SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
SÍNDROME NEFRÍTICA

Prof. José Marcos Iório Carbonari
Pediatria PUC-Campinas
2009
SINDROME NEFRÍTICA

Hematúria
Hipertensão
Edema
Oliguria
GLOMERULONEFRITE AGUDA IMUNOCOMPLEXO MEDIADA
 BACTERIAS


Strepto b-hemolitico do grupo A :









Faringites : cepa 12 (1-3-4-25-49)
Piodermites : cepa 49 (2-55-57-60)

Strepto viridans
Stafilo aureus
Meningococo
Salmonela
Mycoplasma
 VIRUS








AIDS
Hepatite B
Coxsakie
Echovirus
Influenza
Caxumba
Rubeola

 DROGAS



Toxinas
Anti-soros
INCIDÊNCIA
 ? = CASOS SUB-CLÍNICOS (muitos)
 Prevalência : diminuindo
 Incidência geral (strepto b) : 15%
 Pico de idade : 7 anos (rara < 2 anos e > 40 anos)
 Meninos 2 : 1 Meninas
FISIOPATOLOGIA
 Complexos imunes formados com Ag streptococicos localizam-se na

parede do capilar glomerular, ativando o sistema do complemento e
iniciando resposta inflamatória, com infiltração leucocitária e lesão
glomerular
 Processo inflamatório leva a redução da filtração glomerular
 Há preservação da reabsorção tubular de Na + , com retenção de Na e

água , com expansão do volume extracelular, oliguria, retenção hídrica
e consequente ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona
 Hiperaldosteronismo leva a hipertensão + edema + acidemia +

hiperpotassemia + azotemia
QUADRO CLÍNICO
 Início súbito
 A.P. de faringite ou piodermite, com latência em media de 10 dias
 Edema e hematúria de início súbito (macro em 2/3 dos casos)
 Febre, mal estar,dor abdominal, anorexia, cansaço,cefaléia
 Hipertensão (50-90% casos)
 Congestão circulatória com dispneia, ortopneia e tosse
DIAGNÓSTICO
 URINA I : hematuria, cilindros hemáticos, proteinuria proporcional à

hematuria, leucocituria
 UREIA e CREATININA : normais, ou uréia pouco elevada com

creatinina normal
 HIPONATREMIA DILUCIONAL
 Anemia normocromica e normocítica, plaquetopenia (raro)
 IMUNOLOGIA : C3 baixo (90-95%casos) , C4 baixo, rapidamente

volta ao normal
 ASLO : eleva-se10-14dias após a infecção, pico em 4 semanas, e

normaliza após 6 meses



Pode alterar-se por antibioticoterapia prévia
Lipase cutânea pode dar falso /-/

 ANTI-DNAse : alterada em 90-95%casos
 CULTURA de OROFARINGE e LESÕES

 RX TORAX : congestão cardio-circulatória, derrame
TRATAMENTO
 SINTOMÁTICO

 Hospitalização se necessária
 Repouso no leito
 Restrição hídrica : 20-40ml/kg/dia + diurese
 Restrição de Sódio

 Diuréticos : furosemida (1-4mg/kg/dia)
HIPERTENSÃO ARTERIAL
 LEVE (máxima no percentil 95)


Repouso, restrição hídrica, furosemida

 MODERADA (PA de 10-20mmHg acima do percentil 95)


Acima + nifedipina ou captopril

 DIÁLISE : oligoanúria refratária com congestão circulatória,

hiperpotassemia com alteração no ECG
ANTIBIOTICOTERAPIA
 O uso precoce parece não evitar a GNDA, mas pode atenuar sua

gravidade

 Indicado quando cultura /+/ , para erradicar o agente e evitar contagios


Penicilina benzatina



Eritromicina 10 dias
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 GLOMERULONEFRITE MEMBRANO-PROLIFERATIVA :



concomitância de síndrome nefrótica
C3 permanece baixo

 LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO:


Envolvimento multisistêmico, > idade, C3 e C4 baixos

 PURPURA de HENOCH-SCHONLEIN:




Associado a rash petequial ou purpúrico
Dor abdominal, artralgias
C3 normal
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 NEFROPATIA por IgA:




Recorrência de hematúria microscópica concomitante à IVAS
Geralmente ausência de hipertensão, sem alteração da função renal
C3 normal, sem estreptococcia prévia, sem edema

 NEFRITE HEREDITÁRIA (ALPORT) :





Exacerba com qualquer infecção
História de doença renal familiar
Predomina em homens
Deficiência auditiva
PROGNÓSTICO

 Bom, com normalização da função renal

 A evolução é mais favorável em crianças do que em adultos
EVOLUÇÃO TÍPICA
 Fase aguda : 2 a 3 semanas:






