O documento discute três tópicos principais: 1) a adolescência, definindo-a e discutindo suas características; 2) a saúde mental na adolescência, incluindo dados sobre depressão e automutilação; 3) comportamentos suicidas, definindo conceitos e discutindo dados epidemiológicos e fatores de risco.
5. Segundo a OMS, cronologicamente a adolescência abrange os indivíduos que se
encontram entre os 10 e os 19 anos de idade (WHO, 2011)
A adolescência é conceptualizada como um processo dinâmico de transição entre a
infância e a idade adulta que envolve marcadas alterações a nível físico e biológico,
cognitivo, psicossocial e interpessoal, fortemente influenciado por fatores sociais e culturais.
(Hockenberry &Wilson, 2014; Schoen-Ferreira,Aznar-Farias & Silvares, 2010)
É uma fase de descoberta e ser adolescente é viver a mudança.
1. ADOLESCÊNCIA
6. Implica concretização de um conjunto de tarefas
desenvolvimentais que se expressam no plano intelectual,
na socialização, na afetividade e na sexualidade
(Havighurst, 1957)
Alteração
da relação
com os
pais
Alteração
da relação
com os
pares
Alteração
da relação
com o
próprio
corpo
Conquistar e consolidar a sua identidade
Desenvolver a cidadania
Desenvolver do papel social de género
Estabelecer de relações sociais maduras
Definir percurso vocacional/ profissional
Alcançar a independência emocional, pessoal e económica
Constituição de família
1. ADOLESCÊNCIA
7. • mudança de escola
• rendimento escolar
• competição
• transições entre
graus escolares
• crescer
• mudanças no corpo
• previsões do futuro
• necessidade de tomar
decisões
• pares
• conflitos
• resistência a pressões
• namoro
AGENTES PROMOTORES DE CRISE
• mudanças no equilíbrio
familiar
• conflitos
• dificuldades financeiras
Relacionais Intrapessoais
Escola Família
1. ADOLESCÊNCIA
9. A adolescência é entendida como um período de oportunidades, de saúde e bem-estar, contudo pode
ser vivenciada como um período de crise marcado por turbulência negativa, estados de
tensão e dificuldades emocionais (Monteiro e Confraria, 2014; Santos et al., 2014a; Shaffer e Kipp, 2014) e de
risco associado à adoção de comportamentos comprometedores da saúde física e mental,
como o consumo de drogas lícitas e ilícitas, comportamento sexuais de risco e de comportamentos
suicidários.
(Borges &Werlang, 2006; Carter, McGee,Taylor &Williams, 2007; Currie et al. 2012).
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
10. O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-‐aged Children) é um estudo colaborativo da Organização Mundial de
Saúde (OMS) que pretende estudar os estilos de vida dos adolescentes e os seus comportamentos nos
vários cenários das suas vidas. Envolve adolescentes de 48 países.
2018 - Portugal: 8215 adolescentes, média de idades 13,73 anos,
52,7% género feminino, pertencentes a 42 agrupamentos de escolas
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
12. *Apenas 8º e 10º ano de escolaridade
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
13. *Apenas 8º e 10º ano de escolaridade
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
14. • Local: 58,7% nos braços, 26,8% nas pernas
• Referiram sentirem-se “tristes”,“fartos”,“desiludidos” quando o fizeram.
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
15. A OMS estima que cerca de 20% de crianças e adolescentes apresentem, pelo menos, uma perturbação
mental antes de atingir os 18 anos de idade;
As perturbações mentais têm uma expressão significativa nos grupos etários dos 5-14 (22%) e 15-19 anos (26%);
Mais frequentes: ansiedade, depressão, transtornos comportamentais e abuso de substâncias;
Elevadas taxas de incapacidade, morbilidade e mortalidade;
Em Portugal, entre os 5 e os 14 anos, a maior carga de doença na qualidade de vida deve-se às
perturbações mentais e comportamentais
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
(CNS, 2018; DGS, 2015; O’Reilly et. al, 2018; Lavanco, Smirni & Smirni, 2020; Las Hayaset al., 2019)
16. As dificuldades ao nível da aprendizagem, da atenção e da instabilidade psicomotora, do comportamento, da
indisciplina e da violência auto ou heterodirigida, podem corresponder a manifestações de um sofrimento
emocional acentuado.
