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1. Que sinais uma pessoa com ideias suicidas
emite?
A pessoa passa a falar bastante sobre questões
negativas, de desvalorização da própria vida e
autodepreciação. Frases como ‘a vida não vale a pena’,
‘não estou feliz’, ‘não sirvo para nada’, ‘ninguém gosta
de mim’ passam a ser frequentes. É preciso prestar
mais atenção a esta pessoa. Mas vale lembrar que
nem todas que pensam em se matar demonstram
algum tipo de insatisfação. Podem se recolher em
silêncio, em comportamentos que não são habituais
como isolamento ou até mesmo agressividade e choro
fácil.
2. Como ajudar?
Deve-se conversar em local reservado, de forma
franca, mostrar-se preocupado, perguntar se está tudo
bem. E ouvir, sem fazer julgamentos. Em alguns
casos, pode se tratar de um descontentamento
pontual, mas há quem realmente necessite de
tratamento. Se a pessoa não quiser conversar, alguém
mais próximo a ela deve ser acionado para que
possa acontecer esse diálogo. Importante não ser uma
conversa de pura curiosidade, mas que demonstre que
pode haver confiança a nesse diálogo.
3. Quais são os fatores de risco que podem levar
uma pessoa ao suicídio?
Depressão, ansiedade, ser vítima de abuso ou
violência, história de vida traumática e uso abusivo de
drogas. Não significa que quem tem essas doenças ou
características necessariamente vai se matar, mas
geralmente quem atenta contra a própria vida possui
histórico de algum tipo de transtorno mental.
4. Uma pessoa que está acamada devido a uma
depressão profunda tem risco de se suicidar?
Geralmente, o risco maior acontece quando o
tratamento medicamentoso começa a fazer efeito (2 a
3 semanas após o início). Pois antes não havia ânimo
para nada, mesmo que já estivesse com ideias
suicidas. O medicamento proporciona a energia de que
necessitava para atentar contra a própria vida. A
orientação é sempre observar a evolução do quadro
clínico da pessoa e manter contato constante com o
profissional ou equipe que cuida do caso.
5. Pode-se obrigar uma pessoa a buscar
tratamento?
É importante avaliar o risco de ela atentar contra a si
mesma ou contra outra pessoa e buscar convencê-la
através de conversa, mostrando os perigos que ela
corre.
6. Que atividades podem ajudar a afastar as
ideias suicidas?
Todas as práticas que tragam bem-estar e que ocupem
a mente da pessoa: atividades de lazer (passeios,
esportes), artesanato e atividades culturais (cinema,
teatro), por exemplo. Profissionais da área da saúde
mental chamam essas práticas de ‘Produção de Vida’.
7. No Brasil, cerca 1.200 idosos cometem suicídio
todos os anos. Entre 2006 e 2015, a prática
aumentou 24% entre a população adolescente
(10 a 19 anos). Por que essas pessoas estão
mais vulneráveis?
Indicadores socioeconômicos como desigualdade social
e desemprego foram determinantes para o risco de
suicídio entre adolescentes no Brasil. Entre os fatores
de risco para o suicídio de idosos, além dos
transtornos mentais como depressão, esquizofrenia e
uso abusivo de álcool e drogas, há questões como
isolamento social, outros fatores psicológicos como
perdas recentes, condições de saúde importantes como
lesões desfigurantes, dor crônica e câncer. As “duas
pontas” das fases de nossa vida crianças/jovens e os
idosos precisam ser protegidos.
8. O suicídio ainda é um tema tabu. Como
abordá-lo junto aos jovens?
Destacar a importância de não julgamento de
condições sociais e de comportamentos para que
possamos ajudar as pessoas em situação de
sofrimento. Infelizmente, muitos julgam as pessoas
que tentam o suicídio, culpando-os, criminalizando-os
pelo ato. Elas precisam de ajuda.
9. Como proteger os mais jovens?
É importante ter um espaço de fala, de manifestação
de seus desejos, de sua criatividade. Crianças e
adolescentes são criativos, estão em fase de
descoberta. Descoberta do corpo e das suas
possibilidades de vida. Com o aumento da crise social
na qual o Brasil se encontra, as possibilidades de vida
e de sucesso parecem inatingíveis para os jovens. Eles
precisam de espaços de escuta e de prática de
criatividade. Os locais de convivência desse grupo
populacional precisam proporcionar possibilidades de
expressão.
10. Onde buscar ajuda na rede pública de
Santos?
O atendimento em saúde mental se estrutura na Rede
de Atenção Psicossocial, que tem como objetivo o
atendimento mais próximo da casa do paciente.
A policlínica do bairro em que a pessoa reside pode
fazer o primeiro atendimento do paciente, avaliar o
nível de gravidade e iniciar o tratamento de casos
leves de ansiedade, melancolia, tristeza e depressão
considerados leves (quando a causa é conhecida,
geralmente relacionada a um luto, como perda de
alguém ou do emprego, por exemplo).
Quando não há explicação clara para a melancolia e
tristeza, com sofrimento para a pessoa e para a sua
família, e o caso for considerado grave, a melhor
opção são os Caps – Centros de Atenção Psicossocial,
que atendem a transtornos mentais mais graves.
Nesses locais, as pessoas podem ir espontaneamente
ou por encaminhamento. Deve-se buscar sempre a
unidade mais próxima da sua residência.
11. E em casos de surto, quem acionar?
Quando um paciente de saúde mental está em crise,
colocando em risco a própria vida ou de outra pessoa,
deve-se acionar o Samu (telefone 192) – cuja equipe
está preparada para o atendimento de crises psicóticas
ou por uso abusivo de álcool e outras drogas. O
paciente é encaminhado a uma UPA para estabilização
clínica. Havendo necessidade, o paciente é
encaminhado para o Complexo Hospitalar da Zona
Noroeste, que possui leitos psiquiátricos.

