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Livro Terceiro: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
8.1 – Estado natural
8.2 – Marcha do progresso
8.3 – Povos degenerados
8.4 – Civilização
8.5 – Progresso da legislação humana
8.6 – Influência do Espiritismo sobre o progresso
Referências
Slide:
3.8 - Lei do Progresso.pptx (slideshare.net)
2
8.1 – Estado natural
776 – O estado natural e a lei natural são a mesma coisa?
Não, o estado natural é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o
estado natural, enquanto que a lei natural contribui para o progresso da
Humanidade.
Allan Kardec:
O estado natural é a infância da Humanidade e o ponto de partida de seu
desenvolvimento intelectual e moral. O homem, sendo perfectível, e
carregando em si o germe de seu aperfeiçoamento, não está destinado a
viver perpetuamente no estado natural, como não está destinado a viver
perpetuamente na infância. O estado natural é transitório e o homem
liberta-se pelo progresso e pela civilização. A lei natural, ao contrário,
rege a Humanidade inteira, e o homem se aperfeiçoa à medida que
compreende melhor e pratica melhor essa lei.
Comentários:
Vamos diferenciar o que a doutrina espírita chama de
- Estado natural – É o estado primitivo da civilização humana. É a infância da
humanidade. É o ponto de partida dos Espíritos no seu desenvolvimento moral
e intelectual. A partir do momento que o princípio espiritual inicia a sua
trajetória, sua caminhada evolutiva, nas primeiras reencarnações como
Espírito ainda está no seu estado de natureza (ou natural). Na sua condição
mais primitiva, inicial para que possa a partir daí começar o processo evolutivo
no reino hominal.
- Lei natural – A Lei Natural é a lei divina, a lei de Deus. É a lei natural que
rege toda a humanidade e todo o Universo. É perfeita, pois é uma lei de Deus
que impulsiona todas as criaturas ao progresso. A Lei natural é uma só, mais
foi didaticamente dividida em dez leis morais para que possamos melhor
compreendê-la. Ela nos conduz ao progresso e à perfeição.
Estado de natureza é o ambiente em que vivem os primitivos, de modo que o progresso é
tão lento que não dá para perceber o seu impulso, enquanto as leis naturais são perfeitas
e imutáveis, por serem feitas pela Perfeição. (Miramez)
O estado de natureza é o princípio, o ponto de partida da civilização, ao passo que a lei
natural compartilha firmemente com o progresso, em todas as suas direções de
crescimento espiritual. O estado de natureza é o abrir dos olhos da humanidade, porém,
esta, tendo de progredir, deixa o estado primitivo e avança, com alegria, em direção ao que
lhe possa abrir a mente para a verdadeira felicidade. (Miramez)
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
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777 – No estado natural, o homem, tendo menos necessidades, não tem
todas as atribulações que ele cria para si num estado mais avançado.
Que pensar da opinião daqueles que olham esse estado como aquele da
mais perfeita felicidade sobre a Terra?
Que queres! É a felicidade do bruto e há pessoas que não compreendem
outra. É ser feliz à maneira dos animais. As crianças também são mais felizes
que os adultos.
Comentários:
A felicidade dos brutos, sem responsabilidade, sem adiantamentos, sem
tribulações, sem esforço é também sem progresso.
Essa felicidade não é a destinação real e verdadeira de todos nós.
As crianças não podem viver eternamente na condição de crianças. Elas
enfrentam desafios ao aprendizado necessário para que possam se tornar
adultos corretos, responsáveis e felizes.
E assim somos nós. No estado de natureza estamos na infância da nossa
evolução espiritual dentro do reino hominal.
Não vamos querer permanecer lá eternamente em decorrência das nossas
necessidades que são menores com menos tribulações. É como se
estivéssemos querendo fugir dos desafios que nos são necessários em todo
o processo de aprimoramento e de crescimento.
Não é fugindo, mas enfrentando, lutando e superando as dificuldades e os
desafios que vamos crescer e alcançar a felicidade verdadeira.
778 – O homem pode retrogradar até o estado natural?
Não, o homem deve progredir sem cessar e não pode retornar ao estado de
infância. Se ele progride é porque Deus quer assim. Pensar que ele pode
retroceder à sua condição primitiva, seria negar a lei do progresso.
Comentários:
Nós não regredimos. Tudo aquilo que nós já adquirimos em conhecimento, em
evolução, em progresso e maturidade é conquista do nosso Espírito. Nós
caminhamos sempre para a frente. Não temos como regredir.
Muitas pessoas têm dúvidas quanto a esse aspecto quando, por exemplo, nós
ouvimos que determinados Espíritos serão exilados para planetas mais
inferiores, menos evoluídos. Não seria um retrocesso?
4
Ao reencarnar em um planeta inferior, nós enquanto Espíritos imortais não
estaríamos regredindo. Todas as conquistas morais e intelectuais seguem
conosco para qualquer lugar, para qualquer mundo que iremos habitar.
Os Espíritos que estão sendo recambiados para mundo inferiores estarão
levando consigo todos os seus avanços obtidos. Não permanecerão mais aqui
para não entravar o processo evolutivo do planeta Terra, pois não estão
condizentes com o seu nível evolutivo. Eles terão a oportunidade de ajudar os
povos desses planetas a crescer e evoluir.
Não perdemos aquilo que conquistamos no decorrer das nossas experiências
reencarnatórias, mesmo que diante das condições do novo corpo não
tenhamos condições de externar todas as nossas potencialidades, todo o
nosso conhecimento.
Nós podemos estagnar, mas jamais retrogradar. E se ficarmos, por nosso livre
arbítrio, muito tempo estagnados, Deus nos concede, através do sofrimento,
meios para que possamos avançar.
Ex: Jesus – Espírito perfeito que encarnou na Terra (mundo de expiações e
provas) e não regrediu por estar em um planeta inferior. Pelo contrário, trouxe
toda a perfeição dEle para nos ajudar no nosso processo de crescimento
espiritual.
Aqueles que hoje estão em estado de angelitude não receberam esse estado de felicidade
por um simples arrependimento ou toque da mão divina, mas, na esteira do tempo e pelo
esforço próprio, na aquisição das qualidades espirituais que dormiam, na cidade da
consciência. (Miramez)
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8.2 – Marcha do progresso
779 – O homem possui em si a força de progredir ou o progresso não é
senão o produto de um ensinamento?
O homem se desenvolve, ele mesmo, naturalmente. Mas nem todos progridem
ao mesmo tempo e da mesma forma; é então que os mais avançados ajudam
o progresso dos outros, pelo contato social.
Comentários:
A força do progresso decorre naturalmente do homem e foi plantada por Deus
em nossos corações.
De alguma forma já temos a lei de Deus implantada em nós. E aqui
desmembramos a Lei Divina em dez, então são as dez leis interligadas
implantadas em nosso íntimo.
E assim, o homem desenvolve por si mesmo, porém nem todos progridem ao
mesmo tempo e da mesma forma, pois dois Espíritos criados ao mesmo tempo
podem atingir progresso completamente distinto.
Considerando que temos o nosso livre-arbítrio vamos agir diante das situações
da vida de formas diferentes. Além disso, o contato com outros Espíritos mais
adiantados é algo presente em nossas vidas auxiliando-nos a evoluir e
crescer.
Todos nós somos diariamente estimulados a progredir por outras pessoas. O
contato social é importante e nos auxilia a acelerar o nosso progresso.
Embora tenhamos em nós mesmos a força para progredir, o contato social, o
contato com o outro, auxilia, fortalece e acelera a marcha do progresso.
780 – O progresso moral segue sempre o progresso intelectual?
É sua consequência, todavia, não o segue sempre imediatamente. (192-365)
780.a) Como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral?
Fazendo compreender o bem e o mal: o homem, então, pode escolher. O
desenvolvimento do livre-arbítrio segue o desenvolvimento da inteligência e
aumenta a responsabilidade dos atos.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
6
780.b) Como ocorre, então, que os povos mais esclarecidos sejam,
frequentemente, os mais pervertidos?
O progresso completo é o objetivo, mas os povos, como os indivíduos, não o
alcançam senão passo a passo. Até que o senso moral se tenha neles
desenvolvido, eles podem mesmo se servir de sua inteligência para fazer o
mal. O moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão
com o tempo. (365-751)
Comentários:
Essa questão nos esclarece como o progresso moral vai decorrer do
progresso intelectual.
O progresso intelectual vem primeiro, pois à medida que o homem vai criando
necessidades, vai trabalhando a sua inteligência para atender suas
necessidades.
À medida que vai atendendo as necessidades, vai surgindo outras
necessidades, criando falsas necessidades favorecendo o desenvolvimento
do egoísmo e do orgulho fazendo com que a humanidade cresça muito no
aspecto intelectual, mantendo a moralidade baixa.
O homem amplia as suas necessidades buscando alcançar a sua felicidade.
É uma busca da felicidade na matéria, fato que o intelecto cresce, mas a
moralidade, não.
E assim, nunca alcança a felicidade, pois esta não está na conquista material,
mas no mundo espiritual.
Em função da busca exacerbada que nunca faz chegar a felicidade o homem
começa a experimentar a dor, abrindo caminhos para repensar suas atitudes,
suas ideias, suas emoções e começa a perceber que tudo aquilo que buscava
não alimenta sua alma, seu Espírito. A partir daí passa a perceber que precisa
buscar a felicidade nas coisas da alma, na espiritualização de si mesmo.
Nesse momento começa a se moralizar, mas primeiro veio o progresso
intelectual.
Essas duas forças se equilibram só com o tempo.
Por isso há povos muito intelectualizados, mas pouco moralizado fazendo até
mesmo o mal.
A humanidade está muito intelectualizada, mas pouco moralizada.
204 –A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão-somente com o progresso moral,
sem os valores intelectivos?
O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição
infinita.
7
No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral
e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do
mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso,
sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a
parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição
das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o
núcleo mais importante das energias evolutivas. (O Consolador)
Tela das asas:
É mais comum e mais fácil crescermos em intelectualidade. A moralidade
cresce mais lentamente.
Nós ainda temos qualidades morais defeituosas, por isso precisamos agir
sempre com o perdão porque assim como nós vemos o problema moral do
outro, em algum momento nós também vamos expressar a nossa
imperfeição moral. Dessa forma, assim como vejo a imperfeição do outro e
vou perdoá-lo, em algum momento também precisarei do perdão do outro,
diante das minhas imperfeições.
Ao percebermos que somos todos imperfeitos, que todos estamos em uma
jornada de aperfeiçoamento, nós somos os mesmos. Aquilo que me
incomoda no outro, provavelmente é aquilo que eu mais preciso aperfeiçoar.
Aquilo que mais incomoda, geralmente, é o que o meu subconsciente me
aponta que eu preciso melhorar.
É o amor e a instrução. É o sentimento e o intelecto.
São as duas asas: a razão (aprimoramento do intelecto, o conhecimento
dominando todas as áreas do conhecimento humano) e a emoção (amor da
forma que Jesus nos ensinou).
Muito trabalho pela frente para chegarmos à plenitude.
Três atitudes:
- Perceber – identificar os erros/vícios
- Assumir os erros/vícios
- Corrigir os erros/vícios (orai e vigiai – Mt 26:41)
* Em relação ao próximo (Q.886 – LE):
- Benevolência para com todos
- Indulgência (compaixão/misericórdia) para com as imperfeições alheias
- Perdão das ofensas
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"Espíritas: amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo". (O Espírito de
Verdade, em Paris, 1960 - cap. VI, item 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo).
O progresso moral nem sempre acompanha o progresso intelectual. É no sentido de
promover a elevação moral que a Doutrina dos Espíritos veio, com o objetivo de educar e
instruir. Instruir é bem mais fácil do que educar; a educação trata de harmonizar os
sentimentos que são, a princípio, animalizados e somente o tempo, os problemas, as dores,
os variados infortúnios, têm o poder de mostrar para a alma a necessidade de se modificar,
ganhando, com os infindáveis esforços, as qualidades morais que o Evangelho indica para
nos salvar de todas as agressões do mal.
A instrução sempre vem primeiro, porque traz em si aberturas onde a vaidade e o orgulho
se aninham e crescem. Ela nos dá uma satisfação, embora passageira, no entanto,
sentimo-nos bem com isso. Daí decorre o nosso grande interesse para nos instruirmos,
sobretudo para desfrutarmos dos bens transitórios da vida. Aquele que sabe mais, se
encontra sempre na direção.
É muito bom saber, todavia, quando esse saber é disciplinado pelo amor, é bem melhor e
capaz de nos elevar para a libertação espiritual. O homem que somente se instrui, sem se
interessar pela moral, está correndo perigo, visto poder acontecer em seus caminhos
desastres morais. As paixões inferiores passam a comandar seu destino, e os olhos perdem
a visão das leis naturais, dos direitos alheios, e até aonde podem chegar com os seus
próprios direitos. Quem somente se instrui, não se interessa em ajudar aos semelhantes, a
não ser para mostrar que é bom e caridoso, buscando sempre motivos de ganhar mais,
com a vaidade que se veste de muitas roupagens.
O progresso deve atingir todas as qualidades morais e espirituais e, certamente, o físico.
Ele é Deus avançando, não para Ele mesmo, mas para que sejam despertados os dons da
intimidade das criaturas.
(Miramez – Vol. XVI, Capítulo 15, Questão 780)
781 – É dado ao homem o poder de deter a marcha do progresso?
Não, mas o de o entravar algumas vezes.
781.a) Que pensar dos homens que tentam deter a marcha do progresso
e de fazer a Humanidade retrogradar?
Pobres seres que Deus castigará. Eles serão transportados pelas torrentes
que querem deter.
Allan Kardec:
O progresso, sendo uma condição da natureza humana, não está ao
alcance de ninguém a ele se opor. É uma força viva que as más leis
podem retardar, mas não sufocar. Quando essas leis se lhe tornam
incompatíveis, ele as afasta com todos aqueles que tentam mantê-las, e
9
assim o será até que o homem tenha colocado suas leis em
conformidade com a justiça divina, que quer o bem para todos, e não leis
feitas para o forte, em prejuízo do fraco.
Comentários:
A marcha do progresso sendo uma lei divina se sobrepõe à nossa vontade
Ninguém detém a marcha do progresso. Deus fez tudo perfeito, sem nada
faltar. São leis imutáveis, não há como impedi-la.
Podemos até dificultar a caminhada, o progresso, retardando o
desenvolvimento, mas detê-lo é impossível.
Nós com as nossas atitudes estamos submetidos à lei de causa e efeito.
Então as pessoas, os Espíritos que tentam deter a marcha do progresso, que
tentam prejudicar o progresso estão cometendo um ato contrário às leis de
Deus e não apenas um ato que prejudique a si mesmo, mas prejudica o
próximo vão responder pelos malefícios, pelos prejuízos que trouxerem à
humanidade.
Não há uma única atitude positiva que não tenha uma consequência benéfica
e não há uma única atitude negativa que não tenha como consequência uma
dor, um sofrimento.
Portanto, esses Espíritos (encarnados e desencarnados) serão
responsabilizados perante o Pai em decorrência dessas suas escolhas
infelizes.
O progresso é força de Deus na intimidade das criaturas. Tudo cresce pela lei que
determina o despertamento de qualidades espirituais, por vontade de Deus. Homem algum
pode ou tem poder de entravar o progresso, pois ele é um gênio de mil possibilidades, que
age em todas as direções da vida. A própria Terra, com o passar dos tempos, vai ficando
cada vez mais purificada, o ar mais leve, as águas mais sutis, os animais, as plantas com
expressões mais adiantadas, e o homem é o que mais progride, o que mais assimila o
progresso. (Miramez)
782 – Não há homens que entravam o progresso de boa-fé, crendo
favorecê-lo porque o veem sob seu ponto de vista e, frequentemente,
onde ele não está?
Pequena pedra colocada sob a roda de uma grande viatura e que não a
impede de avançar.
Comentários:
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Pode haver aquelas pessoas que entravam o progresso de boa-fé, não por
maldade, não querendo prejudicar os seus irmãos, mas muitas vezes, em
decorrência da ignorância em que se encontram.
Exemplo: Comunidades mais afastadas da civilização que desejam manter os
seus costumes, manter a sua comunidade na forma em que se encontram
para que aquelas pessoas não se apropriem do estilo de vida, da forma de
pensar da civilização. Então como eles vivem bem e acreditam que aquela é
a melhor maneira de se viver, tentam de boa-fé dificultar o progresso. Porém
a Espiritualidade nos esclarece que aquilo que está na lei vai acontecer.
