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Neoplasia e Reconstrução 
tecidual
• Todos os tumores, benignos e malignos, apresentam dois componentes básicos: 
– (1) células neoplásicas clonais que constituem seu parênquima 
– (2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e 
linfócitos. 
Em alguns tumores, o suporte estromal é escasso e então o neoplasma é mole e carnoso. Em outros 
casos, as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante, referido como 
desmoplasia. 
Matriz extracelular: barreira de penetração de microrganismos, veículo para as células do corpo, 
moléculas hidrossolúveis e íons. 
Formada de : 
-Substância fundamental (material hidratado amorfo, composto de glicosaminoglicanos, 
polímeros não ramificados de dissacarídeos, proteoglicanos, eixos proteicos (ligados covalentemente com os 
glicosaminoglicanos) glicoproteínas de adesão, Integrinas e fibronectina, distroglicanos da membrana celular. 
-Fibras colágenas: fibras inelásticas, resistentes à tração e flexíveis. ( são conhecidos 15 
tipos de fibras colágenas) – 30% da proteína corpórea, sintetizadas pelos fibroblastos e predominantemente 
tipo I. 
-Fibras elásticas: formadas pela proteína elastina e microfibrilas ( elasticidade e 
estabilidade respectivamente) 
-Fibras reticulares: ramificadas e com estriação transversal , formando arcabouço de 
sustentação de células hemocitopoiéticas, musculares lisas, nervos, adipócitos e de muitas células epiteliais.
Nomenclatura 
• Neoplasia : novo crescimento , sinônimo de “neoplasma” ou tumor, ). uma massa anormal de tecido, cujo 
crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos tecidos normais, e persiste da mesma maneira 
excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações, de onde se deriva a oncologia (estudo do 
tumor) – lesão expansiva formada por proliferação celular. Tumor é sempre clonal ( originado de célula clone. 
• Tumor benigno de acordo com o comportamento clínico: características micro e macroscópicas são 
consideradas relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não consegue se disseminar 
para outros sítios e geralmente pode ser removido por cirurgia local; o paciente normalmente sobrevive. 
• Tumor maligno: referidos coletivamente como cânceres, um derivado da palavra latina caranguejo, se aderindo 
a qualquer região em que estejam, de maneira obstinada, similar a um caranguejo. O termo maligno, quando 
aplicado a um neoplasma, significa que a lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar 
para sítios distantes (metastatizar). 
• Desmoplasia: quando células parenquimais estimulam a produção de colágeno no estroma, tornando-se com um 
aspecto pétreo. 
• Teratomas: Surge de células totipotentes, comumente no ovário, testículos e células. 
• embrionárias persistentes, podendo se diferenciar em outros tecidos, produzindo substancias adiposas, pelos e 
estruturas semelhantes a ossos e dentes por exemplo. 
• Anaplasia: Falta total de diferenciação, maior grau de indiferenciação. 
• Tumores mistos: São tumores nos quais há proliferação de mais de um tecido a partir de uma mesma céçlula 
clonal de origem, por exemplo: epitélio glandular com áreas de diferenciação para epitélio escamoso, 
fibroangiolipoma, fibroadenoma, adenoma pleomórfico de glândulas salivares etc.
• Metaplasia é a mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem. 
Na metaplasia. um tipo de epitélio se transforma em outro tipo epitelial: um epitélio, porém, não se modifica 
para um tecido mesenquimal.. 
• Hiperplasia: Consiste no aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da 
proliferação mas com diferenciação normal. 
• Displasia: perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica. 
Células displásicas não necessariamente serão neoplásicas. 
• Carcinoma in situ : Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, 
porém a lesão permanece confinada pela membrana basal, é considerada como um neoplasma pré-invasivo. 
• Coristoma e hermatomas : erros locais do desenvolvimento em que um tecido normal de um órgão cresce em sítios 
onde normalmente não é encontrado (coristoma) ou de maneira desorganizada (hermatoma), porém não merecem o 
sufixo “-oma” por muitas vezes não demostrarem caráter tumoral.
Neoplasia benigna 
Tumores benignos são designado pela ligação do sufixo -oma à célula de origem. 
Epitélios: Papiloma, Adenoma 
Tecidos conjuntivos: Fibroma, Lipoma, Condroma, Osteoma, Mixoma. 
Tecidos musculares: Leiomioma, Rabdomioma 
Tecido nervoso: Ganglioneuroma, Ependimoma, Astrocitoma, Oligodendroglioma, Neurinoma 
(schwannoma). 
Vasos sanguíneos: Hemangioma 
Vasos linfáticos: Linfangioma 
Sistema melanógeno: Nevo 
Trofoblasto: Mola hidatifonne 
Células multi ou totipotentes: Teratoma benigno 
*Quanto mais avançado ou complexo é o estado de diferenciação, menor é a taxa de reprodução. 