Oliguria : 2 semanas
HAS : 3-4 semanas
Hematúria : macro 3 semanas e micro 12 meses
Proteinúria : 3 a 6 meses
C3 normaliza em 4 a 8 semanas

 Acompanhamento a 4-6 semanas (primeiros 6 meses), após 6

meses, se exames normais, revisões anuais até 5 anos do diagnóstico
BIOPSIA RENAL
 Em casos graves e atípicos

 Após 2 semanas : se não houver melhora da função renal

 Após 6 meses : se não houver normalização do C3 e/ou proteinúria

 Persistência de hematúria macroscópica

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Hepatoesplenomegalia
Hepatoesplenomegalia Hepatoesplenomegalia
Hepatoesplenomegalia
 
2 Anemias - Visão Geral
2  Anemias - Visão Geral2  Anemias - Visão Geral
2 Anemias - Visão Geral
 
Anemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefróticaAnemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefrótica
 
Anemias Hemolíticas Visão Geral
Anemias Hemolíticas Visão GeralAnemias Hemolíticas Visão Geral
Anemias Hemolíticas Visão Geral
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
 
Distúrbios circulatórios - Dr. José Alexandre Pires de Almeida
Distúrbios circulatórios - Dr. José Alexandre Pires de AlmeidaDistúrbios circulatórios - Dr. José Alexandre Pires de Almeida
Distúrbios circulatórios - Dr. José Alexandre Pires de Almeida
 
Cirrose hepática
Cirrose hepáticaCirrose hepática
Cirrose hepática
 
Anemia e suas características
Anemia e suas característicasAnemia e suas características
Anemia e suas características
 
Ascite
AsciteAscite
Ascite
 
Aula - SNC - Anticonvulsivantes
Aula -  SNC - AnticonvulsivantesAula -  SNC - Anticonvulsivantes
Aula - SNC - Anticonvulsivantes
 
S nefrotico
S nefroticoS nefrotico
S nefrotico
 
Pneumonias
PneumoniasPneumonias
Pneumonias
 
01.hemograma med
01.hemograma med01.hemograma med
01.hemograma med
 
Aula - SNC - Antipsicóticos
Aula -  SNC - AntipsicóticosAula -  SNC - Antipsicóticos
Aula - SNC - Antipsicóticos
 
As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica As anemias aguda e cronica
As anemias aguda e cronica
 
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptxCIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
CIRROSE HEPÁTICA (1).pptx
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICOLÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 
Semiologia Cardiovascular
Semiologia CardiovascularSemiologia Cardiovascular
Semiologia Cardiovascular
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticaSindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica
 
Insuficiencia hepática e hip porta -Prof.Virgílio
Insuficiencia hepática e hip porta -Prof.VirgílioInsuficiencia hepática e hip porta -Prof.Virgílio
Insuficiencia hepática e hip porta -Prof.Virgílio
 

Destaque

4. sindrome nefritica
4. sindrome nefritica4. sindrome nefritica
4. sindrome nefriticatanny88
 
Apostila+de+fundamentos
Apostila+de+fundamentosApostila+de+fundamentos
Apostila+de+fundamentosluhlima2014
 
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalS nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalTi Lima
 
Apresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaApresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaDalla Pozza
 
Clase sindrome nefrotico pediatria sek
Clase sindrome nefrotico pediatria sekClase sindrome nefrotico pediatria sek
Clase sindrome nefrotico pediatria sekJoan Benavides
 
Glomerulopatias - para alunos medicina
Glomerulopatias - para alunos medicinaGlomerulopatias - para alunos medicina
Glomerulopatias - para alunos medicinaPUCPR
 
síndrome nefrótico
síndrome nefrótico síndrome nefrótico
síndrome nefrótico hanmal
 
Edema
Edema Edema
Edema Vane
 

Destaque (15)

4. sindrome nefritica
4. sindrome nefritica4. sindrome nefritica
4. sindrome nefritica
 
Apostila+de+fundamentos
Apostila+de+fundamentosApostila+de+fundamentos
Apostila+de+fundamentos
 
Glomerulonefrite
GlomerulonefriteGlomerulonefrite
Glomerulonefrite
 
Caso Clínico 2
Caso Clínico 2Caso Clínico 2
Caso Clínico 2
 
Resumo micrcoscopia
Resumo micrcoscopiaResumo micrcoscopia
Resumo micrcoscopia
 
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalS nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
 
GNDA
GNDAGNDA
GNDA
 
Apresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite agudaApresentação glomerulonefrite aguda
Apresentação glomerulonefrite aguda
 
Clase sindrome nefrotico pediatria sek
Clase sindrome nefrotico pediatria sekClase sindrome nefrotico pediatria sek
Clase sindrome nefrotico pediatria sek
 
