A santidade é a condição imanente de Deus que é compartilhada com suas criaturas morais eleitas por Ele para serem santificadas até atingirem a imagem e semelhança de sua santidade e caráter.
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Deus requer santificação aos cristãos 6
1.
2. Deus Requer Santificação aos Cristãos 6
“Porque é impossível que o sangue de touros e de
bodes remova pecados. Por isso, ao entrar no
mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes,
um corpo me formaste; não te deleitaste com
holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse:
Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu
respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade. Depois
de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não
quiseste, nem holocaustos e oblações pelo
pecado, nem com isto te deleitaste (coisas que se
oferecem segundo a lei), então, acrescentou: Eis
aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Remove o primeiro para estabelecer o segundo.
Nessa vontade é que temos sido santificados,
mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma
vez por todas. Ora, todo sacerdote se apresenta,
dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a
oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que
nunca jamais podem remover pecados; Jesus,
porém, tendo oferecido, para sempre, um único
sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de
Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus
inimigos sejam postos por estrado dos seus pés.
orque, com uma única oferta, aperfeiçoou para
sempre quantos estão sendo santificados.”
(Hebreus 10.4-14)
Se Jesus não tivesse se oferecido como sacrifício
para expiar a nossa culpa e pecados, jamais
poderíamos ser salvos, e por conseguinte
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3. santificados de fato para que pudéssemos ser
aceitos por Deus. A oferta do seu corpo em
sacrifício na cruz para satisfazer a justiça de Deus
foi de tal ordem, que por esta única oferta somos
aperfeiçoados para sempre por meio da
santificação que se tornou possível por Sua morte
e ressurreição.
É por meio da fé neste sacrifício e em toda a obra
que Jesus realizou e tem realizado ainda por nós
no céu, intercedendo junto ao Pai como nosso
Sumo Sacerdote, que podemos nos tornar
agradáveis a Deus e receber dEle os dons e as
graças prometidos aos que creem para que sejam
santificados.
Tudo o mais na vida cristã decorrerá deste
princípio indispensável da fé que nos une ao
Senhor Jesus Cristo para que o sirvamos e o
adoremos em Seu corpo que é a Igreja e para o
benefício do corpo e para a glória do Pai.
Nossas boas obras serão verdadeiras e
glorificarão a Deus se partirem do referido
princípio e pela operação do Espírito Santo em
nós, que é quem opera todas as graças, dons e
serviços em nós, segundo a sua boa vontade.
Seria injusto se Deus sacrificasse o seu Filho que
não tinha pecado, e que abençoasse a pecadores
ímpios que são seus inimigos. Mas se não havia no
próprio Jesus qualquer razão legal para que
morresse, uma vez que era perfeitamente santo e
justo, todavia havia essa necessidade de que a
3
4. justiça e a santidade de Deus fossem de novo
honradas e vindicadas, e Deus fez isto visitando
todo o seu ódio contra o pecado em Seu próprio
Filho, e não haveria forma mais explícita de se
revelar aos anjos e a todas as criaturas debaixo do
céu o quanto ele detesta o pecado, e que o pecado
realmente gera a morte.
Assim, tendo Jesus feito a si mesmo maldição sem
que fosse de fato um maldito, os que creem
podem agora ser resgatados da maldição pela
identificação deles com a morte de Jesus, e por
esta aplicação da morte de Jesus a eles para serem
beneficiados com a remoção da culpa do pecado,
Deus se revela justo e justificador de todo aquele
que crê em Jesus, porque com isto atribui uma
razão justa e santa para aquela morte horrível na
cruz, para carregar sobre Si a sentença devida ao
pecado de todos aqueles que viessem a crer nele.
Mas, ainda que nenhum pecador viesse a ser
beneficiado pela Sua morte expiatória, por causa
da incredulidade, todavia, a justiça e santidade de
Deus teriam sido plenamente vindicadas através
da vida de Jesus tanto em sua perfeita obediência
ativa aos mandamentos da Lei, quanto em sua
obediência passiva, oferecendo-se como sacrifício
para morrer em favor do resgate da dignidade e
honra do Pai.
Como teremos oportunidade de ver em partes
posteriores do nosso estudo, que Jesus é tudo em
todos, e que toda a nossa vida espiritual, não
somente em relação à santificação, é dependente
inteiramente dele e da nossa união em amor com
4
5. ele, permanecendo nele, para que ele possa
permanecer em nós, podemos entender melhor
as suas repreensões dirigidas a cinco das sete
igrejas citadas no livro de Apocalipse, e ter
iniciado com a Igreja de Éfeso por ter abandonado
o seu primeiro amor.
Qual era o problema com Éfeso, uma vez que foi
elogiada pelo Senhor com as seguintes palavras:
“2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a
tua perseverança, e que não podes suportar
homens maus, e que puseste à prova os que a si
mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos; 3 e tens perseverança, e
suportaste provas por causa do meu nome, e não
te deixaste esmorecer.”
E ainda:
“6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras
dos nicolaítas, as quais eu também odeio.” (os
nicolaítas ensinavam que o crente podia ser
mundano em razão de ter a cobertura da graça de
Jesus).
Veja que eles tinham recomendações muito
maiores e melhores do que aquilo que se vê em
muitas igrejas em nossos dias, e no entanto,
estavam em falta no que era o principal, pois
apesar de todos os dons, serviços, fé,
perseverança que eles tinham, nada disso lhes
aproveitaria, porque não eram movidos pelo
amor, que é a principal graça e a única que
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6. permanecerá no porvir. Daí a dura repreensão
dirigida à Igreja de Éfeso:
“4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu
primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, de onde caíste,
arrepende-te e volta à prática das primeiras obras;
e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu
candeeiro, caso não te arrependas.”
Eles deveriam se arrepender voltando à prática
das primeiras obras, em verdadeira santificação,
que nos impõe tudo fazer em união espiritual com
Jesus e por amor a Ele e aos Seus mandamentos.
Por isso Ele intercedeu junto ao Pai para que
todos os crentes fossem santificados na Palavra da
verdade (João 17.17), que nos aponta tudo o que é
necessário para um viver agradável a nós e a
Deus.
Alguns anos antes da escrita da carta por João
dirigida a Éfeso, o apóstolo Paulo havia
encarregado Timóteo de ordenar presbíteros
idôneos naquela igreja, porque havia alguns que
estavam ensinando outras doutrinas, e eles já não
andavam segundo a regra do amor cristão, e daí o
apóstolo ter escrito:
“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao
amor que procede de coração puro, e de
consciência boa, e de fé sem hipocrisia.” (I
Timóteo 1.5)
Eles haviam no entanto, apesar dessa
admoestação, negligenciado a importância do
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7. coração puro, santificado, da consciência
formada e dirigida pelo Espírito Santo segundo a
Palavra, e do exercício de uma fé genuína, que nos
leva não somente a confiar no Senhor e na Sua
Palavra, mas a obedecê-los, e na falta disso, não
poderiam viver e andar no amor, porque ele não
pode existir na falta destas coisas necessárias.
E o que dizer então do proceder carnal e
mundano que é tão comum de ser visto em
crentes em nossos dias? Como podem ser
santificados e voltarem ao primeiro amor, sem
um andar segundo a verdade? Éfeso não era
mundana e ainda assim foi repreendida por não
possuir a verdadeira santidade.
Então não é somente por não sermos carnais e
mundanos que nos tornamos recomendáveis a
Deus, mas por um viver realmente santificado.
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