2. CONCEITO
A palavra autismo se origina do grego "auto”
que significa "próprio". A criança autista
parece em si mesma, pouco reagindo ou
respondendo ao mundo que a rodeia. O
autismo significa que o mundo não faz
sentido. O mundo não forma os padrões
necessários de símbolos interligados que
torna a vida compreendida para essas
crianças. As experiências sensoriais chegam
à sua mente a toda hora como uma língua
estranha que ela nunca ouviu.
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3. ETIOLOGIA
A etiologia é desconhecida, mas acredita-
se em alteração orgânica metabólica.
De 10.000 crianças há de 4 à 5 casos com
menos de 12 ou 15 anos. Com retardo
mental severo, a taxa pode subir para 20
casos em 10.000 crianças. E é 4 vezes
mais comum em meninos do que em
meninas; porém as meninas são mais
seriamente acometidas.
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4. DEFINIÇÃO
O autismo é uma síndrome de etiologia puramente
orgânica, para qual existem, presentemente, três
definições que podemos considerar como
adequadas:
A da ASA - American Society for Autism
(Associação Americana de Autismo)
A da Organização Mundial de Saúde, contida na
CIS-10 (10a. Classificação Internacional de
Doenças) de 19991;
A do DSM-IV - Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders (Manual Diagnóstico e estatístico
dos distúrbios Mentais), da Associação Americana
de Psiquiatria.
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5. O autismo é uma inadequacidade no
desenvolvimento que se manifesta de
maneira grave por toda a vida.
Acomete cerca de vinte entre cada dez
mil nascidos e é quatro vezes mais
comum entre meninos do que em
meninas. Não se conseguiu até agora
provar nenhuma causa psicológica, no
meio ambiente destas crianças, que
possa causar a doença.
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6. SINTOMAS
Os sintomas, causados por disfunções físicas do cérebro, são
verificados pela anamnese ou presentes no exame ou
entrevista com o individuo. Incluem:
Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades
físicas, sociais e linguísticas.
Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais
afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato,
gustação e maneira de manter o corpo.
Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas
específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da
fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem
associação com o significado.
Relacionamento anormal com os objetos, eventos e
pessoas. Respostas não apropriadas a adultos ou crianças.
Uso inadequado de objeto e brinquedos.
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7. CID – CLASSIFICAÇÃO
INTERNACIONAL DE DOENÇA
Segundo a CID-10, é classificado como F84-
0, como "Um transtorno invasivo de
desenvolvimento, definido pela presença de
desenvolvimento anormal e/ou
comprometimento que se manifesta antes
da idade de 3 anos e pelo tipo característico
de funcionamento anormal em todas as três
áreas: de interação social, comunicação e
comportamento restrito e receptivo. O
transtorno ocorre três a quatro vezes mais
frequentemente em garotos do que em
meninas.
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8. Manual Diagnóstico e Estatístico
dos Distúrbios Mentais
Comprometimento qualitativo em interação social,
com pelo menos duas das seguintes características:
a) Acentuado comprometimento no uso de múltiplos
comportamentos não verbais que regulam a
interação social, tais como contato olho a olho,
expressões faciais, posturas corporais e gestos;
b) Falha no desenvolvimento de relações
interpessoais apropriadas à idade;
c) Ausência da busca espontânea em compartilhar
de divertimentos, interesses e empreendimentos
com outras pessoas.
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9. Manual Diagnóstico e Estatístico
dos Distúrbios Mentais
Comprometimento qualitativo na comunicação, em
pelo menos um dos seguintes itens:
a) Atraso ou ausência total no desenvolvimento da
fala (sem a tentativa de compensá-la por meio de
comunicação por gestos ou mímicas);
b) Acentuado comprometimento na habilidade de
iniciar e manter uma conversação, naqueles que
conseguem falar;
c) Linguagem estereotipada, repetitiva ou
idiossincrática;
d) Ausência de capacidade, adequada à idade, de
realizar jogos de faz-de-conta ou imitativos.
