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Papel de uma Equipe de Saúde da
Família:
 Entrar em articulação com outros setores da
sociedade e movimentos sociais organizados,
integrando ações para a qualidade de vida da
comunidade;
 Estimular a participação da comunidade no
planejamento e execução e avaliação das ações das
Unidades de Saúde;
 Articular com a rede institucional local, ações
integradas para a melhoria constante da qualidade de
saúde da população;
 Promover ações intersetoriais e parcerias com
organizações formais e informais existentes na
comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados.
DIAGNÓSTI
CO
COMUNITÁ
RIO
IDENTIFICAR
problemas e
potencialidade
s
AVALIAR
e monitorar
os serviços de
saúde
PROMOVER
participação
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comunidade
GERAR
diálogo
intersetorial
PLANEJAR
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continua girando e nesse processo as pessoas vão morrendo, afetando outras
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EnfrentViolênciaEstrutComunVulnRJ

  • 1. Enfrentamento daViolência Estrutural em uma ComunidadeVulnerável na cidade do Rio de Janeiro Helena Fernandes Ferraz GT de Saúde Mental -Aula para os residentes do PRMFC –SMS/RJ 13/08/2019
  • 2. Sobre aViolência A corrente impetuosa é chamada de violenta. Mas o leito do rio que a contém Ninguém chama de violento. A tempestade que faz dobrar as bétulas É tida como violenta; E a tempestade que faz dobrar Os dorsos dos operários na rua? Bertold Brecht
  • 3. O que nos moveu… “Recebi um relatório da diretora da escola que dizia que minha filha de 5 anos era chefe de uma gangue da escola e que era claro que tinha puxado ao pai.” “O lugar mais seguro pra mulher é no trabalho. Em casa a gente apanha do marido, do filho, ainda tem bala perdida.” “A gente tem que ensinar nossos filhos a superar isso e aguentar a discriminação. A gente vive com isso.” “A gente nunca viveu outra coisa sem ser a violência.” “Sabe porque eu estou esperando mais de 2 anos a vaga do dentista do meu filho sair? Porque eu tenho esperança. Quem mora no morro vive disso, de esperança.”
  • 4. É o que nos angustia… “Eu não fui contratada porque viram no meu nada consta que eu visitava meu filho na cadeia, e ele ainda me disse que era melhor pra mim, porque se alguém roubasse algo a culpa seria minha.” “Quem cuida de mim é Deus. Ninguém cuida de mim.” “Mataram ele porque ele era preto.” “Eles tem as armas na mão e eu só tenho meu corpo.” “Eles não tem bala pra todo mundo.” “Aonde eu moro eu acordo de frente para um campo, mas no meu campo tem um monte de arma e droga, eu não fico sonhando com um campo florido.”
  • 5. Papel de uma Equipe de Saúde da Família:  Conhecer os fatores (sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais, individuais) que determinam a qualidade de vida da comunidade adstrita;  Diagnóstico situacional  Conhecer fatores de risco e fatores de promoção e proteção à saúde
  • 6. Papel de uma Equipe de Saúde da Família:  Entrar em articulação com outros setores da sociedade e movimentos sociais organizados, integrando ações para a qualidade de vida da comunidade;  Estimular a participação da comunidade no planejamento e execução e avaliação das ações das Unidades de Saúde;  Articular com a rede institucional local, ações integradas para a melhoria constante da qualidade de saúde da população;  Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas identificados.
