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Ano V nº 11 2017 ISSN 32317-532X
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UEMA prepara docentes para
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EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO
DIGITAL, POR UM NOVO
HORIZONTE ÉTICO NO
COMBATE À DESIGUALDADE
Luciano Sathler Rosa Guimarães1
A
forma como se organiza a Educação
Superior no Brasil tende a refletir e
reforçar as profundas desigualdades
que marcam a história e o presente
do país. A começar pelo Brasil Colônia,
incluídos os tempos da Proclamação da República,
o Estado Novo, a Ditadura Militar e até os presentes
dias, se privilegiou um modo de produção baseado
nos oligopólios extrativistas dos abundantes
recursos naturais e nas monoculturas exportadoras
de baixa produtividade.
Essa economia baseada em produtos
primários e em empreendimentos de baixa
intensidade tecnológica se sustentou graças à
exploração de escravos e imigrantes, sucedida
1
Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e
PropagandapelaPUC–MG.MestreemAdministraçãopelaUniversidade
MetodistadeSãoPauloedoutoremAdministraçãopelaFEA/USP.Possui
especialização em Gestão Universitária pela Organização Universitária
Interamericana/CRUB e em Gestão Estratégica de Marketing pela
CEPEAD/UFMG. Atualmente é Reitor do Centro Universitário Metodista
Izabela Hendrix, em Belo Horizonte (MG); Diretor Nacional de Educação
a Distância nas instituições educacionais metodistas; Diretor da
Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED; e docente na
UniversidadeMetodistadeSãoPaulo.AtuacomoCuradordosite:http://
inovacaoeducacional.com.br, abordando os temas: Gestão Universitária
–EducaçãoaDistância–InovaçãoEducacional–TecnologianaEducação
e Aprendizagem Organizacional.
pela pauperização da maioria da população e a
precarização continuada das relações de trabalho.
Tendo a economia como fundamento, a mão
de obra barata e disponível em abundância, ainda
que com pouca ou nenhuma instrução formal, foi o
que permitiu ser tudo tardio, atrasado, demorado e
mal planejado na educação brasileira.
Esses fatores, e muitos outros, inibiram
propositalmente o desenvolvimento de um
sistema educacional de qualidade para todos,
cujas exceções pontuais reforçam a necessidade
de rever o conjunto. Permanecemos incapazes de
transformar a realidade pela emancipação em um
projeto de nação capaz de promover o bem comum.
Vale lembrar que, se até 1930, o contingente
principal da mão de obra nasce e cresce fora do
território colonial e nacional, hoje em dia, num
alinhamento claro e continuado com esse fato
histórico, a dessocialização e a despersonalização
dos mais empobrecidos se somam ao racismo para
alimentar o modelo mental que propicia converter
pessoas em mercadoria, na sequência de reificação
e da coisificação, fatores de produção a baixo
custo. Isso ajuda a compor um ambiente inóspito
e incompatível para o desenvolvimento científico
e a inovação.
A formação de mais pessoas que pudessem
participar de forma crítica e autônoma em prol
de um desenvolvimento inclusivo, equitativo e
sustentável era algo a ser evitado pelas elites que
tramaram os principais movimentos políticos. A elite
do Brasil, formada principalmente na Universidade
de Coimbra, podia ser “ilustrada, cultivada às vezes,
mas culta jamais”, nos dizeres de Anísio Teixeira.
Já no Século XX, o Estado Novo, que implantou
a figura jurídica da universidade pela primeira vez
no país, o fez como “uma reação aos movimentos de
liberalização e modernização das esferas da cultura
na sociedade brasileira, segundo a esperta consigna
do façamos a revolução antes que o povo a faça”.
Nas décadas de 1960 e 1970, os economistas
que povoavam o cenário nacional e conduziam
as políticas públicas durante a Ditadura Militar
afirmavam que era preciso, primeiramente, crescer o
bolo para depois distribuí-lo. No entanto, uma série
histórica que analisa a concentração de renda nas
mãos do 1% mais rico da população do Brasil, de
1927 a 2013, mostra que a acumulação de renda no
topo da pirâmide promoveu um aumento do fosso
entre os mais ricos e os mais pobres nesse período.
Quer dizer, não foi apenas em decorrência
do crescimento acelerado da economia, iniciado
em 1968, e da demanda não atendida por
trabalhadores mais qualificados que a alta da
desigualdade se deu. À época, a chamada teoria
do capital humano era usada para apontar o nível
educacional como principal fator isolado para
explicar o aumento da desigualdade. Como o Brasil
crescia a taxas altas, a demanda por profissionais
com mais anos completados na educação formal
teria forçado o aumento da renda dos que
atendiam esses requisitos. Os dados comprovam
que essa tese não se sustenta.
Mesmo em tempos recentes, os números
calculados com base nos dados tributários mostram
uma estabilidade. Ou seja, pode ter havido
redistribuição de renda para grupos da base da
pirâmide por um breve período sem que isso tenha
mexido na fatia relativa ao 1% mais rico. Por causa
disso, na tabela da desigualdade há pouca alteração
na concentração de renda e oportunidades.
Em meio a esse contexto de exclusão,
violência e desigualdade, a universidade brasileira
nascesemtersidotocadapelareformahumboldtiana
da Educação Superior, do Século XIX, que introduziu
nas instituições alemãs os métodos das ciências
experimentais e o diálogo com os setores produtivos
como parte de sua identidade, algo antes banido da
alta cultura – característica até então predominante,
herança das universidades medievais, onde o
conhecimento prático não era aceito.
Torna-se então característica de uma parte
significativa da cena universitária brasileira o
alheamento em relação à vida social, como torres
de marfim onde se considera o pensamento
crítico algo de exclusividade para sábios e
iluminados. Espaços povoados por uma maioria
de acadêmicos que gastam a vida em meio a
publicações arduamente trabalhadas e pouco
lidas, com nenhum impacto social. Ou enredados
em discussões estéreis muito especializadas,
sobre microssubáreas do saber que só chamam
atenção de um número reduzido de pesquisadores
também a estas dedicados.