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10. Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Distúrbios Mentais
Padrões de comportamento, interesse ou atividades
repetitivas ou estereotipados, em pelo menos um
dos seguintes aspectos:
a) Preocupação circunscrita a um ou mais padrões
de interesse estereotipados e restritos,
anormalmente, tanto em intensidade quanto no
foco;
b) Fixação aparentemente inflexível em rotinas ou
rituais não funcionais;
c) Movimentos repetitivos e estereotipados
d) Preocupação persistente com partes de objetos.
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11. Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Distúrbios Mentais
Atraso ou funcionamento anormal,
antes dos três anos, em pelo
menos uma das seguintes áreas:
interação social, linguagem de
comunicação social e jogos
simbólicos ou imaginativos.
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12. Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Distúrbios Mentais
Distúrbio não se
enquadra na síndrome de
Rett ou no Distúrbio
Desintegrativo da
Criança.
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13. O Autismo pode ocorrer
isoladamente ou em associação
com outros distúrbios que
afetam o funcionamento do
cérebro, tais como Síndrome de
Down e epilepsia. Os sintomas
mudam e alguns podem até
desaparecer com a idade.
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14. O Q.I de crianças autistas,
em aproximadamente 60%
dos casos, mostram
resultados abaixo dos
50,20% entre 50 e 70 e
apenas 20% tem
inteligência maior do que
70 pontos.
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15. O Portador de Autismo tem
uma expectativa de vida
normal.
Formas mais grave podem
apresentar comportamento
destrutivo, autoagressão e
comportamento agressivo, que
podem ser muito resistentes às
mudanças.PEDAGOGO CÉSAR TAVARES (41) 992.122.451
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16. O Autismo jamais ocorre por bloqueios ou
razões emocionais, como insistiam os
psicanalistas. As causas são múltiplas.
Algumas já têm sido relacionadas, como:
fenilcetonúria não tratada, viroses durante
a gestação, principalmente durante os três
primeiros meses (inclusive
citomegalovírus), toxoplasmose, rubéola,
anoxia e traumatismos no parto, patrimônio
genético, etc. Ultimamente, pesquisas
mostram evidências de aparecimento do
autismo após aplicações da vacina tríplice.
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17. FISIOTERAPIA
A atuação fisioterápica só é dada as
crianças autistas com atraso motor, onde
são trabalhadas todas as fazes motoras
até a marcha livre, estimulando as etapas
do desenvolvimento normal, prevenindo
deformidades e dando orientação
familiar. Caso contrário existe algumas
terapias na qual a criança deve se
identificar.
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18. TERAPIAS
MÉTODO DE DOMAN
A forma de trabalhar uma criança pode
seguir muitos métodos distintos. O método
adequado depende muito do terapeuta e
também das condições e capacitações da
criança.
Uma observação inicial que pode ser feita é
que assim como a flor nasce, o peixe nada e
os pássaros cantam, a criança deve
engatinhar andar e falar, nesta sequência.
São seus impulsos naturais.
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19. TERAPIAS
MÉTODO DE DOMAN
Quando ela falha no seu desenvolvimento
esta também deve ser a sequência a ser
seguida no seu trabalho terapêutico,
segundo apreciação do Dr. Doman, notável
especialista americano, que depois de
trabalhar, durante anos, com crianças
deficientes, segundo os métodos então
tradicionais, chegou a uma conclusão
absolutamente espantosa: "As crianças que
tinham permanecido sem tratamento
estavam incomparavelmente melhores do
que as tratadas por nós".
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20. TERAPIAS
MÉTODO DE DOMAN
Buscando razões deste fracasso, através
da observação, que as mães que não lhe
deram ensejo de imobilizar os filhos pelo
tratamento, levaram-nos para casa,
puseram-nos no chão e permitira que
eles fizessem o que lhes aprouvesse.
Estas crianças, por instinto, passaram a
rastejar, engatinhar, obtendo melhoras
consideráveis.
