historia A contação de história se dava através da televisão de rolagem e da sacola literária em sala de aula. Dentre as histórias socializadas destacamos O Patinho Feio, pois foi uma das histórias contadas num dos dias de estágio. Nesta atividade a professora contava a historia para a turma e ia passando a
  • 7. imagem com desenho da historia numa televisão feita de uma caixa papelão. Para melhor se apropriar da historia a professora propôs uma atividade de desenho, na qual as crianças teriam que desenhar de forma individual num papel A4, o patinho da historia contada e depois pintar com lápis de cera. Os desenhos feitos pelas crianças ficavam sempre expostos num mural dentro da sala de aula, o que nos permitiu observar que muitos deles fazem um desenho e pintura mais compreensível para nós. Isso não significa que eles mesmos não entendam o que desenharam. Pois ao perguntar o que seria aquele desenho eles respondiam exatamente o que significava. Outra atividade desenvolvida dentro da contação de historia foi a Sacola da Leitura, que contava com a participação dos pais. Cada final de semana quatro famílias eram selecionadas para lerem em casa os livros. Cada sacola contém um kit com dois livros e a criança escolhe qual dos dois a mãe/pai ou responsável vai ler e depois deve relatar para a criança e este deve desenhar no caderno e socializar para a turma a historia de que ouviu de sua mãe/pai ou responsável. Na devolução da sacola a professora reunia as crianças na sala de aula, sentadas no chão, em círculo e pedia que eles contassem aos colegas a historia lida em casa. O que percebemos é que dentre as quatro famílias selecionadas, uma não leu a história com a criança em casa, por conta disso foi excluída temporariamente da atividade de socialização. Logo em seguida retornou para o grupo. Pintura ao ar livre Uma atividade pedagógica realizada neste período foi a pintura ao ar livre, na qual a professora organizou os alunos em grupos de quatro, sentados no chão numa área cimentada, externa à sala de aula, mas dentro da creche e distribuiu cartolinas, pincéis, e tinta guache para que as crianças desenhassem e pintassem o que quisessem. Sempre com o auxilio da professora as crianças pintavam sem preocupar-se em manterem-se limpas. Para elas a atividade era tudo uma brincadeira. Algumas crianças deram formas de fácil identificação para nós, outras fizeram pinturas que somente elas entendiam.
  • 8. Quadra junina Durante o mês de junho uma atividade pedagógica explorada foi o ensaio de uma dança para a festa junina, onde misturavam-se vários ritmos musicais como carimbó, axé, funk e forró. Juntos professora e crianças ensaiavam em sala de aula, porém após uma sugestão nossa de que o treino fosse com o balão que seria usado no dia da principal apresentação da turma, todos passaram a ensaiar na área de recreação que fica nos fundos da creche, pois é mais ampla e ainda usaríamos o balão. Depois de observar e registrar as atividades pedagógicas da referida instituição, fizemos uma análise para melhor sintetizar nossa reflexão a respeito de tais atividades: em relação a roda de conversa foi explorando a fala dos pequenos que a docente ajudou estes a expressarem suas ideias, com respeito pela fala de cada um. Pois é através da fala que o professor conhece cada um dos seus alunos, observando quais são os temas e assuntos de interesse deles, tendo dessa forma a oportunidade de desenvolver atividades que estimulem o conhecimento acerca de brincadeiras, apresentando as atividades do dia e buscando a concentração e interação dos alunos, promovendo um verdadeiro ritual de chegada. Quanto a atividade de reconhecimento dos nomes as crianças realizavam esta atividade com muita alegria, notamos que elas ficavam muito felizes ao reconhecerem naquele momento seu nome e de seus colegas, e sorriam bastante .Para nós isso demonstra o quanto as crianças estão integradas umas com as outras, pois são afetuosas e carinhosas entre si. Porém, por algumas vezes os meninos brigavam uns com os outros, mas logo havia a intervenção da professora que estava atenta ao comportamento das crianças. Sobre a contação de histórias consideramos que é uma valiosa estratégia na pratica pedagógica de professores da educação infantil. As narrativas estimulam a criatividade e a imaginação, a oralidade, facilitam o
