O documento discute a importância do respeito na sociedade. Especialistas afirmam que a falta de respeito entre as pessoas reflete o atual estado da sociedade e incentivam a ter uma atitude respeitosa pelo próximo para se construir relações humanas minimamente saudáveis. O respeito surge na família e permite a cooperação entre as pessoas, auxiliando-se mutuamente.
Mais respeito entre as pessoas é caminho para uma sociedade feliz
1.
2. Editorial
Albert Einstein disse, certa vez, que o seu ideal político
seria a democracia para que todo o homem fosse
respeitado como indivíduo e nenhum venerado. Trecho de
um texto judaico revelou que se as pessoas não
respeitassem os seus pais, os filhos não iriam respeitá-las.
Já Clarice Lispector disse, um dia, que se alguém a
achasse esquisita, era preciso respeitá-la, porque até ela
foi obrigada a respeitar-se. E o que representa tudo isso?
Todos falam sobre a importância do respeito para se viver
bem em sociedade. Uma de nossas matérias desta edição
reforça a ideia de que a crise de desrespeito que estamos
vivenciando nos últimos tempos, apenas reflete o atual
estado de nossa sociedade, perdida em seus paradigmas e
valores, sem saber exatamente em que acreditar e o que
valorizar. Na reportagem “Mais respeito, por favor”,
especialistas falam e incentivam os leitores a ter uma
atitude respeitosa pelo ser humano e ser mais feliz.
11
Urologista orienta sobre a cólica renal,
uma causa não obstétrica mais comum
para internação hospitalar durante a
gestação
Agência O Globo
24
A rica diversidade e o
sossego da Ilha de Marajó,
banhada por mar e rio
12
Caco Ciocler fala sobre o personagem
que irá fazer em "Boogie Oogie"
(Globo) e sua estreia como cineasta
Poesia
Um sonho de paz
Certa vez tive um lindo sonho,
sonhei com o mundo em paz.
No universo só haviam amigos
e guerras não haviam mais.
Todos se ajudavam.
Ninguém sentia pavor
de ouvir estampidos e gritos.
Haviam acabados o sofrimento e a dor.
Ah! É pena que foi quimera.
Pois no coração humano, predomina a guerra.
Que é a pior de todas as feras.
A vida era só de euforias,
as multidões faziam correntes
e sorrindo, emanavam alegria,
brotando do amor as sementes
Foi um sonho lindo, perfeito,
algo como ele jamais me aconteceu.
E quando acordei, senti em meu peito,
a mão do Cristo, o filho de Deus.
JoãoPrezado
Agência O Globo
Turismo
Edvaldo Santos
Televisão
Lei universal da
boa convivência
Rui Nogueira
Barbosa
DIÁRIO DA REGIÃO
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2 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
3. Comportamento
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 3
Tristeza precisa
ser controlada
Entenda a depressão e suas causas para minimizar seu efeito
Elen Valereto
elen.valereto@diariodaregiao.com.br
Os números são gritantes quando mos-tram
quantas pessoas estão sofrendo de de-pressão:
são cerca de 350 milhões em todo o
mundo. Apesar da alta estatística, a triste notí-cia
é que milhares - talvez milhões - nem sa-bem
que têm o problema que, senão tratado,
pode provocar até a morte por suicídio.
A depressão é desencadeada por motivos
diferentes. Uma frustração e um estresse em
relação ao trabalho, por exemplo, podem ser
recebidos de maneiras distintas exatamente
pela história pessoal, pela cultura familiar e pe-la
segurança emocional. Assim como a perda
de um ente querido, a rejeição amorosa ou a
reprovação em uma prova.
Da mesma forma, a interferência gené-tica
tem grande peso, informa o psicólogo
Fábio Roesler, especialista em neurofeed-back
e análise aplicada do comportamento,
de São Paulo. “Os fatores genéticos atuam
conjuntamente, por exemplo, com duas
pessoas enfrentando o mesmo tipo de tra-balho.
Uma delas pode desenvolver depres-são,
pois ocorre devido a uma predisposi-ção
genética que um deles tem e o outro
não”, diz.
Quando deprimidas, os sintomas mais
comuns das pessoas são o isolamento so-cial,
a apatia, os pensamentos negativos e
pessimistas, a perda de vontade por ativida-des
prazerosas, a tristeza sem motivo, a al-teração
de humor, a negligência com a saú-de
e aparência, entre outros.
Mas, afinal, o que está acontecendo? O
que precisa ser feito a respeito para modifi-car
essa situação?
O encaminhamento para um profissio-nal
psiquiatra, a introdução de medicamen-tos
e o encaminhamento à psicoterapia é o
roteiro padrão. Apesar disso, a questão é
que muitas dessas pessoas não têm ideia do
que está acontecendo com elas e culpam a
vida ou acusam quem está mais próximo
como culpadas por “tudo de errado” e/ou
“falta de sorte” delas.
Para Roesler, algumas pessoas não sa-bem
que têm depressão porque não têm co-nhecimento
do padrão funcional dessa pa-tologia.
Primeiro porque acreditam que a
tristeza sentida é normal e vai passar, mas
também não aceitam que podem estar
doentes. Isso porque há negação a respeito
de doenças psiquiátrico e psicológicas.
“Nos casos em que ocorre essa negação
é preciso conscientizar o paciente de que
sua condição é análoga a qualquer outro ti-po
de doença, mesmo não sendo detectada
em exames. Explicar-lhe sobre os sintomas
e recorrer a sua memória anterior à doen-ça,
para que ele compare e veja a diferença
entre o que era e o que é agora com a de-pressão”,
orienta o psicólogo.
A ideia da necessidade de perfeição di-fundida
na sociedade é um dos motivos
que provoca a infelicidade e a frustração de
não fazer parte do grupo. Como é inquieto,
o ser humano naturalmente somente obser-va
o que ainda falta ou o que está errado.
Faz comparações com o que está acima de-le
e sente-se inferior.
“É mais fácil comparar a nossa vida vis-ta
de fora com a dos outros, que parecem es-tar
acima de nós. A realidade é justamente
o contrário: as pessoas mais felizes são as
que manifestam gratidão por tudo o que
têm”, diz a autora do livro “O que falta pa-ra
você ser feliz”, Dominique Magalhães.
Quando a infelicidade atinge grande
proporção, fica a sensação de desesperan-ça,
sem saída para o sofrimento emocional.
Todo esse acúmulo chega a desenvolver a
depressão, o pensamento de falta de mere-cimento,
o abalo da fé e a falta de força pa-ra
pedir ajuda.
“É claro que não se pode ignorar o peso
da genética, hereditariedade e química
cerebral, mas uma vida plenamente vivi-da
é a melhor forma de prevenir uma
tendência depressiva de se manifestar.
Ao detectar um comportamento depres-sivo,
os parentes e amigos podem se mo-bilizar
para ajudar essa pessoa”, explica
a escritora.
4. 4 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
MAIS RESPEITO,
POR FAVOR
Especialistas revelam aos leitores a importância do respeito às diferenças de cada pessoa e
reforçam a ideia de que o respeito pelo outro é caminho para uma sociedade mais feliz
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
É fácil, no cotidiano, encontrar
exemplos de falta de respeito. Pessoas fa-lando
ao celular durante cerimônias reli-giosas,
motoristas estacionamdo seus
carros em vagas destinadas a idosos e de-ficientes
físicos, homens que descem do
carro e agridem mulheres ao serem fe-chados
no trânsito, comentários ofensi-vos
nas redes sociais diante de tragédias
ou simplesmente porque não gostam de
uma foto e até colegas que comemoram
em grupos a demissão de um desafeto.
Outros casos? Bullying de todas as
espécies (contra pessoas acima do peso,
magras demais, homossexuais e ne-gros),
som alto ligado no último volu-me,
pessoas furando filas de banco, fi-car
com o troco devolvido errado ou ob-jetos
que não lhe pertencem, pessoas
que atiram o lixo pelas janelas dos car-ros
e até pessoas que quebram imagens
de santos por não concordar com a utili-zação
dos símbolos.
O fato é que o ser humano perdeu to-talmente
o respeito pelo próximo em to-das
classes sociais, em todos os senti-dos,
e em todos os lugares, como nas es-colas,
nas ruas, no trabalho, na vizinhan-ça
e no próprio lar entre os casais. Pais e
filhos, irmãos e amigos parecem não se
entender. Enfim, a falta respeito entre
as pessoas.
O respeito demonstra um sentimen-to
positivo de estima por uma pessoa ou
para uma entidade (como uma nação e
uma religião) e também ações especifi-cas
e condutas representativas daquela
estima. Também pode ser um sentimen-to
específico de consideração pelas qua-lidades
reais do respeitado ou conduzi-do
de acordo com uma moral específica
de respeito. Ser rude é considerado
uma falta de respeito (desrespeito), en-quanto
que ações que honram a al-guém
ou a alguma coisa são considera-das
respeito.
Morais específicas de respeito são
de importância fundamental para mui-tas
culturas. Respeito por tradições e
autoridades legítimas são identificadas
pelo professor-assistente de psicologia
na University of Virginia, nos Estados
Unidos, Jonathan Haidt como um dos
cinco valores morais fundamentais
compartilhados para um maior ou me-nor
por sociedades e indivíduos diferen-tes.
Respeito não deve ser confundido
com tolerância porque tolerância não diz
necessariamente nenhum sentimento po-sitivo,
e não é compatível com desprezo, o
contrário de respeito.
Apalavra respeito vem do latim respi-cere
que significa olhar para trás. Isso evo-ca
a ideia de julgar alguma coisa em rela-ção
ao que foi feito quando é valoroso ser
reconhecido. Além, a noção de respeito
implica que pode ser aplicado para uma
pessoa que fez algo certo, mas também pa-ra
qualquer coisa afirmada no passado co-mo
uma promessa, a lei. Isto também é
porque na maioria dos idiomas, o respeito
deve ser merecido.
Maso que dizer diante de tanto desres-peito
pela vida humana? O que é preciso
fazer para introduzir o respeito entre nós,
de modo generalizado? “Sabemos que
uma sociedade só se constrói e dá um sal-to
para relações minimamente humanas
quando instaura o respeito de uns para
com os outros”, diz o teólogo Leonardo
Boff, autor do livro “Convivência, Respei-to,
Tolerância”, (editora Vozes).
O respeito, como o disse o psicanalis-ta
inglês Donald Woods Winnicott (189
6-1971), nasce no seio da família, especial-mente
da figura do pai, responsável pela
passagem do mundo do eu para o mundo
dos outros que emergem como o primei-ro
limite a ser respeitado. Um dos crité-rios
de uma cultura é o grau de respeito e
de autolimitação que seus membros se im-põem
e observam. Surge, então, a justa
medida, sinônimo de justiça. “Rompidos
os limites, vigora o desrespeito e a imposi-ção
sobre os demais. Respeito supõe reco-nhecer
o outro como outro e seu valor in-trínseco
seja pessoas ou qualquer outro
ser”, completa Boff.
Dentre as muitas crises atuais, Boff
considera a falta generalizada de respeito
seguramente uma das mais graves.Odes-respeito
campeia em todas as instâncias
da vida individual, familiar, social e inter-nacional.
Por esta razão, o pensador búlga-ro-
francês Tzvetan Todorov em seu re-cente
livro “Omedo dos bárbaros”( edito-ra
Vozes), adverte que se não superarmos
o medo e o ressentimento e não assumir-mosa
responsabilidade coletiva e o respei-to
universal, não teremos como proteger
nosso frágil planeta e a vida na Terra já
ameaçada.
Osseres humanos se focaramemques-tões
materiais e sua essência se tornou al-go
secundário. Houve um desvio de seu
norte. “O respeito é fundamental para a
vida em sociedade, onde os seres huma-nos
aprendem a se respeitar, surge um es-pírito
de cooperação que permite a todos
crescerem juntos, auxiliando-se no que
for necessário”, diz artigo o professor e es-critor
Maro Schweder, autor dos livros
“Caminhos para a Luz “, “Como Reen-contrar
a Paz de Espírito” e o “O Desper-tar
da Espiritualidade” ( todos pela edito-ra
Giostri)
Ocorpo social só tende a ganhar deste
modo, mostrando que é da união que sur-gem
as grandes construções sociais e cul-turais.
Mas o contrário se dá onde o des-respeito
se estabelece entre as pessoas. Ali
desaparecem as bases sobre as quais o cor-po
social se apoia. “Não é de estranhar
que deste modo às relações existentes se
enfraqueçam cada vez mais, não permitin-do
que uma construção conjunta se dê”,
explica Schweder. Muito antes a desinte-gração
se inicia, minando o que foi cons-truído
até então, pelo labor e o empenho
das gerações passadas.
Esta é a realidade no mundo atual. As
construções culturais das gerações passa-das
encontram-se em perigo, porque as
novas gerações, devido aos valores cultiva-dos,
não conseguem valorizar o que o pas-sado
lhes legou. “Olham com estranha-mento
para a herança recebida, não com-preendendo
minimamente o seu signifi-cado”,
explica Schweder.Eentre esses va-lores
perdidos, encontra-se em primeiro
lugar o respeito. Eis algo que os jovens de
hoje sabem cada vez menos, demonstran-do
sua falta de consideração pelo próxi-mo.