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21. TERAPIAS
MÉTODO DE DOMAN
O seu método nasceu daí e visa
estimular a evolução natural da
criança. Este método tem muito
seguidores no Brasil, prevê um
programa de exercícios que
chega a ser extenuante, mas que
tem se revelado eficaz.
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22. HOLDING TERAPY
A terapia do abraço vem sendo
empregada e defendida com crescente
entusiasmo por um grupo bastante
numeroso. A revista Communication da
National Autistic Society de junho de 89
apresentou um artigo de Michele
Zappella (Psiquiatra) e John Richer
(Pediatra) que resumirei a seguir.
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23. HOLDING TERAPY
O holding é uma forma de intervenção
intrusiva cujo objetivo é reduzir o
isolamento social, aumentar a
comunicabilidade e desenvolver laços de
união. O holding deve ser sempre parte de
um pacote maior de terapias, mas parece
ser uma eficiente terapia para desenvolver
as condições da maioria das crianças
autistas e de remover comportamentos
indesejáveis. Welch desenvolveu esta forma
de terapia como parte de uma ampla
abordagem.
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24. HOLDING TERAPY
Ainda não está claro como o
Holding atua, porque a eficácia
depende de quem a aplica e qual a
inter-relação com as demais terapias
aplicadas simultaneamente. O fato é
que se obtêm resultados,
independente de gravidade do
autismo.
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25. EXEMPLO
"Uma criança com 1 ano e meio foi diagnosticada
como autista e colocado em um programa de um
hospital escola, onde ficava a maior parte do dia
com outras crianças autistas. Depois de dois anos
ela se apresentava seriamente retardada e com
comportamento fortemente autístico, com péssimo
prognóstico. Foi submetida então a tratamento
envolvendo interações físicas acentuadas, com
Michele Zappella. Depois de 6 meses o
comportamento social da criança estava dentro da
faixa normal da idade. Este exemplo é uma
ilustração e não pode, evidentemente, ser
apresentado como evidência."
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26. De um modo geral, porém são
elementos comuns:
O adulto mantém a criança
abraçada mesmo que ela se
oponha e lute para se livrar, até
que ela se acalme e relaxe.
O adulto deve manter o
controle da criança.
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27. Uma seção atípica apresenta os
seguintes passos:
Inicialmente a criança pode ficar quieta,
mas a seguir começa a se debater. Os
pais continuam a abraçá-la.
A criança se debate mais e mais e
ocasionalmente começa a gritar. O pai
mantém o abraço.
Os ciclos de luta, gritos e aquietamentos
podem de estender até por mais de uma
hora.
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28. A insistência em confrontar a
criança é uma importante
característica do HOLDING. A
intervenção é realizada
mantendo a criança em contato
estreito, fixando-lhe o olhar,
beijando-a e falando com ela
(Alguns usam um fundo
musical).
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29. Zappella aplicou a terapia a 50 crianças
autistas, com idade de 3 a 15 anos,
envolvendo a família e tendo como base a
terapia do abraço. Ela registra que 12% se
normalizaram após dois anos, 18% perderam o
comportamento autístico e 44% apresentaram
progressos moderados e 26% não
demonstraram resultados. J. Prekop, na
Alemanha reportou resultados similares. Ela
também comparou o desenvolvimento destas
crianças com outras que não tinham sido
submetidas ao HOLDING, concluindo que,
relativamente, fizeram maior progresso.
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30. HIPOTERAPIA
Essa atividade ajuda a fornecer
balanço e força e requer o uso de
suas mãos, portanto minimiza os
movimentos estereotipados das
mãos e aumenta o uso das mesmas.
O autista ganha controle, trazendo
confiança e satisfação.
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31. MUSICOTERAPIA
A musicoterapia é um método
muito eficaz. A música promove
o relacionamento entre o
paciente e o terapeuta, que
aproveita, na terapia tudo que
possa provocar algum ruído,
som, ou mesmo movimento.
