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1
ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO
CELULAR E DIFERENCIAÇÃO
NEOPLASIAS
2
I) DEFINIÇÃO
 neoplasia = crescimento novo
 sinônimos: NEOPLASMA
TUMOR
CÂNCER (malignos)
 “Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento
excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos
normais, e que persiste mesmo quando cessada a causa que o
provocou.”
 Cancerologia ou oncologia = estudo dos tumores
 Cancerígeno ou oncogênico = estímulo ou agente causador de
câncer
3
Desordens de crescimento
tecidual não neoplásico (adaptação celular)
Tipo de adaptação: depende da
natureza da lesão e da
capacidade da célula se dividir e
proliferar
• Células permanentes (não
se dividem e adaptam-se
por hipertrofia – neurónios,
miocárdio, e músculo
esquelético)
• Células lábeis (dividem-se
continuamente e adaptamse
por hipertrofia e
hiperplasia – medula óssea,
trato GI e epitélios)
• Células estáveis (dividemse
quando necessário e
adaptam-se por hipertrofia
e hiperplasia – hepatocitos,
músculo liso e fibroblastos)
4
Neoplasia: desordens do crescimento
dos tecidos
Respostas de crescimento adaptativo
• Hipertrofia – trabalho muscular aumentado;
• Hipotrofia – trabalho muscular diminuído;
• Hiperplasia – calos, endométrio, nódulos
linfáticos, remoção de um dos rins
(hipertrofia + hiperplasia);
• Hipoplasia – desenvolvimento Inadequado –
estrutura imatura;
• Aplasia – ausência de desenvolv. do orgão.
Metaplasia: Conversão reversível de um tipo de
célula noutro; alteração do e. ciliado
pseudoestratificado respiratório por irritação do
fumo do cigarro – redução da função mucolítica
e de limpeza.
Displasia: Menos reversível; alteração do tamanho,
forma celular (pleomorfismo) e arquitectura do
tecido– lesão pré-cancerosa (bronquite
crónica);
Neoplasia: alt. irrevers. do padrão de crescimento
celular com rotura de função – morte.
5
Fisiopatologia humana –
Neoplasia: metaplasia e displasia
6
II) PROPRIEDADES
1) PROLIFERAÇÃO CELULAR DESCONTROLADA
2) PERDA DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR
 estado de diferenciação é inversamente proporcional a
taxa de proliferação
 células neoplásicas perdem progressivamente as
características de diferenciação e se tornam atípicas
3) AUTONOMIA DE CRESCIMENTO
 alterações intrínsecas nos mecanismos regulatórios da
multiplicação
 tornam-se independentes dos estímulos internos e
externos
7
III) NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO
Classificação de acordo com os seguintes critérios:
1) pelo comportamento clínico (benignos e malignos)
2) pelo aspecto microscópico (critério histomorfológico)
3) pela origem da neoplasia (critério histogenético)
8
 Componentes básicos das neoplasias benignas e malignas:
 células neoplásicas proliferantes (parênquima);
 estroma de suporte (tecido conjuntivo e vasos sangüíneos)
9
Critério histomorfológico é mais utilizado para se dar nome a uma
neoplasia, onde ela é identificada pelo tecido ou célula que está
proliferando
 –OMA: denominação de qualquer neoplasia benigna ou maligna
ex.: Células mesenquimais: Fibroma = células fibroblásticas;
Condroma = cartilagem;
Osteoma = tecido ósseo
Células epiteliais: Adenoma = células com padrões
glandulares;
Papilomas = projeções digitiformes ou
verrucosas;
Cistadenoma = formam massas císticas;
Citadenomas papilares
Pólipos = projeção para luz de um órgão
10
 CARCINOMA: neoplasia maligna originada de célula epitelial
ex.: Adenocarcinoma = padrão glandular
Carcinoma de células escamosas = produção células
escamosas
 Obs.: especificar o órgão de origem:
adenocarcinoma de células renais,
adenocarcinoma de gld. sebácea,
carcinoma broncongênico,
adenocarcinoma mamário
11
 SARCOMA: neoplasia maligna de origem
mesenquimal
Ex.: fibrossarcoma (fibroblasros – cavidade
medular), lipossarcoma, leiomiossarcoma (musc.
liso), rabdomiossarcoma (musc. estriado).