Ainda é possível identificar em muitos o
paradigma colonial, que considera adequado e
desejável manter a Educação Superior acessível
para poucos. Como se a meritocracia pudesse
acontecer de forma natural nesse contexto desigual
em oportunidades e recursos.
Porém, há um movimento mundial que
impulsiona pela ampliação das matrículas na
Educação Superior, dentro da perspectiva da
educação como um direito para todos e base para
a igualdade de oportunidades. É um fenômeno
que está em sintonia com a concepção de Estado
Moderno, liberal, democrático e social, “no qual
todos transformados em soberanos sem distinções
de classe, reivindicam, além dos direitos de
liberdade, também os direitos sociais, que são
igualmente direitos do indivíduo”.
Um desafio adicional que exige a ampliação
da oferta e do acesso à Educação Superior de
qualidade é o ritmo vertiginoso das metamorfoses
proporcionadas pelas tecnologias digitais, em que
a lista de setores por elas atingidos se amplia
e que, diferentemente das inovações típicas
da primeira era industrial, os benefícios das
mudanças tecnológicas não são mais amplamente
distribuídos.
As consequências sobre os empregos serão
devastadoras, especialmente à medida em que
as máquinas passarem a decidir por si só, sem
intervenção humana. Graças à automação, estão
em risco muitos postos de trabalho, especialmente
os que são ocupados por pessoas com poucos
anos de educação formal. O esgarçamento tende
a ser maior onde a estrutura ocupacional é mais
O caráter distintivo de nossa transfiguração étnica é a
continuidade, através dos séculos, de elementos cruciais
da ordenação social arcaica, da dependência da economia e
do caráter espúrio da cultura. Vivemos, hoje, às vésperas de
transformações ainda mais abrangentes, porque surge no
horizonte uma outra revolução tecnológica mais radical que as
anteriores. Se uma vez mais nos deixarmos fazer consumidores
de seus frutos, em lugar de dominadores de sua tecnologia
nova, as ameaças sobre a nossa sobrevivência e sobre a
soberania nacional serão ainda mais intensas.
Darcy Ribeiro
REFERÊNCIA REFERÊNCIA
7UEMAnet • Revista PoloUm UEMAnet • Revista PoloUm6
REFERÊNCIAdistante da economia do conhecimento, situação
na qual o Brasil se encontra por sua economia
predominantemente baseada na exportação de
commodities.
A história mostra que a correlação entre
o progresso técnico e científico se relaciona
diretamente ao progresso econômico, porém, sem
necessariamente promover avanços sociais ou
ambientais. A julgar pelos últimos 30 anos, o que se
observa é que os mercados de trabalho têm sofrido
mudanças que respondem, em grande parte, pela
espantosa reconcentração da riqueza nos países
desenvolvidos, em particular nos Estados Unidos.
O Brasil possui uma taxa de escolarização
líquida de apenas 17,6%. É o percentual da
população de 18 a 24 anos na Educação Superior,
ou seja, número de matriculados de 18 a 24 anos no
ensino superior dividido pelo total a população de
18 a 24 anos. Isso é proporcionalmente a metade
dos países vizinhos latino americanos.
E mesmo em períodos de crises econômicas
e políticas um diploma de Graduação parece ser
o melhor antídoto ao risco de desemprego, se
comparado com outras parcelas da população com
menor nível de educação formal. No ano de 2015
houve uma redução de 3,3% no número total de
empregos formais comparado ao de 2014. Para os
empregados com ensino fundamental, a redução
ficou em 5,9%. Para os empregados com ensino
médio completo, a queda chegou a 2,1%. Já para os
empregados com ensino superior, a queda foi menor
ainda, de 0,9%. O cálculo levou em consideração o
estoque final de empregos formais no ano de 2014
e a diferença do saldo mensal de empregos formais
- número de admissões subtraído ao número de
desligamentos no período.
Se é possível identificar uma tendência na
Educação Superior é que a Educação a Distância
(EaD) tem se expandido mais do que a oferta
presencial. O número de ingressantes em cursos
presenciais no Brasil sofreu um aumento de 6,8%,
comparado 2013 com 2014. Nos cursos EaD o
aumento de ingressantes no mesmo período
chegou a 41%. Em 2014, o número de concluintes
em cursos presenciais totalizou 841 mil alunos,
sendo 615 mil na rede privada e 226 mil na
pública, número 0,8% maior que em 2013 quando
registrou 834 mil concluintes. Na EaD, o número de
concluintes chegou a 190 mil, com 174 mil na rede
privada e 16 mil na pública.
Pelo gráfico a seguir é possível verificar
que o número de matrículas em EaD cresceu
66% de 2009 a 2015, o dobro do crescimento do
presencial. Com as recentes alterações promovidas
pelo Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, e
pela Portaria Normativa MEC n. 11, de 20 de junho
de 2017, a previsão é que o percentual de alunos
matriculados em cursos de Graduação EaD chegue
a 30% do total da população universitária até o ano
de 2020.
A EaD é uma das iniciativas a compor uma
resposta aos dois maiores desafios atuais da
Educação Superior. Primeiramente, expandir o
volume de matrículas de maneira mais rápida e
com qualidade. E responder com inovação às novas
formas que as pessoas aprenderam a se informar,
aprender e a disseminar conhecimento, no contexto
da inovação digital.
INOVAÇÃO DIGITAL
A inovação digital é aquela relacionada às
tecnologias de informação e comunicação – TIC. É
o que tem impulsionado o crescimento agregado
da produtividade, sujeito ainda a uma difusão
desigual de uso em toda a sociedade, o que gera
um novo tipo de exclusão.
À luz das diferentes definições propostas
na literatura é possível entender inovação digital
no sentido estrito, como a implementação de uma
TIC nova ou significativamente melhorada, ou seja,
dentro da categoria das tecnologias de informação
e comunicação. Em um sentido mais amplo, inclui
utilizar as TICs para a implementação de um novo
produto ou processo significativamente melhorado,
um novo método de marketing ou uma nova forma
de se organizar métodos de práticas comerciais,
gestão de pessoas ou relações externas.