Em geral são bem diferenciadas e podem até ser indistinguíveis das células normais correspondentes. As 
atipias celulares e arquiteturais são discretas ou seja, o tumor reproduz bem o tecido que lhe deu origem. A taxa de 
divisão celular é pequena (baixo índice mitótico),e ,em geral, o tumor tem crescimento lento. Crescimento expansivo em 
formato esférico sem invasão do estroma. Bordas normalmente bem delimitadas e com possibilidade de ressecção 
cirúrgica. Necrose pouco comum devido a velocidade do crescimento permitir boa irrigação. Não compromete a nutrição 
do hospedeiro.
Neoplasia Maligna 
– Os tumores malignos que surgem do tecido mesenquimal geralmente são 
denominados de sarcomas (do grego sar = feito de carne), pois eles apresentam 
pouco estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos (Fibrossarcoma, 
Lipossarcoma, Condrossarcoma, Sarcoma osteogênico Angiossarcoma, 
Linfangiossarcoma, Sarcoma sinovial, Mesotelioma, Meningioma invasivo). 
– Os neoplasmas malignos de origem nas células epiteliais, derivados de qualquer 
uma das três camadas germinativas, são denominados carcinomas. 
– Há exceções na nomenclatura; linfoma, melanoma, mesotelioma e seminoma, 
foram usadas para certos neoplasmas malignos. 
• As neoplasias malignas são caracterizadas por uma ampla gama de diferenciação das 
células parenquimatosas, de surpreendentemente bem diferenciadas a completamente 
indiferenciadas.
Características das células neoplásicas com menor grau de 
diferenciação 
• Pleomorfismo. Tanto as células quanto os núcleos mostram, caracteristicamente, um 
pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma, as células dentro do mesmo 
tumor não são uniformes, variam desde grandes células, muitas vezes maiores, até 
células extremamente pequenas e de aspecto primitivo. 
• Morfologia nuclear anormal. Caracteristicamente, o núcleo contem cromatina abundante 
e é hipercromático ( irregular e mais compacta = hipercromasia). Os núcleos são 
desproporcionalmente grandes em comparação com a célula, e a razão núcleo-citoplasma 
pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo e 
variável e frequentemente irregular, e a cromatina, comumente, esta grosseiramente 
agrupada e distribuída pela membrana nuclear. Normalmente, grandes nucléolos estão 
presentes nesses núcleos. 
• Perda de polaridade. Além das anormalidades citológicas, a orientação das células 
anaplásicas é marcantemente alterada. Lençóis ou grandes massas de células tumorais 
crescem de maneira anárquica e desorganizada.
• Possíveis áreas de isquemia no centro da massa neoplásica em crescimento, 
normalmente em tumores de alta taxa de crescimento. 
• Número de núcleos: maior de núcleos celulares. 
• Características bioquímicas: Maior anabólise de enzimas da fase embrionária, 
auxiliando no crescimento, captação de aminoácidos e glicólise mais rápida. 
• Adesividade: menor adesão entre sí, aumentando sua mobilidade. 
• Perda da inibição por contato, evasão à apoptose, erros na correção do DNA- TGF- 
β(inibidor) ( Além de estímulos inibidores próprios, pRb e p53) 
• Independência de ancoragem. (Angiogênese sustentada 
• Imortalidade: devido à existência de células tronco-símile, síntese continuada de 
telomerase. 
• Possibilidade de cápsula fibrosa: devido lesão estromal adjacente e resposta reparadora. 
• Crescimento maligno acompanhado de infiltração, invasão e destruição. 
• Capacidade de produção de fatores autócrinos. (Sintetizar e liberar fatores de 
crescimento, produzir receptores para fatores de crescimento, ativar cascatas de 
sinalização) 
*Tanto as células benignas quanto malignas apresentam certo grau de 
desdiferenciação, transformações anaplásicas.
Outros aspectos morfológicos 
• Tumores podem ser: 
– Císticos 
– Sólidos 
• Dentro dessa classificação podem ser: 
– Nodulares (crescimento expansivo, normalmente benigno) 
– Vegetantes ( crescem em superfícies – papilas malignas ou 
benignas) 
– Infiltrativos (normalmente malignos – crescimento infiltrativo) 
– Ulcerados (normalmente malignos)
Cinética celular tumoral 
Massa detectável clinicamente: 1 centímetro 
A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores 
principais: 
* Tempo de duplicação das células tumorais, 
* Fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo; 
* Taxa com que as células são perdidas ou morrem. 
A proporção de células dentro da população tumoral que estão no grupo 
replicativo é referida como fração de crescimento. 
Em geral, a taxa de crescimento dos tumores se correlaciona com seu nível 
de diferenciação e, portanto, a maioria dos tumores maligno cresce mais rapidamente 
do que as lesões benignas.
Metástases 
• Crescimento + angiogênese + expressão de protoncogenes 
• Destacamento ( perda da inibição e aumento de fatores de crescimento) 
• Deslocamento 9 fatores de crescimento PRGF – deslocamento por pseudópodes 
– adesão focal com integrinas da matriz extra celular ) 
• Locomoção (fatores quimiotáticos neoplásicos, do estroma e facilitado pela 
destruição de enzimas estromais) 
• Destruição da matriz extracelular ( metaloproteases, colagenases) 
• Invasão de cavidade, canais, ductos, vasos sanguíneos ou linfáticos. 