  • 7. DIAGNÓSTI CO COMUNITÁ RIO IDENTIFICAR problemas e potencialidade s AVALIAR e monitorar os serviços de saúde PROMOVER participação da comunidade GERAR diálogo intersetorial PLANEJAR provisão de serviços e recursos pela ESF DEFINIR ações e estratégias de promoção e prevenção da saúde
  • 8. Estar dentro do território: Combate às inequidades Lei dos Cuidados Inversos (Tudor Hart 1971) “A oferta de cuidados médicos de qualidade tende a variar em sentido inverso ao das necessidades em saúde da população servida e que os efeitos desta lei se acentuam onde os cuidados médicos estão mais expostos às forças de mercado, atenuando-se onde esta exposição é mais reduzida". Obs: E Mary Thomas
  • 11. Dados secundários Salgueiro Tijuca 8-9 anos 9,6% 4,4% 10-14 anos 4,9% 1,0% > 15 anos 6,1% 1,4% Renda: <1/2 sal min ½ a 1 sal min 1 – 2 sal min 2-3 sal min >3 sal min Salgueiro 1,2% 39,7% 27,8% 7,4% 2,3% Tijuca 0,5% 7,1% 12,9% 8,9% 63,7% Rio de Janeiro 1,3% 17,1% 24,6% 11,6% 33,3% Educação – Analfabetismo:
  • 12. Análises: Microarea REDE ENCANADA ATE O DOMICILIO POCO / NASCENTE NO DOMICILIO OUTRO Total geral 1 74% 26% 100% 2 89% 11% 100% 3 99% 0% 1% 100% 4 98% 2% 100% 5 99% 1% 0% 100% 6 100% 100% Total geral 95% 5% 0% 100% Contagem deCASA TRATAMENTO_DE_A GUA Microarea SEM TRATAMENTO Total geral 1 28% 100% 2 5% 100% 3 6% 100% 4 7% 100% 5 2% 100% 6 9% 100% Total geral 15% 100% Contagem deCASA DESTINO_DO_L IXO Microarea COLETADO CEU ABERTO QUEIMADO Total geral 1 74% 13% 13% 100% 2 100% 100% 3 98% 1% 0% 100% 4 98% 1% 1% 100% 5 100% 100% 6 100% 0% 100% Total geral 96% 2% 2% 100%
  • 13. Análises: Microarea S Total geral 1 17% 100% 2 14% 100% 3 4% 100% 4 24% 100% 5 17% 100% 6 5% 100% Total geral 13% 100% Apesar de maior risco e vulnerabilidade, a percentagem de BF é aquem do esperado (lei dos cuidados inversos) Total de beneficiários do Bolsa Família:
  • 24.
  • 26. Dimensão 05: Violência estrutural afetando a saúde "Eu não consigo imaginar como é que está um corpo que espera o tiro parar, cessar um pouco, pra sair do território, pra ir trabalhar, eu não posso perder o emprego. É quase uma escolha, ou você vai morrer de fome ou você vai morrer de uma bala porque se você perder seu trabalho você não tem o que comer. Como estão esse corpos?" (E9) "A gente pode pensar na mãe de um dos jovens de Costa Barros que ficou adoecida psiquicamente depois do assassinato do filho dela, depois ela chega a tentar suicídio e depois a mulher simplesmente morre de uma causa que ninguém consegue dizer qual é, e essa mulher morre de tristeza. Depois teve a Janaína, mãe de um menino de 11, 12 anos que foi morto em Manguinhos, num campo de futebol, e essa mulher com trinta e poucos anos morre, e se você for conversar com a família a família fala: morreu de tristeza. Tem a morte direta que é a bala e tem a morte indireta, eu tenho dito que a bala não cai, a bala mata um, um familiar e ela continua girando e nesse processo as pessoas vão morrendo, afetando outras pessoas, as pessoas estão morrendo, estão adoecendo, sofrimentos psíquicos graves. (E9)
  • 27. "Primeiro vocês viram referência, as pessoas não se sentem mais a sós. E a saúde, eu costumo dizer a saúde e assistência social, mas a saúde principalmente, ela consegue chegar a pontos do território que nenhum outro serviço chega, então as pessoas tem vocês de referência de auxílio para reinvindicação de direitos, ou para vocês dizerem que aquilo é um direito." (E9)
  • 28.
  • 29.