A inovação digital pode ser perturbadora e
induzir a “destruição criativa” de empreendimentos
estabelecidos, mercados e redes de valor, bem como
desafiar quadros regulatórios existentes. Esses efeitos
disruptivos podem ser percebidos como ameaçadores
tanto por indivíduos quanto por empresas e governos.
O medo da mudança combinado com o
pensamento de curto prazo, geralmente, resulta
que as novas tecnologias e as inovações digitais são
comercializadaspelaprimeiravez,porempresasstartup
ou por novos entrantes vindos de outros segmentos.
Estes podem aproveitar a vantagem de começar sem
o legado de uma base anteriormente existente e
experimentar para chegar a criar uma variedade de
modelos de negócios presumivelmente novos.
Dito isto, a inovação digital nem sempre é
perturbadora, mesmo que possa ser revolucionária,
nova e inesperada. Pode envolver somente melhorias
incrementais como, por exemplo, o uso do comércio
eletrônico por um revendedor, não necessita
necessariamente de mudanças drásticas e constitui,
em vez disso, uma melhoria evolutiva do modelo de
negócios estabelecido.
Um dos fatores que prejudicam ou atrasam a
capacidade de adotar a inovação digital é o acesso
dificultado e oneroso a infraestruturas de hardware,
software e banda de Internet. Também se destaca
como uma barreira potencial o aumento dos riscos de
segurançadigitalpercebidospelospotenciaisadotantes.
É claro que não há tecnologia nem ciência que
possa se arvorar da mais absoluta neutralidade. E os
riscos são crescentes quando as fronteiras entre o
biológico e as próteses tendem a se diluir, por exemplo.
Assimcomoinfelizmentehá,naeducação,umacrisede
gravidade crescente graças ao número de empresários
empenhados em excluir ou reduzir ao máximo a
importância do professor, numa concepção equivocada
doqueéoprocessoeducativoeporestarementregues
à primazia do lucro a qualquer preço.
Vale lembrar o conceito da ‘heurística do temor’,
de Hans Jonas, que não é um medo paralisante, mas
aquele que convida a assumirmos a responsabilidade
como princípio da ação. Os riscos trazidos pela
tecnologia ameaçam de forma inédita o presente e o
futuro, sendo que pensar o mal é mais persuasivo que
o bem e aparece a nós de maneira bem mais explícita e
evidente. O medo então se torna, para Jonas, a primeira
obrigação de uma ética da responsabilidade histórica.
Fundamental para lidar com esse novo mundo.
Diante de uma transformação monumental e
paradigmática como a qual nos defrontamos, a EaD
é parte de um movimento que leva à inovação digital
na educação.
Aprender com tecnologia envolve situações de
aprendizagememquearelaçãodeensino-aprendizagem
se estabelece com a ajuda de um dispositivo ou
software,comoumcomputadorouaInternet.Emalgum
nível, quase todo o aprendizado envolve tecnologia. Por
exemplo,emumapalestratradicional,uminstrutorpode
usar giz e um quadro-negro, empregando assim uma
tecnologia antiga, mas confiável. Similarmente, um livro
constituiumaformadetecnologia,jánosseus500anos
acumulados de história.
Uma característica importante da tecnologia
baseada em recursos computacionais e possível
vantagem, se usado adequadamente, é que permite
a apresentação de multimídia, com mensagens que
incluampalavrasfaladasouimpressaseimagens,tais
como animação, vídeo, ilustrações ou fotos. Também
59.611
727.961
1.393.752
4.163.733
5.080.056
6.633.545
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
EAD 59.611 114.642 207.206 369.766 727.961 838.125 930.179 992.927 1.113.850 1.153.572 1.330.124 1.393.752
Presencial 4.163.733 4.453.156 4.676.646 4.880.381 5.080.056 5.115.896 5.449.120 5.746.762 5.923.838 6.152.405 6.497.889 6.633.545
Gráfico 1 - Evolução de matrículas Graduação por modalidade – 2004 a 2015
Fonte: INEP/MEC
ENTREVISTA
9UEMAnet • Revista PoloUm
REFERÊNCIA
UEMAnet • Revista PoloUm8
C
om anos de pesquisa e docência, Romero Tori reuniu suas
experiências e estudos na obra “Educação sem distância”. O livro
aborda o distanciamento entre aluno, professor e conteúdo que
ocorre no ensino superior presencial. O autor aponta o uso da
tecnologia como uma forma de diminuir as distâncias, tanto geográficas
quanto sociais e educacionais. Outra forma de manter esse método eficaz
é investir na atualização dos professores para que consigam acompanhar
o uso tecnológico de seus alunos. Em entrevista a PoloUm, Tori aponta o
ensino híbrido como uma forma de diminuir as distâncias, tornar os alunos
mais disciplinados e autônomos no processo de aprendizagem.
Qual o conceito de Educação
sem distância?
Romero Tori - Não se trata de uma nova modalidade
de educação. Ao contrário, essa ideia colocada como
título de meu livro, busca enfatizar que, quaisquer
que sejam as metodologias educacionais e as mídias
empregadas, sempre se deve buscar reduzir os
distanciamentos entre aluno e professor, aluno e
conteúdos, aluno e seus colegas. O termo "Educação
a Distância", por sua vez, enfatiza o problema. A
contraposição EaD x Educação Presencial não faz
sentido, uma vez que é possível e desejável, ter
o aluno presente (ainda que a distância) na EaD
e alunos virtualmente ausentes em salas de aula
tradicionais. A flexibilidade e convergência de ambas
as modalidades, na chamada "Aprendizagem híbrida"
(Blended Learning), é uma tendência. Nesse contexto,
a redução de distâncias, inclusive na sala de aula
física, deve ser sempre buscada.
O mundo em rede e as novas
tecnologias ligadas à Internet estão reorgani-
zando o processo de aprendizagem?
Romero Tori - As pessoas aprendem de formas e
em ritmos diferentes. A sala de aula tradicional
é extremamente limitante, principalmente sob
a perspectiva de um jovem que cresceu numa
sociedade conectada, virtualizada e interativa.