• Evasão de sistemas inatos e adaptativos imunológicos.’ 
• Aderência das células 
• Transmigração ou diapedese 
• Crescimento secundário
• Características mais frequentes de cada neoplasia:
Reparo tecidual 
• Quando não há a possibilidade de regeneração (restituição do arcabouço celular), há uma 
resposta fibroproliferativa de reparo com deposição de colágeno em conjunto com outros 
elementos da MEC (Matriz extra celular), formando uma cicatriz. 
• As relativas contribuições do reparo e da regeneração são influenciadas por: (1) 
capacidade proliferativa das células do tecido; (2) integridade da matriz extracelular e 
(3) resolução ou cronicidade da lesão e da inflamação. 
• Características básicas: 
Inflamação. 
Angiogênese. 
Migração e proliferação de fibroblastos. 
Formação de cicatriz. 
Remodelamento do tecido conjuntivo.
• Formação do Coágulo Sanguíneo. 
– A ferida causa a rápida ativação das vias de coagulação, que resultam na 
formação de um coágulo sanguíneo na superfície da ferida 
– O coágulo contém hemácias capturadas, fibrina, fibronectina e componentes 
complemento. É ali produzido também citocinas e quimiocininas que atraem 
células em migração. 
– Dentro de 24 horas, neutrófilos aparecem nas bordas da incisão e migram para o 
coágulo, usando o arcabouço produzido pela fibrina. Essas células liberam 
enzimas proteolíticas que removem os restos necróticos e bactérias. 
– Por volta de 
– 48 a 96 horas, os neutrófilos são amplamente substituídos por macrófagos. Os 
macrófagos representam os constituintes celulares chave do reparo tecidual, 
removendo resíduos extracelulares, fibrina e outros materiais estranhos do local 
de reparo e promovendo angiogênese e deposição de MEC
Inflamação 
• Reação inflamatória induzida pela lesão contém a lesão, remove o 
tecido lesado (exsudato de células fagocitárias) e promove a 
deposição de componentes da MEC na área da lesão, ao mesmo 
tempo em que a angiogênese é estimulada. 
• Dor, calor, rubor e edema 
• A inflamação crônica leva a um excesso de deposição do tecido 
conjuntivo chamado fibrose.
Formação do Tecido de Granulação e Angiogênese 
(neovascularização) 24 a 72 horas 
• Angiogênese a partir de Vasos Preexistente: 
• Vasodilatação em resposta ao óxido nítrico e aumento da permeabilidade dos vasos preexistentes induzido pelo 
fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). 
• Degradação proteolítica da membrana basal do vaso original pelas metaloproteases de matriz (MMP) e 
rompimento do contato célula-célula entre células endoteliais pelo ativador do plasminogênio. 
• Migração das células endoteliais em direção ao estímulo angiogênico. 
• Proliferação de células endoteliais, logo atrás de células migratórias. 
• Maturação das células endoteliais, que inclui inibição do crescimento e remodelagem em tubos capilares. 
• Recrutamento de células periendoteliais (pericitos e células musculares lisas vasculares) para formar o vaso 
maduro. ( Todo o tecido de reparo, estabilização do vaso, deposição da MEC) 
• Angiogênese a partir de Células Precursoras Endoteliais (EPC). 
• Recrutadas da medula óssea (através de marcadores) para os tecidos e iniciar a angiogênese. Alguns 
marcadores de células-tronco hematopoiéticas são: VEGFR-2 e caderina-endotelial vascular (caderina-VE) 
• Motilidade, proliferação e sobrevivência : VEGF ( fator de crescimento do endotélio mais importante - 
receptor tirosina-cinase) , além de TGF-alfa, BFGf e hipóxia. 
• VEGF-VEGFR e vasculogênese regulados pela via Notch * 
• Integrinas e proteínas matriculares. (motilidade)
• Durante a angiogênese, a célula de condução, conhecida como célula da 
extremidade, sofre proliferação e migração, mas as células-eixo mantêm sua 
conexão com o vaso existente. 
• Recrutamento de células periendoteliais: 
– Angiotensinas 1 (recrutamento de células periendoteliais) e 2 ( aumento à sensibilidade 
ao PGDF) 
– PDGF ( recrutamento de células musculares lisas) 
– TGF-β ( estabilização de vasos neoformados) 
• Proteínas da MEC como Reguladores da Angiogênese 
– Integrinas, importante na criação e manutenção dos novos vasos 
– Trombospondina 1, SPARC e tenascina C, que desestabilizam as interações das células 
e a matriz promovendo a angiogênese 
– Proteinases- importante na remodelagem durante a invasão e quebrando a MEC 
liberando fatores de crescimento (VEGF e VGF-2) e inibidores como a endostatina.
Proliferação de fibroblastos e células epiteliais 
• A quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho 
do defeito no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação. 
