1. FORMAÇÃO EM SAUDE
USO CORRETO DE FITOSSANITÁRIOS
Domingo ,14 de junho de 2016SAJ JOSÉ PINTO
2. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Armazenamento de Produtos
Fitofarmacêuticos na Exploração
Agrícola
3. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
O armazenamento de produtos fitofarmacêuticos nas explorações
agrícolas ou florestais e nas empresas de aplicação, feito em
condições de segurança, é fundamental na prevenção de
contaminações do operador e do ambiente. A necessidade de
garantir que o armazenamento de produtos fitofarmacêuticos se
efectua de acordo com todas as condições de segurança e higiene
levou a que a legislação mais recente - Dec. lei 173/2005 -Artigo
18.º, incida sobre os aspectos gerais a observar para este tipo de
estruturas.
4. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Construção
Um armazém de produtos fitofarmacêuticos deverá destinar-se
exclusivamente a este fim e estar isolado de outros edifícios.
Considera-se 10 metros a distância mínima entre o armazém de
produtos fitofarmacêuticos e uma outra construção. Quando não
existir essa possibilidade, as paredes que o separam das restantes
construções deverão ser sólidas e não permitir qualquer
comunicação interna com as demais instalações. O local de
construção deverá ser afastado, pelo menos 10 metros, de cursos de
água, poços, valas e nascentes e nunca se situar em zonas com
declive acentuado ou onde exista risco de cheia. O armazém deverá
ser sempre construído acima do nível do solo. As caves são
inapropriadas para armazenar produtos fitofarmacêuticos.
6. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Os materiais utilizados na construção de armazéns podem ser
variados mas têm de ser robustos, incombustíveis e de fácil limpeza.
O betão, a alvenaria de tijolo ou a pedra são os indicados.
Relativamente ao chão, exige-se ainda que este seja impermeável a
líquidos. O telhado, além de incombustível, deverá garantir um
isolamento térmico suficiente para impedir temperaturas extremas no
interior do armazém. Este aspecto, associado a uma ventilação
eficiente, normalmente através de aberturas na parte superior e
inferior das paredes, permitirá a conveniente renovação do ar no
interior do armazém.
7. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Um aspecto importante a ter em conta na construção do armazém
é a capacidade de reter qualquer derrame ou água de combate a
incêndio. As soluções a encontrar dependerão sempre das
condições reais existentes, mas na maioria dos casos, nas
explorações agrícolas, a construção do pavimento alguns
centímetros abaixo do nível do solo constitui uma boa solução.
Noutros casos, a construção de pavimento com uma bacia de
retenção através da impermeabilização do pavimento, dos rodapés
e da construção de rampas nas portas para evitar a saída de
líquidos para o exterior, pode ser a alternativa. Esta bacia deverá
ter um volume 110% o volume de líquidos armazenados.
8. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
A iluminação deverá ser suficiente para que se leia o rótulo dos
produtos sem dificuldade. No caso de existirem prateleiras, as
mesmas devem ser construídas em material lavável, não
absorvente e não combustível.
9. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Regras de armazenagem
O armazenamento de produtos fitofarmacêuticos deve ser feito
com a preocupação de manter a qualidade dos produtos e a
garantia de segurança do pessoal que a eles têm acesso.
Os produtos deverão ser armazenados exclusivamente nas suas
embalagens originais e numa posição que permita a sua fácil
identificação através da leitura do rótulo.
De referir que só se podem armazenar e utilizar produtos
registados em Portugal.
Deverão armazenar-se apenas as quantidades necessárias à
protecção fitossanitária na exploração e utilizar sempre o produto
mais antigo no armazém, seguindo o princípio:
“primeiro a chegar, primeiro a sair”
10. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Num armazém de produtos fitofarmacêuticos devem guardar-se,
depois de limpos, todos os utensílios utilizados na medição e
pesagem dos produtos tais como, medidores, baldes, etc. O
armazém é também o sítio ideal para armazenar as embalagens
vazias dentro de sacos destinados para o efeito, para posterior
entrega nos centros de recepção Valorfito.
11. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Sempre que na exploração existam sementes tratadas com
produtos fitofarmacêuticos, as mesmas poderão ser também
guardadas neste armazém, até que sejam semeadas, evitando
assim que qualquer animal lhes tenha acesso.
12. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Estimativa das necessidades e seleção de
produtos
Em conformidade com o plano de atividades anual, tornar-se-á
necessário uma estimativa muito aproximada das exigências
relacionadas com a proteção fitossanitária de cada uma das
culturas incluídas nos objetivos do agente económico para o ano
em causa. Para tal é importante informação sobre organismos
nocivos a cuja ação nociva essas culturas poderão estar sujeitas.
Sendo assim, ao selecionar os produtos a reunir atempadamente
em armazém, ter-se-ão também em conta todos os aspetos
relacionados com a sua homologação e com os princípios da
Proteção Integrada, que contemplam eventuais impactos
ambientais e toxicidade para pessoas, animais e insetos úteis
13. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Verificação de exigências legais (AV, APV,
Cancelamentos)
Como atrás foi referido, é fundamental, ao listar os produtos
comerciais que se pretendam reunir para a defesa fitossanitária
em cada ano agrícola, que se faça uma prévia e atenta análise aos
aspetos legais relacionados com cada produto, e que se prendem
com as condições de utilização, a saber:
14. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
a) - “Listagem de produtos fitofarmacêuticos com Autorização
de venda em Portugal”;
b) - “Cancelamento de AVs e APVs” - Aqui é da maior
importância a informação sobre a data de cancelamento de
cada produto, bem como as datas limite para comercialização
e utilização. Esta simples medida contribuirá para
acompanhar e promover o bom cumprimento, por parte do
comércio, deste tipo de exigências;
c) - “Alargamentos de espectro para usos menores” concedidos.