Não é à toa que o mundo vem se tor-nando
tão violento. Por mais que se afir-meque
o serhumano evoluiu nesse aspec-to,
transformando-se numa criatura
mais dócil e civilizada, a experiência
mostra que não é bem assim.
Emtermos de valores as novas gera-ções
encontram-se vazias- ressalta
Schweder - não possuem as noções mí-nimas
necessárias para o convívio so-cial.
Não é à toa que a paz social seja
uma questão tão delicada atualmente.
Onde o desrespeito se estabelece, tor-na-
se difícil alcançá-la. Por si só não
tem como surgir. “É resultado de uma
forma de conceber o mundo, a qual os
jovens não aprenderam, em sua maio-ria.
Em termos de valores as novas ge-rações
encontram-se vazias. Não pos-suem
as noções mínimas necessárias
Atitude
5. para o convívio social. Não é à toa que a paz
social seja uma questão tão delicada atual-mente”,
critica o professor. Onde o desres-peito
se estabelece, torna-se difícil alcançá-la.
Por si só não tem como surgir. É resulta-do
de uma forma de conceber o mundo, a
qual os jovens não aprenderam, em sua
maioria.
Quem não respeita o seu semelhante
é porque perdeu algo dentro de si. Depa-ra-
se com uma lacuna existente em seu
íntimo, a qual não lhe permite observar a
vida como ela é, mas como surge em sua
mente desviada dos rumos da existência.
É a perda dos valores que conduz a isso,
fazendo surgir um esvaziamento ético
que conduz ao maucaratismo, praticado
abertamente nos dias de hoje.
O desrespeito tornou-se a regra em nos-so
tempo. Notadamente entre as novas gera-ções,
seja entre os seus próprios integran-tes,
ou em relação aos que pertencem às ge-rações
mais antigas. Como não dispõem de
valores adequados, que nem chegam a dis-cernir
o certo do errado, confundindo as
coisas indiscriminadamente.
“Esta crise de desrespeito que estamos
vivenciando nos últimos tempos apenas re-flete
o atual estado de nossa sociedade, per-dida
em seus paradigmas e valores, sem sa-ber
exatamente em que acreditar e o que va-lorizar”,
diz Regiane Martins, master exe-cutive
coach. Uma sociedade sem valores
fortes e nobres o bastante para sustentá-la
de forma saudável, acaba por apresentar se-quelas
e epidemias malignas que vão cor-roendo
suas partes saudáveis, e o desrespei-to
é uma delas.
Respeito é uma lei universal de boa con-vivência,
sendo ele o pai dos demais direi-tos
e valores: é o respeito à liberdade que ga-rante
a liberdade, o respeito à vida que pode
garantir a vida, e assim por diante. Seria
simples se tivéssemos padrões mais claros
sobre o que realmente importa para nós en-quanto
indivíduos, enquanto pais, educado-res
e cidadãos.
“Outro dia ouvi uma brilhante professo-ra
já aposentada contando que perguntou
aos responsáveis pela direção da escola:’ -
que tipo de pessoa vocês querem que eu for-me?
Me digam e eu o farei. Mas eles não dis-seram”,
complementa Regiane. Na verda-de,
respeito se aprende em casa, na escola,
na televisão, nos filmes, com exemplo e não
com discursos prontos. Aliás, nunca é de-mais
lembrar que palavras convencem mas
o exemplo arrasta. E talvez nós não esteja-mos
fazendo nosso melhor dever de casa
neste aspecto. O que temos ensinado a nos-sos
filhos, alunos e eleitores? Que tipo de lí-der
temos sido para eles? Vejo que a solução
é composta por um trinômio: valores, edu-cação
e exemplo. “Exemplo de resgate da es-sência
do respeito. Respeito por mim mes-mo,
pelo outro, pela minha cidade, pela so-ciedade
e pela minha Nação”, diz Regiane.
“Por mais que eu não concorde o seu di-reito
de viver e de agir, eu preciso defen-der
a sua dignidade. O que estamos ven-do
acontecer atualmente, essa intolerân-cia
das pessoas, essa violência. Não pode-mos
continuar admitindo que os precon-ceitos
gerem esses comportamentos.
Uma coisa é você não concordar com a
maneira com que o outro escolheu de vi-ver.
Cada um tem o direito de pensar à
sua maneira. Agora, agredirmos fisica-mente
ou usarmos da nossa posição para
humilhar, falar mal, desumanizar o outro
com nosso discurso?”, diz o padre Fábio
de Melo, autor de livros como Quem me
Roubou de Mim?”, “É Sagrado Viver”
(ambos pela editora Planeta) e “Tempo:
Saudades e Esquecimentos” (editora Pau-linas).
Falta a postura de respeito. É preci-so
olhar para todos e respeitá-los como
ser humano.
Saudável é agir para tentar ajudar e
mobilizar-se para que o outro tenha a pos-sibilidade
de mudar de vida. Agredir, fa-zer
piadas e criar violêcia, não. “Em mo-mento
nenhum podemos permitir que es-sa
atitude cresça no nosso meio. Antes de
tudo, temos de ter uma atitude respeitosa
pelo ser humano”, complementa. Você
não precisa concordar com o roubo, com
a mentira, a injustiça. Mas olhar com dig-nidade
para aquele que cometeu tudo isso
porque somente a partir do olhar que o
faz recordar que ele tem dignidade, é que
faz com que o faz recordar que ele tem
dignidade é que ele pode encontrar
forças dentro dele para modifi-car
seu comportamento.
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 5
6. Comportamento
GUARDADO A
SETE CHAVES
Todos temos, em alguma proporção, um segredo muito bem escondido.
Alguns contados, outros não. Mas, isso é algo positivo?
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
Todos nós temos algum segredo.
Aquele que não vai ser revelado nunca à
melhor amiga, ao padre e ao psicólogo.
Não significa necessariamente que seja al-go
que precisamos esconder, mas que não
será dividido por ser uma coisa só nossa.
Pode ser uma mania, o desejo de se vingar
de alguém,umafantasia,umromance proi-bido
ou um passado nebuloso. As varian-tes
são tantas, que poderiamos ficar por
um bom tempo listando. Muitas vezes as
pessoas escondem as coisas por medo de se-rem
mal interpretadas ou julgadas, mas o
fato é que é normal guardarmos para nós o
que não queremos dividir com os outros.
De fato, existem segredos que as pes-soas
evitariam contar até mesmo para seu
reflexo no espelho. Geralmente são com-portamentos
e pensamentos que, no julga-mento
dessas pessoas, trariam complica-ções
ou estigmas”, explica o psicólogo cog-nitivo-
comportamental Alexandre Cáprio.
Para compreender melhor as motiva-ções
básicas que levam as pessoas a guar-dar
segredos, precisamos considerar al-guns
aspectos. O primeiro é o legal.
Existem pessoas que fazem coisas erra-das
com o propósito de atender seus im-pulsos,
não importando o prejuízo so-cial
que gere. Nesse caso, o segredo é
um respaldo para continuarem pratican-do
o ato, como por exemplo, um crime.
“A pedofilia e o tráfico de drogas estão
enraizados em nossa sociedade e são di-fíceis
de serem combatidos justamente
porque o praticante oculta seus rastros.
Trata-se de um sujeito consciente, que
sabe que se comporta de forma inaceitá-vel
para sua sociedade, mas que não
quer abandonar nem a sociedade, nem a
prática do atos”, complementa. Essas
pessoas mantém segredo com o único
propósito de se esquivar de uma puni-ção.
Rompem os direitos alheios em de-trimento
dos próprios desejos.
Em uma esfera diferente desta, exis-te
o segredo mantido por arrependi-mento.
O indivíduo pode ter feito al-go,
em determinado momento da vida
que o envergonhe e do qual não quei-ra
mais se lembrar. Nesse caso, o segre-do
é uma pedra que se coloca em cima
do acontecimento, uma tentativa de en-terrar
o passado. Trata-se de sentenciar
e de condenar a si mesmo por algo que
tenha acontecido.
Em uma linha parecida, mas ainda
mais tênue, temos os pensamentos e
comportamentos que não geram prejuí-zos
a terceiros, mas são considerados
inadequados, estranhos ou bizarros.
Nesse caso temos um leque de possibili-dades
tão grande quanto a imaginação
humana. “Uma senhora pode, por exem-plo,
ter lampejos de imagens de sexo no
culto de sua igreja e sentir-se extrema-mente
envergonhada, incapaz de contar
isso para qualquer outra pessoa, como
se isso revelasse uma impureza imper-doável.
Um rapaz que, em algum mo-mento
da infância, desejou que os pais
desaparecessem, pode desenvolver um
sério trauma futuro em caso de separa-ção
ou até mesmo se um deles vier a fale-cer.
Tudo depende do quão sério ou de-turpado
é o seu pensamento, de acordo
com seu próprio julgamento”, explica
Cáprio.
“Algumas pessoas se envergonham
de coisas perfeitamente normais, que
muitas outras pessoas pensam, mas não
dizem. Com muita facilidade, nos julga-mos
com severidade e exigimos muito
de nós mesmos”, ressalta Caprio. Tenta-mos
criar uma imagem próxima à perfei-ção,
como se tentássemos parecer um
manequim, com seu sorriso permanen-te
e estático no rosto. Condenamos nos-sas
falhas, nossos erros e nossos instin-tos
como se eles fossem ruins. Tenta-mos
bani-los e enterrá-los, ao invés de
vê-los com naturalidade e de aprender
com eles. “Negamos o que considera-mos
pior e expomos o que considera-mos
melhor, como se pudéssemos real-mente
ter uma visão neutra de nossas
qualidades e fraquezas. Criamos uma
forma tão artificial de ser e pensar que
nos sentimos culpados quando nosso es-tado
humano derrapa ou se desvia desse
ideal. “Então colecionamos segredos de
quem fomos, de quem somos e do que
seremos, como se a vida fosse uma mera
prestação - ou ocultação - de contas, e
não uma grande oportunidade de ser-mos
únicos, de sermos nós mesmos e,
claro, sermos felizes”, diz Caprio.
O psiquiatra Eduardo Ferreira-San-tos
explica que não se compartilha tudo
nas relações. “Nela existe o eu, o tu e o
nós, e as pessoas têm de ter isso muito
bem organizado intimamente e enten-der
que o eu é fundamental para a vida
de cada um, já que nele estão nossos ge-nuínos
pensamentos, sentimentos, dese-jos,
sonhos, manias, fantasias, deva-neios
e, claro, segredos”, diz.
Durante anos de convivência clínica em
psiquiatria,WilsonDaherouveas pessoas di-zeremquetêmumsegredoguardadohámui-tos
anos e que ele seria o primeiro aquemse-ria
revelado.“Oquemeleva a crerqueumse-gredo
é sagrado e só pode ser revelado quan-do
a pessoa não suporta mais o peso que o se-gredo
representa durante tantos anos e então
precisa compartilhá-lo com alguém em
quem deposita a absoluta confiança de que a
revelação não será passada adiante”, diz.
Mas na vida cotidiana as coisas ficam
mais complicadas. Por que a manuten-ção
do segredo? A pessoa o esconde dos
outros ou de si mesmo? E por que existe
o segredo? “Penso que existe porque
existem normas e o segredo será sempre
fruto da quebra de normas estabeleci-das
pela cultura em que a pessoa vive”,
complementa Daher.
Trair o parceiro ou a parceira é fruto
do desejo de novas experiências e não se
constituiria em segredo (pecaminoso)
se as normas sociais e religiosas de sua
cultura não catalogasse esta atitude co-mo
um desvio. E se é um desvio a pes-soa
sabe que faz o que seu desejo pede
mas sabe tambem que, ao mesmo tempo
que o desejo pede, a norma impede. “E
se eu faço o que a norma impede, o que eu
faço se torna secreto (segredo)”, explica
Daher.
Emoutras ocasiões, o segredo não é fru-to
de normas estabelecidas, mas de auto-censura
provocada pelo medo de provo-car
situações traumáticas, como aconte-ce
em casos em que os pais não biológi-cos
transformam em segredo a adoção.
Por mais amor que exista neste gesto, é
muito perigoso deixar que o adotado
descubra por si mesmo este segredo que
não deveria ser segredo.
Manter seus próprios segredos é uma
forma de se proteger. “Nossa sociedade,
nossa família e nossa consciência nos di-zem
como deveríamos ser no ideal. Quan-do
fazemos algo fora deste contexto ideal,
nossa mente sente vergonha por medo de
ser excluído”, diz a psicóloga Karina Ro-drigues
E assim escondemos do mundo a
verdade. Seja um aborto, seja um amante,
ou qualquer coisa pela qual seremos julga-dos.
Guardar uma informação só para si
em geral faz mal. “Gerações e gerações de
famílias são geralmente afetadas as vezes
por um segredo. Contar e se livrar do peso
6 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
7. de uma informação que só
você conhece é um alívio.
Falar de nós mesmo e dos
outros e colocar pra fora o
que estamos “vivendo” ou
vendo, estamos automatica-mente
elaborando aquele
conteúdo”, complementa.
Essa necessidade é tão gran-de,
que é por esse motivo que
sonhamos diariamente.
Mas, afinal, o que é o cer-to:
conviver bem com seus
segredos ou saiu espalhan-do
tudo por aí? Para espe-cialistas,
a confissão tem
poder libertador. Muitos
acreditam que o fato de
contarmos nossas histó-rias
mais secretas pode le-var
a uma catarse: ao ou-virmos
nossas próprias reve-lações,
a situação pode não nos pa-recer
tão ruim assim.