Limitada num determinado tempo e espaço
físico; limitada por não se adaptar às diferentes
necessidades de cada aluno; limitada por comportar
apenas um certo número de alunos; limitada por
não possibilitar interações paralelas. A facilidade
de acesso, comunicação e interação das novas
tecnologias, interativas e em rede, permite o
rompimento de todos esses limites, propiciando
uma verdadeira educação sem distância.
Como inserir a educação bra-
sileira, com tantos limites de estrutura, nesse
novo processo de aprendizagem?
Romero Tori - Hoje muito mais pessoas, mesmo
de comunidades carentes e distantes dos grandes
centros, conseguem ter acesso à Internet por meio
de dispositivos móveis. Claro que a Internet ainda é
cara e lenta no Brasil. Muito precisa ser melhorado,
mas o problema atual tem mais relação com cultura
do que com infraestrutura. O brasileiro ainda tem
dificuldade em gerenciar sua própria aprendizagem.
Existe ainda uma cultura de que só se aprende indo
até uma escola tradicional. Os índices de evasão de
cursos a distância ainda são altíssimos. Contudo, a
nova geração - nascida e criada no século XXI - deve
ter menos problemas com a aprendizagem autônoma
e com o uso da tecnologia. Estão acostumando-se a
buscar informações na Internet em vez de perguntar
a um adulto. É uma geração que vai fazer uso intenso
de aplicativos (para se locomover, se hospedar, se
relacionar, se alimentar, se vestir, se divertir, namorar
e, por quê não, aprender também. Não haverá barreiras
para essa nova geração. A educação, além de "sem
distância", será "sem limites".
permite níveis diferenciados e personalizados de
interatividade e recuperação de informações que, de
outra forma, não podem ser viáveis.
Há três princípios importantes da pesquisa em
ciência cognitiva que devem ser levados em conta
quando se adota o ensino com tecnologia, a saber:
	 Trilhas neurais duplas: as pessoas têm caminhos
separados no cérebro para o processamento de
estímulos verbais e de materiais visuais;
	 Capacidade limitada: as pessoas podem processar
apenas pequenas quantidades simultâneas de
material em cada trilha neural;
	 Processamentoativo:oaprendizadosignificativoocorre
quando os alunos se envolvem no processamento
cognitivo apropriado durante a aprendizagem, como
atendimento a material relevante, organizando-o
em uma representação coerente e integrando com
conhecimento prévio relevante.
E quando falamos sobre o aprender é importante
diferenciar os três tipos de memórias que podem resultar
do processo de ensino-aprendizagem:
	 Memória sensorial: contém todas as informações
visuais recebidas (memória sensorial visual) e todos
os sons percebidos (memória sensorial auditiva) por
um curto período de tempo;
	 Memória de trabalho: contém um número
limitado de palavras selecionadas e imagens para
processamento posterior; e
	 Memória de longo prazo: o conhecimento de
profundo significado.
Tabela 1- Processo cognitivo necessário para a
aprendizagem ativa com tecnologia
Processo Descrição Tipo de Memória
Selecionar
Prestar atenção em
palavras e imagens
relevantes
Leva a informação da
‘memória sensorial’
para a ‘memória de
trabalho’
Organizar
Organizar palavras
selecionadas
e imagens em
representações
mentais coerentes
Manipula a informação
na ‘memória de
trabalho’
Integrar
Conectar
representações
verbais e imagéticas
entre si e com o
conhecimento
previamente
construído
Leva a informação da
‘memória de longo
prazo’ para a ‘memória
de trabalho’
Fonte: DUMONT, H.; INSTANCE, D.; BENAVIDES, F. (2010)
A pesquisa e os dados devem ser mais
disseminados como elementos que colaboram com
a formulação de políticas públicas destinadas a
ampliar o ensino com tecnologia. As neurociências
e os relacionamentos que se estabelecem em
redes sociais podem fornecer dados muito úteis e
práticos que colaborem com maior efetividade nas
relações de ensino-aprendizagem.
Existem vários fatores associados ao aumento
dousodasTICsnoensino.Porexemplo,aparticipação
em atividades de desenvolvimento profissional que
envolvam pesquisa individual ou colaborativa ou a
formação de uma rede dos professores torna mais
provável que um docente use mais frequentemente
as TICs para o trabalho junto aos estudantes.
É preciso investir nos professores, gestores
educacionais e corpo técnico, bem como nas escolas
e outros espaços de aprendizagem, para tentar tirar o
Brasil do atraso autoimposto por aqueles que sempre
ocuparamopoder.AEaDcolaboracomademocratização
doacessoàeducaçãosuperiorevaitermaioroumenor
qualidade conforme a instituição que oferta os cursos.
O mesmo que acontece com o ensino presencial.
REFERÊNCIAS
ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes: formação do Brasil
no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DUMONT, H.; INSTANCE, D.; BENAVIDES, F. (Orgs.). The
nature of learning: using research to inspire practice.
Paris: OCDE, 2010.
JONAS, H. O princípio responsabilidade: ensaio de
uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro:
Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2015.
MARREIRO, F. Série inédita brasileira mostra salto da
desigualdade no começo da ditadura. El País, 04/11/2015.
Disponívelem:<https://goo.gl/Hfh37g>.Acessoem:19ago.2017.
OLIVEIRA, R. Para uma universidade tecnológica de alto
impacto econômico, social e cultural. In: GUERRINI, D.;
OLIVEIRA, R. (Orgs.). Universidades e desenvolvimento
regional: experiências internacionais e o caso das
universidades comunitárias do Rio Grande do Sul. Lajeado,
RS: Editora da Univates, 2016.
SEMESP. Mapa do ensino superior 2016. São Paulo:
Semesp, 2016.
TEIXEIRA, A. O ensino superior no Brasil: análise e
interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro:
Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989.
WORLDECONOMICFORUM.The future of jobs:employment,
skills and workforce strategy for the fourth industrial revolution.
Disponívelem:<https://goo.gl/NYxyQy>.Acessoem:25jul.2017.