  • 9. aprendizado, desenvolvem as linguagens oral, escrita e visual, incentivam o prazer pela leitura. Tal atividade além de proporcionar a inserção da criança no hábito da leitura promove o envolvimento das famílias neste processo. Considerando a importância que a leitura tem no desenvolvimento da aprendizagem, esse trabalho, visa à parceria entre a família e a escola a fim de construir estratégias integradas para o desenvolvimento dessa habilidade, e, especialmente, com o compromisso de ajudar a despertar o gosto pela leitura. No desenvolvimento desse trabalho a família tem papel fundamental, sendo a mediadora entre a criança e o livro. Dessa forma, o incentivo e a participação da família são indispensáveis para a execução desse projeto. Na pintura livre a tinta é um instrumento que a criança utiliza como meio de desenvolver sua criatividade e imaginação, e até mesmo como meio de comunicação e interatividade. Surgiram vários tipos de desenhos naquelas cartolinas, como flores, robôs, um céu, entre outros, mesmo que para nós alguns desenhos pareçam incompreensíveis, para a criança tem toda uma significação pois depois de terminadas a atividade as crianças podem explicar o significado. O que chama a atenção neste ambiente é que elas compartilham as tintas guache entre elas sem brigas pois queriam ver ao máximo de cores em suas cartolinas E para encerrar nossa reflexão sobre as atividades pedagógicas, nada melhor que finalizar com música já que foi um momento de grande alegria para as crianças pois elas se divertiam muito com a música e dança. Tivemos a oportunidade de nos envolver com esta atividade de forma colaborativa dando algumas sugestões sobre a apresentação para a dança, e sugerindo que estes ensaios pudessem ser realizados na área de recreação e com um dos acessórios principais para a realização da dança: o balão, o que permitiu que as professoras das outras turmas compartilhassem da ideia e levassem seus alunos também para ensaiar. Considerando que o papel da escola como divulgadora de cultura é muito importante para reforçar valores e tradições, a comemoração da festa
  • 10. junina é uma oportunidade de despertar na criança o interesse pela cultura popular, oferecendo-lhes oportunidade de descontração, socialização e ampliação de seu conhecimento através de atividades diversificadas, brincadeiras e apresentações características destes festejos que fazem parte do folclore brasileiro, ressaltando seus aspectos popular, social e cultural. A seguir descreveremos como aconteciam as refeições na referida instituição, no período em estávamos estagiando. Refeições Após as atividades pedagógicas, já por volta das 8:30 a 9:00 horas as crianças eram encaminhadas, pela professora em fila indiana para o refeitório que é devidamente adaptado à faixa etária dos alunos; sendo levadas três turmas por vez. Durante o período que estivemos na escola, sempre que iniciava-se a refeição, as crianças faziam uma oração de agradecimento pelo alimento. O lanche servido, no período em estávamos estagiando, foi mingau e suco artificial com biscoito. Algumas crianças recusavam o lanche oferecido pela creche, outras até repetiam e ainda algumas traziam seu lanche de casa, como biscoitos, danones, frutas, sucos em caixa, por conta disso eram bastante assediadas por aqueles que não traziam nada. Sentadas em uma mesa grande, adaptada de acordo com o tamanho da criança, elas sentam em suas cadeiras e fazem seu lanche sem precisar de ajuda dos adultos e na maioria das vezes conversando uma com a outra, pegando o biscoito de um tomando o suco da outra quando esta não quer comer. Sempre com a professora observando e ajudando quando alguma criança precisa. Já o almoço é servido às 11:00 horas e em geral o cardápio é composto de carne desfiada, macarrão, feijão e arroz. Na alimentação das crianças, nos dias em que estávamos observando, não vimos servir verdura ou legumes; as frutas servidas foram melancia e tangerina. Lembrando sempre que antes de cada refeição havia a oração de agradecimento pelo alimento. Durante a refeição muitas aceitavam o cardápio e até repetiam, outras comiam bem pouco.