Nós tão pequenos, tão imperfeitos não podemos e não temos competência
para colocar empecilhos para impedir a lei do progresso.
Não apenas uma comunidade, mas se a humanidade inteira se opusesse de
alguma forma ou tentasse impedir que o progresso se realizasse, ele assim
ainda se realizaria.
Essas pessoas são como pequeninas pedras que não impede o avanço.
No momento certo eles também vão despertar. Vão perceber a necessidade
da caminhada, do progresso, do desenvolvimento.
Vão perceber que o progresso traz muitas coisas boas. O progresso pode
estimular o egoísmo, o orgulho, a vaidade, mas vai também abranger o
progresso moral.
Através do avanço da tecnologia e da ciência iremos pouco a pouco buscando
o avanço do nosso amor, da fraternidade e da caridade que deve pautar todos
os povos.
783 – O aperfeiçoamento da Humanidade segue sempre uma marcha
progressiva e lenta?
Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. Mas quando
um povo não avança muito depressa, Deus lhe suscita, de tempos em tempos,
um abalo físico ou moral, que o transforma.
Allan Kardec:
O homem não pode ficar, perpetuamente, na ignorância, porque deve
atingir o fim marcado pela Providência: ele se esclarece pela força das
coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram
pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente,
estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está
mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações.
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O homem não percebe, frequentemente, nessas comoções, senão a
desordem e a confusão momentâneas que o atingem nos seus interesses
materiais. Aquele que eleva seu pensamento acima da personalidade,
admira os desígnios da Providência, que do mal faz surgir o bem. A
tempestade e a agitação saneiam a atmosfera depois de a ter perturbado.
Comentários:
Existe o aperfeiçoamento natural e progressivo, estendido a toda a criação de
Deus. Ele é lento, para que o homem possa participar na sua evolução e de
tudo que o cerca.
A parte que nos toca a nós seres humanos deve ser acionada por nós mesmos
buscando avançar mais rápido através dos conhecimentos que já possuímos,
porém o bom senso deve prevalecer naqueles corações que já começam a
compreender as verdades.
A ciência já nos fornece conhecimentos básicos das transformações naturais
que se operam na matéria, sem que a mão do homem possa interferir. Esse é
o progresso natural da vida, que vem de Deus pelos canais do tempo. O
homem pode ajudar ou apressar esse progresso, e deve fazê-lo quando o
objetivo é para o bem da humanidade.
Os homens avançam de forma acelerada no progresso científico, no entanto,
o progresso moral transcorre de forma bem mais lenta. Para que haja
equilíbrio, é preciso que os dois se ajustem na mesma velocidade, para que
as forças se intercruzem no ritmo do amor e da verdade.
Quando estão fora do nível uma da outra, aparecem os flagelos, as
catástrofes, as pestes e a fome. O desequilíbrio se reflete na própria natureza
física, mostrando que uma força deve esperar pela outra, para a paz de todas
as criaturas.
No momento a humanidade está passando por um processo de transformação
de forma mais abrupta, pois quando o povo não progride tão depressa quanto
deveria Deus envia um abalo físico ou moral que o transforma.
Ex: a pandemia Covid19.
Nessa fase de transição pela qual estamos passando o progresso moral
precisa ser mais acelerado.
No primeiro momento quase não percebemos a desordem e a confusão
momentâneas que fere os nossos interesses materiais, mas aquele que se
eleva acima da própria personalidade consegue admirar os desígnios da
Providência que faz do mal sair o bem.
É o que precisamos fazer nesse momento: nos elevar acima de nós mesmos,
do nosso pensamento ainda tão pequeno e imperfeito.
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Precisamos ver além da confusão, da desordem, da dor e das perdas
momentâneas, pois o bem vai sair desse aparente mal que é a modificação
dos nossos corações, a moralização de cada um de nós.
No nosso coração vai vibrar mais amor e menos egoísmo e orgulho.
A marcha do progresso é sempre progressiva, mas pode ser lenta sem que
percebamos muitas coisas, como também, pode ser rápida, como estamos
vivenciando nos dias atuais.
784 – A perversidade do homem é bem grande e não parece marchar para
trás em lugar de avançar, pelo menos do ponto de vista moral?
Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que ele avança, visto que
compreende melhor o que é o mal, e que cada dia corrige os abusos. É preciso
o excesso do mal para fazer compreender a necessidade do bem e das
reformas.
Comentários:
Para aqueles menos atento há a aparência de que a humanidade recua ao
invés de avançar.
Porém se olharmos o conjunto perceberemos que a cada dia há uma pequena
melhora da humanidade.
A partir do momento que o homem se intelectualiza, compreende de forma
mais exata e precisa o que é o bem e o mal e pouco a pouco vai reprimindo,
excluindo os seus abusos.
Podemos verificar esses passos ao analisar as mudanças que houve nas
nossas leis. No passado as nossas legislações permitiam muitas
barbaridades. Hoje as legislações estão ampliando a sua humanidade. Estão
amparando e reduzindo cada vez mais a possibilidade de atitudes em
desconformidade com a lei de Deus.
Ex: a escravidão, a pena de morte.
É preciso que mal chegue ao excesso para compreender a necessidade do
bem e das reformas. Parece que o homem precisa chegar no fundo do poço
para que possa buscar sair dali, para que possa ter a consciência de que não
quer mais aquela realidade, aquele sofrimento, aquela dor que ele passa.
A partir daí passa a querer algo diferente que o faz mudar, transformar,
substituindo suas imperfeições por virtudes boas e de qualidade.
13
785 – Qual é o maior obstáculo ao progresso?
O orgulho e o egoísmo. Quero falar do progresso moral, porque o progresso
intelectual caminha sempre e, à primeira vista, parece dar a esses vícios um
redobramento de atividade, desenvolvendo a ambição e o amor das riquezas
que, a seu turno, excitam o homem às procuras que esclarecem seu Espírito.
É assim que tudo se tem no mundo moral como no mundo físico e que do mal
mesmo pode surgir o bem. Mas esse estado de coisas é breve e mudará, à
medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres dos bens
terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável.
(Vede Egoísmo, cap. XII).
Allan Kardec:
Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que,
todavia, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso
moral. Entre os povos civilizados, o primeiro recebe, neste século, todos
os incentivos desejáveis e, por isso, atingiu um grau desconhecido até
nossos dias. Falta ao segundo para que esteja no mesmo nível, todavia,
se se comparam os costumes sociais aos de alguns séculos atrás, seria
preciso ser cego para negar o Progresso. Por que, pois, a marcha
ascendente se deteria antes pelo moral que pela inteligência? Por que
nisso não haveria entre o século dezenove e o vigésimo quarto século
igual diferença que entre o décimo-quarto e décimo-nono? Duvidar seria
pretender que a Humanidade está no apogeu da perfeição, o que seria
absurdo, ou que ela não é perfectível moralmente, o que é desmentido
pela experiência.
Comentários:
A humanidade progride sempre, a todo momento, mas o orgulho e o egoísmo
são os maiores obstáculos ao progresso.
O progresso intelectual não caminha lado a lado com o progresso moral,
geralmente, vem primeiro, intensifica as atividades dos vícios orgulho e
egoísmo. Em um primeiro momento parece que o progresso moral não virá.
Porém à medida que vamos compreendendo o bem e o mal, vamos
compreendendo que o mundo material não é capaz de trazer a paz de espírito,
a felicidade, vamos começando a buscar outras coisas que fazem parte do
progresso do Espírito, do progresso moral.
Abraçando o desenvolvimento intelectual, com o tempo o homem passará a
sentir necessidade do aprimoramento espiritual, que lhe falta, no tocante à
felicidade, a qual todos aspiramos.
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Do mal surge o bem.
Ao fazer uma análise histórica da humanidade percebemos que houve tanto o
progresso intelectual, quanto o progresso moral e mesmo o progresso
intelectual sendo muito maior não devemos desconsiderar o progresso moral
adquirido durante toda a nossa caminhada evolutiva aqui no nosso planeta.
O argueiro e a trave no olho
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no
vosso olho? Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: — Deixa-me tirar um argueiro do teu
olho —, vós que tendes no vosso uma trave? Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho
e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (Mateus, 7:3
a 5.)
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 10, item 9.
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de
vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem
pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de
si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu se visse alguém
fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si
mesmo, os seus defeitos, tanto morais quanto físicos. Semelhante insensatez é
essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples
e indulgente. Caridade orgulhosa é um contrassenso, visto que esses dois sentimentos se
neutralizam um ao outro.
Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância
da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo
abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal
que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a
negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as
ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como
principal obstáculo ao progresso.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 10, item 10.
Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais
esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas como
pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos
males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas
consequências.
Um único meio se vos oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do
vosso proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação.
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A humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais
eficazes de se obter graça diante do Eterno. – Adolfo, bispo deArgel. (Marmande, 1862.)
ESE – Capítulo XVII, item 12.
MALEFÍCIOS DO EGOÍSMO
O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral
obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos
mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar
suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais
necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros.
Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse
monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas
as misérias do mundo terreno.
É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, item 11.
COMO DESTRUIR O EGOÍSMO
“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros
fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os
deveres do homem para com o próximo.
Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que
devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos.
Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência,
mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática
dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de
conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira
fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem
dissensões, mas tão somente união, concórdia e benevolência mútua.
Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, item 4.
16
8.3 – Povos degenerados
786 – A História nos mostra uma multidão de povos que, depois dos
abalos que os agitaram, caíram na barbárie; onde está, nesse caso, o
progresso?
Quando tua casa ameaça ruir, tu a derrubas para a reconstruir de maneira
mais sólida e mais cômoda; mas até que ela esteja reconstruída, há
perturbação e confusão em tua residência.
Compreende ainda isto: eras pobre e habitavas um casebre, porém, tornando-
te rico o trocaste para habitar um palácio. Então, um pobre diabo, como tu o
eras, vem tomar teu lugar no casebre e está muito contente, porque antes
disso não tinha abrigo. Pois bem! Aprende, pois, que os Espíritos que estão
encarnados nesse povo degenerado não são aqueles que o compuseram ao
tempo do seu esplendor. Os de então, que avançaram, foram para habitações
mais perfeitas e progrediram, enquanto que outros menos avançados
tomaram seu lugar, que, a seu turno, trocarão.
Comentários:
Civilizações floresceram e desapareceram:
- Catástrofes naturais
- Guerras e invasões
- Culturas dominadas, assimiladas por seus invasores
- Sem motivos aparente
Exemplos de civilizações atuais: civilização ocidental, civilização oriental,
civilização islâmica.
A Espiritualidade nos faz a comparação com o casebre para melhor
compreendermos o que acontece com os povos que aparentemente se
degeneraram.
Os Espíritos que vem habitar no futuro aquele povo que aparenta degenerado
não são os mesmos Espíritos de antes dos abalos.
A Espiritualidade sempre nos reafirma que estamos em constante progresso.
Os Espíritos que fazem parte de um determinado povo, à medida que vem um
abalo, à medida que eles progridem não precisam retornarem naquele povo
novamente. Eles vão continuar o processo evolutivo, mas em outros povos ou
em outros mundos, pois os mundos são sempre solidários entre si.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
17
As gerações futuras daquele povo que sofreu o abalo serão constituídas pela
reencarnação de novos Espíritos, mais imperfeitos, menos evoluídos.
Aqueles que vivenciaram e passaram pelos abalos, cresceram, progrediram e
seguiram para outros corpos.
Espíritos mais imperfeitos vão renascer naquele povo e como são menos
evoluídos, há a impressão de que acabam caindo na barbárie, mas é que
ainda são bárbaros apresentando assim o seu nível evolutivo, refletindo o que
realmente eles são.
Não houve regressão, não houve diminuição do progresso.
No exemplo, as habitações são os corpos físicos que as reencarnações nos
proporcionam. A riqueza seria o aperfeiçoamento intelectual e moral; o palácio
seria corpos mais perfeitos, outras civilizações, outros mundos, outras
realidade; o casebre é o corpo atual que servirá de abrigo para Espíritos mais
imperfeitos.
O "Livro dos Espíritos" nos afirma que não há regressão. Assim, naqueles povos a quem
chamamos degenerados, a regressão está apenas na forma, e não no Espírito.
Tomemos como exemplo o caso dos dois continentes submergidos, Lemúria e Atlântida:
eram duas civilizações altamente intelectualizadas, em relação aos povos de então; quando
da súbita invasão das águas, muitos escaparam de diversas maneiras, visto que a
catástrofe já era prevista.
Vários sobreviventes alcançaram as Terras do Oriente e outros vieram ter ao continente
americano, inclusive onde, bem mais tarde, viria a ser o Brasil e onde se reuniram em tribos.
Ainda hoje, a semelhança entre os indígenas sul-americanos e os povos asiáticos e
orientais é evidente.
Os Espíritos remanescentes dos continentes desaparecidos, terminando sua programação
terrena, regressaram à sua pátria quase todos ao mesmo tempo, usando as asas da
verdade, deixando sua herança física para os Espíritos primitivos que viriam a ocupar este
continente.
Não houve degeneração física ou espiritual, mas apenas a substituição de Espíritos mais
evoluídos por outros mais ou menos primitivos, que vieram ocupar corpos mais
aperfeiçoados.
Os que ficaram porque ainda não haviam atingido a conveniente evolução espiritual,
ficaram mais tempo e deixaram sinais evidentes da sua estada na Terra. A história nos
mostra os seus feitos, obras de pedra mas que mostram certa luz de desenvolvimento
intelectual e mesmo moral da sua civilização. A Indochina e o Egito foram herdeiros desses
valores inesquecíveis dos povos expatriados dos seus mundos de luz. A eles agradecemos
o muito que aprendemos pelas suas heranças valiosas.
Alguns ficaram por amor à Terra e deixaram muitas marcas indeléveis nas pedras, a servir
de lições para os homens do futuro. Mesmo assim, alguns ignoram suas heranças.
(Miramez)
Livro – Na cortina do tempo – Edgard Armond
18
Os Exilados de Capela – Edgard Armond
787 – Não há raças que, por sua natureza, são rebeldes ao progresso?
Sim, mas estas se aniquilam, cada dia, corporalmente.
787.a) Qual será a sorte futura das almas que animam essas raças?
Elas atingirão, como todas as outras, a perfeição, passando por outras
existências: Deus não deserda a ninguém.
787.b) Assim, os homens mais civilizados foram selvagens e
antropófagos?
Tu mesmo o foste, mais de uma vez, antes de seres o que és.
Comentários:
O progresso se faz presente para todos os povos, para todas as criaturas.
Mesmo esses povos que em um primeiro momento apresentam rebeldes ao
progresso irão pouco a pouco cedendo lugar às raças mais evoluídas.
Os Espíritos que inicialmente habitavam esses povos rebeldes ao progresso
irão através das inúmeras experiências reencarnatórias caminharem para a
perfeição. Todos nós seremos Espíritos puros, perfeitos.
A Espiritualidade diz a Kardec que ele mesmo já esteve em um povo selvagem
e antropófago e ali no momento da codificação agora é uma pessoa com nova
visão de mundo, mais evoluída. E assim, todos nós também já passamos por
essa fase.
Isso é maravilhoso!
Nos mostra o quão perfeitos seremos, pois nascemos para a felicidade.
Deus não abandona nenhum dos seus filhos. Pode demorar para que
cheguemos a esse estágio de perfeição, mas chegaremos lá.
Nós somos seres espirituais. Esse mundo que habitamos hoje não é o nosso
mundo. O mundo real é o mundo espiritual.
788 – Os povos são individualidades coletivas que, como os indivíduos,
passam pela infância, idade madura e decrepitude; essa verdade,
constatada pela História, não pode fazer pensar que os povos mais
19
avançados deste século terão seu declínio e seu fim, como os da
antiguidade?
Os povos que não vivem senão a vida do corpo, aqueles cuja grandeza não
está fundada senão sobre a força e a extensão territorial, nascem, crescem e
morrem, porque a força de um povo se esgota como a de um homem. Aqueles
cujas leis egoísticas discordam do progresso das luzes e da caridade, morrem
porque a luz mata as trevas e a caridade mata o egoísmo. Mas há para os
povos, como para os indivíduos, a vida da alma. Aqueles, cujas leis se
harmonizam com as leis eternas do Criador, viverão e serão a luz dos outros
povos.
