1. As Redes de Atenção e o papel da
Atenção Primária em Saúde
Prof. Me. Felipe Assan Remondi
felipe.remondi@gmail.com
2. • Missão prevista
▫ Ao final da aula o estudante será capaz
Compreender os aspectos históricos, contextuais e os fundamentos e os desafios para
o desenvolvimento das redes de atenção à saúde;
Conhecer os princípios organizativos e elementos constitutivos de uma rede de
atenção;
Compreender o papel da Atenção Primária em Saúde no contextos das Redes.
• Procedimentos didáticos e recursos previstos
▫ Aulas dialogadas com uso de multimídia e discussões com base em textos que
abordem as temáticas. Leitura e discussão de textos selecionados em
pequenos grupos e grande grupo.
• Avaliação:
▫ Participação nas discussões e nas dinâmicas propostas.
▫ Frequência nas aulas teóricas e Autoavaliação.
▫ Contribuições na oficina de discussão da integração da vigilância em saúde às
redes de atenção do SUS.
2
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Remondi
3. 3
Concepção de saúde e modelos de atenção em saúde
Transição epidemiológica e desafios à estrutura assistencial
Elementos conceituais e constitutivos das redes de atenção à saúde
Atenção Primária e Território no contexto das redes de atenção
Conteúdos selecionados
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Remondi
4. 4
Entrando no assunto
• Modelos de atenção à saúde:
▫ Combinações de tecnologias utilizadas nas intervenções
sobre problemas e necessidades sociais de saúde.
▫ Não é padrão, não é exemplo, não é burocracia, forma de
gestão ou organização dos serviços de saúde.
▫ Modelo é uma “razão de ser” – uma racionalidade.
PAIM, 2009
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5. Concepção de saúde Modelo assistencial
5
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9. 9
Histórico recente de modelos de atenção
Abraham
Flexner
Bertrand
Dawson
1920
Relatório Dawson
Inglaterra
Dawson:
Enfoque na prevenção e
tratamento
Vigilância de riscos
Multiprofissional
Rede assistencial
hierarquizada
Profissionais generalistas
Flexner:
Enfoque na
cura/tratamento
Atenção por episódios
Centrada no médico
Centrada no hospital
Alta tecnologia e
especialização
GIOVANELLA; MENDONÇA, 2008
1910
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10. 10
Qual o modelo assistencial predominante no Brasil hoje?
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14. A crise dos sistemas
• Se manifesta em maior ou menor grau em todos os países do
mundo;
• Em países em desenvolvimento agrava-se por uma dupla ou
tripla carga de doenças:
▫ Crescimento acelerado de doenças crônicas;
▫ Persistência de doenças infecto-parasitárias;
▫ Forte crescimento das causas externas;
• Sistemas de saúde reativos, fragmentados e com resposta
episódica a condições agudas ou agudizações de condições
crônicas;
14
MENDES, 2010
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Remondi
16. A crise dos sistemas
16
MENDES, 2010
Decorre da incoerência entre uma situação de saúde
de transição epidemiológica e demográfica e o do
formato de organização do sistema se saúde
Quando os problemas de saúde são crônicos, o
modelo de tratamento agudo não funciona
Desastre sanitário e econômico em todo o mundo
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Remondi
18. Gastos ambulatoriais e hospitalares do SUS
em 2002 com Doenças Crônicas
18
NATUREZA DO GASTO VALOR EM R$
BILHÕES
PORCENTUAL GASTO PER
CAPITA (R$)
GASTO AMBULATORIAL
3,824 35,0 22,20
GASTO HOSPITALAR
3,738 34,2 21,7
TOTAL DE GASTOS EM DOENÇAS
CRÔNICAS 7,562 69,1 44,0
TOTAL DE GASTOS
AMBULATORIAIS E
HOSPILATARES
10,938 - -
DATASUS, SIOPS, 2005
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19. Crise no modelo de organização dos serviços
• Da decisão baseada em recursos e opiniões para a
decisão baseada em evidências
• Da gestão das condições agudas para a gestão das
condições crônicas
• Da gestão dos meios para a gestão dos fins: a gestão
da clínica
19
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Remondi
MENDES, 2011
20. 20
Redes de Atenção à Saúde
• Proposta:
▫ Arranjos organizativos das ações e serviços de
saúde, integrados por sistemas de apoio para
garantir a integralidade do cuidado
▫ Garantir a atenção contínua, integral, de
qualidade, responsável e humanizada para
incrementar o desempenho dos sistemas de saúde
e a qualidade de vida da população.