• Por volta de 5 a 7 dias, o tecido de granulação preenche a área da ferida 
e a neovascularização atinge seu ponto máximo 
• A migração de fibroblastos para o local da lesão é orientada por 
quimiocinas, TNF, PDGF, TGF-β (o mais importante) e FGF. Sua 
subsequente proliferação é desencadeada por múltiplos fatores de 
crescimento, incluindo , EGF e as citocinas IL-1 e TNF (Os macrófagos 
são as principais fontes desses fatores, embora outras células inflamatórias 
e as plaquetas também os produzam) . 
• Em 24 a 48 horas, grupos de células epiteliais movem-se , sob a crosta de 
coagulação, da borda da ferida (inicialmente com pouca proliferação 
celular) ao longo das margens cortadas da derme, depositando, à medida 
que se movem, componentes da membrana basal.
Deposição de matriz extracelular 
• Simultaneamente à epitelização, as fibras colágenas tornam-se mais abundantes e começam a formar 
pontes na incisão. 
• Inicialmente, é formada uma matriz provisória contendo fibrina, fibronectina plasmática e colágeno 
tipo III ( maior componente das fibras reticulares), que é substituída por uma matriz composta 
principalmente de colágeno tipo I. 
• O TGF-β é produzido pela maioria das células do tecido de granulação, provocando a migração e a 
proliferação de fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno e fibronectina e diminuindo a 
degradação da matriz (feedback positivo) 
• O infiltrado leucocitário, o edema e o aumento da vascularização desaparecem, em grande parte, 
durante a segunda semana. Inicia-se o empalidecimento, devido ao aumento do acúmulo de colágeno 
na área da ferida e a regressão dos canais vasculares. 
• Finalmente, o arcabouço de tecido de granulação original é convertido em uma cicatriz avascular e 
pálida, composta de fibroblastos fusiformes, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico e outros 
componentes da MEC. Os anexos dérmicos, que foram destruídos na linha da incisão, são perdidos 
permanentemente. 
• No fim do primeiro mês, a cicatriz consiste em tecido conjuntivo acelular destituído de infiltrado 
inflamatório e recoberto por epiderme intacta.
• Contração da Ferida. A contração da ferida ocorre geralmente em 
grandes feridas de superfície. A contração ajuda a fechar a ferida 
diminuindo a lacuna entre suas margens dérmicas e reduzindo a área 
de superfície da ferida. 
• Rede de miofibroblastos (formados a partir de fibroblastos teciduais) 
que expressam α-actina de músculo liso e vimentina, contraindo-se e 
produzindo alta quantidade de MEC.
Remodelagem tecidual 
• A substituição do tecido de granulação por uma cicatriz envolve alterações na 
composição da MEC. O equilíbrio entre síntese e degradação da MEC resulta no 
remodelamento da trama de tecido conjuntivo 
• Alguns fatores de crescimento que estimulam a síntese de colágeno e de outras 
moléculas do tecido conjuntivo modulam também a síntese e ativação das 
metaloproteases de matriz (MMP), enzimas que degradam esses componentes da MEC. 
• Produzidas por fibroblastos, macrófagos, neutrófilos, células sinoviais e algumas células 
epiteliais. 
• Induzida por fatores de crescimento (PDGF, FGF), citocinas (IL-1, TNF) e inibida por 
TGF- beta e esteroides. 
– colagenases intersticiais (MMP-1, -2 e -3) 
– estromelisinas (MMP-3, 10 e 11) – degradam proteoglicanos, laminina, fibronectina e 
colágenos amorfos
Resistência da ferida é de aproximadamente 10% daquela apresentada pela 
pele intacta no final da primeira semana. 
A resistência da ferida aumenta rapidamente durante as 4 semanas seguintes, 
mas esse aumento reduz-se aproximadamente no terceiro mês após a incisão e 
alcança um platô de cerca de 70% a 80% da força tênsil da pele intacta. 
A menor força tênsil na área da ferida curada pode persistir pelo resto da vida. 
A recuperação da força tênsil resulta do excesso da síntese de colágeno que 
ultrapassa a sua degradação durante os primeiros 2 meses e, em tempos posteriores, 
de modificações estruturais das fibras colágenas (ligação cruzada e aumento do 
tamanho das fibras). 
O remodelamento é influenciado por: 
*Nutrição 
*Estado metabólico 
*Estado circulatório 
*Hormônios ( cortisol e esteroides por exemplo)
Intenção de cicatrizes 
• 1ª intenção – situação ideal para fechamento das lesões e está associada à ferida limpa, 
portanto com perda mínima de tecido, reduzido potencial de infecção e possibilidade de 
aproximação dos bordos da lesão por suturas. O processo cicatricial ocorre no tempo 
fisiológico esperado e cicatriz mínima. 
• 2ª intenção – está relacionada a ferimentos infectados e a lesões com perda acentuada 
de tecido, não é possível juntar os bordos, acarretando um desvio da sequência esperada 
de reparo tecidual. Este processo envolve uma produção de mais extensa de tecido de 
granulação, maior tempo para a contração e epitelização da ferida. Existe a deformação 
da cicatriz. 