  • 11. A hora do almoço não deve atender apenas às necessidades nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais, de sentir prazer e alegria durante a refeição, de partilhar e trocar alimentos entre colegas. É um momento de encontro, de troca, é também um momento de aprendizagem, há interações com o objeto de aprendizagem, neste caso o próprio alimento, as crianças estão aprendendo como segurar os talheres. É uma oportunidade que os professores têm para orientar as crianças em relação à alimentação. Analisando estes momentos das refeições das crianças observamos que as professoras habilitam as crianças a desenvolveram o exercício de sua autonomia , pois permitem que elas se alimentem sozinhas com pouca interferência. O almoço não deve atender apenas às necessidades nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais, de sentir prazer e alegria durante a refeição, de partilhar e trocar alimentos entre colegas. É um momento de encontro, de troca, é também um momento de aprendizagem, há interações com o objeto de aprendizagem, neste caso o próprio alimento, as crianças estão aprendendo como segurar os talheres. É uma oportunidade que os professores têm para orientar as crianças em relação à alimentação. Após as refeições a professora proporciona às crianças hábitos saudáveis de higiene , como lavar as mãos e escovar os dentes. Brincadeira Apesar das brincadeiras permearem a maioria das atividades educativas, há um momento especifico para que todas as crianças de todas turmas iam para o pátio e se reuniam, num espaço ao fundo da creche para brincar, sempre monitorados pelas professoras. Ao misturar todas as turmas, das diversas faixas etárias permitia-se um maior contato entre as mesmas. As brincadeiras aconteciam de forma aleatória e livre sem distinção de sexo ou tamanho.
  • 12. Nos dias em que estivemos fazendo nossas observações notamos que alguns brinquedos que ficavam na lateral da creche e separado por um portão, não eram utilizados pelas crianças, pois sempre que alguma criança os pegavam as outras também queriam, o que provocava algum tipo de atrito entre elas. Também há um pequeno parque com um escorrega e um gira-gira e que não era utilizado pelas crianças, pois a área estava imprópria com sujeira e mato. Como refletir sobre um momento como este? Direcionamo-nos para a questão do educar e do cuidar na educação infantil, no momento em que a criança corre, pula, conhece o meio em que vive , está se desenvolvendo, aprendendo mais sobre as coisas que estão a sua volta, quando está brincando ela está aprendendo e da forma mais adequada e prazerosa. A ludicidade é a maneira mais rica de se proporcionar o aprendizado e a descoberta do mundo para as crianças, pois estaremos cuidando e educando nossas crianças da forma mais saudável e contribuindo para a construção do seu conhecimento. Apesar de haver poucos brinquedos na área de recreação esta atividade permite uma maior interação criança versus criança e porque não dizer com os outros professores e até com a diretora, já que esta estava sempre presente naquele momento e demonstrando um grande carinho para as crianças. Higiene Após as brincadeiras as crianças retornavam à sala de aula e começavam a tirar suas roupas, pegavam suas toalhas de dentro da mochila e em fila eram levadas para o banheiro. Os banheiros são revestidos de azulejos brancos e o piso é derrapante. Dentro do banheiro há cinco chuveiros, cinco pias e cinco vasos sanitários, e um banco revestido de lajota para as crianças aguardarem sua vez de tomar banho. Primeiro tomavam banho as meninas, enquanto os meninos sentados aguardavam a sua vez. As crianças com autonomia banhavam-se e a professora apenas colocava o shampoo nos cabelos delas. Após o banho, as crianças se enxugavam com suas tolhas individuais e retornavam à sala para trocarem as roupas sozinhas, penteavam
  • 13. os cabelos em seguida já vestidos e sentados em suas cadeiras sob o olhar da professora aguardavam a hora do almoço. Saúde bucal Segundo informações da professora a creche recebe uma vez por ano a a visita de uma dentista e sua auxiliar que fazem um trabalho de prevenção e aplicação de flúor, esse dia é chamado o Dia do Dentista. No dia do dentista deste ano as crianças foram atendidas na área externa que fica no fundo da creche. Em geral a consulta ao dentista é motivo de medo entre as crianças, entretanto, pudemos perceber que as crianças da creche não demonstraram nenhum tipo de preocupação, pelo contrário, elas enfrentaram a consulta de forma bastante tranquila. Enquanto as crianças aguardavam sua vez para o atendimento ficavam assistindo vídeo e musicais infantis. A inocência das crianças nos chama atenção por ainda não terem conhecimento, ou talvez percepção sexuais, meninos e meninos despiam-se e trocavam roupas diante dos outros sem o menor pudor e vergonha. A higiene não é um momento só de cuidar, é um momento pedagógico lúdico, que além de proporcionar à criança relaxar, refrescar-se e sentir-se confortável oportuniza o contato e percepção da criança com sua corporeidade que está sendo reconhecida . A criança também aprende a despir-se, a vestir- se, enxaguar-se, enrolar-se e dessa forma cuidar de si. Além de incentivar a autonomia gradativa para o auto cuidado é um momento de interação com a professora e com as outras crianças. Nesse momento a professora organizava os colchonetes das crianças cada um com lençol individual para que elas pudessem descansar no retorno do almoço. Quanto à higiene e saúde bucal das crianças devemos considerar que é tarefa que se deve iniciar desde cedo. Desde os chamados dentes de leite, que devem estar bem cuidados apesar da sua duração não ser longa. Esses dentes levam as crianças a mastigar corretamente ao ingerir alimentos sólidos.