Abrir o coração
“Isso faz bem e devemos considerar
contar a alguém o mal que nos aflige,
abrir o coração para uma pessoa em
quem confia. Certamente temos alguns
segredos que não queremos contar a nin-guém,
mas manter muitos segredos faz
mal ao próprio organismo. Não deve-mos
ser um livro fechado, cheio de se-gredos
irreveláveis”, diz o consultor in-ternacional
Roberto Sakay Beco.
Como ensina James Pennebaker,
professor da Universidade do Texas,
nos Estados Unidos, a expressão das
nossas emoções pode nos curar, trazer o
bem estar físico e emocional. Ao guar-dar
muitos segredos, esse ato de inibi-ção
dos pensamentos faz mal ao corpo, e
já sabemos disso, pois ao falar com al-guém
sobre um assunto que nos angus-tia,
essa aflição parece se atenuar.
Na mesma proporção que o medo, o
preconceito muitas vezes impede as pes-soas
de serem transparentes. Por isso,
acaba existindo um critério de seleção do
confidente, uma vez
que as pessoas buscam a
cumplicidadedequemouve.Mas,
sevocêquermanteraprivacidadedoseu
segredo,ébomconhecerfrasedoex-presiden-te
Tancredo Neves (1910-1985) quando al-guém
tentou lhe contar um segredo que nin-guémpoderia
saber: “Então nãomeconte. Se
você, que é o dono do segredo, não consegue
guardá-lo, imagine eu.”
Quando o segredo é aberto para al-guém,
ele perde sua característica. “Se-gredo
entre dois não é mais segredo”,
afirma o psiquiatra e psicanalista Luiz
Alberto Py, autor dos livros “Saber
Amar”, “A Felicidade é Aqui”, “Olhar
Acima do Horizonte”, “Amor e Supera-ção”
(todos pela editora Rocco).
Segundo Py, há uma necessidade psico-lógica
interna de termos a privacidade com
alguma coisa. Segredo é aquilo que chama-mos
de segredo.A melhor maneira é não se
preocuparemrotular as coisas que sabemos
de segredo.
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 7
Respeito à individualidade
Preservar segredos nas relações a
dois mantém a individualidade. Geral-mente
marido ou mulher ficam descon-fortáveis
porque o cônjuge tem um se-gredo
porque não entende que existe es-sa
necessidade. “Tem uma hora em que
a pessoa quer ficar sozinha consigo mes-ma,
não quer abrir para o outro. Temos
necessidade desse refúgio psicológico”,
diz Py. Se as coisas estão bem entre as
pessoas não há necessidade de levantar
poeira, bagunçar a vida. “A revelação de
um segredo pode ser muito explosivo,
desconfortável”, diz Py. Assim como
não é justo com o outro xeretar a pasta
de trabalho, o celular, o e-mail. Isso é in-vasão
de privacidade gerada pelo medo
e pela insegurança. E uma relação sem
confiança não é válida.
Penseemajuda especializada
“Se você tem a necessidade de reve-lar
o seu segredo, sempre existe a possi-bilidade
de procurar um terapeuta que
vai trabalhar isso”, ressalta Py. E desco-brir
porque tem tanta dificuldade em se
abrir, porque determinada situação está
tão valorizada.
“É importante também que caso não
esteja ainda preparado para enfrentar a
sociedade ou uma pessoa em especial pa-ra
quem realmente deve contar o segre-do,
que o indivíduo procure por terapia,
para buscar força e amparo para se sen-tir
bem consigo mesmo e para que consi-ga
de forma livre se expressar”, diz Kari-na
Rodrigues
8. Não podemos nos sentir
plenos enquanto não
tornamos real a
consciência das nossas
necessidades, desejos
e capacidades
8 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
A maioria das pessoas parece achar
que precisa de um(a) amigo(a) ou um(a)
para completá-las. Quando estão sozi-nhas,
tendem a ficar deprimidas. É co-mo
se precisassem de alguém por perto
para fazer as coisas acontecerem, caso
contrário, pareceriam estranhas diante
dos outros e para si mesmas. Ninguém es-tá
questionando a importância de manter
boas amizades. São fundamentais. Mas,
sempre que precisamos de alguém para
conversar é a nós mesmos que devemos
nos dirigir. Nossa alma interior nos dá as
respostas precisas às nossas perguntas. Po-demos
perguntar sobre nossas ações, neces-sidades,
desejos e capacidades. E ficamos
com as respostas e a razão. A única coisa
que precisamos para fazer isso é ter honesti-dade
consigo mesmo.
Em vez de buscar encontrar alguém
que tenha as mesmas qualidades que vo-cê
ou seja quase como você, você irá se
divertir mais quando puder desfrutar
da sua própria companhia. A maioria
das pessoas acha difícil acreditar nisso,
mas você irá se beneficiar muito consi-go
mesmo e ganhará uma boa dose de
autoestima, não importa onde esteja.
A interação social é sem dúvida ne-nhuma
de grande importância para
uma pessoa. “Porém, nada mais seguro
do que escutarmos a pessoa que mais
nos conhece: nós mesmos”, explica psi-cóloga
Karina Rodrigues. Todos os
grandes sábios e filósofos pregaram a
máxima: “conhece-te a ti mesmo”.
Quando conseguimos calar um pou-co
as vozes exteriores, podemos nos vol-tar
para nós mesmo e entender o que
nós realmente queremos para a nossa vi-da.
E não se engane, estamos o tempo to-do
falando com nós mesmos. “Sonhos,
intuições e até doenças nada mais são
do que maneiras de nosso corpo e nossa
mente tentar comunicar algo”, comple-menta.
Dar atenção ao que seu corpo e
sua mente estão falando é sinal de matu-ridade
e certamente nos levará ao cresci-mento
pessoal. Meditar, descansar, ano-tar
sonhos, tirar uma folguinha de vez
em quando são meios de conseguir en-trar
em contato com nosso próprio eu.
Ficar no presente significa a con-templação
do que acontece interna-mente
e/ou ao nosso redor, significa
descrever para nós mesmos o horizon-te
e as perspectivas da nossa própria
corporeidade e o funcionamento do
nosso organismo, ouvir a voz de cada
parte do nosso organismo, e o que
acontece ao nosso redor, incluindo o
diálogo com tudo que nos rodeia, in-cluindo
pessoas e coisas, naturais ou
não. “O pensamento nos tira desse pa-raíso.
Quando passamos ao exercício
do pensar, quando pensamos, paramos
de prestar atenção ao continuum de
consciência, saímos desse aqui-e-ago-ra
existencial e passamos a indagar ou
explicar a nossa realidade circundan-te”,
explica o psicólogo Hugo Ramom
Barbosa Oddone. Na esteira do pensa-mento,
partimos para o diálogo inter-no
onde duas instâncias se digladiam:
o desejo pungente (baseado na busca
da satisfação imediata das necessida-des
ou a necessidade de fugir de qual-quer
contato ameaçador, perigoso ou
temido) - a imposição das propostas
culturais, baseado em normas morais
de comportamento perfeito modelado
pelas crenças e valores moralizadores -
representado por um eu idealizado,
perfeito e irreal. “Uma destas opções
sempre vence a parada, dependendo se
a pessoa é mais submissa aos cânones
socioculturais ou se é mais reativa ou
rebelde”, complementa.
Se considerarmos uma perspectiva
que revela a imgem desta realidade, po-demos
comparar este processo todo co-mo
o falar consigo mesmo, como um
falar com a própria imagem refletida
no espelho. Quando temos dificulda-des
em nossas relações interpessoais
(por exemplo, conjugais) temos três
saídas: a explosão, a absorção e a
implosão. A implosão é o processo que
cura e faz crescer. Tem a ver com nos-sa
temática. É a conversa franca e sin-cera
consigo mesmo, é a revisão de tu-do
que se fez ou se deixou de fazer no
relacionamento, é a rearrumação das
prateleiras internas, é assumir respon-sabilidades
não assumidas, é apro-priar-
se das exigências não reclama-das,
é encontrar coragem -transfor-mando
tripas em coração - para enfren-tar
os bichos temidos, é abandonar po-sições
egoístas e ególatras para apren-der
e praticar o diálogo, a entrega, a
disposição para a caminhada parceira.
É o incentivo para o parceiro também
fazer a mesma coisa, praticar a
implosão, a abertura para as próprias
verdades, condição para se conviver
com as verdades do outro.
“É a atualização da máxima socráti-ca
do ‘conhece-te a ti mesmo. Pois é
através do diálogo consigo mesmo é
que esclarecemos e aprendemos sobre
todos estes inúmeros aspectos da nos-sa
intimidade, da formação da nossa
história, dos componentes vivenciais,
afetivos e aprendidos do processo his-tórico
da nossa identidade. Que perfa-zem
e perfilam a visão ética da nossa
personalidade”, garane Oddone. É
por meio deste olhar-se corajoso ao es-pelho
da nossa interioridade que en-xergamos
as nossas necessidades, os
condicionantes das nossas ações, o ru-mo
e direção delas, a pobreza ou rique-za
destas ações. E que desnudam e de-nunciam,
para nós mesmos, as nossas
vulnerabilidades políticas, os nossos
pontos fracos, e também a nossa força,
o nosso poder, aquilo que está pronto
e firme, as nossas convicções políticas
com as quais podemos contar na hora
de reclamar sobre nossos direitos que
consideramos desrespeitados, para em-poderar-
se dos espaços conquistados.
“Nesta conversa, neste diálogo
multi e unívoco, que não é propria-mente
um monólogo”, explica Oddo-ne.
“Pois vários aspectos e posicio-namentos
éticos, políticos estão sen-do
representados em mim, e para
mim, nela, quase sempre, de forma
saudável, na busca de consenso, na
busca de uma única mensagem que
me represente, podemos distinguir
e reconhecer um posicionamento an-tropológico.”
É a imagem que somos neste mo-mento
da nossa história, pois eu so-mos
seres histórico em que, por um
lado, vamos mudando, de fotografia
em fotografia, de roupa em roupa,
de imagem em imagem e, por outo
lado, somos o mesmo ser, a mesma
pessoa. “Mudo e não mudo. Olhado
por esta perspectiva, cada corte
transversal da minha história, mos-tra
momentos antropológicos de
nós mesmos. Onde reconheço em
mim aspectos éticos, políticos e an-tropológicos
para cada momento da
minha vida”, explica Hugo Oddone.
Eu preciso dispor de todo este cabe-dal
de dados pessoais com um rápi-do
toque de memória.
Quanto mais informações consegui-mos
reunir sobre a nossa pessoa neste diá-logo
com nós mesmos, mais nos conheço,
mais inteiro e fiel somos a nós mesmo.
Mais real é a nossa imagem. “Mais amigo
sou demimmesmo. Assim, sou paramim
mesmo alguém em quem posso confiar-ressalta-
Não existeemmimpontos cegos,
escondidos, bloqueados, incomunicáveis.
Posso ser transparente se eu quiser”, diz.
Esta comunicação com nós mesmos é
de fundamental importância na medida
emque deixa de serummonólogo repeti-tivo
para ser uma comunicação profun-da,
abrindo espaço para revelações cheias
de sentido. Um monologo repetitivo ter-mina
sendo como um ruído mental gera-dor
de tensão. Um possível indicador de
que o sistema se fechou.
Então é necessária uma
integração imersa no momento pre-sente
entre o pensamento e o senti-mento
e a aceitação desse momento
presente, sem julgamentos, para que
a comunicação interna possa voltar a
fluir. “Acho que a problemática fun-damental
nas relações humanas é,
exatamente, neste ponto. Porque as
pessoas perderam essa comunicação
interna. Estamos completa e irreme-diavelmente
dissociados”, completa
o gestalt terapeuta.
Autorrealização
VOCÊ, SEU
MELHOR AMIGO
9. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 9
10. Estamos em um mundo onde a
impulsividade e o consumo agitam
nossas mentes, onde aparelhos celu-lares
nos mantém em constante esta-do
de vigilância. “A ansiedade dispa-rou
e, segundo Augusto Cury (psi-quiatra
e escritor), a Síndrome do
Pensamento Acelerado não permite
mais que as pessoas entrem em sinto-nia
com suas próprias mentes, com
um silêncio e relaxamento tão im-portantes
para nossa saúde”, diz o
psicólogo cognitivo-comportamen-tal
Alexandre Caprio.
Uma das evidências mais claras é
a de que muitas pessoas duvidam
que a mente possa realmente silen-ciar
a ponto de oferecer um diálogo
interno limpo e claro. Ter amigos é
muito importante. O homem é um
ser dualista- ressalta- ou seja, não so-brevive
sem o outro desde o seu nas-cimento.
É o outro que nos define.
Nosso nome, nosso número de tele-fone,
nossos documentos e nossa pro-fissão
só existem por causa do outro.
Relacionamento é essencial para nos-sa
espécie, mas para que ele seja pos-sível,
é preciso, antes de mais nada,
saber criar uma relação, uma sinto-nia
consigo mesmo.