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32. MUSICOTERAPIA
A musicoterapia também utiliza o próprio
corpo do paciente. No início, o terapeuta
espera que o autista se expresse de algum
modo, um piscar de olhos, um som, um
gesto qualquer. O terapeuta, então, repete o
gesto ou emite o mesmo som, tentando
estabelecer uma comunicação com o
paciente. Ao mesmo tempo, procura
mostrar ao autista que ele será aceito, não
importa a maneira como aja.
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33. MUSICOTERAPIA
Se o autista retribui a
mensagem, a primeira
comunicação está feita. Ele
começa a se comunicar com
os outros. Ele, agora, vê o
mundo e o compreende.
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34. MUSICOTERAPIA
Crescimento da independência escolhendo músicas e
atividades
Comunicação (atividades musicais através de
símbolos).
Desenvolvimento da autoimagem e da autoestima.
Estimulação pelo contato expressivo dos olhos.
Desenvolvimento da vocalização através da música.
Aumento do uso proposital das mãos enquanto toca
os instrumentos.
Aumento da socialização através da participação.
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35. A musicalidade induz ao
relaxamento que facilita na
liberdade de movimentos e
expressão.
Nem todo autista tem um atraso
motor, mas o que tiver deve-se
trabalha esse atraso ate a
marcha livre.
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37. Os transtornos globais do
desenvolvimento incluem um
grupo de condições nas quais há
atraso ou desvio no
desenvolvimento de habilidades
sociais, linguagem, comunicação e
repertório comportamental.
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38. Crianças afetadas exibem
interesse intenso idiossincrático
em uma estreita gama de
atividades, resistem à mudança
e não respondem de maneira
adequada ao ambiente social.
Esses fatores se manifestam
cedo na vida e causam
disfunção pertinente.
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39. TRANSTORNO AUTISTA
O transtorno Autista (historicamente
chamado de autismo infantil precoce/
autismo da infância ou autismo de
Kanner) é caracterizado por interação
social recíproca anormal, habilidades de
comunicação atrasadas e disfuncionais e
um repertório limitado de atividades e
interesses.
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40. PREVALÊNCIA
A taxa é de cinco casos por
10 mil crianças. O inicio do
transtorno ocorre antes dos 3
anos de idade, ainda que
possa não ser reconhecido
até a criança ser muito mais
velha.
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41. DISTRIBUIÇÃO POR SEXO
É 4 a 5 vezes mais frequente
em meninos do que em
meninas. Meninas com
transtorno autista têm maior
probabilidade de apresentar
um retardo mental grave.
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42. ETIOLOGIA E PATOGÊNESE
Segundo Kanner poderia
ser consequência de mães
muito “geladeiras”, porém
não há validade de tal
hipótese.
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43. FATORES PSICOSSOCIAIS E
FAMILIARES
Essas crianças podem
responder com sintomas
exacerbados a estressores
psicossociais, incluindo
discórdia familiar, nascimento de
um novo irmão ou mudança
familiar.
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44. FATORES BIOLÓGICOS
Cerca de 75% das crianças afetadas
apresentam um retardo mental. Um terço
tem retardo mental leve a moderado e perto
da metade tem retardo mental grave ou
profundo (essas crianças apresentam
déficits mais importantes no raciocínio
abstrato no entendimento social e em
tarefas verbais do que em tarefas de
desempenho).
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46. FATORES GENÉTICOS
Entre 2 e 4% dos irmãos de
crianças autistas também
tinham transtorno autista,
uma taxa 50 vezes maior
do que na população geral.
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47. FATORES IMUNOLÓGICOS
Incompatibilidades imunológicas
(anticorpos maternos transferidos ao
feto) podem contribuir para o transtorno
autista. Os linfócitos de algumas
crianças autistas reagem com anticorpos
maternos, o que levanta a possibilidade
de que tecidos neurais embrionários ou
extraembrionários possam ser
danificados durante a gestação.
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48. FATORES PERINATAIS
Uma incidência de complicações
perinatais mais alta que o esperado
parece ocorrer em bebês mais tarde
diagnosticados como autistas.