 BLASTOMA: neoplasia que reproduz
estruturas com características embrionárias
Ex.: nefroblastoma; neuroblastoma
12
OBS.: Tumores mistos (adenomas pleomórficos)
- 1 camada germinativa
- Componentes epiteliais e mesenquimais (tec. cartilaginoso,
tec. ósseo)
- comum nas glândulas salivares
Teratoma:
- várias camadas germinativas
- presença de pele, gordura, dente, intestino, músculo
- comum nas gônadas Ex. teratoma cístico de ovário
(cistodermóide)
13
 Melanoma = carcinoma melanócito
(melonossarcoma)
Seminoma = carcinoma testicular
 EPÔNIMOS:
Tumor de Wilms (nefroblastoma) ; Linfoma de
Hodgkin (linfonodos); Tumor de Burkitt (sistema
linfático).
14
IV) CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS
BENIGNAS E MALIGNAS
1) DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA
A diferenciação refere-se ao grau de
semelhança entre as células neoplásicas
e as células normais comparáveis tanto
morfológica quanto funcionalmente.
15
Neoplasia benigna:
Células bem diferenciadas, parecidas
com as células normais maduras do
tecido de origem e parecidas entre si →
tumores monótonos
 Importância: podem causar obstrução,
compressão, produção de substâncias em
maior quantidade, inclusive levar o
paciente à morte
16
 Neoplasia maligna:
 Células pouco diferenciadas ou indiferenciadas (anaplásicas) → aspecto
primitivo; a semelhança com as células que compõem o tumor é muito
pequena ou mesmo inexistente
 Falta de diferenciação ou anaplasia → característica básica da
transformação maligna e caracteriza-se por diversas alterações
morfológicas e funcionais
 Pleomorfismo celular e nuclear: variação no tamanho e forma das
células e núcleos
 Núcleos hipercromáticos: quantidade abundante de DNA e coloração
escura
 Núcleos volumosos (desproporcionalmente grandes para a célula) →
relação núcleo-citoplasma 1:1 (valor normal: 1:4 ou 1:6); limites
irregulares; presença de grandes nucléolos
 mitoses freqüentes, com figuras mitóticas bizarras e atípicas (mitoses
anômalas) produzindo fusos tripolares ou multipolares
17
2) TAXA DE CRESCIMENTO
 A taxa de crescimento dos tumores geralmente
está correlacionada com seu nível de diferenciação
→ maioria dos tumores malignos cresce mais
rápido que os benignos
18
 Neoplasia benigna:
 cresce lentamente durante um período de anos (taxa de
divisão celular pequena =  índice mitótico) →
desenvolvimento adequado de vasos sg e estroma → boa
nutrição das células
 degenerações, necroses e hemorragias são pouco comuns
 Neoplasia maligna:
 cresce rapidamente, não dando tempo para o estroma se
desenvolver → degenerações, necrose central (isquêmica)
e hemorragias
 Crescimento anárquico e desorganizado das células
neoplásicas
19
Neoplasia: tumor benigno versus
maligno
20
3) INVASÃO LOCAL
 Neoplasia benigna:
 As células crescem unidas entre si e geralmente formam
uma massa esférica
 não tem capacidade de infiltração, invasão ou metástases
para locais distantes
 crescimento é expansivo → compressão de estruturas
adjacentes → podendo sofrer hipotrofia
 desenvolvimento de cápsula fibrosa em torno do tumor,
que é constituída pela compressão do estroma do tecido
adjacente → delimita a neoplasia, facilmente palpável e
móvel; podendo ser completamente removida
cirurgicamente
21
 Neoplasia maligna:
 O crescimento é acompanhado de infiltração progressiva,
invasão e destruição do tecido vizinho
 Proliferam rapidamente e a formação de pseudocápsula é
menor a medida que aumentam a velocidade de
crescimento, passando a infiltrar os tecidos vizinhos
OBS.: O desenvolvimento de metástases é a característica
mais confiável que diferencia tumores malignos dos
benignos, depois é a capacidade de invasão destes
tumores.