• 3ª intenção ou primeira retardada – quando há fatores que retardam a cicatrização da 
lesão, inicialmente submetida a fechamento por primeira intenção. Isto ocorre quando a 
incisão é deixada aberta para drenagem de exsudato e só então é fechada.
Aspectos Patológicos*
Referências 
-Ice-mac.org, M.Blanck, 2008, Fisiopatologia das feridas. 
-Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease, 8th edition. © 2010 
por Saunders. 
-7.ed. Bogliolo, Luigi, 1908-1981 Bogliolo, patologia / [editor] Geraldo 
Brasileiro Filho. - 7.ed. - Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 2006

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Neoplasia e reconstrução tecidual

  • 2. • Todos os tumores, benignos e malignos, apresentam dois componentes básicos: – (1) células neoplásicas clonais que constituem seu parênquima – (2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos. Em alguns tumores, o suporte estromal é escasso e então o neoplasma é mole e carnoso. Em outros casos, as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante, referido como desmoplasia. Matriz extracelular: barreira de penetração de microrganismos, veículo para as células do corpo, moléculas hidrossolúveis e íons. Formada de : -Substância fundamental (material hidratado amorfo, composto de glicosaminoglicanos, polímeros não ramificados de dissacarídeos, proteoglicanos, eixos proteicos (ligados covalentemente com os glicosaminoglicanos) glicoproteínas de adesão, Integrinas e fibronectina, distroglicanos da membrana celular. -Fibras colágenas: fibras inelásticas, resistentes à tração e flexíveis. ( são conhecidos 15 tipos de fibras colágenas) – 30% da proteína corpórea, sintetizadas pelos fibroblastos e predominantemente tipo I. -Fibras elásticas: formadas pela proteína elastina e microfibrilas ( elasticidade e estabilidade respectivamente) -Fibras reticulares: ramificadas e com estriação transversal , formando arcabouço de sustentação de células hemocitopoiéticas, musculares lisas, nervos, adipócitos e de muitas células epiteliais.
  • 3. Nomenclatura • Neoplasia : novo crescimento , sinônimo de “neoplasma” ou tumor, ). uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo e não coordenado com aquele dos tecidos normais, e persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações, de onde se deriva a oncologia (estudo do tumor) – lesão expansiva formada por proliferação celular. Tumor é sempre clonal ( originado de célula clone. • Tumor benigno de acordo com o comportamento clínico: características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não consegue se disseminar para outros sítios e geralmente pode ser removido por cirurgia local; o paciente normalmente sobrevive. • Tumor maligno: referidos coletivamente como cânceres, um derivado da palavra latina caranguejo, se aderindo a qualquer região em que estejam, de maneira obstinada, similar a um caranguejo. O termo maligno, quando aplicado a um neoplasma, significa que a lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para sítios distantes (metastatizar). • Desmoplasia: quando células parenquimais estimulam a produção de colágeno no estroma, tornando-se com um aspecto pétreo. • Teratomas: Surge de células totipotentes, comumente no ovário, testículos e células. • embrionárias persistentes, podendo se diferenciar em outros tecidos, produzindo substancias adiposas, pelos e estruturas semelhantes a ossos e dentes por exemplo. • Anaplasia: Falta total de diferenciação, maior grau de indiferenciação. • Tumores mistos: São tumores nos quais há proliferação de mais de um tecido a partir de uma mesma céçlula clonal de origem, por exemplo: epitélio glandular com áreas de diferenciação para epitélio escamoso, fibroangiolipoma, fibroadenoma, adenoma pleomórfico de glândulas salivares etc.
  • 4. • Metaplasia é a mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem. Na metaplasia. um tipo de epitélio se transforma em outro tipo epitelial: um epitélio, porém, não se modifica para um tecido mesenquimal.. • Hiperplasia: Consiste no aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação mas com diferenciação normal. • Displasia: perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica. Células displásicas não necessariamente serão neoplásicas. • Carcinoma in situ : Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão permanece confinada pela membrana basal, é considerada como um neoplasma pré-invasivo. • Coristoma e hermatomas : erros locais do desenvolvimento em que um tecido normal de um órgão cresce em sítios onde normalmente não é encontrado (coristoma) ou de maneira desorganizada (hermatoma), porém não merecem o sufixo “-oma” por muitas vezes não demostrarem caráter tumoral.