Comentários:
Esses povos que vivem baseados na força, na extensão territorial, nas leis
egoísticas irão em um determinado momento se extinguir. Para eles haverá a
decrepitude e a extinção.
Para aqueles que se harmonizam com as leis eternas do criador, que
vivenciam o Evangelho permanecerão. Servirão de farol para outros povos,
mostrando para todos nós que o progresso e o amor devem vigorar em todo o
Universo.
Aquilo que não está em conformidade com as leis divinas irá se alterar, irá
acabar.
789 – O progresso reunirá um dia todos os povos da Terra em uma só
nação?
Não em uma só nação, isso é impossível, porque da diversidade dos climas
nascem os costumes e as necessidades diferentes que constituem as
nacionalidades. Por isso, lhes serão necessárias sempre leis apropriadas a
esses costumes e a essas necessidades. Mas a caridade não conhece
diferenças de latitudes e não faz distinção dos homens pela cor. Quando a lei
de Deus for, por toda a parte, a base da lei humana, os povos praticarão a
caridade de um para outro, como os indivíduos de homem para homem. Então,
eles viverão felizes e em paz, porque ninguém procurará fazer injustiça para
seu vizinho, nem viver às suas custas.
Comentários:
Com o progresso, o planeta Terra não vai formar uma única nação.
As diferenças são necessárias, pois as nações têm climas diferentes, tem
costumes diferentes.
20
As nações, as organizações devem ter leis apropriadas para aquelas
situações peculiares de cada lugar.
Não há como estabelecermos as mesmas regras para locai diferentes, com
características, com clima e com cultura diferentes.
Contudo, a caridade desconhece latitudes.
No futuro todos os povos serão irmãos.
Todos os povos se basearão na fraternidade que deve unir as pessoas. De
forma que cada país, cada povo vai ajudar o seu irmão.
Embora os povos tenham as suas leis, as suas características, as suas
hierarquias.
Toda a humanidade será baseada na fraternidade e no amor.
Ex: Brasil possui uma grande extensão territorial, a mesma formação histórica
e as mesmas leis, porém, com grandes diferenças regionais, costumes
diferentes, culturas próprias.
Allan Kardec:
A Humanidade progride pelos indivíduos que se aperfeiçoam, pouco a
pouco, e se esclarecem. Então, quando estes se impõem pelo número,
tomam a frente e arrastam os outros. De tempos em tempos surgem,
entre eles, homens de gênio que dão um impulso, depois homens com
autoridade, instrumentos de Deus, que, em alguns anos, a fazem avançar
alguns séculos. O progresso dos povos faz, ainda, ressaltar a justiça da
reencarnação. Os homens de bem fazem louváveis esforços para fazer
avançar uma nação moral e intelectualmente e, seja assim, a nação
transformada será mais feliz, neste mundo como no outro. Mas durante
a sua marcha lenta através dos séculos, milhares de indivíduos morrem
a cada dia. Qual é a sorte de todos aqueles que sucumbem no trajeto?
Sua inferioridade relativa os priva da felicidade reservada aos que
chegam por último? Ou sua felicidade é relativa? A justiça divina não
consagraria uma tal injustiça. Pela pluralidade das existências, o direito
à felicidade é o mesmo para todos, porque ninguém está deserdado do
progresso. Aqueles que viveram ao tempo da barbárie, podendo retornar
ao tempo da civilização, no mesmo povo ou em um outro, resulta que
todos aproveitam a marcha ascendente. Mas o sistema da unidade das
existências apresenta aqui uma outra dificuldade. Por esse sistema, a
alma é criada no momento do nascimento e, portanto, se um homem é
mais avançado que um outro, é porque Deus criou, para ele, uma alma
mais avançada. Por que esse favor? Que mérito tem ele que não viveu
mais que um outro, menos que um outro, frequentemente, para estar
dotado de uma alma superior? Mas isso não a dificuldade principal. Uma
nação passa, em mil anos, da barbárie à civilização. Se os homens
21
vivessem mil anos, conceber-se-ia que nesse intervalo eles tivessem
tempo de progredir; mas todos os dias eles morrem, em todas as idades,
e se renovam sem cessar, de tal sorte que cada dia os vemos aparecerem
e desaparecerem. Ao cabo de mil anos, não há mais traços dos antigos
habitantes da nação que, de bárbara que era, tornou-se civilizada; o que
progrediu? Os indivíduos outrora bárbaros? Mas eles estão mortos há
muito tempo. Os recém-vindos? mas se sua alma é criada no momento
do seu nascimento, elas não existiam ao tempo da barbárie e é preciso,
então, admitir-se que os esforços que se fez para civilizar um povo têm
o poder, não de melhorar as almas imperfeitas, mas de fazer Deus criar
almas mais perfeitas.
Comparemos essa teoria do progresso com a dada pelos Espíritos. As
almas, chegadas ao tempo da civilização, têm sua infância como todas
as outras, mas já viveram, e chegaram avançadas, devido a um
progresso anterior. Elas vêm atraídas por um meio que lhes é simpático,
e que está em conformidade com seu estado atual. De sorte que, as
atenções dadas à civilização de um povo não têm por efeito fazer criar,
para o futuro, almas mais perfeitas, mas atrair aquelas que já
progrediram, seja aquelas que já viveram entre esse mesmo povo ao
tempo da barbárie, seja as que vêm de outra parte. Aqui, ainda, está a
chave do progresso da Humanidade inteira. Quando todos os povos
estiverem ao mesmo nível pelo sentimento do bem, a Terra não será
ponto de encontro senão de bons Espíritos, que viverão entre si em união
fraternal, e os maus, se encontrando repelidos e deslocados, irão
procurar, nos mundos inferiores, o meio que lhes convém, até que sejam
dignos de virem ao nosso meio, transformados. A teoria vulgar tem,
ainda, por consequência, que os trabalhos de aperfeiçoamento social
não aproveitam senão às gerações presentes e futuras; é nulo para as
gerações passadas, que cometeram o erro de vir muito cedo, e que se
tornam o que podem, carregadas que estão de seus atos de barbárie.
Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam
igualmente a essas gerações que viveram em condições melhores e
podem, assim, se aperfeiçoar ao abrigo da civilização. (222)
Comentários:
O progresso também decorre da presença de indivíduos que se melhoram, se
instruem, se adiantam e carregam consigo vários outros Espíritos porque eles
servem de modelo e de exemplo.
Nesse momento de transição a Terra tem recebido muitos Espíritos mais
evoluídos que vem reencarnando para crescer em número e tomar a dianteira
do nosso planeta fazendo com que a Terra evolua em uma velocidade maior
do que no passado.
22
Ninguém fica à margem do progresso. Todos irão progredir. Todos serão
perfeitos.
À medida que os Espíritos vão vivendo as experiências reencarnatórias, vão
se aprimorando, vão voltando muitas vezes na mesma civilização que já
estiveram presente no passado, mas agora numa outra condição podendo tirar
proveito da marcha ascensional que aconteceu junto àquele povo. A
pluralidade das existências é igual para todos. Ninguém ficará privado do
progresso.
Se nós considerarmos que só temos uma única existência fica difícil
compreender como acontece o progresso, pois a todo momento há Espíritos
nascendo, sendo criados e Espírito morrendo. Se os Espíritos que estão
nascendo, nascem simples e ignorantes, como podem chegar ao progresso?
Como a humanidade evolui, se está todo mundo começando do zero?
Se considerarmos que há Espíritos que nascem mais evoluídos que outros e
por isso a humanidade progride, teremos que considerar que Deus cria
Espíritos de forma desigual, de forma diferente. Onde estaria a perfeição e a
justiça divina?
A doutrina espírita nos mostra que nós somos criados iguais, simples e
ignorantes, passamos pelas experiências reencarnatórias, progredimos,
crescemos, voltamos a reencarnar trazendo conosco todo o conhecimento
adquirido.
Todos nós já vivemos nos tempos de barbárie, crescemos, evoluímos e
estamos aqui em uma condição melhor. Quando desencarnarmos, se tivermos
condição de permanecermos na Terra, vamos voltar lá na frente em gerações
ainda mais evoluída. Estamos sempre aproveitando o progresso que nós
mesmos contribuímos durante as nossas experiências reencarnatórias
mostrando que nada se perde.
Todas as transformações para o bem serão aproveitadas por todos nós.
Fazemos parte da história de um povo por diversas vezes e em diversas
situações.
23
8.4 – Civilização
790 – A civilização é um progresso ou, segundo alguns filósofos, uma
decadência da Humanidade?
Progresso incompleto. O homem não passa subitamente da infância à idade
madura.
790.a) É racional condenar a civilização?
Condenai antes aqueles que abusam dela, e não a obra de Deus.
Comentários:
A civilização não é uma decadência da humanidade e nem está em
decadência, mas é um progresso em fase de desenvolvimento.
A civilização promove o desenvolvimento intelectual, mas se não estiver junto
o desenvolvimento do progresso moral, ainda não chegamos à perfeição.
Tudo tem o seu tempo, por isso a Espiritualidade nos diz que o homem não
passa subitamente da infância à madureza.
Com o conhecimento que já temos através dos esclarecimentos que a doutrina
Espírita nos traz não conseguimos agir corretamente. Erramos todos os dias,
várias vezes ao dia. Não conseguimos agir corretamente com a lei de Deus.
Para sair dessa infância espiritual não precisamos apenas do conhecimento,
mas que o nosso coração, as nossas emoções reflitam o conhecimento que já
temos. Esse processo não é rápido como gostaríamos. É necessário esforço,
perseverança, é uma luta diária.
A civilização não se faz num salto, não ocorre instantaneamente.
Evolução é passo a passo, milímetro a milímetro, segundo a segundo, tanto a
matéria quanto o Espírito.
Ex: redução dos pelos do corpo; dente do siso; movimento das placas
tectônicas; aprender a perdoar; aprender a amar.
791 – A civilização se depurará, um dia, de maneira a fazer desaparecer
os males que ela tenha produzido?
Sim, quando o moral estiver tão desenvolvido quanto a inteligência. O fruto
não pode vir antes da flor.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
24
Comentários:
Tudo vem a seu tempo. Primeiro vem o entendimento, a ideia, o intelecto que
é a flor. Em seguida vem a prática, a experiência, a vivência real daquilo que
nós aprendemos é o fruto. Então vem a posterior.
Em determinado momento, a civilização vai se depurar, quando o
desenvolvimento moral estiver condizente com o desenvolvimento intelectual.
Quando houver equilíbrio entre essas duas facetas do progresso o mal não
será produzido pela civilização.
792 – Por que a civilização não realiza, imediatamente, todo o bem que
ela poderia produzir?
Porque os homens não estão ainda prontos, nem dispostos a obter esse bem.
792.a) Não seria também porque, criando novas necessidades, ela
superexcita paixões novas?
Sim, e porque todas as faculdades do Espírito não progridem ao mesmo
tempo. É preciso tempo para tudo. Não podeis esperar frutos perfeitos de uma
civilização incompleta. (751-780)
Comentários:
Tudo tem o seu tempo e a sua hora.
Os homens ainda não alcançaram a maturidade, o entendimento necessários
para receber todo o bem que a civilização poderia produzir.
Nós só crescemos, só buscamos o bem quando entendemos o porquê de
fazermos isso.
O bem decorre da melhor compreensão acerca do bem e do mal, do melhor
entendimento que nós temos acerca das leis divinas.
A civilização no seu início não tem essa compreensão plena. Só vai adquirindo
à medida que vai aprimorando o desenvolvimento intelectual com
consequências para o desenvolvimento moral.
Lembremos que Jesus nos ensinou por parábolas. Não estávamos prontos
para recebermos os ensinamentos de forma clara e nem todos os
ensinamentos
793 – Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?
25
Vós a reconhecereis no desenvolvimento moral. Acreditais estar bem
avançados porque tendes feito grandes descobertas e invenções
maravilhosas, e estais melhor alojados e melhor vestidos que os selvagens.
Todavia, não tereis, verdadeiramente, o direito de vos dizer civilizados senão
quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e
puderdes viver, entre vós, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até lá,
não sois senão povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase
da civilização.
Allan Kardec:
A civilização tem seus graus, como todas as coisas. Uma civilização
incompleta é um estado de transição que engendra males especiais,
desconhecidos no estado primitivo. Ela, porém, não se constitui menos
em um progresso natural, necessário, que traz em si o remédio ao mal
que faz. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos
males que engendrou e esses males desaparecerão com o progresso
moral.
De dois povos chegados ao cume da escala social, só poderá dizer-se o
mais civilizado, na verdadeira acepção do termo, aquele em que se
encontre menos egoísmo, menos cupidez e menos orgulho; onde os
hábitos sejam mais intelectuais e morais que materiais; onde a
inteligência possa se desenvolver com mais liberdade; onde haja mais
bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde os
preconceitos de casta e de nascimento estejam menos enraizados,
porque esses preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao
próximo; onde as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as
mesmas para o último, como para o primeiro; onde a justiça se exerça
com menos parcialidade; onde o fraco encontre sempre apoio contra o
forte; onde a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam melhor
respeitadas, onde haja menos infelizes e, enfim, onde todos os homens
de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário.
Comentários:
Ainda estamos longe da civilização completa.
Temos a intelectualidade, mas ainda temos muitos vícios que desonram a
humanidade e que não permitem que vivamos como irmãos.
Quando a verdadeira caridade se fizer presente entre nós com todas essas
características colocadas por Kardec em seu comentário nós estaremos com
uma civilização completa.
Estamos a caminho dessa civilização, apesar de ainda nos encontrarmos bem
distantes.
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A partir do momento que conhecemos a doutrina espírita temos a oportunidade
de caminharmos mais rapidamente. Ela nos trouxe a luz da verdade, da justiça
divina. Temos condições de trabalhar mais as nossas dificuldades, os nossos
vícios permitindo que as virtudes cresçam, principalmente, o amor.
27
8.5 – Progresso da legislação humana
794 – A sociedade poderia ser regida somente pelas leis naturais, sem o
concurso das leis humanas?
Ela o poderia se os homens as compreendessem bem, e seriam suficientes
se houvesse vontade de as praticar. Mas a sociedade tem suas exigências, e
precisa de leis particulares.
Comentários:
O Espírito primitivo não tem condições de assimilar as leis naturais, nem de
compreendê-las na sua profundidade. Quando os agrupamentos das pessoas
são muito atrasados, são movidos quase que totalmente pelos instintos. Com
o passar do tempo, o progresso os prepara para criar uma legislação, de
acordo com seu conhecimento, passando essas almas a entender que
somente o progresso pode levá-las para melhores dias. Através dos séculos
vão reformulando as suas leis e chegando cada vez mais perto das leis
naturais.
As leis divinas por serem perfeitas são suficientes para reger a sociedade.
As leis humanas são condizentes com o grau de evolução da humanidade. À
medida que vamos evoluindo vamos ajustando as nossas leis e pouco a pouco
vão se aproximando das leis naturais até um dia serem iguais.
Quando chegar esse momento a humanidade já terá evoluído e já se encontra
numa condição de Espíritos perfeitos.
Enquanto a perfeição não chega as leis humanas serão sempre inferiores às
leis naturais.
Se compreendêssemos as leis naturais poderíamos praticá-las e apenas elas
bastariam. Não precisaríamos das leis humanas, mas diante do nosso estágio
evolutivo ainda precisamos delas. A lei de Deus é a lei maior, a lei perfeita que
rege o Universo.
795 – Qual é a causa da instabilidade das leis humanas?
Nos tempos de barbárie, são os mais fortes que fazem as leis, e as fazem para
eles. Foi preciso modificá-las, à medida que os homens compreenderam
melhor a justiça. As leis humanas são mais estáveis, à medida que se
aproximam da verdadeira justiça, quer dizer, à medida que elas são feitas para
todos e se identificam com a lei natural.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
28
Allan Kardec:
A civilização criou, para o homem, novas necessidades, e essas
necessidades estão relacionadas com a posição social em que se
colocou. Há que se regrar os direitos e os deveres dessa posição pelas
leis humanas. Mas sob a influência de suas paixões, frequentemente,
eles criam direitos e deveres imaginários que condenam a lei natural e
que os povos apagam de seus códigos, à medida que progridem. A lei
natural é imutável e a mesma para todos; a lei humana é variável e
progressiva. Só ela pôde consagrar, na infância das sociedades, o direito
do mais forte.
