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Reuso da água das chuvas nas edificações 
Sistema de Coleta de água 
O sistema de coleta de água em edificações consiste no processo de captação, armazenamento e posterior utilização de águas precipitadas em superfícies impermeáveis, tais como telhados, lajes e pisos. Porém o aproveitamento de água proveniente do sistema de coleta é restrito a atividades que não necessitem de água potável. 
O aproveitamento das águas das chuvas nas edificações refere-se a um sistema relativamente simples, que consiste na captação, filtragem, armazenamento e distribuição da água precipitada sobre as superfícies impermeáveis de uma edificação. 
Segundo Fendrich (2009) a tecnologia para o uso da água de chuva nas edificações é a soma das seguintes técnicas: 
a) coletar a água que precipita no telhado; 
b) eliminar a água do início da chuva (descarte inicial); 
c) unidades de sedimentação, filtragem, tratamento e melhoria da qualidade da água; 
d) armazenar a água da chuva em reservatórios; 
e) abastecer os locais de uso; 
f) drenar o excesso da água de chuva, em caso de chuvas intensas; 
g) completar a falta de água em caso de estiagem prolongada. 
Sistema de coleta 
O sistema de coleta tem como objetivo captar a água precipitada, sendo ele constituído por áreas impermeáveis que interceptam a água da chuva e as encaminham para um reservatório, através de calhas e de tubulações. Por serem teoricamente mais limpas essas áreas são geralmente constituídas por telhados e lajes de coberturas. Enquanto o escoamento proveniente de áreas impermeáveis térreas, normalmente não são conduzidas para o sistema de aproveitamento, pois transportam uma grande quantidade de sólidos e carga poluidora que consequentemente podem assorear ou contaminar o sistema de captação.
Sabe-se que os primeiros minutos de chuvas geralmente carregam uma grande parte de carga poluidora, portanto o volume inicial coletado nos primeiros minutos precisa ser descartado para garantir a qualidade da água que será armazenada e aproveitada posteriormente. Existem diversas soluções para o descarte deste volume inicial, podendo ele ser descartado por um sistema automático ou manual. O sistema de limpeza automático, consiste na utilização de uma válvula que descarta automaticamente o volume de água coletado nos primeiros minutos de uma chuva. Após certo período ela se fecha e o fluxo de água de chuva passa a ser direcionado para o reservatório de armazenamento. Enquanto sistema manual consiste em reservatórios de autolimpeza que retém o volume inicial da precipitação em um reservatório de descarte que é posteriormente seja limpo pelo processo manual. 
Figura 1- Reservatório de autolimpeza 
Sistema de tratamento 
O sistema de tratamento consiste em técnicas para tornar a reutilização da agua possível esse sistema e pode ser dividido em duas etapas: sistema de gradeamento e desinfecção.
No sistema de gradeamento são retidos os materiais sólidos em suspenção, como folhas, gravetos, penas etc. Este sistema é normalmente instalado antes do reservatório, para evitar a sedimentação e o acumulo de impurezas e material orgânico no mesmo (OLIVEIRA et al, 2007). As suas principais finalidades são: proteção dos dispositivos de transporte dos efluentes (bombas e tubulações); proteção das unidades de tratamento subsequentes e proteção dos corpos receptores. Atualmente, existem vários modelos industrializados de “filtros” (Figura 2) que cumprem a função de gradeamento, portanto a construção de uma caixa de gradeamento (Figura 3) com telas removíveis proporcionam resultados parecidos. 
Dependendo do uso é importante a instalação de um sistema de tratamento de desinfecção de chuva armazenada, esse sistema tem como objetivo proporcionar a disponibilidade de água com padrões de qualidade adequados a um sistema seguro à saúde pública. A utiliza simples do filtro de areia ou de filtros de múltipla camada normalmente atende com eficiência a maioria dos sistemas, mesmo que haja variabilidade da qualidade de água de chuva dependendo da região. Segundo Macêdo (2000), esse tipo de filtração além de reduzir o grau de contaminação microbiana, também melhora as características físicas da água, removendo a turbidez e partículas em suspensão. Portanto a possibilidade também do tratamento através da cloração e também através da utilização de lâmpadas ultravioletas na tomada de distribuição, ionização entre outros.
Figura 2 – Filtro com função de gradeamento (OLIVEIRA et al, 2007, p.22) 
Figura 3 – Sistema de retenção de partícula sólidas (HERNANDES et al., 2004). 