ROMERO TORI
(Prof. Dr. em Engenharia Elétrica e livre-docente/USP)

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Revista multidisciplinar sobre TICs e EaD na UEMA

  • 1. & ICS TICs e EaD em Foco é uma revista científica multidisciplinar quadrimestral eletrônica do Núcleo de Tecnologias para Educação da UEMA - UEMAnet. Mais informações e dúvidas pelo e-mail: tics.eadfoco.uemanet@gmail.com TICs and EaD in focus is a multidisciplinary magazine by 4 in 4 months from UEMAnet. More info e-mail in: tics.eadfoco.uemanet@gmail.com TICs Y EaD en Foco es una revista científica multidisciplinaria cuadrimestral electrónica del Nucleo de Tecnologías para Educación de la UEMA - UEMAnet. Más informaciones y dudas por el e-mail: tics.eadfoco.uemanet@gmail.com Ano V nº 11 2017 ISSN 32317-532X na prática UEMA prepara docentes para atuar em cursos intermediados por tecnologias digitais na prática UEMA prepara docentes para atuar em cursos intermediados por tecnologias digitais na prática UEMA prepara docentes para atuar em cursos intermediados por tecnologias digitais ENTREVISTA ROMERO TORI ENTREVISTA ROMERO TORI Prof. Dr. em Engenharia Elétrica e livre-docente/USP fala sobre Educação sem distância. Prof. Dr. em Engenharia Elétrica e livre-docente/USP fala sobre Educação sem distância. ENTREVISTA ROMERO TORI Prof. Dr. em Engenharia Elétrica e livre-docente/USP fala sobre Educação sem distância. UEMA lança livro sobre Tecnologias Educacionais durante o SIIES UEMA lança livro sobre Tecnologias Educacionais durante o SIIES UEMA lança livro sobre Tecnologias Educacionais durante o SIIES
  • 2. REFERÊNCIA REFERÊNCIA 5UEMAnet • Revista PoloUm UEMAnet • Revista PoloUm4 EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO DIGITAL, POR UM NOVO HORIZONTE ÉTICO NO COMBATE À DESIGUALDADE Luciano Sathler Rosa Guimarães1 A forma como se organiza a Educação Superior no Brasil tende a refletir e reforçar as profundas desigualdades que marcam a história e o presente do país. A começar pelo Brasil Colônia, incluídos os tempos da Proclamação da República, o Estado Novo, a Ditadura Militar e até os presentes dias, se privilegiou um modo de produção baseado nos oligopólios extrativistas dos abundantes recursos naturais e nas monoculturas exportadoras de baixa produtividade. Essa economia baseada em produtos primários e em empreendimentos de baixa intensidade tecnológica se sustentou graças à exploração de escravos e imigrantes, sucedida 1 Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e PropagandapelaPUC–MG.MestreemAdministraçãopelaUniversidade MetodistadeSãoPauloedoutoremAdministraçãopelaFEA/USP.Possui especialização em Gestão Universitária pela Organização Universitária Interamericana/CRUB e em Gestão Estratégica de Marketing pela CEPEAD/UFMG. Atualmente é Reitor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte (MG); Diretor Nacional de Educação a Distância nas instituições educacionais metodistas; Diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED; e docente na UniversidadeMetodistadeSãoPaulo.AtuacomoCuradordosite:http:// inovacaoeducacional.com.br, abordando os temas: Gestão Universitária –EducaçãoaDistância–InovaçãoEducacional–TecnologianaEducação e Aprendizagem Organizacional. pela pauperização da maioria da população e a precarização continuada das relações de trabalho. Tendo a economia como fundamento, a mão de obra barata e disponível em abundância, ainda que com pouca ou nenhuma instrução formal, foi o que permitiu ser tudo tardio, atrasado, demorado e mal planejado na educação brasileira. Esses fatores, e muitos outros, inibiram propositalmente o desenvolvimento de um sistema educacional de qualidade para todos, cujas exceções pontuais reforçam a necessidade de rever o conjunto. Permanecemos incapazes de transformar a realidade pela emancipação em um projeto de nação capaz de promover o bem comum. Vale lembrar que, se até 1930, o contingente principal da mão de obra nasce e cresce fora do território colonial e nacional, hoje em dia, num alinhamento claro e continuado com esse fato histórico, a dessocialização e a despersonalização dos mais empobrecidos se somam ao racismo para alimentar o modelo mental que propicia converter pessoas em mercadoria, na sequência de reificação e da coisificação, fatores de produção a baixo custo. Isso ajuda a compor um ambiente inóspito e incompatível para o desenvolvimento científico e a inovação. A formação de mais pessoas que pudessem participar de forma crítica e autônoma em prol de um desenvolvimento inclusivo, equitativo e sustentável era algo a ser evitado pelas elites que tramaram os principais movimentos políticos. A elite do Brasil, formada principalmente na Universidade de Coimbra, podia ser “ilustrada, cultivada às vezes, mas culta jamais”, nos dizeres de Anísio Teixeira. Já no Século XX, o Estado Novo, que implantou a figura jurídica da universidade pela primeira vez no país, o fez como “uma reação aos movimentos de liberalização e modernização das esferas da cultura na sociedade brasileira, segundo a esperta consigna do façamos a revolução antes que o povo a faça”. Nas décadas de 1960 e 1970, os economistas que povoavam o cenário nacional e conduziam as políticas públicas durante a Ditadura Militar afirmavam que era preciso, primeiramente, crescer o bolo para depois distribuí-lo. No entanto, uma série histórica que analisa a concentração de renda nas mãos do 1% mais rico da população do Brasil, de 1927 a 2013, mostra que a acumulação de renda no topo da pirâmide promoveu um aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres nesse período. Quer dizer, não foi apenas em decorrência do crescimento acelerado da economia, iniciado em 1968, e da demanda não atendida por trabalhadores mais qualificados que a alta da desigualdade se deu. À época, a chamada teoria do capital humano era usada para apontar o nível educacional como principal fator isolado para explicar o aumento da desigualdade. Como o Brasil crescia a taxas altas, a demanda por profissionais com mais anos completados na educação formal teria forçado o aumento da renda dos que atendiam esses requisitos. Os dados comprovam que essa tese não se sustenta. Mesmo em tempos recentes, os números calculados com base nos dados