O documento discute a longanimidade de Deus para com os pecadores. Afirma que Cristo se humilhou para redimir a humanidade e deu a oportunidade de arrependimento a todos. Ainda assim, Deus não é indiferente ao pecado e julgará a todos no Dia Final, embora os justificados pela fé não sejam condenados.
2. 2
Foi por uma infinita condescendência e
absoluta longanimidade que nosso Senhor Jesus
Cristo se esvaziou de sua glória divina, e de todo
o poder que exercia desde antes da fundação do
mundo, como regente e juiz de todo o universo,
para que pudesse não somente efetuar a nossa
redenção, como também reconciliar-nos com
Deus tornando-nos seus filhos e herdeiros
amados para todo o sempre, sem qualquer risco
de perder tal condição bendita.
Para este propósito, ele se humilhou e tomou a
forma de servo, e colocou-se em seu ministério
terreno exclusivamente na condição de um
Cordeiro que estava pronto a ser oferecido em
sacrifício por nós, e em tal humildade, declarou
várias vezes que nesta sua missão a ninguém
estava julgando e condenando, pelo exercício da
autoridade que possuía em sua natureza divina,
e à qual havia deixado de lado provisoriamente
até que consumasse o trabalho de redenção
morrendo por nós na cruz.
Assim, a ninguém amaldiçoou, ou condenou ao
inferno, e nem mesmo julgou os adúlteros e
ladrões na forma da aplicação da Lei de Moisés,
mas deu-lhes como a todos os demais
pecadores, a oportunidade e tempo para o
3. 3
arrependimento, e por conseguinte, lograssem
alcançar a salvação por meio da fé nEle.
Ainda hoje, mesmo quando se encontra no
pleno exercício da sua glória, autoridade e
poder, entronizado à destra do Pai, como Juiz de
vivos e de mortos, muito ainda é visto da Sua
grande longanimidade para com os pecadores
nesta dispensação da graça que há de durar até
a Sua volta.
É por causa desta extensão do Seu ministério de
salvar e não de condenar, que é realizado através
da Igreja, que muitas iniquidades praticadas no
mundo são relevadas, não para isenção de
julgamento, mas adiadas para efeito de serem
finalmente julgadas no Dia do Juízo Final,
quando todos terão que prestar contas de seus
atos no Tribunal de Cristo.
Mas aqueles que são justificados pela graça
mediante a fé em Jesus, não terão mais a Deus
como um juiz togado para condená-los, mas
como um Pai de amor que perdoou todas as suas
ofensas por tê-las cravado na cruz, quando Jesus
morreu em nosso lugar.
Agora, por termos a certeza da segurança da
nossa salvação, poderíamos abusar do amor e da
longanimidade de Deus?
4. 4
De modo nenhum!
Como diz o apóstolo Paulo:
4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida.
5 Porque, se fomos unidos com ele na
semelhança da sua morte, certamente, o
seremos também na semelhança da sua
ressurreição,
6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o
nosso velho homem, para que o corpo do pecado
seja destruído, e não sirvamos o pecado como
escravos;
7 porquanto quem morreu está justificado do
pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que
também com ele viveremos,
9 sabedores de que, havendo Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a
morte já não tem domínio sobre ele.
5. 5
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para
sempre morreu para o pecado; mas, quanto a
viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus.
12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, de maneira que obedeçais às suas
paixões;
13 nem ofereçais cada um os membros do seu
corpo ao pecado, como instrumentos de
iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como
ressurretos dentre os mortos, e os vossos
membros, a Deus, como instrumentos de
justiça.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós;
pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos
debaixo da lei, e sim da graça? De modo
nenhum!
16 Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis
como servos para obediência, desse mesmo a
quem obedeceis sois servos, seja do pecado para
a morte ou da obediência para a justiça?
6. 6
17 Mas graças a Deus porque, outrora, escravos
do pecado, contudo, viestes a obedecer de
coração à forma de doutrina a que fostes
entregues;
18 e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos
servos da justiça. (Romanos 6.4-18)
Deus é longânimo porque é amor, e o amor
cobre multidão de pecados, mas devemos
lembrar sempre que em sua capacidade de
suportar variadas ofensas por muito tempo, ele
nunca é indiferente aos nossos pecados, e
portanto, disciplinará os seus filhos, e sujeitará
à condenação eterna aqueles que resistem à Sua
vontade.
De Deus não se zomba, e tudo o que o homem
plantar é isso que ele colherá.
E cada um deve dar contas de si mesmo a Deus.