  • 14. Se esses dentes estão doentes, ou não estão bem cuidados, os dentes permanentes herdarão a mesma enfermidade que seu antecessor. Por esta razão, os cuidados são mais que necessários durante o período da infância. Descanso Após o almoço as crianças iam ao banheiro e lavavam a boca sem escovação dos dentes e retornavam à sala de aula aguardando a professora arrumar os colchonetes no chão, cada um com lençol individual para o descanso. O descanso na creche está completamente relacionado tanto ao que diz respeito à aprendizagem quanto ao desenvolvimento da criança. Por isso o sono é importante para a aprendizagem, tirar uma soneca na escola desenvolve a cognição e regula a emoção, estimula o crescimento, promove o bem-estar, além de ser uma necessidade fisiológica. Foi justamente a partir das análises sobre o que foi observado na UEI, que fizemos uma pesquisa bibliográficas nas bibliotecas da UFPA nos livros, sites e revistas, além de contar com a orientação de nossa professora da disciplina Estágio de Educação Infantil I, para desenvolver o tema relacionado à cultura popular e elaborar um projeto de intervenção, com referencial teórico que atendesse nossas expectativas para desenvolvê-lo. 3. REFERENCIAL TEÓRICO Este projeto objetiva trabalhar com a música, a literatura, a poesia, a culinária, o brinquedo, a festa religiosa (Círio) e a dança (carimbó) amazônica. Pois consideramos que o ensino da cultura popular cria a oportunidade das crianças construírem uma identidade positiva sobre a nossa cultura regional visto que muitas vezes sua presença encontra-se restrita em festas, brincadeiras e atividades descontextualizadas. Tendo em vista o objetivo de contribuir no ensino-aprendizagem das crianças da referida unidade educacional de ensino foi adotado como referencial teórico para a realização desse trabalho: Gobbi (2010), Morin (2003), Silva (2011), Lima e Porpino (2011), Mello (2009)
  • 15. Argumentando sobre a importância da cultura na formação do homem, Melo (2009) cita Vygotsky: [...] o meio desempenha no desenvolvimento da criança, no que se refere ao desenvolvimento da personalidade e de suas características específicas ao homem, o papel de uma fonte de desenvolvimento, ou seja, o meio, nesse caso, desempenha o papel não de circunstância, mas de fonte de desenvolvimento. Gobbi (2010) chama a atenção para o fato de que os diferentes grupos indígenas, os quilombolas, os centros urbanos, o meio rural, para citar alguns grupos culturais e sociais, guardam em si manifestações culturais e estéticas, que embora presentes em nosso cotidiano, poucos as conhecem ou veem, sucumbidos que somos pela mídia [...] que nos rouba a capacidade de olhar para o diverso que se encontra diante de nós e de aprender com isso. Oportunizar às crianças estudos e vivências sobre a cultura popular em sua diversidade significa o desenvolvimento de potencialidades individuais que possam ser determinantes e significativas. Sobre a importância da cultura Gobbi (2010) enfatiza que as culturas são construídas nas relações estabelecidas com os outros de idades iguais ou diferentes, criando universos que, embora submetidos ao mundo globalizado, permite ver o panorama cultural brasileiro e observar seus encontros étnicos, estéticos, de gênero e etários [...] Segundo Morin (2003) [..] “a desintegração de uma cultura sob o efeito destruidor da dominação técnico-civilizacional é uma perda para toda a humanidade, cuja diversidade cultural constitui um dos mais preciosos saberes”. Ele chama a atenção para o fato dos jogos, das festas, dos ritos fazerem parte da natureza humana e serem necessários em seu desenvolvimento. A literatura, a poesia, a música, a culinária, a dança, as lendas, as manifestações culturais são componentes que constituem a cultura de um povo e são importantes na educação e no desenvolvimento humano. Silva (2011) argumenta que dentre as várias possibilidades criadas pelo homem - em sua maioria formas artísticas- para compreender o mundo em que