  • 5. Neoplasia benigna Tumores benignos são designado pela ligação do sufixo -oma à célula de origem. Epitélios: Papiloma, Adenoma Tecidos conjuntivos: Fibroma, Lipoma, Condroma, Osteoma, Mixoma. Tecidos musculares: Leiomioma, Rabdomioma Tecido nervoso: Ganglioneuroma, Ependimoma, Astrocitoma, Oligodendroglioma, Neurinoma (schwannoma). Vasos sanguíneos: Hemangioma Vasos linfáticos: Linfangioma Sistema melanógeno: Nevo Trofoblasto: Mola hidatifonne Células multi ou totipotentes: Teratoma benigno *Quanto mais avançado ou complexo é o estado de diferenciação, menor é a taxa de reprodução. Em geral são bem diferenciadas e podem até ser indistinguíveis das células normais correspondentes. As atipias celulares e arquiteturais são discretas ou seja, o tumor reproduz bem o tecido que lhe deu origem. A taxa de divisão celular é pequena (baixo índice mitótico),e ,em geral, o tumor tem crescimento lento. Crescimento expansivo em formato esférico sem invasão do estroma. Bordas normalmente bem delimitadas e com possibilidade de ressecção cirúrgica. Necrose pouco comum devido a velocidade do crescimento permitir boa irrigação. Não compromete a nutrição do hospedeiro.
  • 6. Neoplasia Maligna – Os tumores malignos que surgem do tecido mesenquimal geralmente são denominados de sarcomas (do grego sar = feito de carne), pois eles apresentam pouco estroma de tecido conjuntivo e, portanto, são carnosos (Fibrossarcoma, Lipossarcoma, Condrossarcoma, Sarcoma osteogênico Angiossarcoma, Linfangiossarcoma, Sarcoma sinovial, Mesotelioma, Meningioma invasivo). – Os neoplasmas malignos de origem nas células epiteliais, derivados de qualquer uma das três camadas germinativas, são denominados carcinomas. – Há exceções na nomenclatura; linfoma, melanoma, mesotelioma e seminoma, foram usadas para certos neoplasmas malignos. • As neoplasias malignas são caracterizadas por uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas, de surpreendentemente bem diferenciadas a completamente indiferenciadas.
  • 7. Características das células neoplásicas com menor grau de diferenciação • Pleomorfismo. Tanto as células quanto os núcleos mostram, caracteristicamente, um pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, variam desde grandes células, muitas vezes maiores, até células extremamente pequenas e de aspecto primitivo. • Morfologia nuclear anormal. Caracteristicamente, o núcleo contem cromatina abundante e é hipercromático ( irregular e mais compacta = hipercromasia). Os núcleos são desproporcionalmente grandes em comparação com a célula, e a razão núcleo-citoplasma pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo e variável e frequentemente irregular, e a cromatina, comumente, esta grosseiramente agrupada e distribuída pela membrana nuclear. Normalmente, grandes nucléolos estão presentes nesses núcleos. • Perda de polaridade. Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é marcantemente alterada. Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada.
  • 8. • Possíveis áreas de isquemia no centro da massa neoplásica em crescimento, normalmente em tumores de alta taxa de crescimento. • Número de núcleos: maior de núcleos celulares. • Características bioquímicas: Maior anabólise de enzimas da fase embrionária, auxiliando no crescimento, captação de aminoácidos e glicólise mais rápida. • Adesividade: menor adesão entre sí, aumentando sua mobilidade. • Perda da inibição por contato, evasão à apoptose, erros na correção do DNA- TGF- β(inibidor) ( Além de estímulos inibidores próprios, pRb e p53) • Independência de ancoragem. (Angiogênese sustentada • Imortalidade: devido à existência de células tronco-símile, síntese continuada de telomerase. • Possibilidade de cápsula fibrosa: devido lesão estromal adjacente e resposta reparadora. • Crescimento maligno acompanhado de infiltração, invasão e destruição. • Capacidade de produção de fatores autócrinos. (Sintetizar e liberar fatores de crescimento, produzir receptores para fatores de crescimento, ativar cascatas de sinalização) *Tanto as células benignas quanto malignas apresentam certo grau de desdiferenciação, transformações anaplásicas.
  • 9. Outros aspectos morfológicos • Tumores podem ser: – Císticos – Sólidos • Dentro dessa classificação podem ser: – Nodulares (crescimento expansivo, normalmente benigno) – Vegetantes ( crescem em superfícies – papilas malignas ou benignas) – Infiltrativos (normalmente malignos – crescimento infiltrativo) – Ulcerados (normalmente malignos)
  • 10. Cinética celular tumoral Massa detectável clinicamente: 1 centímetro A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores principais: * Tempo de duplicação das células tumorais, * Fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo; * Taxa com que as células são perdidas ou morrem. A proporção de células dentro da população tumoral que estão no grupo replicativo é referida como fração de crescimento. Em geral, a taxa de crescimento dos tumores se correlaciona com seu nível de diferenciação e, portanto, a maioria dos tumores maligno cresce mais rapidamente do que as lesões benignas.