22
4) METÁSTASES
 É a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade
entre as duas.
 células neoplásicas se desprendem do tumor primário, caminham através do
interstício, ganham uma via de disseminação → local distante e formam uma nova
colônia neoplásica.
 As metástases definem um tumor como maligno, visto que as neoplasias benignas não
se metastatizam
 A invasividade do câncer permite que eles penetrem em vasos sg, linfáticos e
cavidades corporais, tendo a oportunidade de se espalhar
 Em geral, quanto + agressivo; de crescimento + rápido e maior a neoplasia primária
→ maior a probabilidade de sofrer metástases ou de já apresentar metástases
 A disseminação metastática →  acentuadamente a possibilidade de cura →
prognóstico desfavorável
23
 VIAS DE DISSEMINAÇÃO
 Implantação nas cavidades corporais ou superfícies:
 - cavidade peritoneal: mais afetada (ex. carcinoma de
ovário)
- pleural, pericárdica e espaço articular
24
Disseminação linfática:
- via mais comum de disseminação
inicial dos carcinomas
- comprometimento dos linfonodos
segue as vias naturais de drenagem
-  linfonodos → disseminação e
crescimento de células cancerosas ou
hiperplasia reativa
25
Disseminação hematogênica:
- típica dos sarcomas
- artérias menos facilmente penetradas do
que as veias
- invasão venosa: células transportadas pelo
sg seguem o fluxo venoso
- fígado e pulmões são mais freqüentemente
afetados
26
Os êmbolos tumorais
transportados pela
corrente sanguínea alojam-se
muitas vezes
nos pulmões onde formam
tumores
secundários. A exceção
envolve
êmbolos com origem
o trato GI, os quais
tendem a alojar-se no
fígado
27
Neoplasia: efeitos dos tumores
Pressão local sobre os vasos
sanguíneos – reduz a irrigação;
Destruição do parênquima com
libertação de enzimas que destroem
os tecidos;
Ligação de estruturas com
restrição dos movimentos
(respiratórios ou peristálticos);
Obstrução e compressão de
passagens importantes (vasos,
brônquios, esófago, ureteres, uretra,
aqueduto cerebral, ducto biliar, etc.);
Associados à infecção:
Supressão geral do sistema
imunitário e da produção de
neutrófilos e mastócitos pela
medula óssea;
Danos na função de barreira
Invasão
tumoral
do coração a
partir do
pulmão
e junção dos
dois
órgãos com
restrição de
movimento
Crescimento
tumoral
obstrutivo
do
fluxo
sanguíneo,
mais
acentuado
na veia
28
Neoplasia: efeitos dos tumores
Anemia
• Dano direto nos vasos com sangramento (ex. carcinomas GI)
• Baixa de produção de glóbulos vermelhos e plaquetas pela medula óssea
(supressores tumorais, radioterapia, quimioterapia) e de fatores de coagulação pelo
fígado;
• Hemólise autoimune por indução tumoral (leucemia, linfomas).
Dor tumoral
• Invasão de ossos (fraturas) e nervos;
• Obstrução com distensão de órgãos ocos;
• Invasão da medula espinal com compressão – glioma e meningioma.
Caquexia: impacto cumulativo dos vários efeitos do tumor
• Fraqueza, febre, palidez (infecção e anemia)
• Perda de peso, anorexia (utilização de proteína muscular como fonte energética,
deficiente absorção, fator necrótico tumoral alfa (a-TNF), dor, ansiedade, depressão)
29
Neoplasia: efeitos dos tumores
T. benignos ou malignos fracamente anaplásicos – induzem
hipersecreção hormonal
• Adenoma das células beta - induz hiperinsulinismo e hipokaliemia
(coma);
• Adenoma do cortex suprarenal – induz hipersecreção de
aldoesterona (HT, retenção de Na+e H2O, hipokaliemia).