As escolas são ambientes privilegiados para intervenções de promoção saúde mental, onde se podem
mitigar impactos negativos provocados por outros fatores sociais;
Intervenções de promoção de saúde mental com expressão de emoções, perceção de apoio da
comunidade, aumento da autoestima e perceção de identificação e intervenção na sintomatologia
depressiva promovem a saúde mental e o bem-estar de adolescentes;
(CNS, 2018; DGS, 2015; O’Reilly et. al, 2018; Lavanco, Smirni & Smirni, 2020; Las Hayaset al., 2019)
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
17. COVID 19
(Lavanco, Smirni & Smirni, 2020; Lee, 2020; Micalizio et al., 2021; Nussbaumer-Streitet al., 2020; Orben, Tomova & Blakemore, 2020)
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Impacto da Pandemia COVID 19
Mudança de rotinas – aulas online, falta de interação em
ambiente escolar e das brincadeiras,…
Restrição severa da liberdade e interação social -
confinamento e distanciamento de família e amigos
Recessão económica familiar e social
Aumento do stress nas relações,
ambiente familiar e educação
Efeitos negativos na saúde mental e bem-estar, com repercussões também a nível da saúde
física da população em geral, e em particular dos adolescentes
18. Alterações do sono
Alterações do apetite
Medos e sentimentos negativos: tédio,
solidão, irritabilidade e raiva
PREJUÍZO PARA A SAÚDE MENTAL E BEM-ESTAR
Depressão
Ansiedade
Stress pós-traumático
Ideação suicida e comportamentos suicidários
Luto pela perda de
familiares e amigos
Medo de ser
infetado
Menor acesso aos
cuidados de saúde
Abuso substâncias
Abuso de tecnologias
digitais
Violência
familiar
(Delvecchioet
al.,
2021;
Guessoum
et
al.,
2020;
Lavanco,
Smirni
&
Smirni,
2020
Micalizio
et
al.,
2021;
Panchal
et
al.,
2021)
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Impacto da Pandemia COVID 19
19. Perturbação mental que envolve o humor, os pensamentos e os
comportamentos.
Tem profundas implicações na vida das pessoas causando sofrimento e
podendo tornar-se altamente incapacitante.
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Depressão
Afeta a forma como a pessoa se vê e sente e como interage com os
outros, normalmente com os pais, familiares e amigos e com o meio que o
rodeia. Pode afetar até a saúde física.
20. Taxas de prevalência da depressão em adolescentes entre 3% a 9% e uma
prevalência cumulativa de 20% até ao final da adolescência.
Discrepante predominância no género feminino, com episódios mais duradouros
e com maior risco de cronicidade.
(Baggio et al., 2009; Bathia e Bathia, 2007 Borges et al., 2012; DGS, 2015; Callahan et al., 2012; Nock et al., 2013 )
70% das crianças e adolescentes com transtornos depressivos não são diagnosticadas e não
recebem tratamento adequado.
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Depressão
21. Degradação das relações familiares
Dificuldade nas relações interpessoais
Défice no desempenho escolar
Aumento do risco para consumo de substâncias
Sexualidade inadequada
Comportamentos autolesivos
Atos suicidas
(Garber et al, 2009; Silva e Sampaio, 2011)
Pode estar relacionada com
características pessoais, com problemas
familiares, problemas de saúde, bullying,
perda de pessoas significativas, …
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Depressão
22. Sinais e sintomas + comuns • Isolamento social;
• Tristeza persistente;
• Ansiedade e angústia permanentes;
• Baixa autoestima;
• Sentimentos de culpa, inutilidade e desvalorização;
• Irritabilidade fácil;
• Apatia e letargia;
• Labilidade emocional;
• Comportamentos impulsivos e/ou agressivos;
• Comportamentos de risco e/ou de adição;
• Queixas somáticas: dores de estomago, de cabeça, …
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Depressão
23. • Alteração da memória e dificuldades de concentração;
• Diminuição do rendimento escolar;
• Desinteresse por atividades escolares e desportivas;
• Dificuldade em lidar com a autoridade;
• Dificuldade em lidar com a rejeição;
• Distúrbios do sono;
• Alterações ponderais significativas;
• Transtornos alimentares;
• Desesperança;
• Expressão de pensamentos de morte;
• Comportamentos autolesivos e/ou atos suicidas
Sinais e sintomas + comuns
2. SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA
Depressão
26. As pessoas que se suicidam
são doentes mentais.
Caso já tenha tentado o
suicídio, o indivíduo não vai
fazer isso novamente.