  • 11. Metástases • Crescimento + angiogênese + expressão de protoncogenes • Destacamento ( perda da inibição e aumento de fatores de crescimento) • Deslocamento 9 fatores de crescimento PRGF – deslocamento por pseudópodes – adesão focal com integrinas da matriz extra celular ) • Locomoção (fatores quimiotáticos neoplásicos, do estroma e facilitado pela destruição de enzimas estromais) • Destruição da matriz extracelular ( metaloproteases, colagenases) • Invasão de cavidade, canais, ductos, vasos sanguíneos ou linfáticos. • Evasão de sistemas inatos e adaptativos imunológicos.’ • Aderência das células • Transmigração ou diapedese • Crescimento secundário
  • 12. • Características mais frequentes de cada neoplasia:
  • 13. Reparo tecidual • Quando não há a possibilidade de regeneração (restituição do arcabouço celular), há uma resposta fibroproliferativa de reparo com deposição de colágeno em conjunto com outros elementos da MEC (Matriz extra celular), formando uma cicatriz. • As relativas contribuições do reparo e da regeneração são influenciadas por: (1) capacidade proliferativa das células do tecido; (2) integridade da matriz extracelular e (3) resolução ou cronicidade da lesão e da inflamação. • Características básicas: Inflamação. Angiogênese. Migração e proliferação de fibroblastos. Formação de cicatriz. Remodelamento do tecido conjuntivo.
  • 14. • Formação do Coágulo Sanguíneo. – A ferida causa a rápida ativação das vias de coagulação, que resultam na formação de um coágulo sanguíneo na superfície da ferida – O coágulo contém hemácias capturadas, fibrina, fibronectina e componentes complemento. É ali produzido também citocinas e quimiocininas que atraem células em migração. – Dentro de 24 horas, neutrófilos aparecem nas bordas da incisão e migram para o coágulo, usando o arcabouço produzido pela fibrina. Essas células liberam enzimas proteolíticas que removem os restos necróticos e bactérias. – Por volta de – 48 a 96 horas, os neutrófilos são amplamente substituídos por macrófagos. Os macrófagos representam os constituintes celulares chave do reparo tecidual, removendo resíduos extracelulares, fibrina e outros materiais estranhos do local de reparo e promovendo angiogênese e deposição de MEC
  • 15. Inflamação • Reação inflamatória induzida pela lesão contém a lesão, remove o tecido lesado (exsudato de células fagocitárias) e promove a deposição de componentes da MEC na área da lesão, ao mesmo tempo em que a angiogênese é estimulada. • Dor, calor, rubor e edema • A inflamação crônica leva a um excesso de deposição do tecido conjuntivo chamado fibrose.
  • 16. Formação do Tecido de Granulação e Angiogênese (neovascularização) 24 a 72 horas • Angiogênese a partir de Vasos Preexistente: • Vasodilatação em resposta ao óxido nítrico e aumento da permeabilidade dos vasos preexistentes induzido pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). • Degradação proteolítica da membrana basal do vaso original pelas metaloproteases de matriz (MMP) e rompimento do contato célula-célula entre células endoteliais pelo ativador do plasminogênio. • Migração das células endoteliais em direção ao estímulo angiogênico. • Proliferação de células endoteliais, logo atrás de células migratórias. • Maturação das células endoteliais, que inclui inibição do crescimento e remodelagem em tubos capilares. • Recrutamento de células periendoteliais (pericitos e células musculares lisas vasculares) para formar o vaso maduro. ( Todo o tecido de reparo, estabilização do vaso, deposição da MEC) • Angiogênese a partir de Células Precursoras Endoteliais (EPC). • Recrutadas da medula óssea (através de marcadores) para os tecidos e iniciar a angiogênese. Alguns marcadores de células-tronco hematopoiéticas são: VEGFR-2 e caderina-endotelial vascular (caderina-VE) • Motilidade, proliferação e sobrevivência : VEGF ( fator de crescimento do endotélio mais importante - receptor tirosina-cinase) , além de TGF-alfa, BFGf e hipóxia. • VEGF-VEGFR e vasculogênese regulados pela via Notch * • Integrinas e proteínas matriculares. (motilidade)
  • 17. • Durante a angiogênese, a célula de condução, conhecida como célula da extremidade, sofre proliferação e migração, mas as células-eixo mantêm sua conexão com o vaso existente. • Recrutamento de células periendoteliais: – Angiotensinas 1 (recrutamento de células periendoteliais) e 2 ( aumento à sensibilidade ao PGDF) – PDGF ( recrutamento de células musculares lisas) – TGF-β ( estabilização de vasos neoformados) • Proteínas da MEC como Reguladores da Angiogênese – Integrinas, importante na criação e manutenção dos novos vasos – Trombospondina 1, SPARC e tenascina C, que desestabilizam as interações das células e a matriz promovendo a angiogênese – Proteinases- importante na remodelagem durante a invasão e quebrando a MEC liberando fatores de crescimento (VEGF e VGF-2) e inibidores como a endostatina.
  • 18. Proliferação de fibroblastos e células epiteliais • A quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do defeito no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação. • Por volta de 5 a 7 dias, o tecido de granulação preenche a área da ferida e a neovascularização atinge seu ponto máximo • A migração de fibroblastos para o local da lesão é orientada por quimiocinas, TNF, PDGF, TGF-β (o mais importante) e FGF. Sua subsequente proliferação é desencadeada por múltiplos fatores de crescimento, incluindo , EGF e as citocinas IL-1 e TNF (Os macrófagos são as principais fontes desses fatores, embora outras células inflamatórias e as plaquetas também os produzam) . • Em 24 a 48 horas, grupos de células epiteliais movem-se , sob a crosta de coagulação, da borda da ferida (inicialmente com pouca proliferação celular) ao longo das margens cortadas da derme, depositando, à medida que se movem, componentes da membrana basal.