MENDES, 2010, BRASIL, 2010
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Sistema Fragmentado APS + Redes de Atenção
• Hierarquia
• Sem coordenação da atenção
• Ação reativa e episódica a partir
da demanda
• Atenção fragmentada por pontos
de atenção
• Cuidado centrado em
profissionais, especialmente
médicos
• Ênfase em medidas curativas
• Financiamento por
procedimentos
• Poliarquia
• Atenção coordenada pela APS
• Ação proativa e contínua,
baseada em planos de cuidados
• Atenção integrada e organizada
em linhas de cuidado
• Atenção colaborativa e
multiprofissional, com foco no
autocuidado
• Ênfase em medidas integrais (da
promoção a reabilitação)
• Financiamento por valor global
MENDES, 2011
Redes de Atenção à Saúde
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Remondi
22. 22
Redes de Atenção à Saúde
• Estrutura
▫ População adscrita
APS – elo de ligação entre a população e as redes
▫ Estrutura operacional
Centro de comunicação
Pontos de atenção primários, secundários e terciários
Sistemas de apoio
Sistemas logísticos
Governança
▫ Modelo lógico de atenção
Condições agudas
Condições cônicas
MENDES, 2011, BRASIL, 2010
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Remondi
23. 23
Redes de Atenção à Saúde
MENDES, 2011
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Remondi
25. Estrutura Operacional
25
Centro de
Comunica
ção
Pontos de
Atenção
1ªº
Pontos de
Atenção
1ªº
Pontos de
Atenção
2ªº
Pontos de
Atenção
2ªº
Pontos de
Atenção
3ªº
• Centro de Comunicação
• Coordenador do cuidado
• APS
• Complexo regulador
• Pontos de atenção
• 1ªº
• 2ªº
• 3ªº
• Densidade
tecnológica
• Economia de escala
• Concentração
espacial
• SAMU
• Pronto Atendimento
• Consórcios Intermunicipais
• Hospitais
• CEOs
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Remondi
MENDES, 2011
26. 26
Atenção Primária em Saúde
1978
Conferência Internacional sobre
Cuidados Primários de Saúde
Declaração de Alma-Ata
GIOVANELLA; MENDONÇA, 2008
A Conferência reafirma enfaticamente que a saúde - estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade -
é um direito humano fundamental, e a consecução do mais elevado nível de saúde
é a mais importante meta social mundial [...] Os cuidados de saúde primários são
cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,
cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao
alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade, mediante a sua plena
participação [...] representam o primeiro nível de contato com dos indivíduos, da
família e da comunidade com o sistema de saúde, devendo ser levados o mais
próximo possível dos lugares onde as pessoas vivem e trabalham, e constituem o
primeiro elemento de um processo continuado de assistência à saúde.
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Remondi
27. 27
Histórico da APS no mundo
1920 1978
GIOVANELLA; MENDONÇA, 2008
1980
Bárbara Starfield
Atenção Primária: Equilíbrio entre necessidades de
saúde, serviços e tecnologia
2002
3 funções
7 atributos
Resolubilidade (85%)
Comunicação
Responsabilização
Primeiro contato
Longitudinalidade
Integralidade
Coordenação
Orientação para a comunidade
Centralidade na família
Competência cultural
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28. 28
Histórico da APS no mundo
1920 1978
GIOVANELLA; MENDONÇA, 2008
1980
OMS/OPAS
Renovação da APS
2002 2005
Atualizar a proposta frente as mudanças econômicas,
sociais e epidemiológicas
Incorporação da experiência acumulada sobre o tema
Análise critica de seus objetivos e propósitos
Contribuir com os esforços em andamento para o
fortalecimento dos sistemas de saúde no mundo
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32. 32
UBS – entre 12 e 18mil hab
BRASIL, 2011
eSF – até 3mil hab:
ACS (12); Médico, Enfermeiro e
Técnicos de enfermagem
+ saúde bucal:
Dentista, Auxiliar e Técnico
em Saúde Bucal
EAB – Equipes específicas
NASF 1 e 2
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Remondi
33. 33
Redes de Atenção na Prática
MENDES, 2011; BRASIL, 2010; BRASIL, 2011;
RedeMãeParanaense-Cegonha
RedeSaúdeMental
RedeUrgênciaeEmergência
RededeSaúdedoIdoso
DiretrizClínica-LinhadeCuidado
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Remondi
34. 34
ANDRADE, BARRETO E BEZERRA, 2008
Redes de Atenção à Saúde
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Remondi
35. Sistema de governança
35
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Ministério da
Saúde
Conselho
Nacional de
Saúde
Comissão
Intergestores
Tripartite
CONASEMS
CONASS
Federal
Secretaria de
Saúde
Conselho
Estadual de
Saúde
Comissão
Intergestores
Bipartite
COSEMS
Estadual
Regional de
Saúde
Comissão
Intergestores
Regional
CRESEMS
Regional
Secretaria de
Saúde
Conselho
Municipal de
Saúde
Municipal
38. Modelos de atenção
• A condições agudas
▫ O objetivo deste modelo é identificar, no menor tempo
possível, a gravidade de uma pessoa em situação de
urgência ou emergência e definir o ponto de atenção
adequado a sua condição.