Aí temos um grande problema
moderno. Pessoas que não estejam
bem com elas mesmas podem ter
grande dificuldade de ficar sozinhas
porque começam a se cobrar quase
que instantaneamente. “Sem saber e
sem querer escutar o que sua voz in-terna
tem a dizer, o indivíduo é to-mado
por um desconforto e ocupa
sua mente com todo tipo de distra-ção
possível: internet, música, TV,
amigos, vídeos, textos, diálogos va-zios
no What’s App e muitas outras
coisas”, diz Caprio. Evita encarar
suas próprias demandas como se esti-vesse
deixando a si mesmo em uma
sala de espera eterna.
Esse rompimento aumenta a insa-tisfação,
a dependência por mais ruí-do
externo e faz despencar a nossa
autoestima. A pessoa não pode mais
deixar seus pensamentos originais
fluírem, passando a poluir a mente
com todo tipo de estímulo possível.
“Se não somos mais amigos de nós
mesmos, não teremos habilidades su-ficientes
para cultivarmos amigos
verdadeiros, afetos e admiração em
nosso círculo social porque não é
possível amar quem não se ama ou
respeitar quem não se respeita”,
complementa.
O indivíduo que consegue se res-peitar
e seguir sua trajetória, tem
um grande diálogo interno, é amigo
de si mesmo e consegue concentrar
todas as duas energias em seus proje-tos.
É aquele tipo de pessoa admirá-vel
que nos chama a atenção por sua
postura, seu humor e sua agilidade
em solucionar problemas. É aquele
sujeito agradável, que todos querem
manter por perto, que acaba receben-do
oportunidades e convites com
mais frequência do que aquele que
vive mal consigo mesmo e com o
mundo que o cerca. Portanto, saber
silenciar a mente e ouvir o seu cora-ção
pode ser a diferença entre o sucesso
e o fracasso”, afirma.
A luz que nos guia no caminho da
vida só pode ser encontrada dentro de
nós. Que nós aprendamos a alimentá-la
e colocá-la de voltaemseu devido lu-gar
para que possamos encontrar tam-bém
o nosso caminho nesse grande
mundode possibilidades que está à nos-sa
disposição.
Boa relação com o mundo
“A questão é: como ser amigo
de si mesmo sem nunca ter tido
um modelo para isso?”, questio-na
o psicoterapeuta e professor
Renato Dias Martino. Quando fa-lamos
da possibilidade de um
diálogo bem sucedido consigo
mesmo, isso dependerá direta-mente
da possibilidade de ter
mantido um diálogo saudável
com o outro, anteriormente.
O que acontece é que as pessoas
costumam fugir das conversas com
elas mesmas, por temerem um diá-logo
cheio de acusações e críticas
pesadas. Isso, pois provavelmente
foi só o que tiveram nas conversas
com o outro. “Existe assim um em-pobrecimento
na autoconfiança e
o diálogo interno se dá por meio de
um clima hostil que tende a gerar
transtornos mentais e até patolo-gias
graves. Penso ser realmente
muito importante desenvolver um
diálogo interno que possa ser dig-no
de confiança para nos orientar
na busca pelas respostas da vida,
mas não acredito que isso possa
acontecer sem ter sido precedido
pelo vínculo com o outro”, comple-menta.
Uma amizade sincera e irriga-da
de afeto servirá de modelo mes-mo
quando os amigos não estive-rem
mais juntos, por algum moti-vo.
Isso ocorre por meio de uma re-cordação.
Não saberemos como
acolher a nós mesmo para sentir-mo-
nos bem sozinhos, sem que an-tes
tenhamos aprendido isso por
meio do acolhimento do outro.
Imaginar que seremos capazes de
lidar sozinhos com as questões que
a vida nos traz faz parte de uma ilu-são
narcisista.
“Só aprenderemos a ser uma
boa companhia para nós mesmos
tendo um bom companheiro para
instruir-nos nisso e na ordem natu-ral
das coisas isso seria papel dos
pais, porém pode ser possível en-contrar
esse modelo pra além des-ses
vínculos primários. As respos-tas
estão sempre no mundo inter-no,
entretanto é necessário que
exista uma relação com o mundo
(externo) para que isso possa se rea-lizar”,
diz Martino. Nossa persona-lidade
é formada, nutre-se e se de-senvolve
por meio dos vínculos
bem sucedidos com o outro e por
outro lado, padece na medida em
que esses vínculos fracassam. A
qualidade do diálogo que podemos
travar com nós mesmos depende
de um diálogo estabelecido com o
outro, sendo que antes disso não
teremos recursos de integração
do eu o suficiente para essa or-dem
tão nobre e elevada das ex-periências
psíquicas. Na realida-de
só iniciamos o processo do
pensar a partir da entrada do ou-tro,
antes disso o que fazemos é
simplesmente imaginar.
10 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
11. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 11
Conhecido popularmente como
pedra nos rins, o quadro é uma
das principais causas mais
comuns de internação
hospitalar durante a gestação
Rui Nogueira Barbosa
Urologista
O ciclo gravídico-puerperal
é marcado por importantes
transformações anatômicas e
funcionais decorrentes das
adaptações do organismo ma-terno,
bem como do crescimen-to
e desenvolvimento fetais. Es-sas
alterações, associadas ao
próprio mecanismo do parto,
tornam a mulher mais susceptí-vel
a distúrbios urológicos, que
podem ser transitórios ou defi-nitivos.
A cólica renal é a causa não
obstétrica mais comum para in-ternação
hospitalar durante a
gestação. Sua principal causa é
a calculose urinária, que é mais
frequente nos segundo e tercei-ro
trimestres gestacionais. Boa
parte dos pacientes portadores
de litíase renal não apresentam
sintomas. Em geral, cálculos re-nais
pequenos, medindo ( 5
mm) e não obstrutivos podem
ser manejados clinicamente
sem nenhum tipo de interven-ção.
Importante salientar a ine-xistência
de fatores complica-dores
associados ao cálculo, pa-ra
manutenção do manejo clíni-co,
tais como: presença de in-fecção
urinária, ausência de di-latação
excessiva das vias excre-toras
e ausência de disfunção re-nal
significativa.
No entanto, as pacientes de-vem
ser informadas quanto ao
risco eventual de cólica renal,
bem como medidas preventi-vas
a serem adotadas. A gravi-dez
é uma das condições clíni-cas
que podem complicar ou al-terar
a terapia da calculose
urinária, juntamente com: rins
únicos, imunossupressão, dia-betes,
doenças cardíacas ou pul-monares
e a idade do paciente.
O tipo de cálculo mais co-mum
em gestantes é o de fosfa-to
de cálcio, devido ao pH
urinário mais elevado na gesta-ção
associado a maior elimina-ção
de cálcio na urina
(hipercalciúria), devido a um
aumento na absorção intestinal
de cálcio, comum no período
gestacional.
Oultrassom é o exame de es-colha
para o diagnóstico devi-do
sua alta sensibilidade (80 a
92%), apesar de sua baixa espe-cificidade
(34%); devendo-se
sempre procurar realizar o diag-nóstico
diferencial entre a obs-trução
ureteral por cálculo e a
dilatação renal fisiológica da
gravidez (identificação do jato
ureteral por doppler, a presen-ça
de dilatação ureteral distal e
o aumento da resistividade de
vasos intrarrenais).
Em 15% dos casos é necessá-rio
realizar-se um acesso cirúr-gico
endoscópico ao ureter (ure-teroscopia)
para estabelecer-se
o diagnóstico.
Segundo as últimas reco-mendações
da Sociedade Brasi-leira
de Urologia, o tratamento
inicial é conservador e obtém-se
sucesso em 48% dos casos. A
litotripsia externa por ondas de
choque (Leco) é contraindica-da
durante a gestação. Os guide-lines
preconizam avaliação pe-riódica
da paciente para moni-torizar
a posição e avaliação da
dilatação renal (hidronefrose).
Se a eliminação não ocorrer
dentro de quatro a seis sema-nas,
a intervenção cirúrgica es-tá
indicada. A colocação de um
cateter duplo-J é um procedi-mento
temporário, muito utili-zado,
para drenagem do siste-ma
coletor e eliminação dos sin-tomas
dolorosos, sendo reco-mendada
sua troca após 8 sema-nas
pelo risco de encrustração
calculosa.
A ureterolitotripsia transure-teros-
cópica é o procedimento
definitivo de escolha, com ní-vel
de evidência A, evitando-se
múltiplos procedimentos. Suge-re-
se realizar as intervenções
com bloqueio raquidiano/epi-dural,
evitar-se o uso de radia-ção
ionizante e manter-se
com antibiótico até a alta da
paciente. Deve ser utilizados
o que há de mais moderno
na urologia hoje, como urete-ros-
cópios flexíveis e litotri-dores
a laser, para minimi-zar-
se complicações. Em ca-so
de dúvidas, procure seu
urologista.
CÓLICA RENAL
NA GRAVIDEZ
Edvaldo Santos
Stock images/Divulgação
12. TV - 12 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Antes de entraremBoogie Oogie, ator Caco Ciocler saboreia estreia como
diretor de cinema com o documentário Esse Viver Ninguém Me Tira
Agência Estado
Os anos 1970 eram outro mundo. As-sim
Caco Ciocler resume o universo de
Boogie Oogie (Globo), novela para a qual
está reservado desde o final de Além do
Horizonte (Globo), e na qual interpretará
o jornalista Paulo. Seu personagem voltará
deumatemporadaemPortugal para ser vi-zinho
da família Miranda Romão e, ao que
tudo indica, foi namorado de Beatriz (He-loísa
Périssé) no passado. Sei pouca coisa
sobre ele Apenas que voltará ao Brasil
atrás de um grande amor, mas não encon-trará
as coisas como esperava, diz.
Enquanto aguarda os primeiros textos
da trama chegarem às suas mãos, Ciocler
divulga o filme Esse Viver Ninguém Me
Tira, documentário da produtora Cine
Group que marca sua estreia como diretor.
Olonga-metragem foi exibido pela primei-ra
vez no Festival de Cinema de Gramado
no mês passado e entrará em cartaz em ou-tubro.
O enredo aborda a vida de Aracy
Guimarães Rosa, mais conhecida por ser a
mulher do escritor João Guimarães Rosa.
Durante a Segunda Guerra Mundial,
Aracy trabalhou no Consulado do Brasil
emHamburgo, na Alemanha nazista, e aju-dou
a salvar dezenas de judeus. Minha
maior surpresa foi descobrir que uma das
nossas entrevistadas -cujo pai foi salvo da
morte por dona Aracy - era mãe de um dos
meus melhores amigos de infância, conta
o ator, que também é judeu.
Em 2014, Ciocler também comemora
18 anos de carreira na teledramaturgia.
Após a estreia em O Rei do Gado (Glo-bo),
de 1996, o ator integrou o elenco de
produções como A Muralha (Globo),
de 2000; América (Globo), de 2005; Ca-minho
das Índias (Globo), de 2009; e
Salve Jorge (Globo), de 2012.
Veja a seguir os melhores tre-chos
da entrevista.
Pergunta - Quem será o Paulo em
Boogie Oogie?
Caco Ciocler - Ainda não comecei a
gravar a novela.Na verdade, meu perso-nagem
nem começou a ser escrito ain-da.
Então, tenho pouca informação so-bre
ele. Nesse momento, Paulo é uma
promessa, um sonho de estar ao lado
de bons e talentosos amigos e poder
desenvolver um trabalho que contri-bua
para que Boogie Oogie seja uma
delícia tanto para nós quanto para o
público.
Pergunta - Foi divulgado que ele
seria um ex-refugiado. Você fez algu-ma
pesquisa diferenciada para esse
papel ou mesmo laboratório?
Ciocler - Ainda não. Primeiro pre-ciso
começar a receber as cenas e en-tender
quais serão as demandas.
Pergunta - Boogie Oogie é deum
autor moçambicano (Rui Vilhena) e
seu personagem será parceiro da atriz
portuguesa Maria João Bastos. Como
você avalia esse intercâmbio cultural?
Ciocler - Acho muito interessante
que profissionais de outras nacionalida-des
possam trabalharemumproduto tão
representativo da nossa cultura. Um
olhar de fora sobre nós mesmos é sem-pre
bem-vindo.
Pergunta - E você sabe qual será
seu conflito na trama?
Ciocler - Pouca coisa. Sei que ele volta-rá
ao Brasil atrás deumgrande amor, mas
não encontrará as coisas como esperava.
Pergunta - O que muda trabalhar
em uma novela que se passa nos
anos 1970?
Ciocler - Falamos de uma época na
qual as pessoas se vestiam e se pentea-vam
de forma diferente, tinham outras
músicas e referências. Estamos falando
de outro mundo, de uma construção di-ferente
de raciocínio. As tensões e as
pulsações das cidades eram outras. En-fim,
o estado de relaxamento da época
era diferente. E, muitas vezes, em uma
novela, precisamos reproduzir esse es-tado
de relaxamento.
Pergunta - Sua novela anterior foi
Além do Horizonte, que foi bastante
criticada pela mídia. Como você avalia o
resultado final do trabalho?
Ciocler - É muito difícil para nós ter-mos
distanciamento. Não me lembro de
AlémdoHorizontecomoumanovela cri-ticada.
A lembrança que tenho é de um
elenco eumaequipe que se divertiam mui-to
e faziam aquilo com todo o amor e dedi-cação.
Para nós, foiumsucesso, que deixou
muita saudade.