Secreção ectópica
• Carcinoma do pulmão (produção de insulina, PH, ADH, ACTH);
• Tumores do rim (PH, ACTH).
30
V) ASPECTOS MORFOLÓGICOS
 MACROSCÓPICOS
 NODULAR: massas esféricas
 VEGETANTE (poliposo; papilomatoso): crescem em
superfície (pele ou mucosas)
 INFILTRATIVO: malignos
 ULCERADO: ulceração central formando cratera com
bordas endurecidas, elevadas e irregulares
31
 MICROSCÓPICOS
 Neoplasia benigna: células bem diferenciadas, semelhantes às
normais
 Neoplasias malignas:
-  índice mitótico, crescimento geralmente rápido
- mitoses típicas e atípicas
- presença degenerações, necroses, hemorragias e
ulcerações
- células mais volumosas ( da relação núcleo/citoplasma)
- maior quantidade de células por unidade de área
(hipercelularidade)
- pleomorfismo e anaplasia
32
VI) CARCINOGÊNESE
 Os fatores genéticos e componentes ambientais (vírus, agentes físicos,
substâncias químicas) têm papel decisivo no aparecimento de vários
tumores humanos e de animais  os tumores são entendidos como
resultado de agressões ambientais em um indivíduo geneticamente
suscetível
 Classes de genes reguladores normais, importantes por serem alvos
principais das alterações genéticas que ocorrem em neoplasias:
 PROTOONCOGENES: promotores do crescimento e diferenciação normais
(regulação do ciclo celular)
 GENES SUPRESSORES DE TUMOR; GENES DE REPARO DO DNA; GENES
QUE CONTROLAM A APOPTOSE: Genes que tendem a manter as células
dentro dos limites fisiológicos de crescimento e diferenciação.
33
 ONCOGENES
 são derivados dos protooncogenes
 protooncogene sofre mutações, rearranjos, translocações ou outras
alterações → ativação → passa a ser oncogene (c-onc): favorecendo o
crescimento celular descontrolado.
ATIVAÇÃO DOS PROTOONCOGENES:
 Os protooncogenes normalmente “civilizados” se transformam em
“inimigos”:
- alteração na estrutura do gene (mutação: translocação, inserção
ou deleção), resultando na síntese de um produto gênico anormal
(oncoproteína) tendo uma função aberrante;
- aumento da expressão gênica, gerando maior quantidade de
proteína (estruturalmente normal) que estimula o crescimento celular.
 As mutações podem ser causadas por uma grande variedade de
carcinógenos físicos, químicos ou biológicos.
34
 GENES SUPRESSORES DE TUMOR
 Função fisiológica: regulação o crescimento da célula em mutação,
impedindo a formação de tumores
 Estão envolvidos no controle de pontos estratégicos, controlando o
crescimento e diferenciação celular, evitando a multiplicação celular
desordenada.
 Os oncogenes podem depender de apenas uma cópia ativa do gene para
manifestar o fenótipo (ação dominante).
 Os genes supressores de tumor precisam ter os dois alelos afetados para
induzir o câncer (são recessivos). Em geral a perda de uma cópia do gene
decorre de mutação, enquanto a segunda cópia é perdida por deleção do
outro alelo.
 A perda de um alelo do gene supressor de tumor pode ser herdada ou
adquirida.
 O indivíduo heterozigoto para o gene (possui apenas um alelo normal) não
tem neoplasia, mas apresenta um risco maior de desenvolver câncer. A
neoplasia só se forma caso ocorra perda do outro alelo → perda da
heterozigosidade.
35
 GENES DE REPARO DO DNA
 durante o processo normal de duplicação do
DNA podem ocorrer falhas na replicação.
Quando esta falha é reparada, a célula
continua com o seu genótipo e fenótipo normais.