▫ Sustenta-se em:
Modelos de triagem e classificação de risco
Definição de fluxogramas para situações habituais que
contemplam agravos clínicos, trauma, ferimentos,
crianças e alterações de comportamento
Coordenadas pelo complexo regulador
38
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Remondi
MENDES, 2011
40. Modelos de atenção
• A condições crônicas
▫ O objetivo deste modelo é permitir uma ação continuada
de intervenção ampla sobre a situação de saúde do
indivíduo e seus determinantes a fim de garantir a redução
dos riscos de complicações, otimização do uso de recursos
assistenciais e ampliação da qualidade de vida dos usuários
▫ Sustenta-se em:
Modelo de atenção a condições crônicas = Classificação
de riscos + Determinação Social da Saúde
Coordenadas pela Atenção Primária em Saúde
Estratégias para superação de desafios organizacionais
40
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Remondi
MENDES, 2011
41. 41
Modelo da pirâmide de riscos em doenças crônicas
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
MENDES, 2011
43. 43
A mudança do modelo não é
prioridade
Desafios
Construção de planos estratégicos
que priorizem a mudança
Soluções
Não é resolvido com um sistema
centrado em consultas médicas de
15min – condições agudas
Equipes multiprofissionais, com
ações programáticas e
monitoramento
A equipe de saúde não dispõe de
informações para a tomada de
decisão em tempo oportuno
Definição de diretrizes clínicas com
base em evidências científicas e
programa de educação permanente
Não disponibilidade de informações
clínicas críticas
Estruturar um sistema de
prontuários informatizados e de
estratificação de risco
As pessoas conhecem pouco sobre
sua condição e sobre a organização
do sistema de saúde
Desenvolver o autocuidado apoiado
e a participação da comunidade
Os recursos institucionais são
insuficientes e focados para a
atenção aguda
Ampliar a base e o formato de
financiamento, buscando recursos
comunitários para apoio das ações
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
MENDES, 2011
48. 48
Referências
• Complementares:
▫ MENDES, EV. A APS nas Redes de Atenção à Saúde por
Eugênio Vilaça Mendes - Parte 1 a 5.
Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=_U9Yx02xwgA>.
▫ OPAS. Organização Pan–Americana da Saúde. Renovação
da Atenção Primária em Saúde nas Américas: documento
de posicionamento da OPAS/OMS
Disponível:
<http://new.paho.org/hq/dmdocuments/2010/Renovaca
o-Atencao-Primaria-Saude-Americas.pdf>
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
49. 49
Referências
• Consultadas:
▫ MENDES, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Ciênc. saúde
coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 5, Aug. 2010.
▫ MENDES, EV. As redes de atenção à saúde. 2 ed. Brasília: Organização
Pan-Americana da Saúde, 2011.
▫ BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2488, de 21 de outubro de
2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a
revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica,
para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS).
▫ BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4279, de 30 de dezembro de
2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à
Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
▫ Referências complementares.
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
50. E a vigilância em saúde?
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
50
51. E a vigilância em saúde?
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
Remondi
51
VIGILÂNCIA EM
SAÚDE DE ALTO
POTENCIAL
ANTECIPATÓRIO
VIGILÂNCIA QUE
SUBSIDIA O
PLANEJAMENTO
DA ASSISTÊNCIA
VIGILÂNCIA
INSERIDA NAS
REDES DE
ATENÇÃO
VIGILÂNCIA
FOCADA EM
RESULTADOS
NOS
TERRITÓRIOS
SANITÁRIOS
VIGILÂNCIA EM
SAÚDE QUE
UTILIZA DE
FERRAMENTAS
DE
PLANEJAMENTO
E GESTÃO
VIGILÂNCIA
LEGÍTIMA NO
AMBIENTE
VIGILÂNCIA QUE
FOMENTA
CONSCIÊNCIA
SANITÁRIA
52. 52
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Atenção Básica e Redes de Atenção à Saúde de Felipe Assan Remondi é
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felipe.remondi@gmail.com
16/05/2014Prof. Me. Felipe A.
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