Sistema de Reservação 
Tem a função de armazenar a água que será utilizada posteriormente para fins não potáveis. De preferência é recomendada a utilização de reservatórios de fibra de vidro, plástico, poliéster, polipropileno ou material similar, devido à decomposição de matéria orgânica e variação dos índices físicos de qualidade da água armazenada. Neste reservatório deverá ser instalada a tubulação de extravasão, que conduzirá a água excedida para fora do reservatório,
quando este estiver operando totalmente cheio. De preferência este extravasor deve ser conectado à rede de drenagem da edificação (OLIVEIRA et al, 2007). Devido as recomendações da NBR 15527 / 2007 o reservatório deve ficar protegido contra animais, o turbilhonamento deve ser minimizado dificultando a suspensão dos sólidos. Para atender a essa normas alguns tipos de sifão são conectados no extravasor para realizar o bloqueio de odores, insetos, ratos entre outros vetores no reservatório. Enquanto o turbilhonamento é evitado usando uma peça chamada de freio d’ água ou freio aerador que é instalada no fundo e conectada no tubo que transporta água da chuva para o reservatório. 
Figura 4- Sifão anti-retorno, Freio aerador (TESTON, Ciclo d’ água, 2009, p.134) 
Sistema de Utilização 
Sabe-se que a água obtida pelo sistema de reuso, não é potável e seu uso é restrito a certas atividades como: lavar de calçadas, molhar plantas, lavar carro, puxar descarga entre outros. Contudo seu sistema de distribuição deve ser diferenciado, ou seja, deve haver a identificação e a restrição de acesso a todos os pontos de utilização. Não apenas os pontos de utilização mais sim todo o sistema (tubulações, reservatórios, unidades de tratamento, etc.) deve ser sinalizado. Essa sinalização é de extrema importância para que não haja utilização inadequada do sistema e nem contaminação do sistema público de distribuição de água. 
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Bibliografia 
 FENDRICH, R. Manual de Utilização das Águas Pluviais (100 Maneiras Práticas). 2.ed.ampl.Curitiba:Chain 2009.190p. 
 HERNANDES, A. T.; CAMPOS, M. A. S.; AMORIM, S. V. Análise de custo da implantação de um sistema de aproveitamento de água pluvial para uma residência unifamiliar na cidade de Ribeirão Preto. 2004, São Paulo: ANTAC, 2004.  OLIVEIRA, L. H.; ILHA, M. S. O.; GONÇALVES, O. M.; YWASHIMA, L.; REIS, R. P. A. Levantamento do Estado da Arte: Água. Projeto Tecnologia para Construção Habitacional Mais Sustentável. São Paulo, 2007.

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Reuso da água da chuva em edificações

  • 1. Reuso da água das chuvas nas edificações Sistema de Coleta de água O sistema de coleta de água em edificações consiste no processo de captação, armazenamento e posterior utilização de águas precipitadas em superfícies impermeáveis, tais como telhados, lajes e pisos. Porém o aproveitamento de água proveniente do sistema de coleta é restrito a atividades que não necessitem de água potável. O aproveitamento das águas das chuvas nas edificações refere-se a um sistema relativamente simples, que consiste na captação, filtragem, armazenamento e distribuição da água precipitada sobre as superfícies impermeáveis de uma edificação. Segundo Fendrich (2009) a tecnologia para o uso da água de chuva nas edificações é a soma das seguintes técnicas: a) coletar a água que precipita no telhado; b) eliminar a água do início da chuva (descarte inicial); c) unidades de sedimentação, filtragem, tratamento e melhoria da qualidade da água; d) armazenar a água da chuva em reservatórios; e) abastecer os locais de uso; f) drenar o excesso da água de chuva, em caso de chuvas intensas; g) completar a falta de água em caso de estiagem prolongada. Sistema de coleta O sistema de coleta tem como objetivo captar a água precipitada, sendo ele constituído por áreas impermeáveis que interceptam a água da chuva e as encaminham para um reservatório, através de calhas e de tubulações. Por serem teoricamente mais limpas essas áreas são geralmente constituídas por telhados e lajes de coberturas. Enquanto o escoamento proveniente de áreas impermeáveis térreas, normalmente não são conduzidas para o sistema de aproveitamento, pois transportam uma grande quantidade de sólidos e carga poluidora que consequentemente podem assorear ou contaminar o sistema de captação.
  • 2. Sabe-se que os primeiros minutos de chuvas geralmente carregam uma grande parte de carga poluidora, portanto o volume inicial coletado nos primeiros minutos precisa ser descartado para garantir a qualidade da água que será armazenada e aproveitada posteriormente. Existem diversas soluções para o descarte deste volume inicial, podendo ele ser descartado por um sistema automático ou manual. O sistema de limpeza automático, consiste na utilização de uma válvula que descarta automaticamente o volume de água coletado nos primeiros minutos de uma chuva. Após certo período ela se fecha e o fluxo de água de chuva passa a ser direcionado para o reservatório de armazenamento. Enquanto sistema manual consiste em reservatórios de autolimpeza que retém o volume inicial da precipitação em um reservatório de descarte que é posteriormente seja limpo pelo processo manual. Figura 1- Reservatório de autolimpeza Sistema de tratamento O sistema de tratamento consiste em técnicas para tornar a reutilização da agua possível esse sistema e pode ser dividido em duas etapas: sistema de gradeamento e desinfecção.