As pessoas suicidas estão focadas na
sua morte e recusam ajuda.
Não se deve falar sobre
suicídio, pois pode levar à
sua concretização.
O suicídio acontece
sem aviso
Não se pode impedir uma
pessoa de se suicidar.
As ameaças suicidas devem ser
consideradas como um comportamento
manipulador “Quem ameaça, não faz”.
A melhoria de um quadro de
depressão grave indica que o risco
de suicídio já foi ultrapassado.
As pessoas com escassos
recursos económicos
suicidam-se mais.
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Mitos
28. (WHO, 2019)
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Dados epidemiológicos
• + de 700 mil suicídios/ano
• 1 morte a cada 40 segundos
• Entre as dez principais causas de
morte em todo o mundo, para todas
as faixas etárias.
Problema de saúde
mental e pública a
nível mundial
29. 15 aos 29 anos: 19,94
suicídios/100 mil hab.
Adolescentes
3- COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Dados epidemiológicos
O suicídio representa a 4ª causa de morte na faixa
etária dos 15-19 anos
164 mil adolescentes perdem a vida por suicídio e
estima-se que 4 milhões façam tentativas de
suicídio.
(DGS, 2013; Hawton et al., 2012; Papalia & Feldman, 2013; Santos et al., 2014a; Shaffer & Kipp, 2014; WHO, 2021)
30. 3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Dados epidemiológicos
No ano de 2018, em Portugal a taxa de suicídio nos adolescentes dos 15 aos 24 anos foi de
2,6/100 mil habitantes, sendo 3,6 nos rapazes e 1,5 nas raparigas.
A taxa de suicídio nos adolescentes portugueses com idades compreendidas entre os 15 e os
19 têm vindo a registar um aumento desde 2011.
O suicídio entre os adolescentes não tem uma expressão significativa, contudo os
comportamentos autolesivos são frequentes - precursores de atos suicidas
(Eurostat, 2017; INE, 2020; Matos & Equipa Aventura Social, 2018)
31. (INE, 2017, 2018; PNSM, 2017)
Ano 2016
9,4/100 mil hab.
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Dados epidemiológicos
32. (INE, 2017; PNSM, 2017)
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Dados epidemiológicos
33. FATORES DE RISCO
O suicídio é um fenómeno
complexo e multideterminado,
que resulta da confluência de uma
diversidade de fatores.
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
34. • Género feminino: CAL e tentativas de suicídio; Género masculino: suicídio consumado
• Final da adolescência/adulto jovem
• LGBT
• História de tentativas de suicídio, ideação suicida e comportamentos autolesivos;
• História familiar de suicídio;
• Exposição a suicídio ou tentativas de suicídio em pessoas significativas;
• Doença mental (90% depressão)
• Antecedentes de abuso de álcool ou drogas;
• Isolamento social e escolar;
• Dificuldades nas relações interpessoais
• Maus tratos ou abuso na infância;
• Personalidade e características psicológicas (baixa autoestima, impulsividade, agressividade, …);
FATORES
DE RISCO
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
35. • Sentimentos de desvalorização, inutilidade e de desesperança;
• História de atos suicidas na família
• Perturbação mental parental e abuso de substâncias
• Interação familiar disfuncional: alta rigidez, sobreenvolvimento familiar, autoridade inadequada,
expectativas irrealistas
• Eventos de vida negativos: Perda (relacional, familiar); Bullying e cyberbullying
• Insucesso ou abandono escolar
• Acessibilidade a substâncias ou objetos letais;
• Estigma acerca da doença mental e suícidio;
• Incapacidade para procurar ajuda;
• Barreira no acesso aos cuidados de saúde;
• Surtos locais de suicídio.