Porém, se ocorrer uma falha no reparo, a
mutação ocorrida se propaga nas gerações
seguintes e pode ser capaz de induzir
transformação neoplásica.
  GENES PARA APOPTOSE
36

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Neoplasias - Alterações de crescimento Celulares

  • 1. 1 ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO CELULAR E DIFERENCIAÇÃO NEOPLASIAS
  • 2. 2 I) DEFINIÇÃO  neoplasia = crescimento novo  sinônimos: NEOPLASMA TUMOR CÂNCER (malignos)  “Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais, e que persiste mesmo quando cessada a causa que o provocou.”  Cancerologia ou oncologia = estudo dos tumores  Cancerígeno ou oncogênico = estímulo ou agente causador de câncer
  • 3. 3 Desordens de crescimento tecidual não neoplásico (adaptação celular) Tipo de adaptação: depende da natureza da lesão e da capacidade da célula se dividir e proliferar • Células permanentes (não se dividem e adaptam-se por hipertrofia – neurónios, miocárdio, e músculo esquelético) • Células lábeis (dividem-se continuamente e adaptamse por hipertrofia e hiperplasia – medula óssea, trato GI e epitélios) • Células estáveis (dividemse quando necessário e adaptam-se por hipertrofia e hiperplasia – hepatocitos, músculo liso e fibroblastos)
  • 4. 4 Neoplasia: desordens do crescimento dos tecidos Respostas de crescimento adaptativo • Hipertrofia – trabalho muscular aumentado; • Hipotrofia – trabalho muscular diminuído; • Hiperplasia – calos, endométrio, nódulos linfáticos, remoção de um dos rins (hipertrofia + hiperplasia); • Hipoplasia – desenvolvimento Inadequado – estrutura imatura; • Aplasia – ausência de desenvolv. do orgão. Metaplasia: Conversão reversível de um tipo de célula noutro; alteração do e. ciliado pseudoestratificado respiratório por irritação do fumo do cigarro – redução da função mucolítica e de limpeza. Displasia: Menos reversível; alteração do tamanho, forma celular (pleomorfismo) e arquitectura do tecido– lesão pré-cancerosa (bronquite crónica); Neoplasia: alt. irrevers. do padrão de crescimento celular com rotura de função – morte.
  • 5. 5 Fisiopatologia humana – Neoplasia: metaplasia e displasia
  • 6. 6 II) PROPRIEDADES 1) PROLIFERAÇÃO CELULAR DESCONTROLADA 2) PERDA DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR  estado de diferenciação é inversamente proporcional a taxa de proliferação  células neoplásicas perdem progressivamente as características de diferenciação e se tornam atípicas 3) AUTONOMIA DE CRESCIMENTO  alterações intrínsecas nos mecanismos regulatórios da multiplicação  tornam-se independentes dos estímulos internos e externos
  • 7. 7 III) NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO Classificação de acordo com os seguintes critérios: 1) pelo comportamento clínico (benignos e malignos) 2) pelo aspecto microscópico (critério histomorfológico) 3) pela origem da neoplasia (critério histogenético)
  • 8. 8  Componentes básicos das neoplasias benignas e malignas:  células neoplásicas proliferantes (parênquima);  estroma de suporte (tecido conjuntivo e vasos sangüíneos)
  • 9. 9 Critério histomorfológico é mais utilizado para se dar nome a uma neoplasia, onde ela é identificada pelo tecido ou célula que está proliferando  –OMA: denominação de qualquer neoplasia benigna ou maligna ex.: Células mesenquimais: Fibroma = células fibroblásticas; Condroma = cartilagem; Osteoma = tecido ósseo Células epiteliais: Adenoma = células com padrões glandulares; Papilomas = projeções digitiformes ou verrucosas; Cistadenoma = formam massas císticas; Citadenomas papilares Pólipos = projeção para luz de um órgão
  • 10. 10  CARCINOMA: neoplasia maligna originada de célula epitelial ex.: Adenocarcinoma = padrão glandular Carcinoma de células escamosas = produção células escamosas  Obs.: especificar o órgão de origem: adenocarcinoma de células renais, adenocarcinoma de gld. sebácea, carcinoma broncongênico, adenocarcinoma mamário