Comentários:
Quanto mais próximo está o homem do princípio da formação da sociedade
em que vive, menos tempo duram as suas leis, que são feitas pelos mais
fortes, visando unicamente os seus interesses pessoais. Quanto mais cresce
a humanidade espiritualmente, mais as suas leis visam à coletividade.
As leis humanas são instáveis porque a humanidade é imperfeita. Elas
refletem a humanidade que as produziram.
No tempo da barbárie os mais fortes faziam as leis que os beneficiavam.
Ainda há muitas leis que prestigiam uns em detrimento de outros.
As nossas leis ainda não buscam a verdadeira justiça como a lei natural nos
mostra que é possível.
A justiça real e verdadeira não se faz presente diante da imperfeição humana
que vê a justiça de forma deturpada.
À medida que vamos nos despindo das paixões inferiores vamos conseguindo
identificar melhor o bem e o mal, o justo e o injusto, aquilo que mais se afina
com a lei natural. Por isso a instabilidade das leis vai reduzindo conforme o
homem se depura.
- Sociedade primitiva – Leis com pouca duração
- Sociedade mais avançada – Leis duráveis
796 – A severidade das leis penais não é uma necessidade, no estado
atual da sociedade?
Uma sociedade depravada tem, certamente, necessidade de leis mais
severas. Infelizmente, essas leis se interessam mais em punir o mal, quando
29
já feito, do que secar a fonte do mal. Não há senão a educação para reformar
os homens. Então, eles não terão mais necessidade de leis tão rigorosas.
Comentários:
Algumas pessoas deixam de cometer determinadas atitudes não porque em
seu interior acham aquilo errado, mas porque elas têm receio das penas, das
sanções que poderão advir daquela atitude.
O desejo está ali latente, mas o ato foi cerceado em função de uma lei mais
severa.
O que vemos ainda em nossa sociedade pessoas com posturas extremamente
bárbaras, criminosas, sem caridade, sem amor, reflete uma sociedade ainda
imperfeita e distanciada de Deus, portanto, precisamos de leis penais mais
severas.
Na nossa sociedade mundial, mesmo havendo leis severas, o homem fere as
leis, comete crimes. Sem essas leis viveríamos em constante destruição, o
caos, um matando o outro, um prejudicando o outro.
Só a educação, no momento certo, é que vai mudar essa realidade porque
muda a fonte e assim o mal não ocorre.
A educação só tem condições de cumprir a sua finalidade quando estivermos
maduros o suficiente para o entendimento.
Quando a humanidade evoluir moralmente não necessitará de leis tão
rigorosas, pois as pessoas não irão praticar atitudes tão contrárias às leis de
Deus.
À medida que a humanidade progride há a ampliação da compreensão do bem
e do mal, do senso de entendimento, de moralidade, de respeito, de caridade,
de fraternidade e amor. Com isso a sociedade num todo, melhora, sendo
desnecessária essas leis tão rigorosas.
797 – Como o homem poderia ser levado a reformar suas leis?
Isso vem naturalmente pela força das coisas e a influência das pessoas de
bem que o conduzem no caminho do progresso. Ele já reformou muitas e
reformará outras. Espera!
Comentários:
A reformulação das leis humanas vai ocorrendo de forma gradativa, num
processo natural, conforme a maturidade da humanidade.
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Vai ocorrendo tanto pela força das coisas quanto pela influência de pessoas
(encarnadas e desencarnadas) com mais experiência, com mais
conhecimento, com mais entendimento. O mundo material e o mundo
espiritual estão em constante intercâmbio.
Quando chega a hora da reforma, do avançar no processo evolutivo da
humanidade há a influência também do mundo espiritual, pois o progresso não
é algo que acontece sem a participação do mundo espiritual. A Espiritualidade
Superior faz parte das responsabilidades e das grandes decisões que
envolvem o processo de mudança.
Já progredimos muito no que se refere às nossas leis e há muito o que avançar
não de forma brusca, mas de forma natural e espontânea. É só compararmos
as leis do passado com as atuais.
31
8.6 – Influência do espiritismo sobre o progresso
Doutrina Espírita – Terceira revelação
Pilares do Espiritismo:
1) A existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo.
2) A pluralidade dos mundos: a Terra não é o único planeta habitado nesse universo.
Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus habitantes devido a sua
sutileza.
3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos apenas esse
tempo desde o nascimento até o desenlace
4) A pluralidade das existências (reencarnação): Quase uma consequência do ponto
anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse mundo e também em outros
sempre com o objetivo de evoluir através de experiências na matéria.
5) Comunicabilidade dos Espíritos: a mediunidade é uma característica que permite
com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados.
6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo, biológico e espiritual da
Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se aperfeiçoam.
Com base nesses pilares, acrescidos do evangelho de Jesus e toda a moral que ele
contém, temos a formação da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec.
O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita compreende os princípios Filosófico,
Científico e Religioso.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.
Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os
espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que fluem dessas
mesmas relações.
Podemos defini-lo assim:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem
como de suas relações com o mundo corporal.
O Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia com consequências
morais. A religiosidade da doutrina espírita está nas consequências morais.
LIVRO TERCEIRO: Leis Morais
Capítulo VIII: Lei do Progresso
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798 – O Espiritismo tornar-se-á uma crença popular ou ficará
circunscrito a algumas pessoas?
Certamente, ele se tornará uma crença popular, e marcará uma nova era na
história da Humanidade, porque está na Natureza e é chegado o tempo em
que deve tomar lugar entre os conhecimentos humanos. Entretanto, terá
grandes lutas a sustentar, mais ainda contra o interesse que contra a
convicção, porque não é preciso dissimular que há gente interessada em
combatê-lo, uns por amor-próprio, outros por causas inteiramente materiais.
Mas os contraditores, achando-se mais e mais isolados, serão forçados a
pensar como todo o mundo, sob pena de se tornarem ridículos.
Allan Kardec:
As ideias não se transformam senão com o tempo, e jamais subitamente.
Elas se enfraquecem de geração a geração e acabam por desaparecer,
pouco a pouco, com aqueles que as professaram, e que são substituídos
por outros indivíduos, imbuídos de novos princípios, como ocorre com
as ideias políticas. Vede o paganismo; não há, hoje, certamente, pessoas
que professem as ideias religiosas dos tempos pagãos. Entretanto,
vários séculos depois do advento do Cristianismo, elas deixaram traços
que só a completa renovação das raças pôde apagar. Ocorrerá o mesmo
com Espiritismo; ele fez muito progresso, mas haverá ainda, durante
duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo
dissipará. Todavia, sua marcha será mais rápida que a do Cristianismo,
pois é o próprio Cristianismo que lhe abre os caminhos e sobre o qual
ele se apoia. O Cristianismo tinha o que destruir; o Espiritismo só tem
que edificar. (*)1
Comentários:
Gênese – Capítulo 18 – São chegados os tempos.
Nem todas as pessoas se tornarão espíritas. As religiões, os credos vão
continuar a existir, mas as verdades da doutrina espírita serão reforçadas pela
ciência de forma que as outras religiões não terão como deixar de utilizar
essas verdades dentro das suas crenças. Elas terão que se ajustar às
verdades que a própria ciência mostrará.
Por exemplo, os fiéis católicos continuarão católicos, mas aceitarão como
verdades situações como, por exemplo, a evolução, a imortalidade da alma, a
reencarnação. Continuarão seguindo os seus credos com os ajustes
necessários para estarem de acordo com a ciência.
1
- Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro.
33
Aquelas religiões que não quiserem aceitar o que a ciência diz, pouco a pouco
irão desaparecer porque não estarão em conformidade com as verdades.
A humanidade evoluindo não aceita aquilo que não for comprovado pela
ciência.
Os princípios da doutrina irão de alguma forma se espalhar por todos os
credos. Isso fará com que a fraternidade e a união entre os povos sejam reais
e verdadeiras.
Precisaremos ainda de um tempo para acabar com a incredulidade que hoje
existe no que se refere à doutrina Espírita.
799 – De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso?
Destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens
compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não
estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele
pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de
seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que
deve uni-los como irmãos.
Comentários:
A doutrina Espírita nos traz uma outra forma de ver a vida.
A partir do momento que a doutrina espírita chega, ela nos mostra a cada um
que é possível chegar na condição de Jesus e que Ele não nos pede que
saiamos daqui Espíritos sublimados, mas que possamos praticar e vivenciar
um pouco mais a lei de amor em nossas vidas e assim possamos galgar
alguns degraus na evolução e pouco a pouco vamos nos ascender para Deus
e para o amor.
A partir do momento que sabemos acerca da imortalidade da alma, que
descobrimos que somos Espíritos eternos e que somos os autores da nossa
felicidade ou da nossa imperfeição não podemos mais ser as mesmas
pessoas. Não conseguimos ser as mesmas pessoas.
Depois que nós conhecemos a doutrina espírita temos duas opções:
continuamos com ela e vamos aos poucos orando e vigiando e procurando
fazer a reforma íntima ou nós a abandonamos, pois por mais que nos deixa o
livre arbítrio ela nos estimula a consciência. A quem muito é dado, muito será
cobrado.
A nossa consciência fala mais forte a cada momento.
34
A doutrina espírita nos traz as verdades que antes se encontravam cobertas
com um véu. Ela nos liberta da ignorância, portanto, nos auxilia no progresso
moral.
800 – Não é para temer que o Espiritismo não possa triunfar da
negligência dos homens e de seu apego às coisas materiais?
Seria conhecer bem pouco os homens se se pensasse que uma causa
qualquer pode transformá-los como por encantamento. As ideias se modificam
pouco a pouco segundo os indivíduos, e é preciso gerações para apagar
completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação não pode, pois,
se operar senão com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. A cada geração,
uma parte do véu se dissipa; o Espiritismo veio rasgá-lo completamente. Mas
até lá, mesmo que só tivesse o efeito de corrigir um homem, de um só dos
seus defeitos, e seria um passo que lhe teria feito dar, e por isso mesmo um
grande bem, porque esse primeiro passo lhe tornaria outros mais fáceis.
Comentários:
Nós todos temos a necessidade de aprender gradualmente.
Como gostaríamos de acelerar o processo evolutivo!
De triunfar sobre o mal, sobre as imperfeições que existem em nosso íntimo!
Vencer o apego às coisas materiais.
Tudo muda de forma gradual. A natureza não dá saltos e nós também não
daremos.
As nossas ideias irão se modificar, mas de forma gradual, conforme formos
evoluindo, conforme formos adquirindo entendimento e pouco a pouco os
vestígios dos velhos hábitos vão sendo substituídos pelo homem novo.
As mudanças virão, mas não conseguimos acompanhar uma vez que a nossa
existência física é curta. É pouco tempo para muito progresso.
Podemos nos esforçar para que o progresso caminhe mais rápido. Podemos
lutar para que saiamos dessa existência física com o máximo de evolução
possível.
Não sairemos como Espírito purificado, angélico, mas podemos tentar sair
daqui como Espírito bom.
Temos constante auxílio dos Espíritos. Emmanuel, André Luiz, Bezerra de
Menezes
Espíritos mais elevados se reencarnam para impulsionar o progresso. Ex:
Chico Xavier, Bezerra de Menezes
35
Ex: Paulo de Tarso (difusor do cristianismo na Ásia Menor e na Europa)
A partir do momento que conhecemos verdadeiramente o Pai, nós nos
modificamos.
É possível evoluirmos o máximo que pudermos. Chegar na condição de
Espírito imperfeito e sair na condição de Espírito bom.
O que estamos fazendo?
Muitas vezes não toleramos quem convive conosco. Agimos com ingratidão.
Não perdoamos.
Cabe a nós fazermos aquilo que nos compete.
É nosso papel difundir os princípios da doutrina espírita. Não forçar, mas
esclarecer. Há pessoas que tem receio (medo ou vergonha) em dizer que é
espírita.
801 – Por que os Espíritos não ensinaram em todos os tempos o que
ensinam hoje?
Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos, e não dais para um
recém-nascido um alimento que ele não possa digerir; cada coisa em seu
tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou
desnaturaram, mas que podem compreender atualmente. Por seus
ensinamentos, mesmo incompletos, prepararam o terreno para receber a
semente que vai frutificar hoje.
Comentários:
Em todos os tempos os Espíritos do Senhor ensinaram aos homens o que
deveriam ensinar, mas obedecendo à gradatividade da escala espiritual a que
pertenciam.
Claro que os Espíritos não ensinaram aos homens do passado o que ensinam
hoje, porque eles não estavam preparados para receber a verdade que pode
ser dita nos momentos atuais. Os benfeitores ainda têm muita coisa a dizer
para os seres humanos, bastando que o amadurecimento dê ordem para tal
aprendizado.
O progresso é gradual. Por mais que queiramos aprender tudo, não
conseguimos e muito menos colocar em prática.
36
Hoje sabemos bem mais que no passado e tão pouco praticamos.
O que adiantaria os Espíritos nos trazerem todas as verdades se não estamos
preparados para receber?
Não conseguiríamos absorver e nem compreender coisas que estão muito
além da nossa capacidade intelectual.
Vamos primeiro tentar praticar o que já sabemos. Quando conseguirmos
praticar tudo o que os Espíritos já nos trouxeram e nos ensinarem estaremos
aptos para aprender um pouco mais.
802 – Visto que o Espiritismo deve marcar um progresso na Humanidade,
por que os Espíritos não aceleram esse progresso com manifestações
tão gerais e tão patentes que a convicção será levada aos mais
incrédulos?
Quereríeis milagres; mas Deus os espalha a mancheias sob vossos passos, e
tendes ainda homens que o renegam. O próprio Cristo convenceu seus
contemporâneos pelos prodígios que realizou? Não vedes hoje homens
negarem os fatos mais patentes que se passam sob seus olhos? Não tendes
os que dizem que não acreditariam mesmo que vissem? Não, não é por
prodígios que Deus quer reconduzir os homens; em sua bondade, quer deixar-
lhes o mérito de se convencerem pela razão.
Comentários:
A doutrina Espírita inicia através dos fenômenos das mesas girantes presente
em todas as partes do mundo.
Em todas as partes do planeta aconteciam os fenômenos das mesas girantes,
os fenômenos mediúnicos, inclusive os de efeitos físicos e mesmo assim
muitos não acreditaram. Muitos viam como mistificação, magnetismo ou
armação. Muitos não acreditaram que ali houvesse uma força de inteligência
desencarnada, de um Espírito que pensasse e que estivesse ali se
comunicando trazendo mensagens do plano espiritual.
Não será pelos fenômenos que a humanidade vai acreditar e progredir, mas
essencialmente pela razão.
Quando a razão está presente através do bom senso, da lógica, das
explicações, do entendimento, da compreensão os fenômenos são
desnecessários.
Muitos que estudam a doutrina espírita nunca presenciou nenhum fenômeno
mediúnico, mas nem por isso deixam de acreditar.
37
A doutrina com os seus princípios é tão lógica que o nosso raciocínio concorda
com o que aprende e percebe que não pode ser de outra forma. Nos mostra
que Deus é justo em tudo o que faz, nos menores detalhes.
O que convence são as explicações lógicas, o entendimento e não o
fenômeno.
O próprio Cristo não conseguiu convencer os seus contemporâneos através
dos diversos prodígios que Ele operou.
Não adianta buscar os fenômenos, mas a razão e o entendimento, aliado à
reforma moral.
Conclusão:
O homem tem em si a semente do seu aperfeiçoamento, procurando naturalmente
libertar-se do seu estado primitivo pelo progresso. A civilização vai ajudado o homem
gradativamente progredir alcançando um dia a perfeição e a felicidade. Os mais
avançados vão ajudando os que estão na retaguarda e assim todos vão progredindo.
O progresso completo é meta de todos nós porque quando alcançarmos essa meta
seremos Espíritos perfeitos com a perfeição relativa, pois a perfeição absoluta só Deus
a possui.
Esse progresso acontece através das várias experiências reencarnatórias que pouco a
pouco, de forma gradual e paulatina vamos nos livrando dos nossos vícios e das
nossas imperfeições e nos aproximando da nossa destinação.
O progresso sendo uma lei divina, ninguém pode se opor a ele. Nós podemos torná-
lo mais lento, entravando-o por um tempo, mas não eternamente.
A civilização ainda é um progresso incompleto porque reflete a condição da
humanidade em uma época, por isso que as leis humanas são instáveis.
Quanto mais a criatura se aproxima da verdadeira justiça, mais as suas leis vão se
tornando estáveis.