FATORES
DE RISCO
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
36. 3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
Sinais de Alarme
• Sentimentos intensos de
desesperança
• Sensação de encurralamento
(sem opções, sem saída)
• Ausência de razões para viver
• Aumento consumo de álcool
ou drogas
• Isolamento social e familiar
• Comportamento autolesivo
e/ou tentativa de suicídio prévia
• Ausência de crítica para o
comportamento
Fatores
Precipitantes
• Rutura amorosa
• Conflito com pais
• Dificuldade académica ou
disciplinar
• Perda inesperada de pessoa
significativa
• Suicídio de amigo ou familiar
• Suicídio de alguém famoso
(ídolo da música, desporto,…)
•Vítima de abuso ou bullying
Risco Iminente
• Expressão da intenção de
morrer (frases, desenhos ou
atitudes)
• Possuir um plano
• Acesso a métodos letais
• Desenvolver capacidade de
fazer mal a si próprio
• Comportamento impulsivo,
antissocial e agressivo
• Sensação súbita de calma e
paz
• Oferecer objetos valor
sentimental
37. Suporte e vínculo emocional, harmonia familiar e cuidados parentais preservados;
Rede social de suporte efetiva e sentido de pertença (grupo de amigos, desporto, religião);
Ausência de comportamentos de risco ou aditivos;
Expectativas em relação ao futuro e noção de empenho em projetos de vida;
Competências sociais e estratégias comunicacionais desenvolvidas;
Autoestima conservada e capacidade de resolução de problemas;
Capacidade de pedir e receber ajuda;
Pertencer a um clima escolar positivo;
Bons hábitos alimentares, de sono e de atividade física;
Facilidade de acesso aos cuidados de saúde;
Comunidade informada;
Crenças culturais e religiosas que desencorajem o suicídio.
3. COMPORTAMENTOS SUICIDÁRIOS
FATORES DE
PROTEÇÃO
39. 4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
• Tarefa global e prioritária da OMS;
• O Programa Nacional de Saúde Mental (2008)
elegeu como um dos seus quatro objetivos um
programa de prevenção da depressão e suicídio.
40. • Promoção da saúde mental
• Prevenção de comportamentos suicidários
• Em meio escolar
4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
41. Porquê?
• Os jovens são considerados uma população de risco de suicídio (DGS, 2013).
• Existe uma forte relação entre a psicopatologia e acontecimentos negativos durante a infância a adolescência
(Gibb et al., 2007; Schilling et al., 2007)
• Apenas uma minoria dos jovens com necessidade de cuidados de saúde mental recebe tratamento (Cheung e
Dewa, 2007).
• A ideação suicida e os comportamentos suicidas são comuns em idade escolar (Miller, 2011).
• O estigma da doença mental é uma barreira ao acesso aos cuidados de saúde mental, inibe a perceção de
necessidade de ajuda e dificulta o reconhecimento de pessoas em risco (Jenkins & Singh, 2000).
4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Em adolescentes? Em meio escolar?
42. 4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Em adolescentes? Em meio escolar?
Em meio escolar?
• A saúde mental é considerada uma área de intervenção prioritária (PNSE, 2004-2010).
• A escola é entendida como centro promotor de saúde mental - função educacional aliada à educação para as
emoções sociais e habilidades para a vida (Diesktra, 2008).
• Intervenções preventivas mais eficazes quando envolvem toda a comunidade educativa - agentes educativos,
pais e encarregados de educação, profissionais de saúde e alunos (DGS, 2013; Brás e Santos, 2014).
• Preconizadas campanhas de prevenção nas escolas através do combate ao estigma em saúde mental,
identificação de fatores de risco e protetores da depressão, ideação suicida, comportamentos autolesivos sem
intenção suicida e atos suicidas (DGS, 2013).
43. 4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Em adolescentes? Em meio escolar?
Úteis ou perigosos?
• A prevenção do suicídio em contexto escolar deve contemplar estratégias que promovam o sentido de
pertença, a coesão de grupo, um ambiente salutogénico e o combate ao estigma da doença mental (Frasquilho, 2009).
• Os programas de prevenção do suicídio visam eliminar ou atenuar os fatores de risco e fortalecer os fatores
protetores do comportamento suicida (Berman et al, 2006).
• Aumentam o conhecimento dos estudantes e influenciam as suas atitudes sem qualquer evidência em efeitos
indesejáveis (Ciffone, 2007; Diekstra, 2007).
• O aumento de conhecimentos sobre a depressão e comportamentos suicidários promove os comportamentos
de procura de ajuda, a deteção precoce e intervenção eficaz e reduz a desvalorização do sofrimento (Jenkins e Singh,
2000).
44. Programas de promoção da saúde
mental e prevenção do suicídio
Em contexto escolar
Desenvolvimento de competências sociais e pessoais
Aumento da literacia em saúde mental e suicídio
Redução do estigma, desigualdade e discriminação
Acessibilidade aos serviços de saúde mental
Identificação
precoce
Intervenção
atempada e
eficaz
Referenciação
Serviços de
Saúde Mental
4. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO
Em adolescentes? Em meio escolar?