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  • 1. 1. Que sinais uma pessoa com ideias suicidas emite? A pessoa passa a falar bastante sobre questões negativas, de desvalorização da própria vida e autodepreciação. Frases como ‘a vida não vale a pena’, ‘não estou feliz’, ‘não sirvo para nada’, ‘ninguém gosta de mim’ passam a ser frequentes. É preciso prestar mais atenção a esta pessoa. Mas vale lembrar que nem todas que pensam em se matar demonstram algum tipo de insatisfação. Podem se recolher em silêncio, em comportamentos que não são habituais como isolamento ou até mesmo agressividade e choro fácil. 2. Como ajudar? Deve-se conversar em local reservado, de forma franca, mostrar-se preocupado, perguntar se está tudo bem. E ouvir, sem fazer julgamentos. Em alguns casos, pode se tratar de um descontentamento pontual, mas há quem realmente necessite de tratamento. Se a pessoa não quiser conversar, alguém mais próximo a ela deve ser acionado para que possa acontecer esse diálogo. Importante não ser uma conversa de pura curiosidade, mas que demonstre que pode haver confiança a nesse diálogo. 3. Quais são os fatores de risco que podem levar uma pessoa ao suicídio? Depressão, ansiedade, ser vítima de abuso ou violência, história de vida traumática e uso abusivo de drogas. Não significa que quem tem essas doenças ou características necessariamente vai se matar, mas geralmente quem atenta contra a própria vida possui histórico de algum tipo de transtorno mental. 4. Uma pessoa que está acamada devido a uma depressão profunda tem risco de se suicidar? Geralmente, o risco maior acontece quando o tratamento medicamentoso começa a fazer efeito (2 a 3 semanas após o início). Pois antes não havia ânimo para nada, mesmo que já estivesse com ideias suicidas. O medicamento proporciona a energia de que necessitava para atentar contra a própria vida. A orientação é sempre observar a evolução do quadro clínico da pessoa e manter contato constante com o profissional ou equipe que cuida do caso. 5. Pode-se obrigar uma pessoa a buscar tratamento? É importante avaliar o risco de ela atentar contra a si mesma ou contra outra pessoa e buscar convencê-la através de conversa, mostrando os perigos que ela corre. 6. Que atividades podem ajudar a afastar as ideias suicidas? Todas as práticas que tragam bem-estar e que ocupem a mente da pessoa: atividades de lazer (passeios, esportes), artesanato e atividades culturais (cinema, teatro), por exemplo. Profissionais da área da saúde mental chamam essas práticas de ‘Produção de Vida’. 7. No Brasil, cerca 1.200 idosos cometem suicídio todos os anos. Entre 2006 e 2015, a prática aumentou 24% entre a população adolescente (10 a 19 anos). Por que essas pessoas estão mais vulneráveis? Indicadores socioeconômicos como desigualdade social e desemprego foram determinantes para o risco de suicídio entre adolescentes no Brasil. Entre os fatores de risco para o suicídio de idosos, além dos transtornos mentais como depressão, esquizofrenia e uso abusivo de álcool e drogas, há questões como isolamento social, outros fatores psicológicos como perdas recentes, condições de saúde importantes como lesões desfigurantes, dor crônica e câncer. As “duas pontas” das fases de nossa vida crianças/jovens e os idosos precisam ser protegidos. 8. O suicídio ainda é um tema tabu. Como abordá-lo junto aos jovens? Destacar a importância de não julgamento de condições sociais e de comportamentos para que possamos ajudar as pessoas em situação de sofrimento. Infelizmente, muitos julgam as pessoas que tentam o suicídio, culpando-os, criminalizando-os pelo ato. Elas precisam de ajuda. 9. Como proteger os mais jovens? É importante ter um espaço de fala, de manifestação de seus desejos, de sua criatividade. Crianças e adolescentes são criativos, estão em fase de descoberta. Descoberta do corpo e das suas possibilidades de vida. Com o aumento da crise social na qual o Brasil se encontra, as possibilidades de vida e de sucesso parecem inatingíveis para os jovens. Eles precisam de espaços de escuta e de prática de criatividade. Os locais de convivência desse grupo populacional precisam proporcionar possibilidades de expressão. 10. Onde buscar ajuda na rede pública de Santos? O atendimento em saúde mental se estrutura na Rede de Atenção Psicossocial, que tem como objetivo o atendimento mais próximo da casa do paciente. A policlínica do bairro em que a pessoa reside pode fazer o primeiro atendimento do paciente, avaliar o nível de gravidade e iniciar o tratamento de casos leves de ansiedade, melancolia, tristeza e depressão considerados leves (quando a causa é conhecida, geralmente relacionada a um luto, como perda de alguém ou do emprego, por exemplo). Quando não há explicação clara para a melancolia e tristeza, com sofrimento para a pessoa e para a sua família, e o caso for considerado grave, a melhor opção são os Caps – Centros de Atenção Psicossocial, que atendem a transtornos mentais mais graves. Nesses locais, as pessoas podem ir espontaneamente ou por encaminhamento. Deve-se buscar sempre a unidade mais próxima da sua residência. 11. E em casos de surto, quem acionar? Quando um paciente de saúde mental está em crise, colocando em risco a própria vida ou de outra pessoa, deve-se acionar o Samu (telefone 192) – cuja equipe está preparada para o atendimento de crises psicóticas ou por uso abusivo de álcool e outras drogas. O paciente é encaminhado a uma UPA para estabilização clínica. Havendo necessidade, o paciente é encaminhado para o Complexo Hospitalar da Zona Noroeste, que possui leitos psiquiátricos.