2. Mod.CF.066/01
Impacte no ambiente do uso de produtos fitofarmacêuticos
O recurso a Produtos Fitofarmacêutico não tem só benefícios associados, podem
existir também perigos para a saúde humana e animal e impacte inaceitável para o
ambiente, desta forma devemos conhece-los e minimizar os seus efeitos negativos.
Contudo eliminar os riscos é difícil, senão impossível, no entanto mantê-los abaixo
de certos limites toleráveis é possível para quem manuseia e aplica os Produtos
fitofarmacêuticos.
3. Mod.CF.066/01
Medidas de minimização do risco para o aplicador e para o ambiente
Usar a água da tripla lavagem na preparação da calda;
Recurso a material de aplicação adequado e calibrado;
Usar EPI (Equipamento de Proteção Individual);
Efetuar as aplicações com boas condições atmosféricas, evitando dias ventosos e
com elevadas temperaturas.
Não aplicar PF perigosos para organismos aquáticos em terrenos agrícolas
localizados perto de cursos de água;
Cumprir condições de aplicação;
4. Mod.CF.066/01
Usar PF homologados para a cultura e finalidade
Aplicar o PF de acordo com recomendação técnica;
Preparar volumes de calda adequados;
Fazer tripla lavagem às embalagens e colocá-las em locais adequados;
Não aplicar PF perigosos para as abelhas na época de floração;
Respeitar os intervalos de reentrada e de segurança;
Armazenar os PF adequados para a finalidade.
Medidas de minimização do risco para o aplicador e para o ambiente
5. Mod.CF.066/01
Riscos para as espécies não visadas resultantes da aplicação dos
produtos fitofarmacêutico
Deve ser respeitada a biodiversidade presente nos ecossistemas agrícolas
Fonte: Anipla
7. Mod.CF.066/01
Deve ser preparada num local afastado de cursos de água, pelo menos 10m, valas,
poços, etc. preferencialmente com bacia de retenção onde se possam limpar
eventuais derrames ou sobre coberto vegetal não destinado a consumo humano ou
animal que retenha e degrade eventual acidente na preparação da calda.
Deve ser utilizado um ponto de abastecimento de água dotado de sistema
antirretorno.
O operador deve ter especial cuidado ao encher o pulverizador, pois deve evitar o
transbordo de calda tanto na preparação como no transporte.
Evitar excedentes de calda, devendo apenas preparar o necessário.
8. Mod.CF.066/01
Eliminação de excedentes de calda
A gestão dos resíduos efluentes de produtos fitofarmacêuticos derivados de
derrames durante a preparação da calda ou da limpeza dos equipamentos, tem
particular importância na minimização do impacte da atividade agrícola sobre o meio
ambiente, especialmente, prevenir a contaminação do meio edáfico e aquático durante
as fases de preparação da calda, lavagem do pulverizador e das embalagens vazias.
CALDA DE PULVERIZAÇÃO
De acordo com a Lei 26/2013, os excedentes de calda, caso estes se
verifiquem, devem ser preferencialmente recolhidos e tratados, recorrendo-se para tal,
a um dos vários sistemas de tratamentos de efluentes disponíveis no mercado.
9. Mod.CF.066/01
Existe diferentes equipamentos destinados ao tratamento de
efluentes de produtos fitofarmacêuticos:
Sistemas de evaporação ou desidratação natural
Sistemas de degradação biótica
Eliminação de excedentes de calda
10. Mod.CF.066/01
Sistemas de evaporação ou desidratação natural
Os sistemas de evaporação ou desidratação natural, tal como o nome indica, são
sistemas e evaporam e desidratam o efluente por ação do sol e do vento.
Estes sistemas compostos por um depósito devidamente estanque forrado de
material apropriado para os efluentes de PF e por uma cobertura no caso dos sistemas de
evaporação ou por um depósito e uma membrana microporosa e permeável a moléculas de
água (vapor) no sentido do interior para o exterior do saco nos sistemas de desidratação.
Findada a evaporação e a desidratação da componente líquida do efluente
apenas fica o resíduo seco, devendo o mesmo ser encaminhado para um operador
licenciado para a gestão de resíduos perigosos.
11. Mod.CF.066/01
Sistema com evaporação da componente líquida do efluente
(Fonte: Syngenta: sistema Helisiosec®)
Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
12. Mod.CF.066/01
Sistema modular com desidratação da componente líquida do efluente
Fonte: BASF: sistema Osmofilm®
Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
13. Mod.CF.066/01
Sistemas de degradação biótica
Os sistemas de degradação biótica potenciam a degradação dos efluentes por
ação microbiológica, sendo que devem ser determinadas as condições de humidade,
luminosidade e arejamento.
Os sistemas de degradação biótica são compostos por um depósito destinado
aos efluentes de PF e um depósito estanque coberto no qual se encontra o substrato
(solo e matéria orgânica), isolado do meio ambiente.
Deste processo resulta um resíduo que pode ser eliminado por incorporação no solo.
14. Mod.CF.066/01
Contudo, nem todas exploração dispõem de um destes sistemas, nesses casos e na
impossibilidade de ter um deles, os excedentes de calda devem ser diluídos com água e
aplicados em áreas não cultivadas, desta forma, promove-se degradação natural dos
resíduos.
O locais destinados a aplicação destes excedentes de calda devidamente diluídos
devem ter um coberto vegetal que não se destine a alimentação humana ou animal. Desta
forma para além de assegurar a retenção de um eventual derrame, asseguramos que o estado
do coberto vegetal é um ótimo indicador de possíveis efeitos fito tóxicos desencadeados
pelos excedentes de calda, mesmo que diluídos.