tributários mostram uma estabilidade. Ou seja, pode ter havido redistribuição de renda para grupos da base da pirâmide por um breve período sem que isso tenha mexido na fatia relativa ao 1% mais rico. Por causa disso, na tabela da desigualdade há pouca alteração na concentração de renda e oportunidades. Em meio a esse contexto de exclusão, violência e desigualdade, a universidade brasileira nascesemtersidotocadapelareformahumboldtiana da Educação Superior, do Século XIX, que introduziu nas instituições alemãs os métodos das ciências experimentais e o diálogo com os setores produtivos como parte de sua identidade, algo antes banido da alta cultura – característica até então predominante, herança das universidades medievais, onde o conhecimento prático não era aceito. Torna-se então característica de uma parte significativa da cena universitária brasileira o alheamento em relação à vida social, como torres de marfim onde se considera o pensamento crítico algo de exclusividade para sábios e iluminados. Espaços povoados por uma maioria de acadêmicos que gastam a vida em meio a publicações arduamente trabalhadas e pouco lidas, com nenhum impacto social. Ou enredados em discussões estéreis muito especializadas, sobre microssubáreas do saber que só chamam atenção de um número reduzido de pesquisadores também a estas dedicados. Ainda é possível identificar em muitos o paradigma colonial, que considera adequado e desejável manter a Educação Superior acessível para poucos. Como se a meritocracia pudesse acontecer de forma natural nesse contexto desigual em oportunidades e recursos. Porém, há um movimento mundial que impulsiona pela ampliação das matrículas na Educação Superior, dentro da perspectiva da educação como um direito para todos e base para a igualdade de oportunidades. É um fenômeno que está em sintonia com a concepção de Estado Moderno, liberal, democrático e social, “no qual todos transformados em soberanos sem distinções de classe, reivindicam, além dos direitos de liberdade, também os direitos sociais, que são igualmente direitos do indivíduo”. Um desafio adicional que exige a ampliação da oferta e do acesso à Educação Superior de qualidade é o ritmo vertiginoso das metamorfoses proporcionadas pelas tecnologias digitais, em que a lista de setores por elas atingidos se amplia e que, diferentemente das inovações típicas da primeira era industrial, os benefícios das mudanças tecnológicas não são mais amplamente distribuídos. As consequências sobre os empregos serão devastadoras, especialmente à medida em que as máquinas passarem a decidir por si só, sem intervenção humana. Graças à automação, estão em risco muitos postos de trabalho, especialmente os que são ocupados por pessoas com poucos anos de educação formal. O esgarçamento tende a ser maior onde a estrutura ocupacional é mais O caráter distintivo de nossa transfiguração étnica é a continuidade, através dos séculos, de elementos cruciais da ordenação social arcaica, da dependência da economia e do caráter espúrio da cultura. Vivemos, hoje, às vésperas de transformações ainda mais abrangentes, porque surge no horizonte uma outra revolução tecnológica mais radical que as anteriores. Se uma vez mais nos deixarmos fazer consumidores de seus frutos, em lugar de dominadores de sua tecnologia nova, as ameaças sobre a nossa sobrevivência e sobre a soberania nacional serão ainda mais intensas. Darcy Ribeiro
  • 3. REFERÊNCIA REFERÊNCIA 7UEMAnet • Revista PoloUm UEMAnet • Revista PoloUm6 REFERÊNCIAdistante da economia do conhecimento, situação na qual o Brasil se encontra por sua economia predominantemente baseada na exportação de commodities. A história mostra que a correlação entre o progresso técnico e científico se relaciona diretamente ao progresso econômico, porém, sem necessariamente promover avanços sociais ou ambientais. A julgar pelos últimos 30 anos, o que se observa é que os mercados de trabalho têm sofrido mudanças que respondem, em grande parte, pela espantosa reconcentração da riqueza nos países desenvolvidos, em particular nos Estados Unidos. O Brasil possui uma taxa de escolarização líquida de apenas 17,6%. É o percentual da população de 18 a 24 anos na Educação Superior, ou seja, número de matriculados de 18 a 24 anos no ensino superior dividido pelo total a população de 18 a 24 anos. Isso é proporcionalmente a metade dos países vizinhos latino americanos. E mesmo em períodos de crises econômicas e políticas um diploma de Graduação parece ser o melhor antídoto ao risco de desemprego, se comparado com outras parcelas da população com menor nível de educação formal. No ano de 2015 houve uma redução de 3,3% no número total de empregos formais comparado ao de 2014. Para os empregados com ensino fundamental, a redução ficou em 5,9%. Para os empregados com ensino médio completo, a queda chegou a 2,1%. Já para os empregados com ensino superior, a queda foi menor ainda, de 0,9%. O cálculo levou em consideração o estoque final de empregos formais no ano de 2014 e a diferença do saldo mensal de empregos formais - número de admissões subtraído ao número de desligamentos no período. Se é possível identificar uma tendência na Educação Superior é que a Educação a Distância (EaD) tem se expandido mais do que a oferta presencial. O número de ingressantes em cursos presenciais no Brasil sofreu um aumento de 6,8%, comparado 2013 com 2014. Nos cursos EaD o aumento de ingressantes no mesmo período chegou a 41%. Em 2014, o número de concluintes em cursos presenciais totalizou 841 mil alunos, sendo 615 mil na rede privada e 226 mil na pública, número 0,8% maior que em 2013 quando registrou 834 mil concluintes. Na EaD, o número de concluintes chegou a 190 mil, com 174 mil na rede privada e 16 mil na pública. Pelo gráfico a seguir é possível verificar que o número de matrículas em EaD cresceu 66% de 2009 a 2015, o dobro do crescimento do presencial. Com as recentes alterações promovidas pelo Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, e pela Portaria Normativa MEC n. 11, de 20 de junho de 2017, a previsão é que o percentual de alunos matriculados em cursos de Graduação EaD chegue a 30% do total da população universitária até o ano de 2020. A EaD é uma das iniciativas a compor uma