Pergunta - Como surgiu a ideia de
fazer um documentário sobre a Aracy
Guimarães Rosa?
Ciocler - A ideia não foi minha. Fui
convidado pela Cine Group, produto-ra
do filme, para dirigi-lo.
Pergunta - Esta é sua primeira ex-periência
como diretor. Qual foi o
maior desafio?
Ciocler - Aracy é uma heroína anô-nima.
Sua história é incrivelmente lin-da,
mas ela nunca imaginou para si
uma existência notável. Então, tínha-mos
muito pouca documentação dispo-nível.
Além disso, não podíamos apro-fundar
na sua relação com o Guima-rães
Rosa por uma questão de direitos
autorais. O maior desafio foi tirá-la da
sombra do marido famoso e sustentar
seu protagonismo independentemen-te
dele, durante uma hora e dez minu-tos
de filme, contando com pouca docu-mentação.
Conseguimos.
Pergunta - Como judeu, o que es-
Globo
HISTÓRIA
INCRIVELMENTE
LINDA
13. sa pesquisa significou para você?
Ciocler - Minha maior surpresa du-rante
as filmagens foi descobrir que
uma das nossas entrevistadas - cujo pai
foi salvo da morte por dona Aracy - era
mãe de um dos meus melhores amigos
de infância. Descobrir que Aracyfora
responsável por parte da minha histó-ria
pessoal transformou a mera curiosi-dade
- o impulso inicial do filme - em
profunda gratidão.
Pergunta - Seu último ano foi inten-so
no teatro. Quais são seus novos pro-jetos
na área?
Ciocler - Realmente, o ano foi cheio.
Reestreei Sit Down Drama e, no dia 19
de setembro, entramos em cartaz em São
Paulo com Terra de Ninguém, do Ha-rold
Pinter (dramaturgo britânico), com
o Luís Melo e o Edwin Luisi.
Acho muito interessante
que profissionais de
outras nacionalidades
possam trabalhar
em um produto tão
representativo
da nossa cultura. Um
olhar de fora sobre nós
mesmos é sempre
bem-vindo
Aracy é uma heroína anônima.
Sua história é incrivelmente
linda, mas ela nunca imaginou
para si uma existência notável.
Então, tínhamos muito pouca
documentação disponível
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 13 - TV
14. Família em
primeiro lugar
Suzy Rego, a Beatriz Bolgari da
novela das nove “Império” afirma:
As pessoas estabelecem os acordos que
são capazes de aceitar e de fazê-las felizes
Império
Agência Estado
Os casos extraconjugais
sempre fizeram parte das nove-las.
Mas, em Império, novela
das 21h da Globo, Suzy Rêgo
tem a oportunidade de experi-mentar
um tipo de relação que,
normalmente, não se vê na tele-visão.
Na trama de Aguinaldo
Silva, a atriz interpreta Beatriz,
uma mãe de família que, por
amar intensamente o marido,
Cláudio (José Mayer), aceita o
fato de ele manter um romance
há dez anos com o jovem aspi-rante
a ator Leonardo (Kleb-ber
Toledo).
A situação pode até ser con-siderada
inusitada por muitos,
mas Suzy tenta enxergá-la com
naturalidade. As pessoas esta-belecem
os acordos que são ca-pazes
de aceitar e de fazê-las fe-lizes.
A relação entre os dois é
transparente e de extrema cum-plicidade
e parceria. Beatriz é
uma mulher que apoia o mari-do
em qualquer aspecto e isso
me cativa, afirma a atriz.
As cenas de Beatriz mos-tram
que ela sempre soube, des-de
quando começou a namorar
Cláudio, que ele se interessava
por rapazes. Mas a paixão pelo
cerimonialista sempre foi mais
forte do que qualquer incômo-do
ou insegurança que a condi-ção
pudesse trazer, principal-mente
depois do nascimento
dos dois filhos, Enrico (Joa-quim
Lopes) e Bianca (Juliana
Boller).
Suzy diz que não sabe qual
será o desfecho da relação atípi-ca
entre Cláudio e Beatriz, mas
duvida que sua personagem vá
fraquejar no apoio ao marido.
Mesmo quando o caso homosse-xual
dele for descoberto pelos
filhos.
Na trama, Enrico já se mos-trou
homofóbico, enquanto
Bianca parece ser mais favorá-vel
à diversidade sexual, levan-do
a crer que será uma grande
aliada dos pais quando a situa-ção
de Cláudio se tornar, de fa-to,
pública. Estou adorando
descobrir tudo aos poucos. Re-cebo
os capítulos e me sinto
mesmo uma telespectadora
Para mostrar total interação
entre a família e reforçar a
ideia de casamento sólido entre
Beatriz e Cláudio, Suzy partici-pou
de algumas leituras com o
grupo e a direção da novela.
Foi um processo ótimo, com
cenas bem legais. Desde o iní-cio,
a ideia sempre foi enfatizar
esse cotidiano feliz da casa, fa-la
a atriz
Instinto materno
Aos 47 anos, interpretar
uma mulher com filhos de 28 e
18 anos é visto com tranquilida-de
pela atriz, mesmo sendo
uma realidade distante da que
ela vive. Fora da ficção, Suzy é
Fotos: Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
15. mãe dos gêmeos Marco e Massi-mo,
5. Deixei para engravidar
depois dos 40, mas convivo
com amigas que têm uns gala-laus
em casa, brinca. Ela tam-bém
cita como referência o con-tato
próximo com a irmã, Yany
Rêgo, 40, que foi mãe aos 15.
Casada com o também ator
Fernando Vieira e moradora
de São Paulo, Suzy está se divi-dindo
na ponte aérea para gra-var
Império no Rio de Janei-ro.
E diz, com certo orgulho,
que nem assim precisa de uma
babá fixa. Devez em quando,
só para dar um apoio, chama-mos
uma babysitter, comenta.
Para garantir tranquilidade
enquanto trabalha na capital
fluminense, a atriz conta com o
auxílio do marido e, sempre
que consegue um espaço maior
de folga, corre para casa. Nós
nos revezamos e dá certo. Meus
filhos são novinhos, mas já sa-bem
que a mãe trabalha em ou-tra
cidade e precisa pegar
avião, conta.
Apesar de saberem sobre o
trabalho da mãe, Marco e Mas-simo
não assistem às suas cenas
em Império. Suzy nem tem
certeza de que os meninos sa-bem
exatamente que ela é
atriz. Hoje em dia, todo
mundo se grava e se assiste
(por celular e/ou tablet). En-tão,
para eles, todos apare-cem
na TV, compara.
No entanto, Suzy conta que
já teve de explicar aos gêmeos
uma cena que ambos viram na
novela Amor Eterno Amor
(Globo), quando interpretava a
ciumenta Jaqueline. A perso-nagem
estava chorando e per-guntaram
o que tinha aconteci-do.
Expliquei que era de men-tirinha
e eles questionaram
se o 'moço' tinha brigado co-migo,
lembra, às gargalha-das,
de uma sequência grava-da
com Marcelo Faria.
Reprise
Paralelamente ao trabalho
em Império, Suzy tem feito
questão de assistir, sempre que
pode, suas cenas na novela A
Viagem (Globo), que o canal
pago Viva reprisa atualmente.
Na trama, gravada em 1994,
Nós nos
revezamos e
dá certo.
Meus filhos
são novinhos,
mas já sabem
que a mãe
trabalha em
outra cidade e
precisa pegar
avião
ela interpreta a batalhadora
Carmem, uma jovem que se
enfeia para trabalhar na loca-dora
de Diná (Christiane Tor-loni).
Tudo porque a patroa
não suporta ver mulheres bo-nitas
ao redor do marido,
Téo (Maurício Mattar). Te-nho
lembranças lindas dessa
época. Gravávamos com mui-ta
alegria, porque não faltava
quem fizesse a gente rir.
Além d a N a i r B e l l o
(1931-2007), eu me divertia
bastante com as piadas do Mi-guel
Falabella, recorda.
A relação
entre os dois é
transparente e
de extrema
cumplicidade
e parceria.
Beatriz é uma
mulher que
apoia o marido
em qualquer
aspecto e isso
me cativa
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 15 - TV
16. “VEM CHUMBO
GROSSO POR AÍ”
Braço direito do Comendador em Império, personagem de Roberto Pirillo guarda mistério
Agência Estado
Roberto Pirillo, o poderoso advoga-do
Merival Porto de Império (Globo),
diz que seu personagem esconde um
mistério e tem tudo para tornar a nove-la
das 21h ainda mais interessante.
Não sei o que é, mas vem chumbo gros-so
por aí, revela o ator.
Pirillo aposta que o enigma deve ter
relação com alguma ilegalidade envol-vendo
o comendador José Alfredo (Ale-xandre
Nero), para quem Merival traba-lha
com exclusividade.
Na minha primeira aparição na no-vela,
meu personagem chegava de uma
viagem, na qual tinha ido viabilizar
mais uma loja da Império Joias em um
aeroporto em Lisboa. Na cena, Merival
aparecia desconfortável ao saber que
Maria Marta (Lília Cabral) se reuniria
com ele e o comendador, lembra o ator.
O comendador perguntava se a presen-ça
da Marta o incomodava.
O motivo do incômodo, no entanto,
Pirillo diz desconhecer. A gente tem
de aguardar para ver o que acontece.
Não dá para ficar chutando. Ele está aju-dando
o Elivaldo (Rafael Losso) a sair
da cadeia e também na questão da guar-da
do filho dele - que é um pedido da
Marta.
Carreira na TV
Merival é um dos melhores advoga-dos
do Rio de Janeiro. Foi isso que o
Aguinaldo (Silva, autor de ' Império')
me passou. Sobre o início da carreira de-le,
nada se sabe, diz o ator paulistano,
de 66 anos, que começou a trabalhar na
televisão na extinta Tupi, na qual
atuou, em 1970, no sucesso E Nós, Aon-de
Vamos?, contracenando com Leila
Diniz (1945-1972).
Entrei no estúdio e dei de cara com
a grande Leila. Comecei a tremer, ela
era um símbolo, conta Pirillo.
Em 1971, ele punha os pés na Globo
pela primeira vez, dividindo o set com
Regina Duarte e Cláudio Marzo em Mi-nha
Doce Namorada - trama que deu
para Regina o título de Namoradinha
do Brasil.
O ator participou de diversas produ-ções
importantes na emissora, como O
Grito, em 1975, e Escrava Isaura, em
1976, até que se transferiu para a Ban-deirantes
para fazer a novela Cara a Ca-ra,
em 1979.
Pirillo voltou para a Globo, em
1981, para atuar em Ciranda de Pedra
e emendou uma série de atuações em no-velas
e minisséries. Somaram-se a ela
Paraíso, em 1982; A Gata Comeu,
em 1985; Anos Dourados, em 1986; e
muitos outros trabalho até Celebrida-de,
de 2003.
Em 2005, transferiu-se para a Re-cord
e estreou a novela Prova de
Amor. Nunca fui contratado da Glo-bo,
sempre trabalhei por obra. E fui acei-tando
convites de outras emissoras, diz
o ator, que ficou na rede até a minis-série
bíblica Sansão e Dalila, de 2011.
Logo pintou o convite para traba-lhar
em 'Pé na Cova' (em 2013). Miguel
Falabella (criador do programa) é meu
fã. E eu dele, brinca Pirillo. Fiz alguns
episódios do seriado e uma participação
em 'Joia Rara' (ainda em 2013). Daí o
Aguinaldo Silva me chamou para fazer
essa novela.
No teatro
Roberto Pirillo é também um ho-mem
de teatro e atuou em inúmeras pro-duções
que marcaram época na cena bra-sileira,
como os espetáculos de Pedro
Bloch (1914-2004) no Teatro Alumínio,
Globo
Fotos: Divulagação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
17. em São Paulo. Ali começou sua carreira
artística, em 1963, com a peça Roleta
Paulista.
Em seguida, atuou em montagens
do diretor de teatro e TV Ziembinski
(1908-1978): Vestido de Noiva, de Nel-son
Rodrigues; Check-Up, de Paulo
Pontes; Dois Perdidos numa Noite Su-ja,
de Plínio Marcos.
Peças importantes, com diretores e
autores lendários, mas nada que se equi-pare
ao sucesso de Trair e CoçarÉ Só
Começar, peça escrita por Marcos Caru-so
em 1989 e encenada desde então. Fi-camos
dois anos no Rio, depois viaja-mos
participando de um programa cul-tural
da (companhia área) Vasp. Conhe-cemos
todo o Brasil e isso fez com que
eu me afastasse da TV em diversos mo-mentos,
conta Pirillo, que integrou o
elenco do espetáculo por 14 anos.
No começo de carreira, o ator che-gou
a participar de filmes do produtor e
comediante Mazzaropi (1912-1981),
mas lamenta ter feito menos cinema do
que gostaria.
Atualmente, atua também no fortís-simo
mercado de games, dublando
personagens que ele nem consegue
lembrar. Fiz vários piratas, bandi-dos,
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 17 - TV
marinheiros.
Nesse retorno à Globo, o ator diz es-tar
vivendo bons momentos como o
reencontro com velhos parceiros na
emissora. Trabalhei com o Zé Mayer
em 'A Gata Comeu '. O Flávio Galvão e
o (Roberto) Bonfim são meus amigos.