  • 11. 11  SARCOMA: neoplasia maligna de origem mesenquimal Ex.: fibrossarcoma (fibroblasros – cavidade medular), lipossarcoma, leiomiossarcoma (musc. liso), rabdomiossarcoma (musc. estriado).  BLASTOMA: neoplasia que reproduz estruturas com características embrionárias Ex.: nefroblastoma; neuroblastoma
  • 12. 12 OBS.: Tumores mistos (adenomas pleomórficos) - 1 camada germinativa - Componentes epiteliais e mesenquimais (tec. cartilaginoso, tec. ósseo) - comum nas glândulas salivares Teratoma: - várias camadas germinativas - presença de pele, gordura, dente, intestino, músculo - comum nas gônadas Ex. teratoma cístico de ovário (cistodermóide)
  • 13. 13  Melanoma = carcinoma melanócito (melonossarcoma) Seminoma = carcinoma testicular  EPÔNIMOS: Tumor de Wilms (nefroblastoma) ; Linfoma de Hodgkin (linfonodos); Tumor de Burkitt (sistema linfático).
  • 14. 14 IV) CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS 1) DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA A diferenciação refere-se ao grau de semelhança entre as células neoplásicas e as células normais comparáveis tanto morfológica quanto funcionalmente.
  • 15. 15 Neoplasia benigna: Células bem diferenciadas, parecidas com as células normais maduras do tecido de origem e parecidas entre si → tumores monótonos  Importância: podem causar obstrução, compressão, produção de substâncias em maior quantidade, inclusive levar o paciente à morte
  • 16. 16  Neoplasia maligna:  Células pouco diferenciadas ou indiferenciadas (anaplásicas) → aspecto primitivo; a semelhança com as células que compõem o tumor é muito pequena ou mesmo inexistente  Falta de diferenciação ou anaplasia → característica básica da transformação maligna e caracteriza-se por diversas alterações morfológicas e funcionais  Pleomorfismo celular e nuclear: variação no tamanho e forma das células e núcleos  Núcleos hipercromáticos: quantidade abundante de DNA e coloração escura  Núcleos volumosos (desproporcionalmente grandes para a célula) → relação núcleo-citoplasma 1:1 (valor normal: 1:4 ou 1:6); limites irregulares; presença de grandes nucléolos  mitoses freqüentes, com figuras mitóticas bizarras e atípicas (mitoses anômalas) produzindo fusos tripolares ou multipolares
  • 17. 17 2) TAXA DE CRESCIMENTO  A taxa de crescimento dos tumores geralmente está correlacionada com seu nível de diferenciação → maioria dos tumores malignos cresce mais rápido que os benignos
  • 18. 18  Neoplasia benigna:  cresce lentamente durante um período de anos (taxa de divisão celular pequena =  índice mitótico) → desenvolvimento adequado de vasos sg e estroma → boa nutrição das células  degenerações, necroses e hemorragias são pouco comuns  Neoplasia maligna:  cresce rapidamente, não dando tempo para o estroma se desenvolver → degenerações, necrose central (isquêmica) e hemorragias  Crescimento anárquico e desorganizado das células neoplásicas
  • 19. 19 Neoplasia: tumor benigno versus maligno
  • 20. 20 3) INVASÃO LOCAL  Neoplasia benigna:  As células crescem unidas entre si e geralmente formam uma massa esférica  não tem capacidade de infiltração, invasão ou metástases para locais distantes  crescimento é expansivo → compressão de estruturas adjacentes → podendo sofrer hipotrofia  desenvolvimento de cápsula fibrosa em torno do tumor, que é constituída pela compressão do estroma do tecido adjacente → delimita a neoplasia, facilmente palpável e móvel; podendo ser completamente removida cirurgicamente
  • 21. 21  Neoplasia maligna:  O crescimento é acompanhado de infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido vizinho  Proliferam rapidamente e a formação de pseudocápsula é menor a medida que aumentam a velocidade de crescimento, passando a infiltrar os tecidos vizinhos OBS.: O desenvolvimento de metástases é a característica mais confiável que diferencia tumores malignos dos benignos, depois é a capacidade de invasão destes tumores.