47. 5. PROGRAMA + CONTIGO
Equipa Coordenadora
José Carlos Santos, ESEnfC
Jorge Façanha, CHUC, CRIP
Maria Pedro Erse, CHUC, CRIP
Rosa Simões, CHUC, HUC
Lúcia Marques,ARSC, IP
Cândida Loureiro, ESEnfC
Helena Quaresma, ESEnfC
Ermelinda Matos,ARSC, CSM
51. 5. PROGRAMA + CONTIGO
Objetivos Gerais
Promover a saúde mental e bem-estar em jovens do 3º ciclo e do ensino secundário;
Prevenir comportamentos autolesivos e atos suicidas;
Capacitar/Sensibilizar os profissionais de saúde, agentes educativos e pais/encarregados de
Educação para a identificação dos comportamentos autolesivos e atos suicidas;
Combater o estigma em saúde mental;
Criar uma rede de atendimento de saúde mental.
52. 5. PROGRAMA + CONTIGO
Objetivos Específicos
Promover desenvolvimento de habilidades sociais;
Promover o auto-conceito;
Promover a capacidade de resolução de problemas;
Promover a assertividade na comunicação;
Melhorar a expressão e gestão de emoções;
Detetar precocemente distúrbio mental;
Fortalecer redes de apoio nos serviços de saúde.
54. FASE 1
Diagnóstico de Situação
FASE 2
Avaliação Final
•Equipa de Saúde + Educação
• Mês: Setembro/ Outubro
•Equipa de Saúde + Educação
• Mês: Junho
Intervenção
+ Contigo
(5 sessões)
•Equipa de Saúde
• Mês: Outubro a Maio
5. PROGRAMA + CONTIGO
Metodologia
55. • Realização em 5 momentos
• Equipa de Saúde
• Mês: Outubro - Maio
Intervenção
Sessão1
Jogo do estigma
Puzzle da Adolescência
Sessão 2
Jogo dos conjuntos
Sessão 3
Jogo das 4 frases
Sessão 4
Sessão do bem-estar
Sessão 5
Jogo “Elogios na palma da
mão”
Top 10 + Contigo
5. PROGRAMA + CONTIGO
Metodologia
56. • Tipo de Estudo: Quasi - Experimental com grupo de controlo;
• Instrumento de recolha de dados:
Parte I – DADOS SOCIO-DEMOGRÁFICOS;
Parte II - ÍNDICE DE BEM-ESTAR (OMS, 1998);
Parte III - ESCALA TOULOUSIANA DE COPING (ETC): (Esparbés et al.,1993;Tap, Costa e Alves, 2005);
Parte IV- ESCALA DE AUTO-CONCEITO (Piers e Hertzberg, 2002; Veiga, 2006);
ParteV - INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK (BDI- II): (Beck e Steer , 1987; Martins, 2000).
5. PROGRAMA + CONTIGO
Metodologia
58. 5. PROGRAMA + CONTIGO
Principais resultados 2020/2021
ARS/ACES/ULS
• 1 ACES da ARS Centro
• 3 ACES da ARS Lisboa e
Vale do Tejo
• 1 ACES da ARS Algarve
Agrupamentos
Escolas/colégios
• 5 Agrupamentos de
Escolas/Escolas não
agrupadas
Alunos
• 436 alunos em
projeto
• 436 questionários
validados
2018/2019
7400 alunos
60. Loures e
Odivelas Loures
Lisboa
Central Lisboa
MédioTejo
Ferreira do
Zêzere
ARS
Lisboa
e
Vale
do
Tejo
- Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado: Escola
Secundária José Cardoso Pires
- Agrupamento de Escolas D. Dinis: Escola Secundária D. Dinis, EB2,3
de Marvila e EB2,3 Damião de Góis
- Agrupamento de Escolas de Ferreira do Zêzere: Escola EB 2, 3 S.