  • 3. No sistema de gradeamento são retidos os materiais sólidos em suspenção, como folhas, gravetos, penas etc. Este sistema é normalmente instalado antes do reservatório, para evitar a sedimentação e o acumulo de impurezas e material orgânico no mesmo (OLIVEIRA et al, 2007). As suas principais finalidades são: proteção dos dispositivos de transporte dos efluentes (bombas e tubulações); proteção das unidades de tratamento subsequentes e proteção dos corpos receptores. Atualmente, existem vários modelos industrializados de “filtros” (Figura 2) que cumprem a função de gradeamento, portanto a construção de uma caixa de gradeamento (Figura 3) com telas removíveis proporcionam resultados parecidos. Dependendo do uso é importante a instalação de um sistema de tratamento de desinfecção de chuva armazenada, esse sistema tem como objetivo proporcionar a disponibilidade de água com padrões de qualidade adequados a um sistema seguro à saúde pública. A utiliza simples do filtro de areia ou de filtros de múltipla camada normalmente atende com eficiência a maioria dos sistemas, mesmo que haja variabilidade da qualidade de água de chuva dependendo da região. Segundo Macêdo (2000), esse tipo de filtração além de reduzir o grau de contaminação microbiana, também melhora as características físicas da água, removendo a turbidez e partículas em suspensão. Portanto a possibilidade também do tratamento através da cloração e também através da utilização de lâmpadas ultravioletas na tomada de distribuição, ionização entre outros.
  • 4. Figura 2 – Filtro com função de gradeamento (OLIVEIRA et al, 2007, p.22) Figura 3 – Sistema de retenção de partícula sólidas (HERNANDES et al., 2004). Sistema de Reservação Tem a função de armazenar a água que será utilizada posteriormente para fins não potáveis. De preferência é recomendada a utilização de reservatórios de fibra de vidro, plástico, poliéster, polipropileno ou material similar, devido à decomposição de matéria orgânica e variação dos índices físicos de qualidade da água armazenada. Neste reservatório deverá ser instalada a tubulação de extravasão, que conduzirá a água excedida para fora do reservatório,
  • 5. quando este estiver operando totalmente cheio. De preferência este extravasor deve ser conectado à rede de drenagem da edificação (OLIVEIRA et al, 2007). Devido as recomendações da NBR 15527 / 2007 o reservatório deve ficar protegido contra animais, o turbilhonamento deve ser minimizado dificultando a suspensão dos sólidos. Para atender a essa normas alguns tipos de sifão são conectados no extravasor para realizar o bloqueio de odores, insetos, ratos entre outros vetores no reservatório. Enquanto o turbilhonamento é evitado usando uma peça chamada de freio d’ água ou freio aerador que é instalada no fundo e conectada no tubo que transporta água da chuva para o reservatório. Figura 4- Sifão anti-retorno, Freio aerador (TESTON, Ciclo d’ água, 2009, p.134) Sistema de Utilização Sabe-se que a água obtida pelo sistema de reuso, não é potável e seu uso é restrito a certas atividades como: lavar de calçadas, molhar plantas, lavar carro, puxar descarga entre outros. Contudo seu sistema de distribuição deve ser diferenciado, ou seja, deve haver a identificação e a restrição de acesso a todos os pontos de utilização. Não apenas os pontos de utilização mais sim todo o sistema (tubulações, reservatórios, unidades de tratamento, etc.) deve ser sinalizado. Essa sinalização é de extrema importância para que não haja utilização inadequada do sistema e nem contaminação do sistema público de distribuição de água. .
  • 6. Bibliografia  FENDRICH, R. Manual de Utilização das Águas Pluviais (100 Maneiras Práticas). 2.ed.ampl.Curitiba:Chain 2009.190p.  HERNANDES, A. T.; CAMPOS, M. A. S.; AMORIM, S. V. Análise de custo da implantação de um sistema de aproveitamento de água pluvial para uma residência unifamiliar na cidade de Ribeirão Preto. 2004, São Paulo: ANTAC, 2004.  OLIVEIRA, L. H.; ILHA, M. S. O.; GONÇALVES, O. M.; YWASHIMA, L.; REIS, R. P. A. Levantamento do Estado da Arte: Água. Projeto Tecnologia para Construção Habitacional Mais Sustentável. São Paulo, 2007.