  • 22. 22 4) METÁSTASES  É a formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre as duas.  células neoplásicas se desprendem do tumor primário, caminham através do interstício, ganham uma via de disseminação → local distante e formam uma nova colônia neoplásica.  As metástases definem um tumor como maligno, visto que as neoplasias benignas não se metastatizam  A invasividade do câncer permite que eles penetrem em vasos sg, linfáticos e cavidades corporais, tendo a oportunidade de se espalhar  Em geral, quanto + agressivo; de crescimento + rápido e maior a neoplasia primária → maior a probabilidade de sofrer metástases ou de já apresentar metástases  A disseminação metastática →  acentuadamente a possibilidade de cura → prognóstico desfavorável
  • 23. 23  VIAS DE DISSEMINAÇÃO  Implantação nas cavidades corporais ou superfícies:  - cavidade peritoneal: mais afetada (ex. carcinoma de ovário) - pleural, pericárdica e espaço articular
  • 24. 24 Disseminação linfática: - via mais comum de disseminação inicial dos carcinomas - comprometimento dos linfonodos segue as vias naturais de drenagem -  linfonodos → disseminação e crescimento de células cancerosas ou hiperplasia reativa
  • 25. 25 Disseminação hematogênica: - típica dos sarcomas - artérias menos facilmente penetradas do que as veias - invasão venosa: células transportadas pelo sg seguem o fluxo venoso - fígado e pulmões são mais freqüentemente afetados
  • 26. 26 Os êmbolos tumorais transportados pela corrente sanguínea alojam-se muitas vezes nos pulmões onde formam tumores secundários. A exceção envolve êmbolos com origem o trato GI, os quais tendem a alojar-se no fígado
  • 27. 27 Neoplasia: efeitos dos tumores Pressão local sobre os vasos sanguíneos – reduz a irrigação; Destruição do parênquima com libertação de enzimas que destroem os tecidos; Ligação de estruturas com restrição dos movimentos (respiratórios ou peristálticos); Obstrução e compressão de passagens importantes (vasos, brônquios, esófago, ureteres, uretra, aqueduto cerebral, ducto biliar, etc.); Associados à infecção: Supressão geral do sistema imunitário e da produção de neutrófilos e mastócitos pela medula óssea; Danos na função de barreira Invasão tumoral do coração a partir do pulmão e junção dos dois órgãos com restrição de movimento Crescimento tumoral obstrutivo do fluxo sanguíneo, mais acentuado na veia
  • 28. 28 Neoplasia: efeitos dos tumores Anemia • Dano direto nos vasos com sangramento (ex. carcinomas GI) • Baixa de produção de glóbulos vermelhos e plaquetas pela medula óssea (supressores tumorais, radioterapia, quimioterapia) e de fatores de coagulação pelo fígado; • Hemólise autoimune por indução tumoral (leucemia, linfomas). Dor tumoral • Invasão de ossos (fraturas) e nervos; • Obstrução com distensão de órgãos ocos; • Invasão da medula espinal com compressão – glioma e meningioma. Caquexia: impacto cumulativo dos vários efeitos do tumor • Fraqueza, febre, palidez (infecção e anemia) • Perda de peso, anorexia (utilização de proteína muscular como fonte energética, deficiente absorção, fator necrótico tumoral alfa (a-TNF), dor, ansiedade, depressão)
  • 29. 29 Neoplasia: efeitos dos tumores T. benignos ou malignos fracamente anaplásicos – induzem hipersecreção hormonal • Adenoma das células beta - induz hiperinsulinismo e hipokaliemia (coma); • Adenoma do cortex suprarenal – induz hipersecreção de aldoesterona (HT, retenção de Na+e H2O, hipokaliemia). Secreção ectópica • Carcinoma do pulmão (produção de insulina, PH, ADH, ACTH); • Tumores do rim (PH, ACTH).