  • 16. nasceu e se apropriar da cultura produzida por seus antecessores, recriando-a, a música é uma delas. Lima e Porpino (2011) ressaltam que a dança, juntamente com todas as possibilidades de expressão da criança, constitui um universo de signos (movimentos e gestos com sentidos/significados) que expressam uma situação histórica e social que, por sua vez, fundamenta a experiência sensível (forma de tratar, perceber as coisas e conhecê-las), a relação com a natureza, com as coisas, com as palavras e com a imaginação. Sobre o uso da poesia no processo ensino-aprendizagem Gobbi (2010) aconselha que deva-se ler as poesias para as crianças para que se familiarizem com essa linguagem é essencial, que é provocadora de ricas criações infantis, do prazer pela leitura, do enriquecimento da imaginação, da fantasia e inventividade, tão necessárias e que constituem o homem. A autora também sugere que sejam criadas versões das histórias infantis mais conhecidas da região, como lendas, mitos, histórias de terror como forma de estimular as crianças a serem leitoras e escritoras do seu mundo. Diante do exposto, vimos a necessidade de implementar um projeto de intervenção com base na cultura popular amazônica , pois observamos que ainda existe no ensino-aprendizagem da educação infantil, uma lacuna quanto aos saberes e identidades culturais amazônicos. Daí a relevância de tal projeto de intervenção, pois acreditamos que o ensino sobre a cultura popular deve ser estimulado desde a mais tenra idade. Por isso que intencionamos este projeto com as crianças do Jardim I, dando- lhes a oportunidade de conhecer a cultura da região em que vivem. 4. OBJETIVOS Geral: Apresentar às crianças a cultura popular amazônica como uma forma de trazer elementos que as constituam e as identifiquem dentro de sua realidade.
  • 17. Objetivos específicos: • Desenvolver a linguagem oral e escrita. • Desenvolver a criatividade. • Valorizar a cultura paraense por meio de seus artistas, cantores, escritores, poetas e manifestações culturais. • Expressar-se por meio da música, dança, poesia, lendas. 5. METODOLOGIA O projeto “A cultura popular no ensino – aprendizagem das crianças da educação infantil“ será desenvolvido durante os meses de setembro a novembro, por meio de diversas atividades que incluirão leituras, poesia, roda de conversa , apresentação de vídeos e de músicas, atividades com desenho e pintura, brincadeira com os brinquedos de miriti e dança do carimbó. As atividades serão desenvolvidas, obedecendo a seguinte sequência: Atividade 1 Atividade de leitura: Lenda do açaí Objetivo: desenvolver com as crianças o gosto e o prazer pela leitura, a imaginação, a criatividade como forma de aprender, socializar-se e interagir. Material: livro sobre a Lenda do Açaí. Desenvolvimento: Com as crianças sentadas em suas cadeiras no meio da sala, faremos uma roda de conversa e apresentaremos a história a ser contada. Após a contação da lenda promoveremos um diálogo com os alunos, questionaremos suas próprias experiências sobre o consumo do açaí.