Glomerulopatias - para alunos medicina
Glomerulopatias - para alunos medicinaGlomerulopatias - para alunos medicina
Glomerulopatias - para alunos medicina
 
Estudo dirigido
Estudo dirigidoEstudo dirigido
Estudo dirigido
 
síndrome nefrótico
síndrome nefrótico síndrome nefrótico
síndrome nefrótico
 
Apostilas completas.doc patologia (1)
Apostilas completas.doc patologia (1)Apostilas completas.doc patologia (1)
Apostilas completas.doc patologia (1)
 
Edema
Edema Edema
Edema
 
COLURIA
COLURIACOLURIA
COLURIA
 

Semelhante a Sindrome+nefrítica

glomerulopatias.pdf
glomerulopatias.pdfglomerulopatias.pdf
glomerulopatias.pdfBrenoSouto2
 
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulos
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulosglomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulos
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulosBrenoSouto2
 
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptSeminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptAineSophie
 
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULA
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULAMeningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULA
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULArafaelileus1
 
Dist. hemorrágicos do rn
Dist. hemorrágicos do rnDist. hemorrágicos do rn
Dist. hemorrágicos do rnMariane Souza
 
Purpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica IdiopáticaPurpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica IdiopáticaMaycon Silva
 
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaManejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaProfessor Robson
 
Resumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bvaResumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bvaLívia Zadra
 
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICOINFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICODouglas Tedesco
 
Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Davyson Sampaio
 
Fibrose cistica
Fibrose cisticaFibrose cistica
Fibrose cisticaMandydra
 
Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT felippehenrique
 
58754491 tabela-antibioticos
58754491 tabela-antibioticos58754491 tabela-antibioticos
58754491 tabela-antibioticosRenata Figueredo
 

Semelhante a Sindrome+nefrítica (20)

Qual é o seu diagnóstico ?
Qual  é o seu diagnóstico ?Qual  é o seu diagnóstico ?
Qual é o seu diagnóstico ?
 
glomerulopatias.pdf
glomerulopatias.pdfglomerulopatias.pdf
glomerulopatias.pdf
 
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulos
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulosglomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulos
glomerulopatias aula sobre as alteracoes dos glomerulos
 
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)
Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)
 
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.pptSeminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
Seminario-Purpuras-Trombocitopenicas-Sem-1-2005.ppt
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULA
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULAMeningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULA
Meningite na Infancia Pediatria Sanar Flix AULA
 
Dist. hemorrágicos do rn
Dist. hemorrágicos do rnDist. hemorrágicos do rn
Dist. hemorrágicos do rn
 
Purpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica IdiopáticaPurpura Trombocitopênica Idiopática
Purpura Trombocitopênica Idiopática
 
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaManejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
 
Resumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bvaResumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bva
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Sepse
Sepse Sepse
Sepse
 
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICOINFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
 
Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)
 
Fibrose cistica
Fibrose cisticaFibrose cistica
Fibrose cistica
 
Fibrose cistica
Fibrose cisticaFibrose cistica
Fibrose cistica
 
Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT Fibrose cistica Medicina UFT
Fibrose cistica Medicina UFT
 
58754491 tabela-antibioticos
58754491 tabela-antibioticos58754491 tabela-antibioticos
58754491 tabela-antibioticos
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 

Mais de Sarah Sella Langer (10)

Medicina e música
Medicina e músicaMedicina e música
Medicina e música
 
Arritmias oficial
Arritmias oficialArritmias oficial
Arritmias oficial
 
Sangramento uterino disfuncional
Sangramento uterino disfuncionalSangramento uterino disfuncional
Sangramento uterino disfuncional
 
Ginecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberalGinecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberal
 
Ginecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberalGinecologia infanto puberal
Ginecologia infanto puberal
 
Crescimento infantil
Crescimento  infantilCrescimento  infantil
Crescimento infantil
 