Pedro Ferreiro
POPULAÇÃO ALVO - ANO LETIVO 2020/2021
61. Baixo
Mondego Coimbra
ARS
CENTRO
- Agrupamento Escolas Eugénio de Castro: Escola Básica 2, 3 Eugénio de
Castro
- Escola Básica e Secundária Quinta das Flores
Algarve
Central Aljezur
Sotavento
- Agrupamentos de Escolas de Aljezur: Escola Básica Integrada/Jardim de
Infância de Aljezur - EBI/JI Aljezur
POPULAÇÃO ALVO - ANO LETIVO 2020/2021
ARS
ALGARVE
62. n = 436
Género %
Masculino 54,3
Feminino 45,7
Ano de Escolaridade
7º Ano 37,2
8º Ano 36,0
9º Ano 17,7
12º Ano 9,2
Caraterização da amostra
Idade Mn Mx X dp
12 21 14,18 2,00
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
63. Global
Género
Masculino
Género
Feminino
n = 436 n = 237 n = 199
Média do Índice
de Bem-estar
16,89 18,13 14,28
Média do Coping 147,57 147,67 146,83
Média do Autoconceito 39,38 42,10 35,54
Média de
Sintomatologia
Depressiva
14,47 9,45 18,26
Caraterização tendo em
conta o género
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
64. Caraterização tendo em conta
o ano de escolaridade
7º 8º 9º 12º
Média do Índice
de bem-estar
18,20 15,95 16,24 16,56
Média do Coping 148,30 145,32 146,61 154,09
Média do Autoconceito 41,00 37,78 38,06 40,64
Média de sintomatologia
depressiva
12,42 17,63 13,77 12,32
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
65. Sintomatologia depressiva (Amostra global)
Sem
sintomatologia
depressiva
Sintomatologia
depressiva ligeira
Sintomatologia
depressiva
moderada
Sintomatologia
depressiva grave
BDI II 59,4 % 12,5 % 14,4 % 13,7 %
Beck et al. (1996)
• 0-13: mínima
• 14-19: ligeira
• 20-28: moderada
• 29-63: grave
40,6%
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
28,1%
66. ITEM 2 > 0
ITEM 9 > 0
BDI II ≥ 20
Género Masculino
Género Feminino
28,8%
71,2%
Adolescentes em maior risco de adotar comportamento suicidário
DEPRESSÃO Ano escolar Total
(%)
7º 8º 9º 12º
Moderada a
grave
18
27,3
35
53,0
11
16,7
2
3,0
66
15,1
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
67. Fase 1 Fase 2
Média do Índice
de bem-estar
16,83 16,34
Média do coping 146,50 146,87
Média do Autoconceito 39,05 39,15
Média de sintomatologia
depressiva
14,48 13,14
Fase 1 vs Fase 2
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO LETIVO 2020/2021
68. 1- Não se verificam diferenças estatisticamente significativas entre fase 1 e fase 2, nem entre grupo
experimental e grupo de controlo;
2 - Da Fase 1 para a Fase 2 constatou-se melhoria das médias ao nível do Coping, Autoconceito e da
Sintomatologia Depressiva.
3 - As raparigas manifestam maiores vulnerabilidades que os rapazes em todas as variáveis
estudadas;
4- Verificam-se melhoria nas médias das variáveis entre anos letivos, e os alunos do 7º ano têm
melhores indicadores de saúde mental comparativamente com os dos outros anos;
5- 28,1% dos adolescentes em programa apresentam sintomatologia depressiva moderada ou grave
(2018-2019 - 17,6%).
PRINCIPAIS CONCLUSÕES ANO LETIVO 2020/2021
69. 66 adolescentes encontravam-se em maior risco de adotar um comportamento
suicidário, sendo 71,2% raparigas;
Referenciação de 15* casos pelas equipas locais, sendo que, destes 13 foram encaminhados para
os cuidados especializados com entidades parceiras, os restantes 2 foram referenciados
para as equipas de CSP (médico e enfermeiros de família) e acompanhados pelas Equipas Locais
Mais Contigo/Equipa Coordenadora.
PRINCIPAIS CONCLUSÕES ANO LETIVO 2020/2021
70. Considerando todos os pressupostos norteadores do Programa Mais Contigo mas também e
particularmente o impacto causado pela pandemia COVID-19 impõe-se, mais que nunca:
• Uma ampla resposta interdisciplinar que aplique o conhecimento científico sobre abordagens
eficazes de promoção de saúde mental e de prevenção do suicídio.
• A necessidade de investimento na área da saúde mental ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.
CONCLUSÃO
71. PROGRAMA + CONTIGO
Dia + Contigo
2019
Atividade que deverá envolver toda a comunidade
educativa.
Pode contar com o envolvimento das turmas em projeto
e todas as outras que se mostrem interessadas.
Deve promover a interação entre alunos, profissionais de
saúde, pessoal docente e não docente e Pais.