Sangramento materno após o primeiro
trimestre. No período neonatal, estas têm
uma alta incidência de síndrome de
sofrimento respiratório e anemia
neonatal.
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49. FATORES NEUROANATÔMICOS
Estudos de RM comparando indivíduos
autistas e controles normais demonstraram
que o volume cerebral total era maior entre os
primeiros, embora crianças com um retardo
mental grave em geral tenham cabeças
menores. O volume pode sugerir:
neurogenese aumentada, morte neuronal
diminuída e produção aumentada de tecido
cerebral não neuronal, como células gliais ou
vasos sanguíneos. Acredita se que o lobo
temporal seja uma área crítica de
anormalidade cerebral no transtorno autista.
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50. FATORES BIOQUÍMICOS
Em algumas crianças autistas,
altas concentrações de ácido
homovanílico (principal
metabólito da dopamina) no
liquido cerebrospinal (LCS)
estão associados a aumento do
retraimento e estereotipias.
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51. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Crianças com transtorno autista costumam
ser descritas como atraente e a primeira
vista, não apresentam nenhum sinal
indicando o problema. Podem apresentar
malformações das orelhas, uma vez que a
formação das orelhas se dá quase ao
mesmo tempo em que a formação de
porções do cérebro. Também apresentam
uma incidência mais alta de demartoglifia
anormal (impressões digitais) do que a
população em geral.
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52. CARACTERISTICAS
COMPORTAMENTAIS
Apresentam prejuízos qualitativos na interação social: não
apresentam sinais sutis com os pais e outras pessoas.
Não apresentam contato visual ou o mesmo é muito pobre.
Não reconhecem ou não diferenciam as pessoas mais
importantes em sua vida.
Podem apresentar ansiedade extrema quando ocorre alguma
mudança em sua rotina.
Há um déficit notável no brincar, seu comportamento social
pode ser desajeitado ou inadequado.
Incapazes de interpretar a intenção do outro (não
desenvolvem a empatia).
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53. TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO
E NA LINGUAGEM
Os autistas têm dificuldade
marcante em formar frases
significativas mesmo
quando dispõem de
vocabulários amplos.
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54. COMPORTAMENTOS
ESTERIOTIPADO
Em seus primeiros anos de vida não explora o
ambiente (ou pouco).
Os brinquedos são manuseados de formas
ritualísticas, com poucos aspectos simbólicos.
Suas atividades tendem a ser rígidas,
repetitivas e monótonas, muitas com retardo
mental grave, exibem anormalidades no
movimento.
Costumam ser resistentes a transição e
mudança.
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55. SINTOMAS COMPORTAMENTAIS
ASSOCIADOS
Hipercinesia é um problema de comportamento
comum entre crianças autistas.
Agressão e acessos de raiva são observados, em
geral induzidos por mudanças e exigências.
Comportamento automutilador (inclui bater a cabeça,
morder, arranhar e puxar o cabelo).
Período de atenção curto.
Baixa capacidade de focalizar-se em uma tarefa.
Insônia.
Enurese.
Problemas de alimentação.
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56. DOENÇA FÍSICA ASSOCIADA
Tem uma incidência mais alta do que o
esperado de infecções do trato
respiratório superior e de outras
infecções menores.
Constipação e aumento do transito
intestinal.
Convulsões febris.
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57. Capacidades cognitivas ou Visio motoras
incomuns ou precoces ocorrem em algumas
crianças autistas. São chamadas de funções
fragmentadas ou ilhas de precocidade.
Memórias de hábitos ou capacidades de cálculos
muitas vezes superiores aos seus pares
normais.
Hiperlexia e boa leitura (embora não possam
entender o que leem. Memorização e recitação,
bem como capacidades musicais (cantar ou
tocar melodias e reconhecer notas musicais).
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58. Os principais diagnósticos diferenciais são
esquizofrenia com inicio na infância, retardo
mental com sintomas comportamentais,
transtorno misto de linguagem receptivo-
expressiva, surdez congênita ou transtorno
auditivo grave, privação psicossocial e
psicose desintegrativa (regressivas).
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