  • 18. Atividade 2 Atividade com a música “Sabor Açaí” de Nilson Chaves. Atividade: Após assistir o vídeo com a música Sabor Açaí dançar com as crianças ao som da música. Objetivos: desenvolver o gosto pela linguagem poética e pelo belo; cantar a música “ Sabor Açaí”. Atividade 3 Atividade de leitura: Lenda da Mandioca Objetivo: desenvolver com as crianças o gosto e o prazer pela leitura como forma de aprender, socializar-se e interagir. Material: Livro sobre a Lenda da Mandioca, papel A4 , lápis de cor, barbante, cola e giz de cera. Desenvolvimento: Com as crianças sentadas em suas cadeiras no meio da sala, apresentaremos a história a ser contada. Após a contação da lenda promoveremos uma roda de conversa sobre os produtos extraídos da mandioca e da importância desses produtos na alimentação paraense. Atividade 4 Atividade com a Dança do Carimbó Objetivo: Desenvolver a musicalidade e a expressão corporal assim como o reconhecimento do corpo, trabalhar as tradições culturais da região amazônica por meio da junção de ritmo com movimentos corporais. Desenvolvimento: Inicialmente será apresentado um vídeo sobre o carimbó, em seguida falaremos sobre a importância desta dança no contexto da cultura amazônica. Em seguida convidaremos as crianças para dançarem o carimbó.. Atividade sobre o Círio de Nazaré como manifestação cultural Objetivo: Conhecer a festa religiosa do Círio de Nazaré descrevendo os aspectos pertinentes à mesma. Esta atividade será composta de 3 fases: A história do Círio; a culinária da festa e os brinquedos feitos de miriti. Cada semana será trabalhada uma fase
  • 19. Atividade 5 A história do Círio de Nazaré Esta atividade será feita mediante a apresentação de vídeo sobre a festa, dando destaque aos símbolos da festa como a Santa, a corda e o carro dos anjos. A seguir será feito um diálogo em que as crianças falarão sobre o que conhecem da Festa do Círio. Atividade 6 A culinária da festa do Círio Nesta atividade será mostrada através de imagens de vídeo e revistas a culinária consumida na festa do Círio, como o pato no tucupi, a maniçoba, o creme de cupuaçu dentre outros. Em seguida promoveremos um diálogo no qual as crianças falarão sobre suas experiências com a culinária paraense. Atividade 7 Brinquedos de miriti Para o desenvolvimento desta atividade será mostrado às crianças o documentário “ Os brinquedos mais leves do mundo, BRINQUEDOS DE MIRITI (PA). Em seguida serão apresentados alguns brinquedos feitos de miriti, desta forma as crianças terão a oportunidade de brincar com um brinquedo artesanal. Atividade 8 Leitura do livro "Paca, Tatu, cutia não!" de autoria de Antonio Juraci Siqueira. A atividade de leitura se fará com as crianças sentadas no chão, em círculo. Após a leitura do livro as crianças recontarão o que entenderam da história. Será uma oportunidade para que as crianças conheçam um pouco da fauna amazônica.
  • 20. Atividade 9 Atividade com a música “Pescador, pescador” (Mestre Lucindo) A atividade consiste em cantar e dançar a música. Pedir para que as crianças prestem atenção na letra da música e nos movimentos feitos pela professora e solicitar que cantem e dancem fazendo os movimentos indicados. Atividade 10 Atividade com o poema “Terra Mulher” de Heliana Barriga A atividade consiste em recitar o poema e em seguida pedir a elas que declamem o poema. 6. AVALIAÇÃO A avaliação permeia todo o processo de ensino-aprendizagem, sendo assim, as crianças serão observadas durante todas as atividades para verificar o interesse e envolvimento delas quanto ao tema proposto. 7. CRONOGRAMA O projeto será desenvolvido durante os meses de setembro a novembro de 2013, nos dias de quarta-feira, no horário de 7:30 às 11:30 Ano 2013 Meses Atividades Setembro Outubro Novembro Dezembro A história do Círio de Nazaré X A culinária X
  • 21. da festa do Círio Brinquedos de miriti X Atividade de leitura: Lenda do açaí Dia 26 Atividade com a música “Sabor Açaí” de Nilson Chaves. Dia 03 Atividade de leitura: Lenda da Mandioca 10 Atividade com a Dança do Carimbó X Leitura do livro "Paca, Tatu, cutia não!" X Atividade X
  • 22. com a música “Pescador, pescador” (Mestre Lucindo) Atividade com o poema “Terra Mulher” de Heliana Barriga X REFERÊNCIAS GOBBI, M. Múltiplas linguagens de meninos e meninas e a educação infantil. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento- Perspectivas Atuais. Belo Horizonte, novembro de 2010. LIMA, R. R. M.; PORPINO, K. Dança: linguagem do corpo na educação de crianças. In JALLES, A. F. ; ARAÚJO, K. B. (Orgs). Arte e cultura na Infância Natal, RN: EDUFRN, 2011. MELLO, S. A. A especificidade do aprender na pequena infância e o papel do/a professor/a. Amazônida (UFAM), v. 2, p. 16-32, 2009. MORIN, Edgar - Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3a. ed. - São Paulo - Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.
  • 23. Projeto Ciranda Literária. Prefeitura Municipal de Belém. Secretaria Municipal de Educação. Unidade de Educação Infantil 1º de dezembro. SILVA, S. T. Música e infância: notas sobre a vida, arte, ciência e cotidiano escolar. In JALLES, A. F. ; ARAÚJO, K. B. (Orgs). Arte e cultura na Infância Natal, RN: EDUFRN, 2011.