Quando o homem alcança o verdadeiro progresso nem precisa de lei escrita porque
está tudo na sua consciência.
O homem cumpre as leis de Deus não porque ele é obrigado, mas porque ele assim
entende como correto.
A doutrina espírita vem ajudar o homem nesse progresso, pois ela destrói o
materialismo e contribui para o progresso do homem fazendo-o compreender melhor
a sua existência, a sua destinação, ajuda a se livrar dos velhos hábitos, se renovando
e se aproximando de Deus.
38
REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed.
Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras –
SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1983.
MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem
em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.
SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União,
1987.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
Espírito Emmanuel.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018.
Pelo Espírito André Luiz.
39
XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed.
Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed.
Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB,
2018. Pelo Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
https://www.bibliaonline.com.br/
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html
https://super.abril.com.br/historia/os-bastidores-do-livro-dos-espiritos/
https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos
https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI-
OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111
https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq
UnZ
https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/
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Lei do Progresso: Estado Natural e Evolução Espiritual

  • 1. 1 Livro Terceiro: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso 8.1 – Estado natural 8.2 – Marcha do progresso 8.3 – Povos degenerados 8.4 – Civilização 8.5 – Progresso da legislação humana 8.6 – Influência do Espiritismo sobre o progresso Referências Slide: 3.8 - Lei do Progresso.pptx (slideshare.net)
  • 2. 2 8.1 – Estado natural 776 – O estado natural e a lei natural são a mesma coisa? Não, o estado natural é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado natural, enquanto que a lei natural contribui para o progresso da Humanidade. Allan Kardec: O estado natural é a infância da Humanidade e o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral. O homem, sendo perfectível, e carregando em si o germe de seu aperfeiçoamento, não está destinado a viver perpetuamente no estado natural, como não está destinado a viver perpetuamente na infância. O estado natural é transitório e o homem liberta-se pelo progresso e pela civilização. A lei natural, ao contrário, rege a Humanidade inteira, e o homem se aperfeiçoa à medida que compreende melhor e pratica melhor essa lei. Comentários: Vamos diferenciar o que a doutrina espírita chama de - Estado natural – É o estado primitivo da civilização humana. É a infância da humanidade. É o ponto de partida dos Espíritos no seu desenvolvimento moral e intelectual. A partir do momento que o princípio espiritual inicia a sua trajetória, sua caminhada evolutiva, nas primeiras reencarnações como Espírito ainda está no seu estado de natureza (ou natural). Na sua condição mais primitiva, inicial para que possa a partir daí começar o processo evolutivo no reino hominal. - Lei natural – A Lei Natural é a lei divina, a lei de Deus. É a lei natural que rege toda a humanidade e todo o Universo. É perfeita, pois é uma lei de Deus que impulsiona todas as criaturas ao progresso. A Lei natural é uma só, mais foi didaticamente dividida em dez leis morais para que possamos melhor compreendê-la. Ela nos conduz ao progresso e à perfeição. Estado de natureza é o ambiente em que vivem os primitivos, de modo que o progresso é tão lento que não dá para perceber o seu impulso, enquanto as leis naturais são perfeitas e imutáveis, por serem feitas pela Perfeição. (Miramez) O estado de natureza é o princípio, o ponto de partida da civilização, ao passo que a lei natural compartilha firmemente com o progresso, em todas as suas direções de crescimento espiritual. O estado de natureza é o abrir dos olhos da humanidade, porém, esta, tendo de progredir, deixa o estado primitivo e avança, com alegria, em direção ao que lhe possa abrir a mente para a verdadeira felicidade. (Miramez) LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 3. 3 777 – No estado natural, o homem, tendo menos necessidades, não tem todas as atribulações que ele cria para si num estado mais avançado. Que pensar da opinião daqueles que olham esse estado como aquele da mais perfeita felicidade sobre a Terra? Que queres! É a felicidade do bruto e há pessoas que não compreendem outra. É ser feliz à maneira dos animais. As crianças também são mais felizes que os adultos. Comentários: A felicidade dos brutos, sem responsabilidade, sem adiantamentos, sem tribulações, sem esforço é também sem progresso. Essa felicidade não é a destinação real e verdadeira de todos nós. As crianças não podem viver eternamente na condição de crianças. Elas enfrentam desafios ao aprendizado necessário para que possam se tornar adultos corretos, responsáveis e felizes. E assim somos nós. No estado de natureza estamos na infância da nossa evolução espiritual dentro do reino hominal. Não vamos querer permanecer lá eternamente em decorrência das nossas necessidades que são menores com menos tribulações. É como se estivéssemos querendo fugir dos desafios que nos são necessários em todo o processo de aprimoramento e de crescimento. Não é fugindo, mas enfrentando, lutando e superando as dificuldades e os desafios que vamos crescer e alcançar a felicidade verdadeira. 778 – O homem pode retrogradar até o estado natural? Não, o homem deve progredir sem cessar e não pode retornar ao estado de infância. Se ele progride é porque Deus quer assim. Pensar que ele pode retroceder à sua condição primitiva, seria negar a lei do progresso. Comentários: Nós não regredimos. Tudo aquilo que nós já adquirimos em conhecimento, em evolução, em progresso e maturidade é conquista do nosso Espírito. Nós caminhamos sempre para a frente. Não temos como regredir. Muitas pessoas têm dúvidas quanto a esse aspecto quando, por exemplo, nós ouvimos que determinados Espíritos serão exilados para planetas mais inferiores, menos evoluídos. Não seria um retrocesso?
  • 4. 4 Ao reencarnar em um planeta inferior, nós enquanto Espíritos imortais não estaríamos regredindo. Todas as conquistas morais e intelectuais seguem conosco para qualquer lugar, para qualquer mundo que iremos habitar. Os Espíritos que estão sendo recambiados para mundo inferiores estarão levando consigo todos os seus avanços obtidos. Não permanecerão mais aqui para não entravar o processo evolutivo do planeta Terra, pois não estão condizentes com o seu nível evolutivo. Eles terão a oportunidade de ajudar os povos desses planetas a crescer e evoluir. Não perdemos aquilo que conquistamos no decorrer das nossas experiências reencarnatórias, mesmo que diante das condições do novo corpo não tenhamos condições de externar todas as nossas potencialidades, todo o nosso conhecimento. Nós podemos estagnar, mas jamais retrogradar. E se ficarmos, por nosso livre arbítrio, muito tempo estagnados, Deus nos concede, através do sofrimento, meios para que possamos avançar. Ex: Jesus – Espírito perfeito que encarnou na Terra (mundo de expiações e provas) e não regrediu por estar em um planeta inferior. Pelo contrário, trouxe toda a perfeição dEle para nos ajudar no nosso processo de crescimento espiritual. Aqueles que hoje estão em estado de angelitude não receberam esse estado de felicidade por um simples arrependimento ou toque da mão divina, mas, na esteira do tempo e pelo esforço próprio, na aquisição das qualidades espirituais que dormiam, na cidade da consciência. (Miramez)
  • 5. 5 8.2 – Marcha do progresso 779 – O homem possui em si a força de progredir ou o progresso não é senão o produto de um ensinamento? O homem se desenvolve, ele mesmo, naturalmente. Mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma; é então que os mais avançados ajudam o progresso dos outros, pelo contato social. Comentários: A força do progresso decorre naturalmente do homem e foi plantada por Deus em nossos corações. De alguma forma já temos a lei de Deus implantada em nós. E aqui desmembramos a Lei Divina em dez, então são as dez leis interligadas implantadas em nosso íntimo. E assim, o homem desenvolve por si mesmo, porém nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma, pois dois Espíritos criados ao mesmo tempo podem atingir progresso completamente distinto. Considerando que temos o nosso livre-arbítrio vamos agir diante das situações da vida de formas diferentes. Além disso, o contato com outros Espíritos mais adiantados é algo presente em nossas vidas auxiliando-nos a evoluir e crescer. Todos nós somos diariamente estimulados a progredir por outras pessoas. O contato social é importante e nos auxilia a acelerar o nosso progresso. Embora tenhamos em nós mesmos a força para progredir, o contato social, o contato com o outro, auxilia, fortalece e acelera a marcha do progresso. 780 – O progresso moral segue sempre o progresso intelectual? É sua consequência, todavia, não o segue sempre imediatamente. (192-365) 780.a) Como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral? Fazendo compreender o bem e o mal: o homem, então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio segue o desenvolvimento da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 6. 6 780.b) Como ocorre, então, que os povos mais esclarecidos sejam, frequentemente, os mais pervertidos? O progresso completo é o objetivo, mas os povos, como os indivíduos, não o alcançam senão passo a passo. Até que o senso moral se tenha neles desenvolvido, eles podem mesmo se servir de sua inteligência para fazer o mal. O moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo. (365-751) Comentários: Essa questão nos esclarece como o progresso moral vai decorrer do progresso intelectual. O progresso intelectual vem primeiro, pois à medida que o homem vai criando necessidades, vai trabalhando a sua inteligência para atender suas necessidades. À medida que vai atendendo as necessidades, vai surgindo outras necessidades, criando falsas necessidades favorecendo o desenvolvimento do egoísmo e do orgulho fazendo com que a humanidade cresça muito no aspecto intelectual, mantendo a moralidade baixa. O homem amplia as suas necessidades buscando alcançar a sua felicidade. É uma busca da felicidade na matéria, fato que o intelecto cresce, mas a moralidade, não. E assim, nunca alcança a felicidade, pois esta não está na conquista material, mas no mundo espiritual. Em função da busca exacerbada que nunca faz chegar a felicidade o homem começa a experimentar a dor, abrindo caminhos para repensar suas atitudes, suas ideias, suas emoções e começa a perceber que tudo aquilo que buscava não alimenta sua alma, seu Espírito. A partir daí passa a perceber que precisa buscar a felicidade nas coisas da alma, na espiritualização de si mesmo. Nesse momento começa a se moralizar, mas primeiro veio o progresso intelectual. Essas duas forças se equilibram só com o tempo. Por isso há povos muito intelectualizados, mas pouco moralizado fazendo até mesmo o mal. A humanidade está muito intelectualizada, mas pouco moralizada. 204 –A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão-somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos? O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita.
  • 7. 7 No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas. (O Consolador) Tela das asas: É mais comum e mais fácil crescermos em intelectualidade. A moralidade cresce mais lentamente. Nós ainda temos qualidades morais defeituosas, por isso precisamos agir sempre com o perdão porque assim como nós vemos o problema moral do outro, em algum momento nós também vamos expressar a nossa imperfeição moral. Dessa forma, assim como vejo a imperfeição do outro e vou perdoá-lo, em algum momento também precisarei do perdão do outro, diante das minhas imperfeições. Ao percebermos que somos todos imperfeitos, que todos estamos em uma jornada de aperfeiçoamento, nós somos os mesmos. Aquilo que me incomoda no outro, provavelmente é aquilo que eu mais preciso aperfeiçoar. Aquilo que mais incomoda, geralmente, é o que o meu subconsciente me aponta que eu preciso melhorar. É o amor e a instrução. É o sentimento e o intelecto. São as duas asas: a razão (aprimoramento do intelecto, o conhecimento dominando todas as áreas do conhecimento humano) e a emoção (amor da forma que Jesus nos ensinou). Muito trabalho pela frente para chegarmos à plenitude. Três atitudes: - Perceber – identificar os erros/vícios - Assumir os erros/vícios - Corrigir os erros/vícios (orai e vigiai – Mt 26:41) * Em relação ao próximo (Q.886 – LE): - Benevolência para com todos - Indulgência (compaixão/misericórdia) para com as imperfeições alheias - Perdão das ofensas
  • 8. 8 "Espíritas: amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo". (O Espírito de Verdade, em Paris, 1960 - cap. VI, item 5 do Evangelho Segundo o Espiritismo). O progresso moral nem sempre acompanha o progresso intelectual. É no sentido de promover a elevação moral que a Doutrina dos Espíritos veio, com o objetivo de educar e instruir. Instruir é bem mais fácil do que educar; a educação trata de harmonizar os sentimentos que são, a princípio, animalizados e somente o tempo, os problemas, as dores, os variados infortúnios, têm o poder de mostrar para a alma a necessidade de se modificar, ganhando, com os infindáveis esforços, as qualidades morais que o Evangelho indica para nos salvar de todas as agressões do mal. A instrução sempre vem primeiro, porque traz em si aberturas onde a vaidade e o orgulho se aninham e crescem. Ela nos dá uma satisfação, embora passageira, no entanto, sentimo-nos bem com isso. Daí decorre o nosso grande interesse para nos instruirmos, sobretudo para desfrutarmos dos bens transitórios da vida. Aquele que sabe mais, se encontra sempre na direção. É muito bom saber, todavia, quando esse saber é disciplinado pelo amor, é bem melhor e capaz de nos elevar para a libertação espiritual. O homem que somente se instrui, sem se interessar pela moral, está correndo perigo, visto poder acontecer em seus caminhos desastres morais. As paixões inferiores passam a comandar seu destino, e os olhos perdem a visão das leis naturais, dos direitos alheios, e até aonde podem chegar com os seus próprios direitos. Quem somente se instrui, não se interessa em ajudar aos semelhantes, a não ser para mostrar que é bom e caridoso, buscando sempre motivos de ganhar mais, com a vaidade que se veste de muitas roupagens. O progresso deve atingir todas as qualidades morais e espirituais e, certamente, o físico. Ele é Deus avançando, não para Ele mesmo, mas para que sejam despertados os dons da intimidade das criaturas. (Miramez – Vol. XVI, Capítulo 15, Questão 780) 781 – É dado ao homem o poder de deter a marcha do progresso? Não, mas o de o entravar algumas vezes. 781.a) Que pensar dos homens que tentam deter a marcha do progresso e de fazer a Humanidade retrogradar? Pobres seres que Deus castigará. Eles serão transportados pelas torrentes que querem deter. Allan Kardec: O progresso, sendo uma condição da natureza humana, não está ao alcance de ninguém a ele se opor. É uma força viva que as más leis podem retardar, mas não sufocar. Quando essas leis se lhe tornam incompatíveis, ele as afasta com todos aqueles que tentam mantê-las, e
  • 9. 9 assim o será até que o homem tenha colocado suas leis em conformidade com a justiça divina, que quer o bem para todos, e não leis feitas para o forte, em prejuízo do fraco. Comentários: A marcha do progresso sendo uma lei divina se sobrepõe à nossa vontade Ninguém detém a marcha do progresso. Deus fez tudo perfeito, sem nada faltar. São leis imutáveis, não há como impedi-la. Podemos até dificultar a caminhada, o progresso, retardando o desenvolvimento, mas detê-lo é impossível. Nós com as nossas atitudes estamos submetidos à lei de causa e efeito. Então as pessoas, os Espíritos que tentam deter a marcha do progresso, que tentam prejudicar o progresso estão cometendo um ato contrário às leis de Deus e não apenas um ato que prejudique a si mesmo, mas prejudica o próximo vão responder pelos malefícios, pelos prejuízos que trouxerem à humanidade. Não há uma única atitude positiva que não tenha uma consequência benéfica e não há uma única atitude negativa que não tenha como consequência uma dor, um sofrimento. Portanto, esses Espíritos (encarnados e desencarnados) serão responsabilizados perante o Pai em decorrência dessas suas escolhas infelizes. O progresso é força de Deus na intimidade das criaturas. Tudo cresce pela lei que determina o despertamento de qualidades espirituais, por vontade de Deus. Homem algum pode ou tem poder de entravar o progresso, pois ele é um gênio de mil possibilidades, que age em todas as direções da vida. A própria Terra, com o passar dos tempos, vai ficando cada vez mais purificada, o ar mais leve, as águas mais sutis, os animais, as plantas com expressões mais adiantadas, e o homem é o que mais progride, o que mais assimila o progresso. (Miramez) 782 – Não há homens que entravam o progresso de boa-fé, crendo favorecê-lo porque o veem sob seu ponto de vista e, frequentemente, onde ele não está? Pequena pedra colocada sob a roda de uma grande viatura e que não a impede de avançar. Comentários:
  • 10. 10 Pode haver aquelas pessoas que entravam o progresso de boa-fé, não por maldade, não querendo prejudicar os seus irmãos, mas muitas vezes, em decorrência da ignorância em que se encontram. Exemplo: Comunidades mais afastadas da civilização que desejam manter os seus costumes, manter a sua comunidade na forma em que se encontram para que aquelas pessoas não se apropriem do estilo de vida, da forma de pensar da civilização. Então como eles vivem bem e acreditam que aquela é a melhor maneira de se viver, tentam de boa-fé dificultar o progresso. Porém a Espiritualidade nos esclarece que aquilo que está na lei vai acontecer. Nós tão pequenos, tão imperfeitos não podemos e não temos competência para colocar empecilhos para impedir a lei do progresso. Não apenas uma comunidade, mas se a humanidade inteira se opusesse de alguma forma ou tentasse impedir que o progresso se realizasse, ele assim ainda se realizaria. Essas pessoas são como pequeninas pedras que não impede o avanço. No momento certo eles também vão despertar. Vão perceber a necessidade da caminhada, do progresso, do desenvolvimento. Vão perceber que o progresso traz muitas coisas boas. O progresso pode estimular o egoísmo, o orgulho, a vaidade, mas vai também abranger o progresso moral. Através do avanço da tecnologia e da ciência iremos pouco a pouco buscando o avanço do nosso amor, da fraternidade e da caridade que deve pautar todos os povos. 783 – O aperfeiçoamento da Humanidade segue sempre uma marcha progressiva e lenta? Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. Mas quando um povo não avança muito depressa, Deus lhe suscita, de tempos em tempos, um abalo físico ou moral, que o transforma. Allan Kardec: O homem não pode ficar, perpetuamente, na ignorância, porque deve atingir o fim marcado pela Providência: ele se esclarece pela força das coisas. As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas ideias e germinam durante os séculos; de repente, estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações.