Gosto muito de todos eles. Fizemos
muitos workshops antes de começar a
novela, em Parati (RJ), para ganhar
mais intimidade com os personagens,
conhecer melhor os núcleos. O elenco
de 'Império ' está muito bem definido.
Os personagens do Nero, da Lília e do
Paulo Betti estão muito bem.
Merival é um
dos melhores
advogados do
Rio de Janeiro.
Foi isso que o
Aguinaldo
(Silva, autor de
' Império') me
passou. Sobre
o início da
carreira dele,
nada se sabe
Nunca fui contratado
da Globo, sempre
trabalhei por obra.
E fui aceitando
convites de outras
emissoras, diz o
ator, que ficou na
rede até a minissérie
bíblica Sansãoe Dalila
18. Império
“Eu mesmo já fui vítima
de diversos jornalistas”
Em entrevista, ator Paulo Betti, aos 61 anos, revela que
a maldade atinge pessoas e que, às vezes, é brutal
Agência Estado
Durante uma caminhada rotineira,
ser surpreendido e convidado por um gru-po
de catadores de lixo para fazer fotos é
apenas uma das comprovações de que o
personagem que Paulo Betti faz na no-vela
Império é um sucesso. No ar co-mo
o jornalista de celebridades Téo Pe-reira,
o ator atrai todos os holofotes
quando encarna o blogueiro maldoso
com suas tiradas bem-humoradas e
seus bordões que já caíram no gosto po-pular.
A repercussão tem sido excelen-te.
Em qualquer lugar, as pessoas se
aproximam e dizem que estão se diver-tindo,
revela ele.
Aos 61 anos, o ator comemora a no-va
fase e confessa que tem lido mais co-lunas
de fofoca para se inspirar. Claro
que eu sei que a maldade atinge pes-soas
e que, às vezes, é brutal, mas elas
são também muito bem-humoradas.
Eu mesmo já fui vítima de diversos jor-nalistas,
confessa. No caso de Téo, cau-sar
estragos na vida alheia parece ter um
sabor especial. E ele não tem nenhum es-crúpulo
para conseguir o que deseja.
Quem afirma isso é o próprio intérpre-te
do personagem: Ele é apaixonado pelo
Cláudio (José Mayer) e não suporta ser
desprezado por ele. Por isso, só pensa em
se vingar. Ressentimento é o que o move.
Para os próximos capítulos da trama são
aguardadas as cenas em que Téo tornará
públicas as provas de que Cláudio é gay.
Leia a entrevista completa.
Pergunta - Como você explica o su-cesso
de seu personagem?
Paulo Betti - A repercussão tem sido
excelente, em qualquer lugar as pessoas
se aproximam e dizem que estão se diver-tindo
com o Téo. Outro dia, eu estava fa-zendo
uma caminhada, o caminhão do li-xo
parou e tive que tirar fotos com todos
os lixeiros. Isso é o que nos dá prazer ao
fazer um personagem como esse! Tam-bém
tenho um sobrinho de 50 anos, o
João, que vive em Votorantim, interior de
São Paulo, e é gay. Ele me ligou, coisa que
raramente faz, para me dizer que estava
adorando o personagem.
Pergunta - E como tem sido inter-pretar
esse jornalista interessado
em fofoca?
Betti - A fofoca, segundo o livro de Jo-sé
Angelo Gaiarsa, Tratado Geral sobre a
Fofoca (ed. Summus), é um fator muito
importante na vida das pessoas, pois 80%
do que elas falam é fofoca e a fofoca é o po-licial
do status quo. Ao mesmo tempo, é
muito atraente: quem não gosta de fazer
fofoca? Quando as pessoas se reúnem nos
botecos, na balada, falam do quê? Do cus-to
de vida? Da situação política do país?
Não, elas falam mal da vida alheia. Quan-do
duas pessoas se juntam para falar mal
de uma terceira, elas estão cada vez mais
íntimas e cúmplices. Os blogs de fofoca
são um terror delicioso! (risos)
Pergunta - E você, Paulo, se preo-cupa
com colunas ou colunistas de
fofoca?
Betti - Agora que estou fazendo o per-sonagem
estou lendo diversas colunas e
acho muito divertido. Claro que eu sei
que a maldade atinge pessoas e que, às ve-zes,
é brutal, mas elas também são muito
bem-humoradas. Eu mesmo já fui vítima
de diversos jornalistas.
Pergunta - Na sua opinião, o que
Téo é capaz de fazer para atingir
seus objetivos?
Betti - O Téo não tem escrúpulos e
fará tudo para escancarar a vida de
Cláudio (José Mayer). E, ao mesmo
tempo, se julga um justiceiro da moral
e dos bons costumes ao tirar o amigo
de infância do armário.
Pergunta - E a paixão dele por Cláu-dio?
Ainda existe?
Betti - Ele é apaixonado pelo Cláudio
e não suporta ser desprezado por ele. Por
isso só pensa em se vingar. Ressentimen-to
é o que o move!
Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
19. Rômulo Neto, ator que interpreta o
malandro Robertão na novela
das 21 horas, descarta possível
afair entre seu personagem e Cora
Interpretação
O MALANDRO
DA VEZ
Agência Estado
O malandro Robertão (Rômu-lo
Neto) está fazendo sucesso com
as mulheres de Império. Além
de protagonizar cenas quentes
com Érika (Letícia Birkheuer), o
irmão exibicionista de Maria Ísis
(Marina Ruy Barbosa) também é
perseguido por Cora (Drica Mo-raes).
Mas, ao que tudo indica,
não será tão cedo que o malandro
irá ceder às investidas da vilã. Pe-lo
raciocínio de Robertão, até ago-ra,
a Cora não lhe interessa, pois
nada tem a oferecer, opina Rômu-lo
Neto.
Exibindo seu abdômen trinca-do
em boa parte das cenas, o ator
garante que a nudez de seu perso-nagem
não lhe tira o sono. Não é
problema para mim, uma vez que
isso faz parte de algo maior, da
complexidade desse personagem,
justifica. A boa forma que exibe
na telinha, segundo ele, não exi-giu
dieta ou exercícios físicos espe-ciais.
Não fiz nenhuma prepara-ção
para o Robertão. Tenho uma
relação muito saudável com o meu
físico, decreta. Já sobre o assédio
das mulheres ele garante: é menor
do que se imagina. Tenho esse re-torno
do público quando estou gra-vando
externas, pois não tem da-do
muito tempo de passear na rua.
O que mais ouço é que o Robertão
é um baita de um malandro e tam-bém
muito engraçado.
Além do tanquinho, as tatua-gens
de Rômulo Neto também
chamam a atenção. Em entrevista
para o site oficial da novela, ele
afirmou que elas combinaram
com a personalidade do persona-gem.
Todas as tatuagens que fiz
fazem referência a um momento
especial da minha vida. A mais
marcante é a do antebraço, em ho-menagem
àminha família por par-te
de pai. É a que está escrito o
meu sobrenome (Arantes), em ho-menagem
ao meu pai e avô, que já
são falecidos, explica. Recente-mente,
Rômulo e sua namorada -
a atriz Cleo Pires - também fize-ram
uma tatuagem na mão escrita
idem.
Novos rumos
Império marca uma boa fase
de Rômulo Neto na Rede Globo.
Após viver o protagonista da tem-porada
de 2007 de Malhação, Rô-mulo
se mudou de mala e cuia pa-ra
a Rede Record, onde integrou
produções como Caminhos do
Coração (2007), Promessas de
Amor (2009), Bela, a Feia
(2010) e Vidas em Jogo (2011).
Do período em que trabalhou na
emissora do bispo Edir Macedo,
ele guarda boas lembranças. Um
personagem importante para
mim foi o Raimundo, de 'Vidas
em Jogo'. Ele tinha uma trama
bem densa e louca, diz. O retor-no
à Globo foi em 2013, durante
Sangue Bom E ele não tem pla-nos
de mudar. Tudo serve de
aprendizado. Para esse ano, a
única coisa que quero é fazer o
Robertão com todo afinco, e
aprender bastante, finaliza.
Filho do ator Rômulo Aran-tes
- morto em um acidente aéreo
em 2000 - o novo galã global segue
os passos do pai, com quem se
acha parecido. Principalmente os
trejeitos, afirma. Ele também ad-mite
gostar de espiar as reprises
de novelas que contaram com a
participação de seu pai, como
Quatro Por Quatro (1994) e Pan-tanal
(1990).
Não marco horário para as-sistir,
mas quando está passan-do
algo dele, adoro observá-lo,
destaca. Já para o futuro, Rômu-lo
Neto espera desenvolver uma
carreira no cinema e voltar a fa-zer
peças de teatro, que adora.
Já televisão, gostaria muito de
trabalhar com o João Emanuel
Carneiro, diz ele sobre o autor
de Avenida Brasil.
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 19 - TV
20. Multishow
DESCONTRAÇÃO E
MÚSICA BRASILEIRA
Thiaguinho
confessa que teve
medo de programa
ao vivo.
Atualmente, ele
comanda o
Música Boa ao
Vivo, do
Multishow, em que
recebe sempre três
grandes artistas da
música brasileira
Agência Estado
Ele já apresentou o Sai do Chão, na
TV Globo, fez participações em Malha-ção
e em Geração Brasil, mas é com o
programa Música Boa ao Vivo, do Mul-tishow,
que Thiaguinho vem encarando o
seu maior desafio na televisão. Todas as
terças-feiras, às 20h30, ele recebe três con-vidados
no palco da atração, que também
conta com uma pe-quena
plateia,
formada por
fãs e amigos
dos canto-res.
A Agência Estado acompanhou de per-to
os preparativos para a apresentação do
episódio número 18 - dos 30 programados
-, e que teve como atrações os grupos Os
Travessos e Bom Gosto e o cantor Serjão
Loroza. Já no ensaio percebia-se o envolvi-mento
de Thiaguinho na produção.O can-tor
deu pitacos sobre as performances,
ouviu sugestões dos outros cantores e tro-cou
ideias com o diretor artístico Zé Ricar-do.
Normalmente, mergulho de cabeça
em tudo o que faço. Gosto de me envolver
totalmente, e aqui não é diferente. Além
disso, fui pegando um amor por este
programa. Espero a terça-feira che-gar
para cantar e aprender um pou-co
mais, entregou o cantor, em um
dos intervalos dos ensaios.
Aprendizado e diversidade,
aliás, movem a vida do cantor. O
lugar em que me sinto mais à von-tade
na vida é o palco. Gosto de me
aventurar em tudo o que é ligado à
arte. Nunca tive nenhuma restrição
a nada, desde pequeno. Fiz de tudo
na escola: se era pra cantar, vamos
cantar; se era pra dançar, vamos dan-çar;
se era pra declamar poesia,
vamos lá... tudo o que estava
ligado à arte, eu estava den-tro,
lembrou.
Selfies
Em todas as edições
do Música Boa ao Vi-v
o , a l é m d a
descontração, é
de praxe que os
convidados
cantem seus
maiores sucessos. E desta vez não foi dife-rente.
O que se vê ao vivo é uma extensão
dos ensaios, quando todos participam e
dão sugestões de como melhorar as apre-sentações.
Isso sem falar nos autorretratos, as cha-madas
selfies, tiradas inclusive pelo pú-blico
presente. Tanto queThiaguinho che-gou
a brincar sobre o uso dos celulares.
Na hora do programa, nada de selfies, di-vertiu-
se ele.
Frio na barriga
Mesmo estando tão em casa, Thiagui-nho
confessa que sentiu um frio na barri-ga
quando soube que iria comandar um
programa ao vivo. Minha primeira ex-periência
com apresentação foi no 'Sai
do Chão', e foi muito gostoso. Lá, era
gravado, dirigido pelo Gleiser (Luiz
Gleiser, diretor), que eu já conhecia do
'Fama', então era mais tranquilo. Aqui,
o desafio foi bem maior. Quando recebi
o convite para apresentar o 'Música
Boa', por onde iriam passar a maioria
dos artistas do Brasil, ao vivo, eu fiquei
pensativo, tentando saber se iria dar
conta. Mas, fui recebido com muito ca-rinho
e com muita paciência, elogiou.
Um desses desafios, foi o de cantar ro-ck,
ao lado de Detonautas, CPM 22 e
Raimundos. Foi legal porque eu já co-nhecia
a galera, mas foi um grande desa-fio
por ser um estilo que eu não domi-no,
disse.
Pelo palco do programa, além dos ro-queiros,
já passaram nomes como Ma-ria
Rita, Fundo de Quintal, Maria
Gadú, Anitta, Titãs, Zeca Pagodinho,
Calcinha Preta, Ivete Sangalo e Arlin-do
Cruz, entre muitos outros. Para
Thiaguinho, essa diversidade só reflete
o que é o Brasil e a música brasileira. É
um programa que mostra a cara do Bra-sil
musicalmente, como o nosso país é
rico, como tem artistas bacanas. A gen-te
recebe três artistas por programa, e
já passaram por aqui muita gente boa,
completa.
Ao ser questionado se ainda tem
vontade de fazer alguma coisa na televi-são,
Thiaguinho dispara: Não peço mais
nada a Deus... só agradeço tudo o que Ele
tem feito por mim.
Divulgação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
21. Frases
Agência Estado
SÃO OPINIÕES E
EU AS RESPEITO.
SÓ QUE TAMBÉM
MANIFESTO A
MINHA E DISCORDO
TOTALMENTE.