resposta aos dois maiores desafios atuais da Educação Superior. Primeiramente, expandir o volume de matrículas de maneira mais rápida e com qualidade. E responder com inovação às novas formas que as pessoas aprenderam a se informar, aprender e a disseminar conhecimento, no contexto da inovação digital. INOVAÇÃO DIGITAL A inovação digital é aquela relacionada às tecnologias de informação e comunicação – TIC. É o que tem impulsionado o crescimento agregado da produtividade, sujeito ainda a uma difusão desigual de uso em toda a sociedade, o que gera um novo tipo de exclusão. À luz das diferentes definições propostas na literatura é possível entender inovação digital no sentido estrito, como a implementação de uma TIC nova ou significativamente melhorada, ou seja, dentro da categoria das tecnologias de informação e comunicação. Em um sentido mais amplo, inclui utilizar as TICs para a implementação de um novo produto ou processo significativamente melhorado, um novo método de marketing ou uma nova forma de se organizar métodos de práticas comerciais, gestão de pessoas ou relações externas. A inovação digital pode ser perturbadora e induzir a “destruição criativa” de empreendimentos estabelecidos, mercados e redes de valor, bem como desafiar quadros regulatórios existentes. Esses efeitos disruptivos podem ser percebidos como ameaçadores tanto por indivíduos quanto por empresas e governos. O medo da mudança combinado com o pensamento de curto prazo, geralmente, resulta que as novas tecnologias e as inovações digitais são comercializadaspelaprimeiravez,porempresasstartup ou por novos entrantes vindos de outros segmentos. Estes podem aproveitar a vantagem de começar sem o legado de uma base anteriormente existente e experimentar para chegar a criar uma variedade de modelos de negócios presumivelmente novos. Dito isto, a inovação digital nem sempre é perturbadora, mesmo que possa ser revolucionária, nova e inesperada. Pode envolver somente melhorias incrementais como, por exemplo, o uso do comércio eletrônico por um revendedor, não necessita necessariamente de mudanças drásticas e constitui, em vez disso, uma melhoria evolutiva do modelo de negócios estabelecido. Um dos fatores que prejudicam ou atrasam a capacidade de adotar a inovação digital é o acesso dificultado e oneroso a infraestruturas de hardware, software e banda de Internet. Também se destaca como uma barreira potencial o aumento dos riscos de segurançadigitalpercebidospelospotenciaisadotantes. É claro que não há tecnologia nem ciência que possa se arvorar da mais absoluta neutralidade. E os riscos são crescentes quando as fronteiras entre o biológico e as próteses tendem a se diluir, por exemplo. Assimcomoinfelizmentehá,naeducação,umacrisede gravidade crescente graças ao número de empresários empenhados em excluir ou reduzir ao máximo a importância do professor, numa concepção equivocada doqueéoprocessoeducativoeporestarementregues à primazia do lucro a qualquer preço. Vale lembrar o conceito da ‘heurística do temor’, de Hans Jonas, que não é um medo paralisante, mas aquele que convida a assumirmos a responsabilidade como princípio da ação. Os riscos trazidos pela tecnologia ameaçam de forma inédita o presente e o futuro, sendo que pensar o mal é mais persuasivo que o bem e aparece a nós de maneira bem mais explícita e evidente. O medo então se torna, para Jonas, a primeira obrigação de uma ética da responsabilidade histórica. Fundamental para lidar com esse novo mundo. Diante de uma transformação monumental e paradigmática como a qual nos defrontamos, a EaD é parte de um movimento que leva à inovação digital na educação. Aprender com tecnologia envolve situações de aprendizagememquearelaçãodeensino-aprendizagem se estabelece com a ajuda de um dispositivo ou software,comoumcomputadorouaInternet.Emalgum nível, quase todo o aprendizado envolve tecnologia. Por exemplo,emumapalestratradicional,uminstrutorpode usar giz e um quadro-negro, empregando assim uma tecnologia antiga, mas confiável. Similarmente, um livro constituiumaformadetecnologia,jánosseus500anos acumulados de história. Uma característica importante da tecnologia baseada em recursos computacionais e possível vantagem, se usado adequadamente, é que permite a apresentação de multimídia, com mensagens que incluampalavrasfaladasouimpressaseimagens,tais como animação, vídeo, ilustrações ou fotos. Também 59.611 727.961 1.393.752 4.163.733 5.080.056 6.633.545 0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 EAD 59.611 114.642 207.206 369.766 727.961 838.125 930.179 992.927 1.113.850 1.153.572 1.330.124 1.393.752 Presencial 4.163.733 4.453.156 4.676.646 4.880.381 5.080.056 5.115.896 5.449.120 5.746.762 5.923.838 6.152.405 6.497.889 6.633.545 Gráfico 1 - Evolução de matrículas Graduação por modalidade – 2004 a 2015 Fonte: INEP/MEC
  • 4. ENTREVISTA 9UEMAnet • Revista PoloUm REFERÊNCIA UEMAnet • Revista PoloUm8 C om anos de pesquisa e docência, Romero Tori reuniu suas experiências e estudos na obra “Educação sem distância”. O livro aborda o distanciamento entre aluno, professor e conteúdo que ocorre no ensino superior presencial. O autor aponta o uso da tecnologia como uma forma de diminuir as distâncias, tanto geográficas quanto sociais e educacionais. Outra forma de manter esse método eficaz é investir na atualização dos professores para que consigam acompanhar o uso tecnológico de seus alunos. Em entrevista a PoloUm, Tori aponta o ensino híbrido como uma forma de diminuir as distâncias, tornar os alunos mais disciplinados e autônomos no processo de aprendizagem. Qual o conceito de Educação sem distância? Romero Tori - Não se trata de uma nova modalidade de educação. Ao contrário, essa ideia colocada como título de meu livro, busca enfatizar que, quaisquer que sejam as metodologias educacionais e as mídias empregadas, sempre se deve buscar reduzir os distanciamentos entre aluno e professor, aluno e conteúdos, aluno e seus colegas. O termo "Educação a Distância", por sua vez, enfatiza o problema. A contraposição EaD x Educação Presencial não faz sentido, uma vez que é possível e desejável, ter o aluno presente (ainda que a distância) na EaD e alunos virtualmente ausentes em salas de aula tradicionais. A flexibilidade e