Nefro sd nefrótica
Nefro  sd nefróticaNefro  sd nefrótica
Nefro sd nefrótica
 
Nefro sd nefrótica
Nefro  sd nefróticaNefro  sd nefrótica
Nefro sd nefrótica
 
Nefro sd nefrítica
Nefro   sd nefríticaNefro   sd nefrítica
Nefro sd nefrítica
 
Caso clínico
Caso clínicoCaso clínico
Caso clínico
 

Sindrome+nefrítica

  • 1. SÍNDROME NEFRÍTICA Prof. José Marcos Iório Carbonari Pediatria PUC-Campinas 2009
  • 3. GLOMERULONEFRITE AGUDA IMUNOCOMPLEXO MEDIADA  BACTERIAS  Strepto b-hemolitico do grupo A :        Faringites : cepa 12 (1-3-4-25-49) Piodermites : cepa 49 (2-55-57-60) Strepto viridans Stafilo aureus Meningococo Salmonela Mycoplasma
  • 5. INCIDÊNCIA  ? = CASOS SUB-CLÍNICOS (muitos)  Prevalência : diminuindo  Incidência geral (strepto b) : 15%  Pico de idade : 7 anos (rara < 2 anos e > 40 anos)  Meninos 2 : 1 Meninas
  • 6. FISIOPATOLOGIA  Complexos imunes formados com Ag streptococicos localizam-se na parede do capilar glomerular, ativando o sistema do complemento e iniciando resposta inflamatória, com infiltração leucocitária e lesão glomerular  Processo inflamatório leva a redução da filtração glomerular  Há preservação da reabsorção tubular de Na + , com retenção de Na e água , com expansão do volume extracelular, oliguria, retenção hídrica e consequente ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona  Hiperaldosteronismo leva a hipertensão + edema + acidemia + hiperpotassemia + azotemia
  • 7. QUADRO CLÍNICO  Início súbito  A.P. de faringite ou piodermite, com latência em media de 10 dias  Edema e hematúria de início súbito (macro em 2/3 dos casos)  Febre, mal estar,dor abdominal, anorexia, cansaço,cefaléia  Hipertensão (50-90% casos)  Congestão circulatória com dispneia, ortopneia e tosse
  • 8. DIAGNÓSTICO  URINA I : hematuria, cilindros hemáticos, proteinuria proporcional à hematuria, leucocituria  UREIA e CREATININA : normais, ou uréia pouco elevada com creatinina normal  HIPONATREMIA DILUCIONAL  Anemia normocromica e normocítica, plaquetopenia (raro)  IMUNOLOGIA : C3 baixo (90-95%casos) , C4 baixo, rapidamente volta ao normal
  • 9.  ASLO : eleva-se10-14dias após a infecção, pico em 4 semanas, e normaliza após 6 meses   Pode alterar-se por antibioticoterapia prévia Lipase cutânea pode dar falso /-/  ANTI-DNAse : alterada em 90-95%casos  CULTURA de OROFARINGE e LESÕES  RX TORAX : congestão cardio-circulatória, derrame
  • 10. TRATAMENTO  SINTOMÁTICO  Hospitalização se necessária  Repouso no leito  Restrição hídrica : 20-40ml/kg/dia + diurese  Restrição de Sódio   Diuréticos : furosemida (1-4mg/kg/dia)
  • 11. HIPERTENSÃO ARTERIAL  LEVE (máxima no percentil 95)  Repouso, restrição hídrica, furosemida  MODERADA (PA de 10-20mmHg acima do percentil 95)  Acima + nifedipina ou captopril  DIÁLISE : oligoanúria refratária com congestão circulatória, hiperpotassemia com alteração no ECG
  • 12. ANTIBIOTICOTERAPIA  O uso precoce parece não evitar a GNDA, mas pode atenuar sua gravidade  Indicado quando cultura /+/ , para erradicar o agente e evitar contagios  Penicilina benzatina  Eritromicina 10 dias
  • 13. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  GLOMERULONEFRITE MEMBRANO-PROLIFERATIVA :   concomitância de síndrome nefrótica C3 permanece baixo  LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO:  Envolvimento multisistêmico, > idade, C3 e C4 baixos  PURPURA de HENOCH-SCHONLEIN:    Associado a rash petequial ou purpúrico Dor abdominal, artralgias C3 normal
  • 14. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  NEFROPATIA por IgA:    Recorrência de hematúria microscópica concomitante à IVAS Geralmente ausência de hipertensão, sem alteração da função renal C3 normal, sem estreptococcia prévia, sem edema  NEFRITE HEREDITÁRIA (ALPORT) :     Exacerba com qualquer infecção História de doença renal familiar Predomina em homens Deficiência auditiva
  • 15. PROGNÓSTICO  Bom, com normalização da função renal  A evolução é mais favorável em crianças do que em adultos
  • 16. EVOLUÇÃO TÍPICA  Fase aguda : 2 a 3 semanas:      Oliguria : 2 semanas HAS : 3-4 semanas Hematúria : macro 3 semanas e micro 12 meses Proteinúria : 3 a 6 meses C3 normaliza em 4 a 8 semanas  Acompanhamento a 4-6 semanas (primeiros 6 meses), após 6 meses, se exames normais, revisões anuais até 5 anos do diagnóstico
  • 17. BIOPSIA RENAL  Em casos graves e atípicos  Após 2 semanas : se não houver melhora da função renal  Após 6 meses : se não houver normalização do C3 e/ou proteinúria  Persistência de hematúria macroscópica