Suzy Rêgo, atriz, sobre ser parecida com a presiden-ta
Dilma Rousseff, ao site PurePeople
ANTES ME
CONFUNDIAM COM
O CLODOVIL, HOJE
EM DIA É COM O
JÔ.
Leão Lobo, jornalista, no programa
The Noite com Danilo Gentili (SBT)
É MUITO DIFÍCIL
SER MULHER E
NOVA. AS
PESSOAS NÃO LHE
DÃO
CREDIBILIDADE,
NÃO ACREDITAM
EM VOCÊ.
Bruna Marquezine, atriz, à revista Contigo
MULHER DE
CABELO CURTO
TEM MAIS
ATITUDE.
Sophie Charlotte, atriz, ao portal UOL
TOMOU UMA
PROPORÇÃO
GIGANTESCA.
NOSSA VIDA ERA
DEBATIDA NA TV.
Grazi Massafera, atriz, à revista portuguesa Lux,
sobre seu casamento com o ator Cauã Reymond
A GENTE TINHA
UM GRUPO DE
PAQUITAS QUE
CANTAVA EM
ANIVERSÁRIOS
Gisele Bündchen, modelo e fã de Xuxa,
no Mais Você (Globo)
DECORAR O
APARTAMENTO
FOI A COISA MAIS
FÁCIL.
Junior Lima, músico que está de
casamento marcado, no programa
Estrelas (Globo)
COMECEI A OLHAR
MAIS PARA MIM E
DESCOBRI QUE
TENHO UMAS
COXAS BEM BOAS.
Luís Miranda, ator que interpreta uma transexual
em Geração Brasil (Globo), ao jornal O Dia (RJ)
PRECISO VOLTAR
A TRABALHAR,
POIS O DINHEIRO
ESTÁ ACABANDO.
Narjara Turetta, atriz,
ao portal UOL
QUAL
HOMEM
NUNCA FEZ
ISSO?
Luan Santana, cantor, no
Programa Eliana (SBT), depois
de afirmar que já dormiu com
duas mulheres ao mesmo tempo
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 21 - TV
22. MALHAÇÃO - 17H45
Segunda-feira - Chang impede a
viagem de Brian, Lara e Tomás.
Megan discute com Jonas e
Verônica. Megan fica chateada
com Davi ao descobrir que ele já
sabia do caso de Jonas e
Verônica e vai a uma boate com
Danilo. Davi segue Megan e se irri-ta
ao vê-la se insinuar para outro
rapaz. Lara e Brian decidem que é
melhor Tomás dormir com eles
após o primeiro contato com
Chang. Megan implora perdão a
Davi. Zac Vírus ameaça Manuela
para conseguir informações so-bre
Jonas. Rita conta para Valdeci
sobre Fred.
Terça-feira - Verônica vê o vídeo
de Jonas e Sandra. Jonas amea-ça
Aroeira. Edna sugere que
Verônica tente descobrir quem
lhe enviou os e-mails. Ernesto con-vence
Davi a desistir de contratar
os Nem-Nens e eles decidem fa-zer
um processo seletivo para cha-mar
novos funcionários. Chang se
aproxima de Tomás e desafia La-ra.
Lara suspeita que Shin esteja
fingindo ser Chang. Verônica pe-de
a ajuda de Davi para descobrir
o paradeiro de Sandra e quemes-tá
enviando os e-mails anônimos.
Herval recebe um telefonema mis-terioso.
Quarta-feira - Rita fica perturbada
com a presença de Fred. Gláucia
conta para Megan que Pamela es-tá
com Herval. Dorothy se comove
ao ver a cumplicidade entre Me-gan
e Pamela. Herval recebe um
dossiê sobre Jonas. Verônica é
surpreendida com a presença de
Jonas. Zac Vírus exige que Manue-la
vasculhe o computador de Jo-nas,
e Murphy a flagra na Marra.
Lara e Brian têm o mesmo sonho.
Davi encontra uma pista de San-dra,
e Verônica decide retomar
abiografia de Jonas. Barata convi-da
Ludmila para jantar. Ernesto
se surpreende ao ver Pamela e
Herval juntos. Verônica inventa
uma desculpa para Jonas sobre
sua viagem.
Quinta-feira - Verônica insiste em
conversar com Sandra. Davi com-bina
de Matias fazer os testes pa-ra
trabalhar na Brazuca.Murphy
decide não contar para Jonas que
viu Manuela mexendo em seu
computador. Sandra revela sua
história com Jonas para Verônica.
Jonas e Brian começam a passar
todos os assuntos da Marra para
Manuela e ela se surpreende com
o projeto do transumanismo. San-dra
conta que se encontrou com
Jonas pela última vez em Brasília,
na viagem em que ele foi encon-trar
um pajé. Manu e Arthur co-mentam
sobre o aumento de ven-das
das ações daMarra com o pro-jeto
do transumanismo e descon-fiam
se Jonas está realmente
doente, sem saber que Vicente
escuta a conversa.
Sexta-feira - Jonas diz a Brian que
fará uma coletiva para anunciar
os novos projetos da Marra e fala-rá
sobre a piora de seu estado de
saúde. Verônica decide revelar a
conversa que teve com Sandra pa-ra
Davi Barata não consegue se
envolver com Ludmila. Brian e La-ra
têm sua primeira noite de
amor. Davi, Verônica e Edna con-tam
para Vicente o que sabem so-bre
Jonas e pedem que ele seja
um espião na Marra. A turma da
Navegabeat chega de viagem, re-cebida
por Manuela e Fred. Rita
ouve Dante dizer que fará mais
um show de Cidão. Pamela encon-tra
Verônica na sala de Jonas. Ar-thur
percebe a aflição de Manuela
antes da coletiva de Jonas. Jonas
faz seu pronunciamento, e Pame-la
se emociona. Megan se reconci-lia
com o pai.
Sábado - Ernesto inventa uma des-culpa
para Megan, e Davi a conso-la.
Verônica deixa a coletiva com
Edna. Vicente grava uma conver-sa
entre Jonas e Manuela. Pame-la
questiona Gláucia sobre seus
sentimentos por Jonas. Fred en-contra
Rita por acaso e a convida
para almoçar. Manuela confessa
a Arthur que está sendo coagida a
enganar Jonas. Davi descobre o
computador de onde foi enviado o
e-mail para Verônica. Herval diz a
Débora que vai declarar guerra
contra Jonas. Dorothy afirma a Ba-rata
que ele precisa de uma
reprogramação. Brian e Lara des-confiam
de Chang. Cidão elogia
Dorothy.
BOOGIE OOGIE - 18H15
Segunda-feira - Madalena se sen-te
mal com a notícia sobre a troca
dos bebês. Susana descobre que
Sandra é a criança que foitrocada
por Vitória. Madalena conta a Fer-nando
que Vitória não é sua filha.
Fernando entra no apartamento
de Inês atrás de Sandra, mas Ta-deu
a esconde. Ricardo afirma a
Gilson que Luisa vai procurar por
ele e Zuleica. Rafael consegue im-pedir
que Sandra vá para a casa
de Vicente. Carlota decide contar
seu segredo para Leonor.
Terça-feira - Carlota confessa a
Leonor que não consegue viver
sem Fernando. Susana vai à casa
de Vicente à procura de Sandra,
mas não a encontra. Madalena
conta para Fernando que Sandra
é a sua filha biológica. Beto avisa
à mãeque Madalena está no escri-tório
da Vip Turismo com Fernan-do.
Carlota se desespera com a si-tuação
da Boogie Oogie. Beatriz
desconfia da reação de Susana
ao perguntar sobre um sinal de
nascença de Sandra. Susana apa-rece
de surpresa na casa de San-dra.
Quarta-feira - Susana consegue
ver o sinal de nascença de San-dra.
Leonor aconselha Carlota a
revelar seu segredo para Fernan-do
antes que Amaury o faça. Carlo-ta
sugere que Amaury venda a
Boogie Oogie para Ricardo. Dian-te
da proposta da venda da disco-teca,
Amaury decide não revelar o
que sabe sobre Carlota, para de-sespero
de Vitória. Rafael decide
contar a Vitória sobre a troca de
bebês. Inês diz a Fernando que sa-be
onde Susana está.
Quinta-feira - Inês revela a Fernan-do
que Susana está em sua casa.
Daniele diz a Vitória que Amaury
já vendeu a Boogie Oogie para o
pai. Inês consegue impedir Rafael
de contar a Vitória sobre a troca
dos bebês. Fernando seduz Susa-na
e lhe faz uma proposta para im-pedir
que ela conte a verdade pa-ra
sua família. Susana conta para
Inês que Fernando propôs reatar
o relacionamento dos dois. Fer-nando
vai até a casa de Sandra.
Sexta-feira - Fernando se oferece
para pagar a faculdade de Sandra
no exterior, e a menina expulsa o
empresário de sua casa. Inês ten-ta
convencer Susana de que Fer-nando
não deixará sua família pa-ra
ficar com ela. Susana conven-ceRafael
a não contar para San-dra
que Fernando é seu pai bioló-gico.
Beatriz confessa seu segre-do
a Célia. Susana afirma a Fer-nando
que só voltará para ele co-mo
sua esposa, e exige que o
empresário se separe de Carlo-ta.
Sábado - Fernando promete a
Susana que vai se separar de
Carlota. Vitória conversa com
Júlia sobre o passado de Carlo-ta
e ganha sua confiança. Luisa
encontra Zuleica na rua e disfar-ça
para Filipinho. Célia entrega
uma câmera para Zuleica tirar
uma foto do namorado de Susa-na.
Beatriz se frustra com a fal-ta
de interesse de Elísio.Fernan-do
demite Gilda. Madalena vai
até a casa de Inês para falar
com Susana.
Segunda-feira - Marcelo se descul-pa
com Roberta por ter desconfia-do
da empresária. Pedro aceita a
proposta de Bianca de namorar
Karina em troca do patrocínio de
sua banda e avisa a Nando que
está pronto para gravar o CD de-mo.
Cobra consegue afastar as
principais concorrentes de Jade
no teste para o clipe. Dandara pro-cura
Mari para conversar sobre a
gravidez. Bianca não consegue o
dinheiro de Pedro com Gael e Du-ca
lhe oferece um empréstimo. Zé
Alvarenga aprova Jeff para o clipe,
e Bárbara e Jade são seleciona-das
para o teste final como dança-rinasprincipais.
Jade pede que Co-bra
sabote Bárbara.
Terça-feira - Karina despeja um
balde de água em Pedro. Rute in-centiva
Jeff a participar do clipe.
Jade se arrepende e tenta impedir
Cobra de prejudicar a Bárbara. Co-bra
enfrenta Luiz e Diego para de-fender
Bárbara, que aconselhaJa-de
a se afastar do rapaz. Dandara
comemora o retorno de Mari à Ri-balta.
Nando pressiona Pedro so-bre
o dinheiro do estúdio. Mari e
Jeff decidem ser apenas amigos.
Heideguer aprova a atitude de Co-bra
e garante a Lobão que ganha-rão
dinheiro com o rapaz. Jade
vence o teste para o clipe e come-mora
com Lucrécia. Mari revela-sua
gravidez para Franz. Jade e
Cobra se beijam.
Quarta-feira - Gael permite que Pe-dro
faça uma aula experimental, e
Karina se candidata a ensiná-lo.
Cobra assiste à gravação do clipe
para acompanhar Jade, e Lucré-cia
se incomoda com a presença
do rapaz. Pedro consegue fazer
Karina sorrir e cobra seu dinheiro
de Bianca. Heideguer e Lobão
pensam ter visto Alan em uma ma-téria
de jornale Nat se preocupa.
Bianca aceita o empréstimo de
Duca. Jade é elogiada na grava-ção
do clipe. Mari comunica a
Dandara que voltará para sua ci-dade,
e se despede de Jeff. Dalva
e Duca se surpreendem com a
possibilidade de Alan estar vivo.
Quinta-feira - Fatinha convida Nan-do
para ser padrinho dos gêmeos
que espera de Bruno. Dalva garan-te
a Duca que Alan está morto.
Heideguer comenta com Lobão
que acredita que Dalva esconda
algo. Cobra diz para Jade que não
gosta de ouvir não e ela o en-frenta.
Inspirada por Fatinha, Mari
avisa a Franz que não deixará o
Rio de Janeiro. Dandara e Jeff co-memoram
a decisão de Mari. Du-ca
procura estágio na academia
de Roberta, e Marcelo observa os
dois. João instala um videogame
velho e sua televisão acaba pe-gando
fogo. João e Pedro chegam
ao apartamento de Gael, acompa-nhados
de um policial.
Sexta-feira - Gael tenta acalmar
Dandara e a acompanha até seu
apartamento. Sol promete a
Wallace que assistirá ao seu exa-me
de grau da academia. João e
Dandara se hospedam na casa
de Gael. Bianca se culpa por Duca
trabalhar em dois lugares para
conseguir dinheiro Nando aprova
a nova canção de Pedro, e ques-tiona
se o rapaz está apaixonado.
Bianca sente ciúme de Roberta
com Duca. Nat consegue fala com
Dalva, que fica nervosa, mas dis-farçapara
Duca João ouve a con-versa
de Bianca com Bárbara e de-cide
ajudar a menina a produzir o
falso book. Solesquece do exame
de grau de Wallace na academia.