  • 11. 11 O homem não percebe, frequentemente, nessas comoções, senão a desordem e a confusão momentâneas que o atingem nos seus interesses materiais. Aquele que eleva seu pensamento acima da personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz surgir o bem. A tempestade e a agitação saneiam a atmosfera depois de a ter perturbado. Comentários: Existe o aperfeiçoamento natural e progressivo, estendido a toda a criação de Deus. Ele é lento, para que o homem possa participar na sua evolução e de tudo que o cerca. A parte que nos toca a nós seres humanos deve ser acionada por nós mesmos buscando avançar mais rápido através dos conhecimentos que já possuímos, porém o bom senso deve prevalecer naqueles corações que já começam a compreender as verdades. A ciência já nos fornece conhecimentos básicos das transformações naturais que se operam na matéria, sem que a mão do homem possa interferir. Esse é o progresso natural da vida, que vem de Deus pelos canais do tempo. O homem pode ajudar ou apressar esse progresso, e deve fazê-lo quando o objetivo é para o bem da humanidade. Os homens avançam de forma acelerada no progresso científico, no entanto, o progresso moral transcorre de forma bem mais lenta. Para que haja equilíbrio, é preciso que os dois se ajustem na mesma velocidade, para que as forças se intercruzem no ritmo do amor e da verdade. Quando estão fora do nível uma da outra, aparecem os flagelos, as catástrofes, as pestes e a fome. O desequilíbrio se reflete na própria natureza física, mostrando que uma força deve esperar pela outra, para a paz de todas as criaturas. No momento a humanidade está passando por um processo de transformação de forma mais abrupta, pois quando o povo não progride tão depressa quanto deveria Deus envia um abalo físico ou moral que o transforma. Ex: a pandemia Covid19. Nessa fase de transição pela qual estamos passando o progresso moral precisa ser mais acelerado. No primeiro momento quase não percebemos a desordem e a confusão momentâneas que fere os nossos interesses materiais, mas aquele que se eleva acima da própria personalidade consegue admirar os desígnios da Providência que faz do mal sair o bem. É o que precisamos fazer nesse momento: nos elevar acima de nós mesmos, do nosso pensamento ainda tão pequeno e imperfeito.
  • 12. 12 Precisamos ver além da confusão, da desordem, da dor e das perdas momentâneas, pois o bem vai sair desse aparente mal que é a modificação dos nossos corações, a moralização de cada um de nós. No nosso coração vai vibrar mais amor e menos egoísmo e orgulho. A marcha do progresso é sempre progressiva, mas pode ser lenta sem que percebamos muitas coisas, como também, pode ser rápida, como estamos vivenciando nos dias atuais. 784 – A perversidade do homem é bem grande e não parece marchar para trás em lugar de avançar, pelo menos do ponto de vista moral? Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que ele avança, visto que compreende melhor o que é o mal, e que cada dia corrige os abusos. É preciso o excesso do mal para fazer compreender a necessidade do bem e das reformas. Comentários: Para aqueles menos atento há a aparência de que a humanidade recua ao invés de avançar. Porém se olharmos o conjunto perceberemos que a cada dia há uma pequena melhora da humanidade. A partir do momento que o homem se intelectualiza, compreende de forma mais exata e precisa o que é o bem e o mal e pouco a pouco vai reprimindo, excluindo os seus abusos. Podemos verificar esses passos ao analisar as mudanças que houve nas nossas leis. No passado as nossas legislações permitiam muitas barbaridades. Hoje as legislações estão ampliando a sua humanidade. Estão amparando e reduzindo cada vez mais a possibilidade de atitudes em desconformidade com a lei de Deus. Ex: a escravidão, a pena de morte. É preciso que mal chegue ao excesso para compreender a necessidade do bem e das reformas. Parece que o homem precisa chegar no fundo do poço para que possa buscar sair dali, para que possa ter a consciência de que não quer mais aquela realidade, aquele sofrimento, aquela dor que ele passa. A partir daí passa a querer algo diferente que o faz mudar, transformar, substituindo suas imperfeições por virtudes boas e de qualidade.
  • 13. 13 785 – Qual é o maior obstáculo ao progresso? O orgulho e o egoísmo. Quero falar do progresso moral, porque o progresso intelectual caminha sempre e, à primeira vista, parece dar a esses vícios um redobramento de atividade, desenvolvendo a ambição e o amor das riquezas que, a seu turno, excitam o homem às procuras que esclarecem seu Espírito. É assim que tudo se tem no mundo moral como no mundo físico e que do mal mesmo pode surgir o bem. Mas esse estado de coisas é breve e mudará, à medida que o homem compreenda melhor que há, fora dos prazeres dos bens terrenos, uma felicidade infinitamente maior e infinitamente mais durável. (Vede Egoísmo, cap. XII). Allan Kardec: Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral. Entre os povos civilizados, o primeiro recebe, neste século, todos os incentivos desejáveis e, por isso, atingiu um grau desconhecido até nossos dias. Falta ao segundo para que esteja no mesmo nível, todavia, se se comparam os costumes sociais aos de alguns séculos atrás, seria preciso ser cego para negar o Progresso. Por que, pois, a marcha ascendente se deteria antes pelo moral que pela inteligência? Por que nisso não haveria entre o século dezenove e o vigésimo quarto século igual diferença que entre o décimo-quarto e décimo-nono? Duvidar seria pretender que a Humanidade está no apogeu da perfeição, o que seria absurdo, ou que ela não é perfectível moralmente, o que é desmentido pela experiência. Comentários: A humanidade progride sempre, a todo momento, mas o orgulho e o egoísmo são os maiores obstáculos ao progresso. O progresso intelectual não caminha lado a lado com o progresso moral, geralmente, vem primeiro, intensifica as atividades dos vícios orgulho e egoísmo. Em um primeiro momento parece que o progresso moral não virá. Porém à medida que vamos compreendendo o bem e o mal, vamos compreendendo que o mundo material não é capaz de trazer a paz de espírito, a felicidade, vamos começando a buscar outras coisas que fazem parte do progresso do Espírito, do progresso moral. Abraçando o desenvolvimento intelectual, com o tempo o homem passará a sentir necessidade do aprimoramento espiritual, que lhe falta, no tocante à felicidade, a qual todos aspiramos.
  • 14. 14 Do mal surge o bem. Ao fazer uma análise histórica da humanidade percebemos que houve tanto o progresso intelectual, quanto o progresso moral e mesmo o progresso intelectual sendo muito maior não devemos desconsiderar o progresso moral adquirido durante toda a nossa caminhada evolutiva aqui no nosso planeta. O argueiro e a trave no olho Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: — Deixa-me tirar um argueiro do teu olho —, vós que tendes no vosso uma trave? Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (Mateus, 7:3 a 5.) Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 10, item 9. Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contrassenso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso. Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 10, item 10. Generaliza-se o mal-estar. A quem inculpar, senão a vós que incessantemente procurais esmagar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência; mas como pode a benevolência coexistir com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Aplicai-vos, portanto, em destruí-lo, se não lhe quiserdes perpetuar as funestas consequências. Um único meio se vos oferece para isso, mas infalível: tomardes para regra invariável do vosso proceder a lei do Cristo, lei que tendes repelido ou falseado em sua interpretação.
  • 15. 15 A humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno. – Adolfo, bispo deArgel. (Marmande, 1862.) ESE – Capítulo XVII, item 12. MALEFÍCIOS DO EGOÍSMO O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, item 11. COMO DESTRUIR O EGOÍSMO “Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas tão somente união, concórdia e benevolência mútua. Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XI, item 4.
  • 16. 16 8.3 – Povos degenerados 786 – A História nos mostra uma multidão de povos que, depois dos abalos que os agitaram, caíram na barbárie; onde está, nesse caso, o progresso? Quando tua casa ameaça ruir, tu a derrubas para a reconstruir de maneira mais sólida e mais cômoda; mas até que ela esteja reconstruída, há perturbação e confusão em tua residência. Compreende ainda isto: eras pobre e habitavas um casebre, porém, tornando- te rico o trocaste para habitar um palácio. Então, um pobre diabo, como tu o eras, vem tomar teu lugar no casebre e está muito contente, porque antes disso não tinha abrigo. Pois bem! Aprende, pois, que os Espíritos que estão encarnados nesse povo degenerado não são aqueles que o compuseram ao tempo do seu esplendor. Os de então, que avançaram, foram para habitações mais perfeitas e progrediram, enquanto que outros menos avançados tomaram seu lugar, que, a seu turno, trocarão. Comentários: Civilizações floresceram e desapareceram: - Catástrofes naturais - Guerras e invasões - Culturas dominadas, assimiladas por seus invasores - Sem motivos aparente Exemplos de civilizações atuais: civilização ocidental, civilização oriental, civilização islâmica. A Espiritualidade nos faz a comparação com o casebre para melhor compreendermos o que acontece com os povos que aparentemente se degeneraram. Os Espíritos que vem habitar no futuro aquele povo que aparenta degenerado não são os mesmos Espíritos de antes dos abalos. A Espiritualidade sempre nos reafirma que estamos em constante progresso. Os Espíritos que fazem parte de um determinado povo, à medida que vem um abalo, à medida que eles progridem não precisam retornarem naquele povo novamente. Eles vão continuar o processo evolutivo, mas em outros povos ou em outros mundos, pois os mundos são sempre solidários entre si. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 17. 17 As gerações futuras daquele povo que sofreu o abalo serão constituídas pela reencarnação de novos Espíritos, mais imperfeitos, menos evoluídos. Aqueles que vivenciaram e passaram pelos abalos, cresceram, progrediram e seguiram para outros corpos. Espíritos mais imperfeitos vão renascer naquele povo e como são menos evoluídos, há a impressão de que acabam caindo na barbárie, mas é que ainda são bárbaros apresentando assim o seu nível evolutivo, refletindo o que realmente eles são. Não houve regressão, não houve diminuição do progresso. No exemplo, as habitações são os corpos físicos que as reencarnações nos proporcionam. A riqueza seria o aperfeiçoamento intelectual e moral; o palácio seria corpos mais perfeitos, outras civilizações, outros mundos, outras realidade; o casebre é o corpo atual que servirá de abrigo para Espíritos mais imperfeitos. O "Livro dos Espíritos" nos afirma que não há regressão. Assim, naqueles povos a quem chamamos degenerados, a regressão está apenas na forma, e não no Espírito. Tomemos como exemplo o caso dos dois continentes submergidos, Lemúria e Atlântida: eram duas civilizações altamente intelectualizadas, em relação aos povos de então; quando da súbita invasão das águas, muitos escaparam de diversas maneiras, visto que a catástrofe já era prevista. Vários sobreviventes alcançaram as Terras do Oriente e outros vieram ter ao continente americano, inclusive onde, bem mais tarde, viria a ser o Brasil e onde se reuniram em tribos. Ainda hoje, a semelhança entre os indígenas sul-americanos e os povos asiáticos e orientais é evidente. Os Espíritos remanescentes dos continentes desaparecidos, terminando sua programação terrena, regressaram à sua pátria quase todos ao mesmo tempo, usando as asas da verdade, deixando sua herança física para os Espíritos primitivos que viriam a ocupar este continente. Não houve degeneração física ou espiritual, mas apenas a substituição de Espíritos mais evoluídos por outros mais ou menos primitivos, que vieram ocupar corpos mais aperfeiçoados. Os que ficaram porque ainda não haviam atingido a conveniente evolução espiritual, ficaram mais tempo e deixaram sinais evidentes da sua estada na Terra. A história nos mostra os seus feitos, obras de pedra mas que mostram certa luz de desenvolvimento intelectual e mesmo moral da sua civilização. A Indochina e o Egito foram herdeiros desses valores inesquecíveis dos povos expatriados dos seus mundos de luz. A eles agradecemos o muito que aprendemos pelas suas heranças valiosas. Alguns ficaram por amor à Terra e deixaram muitas marcas indeléveis nas pedras, a servir de lições para os homens do futuro. Mesmo assim, alguns ignoram suas heranças. (Miramez) Livro – Na cortina do tempo – Edgard Armond
  • 18. 18 Os Exilados de Capela – Edgard Armond 787 – Não há raças que, por sua natureza, são rebeldes ao progresso? Sim, mas estas se aniquilam, cada dia, corporalmente. 787.a) Qual será a sorte futura das almas que animam essas raças? Elas atingirão, como todas as outras, a perfeição, passando por outras existências: Deus não deserda a ninguém. 787.b) Assim, os homens mais civilizados foram selvagens e antropófagos? Tu mesmo o foste, mais de uma vez, antes de seres o que és. Comentários: O progresso se faz presente para todos os povos, para todas as criaturas. Mesmo esses povos que em um primeiro momento apresentam rebeldes ao progresso irão pouco a pouco cedendo lugar às raças mais evoluídas. Os Espíritos que inicialmente habitavam esses povos rebeldes ao progresso irão através das inúmeras experiências reencarnatórias caminharem para a perfeição. Todos nós seremos Espíritos puros, perfeitos. A Espiritualidade diz a Kardec que ele mesmo já esteve em um povo selvagem e antropófago e ali no momento da codificação agora é uma pessoa com nova visão de mundo, mais evoluída. E assim, todos nós também já passamos por essa fase. Isso é maravilhoso! Nos mostra o quão perfeitos seremos, pois nascemos para a felicidade. Deus não abandona nenhum dos seus filhos. Pode demorar para que cheguemos a esse estágio de perfeição, mas chegaremos lá. Nós somos seres espirituais. Esse mundo que habitamos hoje não é o nosso mundo. O mundo real é o mundo espiritual. 788 – Os povos são individualidades coletivas que, como os indivíduos, passam pela infância, idade madura e decrepitude; essa verdade, constatada pela História, não pode fazer pensar que os povos mais
  • 19. 19 avançados deste século terão seu declínio e seu fim, como os da antiguidade? Os povos que não vivem senão a vida do corpo, aqueles cuja grandeza não está fundada senão sobre a força e a extensão territorial, nascem, crescem e morrem, porque a força de um povo se esgota como a de um homem. Aqueles cujas leis egoísticas discordam do progresso das luzes e da caridade, morrem porque a luz mata as trevas e a caridade mata o egoísmo. Mas há para os povos, como para os indivíduos, a vida da alma. Aqueles, cujas leis se harmonizam com as leis eternas do Criador, viverão e serão a luz dos outros povos. Comentários: Esses povos que vivem baseados na força, na extensão territorial, nas leis egoísticas irão em um determinado momento se extinguir. Para eles haverá a decrepitude e a extinção. Para aqueles que se harmonizam com as leis eternas do criador, que vivenciam o Evangelho permanecerão. Servirão de farol para outros povos, mostrando para todos nós que o progresso e o amor devem vigorar em todo o Universo. Aquilo que não está em conformidade com as leis divinas irá se alterar, irá acabar. 789 – O progresso reunirá um dia todos os povos da Terra em uma só nação? Não em uma só nação, isso é impossível, porque da diversidade dos climas nascem os costumes e as necessidades diferentes que constituem as nacionalidades. Por isso, lhes serão necessárias sempre leis apropriadas a esses costumes e a essas necessidades. Mas a caridade não conhece diferenças de latitudes e não faz distinção dos homens pela cor. Quando a lei de Deus for, por toda a parte, a base da lei humana, os povos praticarão a caridade de um para outro, como os indivíduos de homem para homem. Então, eles viverão felizes e em paz, porque ninguém procurará fazer injustiça para seu vizinho, nem viver às suas custas. Comentários: Com o progresso, o planeta Terra não vai formar uma única nação. As diferenças são necessárias, pois as nações têm climas diferentes, tem costumes diferentes.