convergência de ambas as modalidades, na chamada "Aprendizagem híbrida" (Blended Learning), é uma tendência. Nesse contexto, a redução de distâncias, inclusive na sala de aula física, deve ser sempre buscada. O mundo em rede e as novas tecnologias ligadas à Internet estão reorgani- zando o processo de aprendizagem? Romero Tori - As pessoas aprendem de formas e em ritmos diferentes. A sala de aula tradicional é extremamente limitante, principalmente sob a perspectiva de um jovem que cresceu numa sociedade conectada, virtualizada e interativa. Limitada num determinado tempo e espaço físico; limitada por não se adaptar às diferentes necessidades de cada aluno; limitada por comportar apenas um certo número de alunos; limitada por não possibilitar interações paralelas. A facilidade de acesso, comunicação e interação das novas tecnologias, interativas e em rede, permite o rompimento de todos esses limites, propiciando uma verdadeira educação sem distância. Como inserir a educação bra- sileira, com tantos limites de estrutura, nesse novo processo de aprendizagem? Romero Tori - Hoje muito mais pessoas, mesmo de comunidades carentes e distantes dos grandes centros, conseguem ter acesso à Internet por meio de dispositivos móveis. Claro que a Internet ainda é cara e lenta no Brasil. Muito precisa ser melhorado, mas o problema atual tem mais relação com cultura do que com infraestrutura. O brasileiro ainda tem dificuldade em gerenciar sua própria aprendizagem. Existe ainda uma cultura de que só se aprende indo até uma escola tradicional. Os índices de evasão de cursos a distância ainda são altíssimos. Contudo, a nova geração - nascida e criada no século XXI - deve ter menos problemas com a aprendizagem autônoma e com o uso da tecnologia. Estão acostumando-se a buscar informações na Internet em vez de perguntar a um adulto. É uma geração que vai fazer uso intenso de aplicativos (para se locomover, se hospedar, se relacionar, se alimentar, se vestir, se divertir, namorar e, por quê não, aprender também. Não haverá barreiras para essa nova geração. A educação, além de "sem distância", será "sem limites". permite níveis diferenciados e personalizados de interatividade e recuperação de informações que, de outra forma, não podem ser viáveis. Há três princípios importantes da pesquisa em ciência cognitiva que devem ser levados em conta quando se adota o ensino com tecnologia, a saber: Trilhas neurais duplas: as pessoas têm caminhos separados no cérebro para o processamento de estímulos verbais e de materiais visuais; Capacidade limitada: as pessoas podem processar apenas pequenas quantidades simultâneas de material em cada trilha neural; Processamentoativo:oaprendizadosignificativoocorre quando os alunos se envolvem no processamento cognitivo apropriado durante a aprendizagem, como atendimento a material relevante, organizando-o em uma representação coerente e integrando com conhecimento prévio relevante. E quando falamos sobre o aprender é importante diferenciar os três tipos de memórias que podem resultar do processo de ensino-aprendizagem: Memória sensorial: contém todas as informações visuais recebidas (memória sensorial visual) e todos os sons percebidos (memória sensorial auditiva) por um curto período de tempo; Memória de trabalho: contém um número limitado de palavras selecionadas e imagens para processamento posterior; e Memória de longo prazo: o conhecimento de profundo significado. Tabela 1- Processo cognitivo necessário para a aprendizagem ativa com tecnologia Processo Descrição Tipo de Memória Selecionar Prestar atenção em palavras e imagens relevantes Leva a informação da ‘memória sensorial’ para a ‘memória de trabalho’ Organizar Organizar palavras selecionadas e imagens em representações mentais coerentes Manipula a informação na ‘memória de trabalho’ Integrar Conectar representações verbais e imagéticas entre si e com o conhecimento previamente construído Leva a informação da ‘memória de longo prazo’ para a ‘memória de trabalho’ Fonte: DUMONT, H.; INSTANCE, D.; BENAVIDES, F. (2010) A pesquisa e os dados devem ser mais disseminados como elementos que colaboram com a formulação de políticas públicas destinadas a ampliar o ensino com tecnologia. As neurociências e os relacionamentos que se estabelecem em redes sociais podem fornecer dados muito úteis e práticos que colaborem com maior efetividade nas relações de ensino-aprendizagem. Existem vários fatores associados ao aumento dousodasTICsnoensino.Porexemplo,aparticipação em atividades de desenvolvimento profissional que envolvam pesquisa individual ou colaborativa ou a formação de uma rede dos professores torna mais provável que um docente use mais frequentemente as TICs para o trabalho junto aos estudantes. É preciso investir nos professores, gestores educacionais e corpo técnico, bem como nas escolas e outros espaços de aprendizagem, para tentar tirar o Brasil do atraso autoimposto por aqueles que sempre ocuparamopoder.AEaDcolaboracomademocratização doacessoàeducaçãosuperiorevaitermaioroumenor qualidade conforme a instituição que oferta os cursos. O mesmo que acontece com o ensino presencial. REFERÊNCIAS ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DUMONT, H.; INSTANCE, D.; BENAVIDES, F. (Orgs.). The nature of learning: using research to inspire practice. Paris: OCDE, 2010. JONAS, H. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2015. MARREIRO, F. Série inédita brasileira mostra salto da desigualdade no começo da ditadura. El País, 04/11/2015. Disponívelem:<https://goo.gl/Hfh37g>.Acessoem:19ago.2017. OLIVEIRA, R. Para uma universidade tecnológica de alto impacto econômico, social e cultural. In: GUERRINI, D.; OLIVEIRA, R. (Orgs.). Universidades e desenvolvimento regional: experiências internacionais e o caso das universidades comunitárias do Rio Grande do Sul. Lajeado, RS: Editora da Univates, 2016. SEMESP. Mapa do ensino superior 2016. São Paulo: Semesp, 2016. TEIXEIRA, A. O ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989. WORLDECONOMICFORUM.The future of jobs:employment, skills and workforce strategy for the fourth industrial revolution. Disponívelem:<https://goo.gl/NYxyQy>.Acessoem:25jul.2017. ROMERO TORI (Prof. Dr. em Engenharia Elétrica e livre-docente/USP)