Pedro consegue um carro de som
para se declarar para Karina.
Resumo das novelas
GLOBO
GERAÇÃO BRASIL - 19H30
TV - 22 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
23. GLOBO
RECORD
Segunda-feira - Duda e Mili conver-sam
no pátio do orfanato. Mili diz que
todos sentiram falta dele. Marian es-piaaconversadosdois.
Marianpaque-ra
Duda, que não retribui. Fernando
pede para as crianças enviarem uma
mensagem para Carol através do
Correio Elegante Móvel, invenção
para tentar arrecadar dinheiro para o
CaféBoutique,queestáemcrise. Car-men
leva um susto ao se deparar
com Duda na mansão dos Almeida
Campos.
Terça-feira - Marian pega escondido o
dinheiro arrecadado com o Correio
Elegante Móvel e coloca na boneca
Laura. Todos assistem à estreia da
série. Cris diz para Samuca que eles
precisam anunciar para todos que es-tão
namorando. Tudo faz parte do pla-no
da chiquitita para deixar Vivi com
ciúme. Tati nota que o dinheiro do
CorreioElegante desapareceu.Thia-go
encontra o dinheiro na boneca de
Maria, que jura não ter pego a quan-tia.
Samucae Cris mentem que estão
namorando. Vivi fica enciumada.
IMPÉRIO - 21H00
VITÓRIA - 21H30
Quarta-feira - Carmen vai ao orfanato
econta para MatildequeCintia voltou.
Maria conta para Tati, Teca e Ana que
foi Marian quem colocou o dinheiro
em sua boneca. Matilde diz para Car-menque
Marian é umapequenabem
malvada.JP,MoscaeDudaficam, aci-dentalmente,
diante de Mili. JP e Mos-ca
discutem. Pata pergunta se ela
sente algoporDuda e Mili garanteque
não gosta de Duda e nem de JP, ape-nas
de Mosca.
Quinta-feira - Mili vê Maria chorar e
consola a pequena. Mili canta a músi-ca
Meu Anjinho e Miguel, escondi-do,
se emociona ao lembrar que Ga-briela
cantava essa música durante a
gravidez. Mili diz para Maria que Sofia
cantava essa canção quando ela era
pequena. Miguel diz para Simão que
acredita que Mili possa ser sua filha.
Marian inventa para Mosca que Mili
diz que não sente absolutamente na-da
por ele. Bia estranha que Pata fez
umpenteado diferente para ir ao colé-gio.
Bia acreditaquePata está gostan-do
de alguém.
Sexta-feira - Na escola haverá umtor-neio
de Artes Marciais. Mosca, Rafa e
Binho querem participar, mas preci-sam
de mais meninos para a equipe.
Eles convidam Duda e o pequeno
oriental Fábio. Os dois aceitam inte-grar
a equipe deles. Carol avisa para
Vivi que um representante de uma
marca do Rio Grande do Sul viu o tra-balho
dela e se interessou emcontra-tara
menina. Vivi fica feliz. Carol conta
que eles arcam com todas as despe-sas,
porémela terádeirsozinhaepre-cisará
morar lá porumano.
Segunda-feira - Artur insiste em di-zer
para Diana que o filho que ela
espera é dele. Rafael nega e diz
que ele e Diana começaram a na-morar
na viagem que fizeram jun-tos.
Artur diz que vai pedir exame
de DNA e Diana passa mal. Iago é
chamado na delegacia para escla-recer
os fatos sobre a morte de Fe-lipe.
Diana diz para Luciene que
está aflita com exame de DNA. Re-beca
e Vinícius decidem conti-nuar
namorando em segredo. Pris-cila
coloca Valéria contra parede,
mas ela finge estar tudo bem.
Terça-feira - Iago invade a delega-cia
acompanhado de seus capan-gas.
Um policial é morto e pes-soas
são amordaçadas. Enzo ten-ta
bater em Iago, mas leva a pior.
Pedro Um e Pedro Dois recebem a
ordem de usar Enzo como escu-do.
Iago faz Netto de refém e foge
de carro. Começa uma persegui-ção
e Iago mata os policiais. Dia-na
e Bernardo desconfiam que te-nha
sido Nelito quem dopou Vitó-ria.
Sabrina pede ajuda a Quim pa-ra
descobrir o paradeiro de Enzo.
Bernardo tenta defender Nelito.
Quarta-feira - Iago avisa que Enzo
está morto e Priscila comemora.
Paulão sente a morte do amigo. Ia-go
resolve mutilar um dedo de En-zo
para comprovar a morte dele
para Priscila e a polícia. Enzo fica
desacreditado ao ver um curativo
em sua mão. Nelito se sente mal
pela desconfiança de Diana. Ra-fael
conta para Bernardo que vai
morar com Diana. Paulão fica ali-viado
por ter se livrado do risco de
ser denunciado por Enzo e voltar
para cadeia.
Quinta-feira - Artur e Iago ficam
muito emocionados ao verem que
Clarice despertou do coma. Prisci-la
e Paulão armam um plano para
limpar a imagem dos dois. Clarice
fica ansiosa e diz para Iago que o
ouviu falar com ela. Laíza dizpara
Mossoró que está com medo de
um novo ataque dos neonazistas.
Artur chora arrependido e diz para
Clarice que sentiu muito medo de
perdê-la. Clarice abraça o filho e
diz que ele tem que desistir de vin-gar-
se de Gregório. Ele diz que Dia-na
está esperando um filho dele e
pede mais tempo para contar a
verdade a ela. Rosa e Anastácia fi-cam
chocadas ao encontrarem
roupas de dança na bolsa de PH.
Sexta-feira - Clarice descobre que
Gregório foi solto e se desespera,
dizendo que Artur corre risco. Dia-na
comemora a liberdade do pai e
diz que é bom tê-lo de volta. Clari-ce
diz para Iago que pretende con-tar
para Gregório a verdade sobre
Artur e Diana. Iago finge apoiá-la.
Rafael convence Diana a ficar noi-va
dele para fazer com que Artur
acredite na farsa e desista do exa-me
de DNA. Priscila e Paulão ne-gam
em entrevista que tiveram al-go
aver com a morte de Dinho.
Paulão fica furioso ao ouvir Virguli-no
fazer piada e chamar Quim de
gato. Quim finge espancar Virguli-no
no banheiro.
Segunda-feira - João Lucas beija Ma-ria
Ísis, que expulsa o rapaz de sua
casa. Cora conta sobre Cristina para
os repórteres e Xana fica furiosa Ma-ria
Marta mostra para José Alfredo a
notícia sobre a filha de Eliane. José
Alfredo afirma que não faráumteste
de DNA. Carmem cuida da transfe-rência
de Salvador para um manicô-mio
judiciário Reginaldo passa mal
após a chegada de Jurema a sua ca-sa.
Maria Marta explica como José
Pedro conseguirá tomar o poder de
José Alfredo. Vicente observa Maria
Clara e Enrico juntos.
Terça-feira - Cristina éhostilcomMa-ria
Clara. Du conta para Maria Marta
oendereço deMaria Ísis. Tuanee Ju-remarezampor
Reginaldo.Xanades-confia
da visita de Maria Clara a Cris-tina.
Enrico fica furiosoaoverTéoem
seu restaurante. Maria Marta e Cora
chegamàcasadeMariaÍsisaomes-mo
tempo. Cora encontra fios de ca-belodeJoséAlfredonoquartodeMa-ria
Ísis. Maria Marta e Maria Ísis se
enfrentam.
Quarta-feira - Maria Marta e José Al-fredo
se enfrentam. Cristina se preo-cupa
com o sumiço de Cora. José Al-fredo
exige que Magnólia e Severo
voltem para São Fidélis. Téo se ofen-de
com os comentários de
Robertão. José Alfredo e Maria Ísis
descobrem que Cora está escondi-da
embaixo da cama. Magnólia aju-daCoraafugireMartaaleva
para ca-sa.
Cora inventa uma desculpa para
explicar para Maria Marta o motivo
de estar na casa de Maria Ísis.
Quinta-feira - Silviano avisa que José
Alfredo e Maria Marta não dormiram
em casa. Vicente pede para Cristina
marcarumdia para eles saírem com
Victor.José AlfredoeMaria Ísissere-conciliam.
Téo flagra Robertão e Éri-kasebeijando.
XanaaconselhaJulia-nearetomaropostoderainhadeba-teria
da escola de samba. Leonardo
aborda Robertão na rua. Jurema avi-saa
Cláudio que Leonardo foi agredi-do
na rua e desmaiou. Enrico no-meiaVicentecomoresponsável
pelo
bufê da festa da joalheria Império.
Sexta-feira - Fernando pede para
conversar com Elivaldo sobre Cora.
Silviano avisa a Maria Marta que sua
viagem para o Monte Roraima será
logo após a festa da joalheria. João
Lucas procura Maria Ísis. Antoninho
convida Juliane para ir à festa da joa-lheria.
Teresa é hospitalizada. Du fa-la
para Maria Marta que João Lucas
está interessado em Maria Ísis. Fer-nando
desiste de ajudar Cora com o
exame de DNA. Maria Clara convida
Cristina para a festa da joalheria.
Sábado-TéoexpulsaÉrikadesuaca-sa.
Maria Marta conta para José Al-fredoqueMaria
Claraconvidou Cristi-naparaafestadaempresaTuanesu-gere
que Jurema se hospede na ca-sa
de Xana. José Alfredo se lembra
deumaconversaquetevecomCristi-na.
Cristina seaconselhacomVicen-te.
Orvillesesenteculpado por explo-rar
Salvador.Du avisa que João Lu-cas
foi à casa de Maria Ísis e Maria
Marta afirma que ele terá uma sur-presa.
João Lucasencontra José Al-fredo
na casa da amante.
Resumo das novelas
CHIQUITITAS - 20H30
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 23 - TV
24. TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Turismo
Entre búfalos e igarapés
na foz do Amazonas
25. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 / 25 - TURISMO
Com casas modestas e carroças puxadas
a búfalo, a Ilha de Marajó tem ares pacatos
e moradores hospitaleiros
Agência O Globo
Quando Gabriel García
Márquez idealizou o cenário de
Macondo em seu romance
“Cem anos de solidão”, com
certeza não tinha em mente a
Ilha de Marajó, a oeste da foz
do rio Amazonas, nas margens
do rio Pará e do Atlântico.
Mas bem que poderia: em
Soure, estranhos convivem co-mo
velhos amigos, fazendo
com que os turistas se sintam
imediatamente acolhidos neste
sossegado vilarejo margeado pe-las
águas salobras do rio Para-cauari.
Marajó faz a gente se sentir
entrando em um universo pare-cido
com o de Macondo, de
García Marquez.
Agência O Globo
Soure é a capital
informal da ilha
26. TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 7 de setembro de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Marajó
ONDE O TEMPO
NÃO TEM PRESSA
Como toda cidade
do Interior, a rotina
transcorre sem
pressa em Soure,
com praias e
passeios de búfalo
Agência O Globo
A primeira impressão que o
turista de cidade grande é de
uma ilha onde há apenas uma
estrada asfaltada, todas as ruas
são largas e de terra batida, mas
que foi concebida e planejada
como Manhattan: em vez de
nomes, as travessas e ruas são
numeradas.
Sendo assim, você vai para
o lugar tal que fica na Quarta
Rua com a Travessa 12. Não
tem nem como se perder de tão
bem traçado.
Em tempo: de similarida-des
com a Big Apple só mes-mo
esses detalhes urbanísti-cos,
porque não encravaram
um só arranha-céu em toda
esta ilha - e estamos falando
de uma região que mede pou-co
mais de 40 mil km² - equi-valente
ao tamanho da Suíça.
Não é à toa que Marajó -
povoada por indígenas des-de
1.100 a.C - está entre as
maiores ilhas flúvio-mariti-mas
do planeta.
Conserva até hoje uma aura
de genuinidade. Extremamen-te
hospitaleiros e amáveis, os
habitantes se orgulham de suas
origens que remontam a civili-zações
pré-colombianas.
Além de só ter casas, a
maioria modesta, de um só an-dar,
em Marajó quase não há
automóveis. O que se veem
são bicicletas e motocicletas
de baixa potência.
Bastante comum é a carroça
puxada a búfalo, animal que se
adaptou ao meio ambiente e às
condições climáticas que, é
bom ressaltar, acarretam mu-danças
drásticas na topografia
da região.
No “inverno” marajoense,
de janeiro a maio, chove a pon-to
de deixar grande parte da
ilha submersa. O búfalo, graças
à sua genética, consegue encon-trar
seu alimento mesmo nas
pastagens cobertas pelas águas
- ele come cerca de 80 quilos de
folhagens por dia.
Além de ter se tornado o íco-ne
de Marajó, contabilizando o
maior rebanho do Brasil com
700 mil cabeças, o animal se
converteu num recurso econô-mico
para grande parte dos 23
mil habitantes de Soure.
Transporta lixo, mercado-rias,
pessoas, bens de consumo
e virou atração turística. Sem
falar que a búfala produz o leite
para a confecção do queijo, que
lembra o feta grego, na textura
e no paladar.
Fotos: Agência O Globo
Preparando-se
para levar
turistas a
passeio para
explorar a
região
A polícia montada faz ronda em búfalo, animal multiuso em Marajó