Fonte: Bayer Crop Science Portugal
Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
15. Mod.CF.066/01
PRODUTOS OBSOLETOS
Um dos problemas que as explorações agrícolas se deparam é a
presença de PF fora de prazo de utilização, tais produtos devem ser corretamente
acondicionados e armazenados temporariamente em local apropriados e destinado
ao armazenamento dos PFs em uso, contudo afastados destes e devidamente
assinalados.
Para de efetuar uma correta gestão destes resíduos, recomenda-se a
entrega a empresas autorizadas para a sua recolha e destruição.
Contactos dos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos
(CIRVER)
Entidade Morada Telefone Fax
CIRVER ECODEAL Rua Pinhal Manso – Carregueira
2140 PINHEIRO GRANDE
(351) 249 749 030 (351) 249 749 039
CIRVER SISAV Rua Cabeço do Seixo – Eco Parque do
Relvão
2140-671 CARREGUEIRA
(351) 249 000 500 (351) 249 000 509
17. Mod.CF.066/01
Lavagem do equipamento de aplicação
Findada a aplicação o equipamento deve ser devidamente lavado com água e
verificado o estado do depósito para averiguar possíveis fugas ou um esvaziamento
incompleto. Durante esta etapa de limpeza dos equipamentos, o operador deve manter
o Equipamento de Proteção Individual.
Como deve ser realizada a lavagem do equipamento?
Estas limpezas deve ser realizadas com o mínimo de volume de água
possível, com o intuito de minimizar os volumes de efluentes a tratar e, em condições
de segurança que reduzam a contaminação do meio edáfico, aquático, valas, nascentes
e captações. Pelos aspetos anteriormente apresentados, devem ser mantida uma
distancia mínima de 10 metros destes pontos.
Mesmo em situações em que no dia seguinte o aplicador vá aplicar o mesmo
produto, no final de cada dia de trabalho o equipamento deve ser higienizado.
18. Mod.CF.066/01
Escolha do local
Deve ser utilizado um local especifico, destinado apenas para este fim,
preferencialmente sob cobertura e com boa bacia de retenção, visando facilitar a
recolha dos efluentes.
Em explorações que não disponham de locais como o anteriormente
apresentado, o operador deverá escolher um local com coberto vegetal de forma a
poder reter e degradar biótica ou abioticamente os efluentes provenientes desta
operação
Nota: múltiplas lavagens
com reduzidos volumes de
água garantem uma melhor
diluição do volume residual.
Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
19. Mod.CF.066/01
Tal como visto anteriormente, os efluentes podem ser recolhidos,
armazenados e encaminhados para uma entidade licenciada para a gestão e
valorização de resíduos perigosos.
Atenção, mesmo que findado o dia trabalho, os bicos de pulverização
deitem apenas ar, o equipamento, devido a limitações técnicas, terá um volume
residual técnico, este poderá variar de acordo com os pulverizadores. Contudo este
será maior se o pulverizador não foi corretamente calibrado e transporta calda em
excesso.
É crucial uma lavagem correta do pulverizador.
20. Mod.CF.066/01
A lavagem do equipamento
Existem três procedimentos de lavagem:
a) A Lavagem manual
Deve ser utilizada água limpa para encher o tanque com 10% de sua
capacidade (em alternativa adicione 10 partes de água por uma parte de calda
restante no tanque e nas tubagens).
Agite e circule-a por todo o pulverizador por 5 a 10 minutos, durante
este processo deve abrir e fechar todas válvulas de maneira a garantir que tudo
fica exposto à lavagem.
Poderá ser efetuado um sistema de tripla lavagem:
Durante este processo, a água de lavagem é
adicionada ao depósito do pulverizador em três
passos, em cada um destes, o volume residual diluído
deverá ser aplicado em terreno coberto com
vegetação não destinada a consumo humano ou
animal. Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
21. Mod.CF.066/01
b)Lavagem contínua
Nestes sistemas, uma bomba fornece continuamente a água de lavagem ao
tanque principal, a partir de um bico de lavagem (ou similar). A bomba do pulverizador
envia o volume diluído residual aos bicos para ser pulverizado em coberto vegetal não
destinado a consumo humano ou animal.
c) Sistemas automáticos
Existem pulverizadores com sistema de lavagem automático integrado.
Fonte: CC Aplicação Fitofarmacêuticos
22. Mod.CF.066/01
Limpeza e manutenção dos acessórios
Os filtros devem ser devidamente colocados num solvente, limpos com escova mole e
depois secos com corrente de ar.
A limpeza dos bicos pode ser efetuada com recurso a uma escova de dentes velha ou a
escova de material suave. Não devem ser utilizados arames (pode causar desgaste das
pastilhas, diminuir a homogeneidade e eficácia das aplicações). O operador não deve
soprar os bicos, uma vez que pode ser uma fonte de contaminação, ficando o operador
vulnerável.
O operador deve ter em atenção que o débito não deve variar mais de 15% face ao
tabelado pelo fabricante, no caso de turbinas. Quando se trata de barras horizontais, a
diferença não deve ultrapassar os 10%, caso seja superior deve substituir os bicos
defeituosos.
23. Mod.CF.066/01
O operador deve efetuar anualmente uma limpeza completa; lubrificar órgãos
móveis (veio de cardans, transmissões da bomba); substituir o óleo da bomba e
verificar a pressão do amortecedor; limpar filtros e bicos. Verificar a existência
das correias do cardan.
O operador deve efetuar a substituição das pastilhas dos bicos pelo menos de 2
em 2 anos.
Efetuar a inspeção dos equipamentos.
Após a utilização e a devida higienização, o pulverizador deve ser colocado em
local coberto e seguro e resguardado do sol.
Limpeza e manutenção dos acessórios