O documento discute o planejamento reencarnatório, explicando que ele é feito de forma planejada e lógica para promover o progresso espiritual, levando em conta as condições do Espírito. O planejamento pode ser feito pelo próprio Espírito ou por um guia, e considera fatores como pais, local e provas, mas nem sempre é cumprido conforme planejado devido ao livre-arbítrio.
2. Todos os Espíritos tendem para a perfeição e
Deus lhes faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as provações da vida
corporal. Sua justiça, porém, lhes concede
realizar, em novas existências, o que não
puderam fazer ou concluir numa primeira
prova.
O Livro dos Espíritos, q.171
Compreendemos assim, que não há improvisação nos procedimentos que
antecedem as experiências reencarnatórias.
3. Existe, na verdade, uma planificação
fundamentada na lógica e na moralidade, tendo
em vista o progresso espiritual da criatura
humana.
A escolha das provas no planejamento
reencarnatório merece cuidados especiais
por parte dos Espíritos planejadores.
4. Quando é definido o momento da
reencarnação?
Quais são as condições que determinam que é
chegada a hora do retorno à vida corporal?
Podemos selecionar as provas ou experiências
que vivenciaremos no plano físico?
Que critérios são utilizados, por exemplo, para a
escolha dos nossos pais e demais familiares, ou
da cidade e país em que renasceremos?
Como são definidas questões relativas ao
casamento, aos filhos, à profissão?
5. O homem, que tem consciência da sua inferioridade, haure
consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê
na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se,
para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram
do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a
ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente
do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe
será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não
deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já
não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência
tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova
existência.
O Livro dos Espíritos, q. 171
6. A reencarnação, porém, não
dispensa planejamento, mesmo
em se tratando das
reencarnações mais simples. Este
planejamento pode ser elaborado
pelo próprio Espírito que deseja
ou necessita reencarnar, desde
que ele tenha condições morais e
intelectuais para tanto.
7. O planejamento, pode, no entanto, ser delegado a um Espírito esclarecido, caso o
reencarnante não ofereça, no momento, condições para planejar a própria
reencarnação, ou opinar sobre a mesma. Neste assunto, como em outros, sabemos
que não existe livre-arbítrio absoluto, mesmo em se tratando de Espíritos
verdadeiramente superiores.
8. Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem
estabeleceu todas as leis que regem o Universo. [...] Dando ao Espírito a
liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos
e das consequências que estes tiverem.
9. O Espírito mais adiantado em
moralidade e em conhecimento [...]
escolhe o gênero de provas por que há
de passar e nisso consiste o seu livre-
arbítrio. Nada lhe estorva o futuro;
abertos se lhe acham, assim, o caminho
do bem, como o do mal. Se vier a
sucumbir, restar-lhe-á a consolação de
que nem tudo se lhe acabou e que a
bondade divina lhe concede a liberdade
de recomeçar o que foi malfeito.
10. É importante destacar que o planejamento
reencarnatório prevê, em geral, apenas os
principais acontecimentos que poderão ocorrer
no mundo físico.
O Livro dos Espíritos, q. 259
11. Independentemente de um Espírito ter
elaborado ou participado efetivamente do próprio
planejamento reencarnatório, não há garantias
de que esse planejamento será cumprido, total
ou parcialmente.
Sabemos [...] haver Espíritos que desde o começo tomam um caminho que
o exime de muitas provas. Aquele, porém, que se deixa arrastar para o mau
caminho, corre todos os perigos que o inçam. Pode um Espírito, por
exemplo, pedir a riqueza e ser-lhe esta concedida. Então, conforme o seu
caráter, poderá tornar-se avaro ou pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda
lançar-se a todos os gozos da sensualidade.
12. Percebe-se, pois, que a questão do planejamento reencarnatório está ligada às
consequências do uso do livre-arbítrio, situação que sempre reflete o nosso nível
de evolução moral e intelectual.
É por esta razão que os Espíritos dedicados a esse gênero de tarefa consideram todas as
ações que executamos, antes e depois da desencarnação, definindo critérios norteadores
do planejamento reencarnatório que nos cabe.
13. Os Espíritos no início do processo evolutivo, ou portadores de marcante perturbação
espiritual, ou ainda que demonstram persistente estado de rebeldia perante a Lei de Deus,
estão temporariamente impedidos de opinar no próprio planejamento reencarnatório. Nesta
situação, a experiência reencarnatória é tutelada por um Espírito esclarecido, apresentando
características de compulsoriedade.
14. O momento preciso para iniciar um planejamento
reencarnatório é infinitamente variável de Espírito
para Espírito. Depende do grau de entendimento de
cada um. Sabe-se, por exemplo, que o Espírito leva
mais tempo para fazer a escolha das suas provas
quando acredita na eternidade das penas após a
desencarnação.
Em suma, podemos afirmar que os planejamentos
reencarnatórios são muito diversificados, porque
diversas são as necessidades humanas.
16. 1. Onde, na história, encontramos evidências de um
planejamento reencarnatório?
2. Que ideias o texto oferece para justificar as evidências
indicadas na resposta anterior?
3. Que trecho da história indica que, efetivamente,
não há improvisação nos procedimentos que
antecedem as experiências reencarnatórias?
4. Seria correto afirmar que todos os personagens
citados na história conceberam, por livre iniciativa,
o próprio planejamento reencarnatório? Por quê?