É de aconselhar a consulta regular do site da DGAV (Direção
Geral de Alimentação e Veterinária), no qual se espera
encontrar, permanentemente atualizados, todos os dados
requeridos.
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Constituição, atualização e registo de stocks
A prévia reunião dos diversos produtos e quantitativos estimados
que se ponderem vir a usar em cada ano deverá ser
antecipadamente constituída. Há que ter presente que a tentativa de
obtenção de um determinado produto à última hora, e que no
momento se não encontre no mercado local, pode comprometer
irremediavelmente uma cultura, ou mesmo um ensaio. Com a
finalidade de registar elementos relacionados com o assunto,
concebeu-se uma “Ficha de Produto Fitofarmacêutico”, cujo
preenchimento e arquivo ordenado permitirá uma regular consulta e
permanente atualização.
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Em pasta própria, dever-se-ão constituir grupos que aglomerem os
produtos segundo a sua finalidade (Inseticidas, Fungicidas,
Herbicidas, Outros). Dentro de cada um destes grupos julga-se
apropriado ordená-los por ordem alfabética dos “Nomes Comerciais”.
17. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Organização de equipamento para
manipulação de produtos
No local de armazenamento deverá manter-se disponível e em
satisfatório estado de conservação e funcionamento um conjunto
de dispositivos essenciais para uma segura manipulação dos
produtos e uma eficaz preparação de frações desses produtos,
eventualmente necessárias para uma utilização prática em campo.
Com estes objetivos, a instalação em causa deverá dispor de uma
ou mais balanças de precisão aceitável (específica e
exclusivamente destinadas ao fim em causa), diversos tipos de
medidas (incluindo provetas graduadas), diversos funis
(destinando cada um deles a um fim específico previamente
convencionado), recipientes para transporte de água ou de caldas
já preparada
18. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
vasilhas de distribuição e trasfega para utilização no campo (sempre
que possível graduados, ou cuja capacidade total seja conhecida),
sacos de plástico de diversas medidas e características, equipamento
para fecho de sacos, etiquetas para identificação de produtos
embalados em frações para transporte para o campo. Outros
instrumentos e utensílios poderão incluir-se sempre que se verificar
ser a sua existência útil para um melhor desempenho de tarefas desta
natureza, ou necessários para cumprimento de normas de segurança.
19. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Revisão periódica da validade dos produtos
Esta é uma tarefa para a qual deverá adotar-se uma disciplina
que imponha a sistemática e periódica verificação, produto a
produto. É um trabalho que caberá principalmente a um técnico
responsável, e que será facilitado pela consulta das “Fichas de
Produto Fitofarmacêutico” em seu poder, recorrendo às listas de
“Cancelamento de AVs e APVs. Mas, participando na
responsabilidade técnica, também os utilizadores finais deverão
ser motivados para o mesmo fim, devendo ser-lhes prestadas
todas as informações e meios que concorram para tal. Como
resultado da verificação de produtos, ou seus excedentes, já
cancelados, o procedimento consequente deverá ser o
legalmente estabelecido, conforme adiante se refere.
20. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Recolha e tratamento de embalagens e de
excedentes
No armazém deverão existir sacos próprios fornecidos pelas
empresas que comercializam este tipo de produtos ou pelos
centros de receção Valorfito. Esgotado o produto de cada
embalagem esta deverá ser limpa de acordo com as indicações
impressas no respetivo rótulo. Todas as embalagens rígidas até 25
Litros ou 25 Kgs onde estavam contidos PF’s, têm de ser
obrigatoriamente submetidos à chamada “tripla lavagem”, após o
que deverão ser inutilizadas.
21. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
Quanto às embalagens não rígidas, qualquer que seja a sua
capacidade, e embalagens rígidas cuja capacidade se situe entre
os 25 Litros/ 25 Kgs e os 250 Litros/250 Kgs, devem ser
completamente esvaziadas do seu conteúdo, sem lavagem prévia.
As embalagens vazias, depois de inutilizadas, são acondicionadas
nos sacos próprios, sendo estes provisoriamente conservados no
local destinado aos produtos em questão. Embalagens vazias de
dimensões que não possibilitem o acondicionamento naqueles
sacos, terão que ser entregues diretamente nos Centros de
Receção VALORFITO.
22. CURSO DE UTILIZAÇÃO DE FITOSSANITÁRIOS
No que toca aos excedentes não utilizáveis (obsoletos ou não), a
sua eliminação obedecerá a orientações do fabricante, sendo esses
produtos obrigatoriamente entregues às empresas especializadas
existentes. Estes excedentes podem permanecer transitoriamente
em armazém, desde que o estado de conservação das embalagens
garanta o seu seguro acondicionamento e desde que se encontrem
devidamente assinalados como de uso interdito.