  • 30. 30 V) ASPECTOS MORFOLÓGICOS  MACROSCÓPICOS  NODULAR: massas esféricas  VEGETANTE (poliposo; papilomatoso): crescem em superfície (pele ou mucosas)  INFILTRATIVO: malignos  ULCERADO: ulceração central formando cratera com bordas endurecidas, elevadas e irregulares
  • 31. 31  MICROSCÓPICOS  Neoplasia benigna: células bem diferenciadas, semelhantes às normais  Neoplasias malignas: -  índice mitótico, crescimento geralmente rápido - mitoses típicas e atípicas - presença degenerações, necroses, hemorragias e ulcerações - células mais volumosas ( da relação núcleo/citoplasma) - maior quantidade de células por unidade de área (hipercelularidade) - pleomorfismo e anaplasia
  • 32. 32 VI) CARCINOGÊNESE  Os fatores genéticos e componentes ambientais (vírus, agentes físicos, substâncias químicas) têm papel decisivo no aparecimento de vários tumores humanos e de animais  os tumores são entendidos como resultado de agressões ambientais em um indivíduo geneticamente suscetível  Classes de genes reguladores normais, importantes por serem alvos principais das alterações genéticas que ocorrem em neoplasias:  PROTOONCOGENES: promotores do crescimento e diferenciação normais (regulação do ciclo celular)  GENES SUPRESSORES DE TUMOR; GENES DE REPARO DO DNA; GENES QUE CONTROLAM A APOPTOSE: Genes que tendem a manter as células dentro dos limites fisiológicos de crescimento e diferenciação.
  • 33. 33  ONCOGENES  são derivados dos protooncogenes  protooncogene sofre mutações, rearranjos, translocações ou outras alterações → ativação → passa a ser oncogene (c-onc): favorecendo o crescimento celular descontrolado. ATIVAÇÃO DOS PROTOONCOGENES:  Os protooncogenes normalmente “civilizados” se transformam em “inimigos”: - alteração na estrutura do gene (mutação: translocação, inserção ou deleção), resultando na síntese de um produto gênico anormal (oncoproteína) tendo uma função aberrante; - aumento da expressão gênica, gerando maior quantidade de proteína (estruturalmente normal) que estimula o crescimento celular.  As mutações podem ser causadas por uma grande variedade de carcinógenos físicos, químicos ou biológicos.
  • 34. 34  GENES SUPRESSORES DE TUMOR  Função fisiológica: regulação o crescimento da célula em mutação, impedindo a formação de tumores  Estão envolvidos no controle de pontos estratégicos, controlando o crescimento e diferenciação celular, evitando a multiplicação celular desordenada.  Os oncogenes podem depender de apenas uma cópia ativa do gene para manifestar o fenótipo (ação dominante).  Os genes supressores de tumor precisam ter os dois alelos afetados para induzir o câncer (são recessivos). Em geral a perda de uma cópia do gene decorre de mutação, enquanto a segunda cópia é perdida por deleção do outro alelo.  A perda de um alelo do gene supressor de tumor pode ser herdada ou adquirida.  O indivíduo heterozigoto para o gene (possui apenas um alelo normal) não tem neoplasia, mas apresenta um risco maior de desenvolver câncer. A neoplasia só se forma caso ocorra perda do outro alelo → perda da heterozigosidade.
  • 35. 35  GENES DE REPARO DO DNA  durante o processo normal de duplicação do DNA podem ocorrer falhas na replicação. Quando esta falha é reparada, a célula continua com o seu genótipo e fenótipo normais. Porém, se ocorrer uma falha no reparo, a mutação ocorrida se propaga nas gerações seguintes e pode ser capaz de induzir transformação neoplásica.   GENES PARA APOPTOSE
  • 36. 36