  • 19.
  • 20. Deposição de matriz extracelular • Simultaneamente à epitelização, as fibras colágenas tornam-se mais abundantes e começam a formar pontes na incisão. • Inicialmente, é formada uma matriz provisória contendo fibrina, fibronectina plasmática e colágeno tipo III ( maior componente das fibras reticulares), que é substituída por uma matriz composta principalmente de colágeno tipo I. • O TGF-β é produzido pela maioria das células do tecido de granulação, provocando a migração e a proliferação de fibroblastos, aumentando a síntese de colágeno e fibronectina e diminuindo a degradação da matriz (feedback positivo) • O infiltrado leucocitário, o edema e o aumento da vascularização desaparecem, em grande parte, durante a segunda semana. Inicia-se o empalidecimento, devido ao aumento do acúmulo de colágeno na área da ferida e a regressão dos canais vasculares. • Finalmente, o arcabouço de tecido de granulação original é convertido em uma cicatriz avascular e pálida, composta de fibroblastos fusiformes, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC. Os anexos dérmicos, que foram destruídos na linha da incisão, são perdidos permanentemente. • No fim do primeiro mês, a cicatriz consiste em tecido conjuntivo acelular destituído de infiltrado inflamatório e recoberto por epiderme intacta.
  • 21. • Contração da Ferida. A contração da ferida ocorre geralmente em grandes feridas de superfície. A contração ajuda a fechar a ferida diminuindo a lacuna entre suas margens dérmicas e reduzindo a área de superfície da ferida. • Rede de miofibroblastos (formados a partir de fibroblastos teciduais) que expressam α-actina de músculo liso e vimentina, contraindo-se e produzindo alta quantidade de MEC.
  • 22. Remodelagem tecidual • A substituição do tecido de granulação por uma cicatriz envolve alterações na composição da MEC. O equilíbrio entre síntese e degradação da MEC resulta no remodelamento da trama de tecido conjuntivo • Alguns fatores de crescimento que estimulam a síntese de colágeno e de outras moléculas do tecido conjuntivo modulam também a síntese e ativação das metaloproteases de matriz (MMP), enzimas que degradam esses componentes da MEC. • Produzidas por fibroblastos, macrófagos, neutrófilos, células sinoviais e algumas células epiteliais. • Induzida por fatores de crescimento (PDGF, FGF), citocinas (IL-1, TNF) e inibida por TGF- beta e esteroides. – colagenases intersticiais (MMP-1, -2 e -3) – estromelisinas (MMP-3, 10 e 11) – degradam proteoglicanos, laminina, fibronectina e colágenos amorfos
  • 23. Resistência da ferida é de aproximadamente 10% daquela apresentada pela pele intacta no final da primeira semana. A resistência da ferida aumenta rapidamente durante as 4 semanas seguintes, mas esse aumento reduz-se aproximadamente no terceiro mês após a incisão e alcança um platô de cerca de 70% a 80% da força tênsil da pele intacta. A menor força tênsil na área da ferida curada pode persistir pelo resto da vida. A recuperação da força tênsil resulta do excesso da síntese de colágeno que ultrapassa a sua degradação durante os primeiros 2 meses e, em tempos posteriores, de modificações estruturais das fibras colágenas (ligação cruzada e aumento do tamanho das fibras). O remodelamento é influenciado por: *Nutrição *Estado metabólico *Estado circulatório *Hormônios ( cortisol e esteroides por exemplo)
  • 24. Intenção de cicatrizes • 1ª intenção – situação ideal para fechamento das lesões e está associada à ferida limpa, portanto com perda mínima de tecido, reduzido potencial de infecção e possibilidade de aproximação dos bordos da lesão por suturas. O processo cicatricial ocorre no tempo fisiológico esperado e cicatriz mínima. • 2ª intenção – está relacionada a ferimentos infectados e a lesões com perda acentuada de tecido, não é possível juntar os bordos, acarretando um desvio da sequência esperada de reparo tecidual. Este processo envolve uma produção de mais extensa de tecido de granulação, maior tempo para a contração e epitelização da ferida. Existe a deformação da cicatriz. • 3ª intenção ou primeira retardada – quando há fatores que retardam a cicatrização da lesão, inicialmente submetida a fechamento por primeira intenção. Isto ocorre quando a incisão é deixada aberta para drenagem de exsudato e só então é fechada.
  • 26. Referências -Ice-mac.org, M.Blanck, 2008, Fisiopatologia das feridas. -Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease, 8th edition. © 2010 por Saunders. -7.ed. Bogliolo, Luigi, 1908-1981 Bogliolo, patologia / [editor] Geraldo Brasileiro Filho. - 7.ed. - Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 2006