  • 20. 20 As nações, as organizações devem ter leis apropriadas para aquelas situações peculiares de cada lugar. Não há como estabelecermos as mesmas regras para locai diferentes, com características, com clima e com cultura diferentes. Contudo, a caridade desconhece latitudes. No futuro todos os povos serão irmãos. Todos os povos se basearão na fraternidade que deve unir as pessoas. De forma que cada país, cada povo vai ajudar o seu irmão. Embora os povos tenham as suas leis, as suas características, as suas hierarquias. Toda a humanidade será baseada na fraternidade e no amor. Ex: Brasil possui uma grande extensão territorial, a mesma formação histórica e as mesmas leis, porém, com grandes diferenças regionais, costumes diferentes, culturas próprias. Allan Kardec: A Humanidade progride pelos indivíduos que se aperfeiçoam, pouco a pouco, e se esclarecem. Então, quando estes se impõem pelo número, tomam a frente e arrastam os outros. De tempos em tempos surgem, entre eles, homens de gênio que dão um impulso, depois homens com autoridade, instrumentos de Deus, que, em alguns anos, a fazem avançar alguns séculos. O progresso dos povos faz, ainda, ressaltar a justiça da reencarnação. Os homens de bem fazem louváveis esforços para fazer avançar uma nação moral e intelectualmente e, seja assim, a nação transformada será mais feliz, neste mundo como no outro. Mas durante a sua marcha lenta através dos séculos, milhares de indivíduos morrem a cada dia. Qual é a sorte de todos aqueles que sucumbem no trajeto? Sua inferioridade relativa os priva da felicidade reservada aos que chegam por último? Ou sua felicidade é relativa? A justiça divina não consagraria uma tal injustiça. Pela pluralidade das existências, o direito à felicidade é o mesmo para todos, porque ninguém está deserdado do progresso. Aqueles que viveram ao tempo da barbárie, podendo retornar ao tempo da civilização, no mesmo povo ou em um outro, resulta que todos aproveitam a marcha ascendente. Mas o sistema da unidade das existências apresenta aqui uma outra dificuldade. Por esse sistema, a alma é criada no momento do nascimento e, portanto, se um homem é mais avançado que um outro, é porque Deus criou, para ele, uma alma mais avançada. Por que esse favor? Que mérito tem ele que não viveu mais que um outro, menos que um outro, frequentemente, para estar dotado de uma alma superior? Mas isso não a dificuldade principal. Uma nação passa, em mil anos, da barbárie à civilização. Se os homens
  • 21. 21 vivessem mil anos, conceber-se-ia que nesse intervalo eles tivessem tempo de progredir; mas todos os dias eles morrem, em todas as idades, e se renovam sem cessar, de tal sorte que cada dia os vemos aparecerem e desaparecerem. Ao cabo de mil anos, não há mais traços dos antigos habitantes da nação que, de bárbara que era, tornou-se civilizada; o que progrediu? Os indivíduos outrora bárbaros? Mas eles estão mortos há muito tempo. Os recém-vindos? mas se sua alma é criada no momento do seu nascimento, elas não existiam ao tempo da barbárie e é preciso, então, admitir-se que os esforços que se fez para civilizar um povo têm o poder, não de melhorar as almas imperfeitas, mas de fazer Deus criar almas mais perfeitas. Comparemos essa teoria do progresso com a dada pelos Espíritos. As almas, chegadas ao tempo da civilização, têm sua infância como todas as outras, mas já viveram, e chegaram avançadas, devido a um progresso anterior. Elas vêm atraídas por um meio que lhes é simpático, e que está em conformidade com seu estado atual. De sorte que, as atenções dadas à civilização de um povo não têm por efeito fazer criar, para o futuro, almas mais perfeitas, mas atrair aquelas que já progrediram, seja aquelas que já viveram entre esse mesmo povo ao tempo da barbárie, seja as que vêm de outra parte. Aqui, ainda, está a chave do progresso da Humanidade inteira. Quando todos os povos estiverem ao mesmo nível pelo sentimento do bem, a Terra não será ponto de encontro senão de bons Espíritos, que viverão entre si em união fraternal, e os maus, se encontrando repelidos e deslocados, irão procurar, nos mundos inferiores, o meio que lhes convém, até que sejam dignos de virem ao nosso meio, transformados. A teoria vulgar tem, ainda, por consequência, que os trabalhos de aperfeiçoamento social não aproveitam senão às gerações presentes e futuras; é nulo para as gerações passadas, que cometeram o erro de vir muito cedo, e que se tornam o que podem, carregadas que estão de seus atos de barbárie. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam igualmente a essas gerações que viveram em condições melhores e podem, assim, se aperfeiçoar ao abrigo da civilização. (222) Comentários: O progresso também decorre da presença de indivíduos que se melhoram, se instruem, se adiantam e carregam consigo vários outros Espíritos porque eles servem de modelo e de exemplo. Nesse momento de transição a Terra tem recebido muitos Espíritos mais evoluídos que vem reencarnando para crescer em número e tomar a dianteira do nosso planeta fazendo com que a Terra evolua em uma velocidade maior do que no passado.
  • 22. 22 Ninguém fica à margem do progresso. Todos irão progredir. Todos serão perfeitos. À medida que os Espíritos vão vivendo as experiências reencarnatórias, vão se aprimorando, vão voltando muitas vezes na mesma civilização que já estiveram presente no passado, mas agora numa outra condição podendo tirar proveito da marcha ascensional que aconteceu junto àquele povo. A pluralidade das existências é igual para todos. Ninguém ficará privado do progresso. Se nós considerarmos que só temos uma única existência fica difícil compreender como acontece o progresso, pois a todo momento há Espíritos nascendo, sendo criados e Espírito morrendo. Se os Espíritos que estão nascendo, nascem simples e ignorantes, como podem chegar ao progresso? Como a humanidade evolui, se está todo mundo começando do zero? Se considerarmos que há Espíritos que nascem mais evoluídos que outros e por isso a humanidade progride, teremos que considerar que Deus cria Espíritos de forma desigual, de forma diferente. Onde estaria a perfeição e a justiça divina? A doutrina espírita nos mostra que nós somos criados iguais, simples e ignorantes, passamos pelas experiências reencarnatórias, progredimos, crescemos, voltamos a reencarnar trazendo conosco todo o conhecimento adquirido. Todos nós já vivemos nos tempos de barbárie, crescemos, evoluímos e estamos aqui em uma condição melhor. Quando desencarnarmos, se tivermos condição de permanecermos na Terra, vamos voltar lá na frente em gerações ainda mais evoluída. Estamos sempre aproveitando o progresso que nós mesmos contribuímos durante as nossas experiências reencarnatórias mostrando que nada se perde. Todas as transformações para o bem serão aproveitadas por todos nós. Fazemos parte da história de um povo por diversas vezes e em diversas situações.
  • 23. 23 8.4 – Civilização 790 – A civilização é um progresso ou, segundo alguns filósofos, uma decadência da Humanidade? Progresso incompleto. O homem não passa subitamente da infância à idade madura. 790.a) É racional condenar a civilização? Condenai antes aqueles que abusam dela, e não a obra de Deus. Comentários: A civilização não é uma decadência da humanidade e nem está em decadência, mas é um progresso em fase de desenvolvimento. A civilização promove o desenvolvimento intelectual, mas se não estiver junto o desenvolvimento do progresso moral, ainda não chegamos à perfeição. Tudo tem o seu tempo, por isso a Espiritualidade nos diz que o homem não passa subitamente da infância à madureza. Com o conhecimento que já temos através dos esclarecimentos que a doutrina Espírita nos traz não conseguimos agir corretamente. Erramos todos os dias, várias vezes ao dia. Não conseguimos agir corretamente com a lei de Deus. Para sair dessa infância espiritual não precisamos apenas do conhecimento, mas que o nosso coração, as nossas emoções reflitam o conhecimento que já temos. Esse processo não é rápido como gostaríamos. É necessário esforço, perseverança, é uma luta diária. A civilização não se faz num salto, não ocorre instantaneamente. Evolução é passo a passo, milímetro a milímetro, segundo a segundo, tanto a matéria quanto o Espírito. Ex: redução dos pelos do corpo; dente do siso; movimento das placas tectônicas; aprender a perdoar; aprender a amar. 791 – A civilização se depurará, um dia, de maneira a fazer desaparecer os males que ela tenha produzido? Sim, quando o moral estiver tão desenvolvido quanto a inteligência. O fruto não pode vir antes da flor. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 24. 24 Comentários: Tudo vem a seu tempo. Primeiro vem o entendimento, a ideia, o intelecto que é a flor. Em seguida vem a prática, a experiência, a vivência real daquilo que nós aprendemos é o fruto. Então vem a posterior. Em determinado momento, a civilização vai se depurar, quando o desenvolvimento moral estiver condizente com o desenvolvimento intelectual. Quando houver equilíbrio entre essas duas facetas do progresso o mal não será produzido pela civilização. 792 – Por que a civilização não realiza, imediatamente, todo o bem que ela poderia produzir? Porque os homens não estão ainda prontos, nem dispostos a obter esse bem. 792.a) Não seria também porque, criando novas necessidades, ela superexcita paixões novas? Sim, e porque todas as faculdades do Espírito não progridem ao mesmo tempo. É preciso tempo para tudo. Não podeis esperar frutos perfeitos de uma civilização incompleta. (751-780) Comentários: Tudo tem o seu tempo e a sua hora. Os homens ainda não alcançaram a maturidade, o entendimento necessários para receber todo o bem que a civilização poderia produzir. Nós só crescemos, só buscamos o bem quando entendemos o porquê de fazermos isso. O bem decorre da melhor compreensão acerca do bem e do mal, do melhor entendimento que nós temos acerca das leis divinas. A civilização no seu início não tem essa compreensão plena. Só vai adquirindo à medida que vai aprimorando o desenvolvimento intelectual com consequências para o desenvolvimento moral. Lembremos que Jesus nos ensinou por parábolas. Não estávamos prontos para recebermos os ensinamentos de forma clara e nem todos os ensinamentos 793 – Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?
  • 25. 25 Vós a reconhecereis no desenvolvimento moral. Acreditais estar bem avançados porque tendes feito grandes descobertas e invenções maravilhosas, e estais melhor alojados e melhor vestidos que os selvagens. Todavia, não tereis, verdadeiramente, o direito de vos dizer civilizados senão quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e puderdes viver, entre vós, como irmãos, praticando a caridade cristã. Até lá, não sois senão povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase da civilização. Allan Kardec: A civilização tem seus graus, como todas as coisas. Uma civilização incompleta é um estado de transição que engendra males especiais, desconhecidos no estado primitivo. Ela, porém, não se constitui menos em um progresso natural, necessário, que traz em si o remédio ao mal que faz. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que engendrou e esses males desaparecerão com o progresso moral. De dois povos chegados ao cume da escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira acepção do termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, menos cupidez e menos orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais que materiais; onde a inteligência possa se desenvolver com mais liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde os preconceitos de casta e de nascimento estejam menos enraizados, porque esses preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; onde as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último, como para o primeiro; onde a justiça se exerça com menos parcialidade; onde o fraco encontre sempre apoio contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam melhor respeitadas, onde haja menos infelizes e, enfim, onde todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário. Comentários: Ainda estamos longe da civilização completa. Temos a intelectualidade, mas ainda temos muitos vícios que desonram a humanidade e que não permitem que vivamos como irmãos. Quando a verdadeira caridade se fizer presente entre nós com todas essas características colocadas por Kardec em seu comentário nós estaremos com uma civilização completa. Estamos a caminho dessa civilização, apesar de ainda nos encontrarmos bem distantes.
  • 26. 26 A partir do momento que conhecemos a doutrina espírita temos a oportunidade de caminharmos mais rapidamente. Ela nos trouxe a luz da verdade, da justiça divina. Temos condições de trabalhar mais as nossas dificuldades, os nossos vícios permitindo que as virtudes cresçam, principalmente, o amor.
  • 27. 27 8.5 – Progresso da legislação humana 794 – A sociedade poderia ser regida somente pelas leis naturais, sem o concurso das leis humanas? Ela o poderia se os homens as compreendessem bem, e seriam suficientes se houvesse vontade de as praticar. Mas a sociedade tem suas exigências, e precisa de leis particulares. Comentários: O Espírito primitivo não tem condições de assimilar as leis naturais, nem de compreendê-las na sua profundidade. Quando os agrupamentos das pessoas são muito atrasados, são movidos quase que totalmente pelos instintos. Com o passar do tempo, o progresso os prepara para criar uma legislação, de acordo com seu conhecimento, passando essas almas a entender que somente o progresso pode levá-las para melhores dias. Através dos séculos vão reformulando as suas leis e chegando cada vez mais perto das leis naturais. As leis divinas por serem perfeitas são suficientes para reger a sociedade. As leis humanas são condizentes com o grau de evolução da humanidade. À medida que vamos evoluindo vamos ajustando as nossas leis e pouco a pouco vão se aproximando das leis naturais até um dia serem iguais. Quando chegar esse momento a humanidade já terá evoluído e já se encontra numa condição de Espíritos perfeitos. Enquanto a perfeição não chega as leis humanas serão sempre inferiores às leis naturais. Se compreendêssemos as leis naturais poderíamos praticá-las e apenas elas bastariam. Não precisaríamos das leis humanas, mas diante do nosso estágio evolutivo ainda precisamos delas. A lei de Deus é a lei maior, a lei perfeita que rege o Universo. 795 – Qual é a causa da instabilidade das leis humanas? Nos tempos de barbárie, são os mais fortes que fazem as leis, e as fazem para eles. Foi preciso modificá-las, à medida que os homens compreenderam melhor a justiça. As leis humanas são mais estáveis, à medida que se aproximam da verdadeira justiça, quer dizer, à medida que elas são feitas para todos e se identificam com a lei natural. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 28. 28 Allan Kardec: A civilização criou, para o homem, novas necessidades, e essas necessidades estão relacionadas com a posição social em que se colocou. Há que se regrar os direitos e os deveres dessa posição pelas leis humanas. Mas sob a influência de suas paixões, frequentemente, eles criam direitos e deveres imaginários que condenam a lei natural e que os povos apagam de seus códigos, à medida que progridem. A lei natural é imutável e a mesma para todos; a lei humana é variável e progressiva. Só ela pôde consagrar, na infância das sociedades, o direito do mais forte. Comentários: Quanto mais próximo está o homem do princípio da formação da sociedade em que vive, menos tempo duram as suas leis, que são feitas pelos mais fortes, visando unicamente os seus interesses pessoais. Quanto mais cresce a humanidade espiritualmente, mais as suas leis visam à coletividade. As leis humanas são instáveis porque a humanidade é imperfeita. Elas refletem a humanidade que as produziram. No tempo da barbárie os mais fortes faziam as leis que os beneficiavam. Ainda há muitas leis que prestigiam uns em detrimento de outros. As nossas leis ainda não buscam a verdadeira justiça como a lei natural nos mostra que é possível. A justiça real e verdadeira não se faz presente diante da imperfeição humana que vê a justiça de forma deturpada. À medida que vamos nos despindo das paixões inferiores vamos conseguindo identificar melhor o bem e o mal, o justo e o injusto, aquilo que mais se afina com a lei natural. Por isso a instabilidade das leis vai reduzindo conforme o homem se depura. - Sociedade primitiva – Leis com pouca duração - Sociedade mais avançada – Leis duráveis 796 – A severidade das leis penais não é uma necessidade, no estado atual da sociedade? Uma sociedade depravada tem, certamente, necessidade de leis mais severas. Infelizmente, essas leis se interessam mais em punir o mal, quando
  • 29. 29 já feito, do que secar a fonte do mal. Não há senão a educação para reformar os homens. Então, eles não terão mais necessidade de leis tão rigorosas. Comentários: Algumas pessoas deixam de cometer determinadas atitudes não porque em seu interior acham aquilo errado, mas porque elas têm receio das penas, das sanções que poderão advir daquela atitude. O desejo está ali latente, mas o ato foi cerceado em função de uma lei mais severa. O que vemos ainda em nossa sociedade pessoas com posturas extremamente bárbaras, criminosas, sem caridade, sem amor, reflete uma sociedade ainda imperfeita e distanciada de Deus, portanto, precisamos de leis penais mais severas. Na nossa sociedade mundial, mesmo havendo leis severas, o homem fere as leis, comete crimes. Sem essas leis viveríamos em constante destruição, o caos, um matando o outro, um prejudicando o outro. Só a educação, no momento certo, é que vai mudar essa realidade porque muda a fonte e assim o mal não ocorre. A educação só tem condições de cumprir a sua finalidade quando estivermos maduros o suficiente para o entendimento. Quando a humanidade evoluir moralmente não necessitará de leis tão rigorosas, pois as pessoas não irão praticar atitudes tão contrárias às leis de Deus. À medida que a humanidade progride há a ampliação da compreensão do bem e do mal, do senso de entendimento, de moralidade, de respeito, de caridade, de fraternidade e amor. Com isso a sociedade num todo, melhora, sendo desnecessária essas leis tão rigorosas. 797 – Como o homem poderia ser levado a reformar suas leis? Isso vem naturalmente pela força das coisas e a influência das pessoas de bem que o conduzem no caminho do progresso. Ele já reformou muitas e reformará outras. Espera! Comentários: A reformulação das leis humanas vai ocorrendo de forma gradativa, num processo natural, conforme a maturidade da humanidade.
