O documento descreve a etiologia, ciclo de vida, patologia e formas clínicas da leishmaniose visceral. A doença é causada pelo protozoário Leishmania donovani, que infecta macrófagos e se replica dentro deles, podendo comprometer fígado, baço e medula óssea. É transmitida através da picada do inseto vetor Lutzomyia longipalpis, que contrai o parasita ao picar animais ou humanos infectados.
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Calazar: etiopatogenia, patologia e formas clínicas
1. Etiopatogenia da Leishmaniose Visceral
PROTOZOÁRIO: Leishmania donovani
PARASITA INTRACELULAR OBRIGATÓRIO
FORMA AMASTIGOTA (CÉLULAS DO SRE)
INSETO VETOR: Lutzomyia longipalpis
FORMA PROMASTIGOTA (TRATO DIGESTIVO DOS VETORES)
LIGAÇÃO AO MACRÓFAGO (gp63)
LEISHMÂNIA ESCAPA DOS POTENTES MECANISMOS OXIDATIVOS DOS
MACRÓFAGOS
REPLICAÇÃO DENTRO DOS MACRÓFAGOS RUPTURA
PROTOZOÁRIOS LIVRES SÃO NOVAMENTE FAGOCITADOS OU INGERIDOS PELOS
FLEBÓTOMOS
DISFUNÇÃO DA IMUNIDADE CELULAR (LT) E HUMORAL (LB)
COMPROMETIMENTO DO FÍGADO, PULMÃO, RIM, BAÇO, LINFONODOS, MO,
TUBO DIGESTIVO
Ciclo de vida da Leishmania chagasi
1 Cão ou raposa naturalmente infectados;
2 Ao picar o animal ou o homem infectado, o inseto (mosquito-palha) suga,
juntamente com o sangue, o parasito (Leishmania chagasi) que causa a doença;
3-4 No intestino do inseto, o parasito se multiplica;
5-6 Ao picar o homem ou outro animal sadio, o flebótomo inocula o parasito;
7 No homem, no cão ou na raposa, o parasito se multiplica principalmente no baço,
fígado e medula óssea, provocando a doença.
Phlebotomus intermedius (sand fly, mosquito-palha).
2. Patologia da Leishmaniose Visceral
FÍGADO:
hiperplasia e hipertrofia das células de Küpffer
infiltrado linfoplasmocitário
células preenchidas por formas amastigotas
tumefação de hepatócitos
esteatose
LV de longa duração fibrose hepática
cirrose de Rogers
PULMÃO:
infiltrado linfoplasmocitário
pneumonite intersticial
RIM:
nefrite intersticial
glomerulopatia do Calazar
insuficiência renal
BAÇO:
hiperplasia e hipertrofia das células do SRE
macrófagos densamente parasitados por formas amastigotas
LINFONODOS:
hiperplasia e hipertrofia das células do SRE
parasitismo dos macrófagos
MEDULA ÓSSEA:
bloqueio de produção da série vermelha
hipocelularidade da série granulocítica
hipocelularidade da série megariocítica
eosinófilos escassos ou ausentes
TUBO DIGESTIVO:
comprometimento da mucosa jejunal por infiltrado linfoplasmocitário
enteropatia perdedora de proteína
3. Formas Clínicas da Leishmaniose Visceral
FORMA ASSINTOMÁTICA:
indivíduos de áreas endêmicas
sorologia positiva
FORMA SUBCLÍNICA OU OLIGOSSINTOMÁTICA:
indivíduos de áreas endêmicas
febrícula, tosse seca, diarréia, sudorese, adinamia,
fígado pouco aumentado, baço não palpável
FORMA AGUDA:
semelhante a um quadro séptico
disenteria, febre alta, tosse
alterações hematológicas discretas
hepatoesplenomegalia pouco expressiva
dd com febre tifóide, malária, esquistossomose,
doença de Chagas aguda, toxoplamose aguda
FORMA CLÁSSICA:
Esplenomegalia
Hepatomegalia
Palidez
Febre
Aumento do volume abdominal
Emagrecimento
Astenia
Anorexia
Manifestações hemorrágicas
Edema
Icterícia