  • 30. 30 Vai ocorrendo tanto pela força das coisas quanto pela influência de pessoas (encarnadas e desencarnadas) com mais experiência, com mais conhecimento, com mais entendimento. O mundo material e o mundo espiritual estão em constante intercâmbio. Quando chega a hora da reforma, do avançar no processo evolutivo da humanidade há a influência também do mundo espiritual, pois o progresso não é algo que acontece sem a participação do mundo espiritual. A Espiritualidade Superior faz parte das responsabilidades e das grandes decisões que envolvem o processo de mudança. Já progredimos muito no que se refere às nossas leis e há muito o que avançar não de forma brusca, mas de forma natural e espontânea. É só compararmos as leis do passado com as atuais.
  • 31. 31 8.6 – Influência do espiritismo sobre o progresso Doutrina Espírita – Terceira revelação Pilares do Espiritismo: 1) A existência de Deus: Deus criador e eterno, bondoso, amoroso e justo. 2) A pluralidade dos mundos: a Terra não é o único planeta habitado nesse universo. Há diversos outros mundos que não conseguimos perceber seus habitantes devido a sua sutileza. 3) Imortalidade da alma: somos todos Espíritos imortais e não vivemos apenas esse tempo desde o nascimento até o desenlace 4) A pluralidade das existências (reencarnação): Quase uma consequência do ponto anterior, somos seres imortais que reencarnam aqui nesse mundo e também em outros sempre com o objetivo de evoluir através de experiências na matéria. 5) Comunicabilidade dos Espíritos: a mediunidade é uma característica que permite com que nos comuniquemos com espíritos desencarnados. 6) Evolução: processo de desenvolvimento progressivo, biológico e espiritual da Natureza, no qual os seres vivos e inanimados se aperfeiçoam. Com base nesses pilares, acrescidos do evangelho de Jesus e toda a moral que ele contém, temos a formação da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. O Tríplice Aspecto da Doutrina Espírita compreende os princípios Filosófico, Científico e Religioso. O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que fluem dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. O Espiritismo é uma ciência de observação e uma filosofia com consequências morais. A religiosidade da doutrina espírita está nas consequências morais. LIVRO TERCEIRO: Leis Morais Capítulo VIII: Lei do Progresso
  • 32. 32 798 – O Espiritismo tornar-se-á uma crença popular ou ficará circunscrito a algumas pessoas? Certamente, ele se tornará uma crença popular, e marcará uma nova era na história da Humanidade, porque está na Natureza e é chegado o tempo em que deve tomar lugar entre os conhecimentos humanos. Entretanto, terá grandes lutas a sustentar, mais ainda contra o interesse que contra a convicção, porque não é preciso dissimular que há gente interessada em combatê-lo, uns por amor-próprio, outros por causas inteiramente materiais. Mas os contraditores, achando-se mais e mais isolados, serão forçados a pensar como todo o mundo, sob pena de se tornarem ridículos. Allan Kardec: As ideias não se transformam senão com o tempo, e jamais subitamente. Elas se enfraquecem de geração a geração e acabam por desaparecer, pouco a pouco, com aqueles que as professaram, e que são substituídos por outros indivíduos, imbuídos de novos princípios, como ocorre com as ideias políticas. Vede o paganismo; não há, hoje, certamente, pessoas que professem as ideias religiosas dos tempos pagãos. Entretanto, vários séculos depois do advento do Cristianismo, elas deixaram traços que só a completa renovação das raças pôde apagar. Ocorrerá o mesmo com Espiritismo; ele fez muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo dissipará. Todavia, sua marcha será mais rápida que a do Cristianismo, pois é o próprio Cristianismo que lhe abre os caminhos e sobre o qual ele se apoia. O Cristianismo tinha o que destruir; o Espiritismo só tem que edificar. (*)1 Comentários: Gênese – Capítulo 18 – São chegados os tempos. Nem todas as pessoas se tornarão espíritas. As religiões, os credos vão continuar a existir, mas as verdades da doutrina espírita serão reforçadas pela ciência de forma que as outras religiões não terão como deixar de utilizar essas verdades dentro das suas crenças. Elas terão que se ajustar às verdades que a própria ciência mostrará. Por exemplo, os fiéis católicos continuarão católicos, mas aceitarão como verdades situações como, por exemplo, a evolução, a imortalidade da alma, a reencarnação. Continuarão seguindo os seus credos com os ajustes necessários para estarem de acordo com a ciência. 1 - Vide Nota Explicativa da Editora no final do livro.
  • 33. 33 Aquelas religiões que não quiserem aceitar o que a ciência diz, pouco a pouco irão desaparecer porque não estarão em conformidade com as verdades. A humanidade evoluindo não aceita aquilo que não for comprovado pela ciência. Os princípios da doutrina irão de alguma forma se espalhar por todos os credos. Isso fará com que a fraternidade e a união entre os povos sejam reais e verdadeiras. Precisaremos ainda de um tempo para acabar com a incredulidade que hoje existe no que se refere à doutrina Espírita. 799 – De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? Destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos. Comentários: A doutrina Espírita nos traz uma outra forma de ver a vida. A partir do momento que a doutrina espírita chega, ela nos mostra a cada um que é possível chegar na condição de Jesus e que Ele não nos pede que saiamos daqui Espíritos sublimados, mas que possamos praticar e vivenciar um pouco mais a lei de amor em nossas vidas e assim possamos galgar alguns degraus na evolução e pouco a pouco vamos nos ascender para Deus e para o amor. A partir do momento que sabemos acerca da imortalidade da alma, que descobrimos que somos Espíritos eternos e que somos os autores da nossa felicidade ou da nossa imperfeição não podemos mais ser as mesmas pessoas. Não conseguimos ser as mesmas pessoas. Depois que nós conhecemos a doutrina espírita temos duas opções: continuamos com ela e vamos aos poucos orando e vigiando e procurando fazer a reforma íntima ou nós a abandonamos, pois por mais que nos deixa o livre arbítrio ela nos estimula a consciência. A quem muito é dado, muito será cobrado. A nossa consciência fala mais forte a cada momento.
  • 34. 34 A doutrina espírita nos traz as verdades que antes se encontravam cobertas com um véu. Ela nos liberta da ignorância, portanto, nos auxilia no progresso moral. 800 – Não é para temer que o Espiritismo não possa triunfar da negligência dos homens e de seu apego às coisas materiais? Seria conhecer bem pouco os homens se se pensasse que uma causa qualquer pode transformá-los como por encantamento. As ideias se modificam pouco a pouco segundo os indivíduos, e é preciso gerações para apagar completamente os traços dos velhos hábitos. A transformação não pode, pois, se operar senão com o tempo, gradualmente, pouco a pouco. A cada geração, uma parte do véu se dissipa; o Espiritismo veio rasgá-lo completamente. Mas até lá, mesmo que só tivesse o efeito de corrigir um homem, de um só dos seus defeitos, e seria um passo que lhe teria feito dar, e por isso mesmo um grande bem, porque esse primeiro passo lhe tornaria outros mais fáceis. Comentários: Nós todos temos a necessidade de aprender gradualmente. Como gostaríamos de acelerar o processo evolutivo! De triunfar sobre o mal, sobre as imperfeições que existem em nosso íntimo! Vencer o apego às coisas materiais. Tudo muda de forma gradual. A natureza não dá saltos e nós também não daremos. As nossas ideias irão se modificar, mas de forma gradual, conforme formos evoluindo, conforme formos adquirindo entendimento e pouco a pouco os vestígios dos velhos hábitos vão sendo substituídos pelo homem novo. As mudanças virão, mas não conseguimos acompanhar uma vez que a nossa existência física é curta. É pouco tempo para muito progresso. Podemos nos esforçar para que o progresso caminhe mais rápido. Podemos lutar para que saiamos dessa existência física com o máximo de evolução possível. Não sairemos como Espírito purificado, angélico, mas podemos tentar sair daqui como Espírito bom. Temos constante auxílio dos Espíritos. Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes Espíritos mais elevados se reencarnam para impulsionar o progresso. Ex: Chico Xavier, Bezerra de Menezes
  • 35. 35 Ex: Paulo de Tarso (difusor do cristianismo na Ásia Menor e na Europa) A partir do momento que conhecemos verdadeiramente o Pai, nós nos modificamos. É possível evoluirmos o máximo que pudermos. Chegar na condição de Espírito imperfeito e sair na condição de Espírito bom. O que estamos fazendo? Muitas vezes não toleramos quem convive conosco. Agimos com ingratidão. Não perdoamos. Cabe a nós fazermos aquilo que nos compete. É nosso papel difundir os princípios da doutrina espírita. Não forçar, mas esclarecer. Há pessoas que tem receio (medo ou vergonha) em dizer que é espírita. 801 – Por que os Espíritos não ensinaram em todos os tempos o que ensinam hoje? Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos, e não dais para um recém-nascido um alimento que ele não possa digerir; cada coisa em seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou desnaturaram, mas que podem compreender atualmente. Por seus ensinamentos, mesmo incompletos, prepararam o terreno para receber a semente que vai frutificar hoje. Comentários: Em todos os tempos os Espíritos do Senhor ensinaram aos homens o que deveriam ensinar, mas obedecendo à gradatividade da escala espiritual a que pertenciam. Claro que os Espíritos não ensinaram aos homens do passado o que ensinam hoje, porque eles não estavam preparados para receber a verdade que pode ser dita nos momentos atuais. Os benfeitores ainda têm muita coisa a dizer para os seres humanos, bastando que o amadurecimento dê ordem para tal aprendizado. O progresso é gradual. Por mais que queiramos aprender tudo, não conseguimos e muito menos colocar em prática.
  • 36. 36 Hoje sabemos bem mais que no passado e tão pouco praticamos. O que adiantaria os Espíritos nos trazerem todas as verdades se não estamos preparados para receber? Não conseguiríamos absorver e nem compreender coisas que estão muito além da nossa capacidade intelectual. Vamos primeiro tentar praticar o que já sabemos. Quando conseguirmos praticar tudo o que os Espíritos já nos trouxeram e nos ensinarem estaremos aptos para aprender um pouco mais. 802 – Visto que o Espiritismo deve marcar um progresso na Humanidade, por que os Espíritos não aceleram esse progresso com manifestações tão gerais e tão patentes que a convicção será levada aos mais incrédulos? Quereríeis milagres; mas Deus os espalha a mancheias sob vossos passos, e tendes ainda homens que o renegam. O próprio Cristo convenceu seus contemporâneos pelos prodígios que realizou? Não vedes hoje homens negarem os fatos mais patentes que se passam sob seus olhos? Não tendes os que dizem que não acreditariam mesmo que vissem? Não, não é por prodígios que Deus quer reconduzir os homens; em sua bondade, quer deixar- lhes o mérito de se convencerem pela razão. Comentários: A doutrina Espírita inicia através dos fenômenos das mesas girantes presente em todas as partes do mundo. Em todas as partes do planeta aconteciam os fenômenos das mesas girantes, os fenômenos mediúnicos, inclusive os de efeitos físicos e mesmo assim muitos não acreditaram. Muitos viam como mistificação, magnetismo ou armação. Muitos não acreditaram que ali houvesse uma força de inteligência desencarnada, de um Espírito que pensasse e que estivesse ali se comunicando trazendo mensagens do plano espiritual. Não será pelos fenômenos que a humanidade vai acreditar e progredir, mas essencialmente pela razão. Quando a razão está presente através do bom senso, da lógica, das explicações, do entendimento, da compreensão os fenômenos são desnecessários. Muitos que estudam a doutrina espírita nunca presenciou nenhum fenômeno mediúnico, mas nem por isso deixam de acreditar.
  • 37. 37 A doutrina com os seus princípios é tão lógica que o nosso raciocínio concorda com o que aprende e percebe que não pode ser de outra forma. Nos mostra que Deus é justo em tudo o que faz, nos menores detalhes. O que convence são as explicações lógicas, o entendimento e não o fenômeno. O próprio Cristo não conseguiu convencer os seus contemporâneos através dos diversos prodígios que Ele operou. Não adianta buscar os fenômenos, mas a razão e o entendimento, aliado à reforma moral. Conclusão: O homem tem em si a semente do seu aperfeiçoamento, procurando naturalmente libertar-se do seu estado primitivo pelo progresso. A civilização vai ajudado o homem gradativamente progredir alcançando um dia a perfeição e a felicidade. Os mais avançados vão ajudando os que estão na retaguarda e assim todos vão progredindo. O progresso completo é meta de todos nós porque quando alcançarmos essa meta seremos Espíritos perfeitos com a perfeição relativa, pois a perfeição absoluta só Deus a possui. Esse progresso acontece através das várias experiências reencarnatórias que pouco a pouco, de forma gradual e paulatina vamos nos livrando dos nossos vícios e das nossas imperfeições e nos aproximando da nossa destinação. O progresso sendo uma lei divina, ninguém pode se opor a ele. Nós podemos torná- lo mais lento, entravando-o por um tempo, mas não eternamente. A civilização ainda é um progresso incompleto porque reflete a condição da humanidade em uma época, por isso que as leis humanas são instáveis. Quanto mais a criatura se aproxima da verdadeira justiça, mais as suas leis vão se tornando estáveis. Quando o homem alcança o verdadeiro progresso nem precisa de lei escrita porque está tudo na sua consciência. O homem cumpre as leis de Deus não porque ele é obrigado, mas porque ele assim entende como correto. A doutrina espírita vem ajudar o homem nesse progresso, pois ela destrói o materialismo e contribui para o progresso do homem fazendo-o compreender melhor a sua existência, a sua destinação, ajuda a se livrar dos velhos hábitos, se renovando e se aproximando de Deus.
  • 38. 38 REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador Gentile. Araras – SP: IDE, 2008. KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 19ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. MLODINOW, Leonard. De primatas a astronautas: A jornada do homem em busca do conhecimento. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. SILVEIRA, Adelino. Chico, de Francisco. São Paulo: Cultura Espírita União, 1987. XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo Espírito Emmanuel. XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Missionários da Luz. 45ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. No Mundo Maior. 28ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. 27ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Nos domínios da Mediunidade. 36ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz.
  • 39. 39 XAVIER, Chico. Ação e Reação. 30ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Evolução em dois Mundos. 27ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. 28ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico & VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. 34ª ed. Brasília: FEB, 2018. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. E a vida continua.... 35ª ed. Esp. Rio de Janeiro: FEB, 2021. Pelo Espírito André Luiz. https://www.bibliaonline.com.br/ http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html https://super.abril.com.br/historia/os-bastidores-do-livro-dos-espiritos/ https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI- OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111 https://www.youtube.com/playlist?list=PLlRlJDlCghdwROpe8PBZF5_wFxlJqq UnZ https://espirito.org.br/artigos/possessao-3/ https://pt.slideshare.net/espirinauta/reinos-da-natureza https://slideplayer.com.br/slide/14346629/ http://www.caminhosluz.com.br